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“The changing nature

of rainfall during the


early history of Mars”
Autores: Robert A. Craddocka* and Ralph D. Lorenz**
Apresentação por: Francisco Ferreira da Cunha Barros.

*Center for Earth and Planetary Studies, National Air and Space
Museum, Smithsonian Institution, Washington, D.C. 20560 United
States
**Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory, Laurel, MD.
20723 United States
Abstract:
Hidrologia| FCUL17 - Jan - 2018

• Foi mostrado que as crateras de impacto em Marte e as “redes de escoamento”


podem ter sido afetadas por alterações na distribuição de precipitação e também pela
variação da atmosfera primordial do planeta.

• Cálculo da velocidade terminal e da respetiva energia cinética para precipitações com


diâmetro superior a 0.5 𝑚𝑚.

• Consideração de que a atmosfera é composta essencialmente por 𝐶𝑂2 com a pressão


a variar entre 0.5 e 10 𝑏𝑎𝑟𝑠.

• Para pressões atmosféricas entre os ~3.0 e os 4.0 𝑏𝑎𝑟𝑠, já se torna possível explicar o
transporte de sedimentos e no entanto o escoamento da superficial ainda seria
limitado.

• Para pressões atmosféricas de ~1.5 𝑏𝑎𝑟𝑠, a intensidade de precipitação começaria a


exceder a capacidade de infiltração do solo, o que explica a formação da “rede de
escoamento” marciana.

• Devido à baixa atração gravítica de Marte (𝑔 = 3.711 𝑚. 𝑠−2 ) uma tempestade que
acontecesse numa atmosfera de 1 𝑏𝑎𝑟 provocaria precipitação de cerca de 7.3 𝑚𝑚 de
diâmetro.
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Introdução e
considerações:
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• A forma dendrítica das “redes de escoamento” e a profundidade dos vales sugerem que a água
fluiu desde as crateras de impacto.

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• O desenvolvimento de grandes bacias hidrográficas, o número limitado de ramos numa


“rede de escoamento” e a morfologia dos rios, indicam que as condições
meteorológicas que suportavam a formação de “redes de escoamento” foram
mantidas durante um período de tempo geológico relativamente curto (entre 104 a
106 anos).

• Mesmo que a precipitação acontecesse no estado sólido, as condições climatéricas


seriam suficiente para fazer o degelo e assim gerar o escoamento superficial.

• De todas as provas geológicas, físicas e químicas, podemos considerar que as


condições ambientais necessárias para a modificação de crateras foram razoavelmente
“longas” no entanto estas condições foram alteradas de modo a aumentar o
escoamento superficial.

• É sugerido por outros autores que estas alterações ambientais foram causadas por
uma possível diminuição da capacidade de infiltração do rególito ou também por uma
diminuição na taxa de precipitação e produção de sedimentos.

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Método Utilizado:
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• Em geral a quantidade de erosão causada por um dado tipo de precipitação é função


do número e tamanho de gotas, da velocidade de impacto no solo e das características
do solo.

• Alguns estudos mostram que existe uma energia cinética mínima das gotas de
precipitação necessária para se dar a erosão do solo.

5 𝑢𝐽 Areia fina 12 𝑢𝐽 Sedimentos compostos

• Assim, a partir do tipo de solo existente em Marte e dos respetivos valores de


energia cinética mínima, conseguimos determinar as características da
precipitação marciana.
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• Por aplicação da 2ºLei de Newton;

𝐹𝑅 = 0 (1)

𝐹𝑔 = 𝐹𝑎 2

1
𝑚𝑔 = 𝜌𝑢2 𝑡 𝐶𝑑 𝐴 ∗ −𝑢 3
2

2𝑚𝑔
𝑢𝑡 = (4)
𝐶𝐷 𝜌𝐴

Onde:

• 𝑚 → é a massa de uma gota de precipitação;


• 𝑔 → é a aceleração gravítica;
• 𝐶𝐷 → é o coeficiente de atrito da atmosfera;
• 𝐴 → é a área da partícula.

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• Assim podemos calcular a energia cinética máxima de um dado tipo de precipitação


como:
1
𝐸𝑐 = 𝑚𝑢𝑡 2 (5)
2

Gráfico da energia cinética em função da pressão atmosférica. Gráfico da velocidade terminal em função do diâmetro da precipitação.

