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PRÁTICAS PSICOSSOCIAIS NAS UNIDADES DE SAÚDE:

REFLEXÕES A PARTIR DA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA

PSYCHOSOCIAL PRACTICES IN THE HEALTH UNITS: REFLECTIONS IN THE FIELD


OF COMMUNITY SOCIAL PSYCHOLOGY

Maria de Fátima Quintal de Freitas 1


Joselene Miriani 2

Resumo

O presente artigo faz uma discussão sobre as relações da prática psicológica em unidades de
saúde e suas relações com a psicologia social comunitária. Analisa as influências do modelo
clínico na prática dos psicólogos no campo da saúde pública, e enfoca os desafios e dificuldades
enfrentados por profissionais que trabalham nas unidades de saúde. São feitas algumas reflexões
sobre as lacunas da formação em psicologia na saúde pública e estabelece relações com as
contribuições da psicologia social comunitária.

Palavras chave: Saúde Pública e Psicologia Social Comunitária; Práticas Psicológicas em


Unidades de Saúde; Psicologia Social Comunitária e Formação em Saúde Pública

Abstract

The present article makes a discussion about relations between psychological practical in health
units and community social psychology. It analyzes the clinical model influence in the
psychologist’s practices in the field of the public health, and focuses the challenges and
difficulties faced for professionals who work in the health units. Some reflections are made
about imperfections during psychology formation process in public health and connect relations
with community social psychology contributions.

Key-words: Health Public and Community Social Psychology; Psychological Practices in the
Health Units; Community Social Psychology and Trainning in the Public Health

1
Dra. em Psicologia Social pela PUC-SP, e Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal do Paraná (UFPR). Contatos: fquintal@terra.com.br
2
Mestre em Psicologia pela UFPR e Professora da Faculdade Ingá (Uningá). Maringá. Paraná. Contatos:
josimiriani@hotmail.com

1
PRÁTICAS PSICOSSOCIAIS NAS UNIDADES DE SAÚDE:
REFLEXÕES A PARTIR DA PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA

As relações entre Psicologia e Saúde Pública passam a se tornar mais visíveis a


partir da década de 90 e, consequentemente, adquirem uma maior importância seja para
uma discussão sobre a formação, seja para as práticas a serem desenvolvidas neste campo.
Presenciamos um movimento de ampliação de várias áreas de atuação, no campo das
Ciências Humanas e Sociais, assim como fortificam-se as demandas da sociedade civil
para com diversos profissionais quanto às suas possibilidades de inserção e atuação.
Assim é que em relação à Psicologia, apresenta-se, paulatinamente, a possibilidade
de um novo campo de trabalho, e de inserção em espaços antes não conhecidos ou
comuns, potencializando assim um processo de aproximação e deselitização da psicologia
para com a maioria da população, ao mudar sua forma de trabalhar, indo de modelos
diádicos e clínicos, para propostas grupais e dentro de uma perspectiva mais social
(Freitas, 1998, 2002) . O presente artigo propõe-se a trazer alguns informes sobre a
prática 3 desenvolvida por psicólogos em unidades de saúde, buscando interfaces disto com
o processo de formação que receberam, com o intuito de serem feitas,aqui, algumas
reflexões sobre este ‘fazer psicossocial em saúde’ a partir da ótica da psicologia social
comunitária.
É a partir dos anos 90 que passamos a ver as relações entre psicologia e saúde
pública tornarem-se objeto de algumas pesquisas visando não só uma análise disto, mas
também o encontro de lacunas que possam ser aprimoradas no processo de formação dos
futuros psicólogos. A atuação dos psicólogos junto á atenção primária em saúde, presente
em vários dos estudos realizados, mostra vários tipos de dificuldades que este profissional
enfrenta (Boarini, 1996; Dimenstein, 1998; Carvalho e Yamamoto, 1999; Batista, 2000;
Joselene, 2005).
Entre elas aparecem a falta de preparo, por parte do profissional, para enfocar e
encaminhar alternativas para os problemas da clientela atendida nas unidades de saúde; ao
enfrentamento de dilemas relativos ao “quê fazer” que vá além de uma proposta clínica; e
3
Parte das informações colhidas sobre a prática nas unidades de saúde deriva de dados obtidos na
Dissertação de Mestrado intitulada: “Práticas Psicológicas em Unidades Básicas de Saúde e Psicologia Social
Comunitária: Desafios e possibilidades” (Programa de Pós-Graduação em Educação, UFPR, 2005), de
Joselene Miriani, sob a orientação de Dra.Maria de Fátima Quintal de Freitas.

