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Agripino Alexandre
Direito Empresarial
SUMÁRIO: 1 Fundamentos do direito empresarial. 1.1 Teoria da empresa. 1.2 Empresário: conceito,
caracterização, inscrição, capacidade; empresário individual; pequeno empresário. 1.3 Lei Complementar
nº 123/2006 e suas alterações (microempresa e empresa de pequeno porte) e suas alterações. 1.4 Pre-
postos do empresário. 1.5 Institutos complementares: nome empresarial, estabelecimento empresarial,
escrituração.
O Direito Empresarial é o ramo do direito que tem por objeto a regulamentação da ati-
vidade econômica organizada para fins de circulação de bens e serviços.
Engloba não só a atuação do comerciante de forma individual ou em sociedade (Direito
Comercial e Direito Societário), mas também os contratos e subcontratos decorrentes da
prestação de serviços (Direito Contratual Empresarial e Prestação de Serviços), os Títulos de
Crédito (Direito Cambial), a Propriedade e Atividade Industrial e o Agronegócio, e, por fim,
a Recuperação e a Liquidação Judicial e Extrajudicial (Direito Falimentar).
Começando por uma rápida abordagem do histórico desse ramo do Direito, convém
salientar que desde a Antiguidade são regulamentadas algumas atividades comerciais do
ser humano, partindo-se do primitivo contrato de troca ou permuta (escambo) ao surgi-
mento das primeiras moedas, inaugurando o contrato de compra e venda.
A doutrina compreende, porém, que o Direito do Comércio tem início, de forma autô-
noma, a partir da intensificação das atividades comerciais em meados da Idade Média, pas-
sando por três fases, que inclui a atual, conforme quadro esquemático abaixo:
Direito Objetivo – Teoria da EMPRESA. Este período inicia com o Códice Civile (1942 –
Itália), que unificou o direito privado. O núcleo conceitual do Direito Comercial deixa
3ª FASE de ser ato de comércio, e passa a ser a empresa, ampliando a incidência das regras de
(Evolução Pós direito empresarial e adaptando-se à dinâmica da sociedade pós-guerra e à globaliza-
Guerra) ção. O Direito Brasileiro adotou a Teoria da Empresa com o novo Código Civil (2002), que
revogou parte do Código Comercial de 1850 (que ainda regula o Comércio Marítimo –
Segunda Parte).
Como se observa da tabela acima, o Código Civil Brasileiro de 2002, seguindo o exem-
plo do Código Civil Italiano de 1942, unificou parte do Direito Privado, regulamentando a
Teoria Geral do Direito Empresarial, incluindo as regras gerais do Direito Societário e do
Direito Cambial.
Acontece que esta unificação formal do Direito Civil e do Direito Empresarial não impli-
cou na unificação material, pois este mantém sua Autonomia Científica.
Ademais, a própria Constituição Federal, em seu art. 22, I, destaca, dentro da compe-
tência legislativa privativa da União, tanto a disciplina do “Direito Civil” quanto do “Direito
Comercial”, destacando, portanto, a autonomia dos ramos do direito em comento.
Tal autonomia revela-se, inclusive, na análise de suas fontes, características e princípios.
As fontes do Direito Empresarial, como qualquer ramo do Direito, podem ser assim
divididas e exemplificadas:
ATENÇÃO!
Sobre o reconhecimento do elemento de empresa, o Candidato deve estar atento aos Enunciados n. 194 e 195, da
JDC/CJF:
Enunciado n. 194: Os profissionais liberais não são considerados empresários, salvo se a organização dos fato-
res de produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida.
Enunciado n. 195: A expressão “elemento de empresa” demanda interpretação econômica, devendo ser ana-
lisada sob a égide da absorção da atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como um
dos fatores da organização empresarial.
Ex.: o médico que passa mais tempo administrando a clínica que possui diversos outros médicos contratados,
do que atendendo diretamente os clientes.
1.2.2. Inscrição
Quanto à inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis – RPEM (atualmente
regulamentada pelo DREI – Departamento de Registro Empresarial e Integração), que é
feito nas JUNTAS COMERCIAIS de cada Estado, trata-se de uma obrigação legal, mas não de
um requisito para definir se a pessoa é, ou não, empresário.
Neste sentido, vide os Enunciados 198 e 199, das Jornadas de Direito Civil do CJF:
ATENÇÃO!
Sobre a inscrição do empresário no RPEM, o Candidato deve estar atento aos Enunciados abaixo:
Enunciado n. 198 – Art. 967: A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua caracte-
rização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne os requisitos
do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que forem
incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em contrário.
Enunciado n. 199 – Art. 967: A inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua
regularidade, e não de sua caracterização.
ATENÇÃO!
Sobre a proteção ao nome empresarial, o Candidato deve estar atento aos Enunciados doutrinários das Jorna-
das de Direito Civil e as mais recentes, de Direito Empresarial, abaixo:
Enunciado n. 491 – Art. 1.166: A proteção ao nome empresarial, limitada ao Estado-Membro para efeito mera-
mente administrativo, estende-se a todo o território nacional por força do art. 5º, XXIX, da Constituição da
República e do art. 8º da Convenção Unionista de Paris.
Enunciado n. 1, da I Jornada de Direito Empresarial: 1. Decisão judicial que considera ser o nome empresarial
violador do direito de marca não implica a anulação do respectivo registro no órgão próprio nem lhe retira os
efeitos, preservado o direito de o empresário alterá-lo.
Enunciado n. 2, da I Jornada de Direito Empresarial: 2. A vedação de registro de marca que reproduza ou imite
elemento característico ou diferenciador de nome empresarial de terceiros, suscetível de causar confusão ou
associação (art. 124, V, da Lei n. 9.279/1996), deve ser interpretada restritivamente e em consonância com o
art. 1.166 do Código Civil.
I – na liquidação de sociedade;
II – na sucessão por morte de sócio;
III – quando e como determinar a lei.
Exibição judicial Art. 421. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e dos docu-
– Matéria de mentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como reproduções
prova: autenticadas.
c) STF:
Súmula n. 260, STF: O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às
transações entre os litigantes.
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, em parte
Exceção ao
ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do
Sigilo:
pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas leis especiais.
Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa
Conservação: guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade,
enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados.
Capítulo 2. Registro Empresarial
SUMÁRIO: 2 Registro de empresa. 2.1 Órgãos de registro de empresa. 2.2 Atos de registro de empresa.
2.3 Processo decisório do registro de empresa. 2.4 Inatividade da empresa. 2.5 Empresário irregular.
2.6 Lei nº 8.934/1994 e suas alterações.
2. REGISTRO DE EMPRESA
2.1. Órgãos de registro de empresa
Como já destacado no capítulo anterior, existem atividades remuneradas que não são
consideradas empresariais (art. 966, parágrafo único).
