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Resumo
O artigo traz uma pesquisa sobre como um ambiente agressivo, que contenha sulfato em solução, pode
produzir a degradação do concreto. Apresenta, brevemente, as concepções de durabilidade e desempenho.
Mostra as formas de ataque por sulfato e classes de classificação do ambiente para diferentes normas. Cita
algumas formas de evitar o ataque de sulfato e afirma a importância de considerar uma análise do ambiente
para se obter o melhor projeto para o concreto a ser usado.
Abstract
The paper offers a compilation about aggressive environments with sulfate solutions that can produce
concrete degradation. Shortly presents the ideas of durability and performance. Describes sulfate attack
types and environments classifications over different standards. Tells about prevention of sulfate attack and
affirm the importance of consider the environment analysis to achieve a better concrete design.
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1 INTRODUÇÃO
Por fim, antes das considerações finais, apresenta caminhos para minimizar a
degradação ao ataque por sulfatos, mostra exemplos de obras no referido ambiente.
Termina ressaltando a importância de projetar o concreto realizando uma análise do
ambiente para que a durabildidade seja compatível ao cenário previsto.
2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS
Seguindo o conceito da norma, a vida útil é o período de tempo durante o qual se mantêm
as características das estruturas de concreto, desde que atendidos os requisitos de uso e
manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, bem como de execução dos
reparos necessários decorrentes de danos acidentais.
Também deve-se entender que durabilidade das estruturas pode ser definida em função
da segurança, servicibilidade, resistência, solidez e estética obtidas mediante manutenção
contínua, (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
Entende-se
se por ambiente agressivo, o conjunto físico-químico
físico químico que influência a estrutura
de concreto no qual está inserido. Pode ser um ambiente industrial, região costeira, água
do mar entre outros. Cada ambiente vai expor a estrutura mais ou menos aos dif diferentes
tipos de degradação. Dentre do escopo d do trabalho abordou-se
se apenas os ambientes
agressivos de solos
s contaminados com sulfatos.
sulfatos
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Grande importância deve ser dada para a durabilidade das estruturas neste ambiente
desde a concepção das mesmas. Vale lembrar a dificuldade prática de inspeção e
acompanhamento da degradação que sofrerão no decorrer da vida de serviço de tais
peças.
Em obras subterrâneas, a água do solo, lençol freático e/ou rios podem-se infiltrar no
concreto devido à sua alta porosidade, acarretando problemas de degradação por ataque
de sulfatos, corrosão de armaduras e ataques por microorganismos.
Ainda, o meio “solo” acaba sendo muito específico sendo necessário um estudo detalhado
da composição química do mesmo.
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Por meio de abrasão, erosão e cavitação. A abrasão pode ser definida como o desgaste
por atrito entre um sólido e o concreto. A erosão é similar à abrasão, mas diferenciada
pela presença de líquidos contendo partículas sólidas. A cavitação é caracterizada pela
ruptura de bolhas de vapor formadas em fluxos de água. (MEDEIROS, 2005)
Ocorrem devido à interação dos constituintes da pasta do cimento com o meio ambiente
externo.
O concreto, quando inserido em locais com elevada concentração de sulfatos, está sujeito
a alterações químicas na matriz da pasta. Reações envolvendo a formação de produtos
expansivos são provenientes de contato de SO4 em soluções aquosas. Estas reações
acarretam perda de massa, coesão e resistência dos concretos utilizados em estruturas
subterrâneas e em regiões industriais (AL-AMOUNDI, 2002 tradução nossa).
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O mecanismo de ataque para o ânion SO42- é diferente para cada um dos cátions (Ca, Na,
Mg, Fe ,etc) aos quais está associado, uma vez que os mecanismos de interação com a
matriz cimentícia são característicos de cada sal. (SOUZA, 2006)
O ataque por sulfato pode ser de origem externa ou interna. A interna deve-se a uma
fonte solúvel incorporada ao concreto durante o processo de mistura. Por exemplo,
gipsita1 no agregado. O controle de qualidade produtivo é uma forma de prevenção. A
externa devido sulfatos em solução no meio externo (água no solo por exemplo) que
penetram no concreto.
O Ataque externo é mais comum, ocorrendo geralmente quando água contendo sulfato
dissolvido penetra no concreto. Uma linha de frete de reação é bem definida pode ser
vista nas seções polidas. Logo após, a composição e microestrutura do concreto sofre
alteração.