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às formas de aproximação e de se fazer entender junto à comunidade em geral, além da
quebra de expectativas quanto a soluções rápidas e mágicas esperadas, junto com os
estereótipos sobre o que faz um psicólogo nesse contexto. De maneira geral, poder-se-ia
dizer que estas dificuldades localizam-se em três grandes eixos: um, situado nas questões
relativas às relações estabelecidas entre o profissional de psicologia e a unidade de saúde,
esta sendo vista como estrutura público-estatal e como receptora de inúmeras demandas da
comunidade; outro, relativo ao trabalho, em si, realizado em termos de metodologias,
encaminhamentos e alternativas encontradas para lidar com esta realidade; e, por fim, um
terceiro eixo relacionado às ligações existentes deste profissional para com a equipe multi-
profissional.

Relação Psicologia e Saúde Pública: desafios e necessidades


Ao longo das inúmeras práticas que vêm sendo desenvolvidas, ligadas às temáticas
relativas ao binômio saúde-doença e suas condições de superação/manutenção, tem se
observado que o trabalho da psicologia, no contexto das unidades de saúde, não tem sido
diferente àquele preconizado nos moldes tradicionais de formação. O que se tem
observado, independentemente de quais sejam os referenciais epistemológicos adotados, é
que a prática da psicologia nas unidades de saúde, de maneira geral, tem se dado dentro do
tradicional modelo clínico. Neste modelo predomina a relação diádica entre o profissional
e o usuário de saúde, tendo matizes fortemente colocados em uma hierarquia de saberes,
ao lado de uma perspectiva de análise em que “algo” parece não ir bem na estrutura
psíquica do indivíduo, quase independentemente das condições reais de vida, que
poderiam tornar esse indivíduo mais suscetível a uma vida saudável, ou ao contrário,
impactada por fatores de adoecimento. Lastimavelmente, esta preocupação para com a
vida concreta das pessoas, considerando-a um elemento crucial na potencialização de
vidas mais saudáveis (ou menos), ainda não faz parte da prática corrente dos profissionais
de psicologia, quando se inserem em outros espaços de atuação distintos dos seus
consultórios particulares (Freitas, 2003).
Esta constatação que, infelizmente, vem persistindo ao longo dos últimos quase 20
anos – a despeito de em meados dos anos 80, como resultado de uma luta do CFP, ter
havido a criação do cargo de psicólogo nos postos de saúde da época (hoje, unidades de

3
saúde) – indica algumas preocupações que parecem-nos necessárias de serem analisadas,
se se pretende uma formação em psicologia que seja comprometida com a realidade
concreta das pessoas, e se se deseja que este campo se junte a outros no sentido de serem
construídas possibilidades de atuação junto aos programas de políticas públicas, que sejam
mais conseqüentes e contemplem propostas de ação comunitária, cujos resultados possam
ser estendidos a todos.
Além disto, através dos inúmeros programas interdisciplinares e de intervenção em
comunidade, pode-se observar, de maneira inconteste, que tem havido um descompasso
entre o psicólogo (sua formação e suas práticas) e as exigências e demandas do serviço
público de saúde. Boarini (1996) aponta que a atividade do psicólogo nesse setor necessita
de uma definição: “... é possível afirmar, sem risco de errar, que a intervenção do
psicólogo no nível primário da saúde publica, ainda, busca (por) uma definição” (p.104-
105).
Quando se discute a relação da psicologia com a saúde pública, a questão da
formação profissional do psicólogo aparece como um aspecto importante a ser
considerado, em especial porque diante das dificuldades e desafios sobre o que fazer em
relação aos usuários, no contexto da saúde, é isto que surge como objeto de análise e
avaliação.
Ao longo dos anos de formação, a atividade clínica foi privilegiada e aparece
evidenciada na prática dos psicólogos nas unidades de saúde. Obviamente se isto tem este
destaque é, no mínimo, porque tal ênfase também foi dada durante os cursos de formação,
que enfatizaram um processo de qualificação dos futuros psicólogos baseado na formação
clínica tradicional, enfocando os aspectos do indivíduo no âmbito psicológico. Entretanto,
o que as diversas práticas têm revelado é que tal formação, em si, não tem sido suficiente
para o enfrentamento dos desafios e das dificuldades nesse campo de atuação em saúde,
numa perspectiva da saúde pública e comunitária.