Assim, quando se trata de uma sociedade não empresarial (simples), o registro fica a
cargo do Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, consoante art. 1.150, do CC.
Por outro lado, o empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público
de Empresas Mercantis (RPEM) a cargo das Juntas Comerciais de cada Estado e do Dis-
trito Federal. O registro deverá conter as informações determinadas pelo art. 968, do CC.
Caso o empresário individual venha a admitir sócios, poderá solicitar ao RPEM a transfor-
mação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária (art. 968, § 3°,
do CC).
Convém destacar que a Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa (SEMPE),
órgão vinculado à Secretaria de Governo da Presidência da República, conforme a Lei nº
13.341/16, tem como competência formular, coordenar e articular políticas e diretrizes
para o apoio à microempresa, empresa de pequeno porte e artesanato, além do fortaleci-
mento, expansão e formalização de MPE.
O antigo Departamento Nacional do Registro do Comércio (DNRC), atual Departa-
mento de Registro Empresarial e Integração (DREI), hoje faz parte da estrutura adminis-
trativa da SEMPE.
O DREI é o responsável pelas funções:
a) No plano técnico: de supervisão, de orientação, de coordenação e normatização
sobre registros públicos empresariais efetivados pelas Juntas Comerciais dos Esta-
dos e Distrito Federal;
970 Revisão Final – Procuradoria-Geral do Estado do Sergipe
Está ligada aos instrumentos de escrituração, que são os livros comerciais e as fichas escri-
turais. É condição de regularidade do documento, já que configura requisito extrínseco
de validade da escrituração mercantil. Pode ser também ato confirmatório da correspon-
dência material entre cópia e original do mesmo documento, desde que esteja registrado
na Junta Comercial:
Art. 39. As juntas comerciais autenticarão:
I – os instrumentos de escrituração das empresas mercantis e dos agentes auxiliares do
comércio;
Autenticação –
II – as cópias dos documentos assentados.
Lei nº 8.934/1994
Parágrafo único. Os instrumentos autenticados, não retirados no prazo de 30 (trinta) dias,
contados da sua apresentação, poderão ser eliminados.
Art. 39-A. A autenticação dos documentos de empresas de qualquer porte realizada por meio
de sistemas públicos eletrônicos dispensa qualquer outra. (Incluído pela Lei Complementar
nº 1247, de 2014)
Art. 39-B. A comprovação da autenticação de documentos e da autoria de que trata esta Lei
poderá ser realizada por meio eletrônico, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei Com-
plementar nº 1247, de 2014)
Direito Empresarial 971
Quando o empresário vai à Junta Comercial requerer o registros de seus atos consti-
tutivos (contrato social ou estatuto) ou de alterações nos respectivos atos, cabe ao órgão
executor apreciar e julgar tais requerimentos, no que se denomina processo decisório do
registro de empresa.
Em regra, os atos próprios do RPEM são decididos de forma singular, pelo Presidente
da Junta Comercial, por vogal ou servidor que possua comprovados conhecimentos de
Direito Comercial e de Registro de Empresas Mercantis (art. 42, da Lei n. 8.934/1994).
Outros atos dependem de decisão colegiada (art. 41, da Lei n. 8.934/1994), quais sejam:
I – o arquivamento:
a) dos atos de constituição de sociedades anônimas, bem como das atas de assembleias
gerais e demais atos, relativos a essas sociedades, sujeitos ao Registro Público de Empre-
sas Mercantis e Atividades Afins;
b) dos atos referentes à transformação, incorporação, fusão e cisão de empresas mercantis;
c) dos atos de constituição e alterações de consórcio e de grupo de sociedades, conforme
previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
II – o julgamento do recurso previsto nesta lei.
Caso o empresário não concorde com a decisão adotada pela Junta Comercial, seja ela
uma decisão singular ou colegiada, poderá apresentar Pedido de Reconsideração, Recurso
ao Plenário ou, em última instância administrativa, Recurso ao Ministro de Estado da Indús-
tria, do Comércio e do Turismo (atualmente ao Secretário da SEMPE, consoante item 2.1).
Por fim, considera-se em inatividade o empresário ou sociedade que não proceder a
qualquer arquivamento no período de dez anos consecutivos deverá comunicar à junta
comercial que deseja manter-se em funcionamento (art. 60, da Lei n. 8.934/1994).
Neste caso, a sociedade será notificada e, não respondendo à notificação, será promo-
vido o cancelamento do registro, com a perda automática da proteção ao nome empresa-
rial. Para que o registro seja reativado, será necessário adotar o mesmo procedimento de
constituição.
SUMÁRIO: 3 Propriedade industrial. 3.1 Lei nº 9.279/1996. 3.2 O Instituto Nacional da Propriedade Indus-
trial (INPI). 3.3 Propriedade industrial e direitos autorais. 3.4 Patentes. 3.5 Desenho industrial. 3.6 Marca:
espécies. 3.7 Procedimento de registro. 3.8 Indicações geográficas.
3. PROPRIEDADE INDUSTRIAL
3.1. A Propriedade Industrial e os direitos autorais. A Lei n. 9.279/96
A Propriedade Intelectual, como sinalizado, é um gênero que envolve a proteção de
todos os bens imateriais surgidos da criatividade humana.
A proteção à personalidade intelectual do indivíduo é objeto de tratados e convenções
internacionais, inclusive a Convenção de Paris (1883), revista na Convenção de Estocolmo
de 1967, da qual o Brasil é signatário conforme Decretos n. 75.572/75 e n. 635/92. Também
em 1967 foi criada a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI – sigla em
inglês WIPO), uma das 16 agências da ONU.
De acordo com a OMPI, a Propriedade Intelectual é:
“a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e cientificas, às interpreta-
ções dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogra-
mas e às emissões de radiodifusão, às invenções em todos os domínios da atividade
humana, às descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas
industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações
comercias, à proteção contra a concorrência desleal e todos os outros direitos ine-
rentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico”.
Veja-se, pelo amplo conceito ora transcrito, que a propriedade intelectual abrange
diversas espécies de direitos, inclusive os mais importantes e disciplinados por normas
especiais:
a) Os Direitos Autorais – Lei 9.610/98;
b) Os Direitos à Propriedade Industrial – Lei 9.279/96 (LPI).
Embora apenas a segunda espécie seja objeto do conteúdo de Direito Empresarial, con-
vém destacar as distinções básicas:
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3.3. Patentes
Como já destacado, a propriedade industrial é uma espécie do gênero propriedade
intelectual, que pode ser definida como o conjunto de direitos do inventor e/ou empresá-
rio que protege suas criações que possuem aproveitamento comercial ou industrial.
