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Então, de acordo com Maniqueu, anjos bons, Sábios e Profetas apareceram para ensinar
as verdades esquecidas e finalmente surgiu o Salvador fantasma. Ele sustentava a crença
Docética que sendo a matéria o mal, o corpo de Cristo era apenas um fantasma. Que seus atos e
sofrimentos incluindo a Crucificação, Ressurreição e Ascensão, foram apenas aparentes e na
realidade apenas ensinamentos místicos. Ele também renegava a Encarnação. Aos eleitos ele
desaprovava o casamento como coisa inventada pelas Trevas para retardar o retorno à Luz
(força sexual não usada é necessária para esse retorno!). Austeridades, vegetarianismo,
abstenção de álcool eram advogadas para despertar e libertar da carne a centelha interna. O
eleito tinha de abraçar a pobreza e os únicos prazeres permitidos eram a música e os perfumes
que auxiliavam na libertação da centelha. Quando suficientemente purificada, essa alma
passava pela lua recebendo iluminação superficial e de lá era arrojada dentro do sol, onde se
tornava luminosa e era finalmente remetida para o “Pilar da Glória”, livre de toda matéria.
Transmigração era admitida já que uma única existência podia não ser suficiente para a
libertação da centelha da corrupção da matéria.
A consumação final ocorrerá quando toda a substância luminosa se separar da matéria e
o fogo maligno for libertado das cavernas; e o anjo que sustenta a terra a deixará se consumir
em chamas, e toda a massa restante será relegada às Trevas Exteriores. Aqueles que falharem
no processo de libertação serão transformados em guardiães dos demônios para prevenir que
tragam a matéria para o reino da Luz. Essa é a maravilhosa fábula sob a qual se encontra a
adoração da natureza da Magia antiga e moderna, conhecida como Iluminismo e
freqüentemente chamada Cristã! - como, por exemplo, a Antroposofia ou Steinismo, com suas
forças opostas, Lúcifer e Arimã, luz e matéria, e seu Cristo solar e iluminado. Para eles, a
redenção se consiste de um processo físico e gnóstico de libertação, através da retenção da
força sexual, o elemento da luz na matéria e no corpo, e pela união com o agente magnético
universal exterior, e freqüentemente ligando uma mente à outra numa corrente magnética, os
mais fracos dominados pelos mais fortes, produzindo uma inundação mundial de comunicação
dos chamados “Sábios e Profetas” destrutivos tanto para Cristianismo quanto para a civilização
Ocidental.
“As doutrinas maniqueístas foram difundidas durante o período em que os Templários estavam
no auge de sua prosperidade e poder, e King devotou várias páginas de seu trabalho considerando as
grandes semelhanças entre essas Ordens. O Gnosticismo, de uma forma ou outra sobrevivia dentro dos
quartéis generais da Ordem, entre seus inimigos e aliados mais íntimos, os montanheses da Síria.”
ISMAELITAS
De Acordo com von Hammer, em sua História da Ordem dos Assassinos, 1835, o
fundador da seita foi Abdallah, filho de Maimoun, profundo estudioso de todas as ciências que
ensinado pelas revoltas sangrentas de seu tempo, concluiu como era perigoso abrir guerra
contra a religião e as Dinastias reinantes, mais especificamente quando apoiadas pelo povo e
um poderoso exército. Assim, ele criou cuidadosamente um esquema para minar secretamente
o que não podia atacar abertamente. Sua doutrina, subversiva ao Kalifa, teve de ser velada em
mistério e revelada apenas quando por intriga secreta o poder tivesse sido capturado.
Finalmente, ele sonhou em destruir não apenas o que ele chamava de dogma de erros e religião
positiva, mas também a base de todas as religiões e morais. Ele dividiu sua doutrina em sete
degraus, para dessa maneira capturar e subverter a mente de seus seguidores. De sua doutrina
surgiu a seita dos Karmatitas, mais abertos e violentos em sua revolta contra o Kalifa, tanto
política quanto moralmente. Por um século as assustadoras doutrinas dos Karmatitas
mantiveram sua influência até que a seita se extinguiu em seu próprio sangue. Por fim, o mais
zeloso dos seguidores de Abdallah, que clamava ser descendente de Mohamed, filho de Ismail,
escapou da prisão e se apoderou do trono, fundando a Dinastia dos Fatímidas em Kairwan, cerca
de 910 D.C., sob o nome de Obeidallah.
CASA DA SABEDORIA
As autoridades nos nove degraus da Iniciação da forma como foram dadas pelos Ismailis
na Grande Loja da Casa da Sabedoria, Cairo, são, von Hammer e a Exposição da Religião dos
Druzos, por Silvester de Sacy, 1838; ambos citando Macrisi e Nowairi. Como von Hammer
escreve:
“Os detalhes que Macrisi nos transmitiu sobre a origem dessa doutrina e seus diferentes degraus
de iniciação, os quais foram expandidos de sete para nove, são os mais preciosos e antigos que possuímos
na história das sociedades secretas do Oriente, e foram os mesmos degraus que o Ocidente seguiu mais
tarde. O próximo entendimento entre essa doutrina e a dos Assassinos merece nota.”
Resumidos por Sacy, que cita Macrisi e Nowairi, que aparentemente buscaram suas
informações na mesma fonte, temos: 1. O Dai ou missionário, afetava
devoção para seduzir seu prosélito (convertido). Com os eruditos ele
concordava e aplaudia suas opiniões, cuidadoso que seus objetivos e
segredos não fossem traídos. Para os de mente simplória, facilmente
seduzíveis, ele explicava que religião era uma ciência oculta obtusa, e
da qual o significado interno era conhecido apenas dos Imãs. Através
de perguntas sobre as contradições da religião positiva e sua razão, as
obscuridades e absurdos do Corão, ele provocava dúvidas e
perplexidades como também curiosidade violenta. O Dai se recusava a
satisfazer essa curiosidade e se recusava a dar novos ensinamentos a
não ser que o prosélito fizesse um juramento inviolável, no qual ele
jurava não trair o segredo, não mentir nem agir contra a Loja. Se ele
concordasse, um empenho em dinheiro do qual o valor era determinado pelo Dai, era exigido.
Se ele se recusasse, era deixado com suas perplexidades e nada mais lhe era dito. 2. O prosélito
era então persuadido de que apenas através de Imãs apontados divinamente, ele poderia
receber a doutrina. 3. Aprendia que o número desses Imãs “revelados” era de sete,
contrariamente aos doze da religião oficial, desacreditando assim o Imamato e seu líder em
Mousa. 4. O prosélito era informado que desde o início do mundo sempre houve sete
legisladores ou profetas – Adão, Noé, Abraão, Moisés, Jesus, Mohamed (Maomé) e Ismail filho
de Djafar – que por comando divino anularam a religião anterior e a substituíram pela nova. A
cada um desses profetas estava ligado outro, que recebera sua doutrina e o sucedia após a
morte. Sete profetas mudos sucederam os primeiros profetas e transmitiram a religião anterior
até que finalmente o sétimo deles anulou todas as religiões anteriores. De acordo com os
Ismaelitas, esse foi Mohammed filho de Ismail, que instituiu e revelou a nova ciência do
significado interno e místico de todas as coisas. Ele sozinho era o mestre e o mundo inteiro deve
segui-lo e obedecê-lo. Ao concordar com isso o prosélito renunciava à Lei do Profeta Maomé e
assim se tornava um apóstolo. 5. Ele aprendia as virtudes dos números e alguns princípios de
geometria e também aprendia que cada Ímã tinha doze ministros – os doze signos do Zodíaco. O
Dai então, preparava o prosélito para abandonar todas as religiões estabelecidas pelos profetas,
conduzindo-o às doutrinas dos filósofos. 6. Certo de seu silêncio e tendo reorientado suas
crenças, o Dai começava a minar sua fé, caricaturando os preceitos da fé, o dízimo, as
peregrinações e outras práticas religiosas, fazendo-as parecer meramente meios para dominar
as massas. O Dai então glorificava os princípios de filósofos com Platão, Aristóteles e outros,
falando com gentileza sobre aqueles que criaram as novas práticas religiosas e tratando os Imãs
com desdém. Privado de todas as suas crenças o prosélito se tornava presa fácil. 7. Ele passou
da filosofia ao misticismo, o panteísmo Oriental místico dos Sufis. Ele saiu da Unidade de Deus
para o dualismo e o materialismo. 8. O Dai então expunha a verdadeira missão do profeta, a
qual era estabelecer certas instituições políticas formando um governo bem constituído, um
sistema filosófico e doutrinas espirituais aplicadas alegoricamente às coisas intelectuais, e
finalmente um sistema religioso baseado na autoridade desse profeta. Os ensinamentos do
Corão eram explicados com sem significado algum a não ser “pela revolução periódica das
estrelas e do universo, a produção e destruição de todas as coisas, conforme a disposição e
combinação dos elementos, de acordo com a doutrina dos filósofos” (Forças Cósmicas e
Geração Universal). 9. Tendo chegado tão longe, alguns adotavam os ensinamentos de
Maniqueu, o Mago, ou dos filósofos, ou uma mistura deles, e terminavam por abandonar todas
as religiões reveladas. Para adaptar a nova doutrina, o Dai, através de interpretações alegóricas,
torcia as palavras que qualquer religião professasse sempre em favor do profeta Mohammed,
filho de Ismail, por ser este o único profeta inspirado por Deus. Com relação a esse profeta, foi
dito inicialmente que ele poderia retornar ao mundo, e depois se falou que “ele poderia ser
contatado espiritualmente através da meditação nas doutrinas místicas. Quanto a sua
manifestação, o importante era pregar suas doutrinas, comunicando-as aos homens pela língua
de seus servos fiéis.
