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Reitora
Profa. Dra. Maria Lúcia Cavalli Neder
Vice- Reitor
Prof.Dr. João Carlos de Souza Maia
Acadêmicos voluntários
Ewesh Yawalapiti Waurá
Juliana Oliveira Pinheiro
PENSAR DIREITO
https://www.facebook.com/projetopensardireito
Editor
João Paulo Rocha de Miranda
Capa
João Pedro Guimarães Souza
Editoração eletrônica
Alessandra Marconatto
Alexandre Vicentine Xavier
Ewesh Yawalapiti Waurá
João Paulo Rocha de Miranda
Juliana Pinheiro
Thaisa Held
4
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO 1: O AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO COMO 10
DIREITO FUNDAMENTAL
1.1. O direito fundamental ao ambiente equilibrado e sua correlação com a 10
dignidade da pessoa humana
CAPÍTULO 2: DO INDIVIDUAL AO COLETIVO: O ACESSO À JUSTIÇA 21
COLETIVA COMO DIREITO FUNDAMENTAL
2.1. A eficácia dos direitos fundamentais contida no preâmbulo da 21
Constituição Federal
2.2. O princípio da efetividade do direito fundamental 23
2.3. A ineficácia social da tutela individual e os caminhos para a tutela coletiva 27
2.4. A influência das ações coletivas no direito anglo-saxão: as classactions 33
2.5. O percurso histórico da tutela coletiva brasileira 39
2.6. Os interesses ou direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos 43
2.6.1. Interesses ou direitos difusos 48
2.6.2. Os interesses ou direitos coletivos 49
2.6.3. Interesses individuais homogêneos ou acidentalmente coletivos 51
CAPÍTULO 3: DA TUTELA COLETIVA COMO GARANTIA DO DIREITO
FUNDAMENTAL HUMANO AO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE 54
EQUILIBRADO
3.1. O meio ambiente e tutela jurisdicional: o devido processo legal ambiental 54
e seus mandamentos nucleares
3.2. A necessária distinção entre regras e princípios 56
3.2.1. Princípio do devido processo legal ambiental 59
3.2.2. Princípio do acesso à justiça e tutela do meio ambiente 59
3.2.3. Princípio da isonomia 62
3.2.4. Responsabilidade objetiva do poluidor em face de lesão ambiental 63
3.2.5. Princípio do duplo grau de jurisdição: a sentença e a coisa julgada 64
ambiental
3.3. O sistema processual de tutela do meio ambiente ecologicamente 66
6
equilibrado
3.3.1. A ação popular ambiental 67
a) Legitimação ativa e passiva na ação popular ambiental 70
3.3.2. A ação civil pública ambiental 73
a) Legitimação ativa e passiva na ação civil pública ambiental 76
3.3.3. O mandado de segurança coletivo ambiental 79
a) Legitimação ativa e passiva no mandado de segurança coletivo ambiental 80
3.3.4. O mandado de injunção ambiental 81
a) Legitimação ativa e passiva no mandado de injunção ambiental 82
CONSIDERAÇÕES FINAIS 84
REFERÊNCIAS 87
7
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
1
MAZZILLI, Hugo Nigro. A Defesa dos Interesses Difusos em Juízo. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
2
Ao final dos anos 60 o Estado Social entra em crise. Os defeitos da sociedade afluente parecem ter
ficado evidente naquela época, notadamente em razão das consequências ambientais do modelo
Keynesiano de produção. Somando-se a isso a Guerra Fria, a ameaça de guerra nuclear, o avanço do
conhecimento científico, o notável crescimento tecnológico, o advento dos testes atômicos, a Crise de
Suez, a ocorrência de alguns desastres ambientais e o surgimento de novos movimentos sociais
(principalmente a favor e o surgimento de novos movimentos sociais (principalmente a favor da paz e da
desigualdade social), se compreende a emergência de uma nova preocupação com o meio ambiente, onde
parece ter ocorrido a consciência de que degradação ambiental poderia significar uma ameaça tão grave
para a segurança material daquelas sociedades quanto a guerra. O surgimento da denominada crise do
petróleo nos anos 70, a seu turno, obrigou a uma tomada de consciência dos limites do crescimento
econômico e da esgotabilidade dos recursos naturais. DUARTE, Marise Costa de Souza. Meio Ambiente
Sadio: direito fundamental em crise. 3ed. Curitiba: Juruá, 2008, p. 40-41
11
3
LAGO, André Aranha Corrêa do. Estocolmo, Rio, Joanesburgo o Brasil e as três conferências ambientais
das Nações Unidas. Brasília: FUNAG, 2006, p. 18.
4
O Principio Primeiro, em seus exatos termos꞉ O homem tem o direito fundamental a liberdade, a
igualdade e ao desfrute de condições de vida adequada em um meio, cuja qualidade lhe permita levar uma
vida digna e gozar do bem-estar, e ter a solene obrigação de proteger e melhorar esse meio para as
gerações presentes e futuras”. Prevê também o Principio Segundo, do mesmo documento꞉ Os recursos
naturais da terra, incluindo o ar, a agua, a terra, a flora, a fauna e especialmente mostras representativas
dos ecossistemas naturais, devem preserva-se em beneficio das gerações presentes e futuras, mediante
uma cuidadosa planificação ou ordenação, segundo convenha.” DECLARACAO DE ESTOCOLMO (1972).
Declaração da Conferencia das Nações Unidas no Ambiente Humano, Estocolmo, 5-16 de junho de 1972.
Disponível em꞉ <http꞉www.mma.gov.br>. Acesso em 14. Out. 2012.
5
LEITE, Jose Rubens Morato. Dano ambiental꞉do individual ao coletivo extrapatrimonial. 2. ed. rev.,
atual. eampl. São Paulo꞉ Editora Revista dos Tribunais, 2003, p. 86.
6
SOARES, Guido Fernando Silva. Dez anos após Rio-92: o cenário internacional, ao tempo da cúpula
mundial sobre desenvolvimento sustentável (Joanesburgo, 2002). Revista Amazônia Legal de estudos
sócio-jurídico-ambientais. Cuiabá: UFMT, Ano 1, n. 1, jan.-jun. 2007, p. 127.
12
7
LAGO, André Aranha Corrêa do. Estocolmo, Rio, Joanesburgo o Brasil e as três conferências ambientais
das Nações Unidas. Brasília: FUNAG, 2006, p. 32.
8
TEIXEIRA, Orci Paulino Bretanha. O Direito ao meio ambiente: ecologicamente equilibrado como direito
fundamental. Porto Alegre: Livraria dos Advogados, 2006, p. 32.
13
9
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constituição Federal
de 1988. 9 ed. rev. Atual. 2. Tir. – Porto Alegre꞉ Livraria do Advogado Editora, 2012, p. 92.
10
LEITE, Jose Rubens Morato; AYALA, Patryck de Araújo. Direito ambiental na sociedade de risco. 2 ed.
rev., atual. eampl. Rio de Janeiro꞉ Forense Universitária, 2004, p. 53.
14
11
AYALA, Patryck de Araújo. Direito fundamental ao ambiente, mínimo existencial ecológico e proibição de
retrocesso na ordem constitucional brasileira. Separata da Revista dos Tribunais, Ano 99 – vol. 901,
novembro de 2012, p. 29.
12
Idem, p. 34.
13
CANÇADO TRINDADE, Antonio Augusto. Direitos humanos e meio ambiente: paralelo dos sistemas de
proteção internacional. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1993. p. 71.
15
14
AYALA, Patryck de Araújo. Direito fundamental ao ambiente, mínimo existencial ecológico e proibição de
retrocesso na ordem constitucional brasileira. Separata da Revista dos Tribunais, Ano 99 – vol. 901,
novembro de 2012, p. 35.
15
DIMOULIS, Dimitri; MARTINS, Leonardo. Definicao e características dos direitos fundamentais. In꞉
Direitos fundamentais e estado constitucional꞉ estudos em homenagem a J. J. Canotilho. Coordenacao
George Salomao Leite, Ingo Wolfgang Sarlet. São Paulo꞉ Editora Revista dos Tribunais; Coimbra (Pt)꞉
Coimbra Editora, 2009, p.119.