A proteção dessa ideia e de seu resultado surge a partir do registro no Instituto Nacional
de Propriedade Industrial (INPI).
A Lei 9.279/96 – LPI – regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial, dis-
ciplinando especificamente a proteção às seguintes criações humanas: invenções, mode-
los de utilidade, desenhos industriais e marcas.
Os dois primeiros (invenção e modelo de utilidade) podem gerar uma Patente, que é um
título de propriedade temporária outorgado pelo Estado aos inventores ou autores
Direito Empresarial 975
ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Com este
direito, o inventor ou o detentor da patente pode impedir terceiros, sem o seu consen-
timento, de produzir, usar, colocar a venda, vender ou importar produto objeto de sua
patente e/ ou processo ou produto obtido diretamente por processo por ele patenteado.
Já a marca e o desenho industrial não geram patentes, embora também sejam protegi-
dos a partir do registro junto ao INPI.
Por fim, convém destacar as duas criações humanas, com repercussão econômica no
âmbito empresarial, que geram patentes: a invenção e o modelo de utilidade, que podem
ser assim esquematizados:
a) Invenções.
Criação decorrente do esforço humano de algo que não existia antes (diferenciando-se
Conceito
de uma mera descoberta).
Novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Não pode ser algo que poderia ser
Requisitos
obtido com técnicas já existentes (domínio da técnica – art. 11, da LPI).
Vigência A patente tem vigência de 20 anos, contados do depósito (art. 40, da LPI).
b) Modelos de Utilidade.
Criação decorrente do esforço humano que aperfeiçoa algo que já existia (melhoramento
Conceito
de uma invenção).
Objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente
nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no
Requisitos
seu uso ou em sua fabricação (art. 9º, da LPI). Também não pode ser um aperfeiçoamento
que poderia ser obtido com técnicas já existentes (domínio da técnica – art. 11, da LPI).
Vigência A patente tem vigência de 15 anos, contados do depósito (art. 40, da LPI).
É a forma dos objetos industrializáveis, com seus traços, contornos e cores (aspectos
Conceito
visuais do produto).
Considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto
ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resul-
Requisitos tado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabrica-
ção industrial (art. 95). Também não pode ser um aperfeiçoamento que poderia ser obtido
com técnicas já existentes (domínio da técnica – art. 96, da LPI).
O registro vigorará pelo prazo de 10 anos contados da data do depósito, prorrogável
Vigência
por 3 períodos sucessivos de 5 anos cada (art. 108, da LPI).
ATENÇÃO!
Embora o prazo prescricional geral para demandas reparatórias de danos seja de 03 anos, de acordo com o art.
206, § 3º, V, do CC, o prazo prescricional para reparação de dano causado ao direito de propriedade indus-
trial é de 05 anos, conforme art. 225, da LPI e Súmula n. 143, do STJ.
SUMÁRIO: 4 Títulos de crédito. 4.1 Classificação dos títulos de crédito: letra de câmbio, nota promissória,
cheque, duplicata, endosso e aval. 4.2 Títulos de crédito comercial, industrial, à exportação, rural, imobi-
liário, bancário. 4.3 Letra de arrendamento mercantil.
ATENÇÃO!
Alguns princípios, naturalmente, possuem exceções reconhecidas pela lei, pela doutrina ou pela jurisprudência.
Em relação à autonomia do título de crédito, destaque-se o teor da Súmula n. 258, do STJ: A nota promis-
sória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título
que a originou.
Por força do art. 83, III, do CC, cumulado com normas próprias dos títulos de crédito, a
doutrina considera que estes têm natureza jurídica de bens móveis.
4.1. Classificação dos títulos de crédito: letra de câmbio, nota promissória, cheque,
duplicata, endosso e aval
O Código Civil disciplina as regras gerais dos títulos de crédito atípicos, enquanto as leis
especiais e tratados internacionais disciplinam os títulos de crédito típicos.
Seguindo a ordem prevista no Edital, seguem as principais regras de cada um dos títu-
los destacados, incluindo o endosso e o aval:
978 Revisão Final – Procuradoria-Geral do Estado do Sergipe
3 – A época do pagamento;
4 – A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;
Requisitos: 5 – O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga;
6 – A indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada;
7 – A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).
Como envolve apenas duas pessoas (na letra de câmbio há três envolvidos), não há a
Características figura do aceite e do sacado na nota promissória. Ademais, dispensa o protesto para exe-
especiais: cução da dívida por falta de pagamento contra os devedores (promitente e seus avalis-
tas), por se tratar de uma obrigação direta, e não de regresso.
Aplicam-se as regras já elencadas no quadro sistemático da Letra de Câmbio (art. 77, da
Endosso
LU).
Aplicam-se as regras já elencadas no quadro sistemático da Letra de Câmbio (art. 77, da
Aval
LU).
f) O cheque é uma ordem de pagamento à vista, não admitindo a lei o cheque com ven-
cimento anterior. A jurisprudência, porém, admite a existência do cheque pós-datado
Características (conhecido como “pré-datado”), inclusive com a possibilidade de condenação em danos
Especiais: morais no caso de apresentação antecipada (Súmula n. 370, do STJ);
g) Prazo para APRESENTAÇÃO: 30 dias na mesma praça, e 60 dias da emissão em praça
distinta.
a) Cruzado – Tanto o cheque ao portador quanto o nominal podem ser cruzados, com
a colocação de dois traços paralelos, em sentido diagonal, na frente do documento. O
cruzamento é geral se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou existir ape-
nas a indicação ‘’banco’’, ou outra equivalente. O cruzamento é especial se entre os dois
traços existir a indicação do nome do banco. O cheque com cruzamento geral só pode ser
pago pelo sacado a banco ou a cliente do sacado, mediante crédito em conta. O cheque
com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou, se este for
o sacado, a cliente seu, mediante crédito em conta;
Espécies: b) A “crédito em conta”: inscrição no verso do cheque feita pelo emitente ou endossante,
e, neste caso, o portador não pode sacar o cheque, apenas creditar o valor em sua conta
ou promover compensação ou transferência;
c) Administrativo: é o cheque emitido pelo próprio banco, para pagamento de despesas
próprias;
d) Visado: é obtido junto ao banco, que dá garantia de que seu pagamento será honrado.