Como von Hammer escreveu:
”Assim que o prosélito chegava ao nono degrau ele estava pronto para servir com instrumento
cego a todas as paixões, e acima de tudo à ilimitada ambição por dominação. O conjunto dessa filosofia
pode ser resumido em duas palavras: creia em nada e ouse tudo. Esses princípios destruíam de cima a
baixo, todas as religiões e toda moral e tinham apenas o objetivo de realizar projetos sinistros, executados
por ministros astutos para os quais nada era sagrado. Assim, aqueles que deveriam ser os protetores da
humanidade se consumiram numa ambição insaciável. Enterrados sob as ruínas de tronos e altares e em
meio aos horrores da anarquia, após terem trazido a desgraça sobre as nações e merecendo ser
amaldiçoados pela humanidade.”
Falando da Casa da Sabedoria, Springett cita o livro “Uma breve História dos
Sarracenos”, de Ameer Ali, que diz: “O relato de Makrisi sobre os diferentes degraus de iniciação
adotados na Loja, formam um valioso registro da Maçonaria. A Loja do Cairo se tornou o modelo
de todas as Lojas criadas a seguir nos reinos Cristãos.”
ASSASSINOS E TEMPLÁRIOS
Como vamos mostrar, as idéias subversivas modernas tiveram sua origem no Oriente
Próximo, e tem-se espalhado grandemente entre as seitas cabalistas primitivas junto com seus
empréstimos ancestrais. No livro “O Judeu, o Judaísmo e a Judaização dos Povos Cristãos”, 1869,
George des Mousseaux, falando dos Maniqueus, Gnósticos, Yezidis, Druzos, etc., escrevem:
“O cabalismo primitivo era o que os sectários de hoje são, já que eles permanecem Sabeistas,
adoram o sol, as estrelas, o espírito das estrelas e o princípio do mal, chamado pelos Persas Arimã... Entre
os sectários, todas as paixões, mesmo as mais vergonhosas, eram consideradas sagradas... Esse
despotismo absoluto dos Grandes Mestres Caldeus cabalistas, foi preservado pelo Príncipe dos Assassinos
e os Druzos em suas doutrinas e morais. E esse segredo é que o Grande Mestre da Alta Maçonaria é
governado pelos Judeus.”
Em Seitas Secretas da Síria, Springett traça a influência dos filósofos judeus da celebrada
Escola de Alexandria sobre os Gnósticos e Maniqueus e através deles sobre os Templários. Ele
cita King e von Hammer para provar que a constituição da Ordem dos Templários
“é uma cópia servil da dos Assassinos. Os estatutos dessa última provam o fato além de qualquer
dúvida. Eles foram encontrados entre os cativos de sua capital Alamoot por Mogul Halakoo no ano de
1335, quando por uma coincidência singular, o Califa e o Papa estavam simultaneamente ocupados em
exterminar esse modelo e suas cópias tanto no Leste quanto no Oeste.”
Em Histórias dos Assassinos, von Hammer elucida o “Catecismo da Ordem”, como ele o
chama. Depois do quarto degrau, após fazer o juramento, o candidato prometia obediência
cega, e ao mesmo tempo jurava “comunicar apenas a seus superiores qualquer dúvida que
viesse a ter sobre os mistérios e doutrinas dos Ismaelitas. Curiosamente, quando o ex Chefe da
Stella Matutina Dr. Felkin, desejou em 1909, saber mais sobre os “chefes Ocultos”, ele foi
informado que teria primeiro de fazer uma promessa “por tudo que ele considerasse mais
terrível e sagrado, de nunca contar o método a nenhum ser vivente.” Parte da promessa era
assim: “Se após isso eu for assaltado por dúvidas eu as revelarei apenas aos Mestres... “Caso eu
me sinta, a qualquer momento incapaz de manter essa promessa, não contarei nada a meus
irmãos ou irmãs da Ordem que possa enfraquecer sua fé, mas passarei silenciosamente à
suspensão de minhas atividades.” Assim a promessa foi feita.
De acordo com Hammer havia sete graus dos Assassinos semelhantes ao dos
Templários:
“A natureza das funções da Ordem dos Templários era preenchida por seu Grão Mestre ou Grão
Prior, suas instituições religiosas, a tendência política de seu espírito e doutrinas, tudo, até suas
vestimentas tinham semelhanças com a Ordem dos Assassinos... A regra fundamental das duas Ordens
era tomar fortalezas e castelos nos países vizinhos para controlar mais facilmente as pessoas; ambos eram
rivais perigosos de príncipes e formaram um estado dentro do estado.”
Hoje não é meramente um estado dentro do estado governado por seitas secretas, mas
um Estado Mundial Universal, governado por um desconhecido “Superhomem.”
DRUZOS
Como estabelecido por Madame Blavatsky, que era membro dos Druzos, a Ordem é
gnóstica e mágica; eles acreditam na Unidade de Deus, que é a essência da vida, invisível, mas
que se dá a conhecer ocasionalmente em manifestações na forma humana. Ela considera os
Druzos como a última forma em que sobreviveu o conhecimento arcaico chamado hoje como
“Cabalismo, Teosofia e Ocultismo.” É panteísta. Externamente, como inculcado em seus livros,
eles professam ler o Corão e os Evangelhos, enquanto secretamente seguem suas doutrinas
misteriosas. Ela também afirma que há uma afinidade entre os Lamaistas da Turania e os
semíticos El-Hamistas ou Druzos. Segundo Yaker os Turaneos da Índia são uma raça de
construtores, adoradores das árvores e serpentes. Num número da revista O Teosofista,
Madame Blavatsky cita Laurance Oliphant quando escreve:
“Os Druzos tem a firme convicção de que o fim do mundo está próximo... isso será sinalizado
pelo surgimento de um poderoso exército do Oriente que lutará contra os poderes do Islã e da
Cristandade... sob o comando de uma Mente Universal (Iluminismo!) e se consistirá de milhões de
Chineses Unitários. Cristãos e Mulçumanos capitularão e marcharão para Meca, El-Hakem então
aparecerá (a ultima encarnação divina)... Os Druzos esperam ardentemente pelo Armagedom no qual eles
acreditam, representarão um papel proeminente.”
Yaker diz a respeito de Madame Blavatsky: “Blavatsky que foi iniciada na seita dos
Druzos, nos informa... que sua base é o antigo Gnosticismo Ofita (ou Nasseni). Ela também, nós
sabemos, pertenceu aos revolucionários Carbonari, que era dominado por judeus, e depois
afirmou estar em contato com Mestres no Tibet. ...Alguns pontos a respeito dela merecem nota,
como dados pelo orientalista francês René Guenon, em O Teosofismo. Antes de fundar a
Sociedade Teosófica ela fora influenciada fortemente por Palos Metamom, um Copta, ou como
alguns dizem, um Caldeu, que trabalhava com mágica e espiritismo. Sinnet declara que
“Madame Blavatsky coroou sua carreira de trinta e cinco a quarenta anos de estudos místicos se
retirando por sete anos na solidão do Himalaia”; isso antes de ir para a América em 1873,
tempo no qual ela tinha apenas quarenta e dois anos! Como René Guenon observa, “Somos
forçados a concluir que ela deve ter começado seus estudos ao nascer, senão um pouco antes!”
Revendo sua vida e as informações dadas, ele conclui que sua visita ao Tibet era pura invenção.
Ela foi membro da Irmandade Hermética de Luxor por um tempo, onde aprendeu que “certos
fenômenos não ocorrem pela intervenção de espíritos de mortos, mas pelo uso de certas forças
dirigidas por homens vivos.” Mais a diante René explica que seus “espíritos guias” – John king,
Serapis e os Irmãos Kashimir – representavam simplesmente as influencias que se utilizavam
dela e que é legítimo concluir que Madame Blavatsky foi, acima de tudo, em muitas
circunstâncias, um ‘sujeito’, um instrumento nas mãos de indivíduos ou grupos ocultos, que se
abrigavam atrás da personalidade dela, do mesmo modo que outros foram instrumentos em
suas mãos.” E isso é o que encontramos através de toda a história, antiga e moderna, dessas
seitas – ilusão, truques, mágica – o uso do “fluido mágico, que é o fogo roubado dos Deuses por
Prometeu”, indo até o mais remoto passado.
SUFIS E DERVIXES
Falando da Iniciação dos Dervixes, Springett diz da Ordem Kadiri, que após muitos
meses de provações no monastério, o Xeque, na assembléia dos irmãos, colocava um boné de
feltro branco na cabeça do candidato, que tinha atado a ele uma rosa de tecido de dezoito
pétalas com triângulos do Selo de Salomão entrelaçados no centro – o símbolo judaico das
forças duais da natureza, como é acima assim é embaixo. Antes de ser totalmente aceito como
Dervixe, ele passava por estágios intermediários sob a orientação de um Superior ou iniciado
nos degraus superiores.