16
SARLET, Ingo Wolffgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 3. ed. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2003, p. 66.
16
Assim, não é possível concordar com uma definição ampla adotada por
parte da doutrina, segundo a qual a fundamentalidade de certos direitos
não dependem da força formal constitucional e sim de seu conteúdo. Com
efeito, não pode ser considerado como fundamental um direito criado pelo
legislador ordinário, mas passível de revogação na primeira mudança da
maioria parlamentar, por mais relevante e “fundamental” que seja seu
conteúdo. Os direitos fundamentais são definidos com base em sua força
formal, decorrente da maneira de sua positivação, deixando de lado
considerações sobre maior ou menor valor moral de certos direitos.17
17
DIMOULIS, Dimitri; MARTINS, Leonardo. Definição e características dos direitos fundamentais. In꞉
Direitos fundamentais e estado constitucional꞉ estudos em homenagem a J. J. Canotilho. Coordenação
George Salomao Leite, Ingo Wolfgang Sarlet. São Paulo꞉ Editora Revista dos Tribunais; Coimbra (Pt)꞉
Coimbra Editora, 2009, p.120.
18
Ibidem.
19
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 6 ed., Porto Alegre꞉ Livraria do
Advogado, 2006, p. 35-36.
20
CONSTITUICAO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL꞉ promulgada em 5 de outubro de 1988.
47 ed. atual. eampl. São Paulo꞉Editora Saraiva, 2012, p. 12.
17
21
THEODORO, Marcelo Antonio. Direitos fundamentais e sua concretização. Curitiba꞉ Juruá, 2009, p.28.
22
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 3 ed. Porto Alegre꞉ Livraria do
Advogado, 2003, p. 69.
23
Idem, p. 69.
24
FLORES, Joaquin Herrera. Os direitos humanos no contexto da globalização꞉ três precisões
conceituais. In꞉ Revista LugarComum n. 25-26. Rio de Janeiro꞉UFRJ, p. 70.
18
25
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. A proteção internacional dos direitos humanos e o direito internacional
do meio ambiente. Revista Amazônia Legal de estudos sócio-jurídico- ambientais. Cuiabá. Ano 1. p. 169-
196. Jan-jun. 2007, p.188.
26
MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. A proteção internacional dos direitos humanos e o direito internacional
do meio ambiente. Revista Amazônia Legal de estudos socio-jurídico- ambientais. Cuiabá. Ano 1. p. 169-
196. Jan-jun. 2007, p.191.
27
FILHO, Anizio Pires Gavião. Direito fundamental ao ambiente. Porto Alegre꞉ Livraria do Advogado,
2005, p. 37.
19
28
LEITE, Jose Rubens Morato. Dano ambiental꞉ do individual ao coletivo extrapatrimonial. 2 ed. rev.,
atual., e ampl. São Paulo꞉ Editora Revista dos Tribunais, 2003, p. 95.
29
Idem, p. 88-89.
30
LEITE, Jose Rubens Morato; AYALA, Patryck de Araújo. Direito ambiental na sociedade de risco. 2 ed.
rev., atual., e ampl. Rio de Janeiro꞉ Forense Universitária, 2004, p. 55.
20
Brasil seja parte. Isso significa dizer que ao se firmar tratado internacional de
proteção ambiental, este já adere ao ordenamento jurídico interno como direito
fundamental, não sendo, portanto, taxativo o rol de direitos e garantias fundamentais.
Percebe-se o viés coletivo de direito fundamental, no caráter
antropocêntrico alargado, no sentido de não de desconsiderar as demais formas de
vida, respeitando-se um mínimo existencial ecológico onde, muito embora o ser
humano esteja no topo da cadeia ecológica, este tem não somente o direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, mas sim o dever de preservá-lo para as
presentes e futuras gerações, como predispõe o artigo 225, caput, da Constituição
Federal de 1988.
21
CAPÍTULO 2
31
BONAVIDES, Paulo. Democracia participativa. Revista Achegas n. 27. Disponível em
<http://www.achegas.net/numero/vinteesete/p_bonavides_27.htm
22
32
Idem, p. 40.
33
RE, AluisioIunesMontiRuggeri. Processo civil coletivo e sua efetividade. São Paulo: Malheiros Editores,
2012, p.41.
23
34
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. A resolução dos conflitos e a função judicial no contemporâneo
Estado de Direito. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, pp. 286-287.
35
LOPES, Maria Elizabeth de Castro; LOPES, João Batista. Princípiodaefetividade. In: NETO, Olavo de
Oliveira; LOPES, Maria Elizabeth de Castro (Org.). Princípios Processuais Civis na Constituição. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2008, p. 241.
36
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da constituição. 5. ed. Saraiva: São Paulo, 2003,
p.88.
24
37
BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 19. ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 87.
38
ZAGREBELSKY, Gustavo. A lei, o direito e a Constituição. Colóquiocomemorativo do XX Aniversário do
Tribunal ConstitucionalPortuguês; Kathleen M. Sullivan, The Supreme Court, 1991 Term – Foreword; The
justice of rules and standards, Harvard Law Review, v. 106, p. 22; Ronald Dworking, A Bill of Rights for
Britain. Apud. MARINONI, Luiz Guilherme. Teoria geral do processo. 5 ed. rev. e atual. – São Paulo꞉
Editora Revista dos Tribunais, 2011, p. 29.
39
MARINONI, Luiz Guilherme. Teoria geral do processo. 5 ed. rev. e atual. – São Paulo꞉ Editora Revista
dos Tribunais, 2011, p.32.
40
HABERLE, Peter. Die Wesengehaltsgarantie des Art. 19 Abs. 2 Grundgesetz, p. 90-91. Apud.
MARINONI, Luiz Guilherme. Teoria geral do processo. 5 ed. rev. e atual. – São Paulo꞉ Editora Revista dos
Tribunais, 2011, p.32.
25
Direito não e só norma, como quer Kelsen, Direito não e só fato, como
rezam os marxistas ou economistas do Direito, porque Direito não e
economia. Direito não e produção econômica, mas envolve a produção
econômica e nele interfere; o Direito não e principalmente valor, como
pensam os adeptos do Direito Natural Tomista, por exemplo, porque o
Direito ao mesmo tempo e norma, e fato e valor.43
Nesta senda, não basta alcunhar a Carta Magna como cidadã, social,
democrática, se no campo efetividade não há aplicabilidade. Esse poder que emana
do povo deve ser garantido não somente no direito material (norma abstrata), mas
também no campo processual, onde se afigura o acesso do povo ao Poder Judiciário,
desta feita, para garantir os direitos e garantias fundamentais, a começar pelo próprio
acesso.
41
MARINONI, Luiz Guilherme. Teoria Geral do Processo. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. V.
1, p, 99.
42
RE, AluisioIunesMontiRuggeri. Processo civil coletivo e sua efetividade. p.33.
43
REALE, Miguel. Teoria tridimensional do Direito – situação atual. 5. ed.São Paulo꞉ Saraiva, 1994, p.
118.
26
44
A fim de traduzir a referida efetividade , no sentido de aplicabilidade da
norma no contexto social, leciona Teori Albino Zavascki que esta e denominada
eficácia social꞉
44
Vale a pena citar decisão do STJ, Recurso Especial n. 1.041.197-MS, tendo como relator o Ministro
Humberto Martins, donde se extrai do voto a seguinte fundamentação: Assegurar um mínimo de dignidade
humana por meio de serviços públicos essenciais, dentre os quais a educação e a saúde, é escopo da
República Federativa do Brasil que não pode ser condicionado à conveniência política do administrador
público. A omissão justificada da Administração em efetivar as políticas públicas constitucionalmente
definidas e essenciais para a promoção da dignidade humana não deve ser assistida passivamente pelo
Poder Judiciário. (STJ, REsp 1.041.197-MS, rel. Min. Humberto Martins, j. 25.8.2009.)