Para visar o cheque, e portanto garanti-lo, o banco faz a devida reserva do valor estipu-
lado com o dinheiro disponível na conta do emitente.
a) CONTRAORDEM OU REVOGAÇÃO: A contraordem é a manifestação de vontade do
emitente de revogar o cheque, cabendo somente a ele este ato, mediante apresenta-
ção de aviso ao banco sacado, contendo as razões motivadoras, cabendo-lhe ainda optar
pela via judicial ou extrajudicial. Os efeitos da contraordem somente são produzidos após
expirado o prazo de apresentação do cheque que, a contar da data de sua emissão, é
de 30 dias para cheques da mesma praça e de 60 dias para cheques de outras praças.O
aspecto prático mais relevante da contraordem é a não permissão, expedida pelo emi-
tente, de que o cheque seja pago após o seu prazo de apresentação. Inexistente a con-
Sustação e traordem, o banco poderá pagar o cheque em até seis meses após expirado o prazo de
contraordem:
apresentação (art. 35);
b) SUSTAÇÃO: Já a sustação do cheque surge como mecanismo de oposição ao paga-
mento durante o seu prazo de apresentação. Tanto o emitente como o portador legi-
timado do título podem requerê-la junto à instituição bancária. Basta para isto que
apresentem relevante razão de direito, dentre as quais estão o extravio, o roubo, o furto,
a falência do credor, ou, ainda, o descumprimento de prestação obrigacional pelo credor
do título. No caso de extravio ou crime, o Banco Central exige a apresentação de Boletim
de Ocorrência em delegacia competente.
a) Pode ser “em preto” ou “em branco”;
b) É possível a cláusula “não à ordem”;
c) Deve ser aposto no verso do título;
Endosso
d) É nulo endosso parcial;
e) Admite-se o endosso próprio e o impróprio;
f) O endosso tardio equivale a cessão de crédito.
a) Garantia com assinatura no anverso. Se for no verso, precisa de especificação;
b) Em preto x em branco: o primeiro indica o avalizado. O segundo interpreta-se como
Aval
direcionado ao emitente (sacador) – art. 30, parágrafo único, da Lei do Cheque;
c) Ao contrário do CC, a Lei do Cheque permite o aval parcial (art. 29).
Direito Empresarial 981
fundamento no art. 206, § 5º, I, do CC, pois a dívida inscrita em um título de crédito, mesmo
prescrito, é liquida e vencida.
ATENÇÃO!
Neste sentido é a jurisprudência do STJ: Súmula n. 299: É admissível a ação monitória fundada em cheque
prescrito. No mesmo sentido, agora em relação à nota promissória, é a Súmula n. 504: O prazo para ajui-
zamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal,
a contar do dia seguinte ao vencimento do título. Reforçando a tese e destacando a autonomia do título,
vide ainda a recente Súmula n. 531: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o
emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula.
Art. 21. O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceite ou de devolução.
§ 1º O protesto por falta de aceite somente poderá ser efetuado antes do vencimento da
obrigação e após o decurso do prazo legal para o aceite ou a devolução.
§ 2º Após o vencimento, o protesto sempre será efetuado por falta de pagamento,
Modalidades: vedada a recusa da lavratura e registro do protesto por motivo não previsto na lei cambial.
§ 3º Quando o sacado retiver a letra de câmbio ou a duplicata enviada para aceite e não
a) Falta de
proceder à devolução dentro do prazo legal, o protesto poderá ser baseado na segunda
pagamento;
via da letra de câmbio ou nas indicações da duplicata, que se limitarão a conter os mes-
b) Falta de aceite; mos requisitos lançados pelo sacador ao tempo da emissão da duplicata, vedada a exi-
gência de qualquer formalidade não prevista na Lei que regula a emissão e circulação
c) Falta de das duplicatas.
devolução do
§ 4º Os devedores, assim compreendidos os emitentes de notas promissórias e cheques,
título.
os sacados nas letras de câmbio e duplicatas, bem como os indicados pelo apresentante
ou credor como responsáveis pelo cumprimento da obrigação, não poderão deixar de
figurar no termo de lavratura e registro de protesto.
§ 5o Não se poderá tirar protesto por falta de pagamento de letra de câmbio contra o
sacado não aceitante. (Incluído pela Lei nº 12.767, de 2012)
Art. 3º Compete privativamente ao Tabelião de Protesto de Títulos, na tutela dos interes-
ses públicos e privados, a protocolização, a intimação, o acolhimento da devolução ou do
aceite, o recebimento do pagamento, do título e de outros documentos de dívida, bem como
lavrar e registrar o protesto ou acatar a desistência do credor em relação ao mesmo, proceder
Procedimentos: às averbações, prestar informações e fornecer certidões relativas a todos os atos praticados,
na forma desta Lei.
(...)
Art. 12. O protesto será registrado dentro de três dias úteis contados da protocoliza-
ção do título ou documento de dívida.
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(...)
Procedimentos: Art. 14. Protocolizado o título ou documento de dívida, o Tabelião de Protesto expedirá a
intimação ao devedor, no endereço fornecido pelo apresentante do título ou documento,
considerando-se cumprida quando comprovada a sua entrega no mesmo endereço.
Art. 27. O Tabelião de Protesto expedirá as certidões solicitadas dentro de cinco dias úteis,
no máximo, que abrangerão o período mínimo dos cinco anos anteriores, contados da
data do pedido, salvo quando se referir a protesto específico.
§ 1º As certidões expedidas pelos serviços de protesto de títulos, inclusive as relativas
à prévia distribuição, deverão obrigatoriamente indicar, além do nome do devedor, seu
número no Registro Geral (R.G.), constante da Cédula de Identidade, ou seu número no
Cadastro de Pessoas Físicas (C.P.F.), se pessoa física, e o número de inscrição no Cadastro
Geral de Contribuintes (C.G.C.), se pessoa jurídica, cabendo ao apresentante do título para
protesto fornecer esses dados, sob pena de recusa.
§ 2º Das certidões não constarão os registros cujos cancelamentos tiverem sido averba-
dos, salvo por requerimento escrito do próprio devedor ou por ordem judicial.
Art. 28. Sempre que a homonímia puder ser verificada simplesmente pelo confronto do
número de documento de identificação, o Tabelião de Protesto dará certidão negativa.
Art. 29. Os cartórios fornecerão às entidades representativas da indústria e do comércio
ou àquelas vinculadas à proteção do crédito, quando solicitada, certidão diária, em forma
Efeitos: Banco de de relação, dos protestos tirados e dos cancelamentos efetuados, com a nota de se cui-
dados: dar de informação reservada, da qual não se poderá dar publicidade pela imprensa, nem
mesmo parcialmente. (Redação dada pela Lei nº 9.841, de 5.10.1999)
§ 1º O fornecimento da certidão será suspenso caso se desatenda ao disposto no caput ou
se forneçam informações de protestos cancelados. (Redação dada pela Lei nº 9.841, de
5.10.1999)
§ 2º Dos cadastros ou bancos de dados das entidades referidas no caput somente serão
prestadas informações restritivas de crédito oriundas de títulos ou documentos de dívi-
das regularmente protestados cujos registros não foram cancelados. (Redação dada pela
Lei nº 9.841, de 5.10.1999)
§ 3º Revogado. (Redação dada pela Lei nº 9.841, de 5.10.1999)
Art. 30. As certidões, informações e relações serão elaboradas pelo nome dos devedores,
conforme previstos no § 4º do art. 21 desta Lei, devidamente identificados, e abrangerão
os protestos lavrados e registrados por falta de pagamento, de aceite ou de devolução,
vedada a exclusão ou omissão de nomes e de protestos, ainda que provisória ou parcial.