“Ele é ensinado a concentrar seus pensamentos completamente em seu Guia a ponto de tornar-
se mentalmente absorvido por ele numa ligação espiritual com o supremo objeto de todas as devoções. O
Guia deve ser o escudo do neófito contra os desejos e pensamentos mundanos; seu espírito deve auxiliá-
lo em todos seus esforços, o acompanhando onde quer que ele fosse, e estando sempre presente em sua
visão mental. Esse estado de espírito é chamado ‘aniquilação dentro do Murshis (o guia)’. Assim, por meio
de suas próprias visões, o Guia descobre o grau de espiritualidade que o discípulo atingiu, e até que ponto
sua alma foi absolvida pela dele próprio.”
“Ele agora está supostamente pronto para se colocar sobre a influência do Pir ou fundador da
Ordem, em quem ele se tornará mentalmente absorvido ao ponto de se tornar virtualmente uno com ele,
adquirindo seus atributos e poder para executar atos sobrenaturais. O próximo estágio da vida mística é
chamado pelos Dervixes de ‘Conhecimento Espiritual’, e o discípulo... o Xeque acredita... se tornou
inspirado... Ele agora entra em comunhão espiritual com o Profeta, em cuja alma, a sua própria foi
absorvida.”
YEZIDIS
“Conta a tradição que os Yezidis vieram originalmente de Basrah e do país banhado pelas águas
da parte baixa do Eufrates. E que, após emigrarem se estabeleceram primeiramente na Síria e depois
tomaram posse da montanha Sindjar e os distritos onde hoje habitam no Kurdistão... Há neles uma
estranha mistura de Sabeismo, Cristianismo e Islamismo, com uma tintura das doutrinas Gnósticas e
Maniqueístas. O Sabeismo, entretanto, aparece como traço prevalente.”
Eles têm um grande respeito pelo Sol e seu símbolo, o fogo. Em O Judeu, des
Mousseaux, citando autoridades nos conta que a Caldéia foi o berço da demoníaca cabala,
descendendo dos Cananitas e Sabeistas, que adoravam o sol, as estrelas, os espíritos das
estrelas e o princípio do mal. Essa cabala penetrou entre os Yezidis e os Druzos.
Em Aventuras na Arábia, W. B. Seabrook diz que no “Livro Negro” dos Yezidis, Shaitan
comanda: “Não fales meu nome nem mencione meus atributos, para que não te tornes culpado,
pois tu não possuis o verdadeiro conhecimento disto, mas honre meu símbolo e imagem.”
Seabrook veio a saber, que “Shaitan” era o “Espírito Brilhante MelekTaos” (Anjo Pavão), o
“Espírito do Poder e verdadeiro regente do mundo” – Lúcifer! Ele também fala das sete Torres
de Shaitan ou “casas de poder”, as quais formam uma corrente através da Ásia, desde a
Manchúria ao norte, através do Tibete, a oeste através da Pérsia e terminando no Kurdistão. Em
cada torre há um sacerdote que faz mágica mundial. Ele viu uma dessas torres em Sheik - Adi.
Era caiada de branco com uma bola de ouro ou latão polido no pináculo, que faiscava aos raios
do sol. Com freqüência um trabalhador mágico passava muitos dias sozinho, lá. Na entrada do
santuário havia uma serpente negra!
“todas as paixões, mesmo as mais vergonhosas, era consideradas sagradas… o demônio de cada
uma delas é apenas um anjo caído... Deus, eles diziam, era infinitamente bom, incapaz de fazer qualquer
mal. O demônio, por outro lado, é infinitamente malvado, e em sua malícia seu único prazer é torturar os
homens. Era, portanto, prudente acima de tudo, se alguém desejasse ser feliz aqui embaixo, abandonar o
culto de Deus, que não podia fazer nenhum mal... e se colocar sobre a proteção do ser que sozinho pode
eximir os homens dos males dessa vida, já que só ele era capaz de infringi-los...”
É dito que eles abriam mão das práticas teúrgicas mais extraordinárias em favor de
mágicas e bruxarias diabólicas. Para confirmar isso, Springett escreve mais a frente:
“Se de fato a crença dos Yezidis é no indecente Demônio, e se, como Mr. Layard intima, o pavão
seria um símbolo de Satã, que a seus olhos é o chefe único dos anjos rebeldes, então Malek Taoos
representa o mau ao invés do bom princípio, e assim seria semelhante ao touro dourado dos Druzos o
que implicaria também na origem Persa da seita, nas idéias arcaicas de Ahura Mazda (ou Ormuzd) e
Arimã.”
O próprio chefe Yezidi disse que "Malek Taoos" era um símbolo grandemente
reverenciado.
Springett estabelece que os Yezidis eram governados por dois Xeques, um dirigindo os
assuntos civis e o outro presidindo os ritos religiosos, especialmente transmitidos de seu
Santuário cujo nome vem de seu chefe Santo, Xeque Adi. A hierarquia inclui quatro ordens de
sacerdotes – Pirs, Xeques, Kawals, e Faquires, que são cargos hereditários e havendo mulheres
na linha de sucessão elas são aceitas. Com relação a suas crenças, eles acreditavam em um Ser
Supremo, a essência da bondade,
“e também reverenciavam Satã, apesar de nunca pronunciarem seu nome ou nada que se
aproximasse disso… Portanto parece que eles adoravam tanto as Boas quanto as Más deidades dos Persas
antigos, mas como dizem que os Maus podem às vezes fazer o bem, enquanto o Bom jamais pode fazer
nenhum mal, é com princípio do Mal que eles devem se conciliar.”
Ele também fala de “um estimado livro sagrado” possuído pelos Yezidis, que de acordo
com Badger e Layard, está escrito em árabe, e consiste de uma rapsódia poética sobre os
méritos e atributos do Xeque Adi.
CAPÍTULO III
ROSACRUZES E ILUMINADOS
AS origens dos Rosacruzes ainda é um mistério, como Disraeli escreveu em 1841: “Essa
Ordem mística espalhou-se entre os alemães, um povo místico. Lá também sua origem é
debatida como a de outras sociedades secretas. De fato, suas origens ocultas desafiam a
pesquisa.”
Por outro lado, a R.R. et A.C. - Rosae Rubeae et Aureae Crucis – em seu ritual 5/6 clama
que advêm de remota e mística era da antiguidade, diz:
Cristão Rosacruz teria morrido em 1484 com a idade de cem ou mais anos e por cento e
vinte anos o local de seu túmulo permaneceu desconhecido. Em 1604, ao fazerem reparos na
casa, encontraram a porta de um cofre que quando aberta revelou o corpo de seu fundador e
diversos manuscritos e muitos objetos de mágica. Após sua morte os Irmãos devotaram-se ao
estudo dos segredos da natureza e suas forças ocultas, além da prática da medicina gratuita na
qual usavam remédios misteriosos. Os acordos entre eles eram: 1. Nenhum deles deveria
professar outra coisa do que a cura dos doentes e isso de graça. 2. No futuro nenhum deles
deveria usar qualquer tipo de hábito, mas vestir-se de acordo com os costumes do país. 3. A
cada ano, no dia C (Dia de Corpus Christi, solstício de verão), deveriam encontrar-se na Casa
Sancti Spiritus, ou escrever sobre a causa da ausência. 4. Cada Irmão deveria encontrar uma
pessoa de valor que após seu falecimento pudesse sucedê-lo. 5. As letras R.C. deveriam ser o
selo, a marca e o caráter. 6. A Fraternidade deveria permanecer secreta por cem anos.
Em seu livro, Os Rosacruzes de Lion no Sec. XVII, 1929, Paul Vulliaud aprofundou-se nos
manifestos ligando-os com Paracelso e Cornélio Agripa, Teosofistas e Iluministas. Falando do
Livro do Mundo de Fauvety, Vulliard escreve:
“Em um estudo muito interessante Fauvety sustenta que os manifestos tratam do Magnetismo…
Eles mostram a importância atribuída no tempo de Paracelso, ao fluido magnético citado nas doutrinas
Teosofico-científicas... Depois de observar que os seguidores de Paracelso e van Helmont faziam mistério
disso, Fauvety acrescenta que o poder magnético deve com certeza, ter sido o segredo da Rosa Cruz, que
no século dezesseis dizia possuir o remédio universal. O que apóia essa suposição é o fato de que mesmo
os adversários do magnetismo abordaram os médicos seguidores de Paracelso, que curam com processos
magnéticos semelhantes aos da Rosacruz.”
“A doutrina de Paracelso adveio da Cabala, da filosofia Hermética e alquimia. Ele assumia saber e
expor o inteiro sistema das forças misteriosas que agem na natureza e no homem... O homem deve unir-
se as forças necessárias para que possa produzir fenômenos tanto físicos quanto espirituais. O Universo
era o Macrocosmo e o homem o Microcosmo, e eles são muito semelhantes (como é acima é abaixo).”
Mais adiante Vulliaud diz que J.J. Monnier também sabia que certas lojas de iniciados
praticavam o magnetismo. De Acordo com Monnier, “eles magnetizavam pela graça divina *sic+,
por força da fé e vontade, através de paredes à grandes distancias, de Paris até mesmo à
Dominica.” Finalmente, Vulliaud conclui:
“A respeito das origens e significados do termo Rosacruz, muitas opiniões tem sido sustentadas e
expressadas. Alguns pensaram que ele fosse feito de rosa e crux (a rosa e a cruz), mas outros sustentam
com aparente autoridade que é composta por ros (orvalho) e crux (cruz)... Uma cruz na linguagem dos
filósofos do fogo é o mesmo que Lux (luz), porque a figura da cruz † exibe as três letras da palavra Lux ao
mesmo tempo... Dessa forma, um Rosacruz é um filósofo que através do orvalho busca a luz, isto é pela
substancia da pedra filosofal” –
a quintessência ou cinco elementos, terra, ar, fogo, água e éter; o homem iluminado! O
ritual da R.R. et A.C. nos informa sobre a interpretação da Rosacruz:
Como sabemos, I.N.R.I é Igne Natura Renovatur Integra – a natureza inteira é renovada
pelo fogo. Isso representa as três fases da geração-criação, destruição e regeneração universal.
