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PRÉ-VESTIBULAR
LIVRO DO PROFESSOR
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© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do
detentor dos direitos autorais.
ISBN: 978-85-387-0573-4
CDD 370.71
Disciplinas Autores
Língua Portuguesa Francis Madeira da S. Sales
Márcio F. Santiago Calixto
Rita de Fátima Bezerra
Literatura Fábio D’Ávila
Danton Pedro dos Santos
Matemática Feres Fares
Haroldo Costa Silva Filho
Jayme Andrade Neto
Renato Caldas Madeira
Rodrigo Piracicaba Costa
Física Cleber Ribeiro
Marco Antonio Noronha
Vitor M. Saquette
Química Edson Costa P. da Cruz
Fernanda Barbosa
Biologia Fernando Pimentel
Hélio Apostolo
Rogério Fernandes
História Jefferson dos Santos da Silva
Marcelo Piccinini
Rafael F. de Menezes
Rogério de Sousa Gonçalves
Vanessa Silva
Geografia Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio
Felipe Silveira de Souza
Fernando Mousquer
Projeto e
Produção
Desenvolvimento Pedagógico
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Pré-modernismo
que vai de 1894 a 1930, em grande parte será domi-
nado política e economicamente pelas oligarquias
rurais paulista e mineira, tendo a primeira como
base econômica a produção de café e a segunda a
criação do gado de corte e a produção de leite. Daí a
O Pré-Modernismo compreende um conjunto denominação de “política do café-com-leite”, fazendo
de obras (de diversas características diferentes) referência à influência das duas forças hegemônicas
que não podem mais ser inseridas nas estéticas do brasileiras da época.
século XIX, (como, por exemplo, Realismo, Parnasia- Presencia-se nessa fase um surto urbanístico em
nismo e Simbolismo), mas que também não podem nosso país, o crescimento industrial e o consequente
ser classificadas como modernistas por ainda pos- aumento da classe média com ideais reformistas
suírem resquícios das estéticas citadas. Por isso, o acompanhada por jovens militares que seguiam os
Pré-Modernismo não pode ser classificado como uma preceitos positivistas. Além disso, observa-se a imi-
corrente estética. gração intensificar-se (principalmente a imigração
O Pré-Modernismo engloba as obras que têm italiana nas regiões sul e sudeste).
algo de tradição e algo de ruptura com a tradição. Interessante é que nas primeiras décadas do
Observamos criações híbridas, representativas de novo século que nascia houve no Brasil diversas
uma fase de transição na Literatura brasileira que revoltas sociais, estabelecendo um conflito entre
irá desaguar no Modernismo. as forças conservadoras e as novas forças sociais.
É por esse hibridismo literário que até hoje esse Nos últimos anos do século XIX, temos a Guerra de
período não recebeu um nome específico, tomando Canudos, eternizada nas páginas de Os Sertões, de
emprestado da fase literária posterior – o Modernis- Euclides da Cunha; em 1904 acontece à revolta contra
mo – o nome, acrescentando-se o prefixo de ante- a vacinação obrigatória, idealizada por Oswaldo Cruz
rioridade “pré” para indicar seu caráter precursor. (na verdade, uma camuflagem para a reivindicação
Percebe-se, então, que os escritores dessa fase não de melhorias sociais); e em 1910, ocorre a Revolta da
são modernos, porém promovem o rompimento com Chibata, os marinheiros lutavam contra a punição
o tradicional. Tal classificação foi definida pelo crítico com castigos corporais (chibatadas) a que eram
Alceu Amoroso Lima, na década de 1950. submetidos.
Os escritores dessa época vão se aproveitar das
Contexto histórico contradições dessa época em suas obras.
mobilidade.
Floriano Peixoto) para a República Velha. Tal período,
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Denúncia social de renome na época, foi o único a apoiar a Semana de
Arte Moderna. Proferiu, na primeira noite da Semana,
A maioria das obras do Pré-Modernismo a conferência A Função Estética da Arte Moderna,
apresentam em seu cerne a denúncia da realidade porém demonstrou muito mais uma empolgação
brasileira. As diferenças sociais, o preconceito, o pelos ideais da arte moderna do que propriamente
esquecimento de parte da população, a centraliza- um conhecimento, uma ideia clara do que fosse
ção do poder, a intransigência dos governantes são arte moderna. Faleceu em 1931, na cidade do Rio
revelados sem medo algum. Euclides da Cunha e de Janeiro.