Art. 31. Poderão ser fornecidas certidões de protestos, não cancelados, a quaisquer inte-
ressados, desde que requeridas por escrito. (Redação dada pela Lei nº 9.841, de 5.10.1999)
a) Ação de Sustação de Protesto: trata-se de medida de natureza cautelar, tutela de
urgência, que pode ser obtida entre a notificação do devedor e a efetivação do protesto
Ações judiciais (prazo de 03 dias úteis – art. 12 c/c art. 14 c/c art. 17);
envolvendo o
protesto: b) Ação de Cancelamento de Protesto: é a ação principal de mérito ou pedido de mérito
que tem o objetivo de cancelar o protesto após o registro respectivo, fundada em vícios
do título ou no cumprimento da obrigação.
Capítulo 7. Direito Societário
SUMÁRIO: 7 Direito societário. 7.1 Sociedade empresária: conceito, terminologia, ato constitutivo. 7.2
Sociedades simples e empresárias. 7.3 Personalização da sociedade empresária. 7.4 Sociedade irregular. 7.5
Teoria da desconsideração da personalidade jurídica. 7.6 Desconsideração inversa. 7.7 Regime jurídico dos
sócios. 7.8 Sociedade limitada. 7.9 Sociedade anônima. 7.10 Sociedade em nome coletivo. 7.11 Sociedade
em comandita simples. 7.12 Sociedade em comandita por ações. 7.13 Operações societárias: transformação,
incorporação, fusão e cisão. 7.14 Relações entre sociedades: coligações de sociedades, grupos societários,
consórcios, sociedade subsidiária integral, sociedade de propósito específico. 7.15 Dissolução, liquidação e
extinção das sociedades. 7.16 Concentração empresarial e defesa da livre concorrência.
7. DIREITO SOCIETÁRIO
7.1. Sociedades empresárias: conceito, terminologia, ato constitutivo
Ao contrário do Empresário Individual, que atua em regra como Pessoa Física (salvo na
hipótese de EIRELI), a Sociedade é o exercício da empresa por duas ou mais pessoas, que
celebram contrato de sociedade e se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o
exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Há diversas espécies de sociedades previstas no Código Civil, porém convém destacar
que a terminologia EMPRESARIAL se refere às sociedades que exercem atividade empre-
sarial, enquanto o termo SIMPLES se refere às sociedades de natureza não empresarial.
Para fins de formalização da sociedade, disciplinando as regras que vão gerir as relações
entre os sócios unidos a um objetivo comum, pode ser celebrado um contrato social ou um
estatuto, que será o ato constitutivo levado a registros para fins de personificação.
a) Quanto ao objeto:
Sociedade São as Sociedades Regularmente constituídas, através do registro dos atos constituti-
Personificada. vos (art. 985, do CC), no órgão competente (art. 1.150, do CC).
São duas espécies previstas no CC:
Sociedade Não I – Sociedade em comum: são as sociedades irregulares ou de fato, que funcionam
Personificada. enquanto não inscritos os atos constitutivos;
II – Sociedade em Conta de Participação, objeto do próximo item.
Sociedade O ato constitutivo é um contrato social. Ex.: Simples, Limitada, Sociedade em Nome
Contratual. Coletivo, Sociedade em Comandita Simples.
Sociedade O ato constitutivo é um estatuto. Ex.: Sociedade Anônima, Sociedade em Comandita
Institucional. por Ações, Cooperativas.
Mesmo com o benefício de ordem, a responsabilidade dos sócios pelas dívidas sociais
Com Resp. Ilimitada. é ilimitada. Ex.: Simples, Sociedade em Nome Coletivo, Sociedade em Comandita Sim-
ples e Sociedades não personificadas.
A responsabilidade dos sócios pelas dívidas sociais é limitada ao capital social inte-
Com Resp. Limitadas. gralizado. Ex.: Limitadas, EIRELI e as Cooperativas (que podem ter responsabilidade
limitada ou não).
Os sócios não se responsabilizam pelas dívidas sociais. Ex.: Sociedades Anônimas.
Sem Resp. por Também não respondem pelas dívidas sociais os sócios comanditários nas socieda-
dívidas sociais. des em comandita simples e os sócios acionistas não administradores nas Sociedades
em Comandita por Ações.
Requerimento e Não pode ser deferida ex officio, dependendo de requerimento expresso da Parte ou
Legitimidade: do Ministério Público – art. 50, do CC/02 + art. 133, do CPC/15.
Legitimidade O incidente processual ou pedido de desconsideração na petição inicial é direcio-
Passiva: nado, em regra, contra os sócios e/ou administradores.
O pedido, que pode ser feito em qualquer fase do processo, só será deferido se com-
provado o abuso de personalidade, caracterizado pela CONFUSÃO PATRIMO-
NIAL e o DESVIO DE FINALIDADE. Neste sentido o art. 50, do CC/02 e entendimento
doutrinário revelado pelos Enunciados das Jornadas de Direito Civil do CJF:
· Enunciado 146: Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os parâmetros de
Requisitos: Desconsideração da Personalidade Jurídica previstos no art. 50 (desvio de finalidade
social ou confusão patrimonial).
· Enunciado 281: A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no art. 50 do
Código Civil, prescinde da demonstração de insolvência da pessoa jurídica.
· Enunciado 282: O encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, por si só,
não basta para caracterizar abuso da personalidade jurídica.
O art. 28, do CDC, tem um regramento mais flexível e a regra é mais abrangente. O
Art. 50, do CC/02 x CDC adotou a TEORIA DA MENOR DESCONSIDERAÇÃO, e o CC/02 adotou a TEORIA
Art. 28, CDC DA MAIOR DESCONSIDERAÇÃO, com disciplinamento mais rígido, exigindo estrito
cumprimento dos requisitos legais.
Pode ocorrer a desconsideração indireta da personalidade jurídica quando a P.J.
Desconsideração
utiliza outras empresas do mesmo grupo econômico para desviar patrimônio. É pre-
Indireta
vista no art. 2°, § 2°, da CLT e no art. 28, §§ 2º a 4°, do CDC.
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a
pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
Procedimento
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos
previstos em lei.
Direito Empresarial 993
ATENÇÃO!
