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SÍNTESE DOS TEXTOS LOCAL GLOBAL: ARTE EM TRÂNSITO (MOACIR DOS ANJOS) E

PERTURBAMENTO DO FAMILIAR (FLÁVIA MARIA CUNHA BASTOS)

O primeiro texto ao ser introduzido, diz que o tema da globalização e suas


implicações políticas, econômicas e culturais, embora tenha sido discutido em diversos
campos disciplinares, tem sido tratado de maneira superficial ao serem considerados
meramente seus aspectos mais visíveis e imediatos.

Ao falar de um receio de que a globalização possa contribuir para a extinção de


certas tradições de alguns povos ou lugares do mundo com a imposição da cultura
ocidental, o autor estabelece uma outra face da moeda ao dizer que a identidade
cultural é uma construção fincada em tempo e espaço específicos e em constante
estado de transformação. Segundo ele, o que distingue uma cultura local de outras
quaisquer não são mais sentimentos de clausura, afastamento ou origem, mas as
formas específicas pelas quais uma comunidade se posiciona nesse contexto de
interconexão e estabelece relações com o outro. A noção de identidade cultural é
instada a mover-se do âmbito do que parece ser espontâneo e territorializado para o
campo aberto do que é constante (re) invenção.

O entendimento de cultura global no ponto de vista do autor deve incluir as


recriações locais. São os contatos constantes com o que é diferente que produzem, por
fim, o caráter multicultural das sociedades contemporâneas, afirma o autor.

O autor comenta que os aculturamentos produzidos pelas regiões hegemônicas


são mais rapidamente difundidos e firmados do que o oposto, aculturamentos que
partem das regiões menos influentes para estas outras. Assim, a inversão deste
sentido depende de resistência por parte destas regiões menores e de cooperação
transnacional entre estas regiões.

Surge no texto o conceito de mestiçagem e fala-se na metáfora de um caldeirão


de sopa ou algo parecido no qual se dissolvem e se mesclam diversos tipos de
ingredientes, mas permanecem distintas algumas partes de pedaços de carne e ossos,
representando aquilo que não se mescla e permanece distinto entre as diferentes
culturas. Já o hibridismo é associado ao prato baião de dois, que se mescla mas suas
partes permanecem distinguíveis, representando as culturas que, embora não se
mesclem totalmente, convivem de forma mais ou menos harmônica, não sendo
possível a nenhum de seus agentes uma volta ao passado, como no caso da diáspora
africana.

O Segundo texto, “Perturbamento do Familiar”, fala sobre o conceito de


arte/educação baseada na comunidade, termo que vem ganhando popularidade entre
arte educadores dos EUA nos últimos tempos. Segundo o artigo, o denominador
comum das iniciativas em torno do uso dessa abordagem é fomentar um
relacionamento mais estreito entre a arte/educação e a comunidade. Neste sentido, o
autor propõe um modelo de arte/educação baseada na comunidade que parte da
valorização da cultura local e dos recursos existentes e disponíveis na comunidade. O
estudo revelou que os trabalhos de arte produzidos localmente têm o potencial de
sensibilizar as pessoas para as riquezas e contradições e significantes imanentes em
sua própria cultura.

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