45
ZAVASCKI, Teori Albino. Eficácia social da prestação jurisdicional. Revista de Informação Legislativa, v.
31, n. 122, p. 291-296, abr.;jun. 1994, p. 01.
46
BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. 4. ed.Brasília∕DF, 1994, p. 4 -5.
27
47
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Interesses difusos – conceito e legitimação para agir. – 7 ed. rev.,
atual. eampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011, p. 152
48
CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryan. Acesso a justiça. Trad. De Ellen Gracie Northfleet. Porto
Alegre;RS, Sergio AntonioFabris Editor, 1988.
28
49
Idem, p. 26-27.
50
Ibidem
29
51
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Interesses difusos – Conceito e legitimação para agir. 6 ed., São
Paulo: Ed. RT, 2004, p. 150. In: MANCUSO, Rodolfo de Camargo. A resolução dos conflitos e a função
judicial no contemporâneo Estado de Direito. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p. 316.
52
Idem, pp. 316-317.
53
Idem.
30
54
VENTURI, Elton. Processo Civil Coletivo (A Tutela Jurisdicional dos Direitos Difusos, Coletivos e
Individuais Homogêneos no Brasil – Perspectivas de um Código Brasileiro de Processos Coletivos). São
Paulo: Malheiros Editores, 2000, p. 24.
55
Idem, p. 24.
56
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. A resolução dos conflitos e a função judicial no contemporâneo
Estado de Direito. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p. 286.
31
Denota-se que a tendência, por mais que se esbarre nos entraves históricos
da tutela coletiva que ainda insiste em se perdurar no Poder Judiciário, é a de
resolução dos conflitos coletivos, ou então, os interesses que fogem da esfera
individual.
Como bem apregoa Marcelo Abelha:
57
BONAVIDES, Paulo. Teoria constitucional da democracia participativa – por um direito constitucional de
luta e resistência; por uma nova hermenêutica – por uma repolitização da legitimidade. São Paulo:
Malheiros Editores, 2001, p. 36.
58
ABELHA, Marcelo. Ação civil pública e meio ambiente. – 2 ed. – Rio de Janeiro: Forense .Universitária,
2004, p. 13,
59
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. A resolução dos conflitos e a função judicial no contemporâneo
Estado de Direito. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, pp. 325.
32
[...] pode-se concluir que, para que realmente uma norma seja efetiva, é
preciso, primeiro, que ela seja dotada de sua validade formal, valorativa e
dotada de eficácia, isto é, esteja regularmente aperfeiçoada como e
enquanto norma jurídica, em conformidade com os valores reconhecidos
socialmente, e adequada à realidade na qual se insere. Se algum desses
requisitos estiver viciado, restará prejudicada a efetividade da norma.
Nesse panorama, o discurso da efetividade recai para o campo do pós-
positivismo da norma jurídica, em que o direito se movimenta para os
anseios sociais que não mais priorizam ao exagero o aspecto da validade
formal da norma. Percebe-sea presença e a aceitação mais ampla de um
estudo da efetividade desde o momento em que ocorra uma maior
60
ANNONI, Danielle. O direito humano de acesso à Justiça no Brasil. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris
Editor, 2008, p. 183.
33
61
BARROS-PLATIAU Ana Flávia, VARELLA Marcelo Dias (Orgs). A Efetividade do Direito Internacional
Ambiental. Brasília: Ed. UNICEUB, UNITAR e UnB, 2009, p. 13.
Em termos de demanda coletiva, os primitivos escritos sobre o tema foram feitos por Joseph Story. O
primeiro caso West v. Randall, ocorrido em 1820, na verdade, passou a ser considerado não pelo seu
conteúdo ou julgado, mas, sim, por ter inspirado no autor o interesse pelo tema, na medida em que o fez
refletir e tecer comentários em torno da grouplitigation. Na espécie, um morador de Massachusetts ajuizou
uma ação alegando que o seu patrimônio teria sido dilapidado pelo réu, na qualidade de trustee(uma
espécie de gestor de negócios). O processo estava tramitando na Justiça Federal, tendo sido firmada sua
competência sob o fundamento da diversidade de jurisdição, embora, na realidade, seja provável que a
causa, de fato, tenha sido a ausência de tribunal de equidade em Rhode Island. Story comenta que a
situação poderia ter sido diferente se houvesse outras pessoas interessadas, como herdeiras, que
figurassem como litisconcortes necessárias. Consequentemente, o feito poderia não prosseguir na Justiça
Federal, na medida em que poderia deixar de existir a diversityjurisdictionentre as partes. Mas, segundo o
raciocínio desenvolvido por Story, a partir do estudo deprecedentes ingleses, a presença do interesse de
outras pessoas não precisaria ensejar sempre o litisconsórcio necessário: “Onde as partes são muito
numerosas e a corte percebe que será quase impossível trazê-las perante o tribunal, ou onde a questão é
de interesse geral em que uns poucos podem promover uma ação em benefício de todos que dela fazem
parte; nesses e em casos análogos, a ação se demonstra não ser meramente em nome dos autores, mas
de todos os outros interessados; o pedido para formação de litisconsórcio necessário deverá ser repelido e
o tribunal deverá dar prosseguimento ao processo até a decisão de mérito.” Cf. MENDES, Aluisio
Gonçalves de Castro. Ações coletivas no direito comparado e nacional. – 2 ed. rev., atual. eampl. – São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010,pp.58-59.
62
Conforme Marcelo Abelha, “O sujeito processual só estará credenciado a atuar na posição jurídica
processual respectiva se possuir legitimidade para tanto. Exatamente por isso, a palavra legitimidade
exprime ideia de transitividade, de caráter relacional, e só existe perante uma dada situação. Assim, só é
legítimo com relação a alguma coisa e/ou alguém, não sendo lícito pensar que a legitimidade seja sinônimo
de atributo de alguém e que por isso mesmo exista de per si e acompanhe essa pessoa em qualquer
situação.” E continua o autor: “Quando se fala em legitimidade ad causam (ordinária) ou legitimidade
extraordinária, apenas se está especificando a legitimidade a partir de elementos da demanda, cujo
espectro de abrangência, por ordem lógica, está inserido na legitimidade dos sujeitos do processo. In:
ABELHA, Marcelo. Ação civil pública e meio ambiente. – 2 ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2004, pp.65-66.
34
63
MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro. Ações coletivas no direito comparado e nacional. – 2 ed. rev.,
atual. eampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010, p.60.
35
64
Idem, p. 61.
65
Ibidem.
66
Ibidem.
Conforme Aluisio Gonçalves O texto formulado para a Regra 23, em 1966, sofreu alterações nos anos de
1987, 1998, 2003 e 2007. Em 1º.08.1987, entrou em vigor pequena modificação redacional, alterando, na
alínea (c) (2), as expressões masculinas “he” e “him” para “membro”. Na emenda aprovada em 1998, foi
acrescentada a alínea (f), possibilitando, segundo a discrição da corte, a interposição imediata de recurso
contra as decisões que garantam ou deneguem o procedimento de classe. No ano de 2003, houve
mudança no texto das alíneas (c) e (e), bem como inserção de duas novas – (g) e (h) -, incorporando
basicamente entendimentos firmados na jurisprudência em torno de regras pertinentes à aprovação de
acordos, escolha de advogados e fixação de honorários. Em 2005, houve importante reforma legislativa,
com a entrada em vigor da ClassActionFairnessAct (CAFA), estatuto que incorporou modificações no Título
28 do United StatesCode, com aplicação nacional e tendo como propósito assegurar benefícios justos e
imediatos para os membros da classe, em caso de procedência das suas pretensões; estabelecer regras
relacionadas aos honorários advocatícios, com o intuito de impedir abusos; e restabelecer os parâmetros
de competência, especialmente para que fossem julgados pela Justiça Federal norte-americana os casos
interestaduais de importância nacional sob o preceito da diversidade de jurisdição. Por fim, em 1º.12.2007,
a Rule 23 para por uma última reestruturação de texto, resultando na redação atualmente vigente. In:
MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro. Ações coletivas no direito comparado e nacional. – 2 ed. rev.,
atual. eampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010,p. 69.