Na esteira da histórica jurisprudência do STJ, vide trecho do Informativo n. 440: “Dessa forma, a finalidade
maior da disregard doctrine contida no preceito legal em comento é combater a utilização indevida do ente socie-
tário por seus sócios. Ressalta que, diante da desconsideração da personalidade jurídica inversa, com os efeitos
sobre o patrimônio do ente societário, os sócios ou administradores possuem legitimidade para defesa de seus
direitos mediante a interposição dos recursos tidos por cabíveis, sem ofensa ao contraditório, à ampla defesa e ao
devido processo legal. No entanto, a Min. Relatora assinala que o juiz só poderá decidir por essa medida excepcional
quando forem atendidos todos os pressupostos relacionados à fraude ou abuso de direito estabelecidos no art. 50
do CC/2002.”.
994 Revisão Final – Procuradoria-Geral do Estado do Sergipe
Por se tratar de sociedade empresarial, seu ato constitutivo (estatuto) será arquivado
nas Juntas Comerciais. A constituição é um ato complexo, que depende de atos pre-
Constituição liminares (subscrição de ações e depósito de entrada – arts. 80-81, da Lei 6.404/76),
além de Assembleia de Constituição ou Escritura Pública, atos que serão também
arquivados.
Só pode utilizar DENOMINAÇÃO, acrescido de sociedade anônima (S.A. ou S/A, que
pode estar no início, no meio ou no fim da denominação) ou companhia (Cia., que
Nome Empresarial
só pode estar no início ou no meio da denominação) – 1160, do CC c/c art. 3º, da Lei
6.404/76.
O capital social divide-se em ações. É o montante financeiro de propriedade da
Companhia, relativo à soma das contribuições dos sócios. A sua principal função é
constituir o fundo inicial, com o qual se tornará viável o início da vida econômica da
Capital Social
sociedade. Será fixado pelo Estatuto (art. 5°), com correção monetária anual. Na sua
formação o Capital Social pode compreender qualquer espécie de bens, móveis ou
imóveis, corpóreos ou incorpóreos, suscetíveis de avaliação em dinheiro.
CAPITAL ABERTO: aquela cujo capital esteja à disposição para negociação em Bolsa
ou Mercado de Balcão, devidamente registrados na CVM (Comissão de Valores de
Mercados), ou seja, emite títulos e os vende ou na Bolsa ou no Mercado de Balcão.
Espécies CAPITAL FECHADO: São as que não se enquadram nos requisitos das sociedades
Abertas, São, normalmente, sociedades pequenas, com um número de acionistas
inferiores a 20, com patrimônio inferior ao estabelecido pela CVM para as S/A de capi-
tal aberto, enquadradas no art. 294 da Lei das S/A.
Responsabilidade Responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das
dos sócios ações subscritas ou adquiridas.
996 Revisão Final – Procuradoria-Geral do Estado do Sergipe
Trata-se de sociedade contratual, que pode ser de natureza não empresarial (neste
Constituição caso será inscrita no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua
sede) ou empresarial (será inscrita no RPEM – Junta Comercial).
Nome Empresarial Só pode utilizar firma, acrescido de e (&) companhia (Cia.) – art. 1157.
Direito Empresarial 997
Trata-se de sociedade contratual, que pode ser de natureza não empresarial (neste
Constituição caso será inscrita no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua
sede) ou empresarial (será inscrita no RPEM – Junta Comercial).
Só pode utilizar firma, acrescido de e (&) companhia (Cia.) – art. 1157.
Nome Empresarial Observação: na firma só podem constar os nomes dos sócios com poderes de gestão e
responsabilidade por dívidas sociais, ou seja, os comanditados.
O capital social, expresso em moeda corrente, divide-se em quotas, iguais ou desi-
guais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. Pode ser integralizado com dinheiro,
Capital Social
bens ou créditos, e é ainda admitida a formação apenas com prestação de serviços,
se não tiver natureza empresarial.
Depende da espécie de sócio:
Responsabilidade a) Sócios Comanditados: Respondem de forma SOLIDÁRIA e ILIMITADA por dívidas
dos sócios por sociais, com benefício de ordem, ou seja, após esgotado o patrimônio social;
dívidas sociais b) Sócios Comanditários: Respondem perante terceiros apenas no valor limitado ao
de suas quotas sociais, também com benefício de ordem.
A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios comanditados
Responsabilidade (necessariamente pessoas físicas), sendo o uso da firma, nos limites do contrato, pri-
dos administradores vativo dos que tenham os necessários poderes. Quanto aos atos de gestão e prejuízos
causados, aplicam-se, subsidiariamente, as regras das sociedades simples.
Exclusão e retirada Aplicam-se subsidiariamente as regras das sociedades simples.
998 Revisão Final – Procuradoria-Geral do Estado do Sergipe
Aplicam-se subsidiariamente as regras das sociedades simples (art. 1.033 c/c art.
1.044 c/c art. 1.051). Se a natureza for empresarial, é possível também a extinção por
Extinção decretação de falência (art. 1.044 c/c art. 1.051). Finalmente, extingue-se também
quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das categorias de
sócio (art. 1051, II).
Relações entre sociedades contratuais (CC) Relações entre sociedade anônimas (Lei das S.A.)
a) Coligadas ou filiadas: art. 1.099. Diz-se coligada a) Coligadas ou filiadas: art. 243, §§ 1º, 4º e 5º: São
ou filiada a sociedade de cujo capital outra sociedade coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha
participa com dez por cento ou mais, do capital da influência significativa. É presumida influência signifi-
outra, sem controlá-la. cativa quando a investidora for titular de 20% (vinte
por cento) ou mais do capital votante da investida,
sem controlá-la.
b) Controladas: Art. 1.098. É controlada: b) Controladas: art. 243, § 2º: Considera-se contro-
I – a sociedade de cujo capital outra sociedade possua lada a sociedade na qual a controladora, diretamente
a maioria dos votos nas deliberações dos quotistas ou ou através de outras controladas, é titular de direitos
da assembleia geral e o poder de eleger a maioria dos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente,
administradores; preponderância nas deliberações sociais e o poder de
eleger a maioria dos administradores.
II – a sociedade cujo controle, referido no inciso antece-
dente, esteja em poder de outra, mediante ações ou quo-
tas possuídas por sociedades ou sociedades por esta já
controladas.
c) Simples participação: Art. 1.100. É de simples par- c) Simples participação: não prevista na Lei 6.404/76
ticipação a sociedade de cujo capital outra sociedade – Lei das S.A.
possua menos de dez por cento do capital com direito
de voto.
d) Subsidiária integral: sem previsão no CC. d) Subsidiária integral: Art. 251. A companhia pode
ser constituída, mediante escritura pública, tendo
como único acionista sociedade brasileira.
e) Consórcio: sem previsão no CC. e) Consórcio: As companhias e quaisquer outras
sociedades, sob o mesmo controle ou não, podem
constituir consórcio para executar determinado
empreendimento, sem personalidade própria (art.