Lima Barreto são exemplos de escritores que, em Suas principais obras são: Canaã (1902) e A
suas obras, revelaram a situação brasileira, e a partir Estética da Vida (1921).
daí construíram sua crítica em relação à sociedade
de sua época. Canaã
O regional Falar sobre a obra de Graça Aranha é falar sobre
Canaã, sua principal criação, classificada como um
Evidencia-se nas obras dessa época, a preo- romance ensaio ou romance de tese. Isso se deve
cupação em definir-se muito bem a região em que aos seguintes fatos:
acontece cada história, tendo como consequência o
•• 1.º os ideais contidos no romance são mais
surgimento de um grande painel do Brasil através
importantes, mais relevantes do que o
de suas diversas regiões. Monteiro Lobato situará
enredo desenvolvido.
suas principais obras na região do Vale da Paraíba;
Euclides, no sertão baiano; Graça Aranha, no Espírito •• 2.º é considerado romance por concentrar
Santo; e Lima Barreto, no Rio de Janeiro. as características convencionais da nar-
rativa longa.
Ficção e realidade •• 3.º há o constante debate de ideias.
Vemos nesse período obras que abordam os fa- O que se observa em Canaã é a confrontação
tos políticos, econômicos e sociais do Brasil. A ficção de posturas tomadas diante de três temas: as teorias
e a realidade se aproximam. Como consequência, acerca do atraso social brasileiro; o papel da imigra-
temos a partir das obras Pré-Modernismo, a “desco- ção; a busca de um sentido para a existência.
berta do verdadeiro Brasil”.
Tais discussões são personificadas nas figuras
dos imigrantes alemães Milkau e Lentz, recém-che-
Autores e obras gados ao interior do estado do Espírito Santo, onde
iriam se fixar e começar uma nova vida. Cada um re-
Os principais autores dessa fase são: Graça presenta uma visão dos imigrantes sobre o Brasil.
Aranha, Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Milkau prega que o imigrante deve integrar-se à
Lobato, na prosa, e Augusto dos Anjos, na poesia. realidade brasileira tanto de uma perspectiva social
quanto, até mesmo, racial, numa espécie de sonho de
Graça Aranha democracia étnica (Sergius Gonzaga). Percebe-se no
personagem Milkau um tênue socialismo cristão, no
José Pereira da Graça qual vemos a pregação do amor, da solidariedade e
da piedade para com o próximo, isto é, o brasileiro.
Domínio público.
de Letras, rompendo com a mesma em 1924, devido Ao fim da obra, Lentz acaba aderindo às ideias
a seus ideiais modernistas. De todos os intelectuais de Milkau.
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Esse final de Canaã revela uma visão otimista Euclides da Cunha acompanhou a quarta e
do autor em relação ao futuro brasileiro, tendo como última expedição das forças Armadas contra o ar-
grande mote a importância da imigração para o raial de Canudos. O escritor, na função de repórter,
país. chega ao local de batalha como ferrenho apoiador do
governo, porém ao vislumbrar tamanha tragédia e
disparidade de forças que aconteciam naquele local
Euclides da Cunha muda sua perspectiva e vê naquela guerra o símbolo
do abandono do homem do sertão.
Euclides Rodrigues Pi-
menta da Cunha nasceu em Observa-se em Os Sertões a denúncia de um
Domínio público.
Os Sertões
Porém, nessa parte da obra encontramos a
Em 1898, quando pediu baixa das forças arma- grande polêmica de Os Sertões, revelada a partir de
das, passou a viver como engenheiro e jornalista e uma contradição: quando há análises embasadas
acompanhou, na função de repórter correspondente, nas teorias científicas colonialistas do século XIX,
a fase final da Campanha de Canudos (começada Euclides cai em erro, contudo quando faz suas ob-
em 1897). servações pessoais acerca do assunto tratado faz
A partir das reportagens feitas sobre Canudos grande literatura, o que faz de Os Sertões uma das
é que teremos a base da narrativa que constitui Os obras mais importante não só da Literatura Brasileira,
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A Luta
Domínio público.