36
67
Ibidem, p. 67.
68
MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro. Ações coletivas no direito comparado e nacional. – 2 ed. rev.,
atual. eampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010,pp.70-71.
69
Idem, p. 71.
70
Ibidem.
71
Ibidem.
37
Sem dúvida, o texto original da lei de ação civil pública e o que depois foi
acrescentado pelo Ministério Público tiveram decisiva inspiração no modelo
da classaction do direito anglo-saxão, tal como denuncia a própria
justificação de motivos da referida lei, com expressa referência à Regra 23
das classactions norte-americanas e o sistema da representatividade
adequada (adequacyrepresentation) do legitimado à sua propositura.73
72
ZAVASCKI, Teori Albino. Processo coletivo: tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos. Tese
de Doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005, p.18.
73
ABELHA, Marcelo. Ação civil pública e meio ambiente. – 2 ed. – Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2004, p. 22.
38
Seja na Lei da Ação Civil Pública, com nítida semelhança, seja nos demais
instrumentos jurídicos de tutela coletiva, as classactionsdesenvolveram, ao longo dos
anos, papel de suma importância sobre o processo coletivo brasileiro, tendo como
norte o rol de legitimados, que pode ser preenchido por todos os interessados
(detentores do bem da vida tutelado), ou então parte deles e porque não, de apenas
um indivíduo, que age sozinho, mas em favor de toda uma coletividade, mesmo
incontável.
Surge, a partir dos ideais norte-americanos, na década de oitenta, um novo
modelo que, certamente, serviu de base para os estudos avançados de direito
processual civil brasileiro, por um grupo de juristas processualistas, culminando numa
corrente doutrinária que desaguou na Lei da Ação Civil Pública.
Nítidas, também, são as diferenças entre as regras da classactions,
sobretudo a Rule 23, com a Lei da Ação Civil Pública, não perdendo, mesmo assim, a
identidade com as normas estrangeiras.
74
ZAVASCKI, Liane Tabarelli. Influência do sistema das classactions norte-americanas na Ação
CivilPública e Ação Popular Brasileira: semelhanças e distinções para a tutela ambiental.
ProcessosColetivos, Porto Alegre, vol. 3, n. 3, 01 set. 2012. Disponível
em:http://www.processoscoletivos.net/doutrina/36-volume-3-numero-3-trimestre-01-07-2012-a-30-09-
2012/1004-influencia-do-sistema-das-class-actions-norte-americanas-na-acao-civil-publica-eacao-popular-
brasileira-semelhancas-e-distincoes-para-a-tutela-ambiental - Acesso em: 09-Nov-2012
39
75
ZAVASCKI, Teori Albino. Processo coletivo: tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos. Tese
de Doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005, p.20.
76
Idem, p. 22.
40
78
No Brasil, os doutrinadores de renome, como Barbosa Moreira , Waldemar
79 80
Mariz e Ada Pellegrini Grinover , por via de seus trabalhos publicados, fizeram
repercutir em todo o cenário nacional as novas bases do processo coletivo,
culminando num movimento de grande relevo brasileiro, o qual culminou com a Lei
da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n. 6.938/81), a qual incluiu no artigo 14,
via do §1º, a possibilidade de o Ministério Público ajuizar ação civil de reparação de
danos causados ao meio ambiente. Entretanto, a lei disse apenas isso, deixando uma
lacuna quanto às regras dessa ação de responsabilidade civil por dano ambiental,
81
recaindo sobre o CPCa tarefa de regular as regras de direito processual.
No que diz respeito à tutela coletiva ambiental, este período foi considerado
como um marco na história da proteção jurisdicional ambiental. Nesse aspecto, o
trabalho de VicenzoVigoritifoi substancial para a compreensão de vários institutos
82
basilares relacionados com os interesses difusos.
Em 1982, a Associação Paulista dos Magistrados organizou um evento, a
fim de que seria posta em debate a tutela dos direitos difusos, tendo inclusive, fruto,
por publicação de livro coordenado por Ada Pellegrini Grinover sendo que, na
ocasião, fora proposto que os processualistas fizessem um anteprojeto de lei relativo
à proteção jurisdicional dos interesses difusos. Kazuo Watanabe, Cândido Rangel
77
GRINOVER, Ada Pellegrini. Significado social, político e jurídico da tutela dos interesses difusos. Revista
de Processo, ano 25, n. 97, janeiro-março de 2000. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000, p. 09.
78
Cf. MOREIRA, José Carlos Barbosa. A ação popular no direito brasileiro como instrumento de tutela
jurisdicional dos chamados interesses difusos. In: Temas de direito processual. São Paulo: Saraiva, 1977.
79
OLIVEIRA JÚNIOR, Waldemar Mariz de. Tutela jurisdicional dos interesses coletivos. In: Estudos sobre
o amanhã – ano 2000, Caderno 2. São Paulo: Resenha Universitária, 1978, pp. 257-284.
80
GRINOVER, Ada Pellegrini. A tutela jurisdicional dos interesses difusos. Tese apresentada à VII
Conferência Nacional da OAB (abril de 1978) e publicada na Revista da Procuradoria Geral do Estado de
São Paulo, n. 12, 1979.
81
ABELHA, Marcelo. Ação civil pública e meio ambiente. 2 ed. – Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2004, p. 15.
82
Ibidem.
42
83
A lei da ação civil pública é de autoria mista, tratando-se da mescla de dois projetos de lei diversos. O
original, comandado por Adda Pelegrini Grinover, Candido Rangel Dinamarco e Waldemar Mariz de
Oliveira, cujo objetivo era criar uma lei de cunho processual para a defesa do meio ambiente, tendo por
base a ação de responsbilidade, prevista no parágrafo primeiro, do artigo 14, da Política Nacional de Meio
Ambiente (Lei n. 9.638/81).O segundo projeto alcançou primeiramente o status de lei, que é de autoria do
Ministério Público do Estado de São Paulo, por Nelson Nery Jr., ÉdisMilaré, Antônio Augusto Mello de
Camargo Ferraz). Aproveitaram-se as bases do primeiro projeto, mas ampliou a legitimidade ativa, o
objeto, a competência do local do dano, o inquérito civil etc.Tudo isso para a tutela processual dos conflitos
de massa, com a intenção de mitigar o sistema individualista e o tímido aparato da Ação Popular.A
aprovação se deu ao texto original (o primeiro), prevendo o remédio para a defesa dos direitos dos
consumidores e do meio ambiente. Em 1990, com o advento do Código de Defesa do Consumidor – CDC,
a Ação Civil Pública passou a ser utilizada para a defesa de todos os direitos difusos e coletivos, como
idealizado pelos autores do projeto inicialmente concebido.Desta forma, a Ação Civil Pública passou a ter
status de remédio processual para qualquer direito difuso e coletivo.Atualmente, a Ação Civil Pública (Lei
n. 7.374/85) e uma lei eminentemente processual, servindo a tutela de qualquer direito supraindividual (não
só o meio ambiente). É um instrumento para impor soluções para todo e qualquer tipo de crise jurídica,
entre elas, a crise ambiental.
84
ZAVASCKI, Teori Albino. Processo coletivo: tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos. Tese
de Doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005, p.23.
85
Art. 5.º. (...) XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
86
Art. 8º. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (...) III – ao sindicato cabe a
defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas.
87
Art. 5.º. (...) LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
43
88
pública, como se vê do art. 129, III e criar as ações de mandado de segurança
coletivo, objeto do art. 5º, LXIX e LXX.
A Carta Magna de 1988 consagrou de vez a tutela dos direito coletivos,
como pontua Teori Albino Zavaski:
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência.
88
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: (...) III – promover o inquérito civil e a ação civil
pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e
coletivos.
89
ZAVASCKI, Teori Albino. Processo coletivo: tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos. Tese
de Doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005, p.23.
