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LEVA TOURO PURO-SANGUE PARA A PECUARIA FAMILIAR Soh a ge ee : = [ oh / Veh Bteantee Keane MMC ri relent ee) pata cl ee) trama‘da novela Velho Chico, mostra como € possivel recuperar solos: degradados e/produzir alimentos emsistemas ate but ee nr > . ~ NESTE MES 18 ENTREVISTA Oeconomista Jose Roberto Mendonca de Barros destaca a importancia do agronegocionaeconomia brasil 32 CAPA Tecnica aprimoredapelo agricultor Ernst Gétsch inspira trama da novela Velho Chicoe despertaa atencao deprodutores rurais em todo opais. Confirao queé 40 EXPOINTER Organizadores da feira agropecusrladeEstelo, no Rio Grandedo Sul, esperem repetir oresutado de 2015 42 OLIMPIADAS ‘pos produzir com exclusividade para a Copa do Mundo. vi ‘gauicha ¢ aunicalicenciada para fornecer 0 vinho oficial da Rio 2016 45 RIOSDO AGRO Pescadores de Tiés Lagoas (MS) se unem emuma cooperatvae mantém criagdo de tilépias no Rio Parana 50 ZEBU Programa da ABCZ facilita aquisi¢ao de tourinhos zebus puros pelo pequeno criador, paramelhorar oplantel e obter mais rendai 56 sINTEGRACAO Produtores de norte a sul do Brasi provam viabilidade do sistema, adaptandoa tecnologia és realtlades regionais 62 FAZENDA SUSTENTAVEL, Paraatender & demanda das induistrias de came, pecuaristas precisam adotar as boas praticas agricoias (BPAs) na criacao de gado Capa: Fernando Martinho/Ed. Globo SEMPRE EM Globo Rural CAMPO ABERTO METAS. RADAR, = Livros. 30 CENARIOS ... WEIS. TENDENCIAS.. PRs Re) & CRIACAO FRANCA NEGOCIOS » \VARANOA m MERCADO 76 PRODUTOS EMERCADOS care EMPRESAS E NEGOCIOS: o VITRINE 82 MAPA DA SAFRA a4 TEMPO. 86 AGENDA s ANALISE Apter FAZENDA como criar COMO PLANTAR = TABULEIRO 38 GRURESPONDE 100 FECHAASPAS 2 oe io Ss re (Ceeliteetsse ice a zy Trabalharem harmonia coma Pea Peers Chey, FEES ae BinecoitecticortcQecte ion alse l@raone wale Mere Globo, que desperta 0 interesse de agricultores de todo 6 ON eae cess aC f q pee ay | ees Perini Cnr rrit arene Een aay poner cultura sintrdpica é a maneira da natureza produzir. Respelta a logica da vida’ diz Miguel Pela primeira vez, tema sintropia,assim,comes- ssenome, fol exposte ao grande piblico. Ometodojéé conhecido como sistemas agroflorestais (SAF), Para viverem Miguel e Olivia, os atores foram para ocam- poaprender sobrea sintropiacomo pa!’ dosistema, ‘osuico radicado no Brasil Emst Gitsch, de 68 anos. Participaram de um cursointensive num sitio noin- terior do Rio de Janeiro, onde outros agrofioresteiros praticam a técnica. Desde entao, atores, Gitsch e 0s produtores gente que destle1996 espalhaassintropia pelo Brasil, produzindo alimentos em florestas e ga~ ‘nhando dinheiro com isso, esto trabalhando juntos. Amor incondicional Sintropia é opostodeentropia. queéamedidado ‘greu da desorganizacio de um sistema.0 dicionario define como ‘elemento que contribul parao equilibrio organizacional". Adefinicio vale também paraaati- vvidade agricola. A agricultura sintropica desenvolvi- ASINTROPIA E 0 OPOSTODAENTROPIA, QUEEA MEDIDA DA DESORGANIZACAO DE UM SISTEMA dapor Gétsch envolve conceitos simplese complexos: ‘a0 mesmo tempo, Simples porque ela prega traba~ thar em harmonia com a natureza, seguindo sua lo~ ‘glca. Complexos porque, para