Sobre o Movimento da Psicologia em Direção ao Campo da Saúde: um breve


resgate
A orientação clínica caracterizou a atividade da psicologia desde sua formação até
os dias de hoje, contribuindo para a construção de uma profissão dentro desta expectativa
de atuação e, consequentemente, consolidando modelos individuais e psicologizantes de

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prática e os efeitos desse tipo de orientação para a psicologia enquanto profissão. Este foi
já o primeiro informe de relevância a respeito da profissão desde os seus primórdios, no
Brasil, nos anos 70. A primeira pesquisa realizada no Brasil sobre as relações entre
Psicologia e Profissão foi a da Profa. Dra. Sylvia Leser de Mello, da USP-SP, em 1975.
Esta investigação foi desenvolvida em 1970, junto a psicólogos(as) que haviam se
graduado até essa data. A análise dos dados obtidos trouxe, já àquela época, reflexões
importantes sobre a prática e o perfil do profissional que estava sendo formado, mostrando
a grande ênfase que já iniciava sua trajetória hegemônica no campo da orientação clínica e
individual, privilegiando os trabalhos desenvolvidos em consultórios ou clínicas
psicológicas (Mello, 1975). Segundo Mello (1975), nessa época, um pouco mais de 10
anos após a regulamentação da profissão de psicólogo no Brasil, 52% dos psicólogos
tinham na clínica a atividade principal de sua profissão, entendendo-se clínica, como
descrito pela autora, aquelas atividades desenvolvidas em consultório particular e dirigidas
a uma pequena parcela da população.
Deriva-se, daí, também que esta parcela deveria possuir um razoável poder
aquisitivo a fim de poder pagar pelos serviços prestados por este profissional. Desta
maneira, a maioria da população já estaria excluída desta possibilidade de atendimento ou
prática, em especial naquela ocasião, quando não havia ainda o serviço do psicólogo nas
unidades e postos de saúde pública, portanto, gratuitos à população. Outra informação
importante nesta pesquisa relaciona-se ao fato de que havia uma preferência explícita, por
parte do profissional de psicologia, para o desenvolvimento de suas atividades de forma
autônoma, consolidando-se assim o modelo do profissional liberal. Além disto, nesta
ocasião, como ainda o mercado de trabalho era incipiente para este tipo de profissional,
havia a possibilidade dos psicólogos poderem manter mais de uma ocupação dentro de sua
profissão, atuando em vários espaços, como clínicas, organizações e outros. Entretanto, já
naquela ocasião, a investigadora responsável por este levantamento importante sobre a
profissão, alertava que este destaque e privilégio da clínica como forma de atuação, e dos
vários espaços de trabalho como possibilidades de ampliação da prática e dos ganhos
seriam transitórios.
A meados dos anos 70, já havendo um aumento na abertura de vários cursos de
psicologia, acompanhado pelo aumento dos profissionais no mercado assim como por

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novas demandas e a busca por outros tipos de atuação, constituir-se-iam em fatores
responsáveis para esta transitoriedade da prática clínica, abrindo-se possibilidades para
uma certa institucionalização do trabalho desse profissional. Hoje, pode-se dizer que parte
desta previsão aconteceu, ou seja, que houve uma certa transitoriedade da clínica apenas
na sua faceta de ser realizada nos consultórios, mas quanto ao modelo clínico verifica-se
que é ainda predominante. Assim, pode-se ainda afirmar que continua a haver a
hegemonia das práticas clínicas, somente que hoje elas acontecem não mais se
restringindo a um único espaço, e sim em lugares antes inimagináveis para aquele modelo
que predominava nos anos 60 e 70 (Freitas, 2005).
Isto em parte aconteceu porque, de um lado, este profissional não sobrevive mais
como autônomo, dependendo de algum tipo de vinculação, seja formal ou informal, em
cargos públicos ou em atividades ligadas a ONGs nos campos da saúde, educação e
políticas afirmativas. Por outro lado, revela, também, que os cursos de psicologia
continuam com os mesmos modelos tradicionais e dominantes na formação principal dos
futuros psicólogos.
Quando a profissão completa 25 anos de existência no Brasil, o Conselho Federal
de Psicologia (CFP) realiza um grande levantamento acerca das atividades do psicólogo
no país, revelando um quadro que se modifica a respeito da inserção profissional do
psicólogo (CFP, 1988). Apesar de algumas inovações, a distribuição geral dos psicólogos,
por área de atuação, não se difere muito daquele apontado na primeira investigação, nos
idos dos anos 70. A clínica aparece em primeiro lugar, sendo considerada por Bastos
(1988) como um modelo hegemônico de atuação dentro da psicologia. É apontada a falta
de adequação desse modelo tradicional de atuação – clínico e no nível individual – à nossa
realidade nacional, em termos do seu distanciamento dos problemas vividos pela
população.
Já a partir dos anos 80 delineia-se um novo panorama para a Psicologia
como profissão no país. A atividade clínica tradicional - realizada no consultório e voltada
a uma pequena parcela da população - não apresenta mais uma demanda suficiente para
inserir no mercado o contingente de profissionais que oferecem seu trabalho nessa área.
A grave crise econômica, vivida há alguns anos no país, traz repercussões para as
possibilidades de absorção pelo mercado dos novos contingentes de profissionais, além