44
90
ABELHA, Marcelo. Ação civil pública e meio ambiente. 2 ed. rev., atual. eampl. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2004, p. 37.
91
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Interesses difusos: conceito e legitimação para agir. – 7 ed. rev.,
atual. eampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001, pp. 42-43.
92
WATANABE, Kazuoet al. Código brasileiro de defesa do consumidor: comentado pelos autores do
anteprojeto. 6 ed. Rio de Janeiro: Forense Universtária, 2000, pp. 718-719. In:MENDES, Aluisio Gonçalves
de Castro. Ações coletivas no direito comparado e nacional. – 2 ed. rev., atual. eampl. – São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2010,p.210.
45
93
ALVIM, Eduardo Arruda; ALVIM, Thereza; MARINS, James. Código do consumidor comentado. – 2 ed.
São Paulo: RT, 1995, p. 364. In: MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro. Ações coletivas no direito
comparado e nacional. – 2 ed. rev., atual. eampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010,p.209.
94
Para Mancuso, “Sendo ‘interesse’ uma palavra plurívoca, ela se faz presente em mais de um ramo do
conhecimento, podendo esse termo apresentar-se sob o enfoque econômico, com o significado de ‘lucro’,
‘renda’, ‘benefício pecuniário’, ou, mais especificamente, ‘juro’, isto é, remuneração do capital. Sob esse
prisma, ter ‘interesse’ em realizar certo negócio ou operação financeira significa ter uma perspectiva
favorável a uma dada situação de vantagem. Esse interesse material é levado em conta pelo Direito com
necessário à formação do interesse processual (art. 3º do CPC), visto este como a necessidade e a
utilidade do recurso ao Judiciário para se obter o reconhecimento ou a fruição de um certo bem da vida. O
‘interesse’ pode também apresentar-se sob certas conotações que tangenciam o ‘social’ e o ‘jurídico’. Sob
esse prisma, fala-se em ‘interesse social’, ‘público’, ‘geral’, tendo todos esses termos por núcleo comum o
fato de se referirem a interesses metaindividuais, portanto, transcendentes ao indivíduo isoladamente
considerado. Essas expressões apresentam por vezes um conteúdo tão aproximado que poderiam passar
como sinônimas [...]” In: MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Interesses difusos: conceito e legitimação para
agir.7 ed. rev., atual. eampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001, p. 29.
95
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Interesses difusos: conceito e legitimação para agir.7 ed. rev., atual.
eampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001, pp. 23-24.
46
Teori Albino Zavaski chama atenção para que não haja confusão entre
defesa de direitos coletivos e defesa coletiva de direitos (individuais), com a seguinte
observação:
96
MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo: meio ambiente, consumidor e outros
interesses difusos e coletivos. – 4 ed. São Paulo: RT, 1992, p. 19.
97
ZAVASCKI, Teori Albino. Processo coletivo: tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos. Tese
de Doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005, p.27.
47
categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma
relação jurídica de base, e por fim, como interesses individuais homogêneos, os
98
decorrentes de origem comum.
Registre-se que os direitos transindividuaiscorrespondem o sentido lato de
coletividade. Cuidou bem de esclarecer sobre o assunto, Aluisio Gonçalves, ao
discorrer que:
O primeiro aspecto, subjetivo, diz respeito à transindividualidade, ou seja,
está além do indivíduo, no sentido de que não lhe pertence com
exclusividade, mas, sim, a uma pluralidade de pessoas que poderão ser,
conforme sejam os interesses e direitos difusos ou coletivos,
respectivamente, indeterminadas ou determinadas, bem como ligadas por
circunstâncias de fato ou por uma relação jurídica base. Há, portanto,
identidade quanto à transindividualidade, mas distinção no que diz respeito
à determinação e à natureza do vínculo ou relação entre os interessados.
O segundo elemento, objetivo, é centralmente caracterizado pela
indivisibilidade do interesse ou direito. A impossibilidade de separação não
está afeta ao elemento subjetivo, na medida em que não se exige vínculo
direto e precedente entre as pessoas afetadas, até porque a presença de
relação jurídica entre elas não existirá no caso dos interesses ou direitos
difusos. Por outro lado, o vínculo de direito entre os interessados não
constitui condição sinequa non para a caracterização do interesse ou
direito como coletivo, em sentido estrito, na medida em que a relação pode
ser, tão-somente, com a parte contrária, nos termos da parte final do inciso
II do parágrafo único do art. 81. Consequentemente, a indivisibilidade
figura como qualidade do objeto que se quer buscar para a realização das
necessidades, pertinentes à coletividade, ao grupo, categoria ou classe.
Em termos processuais, a indivisibilidade deve ser apreciada a partir dos
objetos imediato e mediato do pedido formulado.99
98
Código de Defesa do Consumidor, Lei n. 8.073/80, art. 81, incisos I, II e III.
99
MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro. Ações coletivas no direito comparado e nacional. – 2 ed. rev.,
atual. eampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010,p. 214.
48
100
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Jurisdição coletiva e coisa julgada: teoria das ações coletivas. – 3 ed.
rev., atual. eampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012, p. 111.
101
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Ação popular. 6 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p. 41.
102
MOREIRA, Carlos Roberto Barbosa. A proteção jurídica dos interesses coletivos. Temas de direito
processual. – 3 série. São Paulo: Saraiva, 1984, p. 184.
49
Pode-se concluir, pela rasa leitura dos incs. I e II do art. 81, parágrafo
único do CDC, que o divisor de águas entre o interesse difuso e o interesse
coletivo é a aspecto subjetivo. Assim, se o critério objetivo foi o
determinante para colocá-los na vala comum dos interesses
103
CAPPELLETTI, Mauro. O acesso à justiça e a função do jurista em nossa época. Revista de Processo,
n. 61, 144-160. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1991, p. 150.
50
É claro que essa “ascensão do coletivo”, veiculada pelos grupos cada vez
mais numerosos e poderosos, não se faz sem o seu preço: ao obter
“espaços” cada vez maiores, esses grupos fazem “concorrência” ao Estado
monocrático, exigindo porções cada vez maiores na partilha do poder, do
que é exemplo o Estado norte-americano, com seus possantes sindicatos
e associações de toda espécie. Se não é possível um meio-termo
totalmente satisfatório entre os polos individual e coletivo, o caminho deve
ser o que leve ao reconhecimento de uma sociedade pluralista, numa
“democracia participativa”, onde aquela indesejável “concorrência” fique
104
ABELHA, Marcelo. Ação civil pública e meio ambiente. 2 ed. rev., atual. eampl. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2004, p. 40.
105
Idem, p. 41.
106
Idem, p. 42.
51
Não há como negar que o caminho dos interesses coletivos lato sensu é
longo e ainda necessita de um bom período de maturidade, sobretudo da própria
população, aliada ao Estado, com programas de fomento ao acesso coletivo à justiça.
Contudo, também não se deve negar que houve um avanço, desde o Estado
Democrático de Direito aos novos modelos de constitucionalismo. O que, sem
sombra de dúvida, resta incontroverso, é que a tutela coletiva é sempre o melhor
caminho para a busca da efetividade dos direitos fundamentais.
Como bem disse José Carlos Barbosa Moreira, tais direitos são
acidentalmente coletivos, porque ontologicamente, na sua raiz, não
guardam uma natureza coletiva. Com isso se quer dizer que apenas por
ficção jurídica o legislador permitiu que em casos específicos de interesse
107
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Interesses difusos: conceito e legitimação para agir. – 7 ed. rev.,
atual. eampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001, p. 45.
108
Idem, p. 46.
52
109
ABELHA, Marcelo. Ação civil pública e meio ambiente. 2 ed. rev., atual. eampl. – Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2004, p. 44.
110
LEITE, José Rubens Morato. Dano ambiental: do individual ao coletivo extrapatrimonial. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2000, p. 240.
53
presente caso, como um conceito relacional, que deve ser feito sob a luz de um
111
aspecto quantitativo e outro qualitativo.