A Luta é o momento mais dramático da obra
e também o de maior relevância dentro de Os Ser-
tões.
Para escrevê-la, Euclides da Cunha contou com
algumas fontes além da ida à última expedição como
a leitura de textos sobre o acontecimento e entrevis-
tas com participantes da guerra.
Nesta parte, observamos o grande erro come-
tido pelo governo ao mandar tropas para acabarem
com o arraial. Desvela-se, em A Luta, a extrema
violência das forças armadas e também sua difi-
culdade de ação devido ao meio natural hostil em Os prisioneiros de Canudos.
que se encontravam, sendo aliado do sertanejo, já
Domínio público.
adaptado à natureza que o cercava. Nenhum método
tradicional de batalha era eficaz naquele local onde
os “Hércules-Quasímodos” tinham o pleno domínio
do ambiente. Porém, o conhecimento da região não
bastava; os soldados das forças republicanas pos-
suíam pesadíssimo armamento contra os quais os
sertanejos não tinham chances.
Desde o início da guerra já era conhecido o lado
derrotado, entretanto esses bravos lutaram até seu
último homem cair, nunca se entregaram ao inimigo,
que punia-os implacavelmente com a degola. Ao final Corpo de Antônio Conselheiro, chefe místico de Canudos, 13
da contenda, os sobreviventes (pouquíssimos) de dias após o sepultamento.
Canudos eram apenas idosos, mulheres e crianças.
Leia um dos trechos mais tristes e dramáticos de A
Luta. Aspectos formais
Os novos combatentes imaginaram-na [a A obra Os Sertões é simultaneamente ensaio,
guerra] extinta antes de chegarem a Canudos. relato histórico, reportagem e ficção.
Tudo o indicava. Por fim os próprios prisioneiros Apresenta uma linguagem ornamentada, utili-
que chegavam e eram, no fim de tantos meses zando-se de palavras arcaicas, antíteses, hipérbatos
de guerra, os primeiros que apareciam. Notou-se (inversão frasal) e paradoxos. Pode-se afirmar, então,
apenas, sem que se explicasse a singularidade, que no tocante à linguagem, a obra de Euclides apre-
que entre eles não surgia um único homem feito. senta um estilo barroco.
Os vencidos, varonilmente ladeados de escoltas,
eram fragílimos: meia dúzia de mulheres tendo
ao colo crianças engelhadas como fetos, seguidas
Lima Barreto
dos filhos maiores, de seis a dez anos (...)
Afonso Henrique de Lima
Domínio público.
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a escrever em diversos jornais do Rio, publicando Triste Fim de Policarpo Quaresma
crônicas e contos. Levando uma vida de dificuldades
Obra-prima de Lima Barreto, Triste fim de Poli-
e preconceito racial, além de sofrer de alcoolismo,
carpo Quaresma conta a história do funcionário públi-
acaba tendo profundas crises depressivas, sendo
co aposentado Policarpo Quaresma em sua luta pela
internado duas vezes no Hospício Nacional. Morreu
“salvação do Brasil”. Para tanto, propõe ao governo a
em 1922, aos 41 anos, de um colapso cardíaco, em
instituição do tupi-guarani como idioma oficial brasi-
plena miséria e esquecimento. Sua obra viria a ser
leiro; além disso alimenta-se unicamente de comidas
redescoberta somente na década de 1970.
brasileiras, cumprimenta as pessoas chorando, como
As principais obras de Lima Barreto são: Re- um legítimo índio goitacaz, e faz pesquisas que re-
cordações do Escrivão Isaías Caminha (1909); Triste sultam em fracasso sobre o nosso folclore.