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dos altos índices de desemprego e sub-emprego, gerando redução qualitativa e quantitativa
nos padrões de vida da maioria da população. A profissão de psicólogo também é afetada,
reduzem-se as chances de sobreviver como profissional liberal:“A situação de crise
econômica é um poderoso condicionante externo, também, para o segmento autônomo da
categoria, ao pauperizar a classe média, reduzindo o seu poder de acesso aos serviços
psicológicos” (Bastos, 1990, p. 39).
Ao lado disto, no campo da saúde pública o psicólogo – já como cargo
reconhecido nas unidades de saúde desde 1985 - passa a integrar as equipes de saúde. A
inserção do psicólogo nas equipes de saúde é decorrente dos esforços de dois movimentos
no campo da saúde: a Reforma Sanitária e a Reforma Psiquiátrica. Estes movimentos
buscavam uma mudança na perspectiva de assistência à saúde, saindo de uma lógica
curativa e individual e indo para referenciais pautados em uma visão de saúde mais
coletiva. Além dos movimentos citados houve também as reivindicações do CFP e dos
Conselhos Regionais de psicologia para a criação do cargo de psicólogo na saúde pública,
cuja implantação vai acontecendo em tempos diferentes de estado para estado e região.
(Dimenstein, 1998).
Este é um movimento que tem seus correlatos ao mesmo processo que já vinha
acontecendo no campo da Psicologia Social Comunitária (PSC). O que se passa na PSC é
um movimento de buscar outras alternativas de atuação e inserção para o psicólogo, a fim
de que possa estar mais próximo da realidade concreta da população, realizando trabalhos
dentro de uma perspectiva que não fosse nem a-histórica e nem psicologizante e que
pudesse, enfim, colocar sua profissão a serviço da sociedade e da comunidade,
comprometendo-se com a superação dos fatores de exclusão, opressão e marginalização
nos quais a maioria das pessoas viviam (Freitas, 1998). A questão da insuficiência dos
modelos e concepções tradicionais, para lidar e enfrentar os problemas reais da população,
coloca-se como primordial para a Psicologia Social Comunitária, e inicia-se na mesma
direção, ao final dos anos 80 e mais fortemente quase uma década depois, para os
trabalhos da psicologia no campo da saúde, em especial os da saúde pública e comunitária.
É para isto que as dificuldades da prática dos profissionais neste campo apontam. Assim,
considerando as dificuldades encontradas pelos psicólogos quando atuam no contexto da
saúde pública e a íntima relação de tais dificuldades com a formação profissional,

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pretendemos discutir esta problemática a partir do que os profissionais que estão fazendo
em seus trabalhos nas Unidades Básicas de Saúde.

Sobre a Prática dos(as) Psicólogos(as) nas Unidades Básicas de Saúde(UBS)


Foram levantadas informações, através de entrevistas semi-estruturadas, realizadas
junto a psicólogas (em um total de oito) que atuavam em unidades de saúde básica, no
interior do Estado do Paraná. Parte destas informações estão apresentadas, aqui, em
especial no que se refere ao trabalho realizado e às dificuldades enfrentadas, assim como
às possibilidades de resolução.

Conhecendo estes profissionais e dando voz às suas dificuldades


Todas as entrevistadas fizeram sua graduação em instituições públicas de renome
nacional, sendo a quase totalidade (sete) em universidade pública do próprio estado e
região. Além disto, todas relatam terem continuado parte de seus estudos, fazendo algum
tipo de curso de especialização em sua região ou estado e distribuídas da seguinte maneira:
em Saúde Mental (quatro); na área de Educação ou Psicopedagogia (três); em Formação
em Psicanálise (três); em Psicoterapia Infantil (uma). Há ainda uma entrevistada que fez
um Aperfeiçoamento em Saúde Mental pela Fiocruz. Em todos os cursos indicados e
através de observações das próprias participantes verifica-se que há um predomínio, ou
uma forte influência, da Psicanálise como eixo central de abordagem, formação e
preparação para a prática nos campos nos quais são tratados os temas dos cursos em
questão. Em alguns deles além da influência psicanalítica, aparecem outros conteúdos e
recortes epistemológicos que parecem permitir uma abrangência maior, como é o caso do
curso de Saúde Mental, que contemplou também a discussão sobre a Luta Antimanicomial
e a atuação do psicólogo nas UBS. Apenas nos cursos ligados ao campo da Educação é
que o referencial psicanalítico apareceu apenas como vertente secundária, não deixando de
ser considerado.
No grupo de entrevistadas pode-se dizer haver dois grupos no quesito tempo de
formação: há um grupo em que o tempo é superior a 14 anos, e no outro, as profissionais
se localizam em terem entre 4 e 5 anos de formadas. Quanto às práticas já desenvolvidas,
anteriormente, antes do ingresso nas UBS, as entrevistadas indicaram uma variedade de