Cabe aqui, a observação de Rodolfo de Camargo Mancuso acerca do
binômio individual/coletivo:
111
ABELHA, Marcelo. Ação civil pública e meio ambiente. 2 ed. rev., atual. eampl. – Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2004, p. 46.
112
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Interesses difusos: conceito e legitimidade para agir. 7 ed. rev., atual.
eampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011, p. 44.
113
MANCUSO, Rodolfo de Camargo. Interesses difusos: conceito e legitimidade para agir. 7 ed. rev., atual.
eampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011, p. 44.
54
CAPÍTULO 3
114
MARINONI, Luiz Guilherme. O direito à tutela jurisdicional efetiva na perspectiva da teoria dos direitos
fundamentais. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 378, 20jul.2004 . Disponível em:
<http://jus.com.br/revista/texto/5281>. Acesso em: 13 nov. 2012.
115
AYALA, Patryck de Araújo. Devido processo ambiental e o direito fundamental ao meio ambiente. Rio
de Janeiro: Lumen juris, 2011, pp.336-337.
56
Tanto regras quanto princípios são normas, porque ambos dizem o que
deve ser. Ambos podem ser formulados por meio das expressões
deônticas básicas do dever, da permissão e da proibição. Princípios são,
tanto quanto as regras, razões para juízos concretos de dever-ser, ainda
que de espécie muito diferente. A distinção entre regras e princípios é,
portanto, uma distinção entre duas espécies de norma.118
116
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 105.
117
Ibidem.
118
Idem, p. 87.
57
119
Idem, p. 99.
120
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da constituição: fundamentos de uma dogmática
constitucional transformadora. 4 ed. São Paulo: saraiva, 2001, p. 149.
121
Ibidem.
58
122
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 24 ed. São Paulo: Malheiros, 2007,
p. 931.
123
Idem, p. 931.
124
NERY JÚNIOR, Nelson. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. 2. ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1995, p. 67.
125
PORTANOVA, Rui. Princípios do Processo Civil. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1997, p. 146.
59
Nesse linear, o acesso à justiça como garantia de processo justo deve fugir
de uma visão meramente legalista, bem como instrumentos mecânicos e
padronizados, adaptando-se às novas exigências da coletividade, voltando-se para a
face social da tutela jurisdicional, a fim de atender os interesses transindividuais,
entre eles, os ambientais.
126
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 2. ed. Coimbra:
Almedina, 1998, p. 454.
127
Idem, p. 85.
60
128
ABELHA, Marcelo. Processo civil ambiental.- 3 ed. rev. e atual. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2011, p. 92.
129
Idem, p. 88.
130
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Processo civil ambiental. – 3 ed., rev. e ampl. – São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2011, p. 93.
61
131
MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro. Construindo o código brasileiro de processos coletivos: o
anteprojeto elaborado no âmbito dos programas de pós-graduação da UERJ e UNESA. In: Tutela coletiva:
20 anos da lei da ação civil pública e do fundo de defesa de direitos difusos, 15 anos do código de defesa
do consumidor. Paulo Henriquedos Santos Lugon (coordenador). – São Paulo: Atlas, 2006, p. 279.
Segundo Aluisio Mendes, “A elaboração recente do Código Modelo para Processos Coletivos, no âmbito
dos países ibero-americanos, reavivou e consolidou a vontade de se repensar a legislação brasileira em
torno das ações coletivas. Nesse sentido, foi elaborado, sob a coordenação da Professora Ada Pellegrini
Grinover, na esfera da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), um primeiro Anteprojeto
de Código Brasileiro de Processos Coletivos, oferecido à discissão e sendo nesse sentido enviado aos
membros do Instituto Brasileiro de Direito Processual. In: MENDES, Aluisio Gonçalves de Castro.
Construindo o código brasileiro de processos coletivos: o anteprojeto elaborado no âmbito dos programas
de pós-graduação da UERJ e UNESA. In: Tutela coletiva: 20 anos da lei da ação civil pública e do fundo de
defesa de direitos difusos, 15 anos do código de defesa do consumidor. Paulo Henrique dos Santos Lugon
(coordenador). – São Paulo: Atlas, 2006, p. 280.
132
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Princípios do direito processual ambiental. – 2 ed. rev. e atual. –
São Paulo: Saraiva, 2007, p. 51.
62
133
Idem, pp. 65-66.
134
PORTANOVA, Rui. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. 2. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1995, p. 67.
63
desiguais, pois que, assim o fazendo, é que estará fazendo com que se
respeite a própria essência do princípio da igualdade.135
135
ALVIM, Arruda. O Código de Processo Civil, suas matrizes ideológicas, o ambiente sócio-político em
que foi editado e as duas décadas em que se lhe seguiram, com suas novas necessidades. In: Revista de
Processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, n. 70, abr./jun. 1993, p. 35.
136
Art. 5º. (...) V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem. (...) X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material decorrente de sua violação.
64
137
Referido julgado restou desta forma ementado: REsp. 791.653-RS. EMENTA: PROCESSUAL CIVIL
RECURSO ESPECIAL. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL. REGULAR ANÁLISE E JULGAMENTO DO LITÍGIO PELO TRIBUNAL RECORRIDO.
RECONHECIMENTO DE DANO MORAL REGULARMENTE FUNDAMENTADO. Trata-se de recurso
especial que tem origem em agravo de instrumento interposto em sede de ação civil pública movida pelo
Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul em desfavor de AGIP do Brasil S/A, sob o argumento
de poluição sonora causada pela veiculação pública de jingle que anuncia produtos por ela
comercializados. O acórdão impugnado pelo recurso especial declarou a perda de objeto na ação no que
refere à obrigação de fazer, isto porque lei superveniente à instalação do litígio regulou e solucionou a
prática que se procurava coibir. O aresto pronunciado pelo Tribunal a quo, de outro vértice, reconheceu
caracterizado o dano moral causado pela empresa agravante – em razão da poluição sonora ensejadora
de dano ambiental – e a decorrente obrigação de reparação dos prejuízos causados à população. Daí,
então, a obrigação de reparação dos prejuízos causados à população. Daí, então, a interposição do
recurso especial que se ora aprecia, no qual se alega, em resumo, ter havido violação do artigo 535, do
Código de Processo Civil. 2. Todavia, constata-se que o acórdão recorrido considerou todos os aspectos
de relevância para o julgamento do litígio, manifestando-se de forma precisa e objetiva sobre as questões
essenciais à solução da causa. Realmente, informam os autores que, a partir dos elementos probatórios
trazidos a exame, inclusive laudos periciais, a Corte a quo entendeu estar sobejamente caracterizada a
ação danosa ao meio ambiente perpetrada pela recorrente, sob a forma de poluição sonora, na medida em
que os decibéis utilizados na atividade publicitária forma, comprovadamente, excessivos. Por essa razão,
como antes registrado, foi estabelecida a obrigação de a empresa postulante reparar o prejuízo provocado
à população. 3. A regular prestação da jurisdição, pelo julgador, não exige que todo e qualquer tema
indicado pelas partes seja particularizadamente analisado, sendo suficiente a consideração das questões
de relevo e essencialidade para o desate da controvérsia. Na espécie, atendeu-se com exatidão, a esse
desiderato. 4. Recurso especial conhecido e não provido. (STJ – 1ª Turma - RECURSO ESPECIAL Nº
791.653 -RS (2005/0179935-1) - RELATOR : MINISTRO JOSÉ DELGADO – julgado em 06/02/2007).