Outro fator quanto importante para o ataque são as condições de exposição. Como o
ataque por sulfato acontece em solução, então, a parte mais suscetível das estruturas são
aquelas abaixo ou logo acima no nível d´água no solo.
Como outras fontes de sulfato pode-se citar: água do mar, oxidação de sulfitos em argilas
adjacentes ao concreto (produz ainda ácido sulfúrico também agressivo), reações
bacterianas que produzem dióxido de enxofre que produzirá também o ácido e na
alvenaria, o sulfato presentes nos tijolos podem atacar, no longo prazo, a argamassa.
O ataque por sulfato são conhecidos por três tipos. Ataque do tipo ácido. A pasta de
cimento hidratada é progressivamente reduzida a uma massa granular que expõe os
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Mineral sulfato de cálcio hidratado: CaS4.O A gipsita tem origem principalmente sedimentar em evaporitos, mas resulta em muitos
outros casos, da hidratação de anidrita. A gipsita calcinada dá origem ao sulfato de cálcio anidro, gesso, de amplo uso como material
de construção. Fonte: http://ig.unb.br/glossario/index.html
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agregados. Pode levar a redução da área de seção transversal. Esse modo de falha é
atribuído principalmente a formação de gipsita. (Al-AMOUDI, 2002,tradução nossa)
O sulfato de magnésio tem uma ação mais devastadora do que os outros sulfatos, pois decompõe
os silicatos de cálcio hidratados e reage com o aluminato e hidróxido de cálcio.
2
Em geral o ataque por sulfatos incide sobre o aluminato tricálcico do cimento hidratado 3CaO.Al2O3 (designação simplificada C3A).
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3CaO.Al2O3.3CaSO4.31H2O
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Os sais que contêm sulfato mais importantes, pela agressividade ao concreto, são
CaSO4⋅2H2O; Na2SO4⋅10H2O e K2SO4; MgSO4⋅7H2O; (NH4)2SO4, CuSO4, ZnSO4,
Al2(SO4)3, FeSO4, Fe2(SO4)3, SrSO4. (SOUZA, 2006)
No Brasil as norma técnicas da ABNT, NBR 6118 e 12655, estabelecem requisitos para
concreto exposto a soluções contendo sulfatos, definindo graus de agressividade do meio
Tabelas 2 e 3.
Tabela 2 – Classificação da agressividade ao concreto, conforme NBR 12655:2006.
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Taumasita com composição usual (CaSiO3 ⋅CaCO3 ⋅CaSO4 ⋅15H2O) é um mineral de sílica.
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C-S-H: abreviação de silicato de cálcio hidratado.
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Tabela 3 – Requisitos para concreto exposto a soluções contendo sulfatos conforme NBR 12655:2006
Condições de Sulfato solúvel
Sulfato solúvel no Fck, mínimo
exposição em (SO4) presente na
solo (SO4) % em Relação a/c máximo (agregado normal
função da água
massa ou leve) MPa
agressividade ppm
Fraca 0,00 a 0,10 0 a 150 -- --
Moderada** 0,10 a 0,20 150 a 1500 0,50 35
Severa*** Acima de 0,20 Acima de 1500 0,45 40
*Baixa relação água/cimento ou elevada resistência podem ser necessárias para a obtenção de baixa permeabilidade do concreto
ou proteção contra a corrosão da armadura ou proteção a processos de congelamento e degelo.
**Água do mar.
***Para condições severas de agressividade, devem ser obrigatoriamente usados cimentos resistentes a sulfatos (NBR 5737).