278).
f) Sociedade de Propósito Específico (SPE): A Socie- f) Sociedade de Propósito Específico (SPE): não pre-
dade de Propósito Específico (SPE) corresponde a vista na Lei 6.404/76 – Lei das S.A.
uma sociedade com as mesmas características do
consórcio, porém com personalidade jurídica, que é
formada para a execução de determinado empreen-
dimento. Vide art. 981, parágrafo único: A atividade
pode restringir-se à realização de um ou mais negócios
determinados.
A fase de liquidação, que é obrigatória, tem suas regras gerais disciplinadas pelo Código
Civil (arts. 1.102-1.112). Convém destacar que há regramento especial para a liquidação
extrajudicial de instituições financeiras (Lei n. 6.024/74) e a própria liquidação judicial fali-
mentar (Lei n. 11.101/05).
Sobre a liquidação extrajudicial prevista no Código Civil, convém destacar, de forma
esquematizada, o procedimento ali previsto:
Pessoa designada para conduzir a liquidação. Tal atribuição é vedada ao administra-
Liquidante
dor da sociedade.
Em todos os atos, documentos ou publicações, o liquidante empregará a firma ou
Atos do Liquidante denominação social sempre seguida da cláusula “em liquidação” e de sua assinatura
individual, com a declaração de sua qualidade.
Compete ao liquidante representar a sociedade e praticar todos os atos necessários
Representação à sua liquidação, inclusive alienar bens móveis ou imóveis, transigir, receber e dar
quitação.
Art. 1.106. Respeitados os direitos dos credores preferenciais, pagará o liquidante as
dívidas sociais proporcionalmente, sem distinção entre vencidas e vincendas, mas,
Ordem de em relação a estas, com desconto.
pagamento
Parágrafo único. Se o ativo for superior ao passivo, pode o liquidante, sob sua respon-
sabilidade pessoal, pagar integralmente as dívidas vencidas.
Art. 1.108. Pago o passivo e partilhado o remanescente, convocará o liquidante
Prestação de contas
assembleia dos sócios para a prestação final de contas.
Art. 1.109. Aprovadas as contas, encerra-se a liquidação, e a sociedade se extingue, ao
ser averbada no registro próprio a ata da assembleia.
Parágrafo único. O dissidente tem o prazo de trinta dias, a contar da publicação da
Encerramento ata, devidamente averbada, para promover a ação que couber.
Art. 1.110. Encerrada a liquidação, o credor não satisfeito só terá direito a exigir dos
sócios, individualmente, o pagamento do seu crédito, até o limite da soma por eles
recebida em partilha, e a propor contra o liquidante ação de perdas e danos.
SUMÁRIO: 8 Contratos mercantis. 8.1 Características. 8.2 Compra e venda mercantil. 8.3 Comissão mer-
cantil. 8.4 Representação comercial. 8.5 Concessão mercantil. 8.6 Franquia (franchising). 8.7 Contratos
bancários: depósito bancário, mútuo bancário, desconto bancário, abertura de crédito. 8.8 Contratos ban-
cários impróprios: alienação fiduciária em garantia, arrendamento mercantil (leasing), faturização (facto-
ring), cartão de crédito. 8.9 Contrato de seguro. 8.10 Contratos intelectuais: cessão de direito industrial,
licença de uso de direito industrial, transferência de tecnologia, comercialização de logiciário (software).
O Direito Brasileiro prevê diversos regimes jurídicos para os contratos, tais como o cível,
o administrativo, o trabalhista, do de consumo e o mercantil.
8. CONTRATOS MERCANTIS
8.1. Características
Os contratos mercantis ou empresariais são aqueles em que ambos os contratantes são
empresários, para os quais se aplicam os Princípios Contratuais previstos no Código Civil,
e não no Código de Defesa do Consumidor (não há relação de consumo, como se verá no
item 8).
Ainda assim, algumas peculiaridades são indicadas pela Doutrina, nos recentes Enun-
ciados das I e II Jornadas de Direito Empresarial, do CJF:
Enunciado n. 21. Nos contratos empresariais, o dirigismo contratual deve ser mitigado,
tendo em vista a simetria natural das relações interempresariais.
Enunciado n. 23. Em contratos empresariais, é lícito às partes contratantes estabelecer
parâmetros objetivos para a interpretação dos requisitos de revisão e/ou resolução do
pacto contratual.
Enunciado n. 24. Os contratos empresariais coligados, concretamente formados por uni-
dade de interesses econômicos, permitem a arguição da exceção de contrato não cum-
prido, salvo quando a obrigação inadimplida for de escassa importância.
Enunciado n. 25. A revisão do contrato por onerosidade excessiva fundada no Código
Civil deve levar em conta a natureza do objeto do contrato. Nas relações empresariais,
deve-se presumir a sofisticação dos contratantes e observar a alocação de riscos por eles
acordada.
Enunciado n. 26. O contrato empresarial cumpre sua função social quando não acarreta
prejuízo a direitos ou interesses, difusos ou coletivos, de titularidade de sujeitos não parti-
cipantes da relação negocial.
Enunciado n. 27. Não se presume violação à boa-fé objetiva se o empresário, durante
as negociações do contrato empresarial, preservar segredo de empresa ou administrar
1004 Revisão Final – Procuradoria-Geral do Estado do Sergipe
2º Cabe ao concedente fixar o preço de venda aos concessionários, preservando sua uni-
formidade e condições de pagamento para toda a rede de distribuição.
A Lei 8.955/94 disciplina alguns aspectos da franquia, mas não há tornou uma modali-
dade de contrato típico, havendo liberdade entre as partes para pactuar as especificidades
de suas relações.
A análise dos contratos bancários próprios perpassa pelas seguintes regras elementares:
ATENÇÃO:
Os contratos bancários se balizam pela TAXA MÉDIA DE MERCADO, senão vejamos:
* STJ Súmula nº 296 – Os juros remuneratórios, não cumuláveis com a comissão de permanência, são devi-
dos no período de inadimplência, à taxa média de mercado estipulada pelo Banco Central do Brasil, limi-
tada ao percentual contratado.
* STJ Súmula nº 382 – A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica
abusividade.
* STJ Súmula nº 530 – Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros efetiva-
mente contratada – por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos -, aplica-
-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada nas operações da mesma espécie, salvo se a
taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.
limite específico em conta garantia para capital de giro), valor este que o cliente poderá
utilizar, ou não, a depender de suas necessidades comerciais ou de consumo.