Fim de Policarpo Quaresma (1911); Vida e Morte de
A obra é narrada em terceira pessoa (narrador
M. J. Gonzaga (1919); Os Bruzundangas (1923); Clara
onisciente), sendo dividida em três partes. Cada uma
dos Anjos (1924); Cemitério dos Vivos (1957 – edição
dessas partes centra-se em um local.
póstuma).
A primeira acontece no subúrbio carioca, onde
Policarpo lutará pela cultura genuinamente brasileira
Características e acabará sendo desconsiderado pelos outros, sendo
internado num hospício.
A literatura produzida por Lima Barreto destaca-
se por estar desligada dos padrões literários que A segunda parte é o momento em que Quares-
vigoravam em sua época. ma sai da casa de alienados e decide ir viver na roça,
pois tinha a convicção de que, “em se plantando tudo
Um dos aspectos que o diferencia é a preferência
dá” nas mais férteis terras do mundo (as do Brasil).
por personagens representantes das classes mais
Porém, acaba também fracassando e vendo que a re-
baixas da sociedade carioca, a “gente humilde” dos
alidade não era como pensava: além da esterelidade
subúrbios da então capital federal. Temos tocado-
da terra, percebe a má distribuição da mesma.
res de violão (espécies de malandros), funcionários
públicos, jornalistas pobres etc. Aos poderosos (re- A terceira parte é o momento em que abandona
presentadas algumas vezes por figuras históricas), a agricultura para alistar-se nas tropas pró-Floriano.
burgueses, intelectuais reserva a caricatura, no A causa era a Revolta da Armada (1893). Ao final
intento de ridicularizá-los. da revolta, Floriano persegue impiedosamente seus
inimigos, prendendo-os e fuzilando-os. Policarpo es-
Um dos traços mais marcantes de sua obra é
tarrecido com o que o estadista que admirava estava
a aproximação do que é ficcional com o que é real,
fazendo dirige-lhe uma carta fazendo duras críticas,
percebemos que o autor dá uma atenção especial
por esse motivo acaba sendo preso e condenado à
aos fatos históricos e costumes sociais da época.
morte.
Temos em Lima Barreto um cronista dos costumes
da sociedade no início do século XX. Essa obra pode ser classificada como um ro-
mance social que estabelece a seguinte questão:
Quanto à linguagem, percebemos um estilo
até onde vão os limites de uma ideologia? A partir
despreocupado e simples, de ritmo fluente e tom
do fanatismo, da xenofobia de Policarpo Quaresma
coloquial, aproximando-se muito do estilo que seria
(anti-herói), Lima Barreto fará uma severa crítica
usado pelos modernistas de 1922.
ao patriotismo exacerbado e à sangrenta revolução
Florianista.
Obras Observa-se em Triste fim de Policarpo Quares-
ma, a luta entre o ideal e o real, sendo este segundo
Recordações do Escrivão Isaías Caminha o que vence a batalha. O resultado é a melancolia,
Narrado em primeira pessoa, Recordações do a decepção e a desilusão de Policarpo Quaresma,
Escrivão Isaías Caminha conta a história do jovem agora consciente da realidade brasileira e da inuti-
Isaías (filho de uma ex-escrava e de um padre) lidade de seus esforços para tentar fazer um Brasil
que vem do interior tentar a vida na capital. Aos mais brasileiro.
poucos, vai perdendo suas ilusões, ascende porém
socialmente por influência de seu “protetor” Ricardo Iria morrer, quem sabe se naquela noite
Loberant, dono do jornal onde trabalhava. Acaba mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? Nada.
abrindo no interior um cartório onde passará o resto Levara toda ela atrás da miragem de estudar a
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de sua vida, vitorioso economicamente e derrotado pátria, por amá-la e querê-la muito, no intuito de
no plano ideológico. contribuir para a sua felicidade e prosperidade.
Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade
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José Bento Monteiro Lobato nasceu no ano de
também; e, agora que estava na velhice, como ela
1882, em Taubaté (estado de São Paulo). Formou-se
o recompensava, como ela o premiava, como ela
na Academia de Direito de São Paulo. Tornou-se
o condecorava? Matando-o. E o que não deixara
promotor e vai exercer a função na cidade de Areias,
de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não
região do Vale da Paraíba. No ano de 1911, herdou a
brincara, não pandegara, não amara – todo esse
fazenda de seu avô, mas não soube administrá-la. Em
lado da existência que parece fugir um pouco
1917, publicou o polêmico e célebre artigo Paranoia
à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não
ou Mistificação, contra a exposição de Anita Malfatti,
provara, ele não experimentara.
demonstrando completo desconhecimento sobre a
Desde dezoito anos que o tal patriotismo arte moderna. Entre 1927 e 1931, viveu nos Estados
lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar Unidos como adido comercial. Volta entusiasmado
inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram com a extração mineral que lá era feita, vendo o gran-
grandes? Pois que fossem... Em que lhe contri- de fator do desenvolvimento daquele país. Em 1931,
buiria para a felicidade saber o nome dos heróis fundou a Companhia de Petróleo do Brasil, que acaba
do Brasil? Em nada... O importante é que ele falindo. Fundou a Editora Monteiro Lobato e Cia. e,
tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas em 1944, a Editora Nacional. Faleceu em 1948.
coisas de tupi, do folk-lore, das suas tentativas Suas principais obras na literatura “geral” (ter-
agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma mo utilizado pelo próprio autor) são: Urupês (contos,
satisfação? Nenhuma! Nenhuma! 1918); Cidades Mortas (contos, 1919); Negrinha (con-
tos, 1920). Na literatura infanto-juvenil: Reinações de
O tupi encontrou a incredulidade geral, o Narizinho (1931); Viagem ao Céu (1932); As Caçadas
riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma de Pedrinho (1933); Geografia de Dona Benta (1935);
decepção. E a agricultura? Nada. As terras não Histórias de Tia Nastácia (1937).
eram ferazes e ela não era fácil como diziam os
livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotis-
mo se fizera combatente, o que achara? Decep- Características e obras
ções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois
ele não a viu combater como feras? Pois não a via A inovação na literatura “geral” de Monteiro
matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. Lobato encontra-se tão-somente na temática: a
A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, decadência das cidadezinhas da antiga região cafei-
um encadeamento de decepções. cultora do Vale da Paraíba que aos poucos vai sendo
abandonada por todos, restando apenas o caboclo;
Contudo, quem sabe se outros que lhe se- tal assunto é tratado na obra Cidades Mortas.
guissem as pegadas não seriam mais felizes? E Outro fator importante na obra de Monteiro
logo respondeu a si mesmo: mas como? Se não se Lobato é a análise do tipo humano característico
fizera comunicar, se nada dissera e não prendera da região, representado na figura de Jeca Tatu.
o seu sonho, dando-lhe corpo e substância? Este é visto primeiramente como um preguiçoso e
indolente; porém, depois toma consciência de que o
comportamento do caboclo deve-se à subnutrição,
Monteiro Lobato marginalização e esquecimento do povo do interior;
encontramos essa análise na obra Urupês.
Domínio público.
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b) mostre, com base no texto, que os fundamentos da
consciência ecológica, hoje em dia bastante dis-
seminados no mundo, já se encontram presentes
nesse trecho de Canaã.
As questões seguintes se baseiam no trecho do romance
Canaã, do escritor maranhense Graça Aranha (José `` Solução:
Pereira da Graça Aranha, 1868-1931).
“O agrimensor olhou a árvore. a) Os dois imigrantes, Milkau e Lentz, são os perso-
nagens que defendem concepções de vida e de
– Faz pena – disse compassivo – botar tudo isso
mundo de modo diferentes: Lentz preconiza a “lei
abaixo.
da força”, com princípios voltados ao Darwinismo.
– Eu, por mim – acudiu Milkau, levado pelo mesmo Já para Milkau, a “lei do amor” deve prevalecer, é
sentimento –, preferiria um lote onde não fosse preciso idealista e acredita na relação harmônica entre o
esse sacrifício. homem e a natureza.
– Não há nenhum – respondeu Felicíssimo.
b) Um dos fundamentos da consciência ecológica
– O homem – notou Lentz a sorrir com ar de triunfo está no respeito à preservação do meio ambiente.