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trabalhos e atuações que se distribuíram da seguinte maneira: a maioria já trabalhou em
clínica particular (seis); três em trabalhos na área organizacional; duas com trabalhos na
área da educação; duas com trabalhos na área social de prefeituras; uma trabalhando com a
psicologia do esporte; e uma com “menores infratores” (expressão utilizada pela
entrevistada).
As práticas realizadas junto às UBS não se apresentam como exclusivas para todas,
havendo metade das profissionais que desempenham outras atividades para além das UBS.
Entre estas outras atividades encontra-se, para todas, a prática de consultório em clínica
particular como importante, e uma delas ainda atua também no Conselho Tutelar de sua
região.
Quanto às contribuições do processo formativo pelo qual passaram, sete das
entrevistadas apontam ter havido várias contribuições. Entre estas contribuições,
importantes para o trabalho que realizam hoje, encontram-se, fundamentalmente, os
estágios realizados nas unidades ou postos de saúde, empregando os Grupos Operativos e
estudando as teorias que foram abordadas (três entrevistadas). Depois, outras
contribuições da formação recebida são indicadas pelas psicólogas como se relacionando
às atitudes do profissional, no sentido deste ter uma “visão crítica e social do homem” e
de despertar a consciência da “necessidade de estar sempre estudando”. Uma das
entrevistadas diz que não houve contribuição da sua formação para estar atuando hoje
nesta área das UBS. O relato desta entrevistada é contundente no sentido de afirmar que o
que faz hoje foi aprendido no dia a dia, e que os conhecimentos que recebeu em sua
formação são muito distantes da realidade com a qual trabalha e enfrenta as dificuldades
cotidianas.
Já em relação à formação, naquilo que pode ter ficado aquém ou não ter
preenchido em termos de necessidades, ao focalizar o trabalho atual, todas as entrevistadas
apontam deficiências ou lacunas. A principal delas refere-se ao caráter específico e restrito
da formação, que não permitiu um conhecimento ampliado, assim como não levou a uma
compreensão mais generalista sobre os acontecimentos e fenômenos psicológicos, assim
como não dá acesso a outras áreas de atuação da psicologia, para além das tradicionais que
viram em seus cursos, de tal modo que, por exemplo, o campo da psicologia social

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comunitário é algo desconhecido e novo, e que não foi tratado ou estudado em seus cursos,
mesmo para as mais novas de formação.
Ainda outras lacunas são indicadas pelas psicólogas e que têm algum peso no
desenvolvimento de seu trabalho. Entre tais deficiências ou lacunas encontram-se: a falta
de discussão e estudo de conteúdos relativos às patologias e à Luta Antimanicomial; como
fazer um psicodiagnóstico; e conteúdos sobre trabalhar com grupos e com equipes
multiprofissionais. As razões para tais deficiências, em parte, são indicadas como se
devendo a aspectos individuais, ligados à falta de maturidade do estudante e à necessidade
do profissional de ir em busca daquilo que faltou.

Sobre as Atividades
Várias são as atividades descritas pelas entrevistadas identificadas como:
atendimento individual, visita domiciliar, realização de grupo de gestantes,
reunião/orientação em equipes do PSF (Programa Saúde da Família) ou somente com os
ACSs (Agentes Comunitários de Saúde), reunião de colegiado ou com a equipe geral da
Unidade, realização de grupo de adolescentes, grupo ou acompanhamento a pacientes
egressos de hospital psiquiátrico, grupos de artesanato, grupo de crianças, grupo de
cuidadores de acamados, e grupo de familiares de alcoolistas.
Os atendimentos individuais acontecem dentro dos padrões psicoterápicos
tradicionais, seguindo a formação recebida em sua graduação. As visitas domiciliares
acontecem quando realizadas dentro da programação dos trabalhos desenvolvidos pelas
equipes do PSF. Ainda quanto às atividades realizadas na equipe de PSF, há a informação
de se caracterizar por atividades de orientação e treinamento aos agentes comunitários de
saúde. Vários são os trabalhos de grupo indicados pelas psicólogas, referindo-se a
atividades, situações e pessoas distintas. Assim, por exemplo, os grupos de artesanato, em
geral, não são coordenados pela psicóloga, mas sim pelas Agentes Comunitárias de Saúde,
tendo apenas o acompanhamento daquela profissional. Já os trabalhos realizados junto aos
grupos de gestante têm um caráter informativo, fornecendo alguns conhecimentos
importantes às mulheres nas reuniões grupais. O trabalho com pacientes egressos do
hospital psiquiátrico aparece em apenas uma UBS e é realizado com atividades artísticas e
dentro da perspectiva do que é denominado de trabalho de inclusão social.

