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Odisseia (em grego: Οδύσσεια, transl.

Odýsseia) é um dos dois principais poemas


épicos da Grécia Antiga, atribuídos a Homero[1]. É uma sequência da Ilíada, outra obra
creditada ao autor, e é um poema fundamental no cânone ocidental. Historicamente, é a
segunda - a primeira sendo a própria Ilíada - obra da literatura ocidental.
A Odisseia, assim como a Ilíada, é um poema elaborado ao longo de séculos de tradição
oral, tendo tido sua forma fixada por escrito, provavelmente no fim do século VIII a.C.[2] A
linguagem homérica combina dialetos diferentes, inclusive com reminiscências antigas do
idioma grego, resultando, por isso, numa língua artificial, porém compreendida. Composto
em hexâmetro dactílico era cantado pelo aedo (cantor), que também tocava,
acompanhando, a cítara ou fórminx, como consta na própria Odisseia (canto VIII, versos
43-92) e também na Ilíada (canto IX, versos 187-190).
O poema relata o regresso de Odisseu, (ou Ulisses, como era chamado no mito
romano), herói da Guerra de Troia e protagonista que dá nome à obra. Como se diz na
proposição, é a história do “herói de mil estratagemas que tanto vagueou, depois de ter
destruído a cidadela sagrada de Troia, que viu cidades e conheceu costumes de muitos
homens e que no mar padeceu mil tormentos, quanto lutava pela vida e pelo regresso dos
seus companheiros”. Odisseu leva dez anos para chegar à sua terra natal, Ítaca, depois
da Guerra de Troia, que também havia durado dez anos.[3]
A trama da narrativa, surpreendentemente moderna na sua não-linearidade, apresenta a
originalidade de só conservar elementos concretos, diretos, que se encadeiam no poema
sem análises nem comentários. A análise psicológica, a análise do mundo interior, não era
ainda praticada. As personagens agem ou falam; ou então, falam e agem. E falam no
discurso direto, diante de nós, para nós – preparando, de alguma forma, o teatro[2]. Os
eventos narrados dependem tanto das escolhas feitas por mulheres, criados e escravos
quanto dos guerreiros.
A influência homérica é clara em obras como a Eneida, de Virgílio, Os Lusíadas,
de Camões, ou Ulysses, de James Joyce, mas não se limita aos clássicos. As aventuras
de Ulisses, a superação desesperada dos perigos, nas ameaças que lhe surgem na luta
pela sobrevivência, são a matriz de grande parte das narrativas modernas, desde a
literatura ao cinema[4].[2]
Em português, bem como em diversos outros idiomas, a palavra odisseia passou a referir
qualquer viagem longa, especialmente se apresentar características épicas.

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