praticé-la,¢ precisose desprender de conceites tradicionais. "A agricultura sintropica implica produzir alimentos seguindo al6- gicanatural do sistema cam amor incondicional pela, vida’, diz Gdtech. "Todos os seres que nascem neste planeta témuma funco:0s animais, osolo, aagua,o ‘vento, Nés, homens, também nascemos como parte do sistema e das funcdes. Devemos trabalhar agin- doem favor dela, entio contra. como tem acontecido ‘ao longo de milhares de anos.” Segundo ele, a forma ‘como aagricultura convencional vern senco pratica~ ‘apor milhares de anos resultard em escassez.e de~ sertificacio."A morte ( conceito aprimorado por Gotsch éresultado de décadas de trabalho no campo, pesquisa cientifica e ‘andliseda teleologia. acéncia que estudaas fnalida~ des do universo. Cientista iniciou os experimentosna ‘Suica, trabalhando com melhoramento genético de A logica do sistema ‘Tecnica propée produzir alimentos sem uso de insumos ou desmatamentos seroma auras ACOSTO 2016 forrageiras. Na Alemanha, implantou pela primeira vyez um SAF para prociuzir hortalicas. Na Costa Rica, em1970 inseriu refugiados nicaraguensesem proje- tos de agricultura sustentavel, até que, em 1982, fin- couopéno Brasil Eram terrasimprodutivas devido aextracaointensivaddemadetras, cutive demandioca nosmorros eabertura de pastas com fogaparaape- ccuaria’, lembra Gétsch sobre a fazenda de 500 hec- tares que comprou com um sécio em Pirat do Norte, cidadezinha distante 180 qullometros dehéus (BA) area chamava-se Fugidos da Terra Seca. Hoje, ¢ Fazenda Olhos d’Agua, com 350 hectares deReserva Particular do Patriménio Natural (RPPN), 120hecta- res de Reserva Legal (RL),10 hectares de lavouras e ‘nascentes recuperadas. ‘Nao dei esse nome, Em. 1953, afazenda chamava-se Olhos d Agua,mas,com ‘tempo, virou Terra Seca, Com arecuperacao dosolo, osolhos d'égua voltaram’, diz oclentista quese orgu: ha mesmo é de ser chamado de agricultor. Chocolate de luxo Nanovela, Miguel e Oliviaimplantarama sintropia ‘em uma area da cooperativa. No Semiarido, eles vo Iniciar arecuperagao do solocomoplantio depalmas ecactos. Gitsch diz quea sintropiarecupera qualquer area, em qualquer bioma. A logica € utilizar a propria, vegetacéo para iniciar o pracesso. "Eles utlizardo a planta tipica da regiao para nutrr o solocommatérla ‘organica. Depois, plantaréo arvores, mandioca, fru- teiras, sempre alimentando a terra com a blomassa das podas das érvores: As terras da cooperativa foram preparadas pe- lo agrofloresteiro Henrique Sousa, que tem um sitio ‘em Jaguaquara (BA), zona de transicéo entre a Ma~ ta Atlantica ea Caatinga. Ele proprio fez esse traba- Iho ~ igual ao de Miguel ~ para recuperar ostioeho- jeproduz rutas, hortalicas, verdurase gros. "Hlenrl- que transformauo sitiocom aagricultura sintrépica (0 que anovela vai mostrar nao ¢ ficcao”, diz Gotsch, "Hoje ele é multiplicador de conhecimento para os agricultores familiares, Gotsch usou a mesma logica para recuperar sua fazenda, que tem vegetacao de Mata Atlantica eda Amazonia. Essa mistura, ele chama de “amatlanti- a’, Primeiro, capinou o que pode, 0 capim protegeuo solo, Plantou dr vores, palmeiras,frutelras, mandloca, cacau, café, hortalicas. A média ¢ de 70 arvoresplan- tadas por hectare e 14 toneladas