O signo L.V.X. representa a mesma idéia e no mesmo ritual é falado: Tendo chegado à porta da
Tumba,
“e após examiná-la atentamente, percebe-se... que abaixo da inscrição CXX foram colocadas as
letras LVX, sendo a inscrição completa `Post CXX Annos LVX Crucis Patebo' – ao final de 120 anos eu a luz
da cruz me revelarei. Lembrando que as letras LVX são feitas do desmembramento e reunião dos ângulos
de uma cruz †"
“Ele está sentado num trono faiscante que submete à sua vontade... De sua cabeça ele espalha
um orvalho que desperta os mortos e dá nascimento a uma nova vida. É por isso que está escrito: Teu
orvalho é o orvalho da luz. É a alimentação dos santos mais elevados da ordem. É o maná preparado para
os justos para a vida que há de vir. Ele desce nos campos dos frutos sagrados (adeptos da Cabala). Esse
orvalho é branco como um diamante, cuja cor inclui todas as outras.”
Esse orvalho é a “Luz Branca Divina ou Brilhante” da Rosacruz, o fluido magnético de sua
mágica. É ainda dito no ritual da R.R. et A.C.: “Cores são forças e assinaturas das forças, e a
Criança das Crianças das Forças age em ti, e assim no trono do Todo Poderoso há um arco-íris de
Glória e a seus pés um Mar de Cristal. É a força do Iluminismo, a luz da Natureza!
Jean Lead, chefe inspiradora da Sociedade Panacéia, falando da Árvore da Vida Cabalista
descreve o quinto Sephira como: “A doçura do orvalho que repousa sobre os galhos da Árvore...
isso é poder paradisíaco iluminador.” Esse mesmo poder, o fluido magnético, é a base do
remédio universal Rosacruz. De acordo com o escritor de Os Mistérios da Rosacruz: “Um
trabalho extraordinário foi publicado em Estrasburgo no ano de 1616, intitulado O Romance
Hermético, ou O Casamento Alquímico, escrito em holandês superior por Cristão Rosacruz. Esse
livro... é dito existiu em manuscrito... remontando a 1601, tornando-se assim o mais antigo livro
Rosacruz.” Alguns dizem ser trabalho de Valentin Andrea. O livro descreve a união do adepto
com o agente Universal, e é possível que a lenda de Cristão Rosacruz apenas represente a
mesma idéia mística encontrada entre os yogis e místicos, do despertar de poderes misteriosos.
“Seitas secretas de todos os tempos afirmam compreender as leis pelas quais o Universo é
regulado. Algumas acreditam que possuem realmente o segredo inefável, outras, mais engenhosas, fazem
de seus mistérios uma isca para o povo, no desejo de liderá-los e dominá-los, outras ainda encontram
assim, um modo de se utilizar disso para lucro próprio.”
No prefácio do curioso livro Os Perenes Viventes, de Robert Samber, que escreve sob o
pseudonimo "Eugenius Philalethes Junior," e que foi dedicado à Grande Loja de Londres em
1772, e já foi citado pelos historiadores maçônicos Mackay, Whytehead e Yaker, indica-se
claramente que além dos três graus tradicionais há uma iluminação e uma hierarquia da qual a
natureza não é revelada, mas da qual a linguagem usada é inteiramente da alquimia e da
Rosacruz. Falando da Maçonaria na Revolução Francesa, Louis Daste, observa:
“Essas iluminações misteriosas dos graus inferiores da Maçonaria, essa hierarquia a qual
Philalethes Junior tão vigilantemente guardou secreta, esses Superiores Desconhecidos venerados pelos
Martinistas Judaizantes e Philalethes, que reividicam o domínio sobre as outras lojas – não é tudo isso a
corrente inquebrável que conecta a Cabala Judaica à Maçonaria? Não teríamos então o direito de
suspeitar que o Poder Oculto sob as Lojas Maçônicas seja o cérebro do Judaísmo que anseia conquistar e
dominar o mundo inteiro?”
MARTINES DE PASQUALLY
Em seu livro sobre a Ordem Elus Coens do século dezoito, R. Le Forestier, nos conta que
ela foi fundada 1760 por Martines de Pasqually e continua até hoje como uma Ordem
Martinista. Martines de Pasqually era um judeu português. Sua ordem veio a ser um dos grupos
mais interessantes de seu tempo, “que se constituiu sob a capa da Maçonaria, uma das últimas
conexões da longa corrente das misteriosas e sigilosas associações das quais os membros diziam
que, através de processos mágicos se comunicavam com o divino para assim participarem de
uma imortalidade abençoada – Iluminismo! O nome Coen dado por Pasqually a seus membros é
uma adaptação do termo Hebraico Cohanim que designava a casta sacerdotal mais alta,
constituída em Jerusalém no reinado de Salomão, para assegurar o serviço divino no Templo.
Eles eram tidos como descendentes em linha direta de Aarão. Os Coen se consideravam
herdeiros e depositários do segredo da tradição Judaica. Pasqually construiu um curioso sistema
místico e metafísico “emprestado dessas tradições secretas, que representava um fraco, porém
claro eco das diversas doutrinas esotéricas originadas no Oriente durante os primeiros anos de
nossa era e que adotaram outras tradições ainda mais antigas que posteriormente penetraram
no Ocidente através da Cabala Judaica.” Seus discípulos foram os sucessores dos mystes da Ásia,
Egito, da Grécia, dos Valentinos, Órficos e seguidores de Mitras. Eles professavam as doutrinas
místicas dos Neo Platonistas, Gnósticos e Cabalistas e cultivavam, nos tempos da Enciclopédia, a
“Sabedoria Secreta dos Antigos.”
Finalmente Le Forestier diz que o processo teurgico, defendido pela Cabala Prática, foi
fundamentado sobre o maravilhoso poder dos nomes divinos. Ela deriva-se do fundamento
único de toda mágica, remontando ao passado ancestral. Pasqually também enfatizava a idéia
familiar aos cabalistas de que o nome, acima de tudo, manifesta seu poder quando pronunciado
em voz bem alta. Aqui temos o “modo vibracional de pronunciar nomes divinos”, usado na
Stella Matutina e R.R. ET A.C., uma ordem Martinista, da qual os compromissos nunca deveriam
ser revelados! O poder aumenta muito, como nas conjurações mágicas, ao pronunciar o nome
junto com todos seus correspondentes, como mostrado no livro 777 de Crowley. Ademais, nas
operações dos Coens, com seus diagramas, estimulações, queima de incenso, prostrações,
invocações e conjurações, mostram claramente a que tipo de ritual mágico os discípulos de
Pasqually se devotavam. Encontramos as mesmas operações na Stella Matutina e R.R. ET A.C.
nos dias de hoje.
Citemos Eliphas Levi, outro Martinista tardio, quando ele escreve em sua História da
Mágica:
“Sobretudo, a lei do equilíbrio, em analogia, leva a descoberta do agente universal que era o
Grande Segredo dos alquimistas e magos da Idade Média. Tem sido falado que esse agente é a luz da vida
pela qual os seres animados se tornam magnéticos, sendo que a eletricidade é apenas uma perturbação
transitória. A prática dessa Cabala maravilhosa repousa inteiramente no conhecimento e uso desse
agente. A Prática Mágica abre o Templo Secreto da Natureza a esse poder da vontade humana o qual é
sempre limitado, porém progressivo,”
Finalmente, esses “Superhomens” que controlam por trás das cenas são ao que
parecem, mestres antigos no conhecimento e trabalho dessa Cabala Prática, construída sobre
cultos do passado remoto. Assim, seria correto supor que esses Superhomens são os Judeus, os
trabalhadores mágicos, cabalistas e revolucionários?
PERNETY
“Coisa estranha! A era dos Enciclopedistas e filósofos foi também a era dos profetas e
taumaturgos. Para enfrentar Voltaire, Diderot e D’Alembert, incrédulos e céticos, surge Swendenborg,
Matines de Pasqually, Saint-Martin, Mesmer e Cagliostro, fundadores de grupos místicos dados a todas as
práticas da teurgia, mágica e iluminismo.”
Como disse Bricaud, Dom Pernety, o fundador do grupo de Avignon, nascido na Roanne,
em Forez, 1716, se tornou um Beneditino de Saint-Maur. Enquanto estava na Abadia Saint
Germain-des-Pres, ele encontrou vários livros sobre
Hermetismo e Alquimia, e se deixou inocular com a febre da
era. Por achar a vida monástica intolerável, abandonou-a e
foi para Avignon onde fundou seu Rito Hermético em 1766.
Mais tarde ele vai para Berlim, mas mantém o contato com
seus discípulos. Gradualmente seu hermetismo se deixa
invadir pelo misticismo de Swendenborg e Boehme e ele se
torna vidente e iluminado, tendo por guia o chamado Anjo
Assadai, e recebendo comunicações de um poder invisível
conhecido com Saint-Parole.