138
Conforme Pacheco Fiorillo, O art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal diz respeito, no plano
infraconstitucional, à denominada coisa julgada material (auxtorias rei judicante), o que significa, em
matéria ambiental, a qualidade que torna imutável e indiscutível o comando que emerge da parte
dispositiva da sentença de mérito, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário nem à
denominada ‘remessa necessária’ encontrada nos diplomas processuais (caso do art. 467 do CPC,
aplicável subsidiariamente ao processo ambiental, que sujeita ao duplo grau de jurisdição as sentenças
proferidas contra a União, o Estado, o Distrito Federal, O município e respectivas autarquias e fundações
de direito público, ou seja, sentenças proferidas contra os maiores poluidores ambientais no Brasil,
conforme já tivemos oportunidade de sublinhas na presente obra). Destarte, em face da interpretação
antes indicada, somente o pedido vinculado a determinada causa de pedir é acobertado, no plano da Carta
da República, pela coisa julgada denominada material, o que a torna imutável quanto em processo futuro.
65
Nesse prisma, a Carta Magna garante que o direito material seja resolvido
definitivamente no plano formal. No que tange à tutela coletiva ambiental, a coisa
julgada visa tornar imutável/indiscutível o comando que emerge de sentenças
proferidas em face de ações ambientais, autorizando aqueles que foram beneficiados
pela decisão a requerer providências de força ao Poder Judiciário na hipótese de
descumprimento da mesma, ou seja, é por meio da coisa julgada que a defesa
139
judicial do meio ambiente encontrará seu mais importante instituto.
Destaca ainda Fiorillo que:
A denominada coisa julgada forma, como impugnabilidade da sentença no processo em que foi proferida,
por tratar-se substancialmente de verdadeira preclusão (perda da faculdade de praticar ato processual),
não é objeto da garantia constitucional descrita no art. 5º, XXXVI, da Carta Magna. É o caso já mencionado
em que os legitimados ativos não recorrem de sentença prolatada contra o Estado: ocorre a preclusão
(cois julgada formal) mas a coisa julgada material, abarcada portanto pelo comando constitucional,
somente vai ocorrer com o reexame necessário da sentença pelo Tribunal (art. 475 do CPC), aplicável ao
processo ambiental).In: FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Princípios do direito processual ambiental. – 2
ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2007, pp. 113-114.
139
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Princípios do direito processual ambiental. – 2 ed. rev. e atual. –
São Paulo: Saraiva, 2007, p. 114.
140
Idem, p. 115.
66
A tutela ambiental é prevista pelo próprio caput do art. 225, da Carta Magna
de 1988, nela contendo a maior parte dos instrumentos de proteção à tutela
ambiental, advindo também os demais instrumentos de leis esparsas, como a novel
lei do mandado de segurança. Este aparato instrumental do processo é denominado
por Marcelo Abelha Rodrigues de sistema processual.
Conforme leciona o aludido autor:
A Carta Magna, conforme dispõe no art. 225, caput¸ impõe um dever positivo
e outro negativo a toda a coletividade em relação à proteção do equilíbrio
142
ecológico.
Afirma Marcelo Abelha que:
141
ABELHA, Marcelo. Processo civil ambiental.- 3 ed. rev. e atual. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2011, p.92.
142
Idem, p. 73.
143
Ibidem.
67
144145
se que a aplicação do louvável art. 461, do Código de Processo Civil , é a opção
mais acertada, em razão de que o previsto no caput do art. 225 refere-se a
obrigações de fazer e não fazer, não somente do Poder Público, mas de toda a
coletividade.
Possui esta tarefa as técnicas processuais disponíveis para assegurar o
direito material (ambiente ecologicamente equilibrado como um direito humano
fundamental).
Como bem aduz Marcelo Abelha:
144
Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz
concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. (Redação dada pela Lei nº 8.952, de
13.12.1994)
145
Marcelo Abelha explica que: “Igualmente, serve o art. 461 para os casos em que a tutela a ser entregue
seja coincidente com o resultado querido pelo legislador (caso houvesse o cumprimento espontâneo),
ainda que tal resultado seja obtido por meios diversos daquele que foi idealizado pelo legislador. Assim, se,
por determinação judicial, a realização do estudo de impacto ambiental foi feita pelo terceiro, às expensas
do poluidor, nem por isso deixou de se ter aí a mesma situação jurídica final prevista na morma jurídica. In:
ABELHA, Marcelo. Processo civil ambiental.- 3 ed. rev. e atual. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2011, p. 78.
146
ABELHA, Marcelo. Processo civil ambiental.- 3 ed. rev. e atual. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2011, pp. 81-82.
68
147
MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de segurança, ação popular, ação civil pública,mandado de
injunção, habeas data. 21. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,1987, p.114.
148
LEITE, José Rubens Morato. Ação popular: um exercício da cidadania ambiental? Disponível em
<http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/26356-26358-1-PB.html>
149
Art. 157 – Por suborno, peita, peculato e concussão, haverá contra eles a ação popular, que poderá ser
intentada dentro de um ano e dia pelo próprio queixoso ou por qualquer do povo, guardada a ordem do
processo estabelecido na lei.
69
Foi nesse lapso temporal que a Lei da Ação Popular foi instituída, a fim de
regulamentar a previsão constitucional, traduzida na Lei n. 4.717, de 29 de junho de
1965, ampliando o âmbito de atuação antes restrito às lesões pecuniárias.
Já a Constituição de 1967 cuidou de manter a ação popular em seu art.
150, §31, com o escopo de proteção patrimonial, sem, contudo, relacionar as
entidades cujo patrimônio deveria ser protegido, utilizando-se do termo genérico
patrimônio das entidades públicas, redação esta mantida pela Emenda Constitucional
n. 01, de 1969.
Registre-se que a Lei n. 6.513/77 introduziu a atual redação do §1º, do art.
1º, abarcando a proteção dos bens e direitos de valor econômico, artístico, estético,
150
histórico ou turístico, como patrimônio público.
Atualmente, a ação popular tem seu papel de extrema relevância no que
pertinente à tutela dos interesses da coletividade, nela se encaixando a moralidade
administrativa, o patrimônio público ou de entidade que o Estado participe, o bem
ambiental, o patrimônio histórico e cultural, como se vê do art. 5º, inciso LXXIII, da
151
Carta Maior de 1988. Referido remédio constitucional é o meio em que qualquer
cidadão se investe de legitimidade, a fim de exercer um poder de natureza
152
essencialmente política, com manifestação direta da soberania popular.
José Rubens Morato Leite, a respeito da participação do cidadão de forma
ativa, assim afirma:
Trata-se, de fato, da abertura de uma via de mão dupla na proteção
ambiental, onde o cidadão pode passar de mero beneficiário e destinatário
da função ambiental exercida pelo Estado para ocupar uma posição
positiva, podendo intervir, nesta exercendo sua responsabilidade social
compartilhada, conforme ditames do artigo 225 da Constituição da
República Federativa do Brasil. Tornando o cidadão, com esta
legitimidade, um verdadeiro defensor do interesse da legalidade e da
coletividade, sem ter que invocar e demonstrar interesse pessoal no ato
lesivo ao meio ambiente.153
150
Lei n. 6513, de 20 de dezembro de 1977, quedispõe sobre a criação de Áreas Especiais e de Locais de
Interesse Turístico; sobre o Inventário com finalidades turísticas dos bens de valor cultural e natural;
acrescenta inciso ao art. 2º da Lei nº 4.132, de 10 de setembro de 1962; altera a redação e acrescenta
dispositivo à Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965 e dá outras providências.
151
Art. 5º. (...) LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, alvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência.
152
SILVA, José Afonso da.Curso de direito constitucional positivo. 15 ed. São Paulo: Malheiros, 1998, p.
462.
153
LEITE, José Rubens Morato. Ação popular: um exercício da cidadania ambiental? Disponível em
<http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/26356-26358-1-PB.html>
70
154
LEITE, José Rubens Morato. Ação popular: um exercício da cidadania ambiental? Disponível em
<http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/files/anexos/26356-26358-1-PB.html>
71
155
Súmula 365, do STF. “Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.” (13/12/1963 -
Súmula da Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal Federal - Anexo ao Regimento Interno.
Edição: Imprensa Nacional, 1964, p. 157.)
156
SILVA, José Afonso da.Curso de direito constitucional positivo. 24 ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros,
2005. pp. 345-346.