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No trabalho desenvolvido, de acordo com o relato das entrevistadas, verifica-se
haver um predomínio do emprego do referencial psicanalítico, em especial para as
atividades de atendimento individual e psicoterápico. Este embasamento está presente e
tem certa prevalência na formação destes profissionais, revelando o que a história de
construção da profissão, no sul do país indica. Em outras palavras, houve uma forte
migração de psicólogos latinos durante o período da repressão na Argentina e Chile, nas
décadas de 60 a 80, com formação psicanalítica, e que se instalaram nas cidades e capitais
da região sul e promoveram seus círculos de formação em psicanálise. No relato destas
profissionais sobre as razões de empregarem este referencial em sua prática na saúde nas
unidades básicas, apontam o fato de que este foi o único que conheceram, em sua trajetória
na graduação ou como profissionais. Assim sendo, as estratégias e recursos utilizados são
os tradicionais e de uso clínico, como a psicoterapia breve de orientação psicanalítica, seja
no atendimento individual e em grupo, o uso de testes psicológicos e a realização de
grupos operativos.
Apesar desta forte influência, algumas delas indicam tentar modificar suas práticas,
buscando sair dos caminhos tradicionais da psicologia clínica, mas não apontam
claramente como isto acontece, ou que recursos acabam utilizando. Algumas das
psicólogas dizem usar um “modo diferente de lidar com o sofrimento humano, com mais
acolhimento”; ou em outros momentos reconhecem a necessidade da busca de caminhos
alternativos. Estas profissionais são as que têm mais de 15 anos de formação e que fizeram
curso de especialização em saúde mental e em educação. Isto parece indicar que os
intentos de sair dos modelos tradicionais aparece para profissionais que tiveram mais
situações nas quais se defrontaram com vários problemas e dificuldades, decorrente do seu
tempo maior de trabalho; e também são profissionais que tiveram, de algum modo, algum
contato fora do campo específico da psicanálise e psicologia, derivado dos cursos de
especialização nas áreas correlatas, o que pode lhes ocasionar outros questionamentos e
possibilidades.
Apesar de trabalharem em unidades de saúde e nas propostas de saúde pública, em
que há a prescrição dos chamados trabalhos em equipe, as psicólogas relatam que essa
prática interdisciplinar e em equipe não vem acontecendo de maneira adequada. Apontam
alguns fatores que mostram como os diversos profissionais compreendem e percebem esse

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tipo de trabalho. Algumas relatam que a prática em equipe acontece quando há a
necessidade de alguma situação ser discutida por vários profissionais em um espaço
comum. Os motivos para a não realização deste tipo de trabalho, vão desde aspectos
individuais, como a “natureza egoísta do ser humano”, passando por fatores ligados à
formação profissional, até a atribuição de razões externas como a sobrecarga de trabalho
da equipe e a indefinição quanto aos modelos atenção à saúde a serem adotados na rede
pública, deixando os profissionais sem uma diretriz clara sobre o quê fazer e os
procedimentos de trabalho conjunto a serem realizados.
Aparece como maior dificuldade, apontada por estas profissionais em seu cotidiano
de trabalho, a sobrecarga de atividades e a constante solicitação para que desenvolvam
outros trabalhos dentro da sua UBS. São indicados também como dificuldade, para a
realização de suas atividades, a falta de capacitação técnica e a falta de recursos materiais,
ao lado de não saber como lidar com a condição social do usuário da UBS, cuja condição
social, de moradia e de vida, muitas vezes é de pouco conhecimento dos profissionais
dentro da unidade de saúde.
As psicólogas relatam que os usuários apresentam problemas de moradia, falta de
emprego, aposentadoria, falta de perspectiva com os quais estas profissionais dizem
sentirem-se impotentes. Relatam, também, dificuldades quanto à falta de recursos
materiais para trabalhar com os grupos, como o de artesanato, por exemplo. Ainda
apontam a sobrecarga da equipe de trabalho, o pouco ou inexistente tempo para discutir e
refletir sobre as ações, impedindo que haja um trabalho, de fato, em equipe. Outras, ainda,
apontam a dificuldade para fazer trabalhos dentro das expectativas do que seria um
trabalho em uma equipe de saúde da família, pelo fato de pouco conhecerem tanto o
campo, como as atribuições específicas nesse tipo de atividade. Dessa forma, acabam se
restringindo ao atendimento individual, e com aquilo que aprenderam, ou seja, o recorte
clínico.
Neste contexto, vale aqui destacar a crítica feita por uma profissional que aponta a
restrição e a inadequação do modelo de atendimento clínico, como a psicoterapia breve,
para o tipo de vida e problemática dos usuários, seja porque há um alto comprometimento
dos pacientes, seja porque o profissional pouco conhece esta realidade.

