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UFCD 3257

Alterações Respiratórias e Alterações Gastrointestinais na Criança

Alterações Respiratórias

Sistema Respiratório

 Tem como função assegurar as trocas


gasosas entre o organismo e o ar da
atmosfera
 É responsável pelo transporte do
oxigénio do ar da atmosfera para a
corrente sanguínea e pela eliminação
de dióxido de carbono da corrente
sanguínea para o ar

Fossas Nasais
Cavidades que comunicam com o exterior através das narinas, internamente possuem células com
a função de segregar o muco nasal.
As suas funções são filtrar o ar, aquecer o ar e humidificar o ar.

Faringe
É comum aos sistema respiratório e digestivo, permitindo a passagem do bolo alimentar e do ar.
Comunica com a laringe.

Laringe
Contém a epiglote que impede a entrada dos alimentos nas vias respiratórias e nas cordas vocais.

Traqueia
É um canal com cerca de 12 cm cuja função é ajudar a remover as poeiras e micróbios do ar
inspirado.
Brônquios e Bronquíolos
Os brônquios são o resultado da divisão da traqueia em dois canais distintos, que por sua vez se
ramificam nos chamados bronquíolos.
Ambas as estruturas possuem a mesma função da traqueia.

Pulmões
São os principais órgãos do sistema respiratório.
Estão situados na cavidade torácica, protegidos pelas costelas, esterno e coluna vertebral.
É no pulmão que se dão as trocas gasosas, nomeadamente nos alvéolos pulmonares.

Alterações Respiratórias

 As alterações do sistema respiratório constituem as principais causas de patologias verificadas à escala


mundial, da qual derivam grande número de morbilidades e mortalidade
 Mercê dos distintos progressos tecnológicos, designadamente na área da ventiloterapia e oxigenoterapia é
possível uma resposta mais eficaz às necessidades dos doentes com insuficiência respiratória crónica em
contexto domiciliário.
 Doentes que habitualmente eram tratados em meio hospitalar passaram a poder ser tratados no domicílio,
reduzindo custos e contribuindo para um maior conforto e qualidade de vida dos doentes e famílias.

Não é possível dissociar a função respiratória da circulatória, pelo que as alterações nestes sistemas são essenciais
para o funcionamento cerebral e responsáveis pela manutenção da vida

Sinais e Sintomas de Alterações Respiratórias


 Tosse
 Dificuldade em falar Falência Respiratória

 Respiração ofegante Diminuição do Oxigénio no cérebro e


aumento do Dióxido de Carbono
 Pulsação acelerada
 Cianose nas extremidades 2-3 minutos para reverter a situação
Prevenção

 Praticar exercício físico ao ar livre

 Não fumar

 Evitar a poluição atmosférica

 Privilegiar as zonas arborizadas

Doenças Respiratórias mais frequentes na infância

As infeções respiratórias (IR) definem-se por afetar o trato e os órgãos do sistema respiratório.

Afetam principalmente na faixa etária até aos 5 anos. Pode dizer-se que as IR afetam sobretudo as crianças e
estima-se que cerca de 50 % das doenças que as afetam até aos 5 anos de idade são IR.

Há diversos tipos de infeções respiratórias.

Vias Superiores Vias Inferiores

Orofaringe (Boca e garganta); Ouvidos Brônquios; Pulmões

Mais comuns Mais Graves

Constipação; gripe; faringite; anginas Bronquiolite; pneumonia

Sintomas nasais como o pingo do nariz, nariz entupido, Dificuldade respiratória, pieira, febre alta, cansaço e
dores de garganta, mal-estar geral e febre. Podem falta de apetite. Estes conjuntos de sintomas podem
surgir ainda queixas de acordo com os órgãos estar sempre presentes ou apenas surgirem alguns
envolvidos (gânglios linfáticos do pescoço, dores de deles
ouvidos, vertigens…)

Fatores de risco que podem contribuir para um agravamento da infeção: tabagismo passivo, a existência de
alergias, contacto com poluentes, tanto no ambiente doméstico como no meio circundante, há também de ter em
conta o ambiente das creches ou infantários.

Apesar de, na maioria dos casos, as infeções respiratórias terem uma evolução benigna, podem agravar-se surgindo
complicações como pneumonia, pneumotórax, meningite ou encefalite por exemplo.
Constipação

 É a infeção vírica mais frequente.