Tabela 4 – Nível de exposição aos sulfatos em função da concentrações de SO42-, conforme algumas
normas técnicas existentes em outros países. (SOUZA, 2006)
Norma técnica Nível de exposição aos sulfatos Sulfato (SO42-) na água, ppm
desprezível 0 ≤ SO4 ≤ 150
Norma ACI 318M-02 (Building
moderado 150 ≤ SO4 ≤ 1500
code requirements for structural
forte 1500 ≤ SO4 ≤ 10000
concrete)
muito forte > 10000
desprezível 0 ≤ SO4 ≤ 150
Manual do Concreto do U. S.
fraco 150 ≤ SO4 ≤ 1500
Bureau of Reclamation Concrete
regular 1500 ≤ SO4 ≤ 10000
Manual, publicado em 1966
forte > 10000
S-3 moderado 150 ≤ SO4 ≤ 1500
Norma canadense A23.1.94 S-2 forte 1500 ≤ SO4 ≤ 10000
S-1 muito forte > 10000
ligeiramente agressivo 200 ≤ SO4 ≤ 600
Norma européia EN206-1:2000 moderadamente agressivo 600 ≤ SO4 ≤ 3000
altamente agressivo 3000 ≤ SO4 ≤ 6000
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Fatores
atores que influenciam o ataque por sulfato: a quantidade e natureza do sulfato (sua
concentração); o nível da água e sua variação sazonal; porosidade do solo e o fluxo da
água subterrânea; a forma de construção e a qualidade do concreto (tipo de cimento
empregado).
Assim, como é mais difícil impedir que a água com sulfato entre em contat
contato com o
concreto, normalmente a forma de controlar o ataque de sulfato é atuando na qualidade
do concreto, mais especificamente,
especificamente na permeabilidade do material.
Maior atenção deve ser dada nos casos de estruturas parcialmente saturadas (onde
possa ocorrer evaporação. Estruturas na faixa de oscilação de nível d´água, muros de
arrimos (umas das faces em contato com solo), galerias, túneis entre outras. Aquelas
onde se encontram totalmente submersas são menos prejudicas comparativamente.
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Para proteger o concreto ao ataque por sulfato, orienta-se o controle da relação água
cimento, tipo de cimento e uso de aditivos minerais. Obter a diminuição da
permeabilidade, com espessuras adequadas de concreto, aliado ao controle do processo
de adensamento e de cura, são outros pontos preventivos importantes a serem
observados.
Os fatores que influenciam o ataque por sulfato são: a quantidade e natureza do sulfato
(sua concentração); o nível da água e sua variação sazonal; porosidade do solo e o fluxo
da água subterrânea; a forma de construção e a qualidade do concreto (tipo de cimento
empregado). Como é impossível impedir que a água com sulfato entre em contato com o
concreto, a única forma de controlar o ataque de sulfato é atuando na qualidade do
concreto, ou seja, na permeabilidade do material.
O efeito das misturas com altas concentrações de sais presentes no Golfo Pérsico é
extremamente prejudicial à durabilidade das estruturas. (AL-AMOUNDI, 2002 tradução
nossa).
5 Considerações Finais
Percebe-se que a o ataque por sulfato é uma questão importante a ser considerada. O
efeito final de redução da resistência da estrutura de cimento, portanto, na durabilidade da
mesma é preocupante. Aliado ao fato, as estruturas no solo dificultam o acompanhamento
da situação concreto em serviço.
Nesse contexto, uma melhor caracterização do ambiente agressivo onde será inserida a
estrutura de concreto é crucial para a concepção do projeto. Verificou-se também que
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como o ataque por sulfato ocorre em solução, a concentração de sulfatos no solo como
na água (mar ou subterrânea) assume um papel importante para a divisão dos níveis de
agressividade.
6 Referências
Al-AMOUDI, O.S.B - Attack on plain and blended cements exposed to aggressive sulfate
environments. In: Cement and Concrete Composites, 2002, 24 305–316.
CARVALHO, R.C.; JURLAN JÚNIOR, S.; FIGUEIREDO FILHO, J. R. de; MAREGA, W. T.;
COSTA, M. H. Recuperação de dois reservatórios enterrados. In: Congresso Brasileiro do
Concreto, 42º, 2000, Fortaleza. Anais em CD-ROM do 42º IBRACON. Fortaleza: IBRACON, III-E-
005.
GENTIL, V. Corrosão. 3 ed. Livros Técnicos e Científicos. Rio de Janeiro: 1996. 345p.
HELENE, Paulo R. L. . Vida Útil das Estruturas de Concreto . In: IV Congresso Ibero Americano
de Patologia das Construções e VI Congresso de Controle da Qualidade CON PAT-97, 1997,
Porto Alegre. IV Congresso Ibero Americano de Patologia das Construções e VI Congresso de
Controle da Qualidade CON PAT-97, 1997. v. 1. p. 1-30.
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