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Para o enfrentamento destas dificuldades e impasses apontam algumas estratégias
como: dividir as tarefas com a equipe de trabalho procurando discutir as alternativas de
ação; racionalizar seu trabalho, não respondendo a todas as solicitações feitas e se
limitando a realizar aquilo que é possível; buscar solução nas habilidades pessoais que
possui, do como por exemplo ser mais atenciosa e compreensiva com o paciente; e em
alguns casos, buscar saídas individuais como ir fazer a sua psicoterapia.
Assim, o que se verifica é que as psicólogas tentam resolver suas dificuldades,
buscando adequações técnicas como: uma melhor triagem, avaliação da motivação para o
tratamento, ser mais compreensiva para com o paciente, e até dar retorno pelo telefone aos
pacientes. Outra saída relatada diz respeito à divisão das tarefas com a equipe da Unidade
de Saúde. As psicólogas entrevistadas dizem que conversam com a equipe explicam o que
é possível fazer e o que não é, mas que em última instância o que conseguem, mesmo,
fazer é desenvolver atendimentos individuais. Outras ainda indicam buscar na sua própria
terapia e procura da supervisão de casos com outros profissionais, uma alternativa para a
resolução dos problemas que enfrentam em seu trabalho, mas que isto lhes produz um
gasto muito alto e nem sempre conseguem arcar com este ônus.

Tecendo Algumas Considerações


Apesar de observarmos um certo “desbravamento” na realização dos trabalhos, em
termos de descobrirem caminhos, já que parece que a sua formação pouco contribuiu para
irem além dos modelos tradicionais, todas as entrevistadas apontaram dois aspectos
importantes. Um deles refere-se ao fato de considerarem a ajuda ao usuário como a maior
contribuição de seu trabalho, enfatizando, de novo, a perspectiva clínica e psicoterápica.
Decorre daqui, a explicitação de um certo distanciamento e desconhecimento para com as
condições concretas de vida deste usuário, ao mesmo tempo que revela uma formação
recebida em termos de desconsiderar os aspectos históricos e sociais da produção do
fenômeno psicológico (Martín-Baró, 1987). O segundo aspecto refere-se ao fato de todas,
de maneiras e intensidades diferentes, revelarem estar satisfeitas com o trabalho que
realizam, seja pelo fato de poderem atender as pessoas, seja por terem agora um contato
maior com esta realidade, seja por se sentirem fazendo algo para este tipo de população,
ou por colocarem a psicologia mais próxima e conhecida a esta realidade. Motivações e

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satisfações desta natureza parecem se manter presentes nos trabalhos que aproximam o
profissional da realidade concreta da população e tem se mostrado freqüentes em trabalhos
anteriores (Freitas, 2002). As mudanças indicadas como desejadas em seus trabalhos
referem-se ou a aspectos materiais e de recursos, ou algum aspecto pontual relativo à
condição do usuário.
O que as entrevistas revelaram – repetindo achados anteriores (Silva,1992;
Yamamoto,2000) - é que a prática do psicólogo, no campo da saúde pública, tem
permanecido como uma extensão da clínica tradicional. Ao lado disto, tem havido um
movimento de considerar e analisar as relações entre a saúde e as condições concretas de
existência das pessoas. Isto exige que os profissionais envolvidos neste campo devam ter,
agora, uma formação muito mais generalista do que anteriormente, aliando seus
conhecimentos específicos a esta análise mais crítica e histórica. Em outras palavras, no
contexto contemporâneo das políticas públicas, não faz mais sentido haver profissionais
que pouco conheçam e compreendam os determinantes sócio-históricos dos fenômenos
com os quais trabalham, sejam eles médicos, enfermeiros, assistentes sociais,
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais ou psicólogos. Infelizmente, nem sempre tem sido
esta a preocupação da psicologia, no processo de formação de seus profissionais, mesmo
que nos últimos anos tenha se ampliado um discurso de comprometimento com as
questões sociais. Isto em parte porque os cursos ainda permanecem, em sua essência,
ancorados em visões tradicionais e com uma compreensão do fenômeno psicológico ainda
distante da realidade sócio-histórico que o constitui.
Os pressupostos presentes na atividade vinculada à chamada saúde pública implica
ao menos em dois aspectos importantes: um, relativo à perspectiva coletiva, grupal e social
da ação em saúde dirigida ao usuário, assim como à ênfase dada às relações travadas nos
contextos concretos de vida das pessoas, sejam trabalho, comunidade ou escola; outro,
uma preocupação para com a prevenção e promoção de saúde, antagonizando-se assim à
prática clínica individual cujo eixo principal localizou-se, em sua história, na atividade de
caráter curativo (Silva, 1992).
O relato das psicólogas entrevistadas, aqui apresentado, mostra que, estes dois
aspectos, infelizmente, ainda não são contemplados em sua prática profissional dentro das
unidades de saúde. Verifica-se uma atuação psicológica ainda caracterizada pela atividade