SAINT-MARTIN
O Iluminismo Martinista foi fundado, com vimos, por Martines de Pasqually que
ensinava a doutrina da reintegração. Entre 1754 a 1768 ele propagou seus graus superiores
entre as Lojas Maçônicas da França. M. de Maistre escreveu em 1810 que os Martinistas
chamavam seus altos iniciados e sacerdotes pelo nome hebraico de Cohen, e observa que todos
esses grandes iniciados atuaram na revolução, apesar de não a um ponto excessivo. Saint-
Martin, um filósofo desconhecido, era discípulo de Pasqually e posteriormente desenvolveu
bastante o movimento, estabelecendo sua Loja Maçônica dos Cavaleiros da Benevolência em
Lion. De acordo com Louis Blanc:
“O Martinismo fez rápido progresso em Paris e reinou em Avignon. Em Lion teve um centro de
onde irradiou para a Alemanha e Rússia. Implantado na Maçonaria, as novas doutrinas se constituíram em
um rito que se compunha de dez graus... através dos quais os adeptos tinham de passar sucessivamente.
Numerosas escolas foram formadas com o propósito de encontrar a chave para o código místico e
divulgá-la. De um livro chamado Dos Enganos e Verdades, por um Filósofo Desconhecido, surgiu uma
grande quantidade de... esforços que contribuíram para alargar as minas colocadas sob as velhas
instituições.” Ele acrescenta: “Em nome de pio espiritualismo o filósofo desconhecido levantou-se contra
a tolice dos cultos humanos. Pelos caminhos da alegoria ele conduz ao coração do Reino Misterioso que a
humanidade habitou em seu estado primitivo.”
“Mas se, pelo poder do livre arbítrio e das bênçãos do Divino, chegares a contemplar a Verdade
face a face, lembra-te que deves manter silêncio sobre o Mistério no qual penetrou, mesmo que tua
fidelidade te custe a vida. Lembre-se sempre do destino dos Grandes Iniciados que mesmo com as
melhores intenções, tentaram levantar diante da multidão, o sagrado Véu de Ísis.”
Seguem alguns nomes: Jesus, Jacques de Molay, Paracelso, Cazotte, Cagliostro, Saint-
Martin, Wronski, Eliphas Levi, Saint Yves d’Alveydre e centenas de outros. E eles continuam:
“Caso reveles uma mínima coisa das Artes Secretas ou qualquer parte dos mistérios ocultos que
a meditação possa ter revelado a ti, não haverá tortura física que não seja doce, comparada à punição
que tua estupidez acarretará sobre ti.”
Só na Inglaterra, em 1780, ele tinha 20.000 seguidores, que esperavam pela revolução
para derrubar todas as outras crenças. O Deus de Swendenborg seria o único Rei! Em Avignon
ele teve muitos adeptos que se misturaram aos Martinistas, sendo conhecidos como Teosofistas
Iluminados, entre os quais foram encontrados os mesmos votos de uma Revolução anti-social e
anti-religiosa.
“Estar ao mesmo tempo no mundo natural e no mundo espiritual, viver no mundo espiritual e na
sociedade dos homens e se encontrar na sociedade dos anjos, vê-los, falar com eles, mover-se no reino
das substancias espirituais. Isso, sem dúvida, é desconcertante à compreensão materialista dos homens
sábios dos dias atuais.”
TEMPLÁRIOS
“Pela simples atração ao mistério, pelo simples poder da associação, submeter à mesma
vontade, animar com o mesmo sopro milhares de homens em cada país do mundo... fazer desses seres,
novos homens por lenta e gradual educação, transformados, até ao ponto do frenesi ou mesmo até a
morte, obedientes aos Chefes Desconhecidos e invisíveis. Com tal legião secretamente pesando sobre a
Corte, cercando os soberanos, sem o conhecimento direto dos Governantes, e para levar a Europa ao
ponto onde toda a superstição seja aniquilada, todos os monarcas derrubados, todos os privilégios por
nascimento declarados injustos, o direito a propriedade abolido, tal era o plano gigantesco dos
fundadores do Iluminismo.”
“… Voce foi objeto de nossa longa observação e estudo... assim que você tomar posse de suas
novas obrigações voce deixará de pertencer a si mesmo, até sua vida terá se tornado propriedade da
Ordem. Professará a mais absoluta obediência, a completa abnegação de sua vontade, a execução
imediata, sem reflexão, das ordens as quais lhe serão transmitidas por parte do Poder Supremo, esses são
seus principais deveres. As mais terríveis punições estão reservadas para os perjuros... e quem é um
perjuro aos olhos da Ordem? Aquele que mesmo nas coisas mais simples infringe as ordens recebidas de
seu Chefe ou se recusa a executá-las, pois nada é sem importância para a sublime Ordem... Seu trabalho
no futuro será o de formar homens... Voce tem de aprender aqui como os pés e mãos daqueles que
usurpam os direitos dos homens podem ser atados, você tem de aprender a governar os homens e
dominá-los não pelo medo, mas pela virtude (sic). Voce tem de consagrar-se completamente à Ordem a
qual se submeteu para restabelecer o homem à sua dignidade primitiva... O governo Secreto, mas não
menos poderoso, tem de conduzir os outros Governos em direção a esse nobre objetivo sem, entretanto,
permitir que seja percebido, a não ser pelo consentimento universal da sociedade. Existe um considerável
numero de irmãos, estamos espalhados até as terras mais distantes, todos conduzidos por uma força
invisível... se você deseja ser apenas um perjuro e um falso irmão, não se confirme entre nós, você será
amaldiçoado e infeliz, nossa vingança o atingirá aonde quer que vá.”
Se ele hesitava, ele era vendado e levado embora, se ele consentia, tomava as
obrigações e era recebido. Após três anos de estudos e preparações, o grau final de Juiz-
Comandante poderia ser concedido. Ele então tomava uma nova obrigação na qual jurava
trabalhar na propagação da Ordem e na sua segurança, obedecer a seus Superiores
irrestritamente, sendo eles seus conhecidos ou não. Finalmente lhe era dito:
“Voce jura e promete guardar invioláveis os segredos que vou agora confiar-lhe; nunca perdoar
traidores, e submetê-los ao destino que a Ordem reserva para eles... Guardar-se dos excessos do vinho,
da mesa e mulheres, as causas comuns das indiscrições e fraquezas” (no caso, trair os segredos da
Ordem).
“Não se pode mais negar que em tempos anteriores não reconhecíamos mais de cinco graus de
conhecimento. O numero de vinte e cinco e trinta e três que formam o arcabouço da Maçonaria Escocesa
é o resultado do amor às inovações ou produto de elevadas auto-estimas; porque é certo que dos trinta e
três degraus praticados nos dias de hoje, vinte e oito são apócrifos que não merecem qualquer
confiança.”
“As penalidades contra os irmãos que sejam culpados de qualquer ofensa são: reprimenda,
expulsão, e até penas mais graves se o crime comprometer a Sociedade. Sentenças dessa natureza não
podem ser executadas sem a confirmação do julgamento pelo Poder Supremo.”
No discurso final sobre o destino infeliz dos Templários, o Chefe dos Filósofos
Desconhecidos dizia:
“... Como o numero de Templários que escaparam das espadas assassinas das perseguições era
muito pequeno, e para que pudessem vingar esse crime abominável do qual foram vítimas, foi necessário,
para reparar as perdas, que admitissem na Ordem homens de mérito reconhecido que foram procurados
e encontrados entre os Maçons... A iniciação da Ordem foi oferecida e avidamente aceita, e em troca os
Templários foram iniciados nos mistérios Maçônicos.”
Para concluir, damos duas passagens de Le Couteulx de Canteleu, que em seu livro tão
bem documentado se refere aos Templários:
“Longe de mim, certamente, defender os procedimentos cruéis dos quais foram vítimas muitos
membros da Ordem e a tortura aplicada nos interrogatórios. Longe de mim acreditar nos absurdos dos
quais eles eram acusados. Mas em meio a todas essas crueldades e infâmias, a base das acusações eram
verdadeiras. Eles sabiam disso e isso fez com que mais de 300 membros que ainda não tinham sido
submetidos às torturas, admitissem fatos os quais nos parecem tão extraordinários, mas que eram
compreendidos quando se conhecia a fundação de sua doutrina, revivida das iniciações Egípcias e
Hebraicas, e também, suas afiliações aos Maçons do Oriente (os Assassinos), e os vícios que os Grãos
Mestres permitiram ser introduzidos na Ordem, como meio talvez, de aumentar seu poder.”
Ele também considerava como positivo o fato do templário Guillaume de Monthard ter
recebido a iniciação Maçônica do Velho Homem na Montanha, em uma caverna do Líbano, e
que os Assassinos mantinham as crenças Ophitas e eram adoradores da serpente, Baphomet!
Também ele diz que o Papa Clemente V demorou em acreditar nessa heresia formidável:
CAPÍTULO IV
Escrevendo sobre os Iluminatti em seu Ensaio sobre a Seita dos Iluminados, publicado
em 1789, o Maçom de Luchet diz:
“Existe certo número de pessoas que chegaram ao mais alto grau de impostura. Eles conceberam
um projeto para reinar sobre as opiniões, e para conquistar não reinos ou províncias, mas a mente
humana. Esse projeto é gigantesco e tem algo de loucura, o que não causa nem alarme nem incomodo,
mas quando entramos nos detalhes, quando percebemos o que passa diante de nossos olhos, quando
percebemos uma revolução repentina que favorece a ignorância e a incapacidade, e vemos os princípios
escondidos, temos que olhar a causa disso. E quando vemos que um sistema revelado e conhecido explica
todos os fenômenos que se sucedem com rapidez terrível, somos forçados a acreditar!... Observe que os
membros da Confederação Mística são numerosos o bastante, mas não são tantos quanto o numero de
homens que devem enganar... Para compreender essa proporção temos de entender a idéia da força de
homens reunidos (como comandava Mazzini: Associem-se! Associem-se!). Uma linha não consegue
levantar um quilo de peso, mas milhares de linhas podem levantar a ancora de um navio... o homem
também é um ser fraco, imperfeito... mas se misturarmos meias-qualidades dos homens e temperá-los,
eles se fortalecem... o fraco torna-se forte, o mais hábil toma de cada um, o que ele tem a oferecer.
