Professional Documents
Culture Documents
INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PARAÍBA
1 Objetivos de aprendizagem
Caro estudante,
2 Começando a história
2.1 A Literatura
Ler e analisar documentos podem ser tarefas chatas, mas, nesse caso, são muito
importantes, por isso se torna um desafio... Quem aceita esse desafio?
Figura 1
Na apresentação dos Parâmetros Curriculares
Nacionais do Ensino Médio (2000), na Parte II,
intitulada Linguagens, Códigos e suas Tecnologias,
há a seguinte afirmação: “o documento é de natureza
indicativa e interpretativa, propondo a interatividade,
o diálogo, a construção de significados na, pela e com
a linguagem”, o que já se configura como um convite que será aceito na aula
de hoje, pois tentaremos interpretar, interagir e dialogar com este e outros
documentos, de maneira a construir um sentido para eles no que se refere à
área supracitada, mais especificamente, aos estudos literários. Já começamos a
refletir sobre este e outros documentos na Aula 1 desta disciplina, agora, vamos
analisá-los um pouco mais profundamente.
30
AULA 02
Então, vamos trilhar esse caminho que pode até ter espinhos, mas também
setas que nos ajudarão a tentar encontrar o lugar (se não o de direito, mas, ao
menos, o lugar de fato) da Literatura dentro das nossas escolas e salas de aula?
Para começar, que tal lermos um trecho do PCNEM sobre o ensino de Literatura?
A história da literatura costuma ser o foco da compreensão do
texto: uma história literária que nem sempre corresponde ao
texto que lhe serve de exemplo. O conceito de texto literário
é discutível. Machado de Assis é literatura, Paulo Coelho
não. Por quê? As explicações não fazem sentido ao aluno.
Figuras 2 - 4
3 Tecendo conhecimento
Enfim, a verdade é que não podemos mais adotar essa visão de Literatura e
de ensino de Literatura, bem como subestimar os nossos alunos, oferecendo-
lhes uma escola de segunda mão, que é “adaptada” às suas supostas condições
cognitivas, intelectuais e sociais, o que reforçará a sua exclusão da sociedade
privilegiada sob o disfarce da democratização do ensino e da inclusão social.
3.1 Os PCNEM
34
AULA 02
Na verdade, a Literatura não encontra o seu espaço nos PCNEM e nos seus
antecessores, por isso, ao lê-los, temos a sensação de que os estudos literários são
negligenciados, ou pior, marginalizados por serem concebidos como figurantes
35
De língua portuguesa e literatura brasileira a linguagens, códigos e suas tecnologias: o que
mudou no ensino de literatura?
que podem ser dispensados ou substituídos por outros sem prejuízo para a
formação dos nossos alunos. Aliás, como não há critérios claros para a realização
desses estudos, o texto literário pode ser tratado apenas como mais um texto, um
gênero textual qualquer (o poema de Drummond não foi colocado no mesmo
rol de uma conta telefônica?) que pode ser analisado de qualquer forma, como
se fosse uma “luta de vale tudo”.
Você concorda com tal postura frente ao ensino de Literatura? É hora de refletir
melhor sobre o papel da Literatura na área de Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias!
Exercitando
Escolha um conto de Machado de Assis que você tenha lido e gostado (se você
ainda não leu nada de Machado de Assis, este é o momento de começar), por
exemplo, A Cartomante, e um livro de Paulo Coelho, a exemplo de O Alquimista,
e, depois, em linhas gerais, faça uma análise comparativa das obras, justificando
ou não o fato de a primeira ser considerada Literatura e a segunda não, sendo
classificada como livro de autoajuda.
3.2 PCN+
36
AULA 02
9. Imaginário coletivo
37
De língua portuguesa e literatura brasileira a linguagens, códigos e suas tecnologias: o que
mudou no ensino de literatura?
alunos devem ser motivados para lerem os livros por meio de atividades “que
tenham para os jovens uma finalidade imediata e não necessariamente escolar
por exemplo, que o aluno se reconheça como leitor, ou que veja nisso prazer”.
É necessário que o aluno encontre, na escola,
espaço para compartilhar suas impressões de leitura com
os colegas e com os professores) e que tornem necessárias
as práticas da leitura. Tais atividades evitariam que o jovem
lesse unicamente porque a escola pede – o que é com
freqüência visto como uma obrigação (OCEM, 2010, p. 74).
Exercitando
Seguem os links dos sites nos quais você pode consultar os textos para a realização
da atividade.
40
AULA 02
PCNEM
àà http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf
PCN+
àà http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/linguagens02.pdf
5 Trocando em miúdos
Nesta aula, vimos que a Literatura ainda é negligenciada por documentos oficiais,
como os PCNEM e os PCN+, que a restringem a uma competência da área de
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Embora este último tenha sido criado
para tentar complementar o primeiro, não consegue atingir tal meta em relação
aos estudos literários.
41
De língua portuguesa e literatura brasileira a linguagens, códigos e suas tecnologias: o que
mudou no ensino de literatura?
6 Autoavaliando
42
Referências
AGUIAR, Vera Teixeira de. Que livro indicar – interesses do leitor jovem. Porto
Alegre: Mercado Aberto/ IOEL, 1978.