dematéria organica produzida por hectare. ‘Quando voce colhe mandio~ ‘ca percebe que o solo, coberto pelo capim e galhos, tem vida.” Em trés anos, a rea estava integrada, "A, vvegetactio rebrota em qualquer arranjo feito entre 0 componente lorestal ea agricola, trazendo abundan Cia, vida e agua de volta’ Comasarvores grandes osistemacomacouapro- duzir "Chuva na lavoura. "De dia, as arvores altas fil ‘0 Sol, que chega na medida certa as plantas de- baixo. A noite, o orvalho cainas plantas e a materia organica mantém a umidade no solo’, diz o agrono- mo Gustavo Romeiro,agrofioresteiroem Florianopo~ lis (SC), "Voce val dormir e fica escutando o barulho de chuva.£ como plantar agua." Romeiro € um alu OhosrAgua ‘eflorestado Saproditn Ideias e principios Aespiral da sintropia elaborada pelo cientista Nat bundancla Todas as terras no Brasil podem ser recuperadas coma sintropia’ EmstGétsch cientistae ericultor .c.090 RURAL :G0S70 2016 no antigo de Gitsch. Comecou a estudar a sintropia m 1995 enem ¢ produtor rural, "Eu produzo o que a ‘minha familia comeno quintal de casa." Vira emexe, acompanha oagricultor. 'E uma familia trabalhando ce estudando pela vida GGétsch cuida sozinho dasualavoura ouem contra- tos de comodato (ele fica dias por mésna fazenday nos outros, vigja para dar aulas), Produz, em média, 3500 quilos de cacau, no sistema cabruca, por safra, O produto tem qualidade superior e¢ exportado com ‘um valor quatro vezes superior ao convencional,co- tadoaRS163a arroba, em julho. “Sto qualidades ad- uiridas devido ao equilrio ecol6gico do sistema: (Quem compra sua producao 6a Amedei, fica ‘que icanaltllaeproduzomelhor chocolate do mun- do, de acordo com a London Academy of Choccla~ te, maior certificadora do produto no planeta, “Sou- Dequearainha da inglaterraadoraesse cacau’,elerL Para produir 0 cacau, 0 custo é zero, Sim, Gétsch produzo.cacau que faz omelhor chocolate do mundo semcusto. Nalavoura, nao entram insumos. 0 equll- ‘io ecol6gico,omanejointegradode pragaseadiver- sidade de variedades do fruto sao o controle fitessa~ nitério. Ao todo, sao 67 variedades.E minha tesoura ‘de poda’, diz. Andando para la e para cé na roca, ele ‘usa tesoura, motosserra efacdo, “Manejo a floresta, odo a copa das arvores esporadicamente para ela, rebrotar, Assim, consigo dar vida és plantas que es- tao embaixo e controlar espécies que poderiam ser maléficas”, diz. Nao existe praga, existem espécies com funcées dstintas A vassoura-de-bruxa, praga que devastou asla~ ‘vouras de cacauinos anos 1990, convive em harmo- nia com a plantacao. "Ela s6 faz_mal para o cacaueiro quandondo tem outra espécie para atacar eaqui tem ‘ummonte." Lagartas epercevejos também aparecem, ‘Ememostram que tem algo errado,que preciso po- dar arvores naquela area Pronto, elas vao emborae 1ndo atacam a planta que produz alimento: Banana de ouro m980, quando oséciode Gétsch desistin done- g6cio,commedo da vassoura-de-bruxa,eleinsistiu. Pagou sua parte em banana,'Em trésanes,eutinha ‘banana para da e vender, exportava banana-passa paraaSuica,Paguei USS167 mi’, embraoagriculter, {que passou a atividade agroindustrial para a fina, Gudrun, “Aquino ‘amatiantica’produzimos tangeri- nna. banana ponca, mangostao, rambut’, aca (ruts