Alguns observam enquanto outros agem, e esse formidável arranjo atinge seu objetivo, qualquer que seja
ele... Foi de acordo com esse preceito que a seita dos Iluminatti foi formada. Ninguém pode, é fato, dizer
quem foram os fundadores ou provar desde quando a seita existe, ou ainda descrever os passos de seu
crescimento, pois sua essência é o segredo. Seus atos ocorrem na escuridão, seus evasivos Grandes
Sacerdotes estão perdidos na multidão. Entretanto, ela penetrou em coisas suficientes para surpreender
e tomar a atenção dos observadores, amigos da humanidade, até encontrar os passos de seus sectários.”
Em 1756 o Barão Ickstatt garantiu uma bolsa de estudos para seu filho Adam, no Colégio
Jesuíta de Ingolstadt, que entrou na Universidade aos quinze anos como estudante de Direito e
também estudou a literatura dos filósofos ateístas da época. Os eleitores da Bavária eram de fé
católica e Ingostadt tornou-se gradualmente uma fortaleza da educação Jesuíta desde 1556 até
que foram suprimidos por Clemente XIV em 1773, mas mesmo assim, pela falta de outros
homens qualificados, eles foram mantidos em suas cadeiras de Teologia. A Universidade de
Ingolstadt e todas as escolas secundárias equivalentes da Bavária estavam nas mãos dos
Jesuítas. Foi em 1775 que Weishaupt, então professor de Lei Canônica em Ingolstadt, “planejou
uma associação na qual ele fosse o lider... a qual se oporia as forças das superstições e mentiras
reunidas nos grupos (religiosos), de forma cada vez mais libre-pensée e progressista.”
Ele diz:
“Além dos Maçons, surgiu uma associação semelhante, a ‘Ordem dos Iluminatti’, cuja intenção
desde seu início era a de uma organização anti-Jesuíta. Seu fundador, Weishaupt, um professor de
Ingolstadt, odiava profundamente os Jesuítas, e formou a liga Iluminatti com a intenção expressa de ‘usar
para bons fins os meios que a ordem Jesuíta empregava para o mal’; esses meios consistiam
principalmente na introdução de um compromisso de obediência incondicional, reminiscente da
Constituição de Loyola; de abrangente vigilância mútua entre os membros da ordem; e um tipo confissão
auricular, que cada membro tinha de fazer a seu superior.”
“É certo que havia Judeus no berço da Maçonaria – judeus cabalistas, como se comprova em
certos ritos; muito provavelmente nos anos que precederam a Revolução Francesa entraram em grande
número nos conselhos da sociedade, e fundaram eles mesmos, sociedades secretas. Havia Judeus em
torno de Weishaupt; e Martinez de Pascaly, um judeu de origem portuguesa, organizou numerosos
grupos de Iluministas na França.”
Em um número de A Velha França, 31 de Março-6 de Abril, 1921, declarou-se que cinco
judeus estavam envolvidos na organização e inspiração dos Iluminatti - Wessely, Moses
Mendelssohn, e os banqueiros Itzig, Friedlander e Meyer. Mais adiante, curiosamente
encontramos que o importante Iluminatus Mirabeau, sob a influência dos discípulos de
Mendelssohn, escreveu o livro Sobre Moses Mendelssohn; sobre a Reforma Política dos Judeus,
1787. A Maçonaria terminou por exercer um papel considerável na Ordem dos Illuminati.
Weishaupt se afiliou a Maçonaria em 1777 e em 1778 decidiu ligar sua Ordem a ela. Nos
Grandes Mistérios dois graus eram extremamente importantes, os de Sacerdote e Regente. “O
Colégio de Sacerdotes deveria constituir um seminário de ateístas... o grau de Regente
correspondia na política ao de Sacerdote na religião.”
“Se voce entende por liberdade política os esquemas dos Iluminatti e da Maçonaria os
quais torturam o Continente incessantemente, através de todas as conspirações obscuras das
sociedades secretas, então eu admito que a Igreja antagonize com tais aspirações de liberdade...
Os poderes civis se separaram da Igreja… A escolha não foi deles; eles foram forçados a isso por
um poder invisível que é anticristão, o qual é o verdadeiro, natural e implacável inimigo da Igreja
Universal visível.”
Em Maria Antonieta e o Complô Maçônico, 1910 Louis Dasté cita uma brochura rara, O
Papel da Maçonaria no Século XVIII, de F. Brunelliere, o qual diz:
Em 26 de Março de 1787:
1. “Alguns documentos originais da Ordem dos Iluminatti foram encontrados na casa de Zwack,
ex Conselheiro Governamental, durante uma busca feita em Landshut em 11 de Outubro de 1786 e
publicados por ordem da Alteza Eleitoral.”
2. “Suplementos aos documentos originais relativos à Seita dos Iluminatti em geral e a seu
fundador Adam Weishaupt em particular, ex-professor em Ingolstadt, documentos encontrados no
Castelo do Barão Bassus em Sandersdorf durante a busca realizada nesse celebrado esconderijo dos
Iluminatti, publicados imediatamente por ordem do Eleitor e depositados nos Arquivos Privados para
serem examinados por todos aquele que o desejem.” (Duas Partes, Munique, 1787)
Foi na loja dos Amigos Reunidos que Mirabeau e Bonneville introduziram os Illuminati
de Weishaupt. Um de seus chefes era o famoso revolucionário Savalette de Langes, Guardião do
Tesouro Real, mas em segredo profundamente envolvido em cada mistério e cada loja, e em
todos os planos contra a religião e a Realeza. Eles se chamavam Philalethes – buscadores da
verdade; era uma forma de Martinismo e, de acordo com Clavel, levava a uma deificação do
homem, sendo uma mistura dos dogmas de Swedenborg e de De Pasqualis. Para encobrir suas
intrigas, Savallete de Langes, de tempos em tempos, permitia o ingresso nas Lojas, de adeptos e
irmãos e irmãs de alto escalão, que dançavam e cantavam igualdade e liberdade, enquanto
desconheciam que na Loja superior estava o comitê secreto, guardado abaixo e acima por dois
irmãos terríveis. Entre os membros principais do comitê estavam Willermoz, Chappe de La
Heuziere, Mirabeau, Conde de Gebelin e Bonneville. Lá, a correspondência codificada do Grande
Oriente era recebida por Savalette de Langes e trabalhada pelo comitê. Para serem admitidos a
esses conselhos, eles tinham de jurar como Cavaleiros do Sol, ódio à Cristandade e como
Cavaleiros Kadosch, ódio à Coroa e ao Papado. Eles tinham um ramo em Paris que era
freqüentado por Saint-Germain, Raymond, Caliostro, Condorcet, Dietrich, os irmãos Avignon e
estudantes de Swedenborg e Saint-Martin. Externamente passavam como charlatães,
visionários, invocadores de espíritos que faziam prodígios, enquanto secretamente buscavam
por cúmplices nas Lojas Maçônicas.
Segundo Mirabeau, o papel do povo na revolução foi assim descrito em suas Memórias
de Marmontel:
“Será que devemos temer a grande parte da nação que não conhece nossos projetos e pode não
se dispor a nos apoiar? Se eles nos desaprovarem será apenas timidamente, sem clamor. Para o resto,
será que a nação sabe o que quer? Nós os faremos querer e dizer o que eles jamais imaginaram...A nação
é um grande rebanho que pensa apenas em pastar e com bons cachorros os pastores o levam a onde
querem… Alguem deve se impor sobre os burgueses que não tem nada a perder mas tudo a ganhar por
sorte. Como motivação existem poderosos razões: pobreza, fome, dinheiro, rumores alarmantes e medo,
o frenezi do terror e a raiva com a qual atacaremos suas mentes... O que faremos com todas essas
pessoas enquanto amordaçamos seus princípios de honestidade e justiça? Homens bons são fracos e
tímidos; os vilões é que são determinados. É vantajoso para as pessoas, durante revoluções, que não
tenham moral... não há um única de nossas velhas virtudes que possa nos servir... Tudo o que é
necessário à revolução, tudo o que é útil a ela é apenas o grande princípio.”
“todas as lojas estão intimadas a unir seus esforços para a manutenção da revolução, buscar por
seguidores, amigos e protetores, para propagar sua chama, atiçar os espíritos, excitar o zelo e ardor por
ela e seu poder, em todos os países e de todas as formas.”
Após receberem o manifesto, idéias anti Monarquistas e Republicanas se tornaram
dominantes em todos os lugares, e idéias anti religiosas foram usadas para minar
nacionalidades. (Deschamps, As Sociedades Secretas e a Sociedade, vol II).