– há de sempre destruir a vida para criar a vida. E Comprova-se tal fato no diálogo inicial: “Faz pena
depois, que alma tem esta árvore? E que tivesse... Nós (...) botar tudo isso abaixo”/ “...prefiria um lote onde
a eliminaríamos para nos expandirmos. não fosse preciso esse sacrifício.”
E Milkau disse com a calma da resignação:
– Compreendo bem que é ainda a nossa contingência
essa necessidade de ferir a Terra, de arrancar do seu
seio pela força e pela violência a nossa alimentação;
mas virá o dia em que o homem, adaptando-se ao
meio cósmico por uma extraordinária longevidade da
espécie, receberá a força orgânica da sua própria e 2. (Elite) Leia o excerto a seguir.
pacífica harmonia com o ambiente, como sucede com “O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o
os vegetais; e então dispensará para subsistir o sacrifício raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do
dos animais e das plantas. Por ora nos conformaremos litoral.
com este momento de transição... Sinto dolorosamente
A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista,
que, atacando a Terra, ofendo a fonte da nossa própria
vida, e firo menos o que há de material nela do que o revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o
seu prestígio religioso e imortal na alma humana... desempeno, a estrutura corretíssima das organizações
atléticas.
Enquanto os outros assim discursavam, Felicíssimo, no
seu amor ingênuo à Natureza, mirava as velhas árvores, É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-
e com a mão meiga festejava-lhes os troncos, como Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos
os últimos afagos dados às vítimas do momento do fracos. O andar sem firmeza, sem prumo, quase
sacrifício. Dentro da mata penetrava o vento da manhã gigante e sinuoso, aparenta a translação dos membros
e nas folhas passava brandamente, levantando um desarticulados.
murmúrio baixo, humilde, que se escapava de todas as [...]
árvores, como as queixas surdas dos moribundos.” É o homem permanentemente fatigado.
[...]
(in: ARANHA, Graça. Obra Completa. Rio de Janeiro: MEC-Instituto
Nacional do Livro, 1969. p.106-107.) Entretanto, toda esta aparência de cansaço ilude.
Nada é mais surpreendedor do que vê-lo desaparecer
1. (Unesp) No romance Canaã, publicado em 1902, de improviso. Naquela organização combalida
defrontamo-nos com duas personagens de tempe- operam-se, em segundos, transmutações completas.
ramentos bastante fortes, Lentz e Milkau, imigrantes Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-
alemães cujas concepções do homem e do mundo são lhe o desencadear das energias adormecidas. O
opostas. Verifique com atenção a participação dessas homem transfigura-se. Empertiga-se, estadeando
duas personagens no trecho de Graça Aranha e, em novos relevos, novas linhas na estatura e no gesto;
seguida: e a cabeça firma-se-lhe, alta, sobre os ombros
possantes, aclarada pelo olhar desassombrado e forte;
a) sintetize, com suas próprias palavras, os dois tipos
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Este é um trecho de uma das mais relevantes obras b) Aponte, no capítulo citado, a experiência decisiva
da produção intelectual brasileira: Os Sertões, de que determinou essa mudança e identifique o que
Euclides da Cunha. Ele era correspondente do jornal tal experiência veio revelar à personagem.
O Estado de S. Paulo no conflito de Canudos, ocorrido
no sertão baiano em 1896-1897. Das reportagens `` Solução:
enviadas e das anotações feitas no local, o jornalista a) Quaresma discorda dos excessos repressivos do
decidiu publicar um livro em 1902. regime de Floriano.
À época, a grande relevância desta obra estava b) O seu ferimento em batalha revelou-lhe a inutilida-
em mostrar um outro lado do conflito liderado por de do seu idealismo diante dos mesquinhos jogos
Antônio Conselheiro: a grande brutalidade das políticos.
tropas governamentais e uma outra visão do homem
que vivia longe do literal (o sertanejo, não apenas um
inferior e fanático, mas alguém dotado de qualidades
próprias).