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clínica tradicional, embora algumas tentem caminhos alternativos à prática tradicional que
resultam em trabalhos inespecíficos e inseguros quanto aos seus objetivos.
Isto nos faz, então, pensar no tipo de formação que sempre privilegiou um modelo
individual, clínico e de caráter predominantemente curativo.
Neste momento, pode-se então indagar sobre que aspectos estariam faltando a este
tipo de prática, dentro de uma perspectiva da saúde pública. Em outras palavras, que
desafios e que lacunas os psicólogos enfrentam no cotidiano de seus trabalhos nas
unidades de saúde, cujo usuário é um forte representante da maioria da população
brasileira?
Este movimento de tentativa de aproximação da psicologia à maioria da população,
à sua realidade e vida, é um movimento que iniciou-se já nos anos 60, quando o gérmen
daquilo que mais tarde iríamos conhecer como sendo a psicologia social comunitária, era
lançado, através de tentativas de levar a psicologia para as comunidades, favelas, cortiços
e bairros populares. Isto acontecia seja em São Paulo, no Rio de Janeiro, Porto Alegre,
Recife (Freitas, 2002). Nesta época, na zona leste da cidade de São Paulo, inicia-se o
movimento de saúde numa perspectiva coletiva e participativa, o que mais tarde daria já as
bases para os vários movimentos de saúde e moradia que iriam gestar a reforma na saúde
pública. Nesta época, também havia psicólogos, ao lado de outros profissionais, buscando
uma maneira - coletiva, em equipe e participativa - de trabalhar e colocar-se ao lado da
população na defesa de seus direitos, incluindo-se aí o direito à vida e à saúde. Os germens
de uma prática social e comunitária para qualquer profissional estavam lançados no início
destes trabalhos. Alguns derivaram em projetos ou programas comunitários, ao lado de
vários movimentos populares. Outros permaneceram dentro do campo da saúde, sendo que
nas outras profissões a discussão sobre saúde pública e comunitária aconteceu antes ao do
campo da psicologia, que foi ainda resistindo dentro do modelo clínico e individual.
Hoje, diante do quadro que temos presenciado, ao lado da continuidade, ainda, em
vários centros de formação de novos psicólogos numa perspectiva tradicionalmente clínica
curativa, cabe perguntar sobre as relações entre a saúde pública e as práticas dos
psicólogos.
Uma consideração a ser feita aqui é aquela referida a se é ou não necessária esta
relação. Ou seja, devemos formar profissionais dirigidos a uma atuação em saúde pública?

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Embora possa ser estranho duvidar desta pertinência, isto tem por objetivo explicitar o
compromisso que temos quanto ao papel social e político que todo e qualquer profissional
tem diante de sua gente e país. Assim, se a maioria da população somente tem acesso aos
serviços dentro de uma estrutura de serviços públicos, também os psicólogos deveriam ser
preparados para isto. Isto, por sua vez, exige que haja esta formação e, mais do que isto,
uma formação que coloque frequentemente o profissional em contato com a realidade
concreta da população. Ou seja, que conhecimentos possui o profissional sobre o tipo de
vida, moradia, família e condições de sobrevivência do seu usuário da unidade de saúde?
E como isto afeta o trabalho que realiza?
È dentro desta preocupação que os trabalhos da Psicologia Social Comunitária
podem trazer algumas contribuições, dirigidas á inserção, envolvimento e atuação que o
psicólogo comunitário deve ter para com a vida concreta das pessoas com as quais
trabalha. Isto, por sua vez, exige que possua, aprimore e desenvolva alguns domínios e
habilidades que situam-se no campo da investigação-participante e das análises das
necessidades vividas pelas pessoas, utilizando os marcos teórico-conceituais derivados da
construção psicososcial do homem em sua vida concreta.
Assim, dentro da perspectiva dos trabalhos da psicologia social comunitária e
visando uma formação e preparação destes profissionais para o campo da saúde pública,
acredita-se que alguns desafios deveriam ser enfrentados, na medida em que se pudesse
responder adequadamente alguns questionamentos relativos a: a) como analisar as
relações interpessoais dentro da dinâmica comunitária e da relação profissional e usuário
de saúde; que instrumentos para conhecer e avaliar as condições de vida destes usuários e
como isto pode afetar, explicita ou implicitamente, as crenças numa condição de vida mais
saudável ou não; b)] como avaliar as necessidades vividas pelas pessoas e que lugar, no
leque das necessidades sentidas, isto tem de tal modo que possa afetar o grau de adesão às
propostas de promoção e prevenção da saúde; e c) como estabelecer uma relação
horizontal, e partícipe entre os diferentes profissionais da equipe de trabalho, contribuindo
para que possam criar formas de avaliação do impacto de seu trabalho, seja na perspectiva
interna ou externa.

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