“A rede que Israel lança agora sobre o globo terrestre aumenta e se extende… Nosso poder é
imenso, aprenda a usar esse poder para sua causa. O dia não está longe quando todos os ricos, todos os
tesouros da terra, se tornarão propriedade das crianças de Israel.”
Em seu livro Maria Antonieta e o Complô Maçonico, Louis Daste mostra como a rede se
espalhou antes e depois da Revolução Francesa de 1789. Ele escreve: “De 1774 a 1783 vimos a
Maçonaria cobrir Maria Antonieta incessantemente com a lama de seus panfletos. Chegara a
hora da seita desfechar o golpe com o qual a Rainha morreu.”
Foi o Caso do Colar que foi, de acordo com G. Bord, “organizado pelas Seitas
Observancia Estrita e Amigos Reunidos de Paris.” “O Judeu Cagliostro”, disse o ex Maçon Doinel
33º , “foi o desprezível agente dessa intriga na qual a popularidade da Rainha afundou e o
prestígio do desafortunado Louis XVI foi arruinado. Louis Blanc escreveu, 1848:
Nos selos da Loja fundada por ele em Lion, havia três letras
L.P.D. – Lilia pedibus destrue, pisotear e esmagar os lírios (os
Bourbon). (veja Bernard Picard, ritual, 1809). Essa era então sua
diabólica missão. Assim, quando Caligostro chegou em Estrasburgo,
1781, seu primeiro cuidado foi colocar suas ferramentas em ação. O
Cardeal Príncipe de Rohan, enganado por ele e a Condesa de La
Motte, sua cúmplice, foram apresentados um ao outro, sendo que a
Condesa que se encontrava em situação difícil foi aconselhada pelo
Cardeal a falar diretamente com a Rainha, e ao mesmo tempo, ele
confessou suas ambições e contrariedade em relação a rainha que se
recusava a recebê-lo. À partir disso Mme. de La Motte, fingindo
estar em contato com a Rainha, sob as instruções de Caligostro, agiu como intermediária numa
correspondência forjada,entre a Rainha e o Cardeal. Essa correspondência tratava da
restauração do Cardeal junto aos favores Reais e a realização de suas ambições, mas o que se
intensionava era manchar a reputação e comprometer a Rainha sem que ela soubesse. Nada era
feito sem que Cagliostro fosse consultado. Em Maio, Junho e Julho de 1784, as cartas forjadas se
multiplicaram, escritas por Retaux de Villette e ditadas por Mme. de La Motte. Assim, à meia
noite de 2 de Agosto, aconteceu a suposta entrevista no parque de Versailles ente a Rainha e o
Cardeal. Nicole d’Oliva vestida como a Rainha, assemelhava-se muito a ela, e o cardeal acreditou
ter visto e falado com Maria Antonieta. A seguir duas cartas forjadas pediam a ele que
arranjasse 60.000 livres como presentes para a Rainha, ambas as somas foram emprestadas ao
Cardeal pelo Judeu Cerfberr. O dinheiro foi retido por Mme. de La Motte!
Em Dezembro, após ter entrado em contato com o joalheiro da Corte, Boehmer, que
estava ansioso por vender um colar de diamantes no valor de 18.000 livres, La Motte
demonstrou interesse em comprá-lo da para si mesma. Seguiram-se mais cartas forjadas da
Rainha, junto com um conselho de Cagliostro que reassegurava o Cardeal e então em 1º de
Fevereiro de 1785, as negociações com Boehmer se completaram e o colar foi entregue a Mme.
de La Motte. As finíssimas pedras foram vendidas em Londres por seu marido. Boehmer não
recebeu o primeiro pagamento de 100,00 ecus que deveria acontecer em 30 de Julho e então
percebeu a fraude. A Rainha foi informada de tudo e em Agosto, o Cardeal, Mme. de La Motte e
Cagliostro foram presos, mas não antes de terem queimado a maioria das cartas
comprometedoras. O Rei ofereceu ao Cardeal o cargo de Juiz, mas ele não aceitou. Assim eles
foram julgados pelo Parlamento, que era amplamente Maçonico. O Cardeal e Cagliotro foram
absolvidos, Mme. de La Motte foi condenada a ser banida como ladra, espancada e obrigada a
se calar, mas foi secretamente auxiliada numa fuga.
De Londres ela travou uma campanha para caluniar Maria Antonieta; em 1788 publicou
sua Memória Justificatória, formada, segundo de Nolhac, de raiva e mentiras, arrastando a
Rainha pela lama da infâmia. O livro foi quase compeltamente retocado por M. de Calonne num
ódio fermentado contra a Rainha, a quem ele culpava por seu fracasso como Ministro. Em 1789
apareceu a Segunda Memória Justificatória, novamente atribuída à repudiada Mme. de La
Motte, o qual excedia-se em imundícies e veneno. Aí, seguiu-se uma avalanche de panfletos
indecentes, todos baseados na Memória com o duplo objetivo de vilificar a Rainha e sujar as
mentes com imagens imundas, matando por antecedência a piedade dos corações do povo e
dos carrascos da Rainha – Lilia pedibus destrue. Mas com tudo isso Cagliostro se acabou e o
Poder Secreto, temendo que ele revelasse alguma coisa, o faliu sem misericórdia e forçou-o
assim a deixar Londres. Passou a ser perseguido por toda Europa e foi finalmente preso em
Roma pela Policia Pontificial. Após longo julgamento, anotado em Vie de Joseph Balsaro, 1791,
ele foi condenado a morte, reduzida a prisão perpétua e morreu em 1795. Mme. de La Motte
terminou sua vida em sofrimento terrível e abandonada por todos, em 1791, num sótão
deplorável de Londres. O Poder Secreto não tendo uso para ferramentas quebradas, deixou de
protegê-los.
E a Revolução Portuguesa de 1910 foi trabalho dos Judeus da Aliança Israelita Universal
unida à Maçonaria. Novamente Proudhon escreve:
“Que mistérios de iniqüidade seriam revelados se os Judeus, como os espiões, não fizessem
questão de trabalhar nas sombras.”
“Assim é, portanto,” - escreve Freiherr von Stolzinger, 1930 – “perfeitamente compreensível que
o Judaismo tenha se inclinado para a Livre Maçonaria desde o início, e que, graças a seu incrível poder de
adaptação, se tornou uma influência crescente dentro dela. Dificilmente se erra ao afirmar que a grande
maioria das Lojas hoje estão submetidas à influência Judaica e que elas formam as tropas de assalto
espirituais do Judaismo.”
“Em uma palestra sobre os elementos religiosos da Livre Maçonaria… F. Charles de Gargen
declarou o seguinte: Estou firmemente convencido que chegará o tempo no qual o ateísmo será a opinião
geral da humanidade, e o Deísmo será coisa do passado, assim como os Livres Maçons Deístas estão
acima de qualquer divisão religiosa. Devemos nos colocar acima não apenas de diferentes religiões como
também acima da crença em qualquer Deus.”
A seguir faremos uma breve descrição dos Graus mais importantes da Maçonaria do
Grande Oriente: os graus Maçonaria Azul, Rosa Cruz e Kadosh são praticados na França. Neles
encontramos as mesmas idéias panteístas e naturalistas como expressadas por seu simbolismo.
“A Maçonaria é meramente um culto primitivo, que surge assim que as necessidades básicas do
homem são satisfeitas. Os sacerdotes Brahmas e Egípcios transmitiram esses mistérios a Salomão. Com a
destruição de Jerusalém causada por revoluções, a dispersão do povo Judeu ocasionou também a
dispersão da Maçonaria por toda a Terra.”
“Igualdade e liberdade são direitos essenciais que o homem em sua perfeição primitiva original
recebeu da natureza. O primeiro ataque a essa liberdade foi feito pela propriedade. O primeiro ataque a
liberdade foi feito pelas sociedades políticas ou Governos. As leis civis e religiosas são o esteio do Governo
e da propriedade, assim, para que possamos restabelecer os direitos primitivos à igualdade e liberdade ao
homem, precisamos começar por destruir toda religião, toda sociedade civil e terminar por abolir a
propriedade.”
A isso, Claudio Jannet acrescenta: “Essas poucas linhas indicam a idéia raiz da Maçonaria
e de todas as sociedades secretas; o germe se encontra nos graus simbólicos, é desenvolvido
cientificamente nos graus mais elevados e brutalmente concluído no comunismo da
Internacional e no anarquismo de Bakunin e na democracia Socialista.” E nós acrescentamos,
ainda: no Sistema soviético da Rússia dos dias atuais, na Espanha, na América do Sul e outros
lugares, onde regimes totalitários tentam se implantar.
O Aprendiz então passa livre do Pilar Jakin para o Pilar Boaz, da ciência natural para a
sabedoria, à medida que adentra ao segundo grau, o Artesão, no qual aprenderá a conhecer a
letra G, o Deus da Maçonaria. Falando sobre a consagração do triângulo nas lojas, Ragon
escreve: “No centro há a letra Hebraica Yod, o espírito doador da luz, ou fogo, principio gerador,
representado pela letra G, a inicial da palavra God – Deus nas linguagens do norte, da qual o
significado filosófico é geração.” Ainda, de acordo com Ragon, o grau de Mestre representa
alegoricamente a morte do Deus-Luz, solar, filosófico ou a putrefação, já que a vida cessa, como
na palavra do grau Macbenac – a carne deixa os ossos e dela surge a forma regenerada.