72
157
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco; VADELL, Lorenzo M. Bujosa. A ação popular ambiental e a
interpretação contemporânea do conceito de cidadão na sociedade de informação. Disponível em:
<http://www.saraivajur.com.br/menuesquerdo/doutrinaArtigosDetalhe.aspx?Doutrina=1144>
158
Idem.
159
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de
atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, de entidades
autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de
seguro nas quais a União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais
autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido ou
concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas incorporadas ao
73
Grande problema para o efetivo uso da Ação Popular é que sua estrutura
não foi alterada, apesar da inclusão da possibilidade de tutela dos
interesses difusos de ordem ambiental, o que certamente traz dificuldades
na sua utilização por parte do cidadão que pretenda defender o patrimônio
ambiental da coletividade através deste instrumento. Outro ponto que
dificulta sua utilização são as barreiras de Acesso à Justiça que podem se
colocar entre o cidadão e a efetiva propositura da ação popular, como, por
exemplo, arcar sozinho com o ônus econômico, material, psicológico do
litígio, na maioria das vezes, contra atos do Poder Público, o que
certamente lhe trará os inconvenientes da exposição pública; a diferença
econômica e informativa do autor popular para com, geralmente, figurando
no polo passivo, o Estado, etc.160
patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas
ou entidades subvencionadas pelos cofres públicos.
160
MENDES, Daniel Henrique Bini; CAVEDON, Fernanda de Salles. Ação popularambiental e acesso à
Justiça: considerações acerca da legitimidade ativa. Revistade Direitos Difusos, São Paulo, v. 30, p. 157-
176, 2005.
74
161
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Ação civil publica e meio ambiente. .p. 21.
162
Idem.
163
MIRRA, Alvaro Luiz Valery. Acao civil publica e a reparacao do dano ao meio ambiente. P. 145-146.
76
Todavia, no enfoque legal, será ação civil pública qualquer ação movida com
base na Lei n. 7.347/85, para a defesa de interesses transinsidividuais, ainda que seu
autor seja uma associação civil, um ente estatal, o Ministério Público ou qualquer
outro colegitimado, ao passo que será ação coletiva qualquer ação fundada nos
artigos 81 e seguintes do Código de Defesa do Consumidor, que verse a defesa de
interesses transindividuais.
O Professor Marcelo Antonio Theodoro explica que os direitos de terceira
dimensão são direitos fundamentais, que expressam a proteção transindividual, ou
seja, protege o ser humano, mesmo que não se possa apurar exatamente a quem se
164
está efetivamente protegendo.
Ainda sobre os interesses transindividuais, acrescenta-se que o prefixo
transpermite a ideia de que os direitos, mesmo comunitários, tocam, imediata e
individualmente, cada um dos membros da coletividade, muito embora, ao vocábulo
individual não se possam atribuir o mesmo conteúdo excludente de quando se refere
a direito daquela natureza.
A teoria dos direitos transindividuais desponta como instrumento de
participação popular no poder, seja no processo de reconhecimento de direitos, seja
no tocante à tutela dos direitos reconhecidos.
Fica assentado que, consoante doutrina, o termo mais adequado para
designar os direitos que não tem como titular o indivíduo com exclusividade,
étransindividuais ou coletivos lato sensu, em prejuízo da expressão metaindividuais,
porquanto transsignifica movimento para além, denotando apenas, neste caso, que
tais direitos, sem deixarem de pertencer ao indivíduo, pertencem também a outros
inseridos no mesmo contexto comunitário.
Feitas as considerações sobre os direitos transindividuais, necessário
discorrer sobre o objeto tutelado na ação civil pública, como segue adiante.
164
THEODORO, Marcelo Antonio. Ação popular e ação civil pública como instrumentos constitucionais de
tutela processual do meio ambiente. p. 261.
77
165
MAZZILLI, Hugro Nigro. A defesa dos interesses difusos em juízo. p. 64.
78
166
GOULART, Marcelo Pedroso. Ministério Público e democracia. Leme: Editora de Direito, 1998, p.90.
167
MIRRA, Álvaro Luiz Valery. Tese de Doutorado. Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo –
USP, 2010.
168
THEODORO, Marcelo Antonio. Ação popular a ação civil pública como instrumentos constitucionais de
tutela processual do meio ambiente. In: Novas perspectivas do direito ambiental: visões interdisciplinares.p.
268.
79
A Constituição Cidadã de 1988, em seu artigo 5º, inciso LXIX, prevê que o
mandado de segurança é instrumento processual cabível para defesa do cidadão
contra atos ilegais provindos de autoridade que esteja em exercício de função pública
ou de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Referido remédio constitucional pode ser utilizado individual ou coletivamente,
consoante se extrai da Novel Lei n. 12.016, de 2009.
Em relação ao mandamus coletivo, que é o objeto de estudo, verifica-se que a
Constituição Federal vigente apenas delimitou os legitimados constitucionalmente à
impetração do writ, limitados a partido político com representação no Congresso
Nacional, organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de
171
seus membros ou associados.
169
Op. cit. p. 69.
170
REsp. 235.422-SP. 4ª t. STJ., 19-10-00, v.u. rel. Min. Rosado de Aguiar, DJU, 18-12-00,p. 202. E RSTJ,
146:357.
171
Art. 5º, LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:a) partido político com
representação no Congresso Nacional;b) organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de
80
1988/obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz Roberto Curia, Livia Céspedes
e Juliana Nicoletti – 4 ed. atual. eampl. – São Paulo: Saraiva, 2012. – (Coleção Saraiva de legislação)
172
Segundo Hely Lopes Meireles, direito líquido e certo é: [...] o que se apresenta manifesto na sua
existência, delimitando em sua extensão e apto a ser exercitado no momento da impetração. Por outras
palavras, o direito invocado, para ser amparável por mandado de segurança, há de vir expresso em norma
legal e trazer em si todos os requisitos e condições de sua aplicação ao impetrante; se sua existência for
duvidosa; se sua extensão ainda não estiver delimitada; se seus exercícios depender de situações e fatos
ainda indeterminados, não rende ensejo à segurança, embora possa ser defendidos por outros meios
judiciais. In: MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de Segurança. 30. Ed. Editora Revista dos Tribunais. São
Paulo: 2006, p. 403.
173
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Mandado de segurança coletivo ambiental e a lei n. 12.016/09.
Disponível em: ttp://www.saraivajur.com.br/menuesquerdo/doutrinaArtigosDetalhe.aspx?Doutrina=1103
174
Idem.
81
trazida por um rol exemplificativo, em razão de outras leis que sobrevenham ao texto
constitucional sobre a matéria.
Destaque se dá ao Ministério Público, que também possui legitimidade ativa
para impetrar referido remédio coletivo, de acordo com o art. 129, inciso III e §1º, da
Carta Maior.
Os partidos políticos, entidades de classe e associações também são
legitimados para a propositura do writ, por força do art. 81, do Código de Defesa do
Consumidor.
Na assertiva de Antonio Pacheco Fiorillo:
175
Ibidem.
82
176
OLIVEIRA, Franciso Antônio. Mandado de Injunção: da inconstitucionalidade por omissão, enfoques
trabalhistas, jurisprudências. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 23.
177
NERY JÚNIOR, Nelson. Princípios Gerais do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor. Revista de
Direito do Consumidor, São Paulo: Revista dos Tribunais, vol. 3, p. 11
178
SÉGUIN, Elida. O Direito Ambiental – Nossa casa Planetária. 3. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro:
Forense, 2006, p. 349.
83
179
FIORILLO, Celso Antonio; NERY, Rosa Maria Andrade;RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito
Processual Ambiental Brasileiro. Belo Horizonte: Del Rey, 1996, p. 252.
180
FIORILLO, Celso Antonio Pacheco; RODRIGUES, Marcelo Abelha; NERY, Rosa Maria Andrade. Direito
processual ambiental brasileiro: ação civil pública, mandado de segurança, ação popular, mandado de
injunção. Belo Horizonte: Del Rey, 1996, p. 525.
181
Idem, p. 221.
84
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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