Gotsche seus ‘ino entre les GusteveRometo solaco,arebrta EM10 HECTARES, FAZENDA PRODUZ3,5 MIL KG DE CACAU, VENDIDOS COM PRECO MUITO SUPERIOR asidticas quenasceram na fazenda disseminadas pe~ Jasavesemorcegos).lmao,ima-da-persia, pupunta, ‘castanha, acai, cupuacu e pimenta. Ah, tem pataste, ‘que parece cacau.aindando tem valor, masa Gudrun fazbarrinhas energéticas que sto procuradas porque ajudama produzir serotonina’, conta, Algumas frutas nativas, devido & degradacio, fo- ram definitivamente extintas, mas ha outras di ‘minadas por tucanos e gavides, Omangostao, queda ‘aos montes em janeiro efevereiro,chega.aser comer~ ializado por R$S aunidade em Sto Paulo enoRiode Janeiro, “Colhemos 980 frutas, mas esse é umn luxo ‘que a minha familia e os tucanos tém: comer man- ‘gosto, Na arvore. ‘Amadeira também é uma fonte derenda.Na agri ‘cultura sintrépica ela éo subproduto(valioso!) dapro- ducao de alimentos. “Assim como tudo na natureza asarvores,depoisde um tempo, cumpremsuas fun- (dese precisam sair de cena, Numa floresta sem in- tervencdes, elas caem. Numa florestamanejada,nds ‘a derrubamos para dar espacoe via acutras arvo- res eespécies, Bomba de agua Nos arredores de Brasilia (DF), no Cerrado, os agro- florestetos esto pintando a regio, uttora domi dapeiaexploragac agromineral deverde Sos estio sendo ressuscitados pela agriulurasintrpica, €05 precursores dainiitiva foram o agrénomo Rémmulo ‘ras oiclogo ua Pereira proprietaros de areas situadas no Lago Oeste e que erem “campos demi- rund com peda e capim de terra acid’ 70 20:5 exono muna. a7 a aa Ocanavieiro organico 1m Sertaozinho (SP), Leon tino Balbo Junior, da Usina a0 Francisco, desde os anos 1990 adotou um sistema dife- rente para produzir cana: ou: vindo anatureza,Elecontaque chegou a empresa da familia assustadocom osmeios con- vencionais."Estava preocupa- docomesseecossistema' diz CCrioumaquinas para colher c na crua, revolucionou onege- io. "Precise! me desprender de tudo o que eu aprendl pa~ raescutar anatureza’ conta, a aaevosomueas| AGOSTO 2015 Balbo nao ¢ agrofiorestel- ro,mas também pensa nassin- tropia como forma de produ: zir mais e melhor. "As pesso- as olham a fazenda, mas veem ecossistera”, gz. "No meu mundo, tem de estar tu- dointegrado. Assim, ele criou um novo modo de produzir cana eaNa~ tive, empresa que exports acu- car pata 60 paises. "E a agri culturarevitalizadora de ecos- sistemas, Nos utimos 15 anos, produzimos aqui 23% mais do que a média de produtividade da regiao: Nalavoura,eleusaamesma logica de Géstch: o que nutre alavoura é o trabalho em har- ‘monia como funcionamento da natureza. "Fungos, bactérias e insetos sao um exército do bem paraalavoura,” dl Romulo conta que eles conheceramn Gétsch ha dez ‘anos, “Soubemos que ele estava em Alto Paraiso de Golds (60) efomos la. O que ele falava erarevolucio- nario e iniciamosa recuperacso do SitioSemente (da ‘Jaraiia do lua, com 3 hectares) om seus ensinamen- tos", lembra, “Ha quatro anos, comecamosa adaptar sistema para nossa realidade socioeconémica. Nao temos mao de obra excedente, foi preciso adaptar a técnica para otimizar o trabalho". diz. Hoje, em sua propriedade,o Sitio Raiz, de 2 hec- tares, ele cultiva 15 hectare de hortas em meio agrofloresta