A grande discussão acerca do presente contrato é a força executiva, ou não, do débito
ali contido, quando o cliente utiliza o limite e não restitui o valor ao Banco, tema que levou
o STJ a firmar diversos precedentes alinhando a ação cabível nessas hipóteses:
a) Súmula n. 233: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato
da conta corrente, não é título executivo.
b) Súmula n. 247: O contrato de abertura de crédito em conta corrente, acompanhado do
demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação moni-
tória.
c) Súmula n. 258: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não
goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
d) Súmula n. 300: O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato
de abertura de crédito, constitui título executivo extrajudicial.
e) Súmula n. 322: Para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de crédito em
conta corrente, não se exige a prova do erro.
A Boa Fé é da essência dessa espécie contratual. Se o segurado, por si ou por seu repre-
sentante, fizer declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceita-
ção da proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, além de ficar obrigado
ao prêmio vencido.
ATENÇÃO:
Diante do disciplinamento previsto para o SUICÍDIO, no art. 798, do CC/02, O STJ superou o antigo entendimento
previsto na Súmula 105, do STF, e na Súmula 61, do próprio STJ, adotando agora a seguinte posição:
* Informativo n. 564:
Se o segurado se suicidar dentro dos dois primeiros anos de vigência de contrato de seguro de vida, o segu-
rador, a despeito de não ter que pagar o valor correspondente à indenização, será obrigado a devolver ao
beneficiário o montante da reserva técnica já formada, mesmo diante da prova mais cabal de premedita-
ção do suicídio.
(...)
1010 Revisão Final – Procuradoria-Geral do Estado do Sergipe
Percebe-se, portanto, que o art. 798 do CC/2002 adotou critério objetivo temporal para determinar a
cobertura relativa ao suicídio do segurado, afastando o critério subjetivo da premeditação. Nesse con-
texto, deve-se ressaltar o fato de que a Súmula 105 do STF (“Salvo se tiver havido premeditação, o sui-
cídio do segurado no período contratual de carência não exime o segurador do pagamento do seguro”)
foi formada, antes do CC/2002, a partir de precedentes nos quais se invalidava a cláusula de exclusão de
cobertura simplesmente porque não havia previsão legal, na época, para esta cláusula. Posteriormente a
essa Súmula, surgiu a Súmula 61 do STJ (“O seguro de vida cobre o suicídio não premeditado”), em data
também anterior ao CC/2002, em uma época em que o pressuposto de todos os precedentes tanto da men-
cionada Súmula do STF quanto da referida Súmula do STJ era a ausência de previsão legal que autorizasse
a estipulação de cláusula que eximisse a seguradora da cobertura por suicídio não premeditado, o contrá-
rio do que sucede hoje, quando a lei expressamente estabelece que o de suicídio durante os primeiros dois
anos de vigência da apólice é um risco não coberto (art. 798, caput).
8.10. Contratos intelectuais: cessão de direito industrial, licença de uso de direito in-
dustrial, transferência de tecnologia, comercialização de logiciário (software)
Como já destacado no Capítulo 3 da presente obra, a Propriedade Intelectual é um
gênero que envolve a proteção de todos os bens imateriais surgidos da criatividade humana,
verdadeiro direito da personalidade que passa a ter caráter patrimonial, com natureza jurí-
dica de bens móveis (art. 83, III, do CC + Art. 5º, da LPI: Consideram-se bens móveis, para os
efeitos legais, os direitos de propriedade industrial).
Ela abrange diversas espécies de direitos, inclusive os mais importantes e disciplinados
por normas especiais: a) Os Direitos Autorais – Lei 9.610/98; b) Os Direitos à Propriedade
Industrial – Lei 9.279/96 (LPI).
Ultrapassada a análise patrimonial específica, agora se debruça sobre as espécies con-
tratuais que decorrem da propriedade intelectual:
Art. 60. As anotações produzirão efeito em relação a terceiros a partir da data de sua
publicação.
Veja-se que, celebrado o presente contrato, o inventor deixa de ser proprietário da
invenção e o modelo de utilidade.
Também é possível a cessão da MARCA, nos termos dos arts. 134-135, da LPI:
Art. 134. O pedido de registro e o registro poderão ser cedidos, desde que o cessionário
atenda aos requisitos legais para requerer tal registro.
Art. 135. A cessão deverá compreender todos os registros ou pedidos, em nome do cedente,
de marcas iguais ou semelhantes, relativas a produto ou serviço idêntico, semelhante ou
afim, sob pena de cancelamento dos registros ou arquivamento dos pedidos não cedidos.
Quando esse contrato tem como objeto algum Direito Industrial, poderá ser registrado
junto ao INPI, consoante dispõe o art. 211, da LPI:
Art. 211. O INPI fará o registro dos contratos que impliquem transferência de tecnologia,
contratos de franquia e similares para produzirem efeitos em relação a terceiros.
Parágrafo único. A decisão relativa aos pedidos de registro de contratos de que trata este
artigo será proferida no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data do pedido de registro.
O principal contrato que exemplifica a situação é o contrato de Franquia (franchising),
que nada mais é que a conjugação de dois contratos: o de licenciamento de uso de marca
e o de organização empresarial. A Lei 8.955/94 disciplina alguns aspectos da franquia, mas
não há tornou uma modalidade de contrato típico, havendo liberdade entre as partes para
pactuar as especificidades de suas relações.
Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor e
negociar com credores plano de recuperação extrajudicial.
§ 1º Não se aplica o disposto neste Capítulo a titulares de créditos de natureza tributária,
derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho, assim como
àqueles previstos nos arts. 49, § 3º, e 86, inciso II do caput, desta Lei.
§ 2º O plano não poderá contemplar o pagamento antecipado de dívidas nem trata-
mento desfavorável aos credores que a ele não estejam sujeitos.
§ 3º O devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver
Recuperação
pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou
Extrajudicial
homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 (dois) anos.
§ 4º O pedido de homologação do plano de recuperação extrajudicial não acarretará sus-
pensão de direitos, ações ou execuções, nem a impossibilidade do pedido de decretação
de falência pelos credores não sujeitos ao plano de recuperação extrajudicial.
§ 5º Após a distribuição do pedido de homologação, os credores não poderão desistir da
adesão ao plano, salvo com a anuência expressa dos demais signatários.
§ 6º A sentença de homologação do plano de recuperação extrajudicial constituirá título
executivo judicial, nos termos do Código de Processo Civil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHAGAS, Edilson Enedino das. Direito Empresarial Esquematizado. 4. ed. São Paulo: Saraiva,
2017;
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. Direito de Empresa. 29. ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.
MAMEDE, Gladston. Manual de Direito Empresarial. 11. ed. São Paulo: GEN, 2017.
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial: Teoria Geral e Direito Societário. 8. ed. vol. 1.
São Paulo: GEN, 2017.
_____. Curso de Direito Empresarial: Títulos de Crédito. 8. ed. vol. 2. São Paulo: GEN, 2017.