 Na sua origem podem estar mais de duas centenas de vírus.
 Trata-se de uma infeção das vias respiratórias superiores
 Afeta sobretudo o nariz, a garganta e os ouvidos.
 Destacam-se nos seus sintomas: espirros, nariz a pingar ou congestionado, garganta irritada, olhos
lacrimejantes, fadiga, febre baixa e perda de apetite.

Convém recordar que a constipação se distingue de doenças como a gripe, a rinite alérgica e a sinusite.
Ao contrário da constipação, a gripe surge de forma súbita, com febre elevada, acarreta prostração e
dores musculares intensas; na rinite alérgica não há febre e a alergia manifesta-se por vários dias a fio; a
sinusite apresenta-se com congestão nasal, tosse noturna, dores faciais, pode ocorrer febre baixa e um
quadro de dores de cabeça.

Otite

 Bastante frequentes na sequência de infeções respiratórias


 As otites externas correspondem a um processo inflamatório habitualmente por infeção devido a
vírus ou bactérias.
 As otites frequentes nas crianças podem ser a causa de diminuição de audição.
 Se não forem adequadamente tratadas podem-se complicar sob a forma de surdez.

Bronquiolite

 Pode começar com uma simples constipação, com uma febre ligeira, pingo no nariz e uma tosse
seca.
 A criança apresenta depois dificuldades respiratórias, fica agitada, os seus brônquios ficam cheios
de secreções.
 Na maior parte dos casos, a bronquiolite evolui e as dificuldades respiratórias desaparecem
espontaneamente em alguns dias.
 Se se manifestar uma febre elevada, uma otite ou secreções purulentas, o médico poderá, só
nestes casos, considerar a necessidade de se usarem antibióticos.
Pneumonia
Inflamação das paredes da árvore respiratória causando aumento das secreções mucosas
Respiração rápida ou difícil, dificuldade em ingerir alimentos sólidos ou líquidos; piora do estado geral,
tosse, aumento da frequência respiratória (maior ou igual a 60 batimentos por minuto); alteração física
da musculatura respiratória, ruído respiratório e sibilância, gemido, períodos de apneia ou guinchos,
cianose, retração do nariz ao respirar, distensão abdominal, e febre ou hipotermia (podendo indicar
infeção).

Asma

Doença crónica do trato respiratório, sendo uma infeção muito frequente na infância.

A crise é causada por uma obstrução. Manifesta-se através de crises de broncoespasmo, com dispneia, acessos de
tosse e sibilos presentes à ausculta pulmonar. São episódios autolimitados podendo ser controlados por
medicamentos com retorno normal das funções na maioria das crianças.

Em metade dos casos, os primeiros sintomas da doença surgem até o terceiro ano de vida e, em muitos
pacientes, desaparecem com a puberdade. Porém a persistência na idade adulta leva a um agravamento
da doença.

Fatores desencadeantes: alérgenos (irritantes alimentares), infeções, agentes irritantes, poluentes


atmosféricos e mudanças climáticas, fatores emocionais, exercícios e algumas drogas (ácido acetil
salicílico e similares).

Cuidados a ter

 Preparar os alimentos sob a forma pastosa ou líquida, oferecendo em menores quantidades e em


intervalos mais curtos, respeitando a falta de apetite e não forçando a alimentação;
 Aumentar a oferta de líquidos: água, chás e sumo de frutas, levando em consideração a
preferência da criança;
 Manter a criança em ambiente ventilado, tranquilo e agasalhada se estiver frio;
 Fluidificar e remover secreções e muco das vias aéreas superiores frequentemente;
 Evitar contato com outras crianças;
 Havendo febre: proceder em conformidade.
 Ser prudente no uso de medicação
Asfixia

Entre as várias as causas de asfixia podem considerar-se como mais frequentes:


 Obstrução das vias aéreas: «corpos estranhos», «queda da língua» na vítima inconsciente,
afogamento, vómitos, sangue, asma;
 Ausência de movimentos torácicos: pressão sobre o tórax, soterramento, electrocussão,
intoxicação que iniba o centro respiratório;
 Alterações sanguíneas: hemorragia grave, perda de plasma (queimados), anemia;
 Causas atmosféricas – rarefacção do ar em altitude, presença de gás tóxico.