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• Uma vez que a menor aceleração gravítica de Marte (em relação à Terra) se traduz
numa velocidade terminal menor, faz com que o diâmetro das gotas de precipitação
seja superior.
8𝛾
𝑑= 6
𝑛𝜌𝐶𝐷 𝑢𝑡 2
Onde:

𝑑 → é o diâmetro das gotas de precipitação;


𝛾 → é a tensão superficial das gotas de água (0.08286 𝑁. 𝑚−1 𝑎 20°𝐶);
𝑛 → fator de deformação entre a gota de água e uma esfera, parâmetro ente 1 e
2.

• Variando a pressão atmosférica entre 10 e 0.5 bars, obtemos um diâmetro de gotas


máximo entre 2.4 e 11.6𝑚𝑚.

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• O tamanho máximo da precipitação é de natureza estatística uma vez que depende de


vários parâmetros.

• No entanto observações da distribuição de precipitação indicam que o valor médio do


tamanho do diâmetro de precipitação aumenta proporcionalmente com o aumento do
valor do diâmetro máximo de precipitação.

• Obtemos assim a relação entre o diâmetro médio da distribuição de precipitação e a


intensidade da mesma.

𝐷50 = 𝛼𝐼𝛽 (7)

• E assim podemos estimar a relação entre a intensidade da precipitação e alguns


parâmetros atmosféricos:

8𝛾
𝛼𝐼𝛽 ≈ (8)
𝑛𝜌𝐶𝑑 𝑢𝑡50 2

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• Onde 𝛼 e 𝛽 são para de natureza estatística aproximados por:

𝜋
𝐼 = 3.6 𝑋(𝐷𝑖 )𝐷𝑖 3 (9)
6
𝑖=0

• 𝑋(𝐷𝑖 ) → é o número de gotas com diâmetro 𝐷𝑖 que chegam ao solo por unidade de
tempo e por unidade de área.

• 𝐷𝑖 → é a variável aleatória que representa o diâmetro a i-ésima gota.

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Discussão:
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• Enquanto que uma relação qualitativa da intensidade da precipitação e o tamanho do


diâmetro das gotas de precipitação é provável em Marte, as diferenças na estrutura da
atmosfera e outros parâmetros desconhecidos devem ser investigados posteriormente
de modo a tornar este modelo mais fidedigno.

• Uma outra correlação entre a intensidade da precipitação (taxa de precipitação


instantânea) e o conteúdo de vapor de água de uma dada coluna na atmosfera é
também provável.

• A formação das “redes de escoamento” indicam a existência de um escoamento


superficial, o que não aconteceria enquanto que a intensidade de precipitação não
excedesse a capacidade de infiltração do solo marciano.

• Assim, é também importante determinar quais os tipos de solo existentes em Marte


primordial.

• Caso o solo primordial de Marte fosse constituído por basalto e anisóis, seriam
necessárias precipitações de elevada intensidade de modo a superar a elevada
capacidade de infiltração destes tipos de solo.

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Conclusões:
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• A energia cinética terminal não seria suficiente para gerar a erosão do solo caso a
pressão atmosférica de marte primordial excedesse os 4 bar. Nestas condições o
diâmetro máximo das gotas de precipitação seria da ordem dos 3 𝑚𝑚.

• Para pressões atmosféricas entro os 3 a 4 𝑏𝑎𝑟 , a energia cinética terminal da


precipitação e o seu diâmetro começam a ser suficiente para gerar o movimento das
partículas de solo de menor dimensão.

• Para pressões atmosféricas a partir dos 1.5 𝑏𝑎𝑟, o tamanho do diâmetro das gotas de
precipitação e a sua energia cinética terminal aumentam de modo a que a precipitação
gerada em Marte seria equivalente a uma tempestade gerada na Terra e a intensidade
destes eventos iria aumentar até que ocorresse o colapso da atmosfera para ~0.5 𝑏𝑎𝑟.

• Este cenário é suportado por registo geológicos.

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Bibliografia:
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• “The changing nature of rainfall during the early history of Mars” by Robert A.
Craddocka* and Ralph D. Lorenz**

• “Hydrology for Engineers” by Ray K.Linsley, Jr. Max A.Kohler and Joseph L.H. Paulhus, SI
Metric Edition.

• “Martian Oceans, V” by Michael H. Carr.

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Obrigado

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