Com base nestas informações responda:
1. (Elite) Leia as seguintes afirmações sobre Os Sertões
a) Os Sertões pode ser classificado como uma obra
e responda.
de história? Se sim, por que estamos estudando
essa obra em literatura? I. Euclides descreve, respectivamente, nas duas pri-
meiras partes do livro, o homem e o meio ambiente
b) O que levou ao conflito de Canudos de acordo
que constituíam o sertão na região de Canudos, va-
com Euclides da Cunha?
lendo-se, para isso, das teorias científicas da época
provindas da Europa.
`` Solução:
II. O autor descreve, na terceira parte do livro, as di-
a) Sim, pois Euclides realiza um estudo sobre o
versas etapas da Guerra de Canudos e denuncia
conflito levantando os mais diversos aspectos,
o massacre dos sertanejos pelas forças armadas
sempre se preocupando em analisar os acon-
brasileiras, revelando a miséria e o subdesenvolvi-
tecimentos – embora sua análise esteja hoje
mento da região.
superada –, e não em narrá-los de forma fictícia.
Estuda-se essa obra em literatura pelo fato de III. Descrevendo os sertanejos, Euclides idealiza suas
haver uma preocupação estética na construção qualidades morais e físicas e conclui que seu hero-
do relato, além do fato de alguns acontecimentos ísmo era resultado da fé nos ensinamentos religio-
serem fictícios, servindo tão-somente para inten- sos do líder Antônio Conselheiro.
sificar a dramaticidade da obra.
Quais estão corretas?
b) O conflito de Canudos esteve no contexto das a) I.
mudanças ocorridas na passagem da monarquia
para a república. Nesta mudança, havia o des- b) II.
compasso entre o povo do litoral (partidário da c) III.
República, da ciência, urbanizado, que acreditava
na superioridade da raça branca e da civilização d) I e II.
sobre o mestiço) e o povo do interior, dos sertões e) I e III.
(que, com a queda da monarquia, se via como
que desamparado e não aceitava as mudanças 2. Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as
que a ordem republicana, com as características falsas em relação a obra Os Sertões, de Euclides da
listadas anteriormente, propunha). Cunha.
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a) a necessidade de superar, em termos de um pro- literatura frívola, com atmosfera Belle Époque, con-
grama definido, as estéticas românticas e realistas. vive com outra, voltada para problemas regionais.
b) pretensão de dar um caráter definitivamente bra- b) Na primeira fase do Modernismo, há o registro da
sileiro à nossa literatura, que julgavam por demais vida das grandes cidades, com destaque para São
europeizada. Paulo, por influência do grupo paulista.
c) uma preocupação com o estudo e com a observa- c) No período do Neo-Simbolismo de 1930, acentua-
ção da realidade brasileira. se a observação da realidade externa, em detri-
mento da interna.
d) a necessidade de fazer crítica social, já que o Rea-
lismo havia sido ineficaz nessa matéria. d) Nos anos 1940, o amadurecimento da renovação
temática o a busca de naturalidade da linguagem
e) aproveitamento estético do que havia de melhor
ficcional dão nova feição ao regionalismo.
na herança literária brasileira, desde suas primeiras
manifestações. e) Na década de 1970, nota-se uma pluralidade de
tendências, indo desde a alegoria e o fantástico
15. (UFF) Leia o trecho de Os Sertões, de Euclides da
ao ultrarrealismo e à literatura-verdade (romance-
Cunha.
reportagem, por exemplo).
“Daquela data ao termo da campanha a tropa iria viver
O texto a seguir refere-se às questões 17 e 18.
em permanente alarma.