Classificação da asfixia

 Asfixia parcial: dificuldade ventilatória;


 Asfixia total: paragem ventilatória

Sintomatologia da asfixia

 Asfixia parcial:

a) Tosse;
b) Ventilação ruidosa;
c) Frequência ventilatória aumentada (taquipneia);
d) Agitação;
e) Palidez;
f) Sudorese;
g) Azulamento das extremidades (cianose);
h) Dilatação das pupilas (midríase).
 Asfixia total:
a) Ausência de movimentos ventilatórios (tórax e abdómen não se movem);
b) Azulamento das extremidades;
c) Pupilas dilatadas;
d) Inconsciência;
e) Poderá haver, ou não, paragem cardíaca
Alterações Gastrointestinais

O aparelho digestivo, que se estende desde a boca até ao ânus, encarrega-se de:
 Receber os alimentos
 Fracioná-los nos seus nutrientes (digestão)
 Absorver estes nutrientes para a corrente sanguínea
 Eliminar do organismo os restos não digeríveis dos alimentos

O trato gastrointestinal é composto pela boca, pela garganta, pelo esófago, pelo estômago, pelo intestino delgado,
pelo intestino grosso, pelo reto e pelo ânus.
O aparelho digestivo também inclui órgãos que se encontram fora do trato gastrointestinal, como o pâncreas, o
fígado e a vesícula biliar

Alterações Gastrointestinais mais frequentes nas crianças


 Diarreia
 Cólicas
 Obstipação
 Dor abdominal recorrente
 Apendicite
 Náuseas/ Vómito

Diarreia

A diarreia é um aumento no volume, liquidez ou frequência das dejeções.

Uma pessoa com uma diarreia provocada por um problema médico significativo normalmente elimina um
grande volume de matéria fecal, muitas vezes mais de 0,5 kg de fezes por dia.

As pessoas que ingerem grandes quantidades de fibra vegetal podem produzir normalmente mais de 1 kg,
mas estão bem formadas e não são líquidas. Normalmente, as fezes contêm entre 60 % e 90 % de água.

A diarreia ocorre quando os 90 % são ultrapassados.

As causas são as mais variadas e vão desde a impossibilidade de absorção dos alimentos até a reações
adversas a medicamentos, doença gastrointestinal, origem viral ou bacteriana, doença hepática,
distúrbios alimentares, alimentação, trânsito intestinal alterado, medicação.
Complicações:

 Nas crianças pode rapidamente levar à desidratação


 A perda de outras substâncias pode levar também a diminuição da pressão arterial e a
desmaios
 Arritmias

Precauções e Tratamento

A diarreia é um sintoma e o seu tratamento depende da sua origem.

A maioria das pessoas com diarreia só tem de evitar a causa, como por exemplo a pastilha elástica
dietética ou a ingestão de certos fármacos, até que o organismo se cure por si só.

Por vezes, uma diarreia crónica é detida eliminando certas bebidas que contêm cafeína, como o café ou
as de cola. Para ajudar a aliviar a diarreia, o médico pode prescrever um fármaco

Quando a diarreia é intensa e provoca desidratação, é necessária a hospitalização e a reposição de


líquidos por via endovenosa.

Enquanto o doente não vomitar nem tiver náuseas, é suficientemente eficaz a ingestão de líquidos que
contenham quantidades adequadas de água, de açúcares e de sais

Cólicas

As cólicas são uma doença pela qual a criança padece episódios de choro e irritabilidade unidos a uma dor
abdominal.

As cólicas, que recebem esse nome devido ao cólon (intestino grosso), costumam ser atribuídas a uma
excessiva quantidade de gás no intestino, se bem que a causa precisa deste transtorno ainda se
desconheça. Podem aparecer pouco depois de a criança ter saído do hospital, mas habitualmente surgem
algumas semanas mais tarde. As cólicas podem ter lugar de forma interminente durante os primeiros 3 ou
4 meses de vida.

As cólicas caracterizam-se por episódios de choro incontrolável e frequentemente produzem-se num


momento previsível do dia ou da noite.
No entanto, algumas crianças choram quase continuamente. O choro excessivo faz com que a criança
engula ar, o que produz gás (flatulências) e inchaço abdominal.

Em geral, uma criança que padece cólicas come e engorda adequadamente, parece muito faminta e
frequentemente chupa vigorosamente qualquer coisa.

O médico diagnostica cólicas por exclusão de outras causas de choro e irritabilidade, como uma
alimentação inadequada, sobrestimulação, doença ou alergia ao leite.

Normalmente desaparecem aos 3 meses de idade.

Obstipação

A prisão de ventre, ou obstipação, é uma perturbação em que a pessoa tem evacuações incómodas ou
pouco frequentes.