Finalmente, como Ragon explica:
“O triângulo tem sempre significado Deus ou a natureza e as alegorias das verdades, as bases dos
primeiros mistérios, os sucessivos e eternos atos da natureza: 1. Que tudo se forma pela geração; 2. Que a
destruição se segue a geração em todos seus trabalhos; 3. E que a geração restabelece sob outras formas
os atos da destruição.”
Como Gaston Martin nos conta: “Todos os Franco-Maçons das três obediências
pertencem ao que em política se chama “a Esquerda”. Os tons na doutrina não são capazes de
impedir o acordo reinante entre todos os membros. As três obediências são: O Grande Oriente,
a Grande Loja e a Droit Humain.
“Como os três graus da Maçonaria comum (Louis Blanc), incluem um grande número de homens
de posições e princípios opostos à subversão social, os inovadores multiplicaram os degraus da escada
mística a ser subida; eles criaram lojas secretas reservadas para as almas ardentes; eles instituíram graus
elevados de eleitos, cavaleiros do sol, Rosa Cruz, Observancia Estrita, de kadosh ou homem regenerado,
santuários misteriosos nos quais as portas só se abrem após o adepto passar por uma série de testes
calculados para estabelecer o progresso de sua educação revolucionária, para provar a firmeza de sua fé,
para temperar seu coração. Não havia, porém, no meio dessa múltiplas práticas, algumas pueris, algumas
sinistras, nada que se relacionasse as idéias de liberdade ou igualdade” (História da Revolução Francesa).
No grau Rosa Cruz, ao iniciar a Sessão, a loja deve estar envolvida em vermelho, estando
ao Leste um altar triangular com uma das faces voltada para o Oeste. Nesse altar deve estar
uma grande pintura transparente representando o Calvário; duas cruzes dos lados (o bom e o
mal, a luz e as trevas dos Maniqueus), e no centro a rosa entrelaçada em drapeados. Acima dela
a inscrição I.N.R.I. Abaixo, em frente à pintura, pilares quebrados e nessas ruínas estão os
guardiães adormecidos; e no meio de tudo isso um tipo de túmulo do qual a pedra superior está
removida e saindo de dentro dele, um sudário. Quando há uma recepção, tudo isso deve ser
coberto por um pano preto salpicado de lágrimas. Deve haver também três grandes pilares
triangulares sobre os quais repousam as três virtudes: Fé, Esperança e Caridade, ou como Ragon
sugere: ativo, passivo e manifestação do Princípio Criativo.
Na abertura da Loja o “Tres-sage” (muito sábio), está sentado no terceiro dos sete
degraus do altar com cabeça apoiada em sua mão. Após as primeiras ordens ele diz: “Meu
irmão, você me vê sobrecarregado de tristeza; tudo mudou; o véu do templo está rasgado, os
pilares da maçonaria estão quebrados, a pedra cúbica sua sangue e água, o Mundo está
perdido, et consummatum est.” O primeiro e segundo cavaleiros são requisitados e com a ajuda
de outros cavaleiros valorosos, vão até aos pilares procurar pelo Mundo perdido. Então, cada
irmão sussurra no ouvido do outro que o Mundo foi encontrado e prestando homenagem ao
Arquiteto Supremo todos se levantam e se viram para o Leste, fazem um sinal e ajoelham. No
Leste está a Estrela Flamejante, o Delta e a letra G ou J, signo do fogo. A sessão é aberta.
Algumas explicações sobre o simbolismo dadas pelo escritor judeu Ragon, autoridade do
“sagrado” Grande Oriente, em seu Cours philosophique, etc., 1841, são esclarecedoras:
“Três eventos principais chamam a atenção no grau Rosa Cruz: a criação do mundo (geração), o
dilúvio de Noé (destruição), e a redenção da humanidade (regeneração). Essa tripla consideração deveria
estar presente na mente de todos os Maçons, já que essa arte real como nos mistérios ancestrais, tem
como único objetivo o conhecimento da natureza, onde todos nascem, morrem e se regeneram... Essa
regeneração do homem foi e sempre será o trabalho da filosofia praticada nos mistérios... a águia é a
liberdade e a Rosa Cruz, a humanidade simbolizada pelo pelicano...A rosa era também o emblema da
mulher, e a cruz ou falo triplo, simbolizavam a virilidade ou o sol em toda sua força. A combinação desses
dois emblemas oferece mais um significado expressando, como o lingan indiano, a união dos dois sexos,
símbolo da regeneração universal... O Fogo (ou energia vital), está oculto em todos os lugares, envolve
toda a natureza, produz, renova, divide, consome e mantém o corpo todo... o calor e a luz são
modificações do fogo, são a fecundidade, o movimento e a vida, os efeitos das letras I.N.R.I. Essa
combinação formava um significado misterioso desde muito antes da Cristandade e os sábios da
antiguidade uniram a isso um dos grandes segredos da natureza; a regeneração universal.”
E assim se diz: Igne Natura Renovatur Integra – a natureza inteira é renovada pelo fogo.
Por fim, acontece a ceia:
“Todos os ritos místicos da antiguidade se encerravam com a partilha do pão e do vinho bebido
em uma taça comum, para relembrar a comunidade dos bens e que os iniciados não possuíam nada. O
pão e o vinho eram consagrados. Esse alimento místico, que deveria nutrir corpo e alma, era o emblema
da imortalidade.”
Assim conclui-se que o grau Rosa Cruz é uma perversão completa do simbolismo Cristão
e suas crenças sagradas. É um culto da natureza da qual as forças de geração, destruição e
regeneração agem sobre o adepto, sob a máscara da deificação ou do desenvolvimento de
poderes latentes, e que o leva à escravidão do iluminismo, através do qual ele se torna um
instrumento nas mãos dos poderosos e inescrupulosos líderes desconhecidos, que professam
como meta a emancipação da humanidade e através de quem esperam governar o mundo.
GRAU KADOSH
“30º grau, grande inquisidor, grand elu (eleito), cavaleiro Kadosh, também chamado a Águia
Branca e Preta. Apesar do rito Escocês, dizem, nunca conferir esse grau exceto por comunicação, e o fato
dele ocupar no rito ancestral, apenas o trigésimo degrau, ele deve ser considerado como objetivo final do
Rito Escoses, já que é o nec plus ultra da Maçonaria Templária. Nesse grau se comemora a abolição da
Ordem dos templários por Philippe Le Bel e o Papa Clement V, e a punição do primeiro Grão Mestre
Jacques de Molay, que pereceu em chamas em 11 de Março de 1314.”
“Em vão eles repetem, com complacência, que o grau Kadosh da França é apenas filosófico...
Guerra ao trono e ao altar é o grande grito da Ordem. O feroz Nekain Adonai (Senhor da Vingança!)
produziu os Illuminati e os Carbonari. Nas mãos de homens fanáticos, ajudados por circunstâncias
favoráveis, ele traz constantemente resultados similares.”
Ragon escreve:
“O título nec plus ultra (no Kadosh), é usado com razão pois os graus anteriores são apenas
administrativos... o Kadosh não é apenas o Maçom das Lojas, os Maçom das Sessões, mas admitido no
terceiro santuário, é para ele que os dois preceitos da iniciação antiga são endereçados. Entregue-se a
ciência da natureza, estude a política para o bem da humanidade. Penetre nos segredos da religião e das
ciências elevadas, e comunique suas ideais com prudência...”
A seguir Ragon nos conta que existem quarto “salas” no grau Kadosh e que a iniciação
se realiza na quarta. Ele diz: “A palavra hebraica Kadosh significa santo, consagrado, purificado.
Não se deve pensar, porém, que os Cavaleiros da Águia Branca e Preta possuam qualquer
pretensão à santidade, o que eles desejam expressar com essa palavra é que eles são os únicos
eleitos, homens por excelência, purificados de todas as máculas dos preconceitos.”
“Ao alcançar o santuário divino, o candidato aprende sobre os juramentos que ele fará. Nesse
santuário, há uma cruz e uma serpente de três cabeças que usa na primeira cabeça uma coroa, na
segunda uma tiara e na terceira uma espada. Eles entregam ao candidato uma adaga que possui uma
lamina branca e preta. A cruz, segundo Ragon é o fálico Tau. A serpente representa os princípios do mal,
suas três cabeças são emblemáticas dos abusos e do mal que penetrou nas três classes altas da
sociedade. A cabeça que usa a coroa indica as Monarquias, a que usa a tiara indica o Papado e a que usa a
espada, o Exército...”
A adaga Mitraíca ou foice de Saturno, “relembra moralmente ao grande eleito que ele
deve batalhar continuamente na oposição e destruição dos preconceitos, ignorância e
superstição, ou seja, contra o que está sobre as cabeças da serpente.”
Conheçe a ti mesmo, nunca esqueças que não existe nada não possa alcançar, para aquele que
adquire novamente em seus direitos primitivos. Não esqueças que carregas contigo a preciosa corrente
(kundalini), que te permite sair do labirinto das cosias materiais... “Reintegrado hoje (pelo Iluminismo),
em teus direitos naturais (primitivos), observe-se para que estejas sempre livre do fardo dos preconceitos;
aplique-se sem cessar no auxílio à humanidade para que ela também se livre dos preconceitos.” (Ragon,
Willaume and Tessier).
“Entenda que esse grau não é como a assim chamada Maçonaria, uma simulação sem significado
e que nada acrescenta... Agora engajastes no que é real e que demandará de ti o desempenho do dever,
exigirá sacrifício, o exporá ao perigo, e que essa Ordem lida com os assuntos das nações e é uma vez mais
um Poder no mundo.”