e, por més, colhe, em média, 2 tonela~ as de alimentos, vendidos em feiras organizadas pela AgroOrginica, associacdo que atua em varios, ppontos da cidade, Além disso, faz entregas em lojas, de varejo e restaurantes que priorizam alimentos cultivados semagrotéxicos. "Multa coisamudouno Lltimo ano e o negécio bombou. Os consumidores esto procurando alimentos produzidos de forma ‘mais saudavel’, destaca, NoLago Oeste, comecaram: ragGo visandoa producao dehortalicas efrutas. Adu- baram o solo com pé de rocha (usado na agricul raorgénica) uma vez e, em um ano ja tinham maté- ria orgénica suficiente para nao trazer nada de fora ‘Abanana e o eucalipto so os fornecedores de bio- massa eaquinaonasce mais capim. A terra esta fo: fa,otratorzinho (implemento usado para formar can. teiros) passa facil sem compactar diz. eu- calipto, espéciecrticada pelos ecologistas, segundo rabalho derecupe GRANDES FAZENDEIROS ESTAO COMECANDO | ASE INTERESSAR PELA AGRICULTURA SINTROPICA Jua, pode ser muito beneficona recuperagio desolos. ‘O eucalipto ajuda a recuperar osolo, desde que seja ‘manejado com apoda correta’, afirma. Juaresumeosistema:umabomba deagua,"Osis- tema nao para de fazer fotossintese, evapora dgua 0 dla todo e &noite devolve a agua." Segundo ele mes: ‘mo em épocas de seca, a diferenca de umidade é de 30% amas emrelacao cidade. Mudanca de perfil ‘Aagriculturasinropice¢edaptvelpara 80% terrasbrasieras’ firma Ju8, De acordo com a Em presa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria (Embra~ pal, existem no Brasil 4366267 pequenas proprie- Gades que produzem 70%dos alimentos quechegam ‘mesa dos brasileiro. Eo pequeno produtcr ocupa um pape decisivomna cadela produ o mercado interno manetoca(€ ‘inos (59%), leite (58%) e milho (: agrofloresteiros s2o pequenos e médios produtores mas nos itimosancs,o grandes esto chegando. Gétsch diz que 10% do publice em seus cursos € formado por grandes fazendeiros ‘Ea nova geracéo chegando, Geralmente as flhas mais senstvis, le- ‘amopaipara,pelomencs conhecerasintropia' iz ‘Um exemplo é a Fazenda da Toca (2:300 hecta- es), do empresario Pedro Diniz. Emtirapina (SP), j4 criouoNicleo Agroflorestaldde Pesquisa Aplicadaem. ‘Agricultura Sintropica (Napaas)."A producao emlar- ‘ga escala precisa de solugdes de grande esc Raul Monteiro, agrénomo responsdvel pelo projeto. Gétsch diz que o desafio ali ¢ alia o trabalho que ele desenvolveu manualmente com ouso de tecnologia. "Partedo trabalho seréadaptar maquinas etecnolo- sia para trabalharnessa grande area: ‘Agora, ele esté preparando uma areana Toca para plantar gros, Em outra, ‘salvou'" um pomar afetado por greening, doenca que quando staca leva o cit cultor a dizimar o pomar pela aiz.'E possivel contro- lar o greening com manejo’ diz, sorrindo. "Sel que a maioria acha que é coisa de gente ‘malica, mas nao é", afiima Gots- ch. EPedroDiniztambém traduza técnica para suarealidade:"E uma grande quebrade paradigma.Ala~ ‘voura vaicustar muitomenas.pro- duzir mais, Estamos falando a lin- sguagem demercado’ E,em Grotas, Miguel e Olivia ja comecam a colher agua E vida. AGOSTO 20:6 Jetoeo RURAL» NoLago Oeste (OF, Remo rato e ua Perera praia aagreutura Shtrepice

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