Uma pessoa com prisão de ventre produz fezes duras que podem ser difíceis de expulsar.

Também pode ter a sensação de que o reto não fica totalmente vazio. A prisão de ventre aguda começa
de forma repentina e a pessoa dá-se claramente conta disso.

A crónica, por outro lado, pode começar de forma subtil e persistir durante meses ou anos.

Causas da prisão de ventre aguda: alteração recente na dieta ou uma redução na actividade física (por
exemplo, quando uma pessoa fica acamada durante 1 ou 2 dias por estar doente); fármacos, por exemplo
anti hipertensores, ansiolíticos. Fatores psicológicos

Causas da prisão de ventre crónica: uma escassa atividade física e uma dieta pobre em fibra. Doença
crónica associada (tiróide, Parkinson) fatores psicológicos

Quando uma doença provoca prisão de ventre, deve ser tratada.


Noutros casos, a melhor maneira de tratar e de prevenir a prisão de ventre é com uma combinação de
exercício adequado, uma dieta rica em fibra e o uso esporádico de medicação adequada.

Os vegetais, as frutas e o farelo são excelentes fontes de fibra. Muitas pessoas consideram útil ingerir,
duas ou três vezes por dia, duas ou três colheres de sopa de farelo integral ou de cereais com alto teor
em fibra. Para que isto seja eficaz, a fibra deve ser acompanhada pela ingestão abundante de líquidos.

Dor Abdominal Recorrente

A dor abdominal recorrente é a que se manifesta três ou mais vezes durante um período de, pelo menos,
três meses.

Mais de 10 % das crianças em idade escolar sofrem de dores abdominais recorrentes.

É mais frequente entre os 8 e os 10 anos e menos em crianças menores de 4 anos.

A dor abdominal recorrente é um pouco mais frequente nas meninas do que nos meninos, sobretudo no
princípio da adolescência

Causas

 Doença orgânica em 5 % ou 10 % das crianças com dor abdominal recorrente. As doenças que
podem provocar dor abdominal recorrente variam muito e incluem problema genitourinários, intestinais
e doenças gerais.
 Funcionamento anormal dos órgãos interiores. Por exemplo, o intestino pode funcionar
anormalmente se a dieta da criança não for apropriada, sobretudo se a criança não puder tolerar certos
alimentos, como o leite e os produtos lácteos. Outra razão do funcionamento anormal do intestino é a
prisão de ventre devida à diminuição da atividade do cólon, às vezes como reação a uma aprendizagem
deficiente dos hábitos higiénicos.
 Nas adolescentes, a dor abdominal pode ser devida a cãibras musculares no útero durante o
período menstrual doloroso (dismenorreia). Ocasionalmente, a libertação de um óvulo do ovário durante
o ciclo menstrual é dolorosa.
 Em 80 % ou 90 % dos casos, a dor abdominal recorrente não se produz por um problema físico ou
funcional, mas sim psicológico. A dor derivada de uma perturbação psicológica parece ativar-se ou
agravar-se pela tensão, pela ansiedade ou pela depressão.

Sintomas

 Os sintomas da dor abdominal recorrente variam conforme a causa.


 A dor provocada pela doença orgânica normalmente não desaparece, ou pode manifestar-se em
ciclos, muitas vezes provocada por certas atividades ou determinados alimentos. A dor tem tendência
para desaparecer num sítio específico do abdómen, normalmente não na zona do umbigo, e pode chegar
às costas. Uma infeção do aparelho urinário, geralmente, não provoca dor de costas, como acontece no
adulto, mas sim dor de abdómen ou da pelve inferior. Com frequência, a dor pode despertar a criança.
 Conforme a doença orgânica que a criança tenha, podem aparecer os seguintes sintomas: perda
de apetite, perda de peso, febre persistente ou recorrente, icterícia, alterações na forma e na cor das
fezes, prisão de ventre ou diarreia, presença de sangue na defeção, vómitos de alimentos ou de sangue,
inflamação do abdómen e dor ou inflamação das articulações.

Os sintomas de dor abdominal recorrente provocada pelo funcionamento anormal dos órgãos variam
conforme a causa subjacente. Por exemplo, se a criança não tolera lactose, a dor pode aparecer uns
minutos ou duas horas depois de beber leite ou de comer um produto lácteo. Se a criança tiver uma
doença de vesícula, a dor abdominal pode começar imediatamente depois de ingerir alimentos gordos.

A dor causada por fatores psicológicos pode aparecer todos os dias ou esporadicamente. Por vezes, a
criança não sofre dor durante semanas ou meses. Normalmente, a dor é muito forte e é descrita em
termos vagos, às vezes como cãibras. Este tipo de dor raramente acorda uma criança durante a noite,
mas pode fazer com que acorde antes do habitual.

A dor abdominal por causa psicológica percebe-se muitas vezes à volta do umbigo. Quanto mais longe do
umbigo se manifestar a dor, maiores são as probabilidades de a causa ser física. A dor psicológica, por
vezes, é parecida com a causada por um problema físico, mas, normalmente, não muda nem piora. Uma
alteração significativa na natureza da dor pode ser sinal de que a criança também sofre de um problema
físico.

Prevenção e Tratamento

O tratamento da dor abdominal recorrente por um problema físico ou funcional depende do problema
subjacente. Por exemplo, uma alteração na alimentação pode ser útil se a dor for provocada pela
ingestão de alguns alimentos. Os calmantes como o ibuprofeno podem aliviar as dores menstruais.

A dor abdominal recorrente por causas psicológicas não é imaginária. É uma forma de dor provocada por
fatores como o stress e a tensão. Para aliviar o stress da criança, os pais farão o possível para a motivar a
continuar a ir às aulas apesar da dor. Ao mesmo tempo, os professores podem colaborar ajudando a
criança a resolver os problemas relacionados com a escola.

Na escola, à criança que necessita de um recreio de 15 a 30 minutos deve ser permitido ir à enfermaria
escolar descansar. Com a permissão dos pais, no caso de ser necessária, a enfermeira pode dar à criança
um calmante suave, como ibuprofeno ou paracetamol. Em alguns casos, a enfermeira pode permitir que a
criança chame os pais, que podem então convencer a criança a ficar na escola. Regra geral, a criança
pedirá para ir à enfermaria uma ou mais vezes por dia durante a primeira ou segunda semana de
tratamento. Este comportamento, normalmente, depressa desaparece. Habitualmente, quando os pais
deixam de tratar a criança como se fosse diferente ou como se estivesse doente, a dor que tiver causas
psicológicas piora inicialmente para depois melhorar.

Apendicite

A apendicite é a inflamação do apêndice.

O apêndice é um segmento pequeno e com forma de dedo que sobressai do intestino grosso, perto do
ponto onde este se une ao intestino delgado (cego).

O apêndice pode ter uma função do tipo imunológico, mas não é um órgão essencial.

Excetuando as hérnias estranguladas, a apendicite é a causa mais frequente de dor abdominal intensa e
súbita e de cirurgia abdominal em muitos países.

Este quadro é mais frequente entre os 10 e os 30 anos.

A causa da apendicite não está totalmente esclarecida. Na maioria dos casos, uma obstrução dentro do
apêndice pode desencadear um processo em que ele se inflama e infecta. Se a inflamação continuar sem
tratamento, o apêndice pode perfurar-se. A perfuração espalha o conteúdo intestinal carregado de
bactérias pelo abdómen, causando peritonite, que pode conduzir a uma infeção com risco de morte.

A perfuração também pode provocar a formação dum abcesso. Na mulher, podem infetar-se os ovários e
as trompas de Falópio e a obstrução consequente pode causar infertilidade.

Um apêndice perfurado também pode fazer com que as bactérias infetem a corrente sanguínea (estado
potencialmente mortal, conhecido como septicemia).
Sintomas

 Náuseas
 Vómitos
 Dor muito intensa na parte inferior direita do abdómen.

A dor pode começar repentinamente na parte superior do abdómen ou à volta do umbigo; depois,
aparecem as náuseas e os vómitos. Ao fim de algumas horas, desaparecem as náuseas e a dor desloca-se
para o quadrante inferior direito do abdómen. Quando o médico pressiona esta área, aparece dor e
quando, subitamente, retira a mão, ela pode tornar-se mais aguda (sinal de descompressão positivo). É
frequente a febre entre 37,5ºC e 38ºC. Caso haja perfuração a febre pode aumentar. Se houver infeção
pode entrar em choque.

Náuseas/Vómito

A náuseaé uma sensação desagradável no abdómen que muitas vezes passa com o vómito.

O vómito é a expulsão violenta do conteúdo do estômago através da boca.

 O vómito pode ser provocado pela ingestão de alimento, por ter engolido uma substância
irritante ou tóxica, ou pela ingestão de alimentos em mau estado
 Pode ter origem voluntária, involuntária ou psicológica

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