“Isoladas a princípio, estas turmas adunavam-se pelos
[...]
caminhos, aliando-se a outras, chegando, afinal, conjuntas
A tática invariável do jagunço, impunha-se temerosa naquele a Canudos. O arraial crescia vertiginosamente.
resistir às recuadas, restribando-se* em todos os acidentes
da terra protetora. Era a luta da sucuri flexuosa* com o touro A edificação rudimentar permitia à multidão sem
pujante. Laçada a presa, distendia os anéis; permitia-lhe a lares fazer até doze casas por dia; – e, à medida que
exaustão do movimento e a fadiga da carreira solta; depois se formava, a tapera colossal parecia estereografar a
se restringia repuxando-o, maneando-o nas roscas contráteis, feição moral da sociedade ali acoutada. Era a objetivação
para relaxá-las de novo, deixando-o mais uma vez se esgotar daquela insânia imensa. Documento iniludível permitindo
no escarvar*, a marradas, o chão; e novamente o atrair, retrátil, o corpo de delito direto sobre os desmandos de um
arrastando-o – até ao exaurir completo...” povo.
* retribar = estar firme, estar escorado. Aquilo se fazia a esmo, adoudadamente.
* flexuoso = sinuoso, retorcido. A urbs monstruosa, de barro, definia bem a civitas
* escarvar = cavar superficialmente. sinistra do erro. O povoado novo surgia, dentro de
algumas semanas, já feito ruínas. Nascia velho. Visto
Assinale a alternativa incorreta em relação ao trecho.
de longe, desdobrado pelos cômoros, atulhando
a) O jagunço, ao aproveitar-se dos “acidentes da terra as canhadas, cobrindo área enorme, truncado nas
protetora”, conseguia superar-se e confrontar-se quebradas, revolto nos pendores – tinha o aspecto
com o inimigo, trazendo-lhe novas dificuldades. perfeito de uma cidade cujo solo houvesse sido sacudido
b) O “touro pujante”, apesar de sua força, na ilusão do e brutalmente dobrado por um terremoto.”
movimento livre, acaba se exaurindo.
Euclides da Cunha
c) No confronto, a “sucuri flexuosa” vence, pois usa
os recursos de que dispõe. 17. (Fuvest) Por uma questão de estilo, o autor refere-se a
Canudos empregando diversos termos sinonímicos. Cite
d) No trecho, a imagem da luta entre a “sucuri flexuo-
quatro desses termos:
sa” e o“touro pujante” é uma metáfora da luta entre
os jagunços e os expedicionários. 18. (Fuvest) O núcleo da obra de que se extraiu o fragmento
são os acontecimentos de Canudos.
e) A “sucuri flexuosa” e o “touro pujante” estão em
constante confronto sem que haja um vencedor. a) Diga, em síntese, o que aconteceu ali.
16. (Cesgranrio) Ao longo da Literatura Brasileira, percebe- b) Quem era o chefe místico de Canudos?
se, de forma recorrente, a tematização da paisagem/
19. (Mackenzie) Sobre Os Sertões, é incorreto afirmar
realidade local. Tendo em vista a produção literária
que
do século XX, assinale a opção em que a tendência
indicada para cada período apresentado a seguir não a) o autor, militar em sua origem, desaprova a causa
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a) Ambos os textos são narrados em terceira pessoa. 10. (Vunesp) Leia os versos que seguem:
No primeiro, pelo discurso do narrador, passa a “Como quem esmigalha protozoários
perspectiva de um personagem que, habituado aos Meti todos os dedos mercenários...
grandes centros urbanos, choca-se com a pobreza
Na consciência daquela multidão...
dos subúrbios.
E, em vez de achar a luz que os céus inflama,
b) No texto B o narrador expõe as lembranças de uma
Somente achei moléculas de lama
personagem que, exilado de sua terra natal, conta a
um interlocutor suas experiências em contato com E a mosca alegre da putrefação!”
a natureza tropical. Esses versos apresentam em conjunto características
relativas a ritmo, métrica, vocabulário, sintaxe e figuras
c) No texto de Lima Barreto fica clara a acusação à
de linguagem, tornando possível a identificação de um
indolência dos roceiros como a única responsável
estilo mesclado de dois estilos artísticos diferentes. Esse
pela realidade do seu meio – opinião, de resto, par-
estilo foi marca inconfundível de um autor brasileiro que
tilhada por Monteiro Lobato em suas referências a
os críticos em geral consideram de difícil enquadramento
personagem Jeca Tatu.
histórico-literário.
d) Os dois textos tratam, em princípio, do espaço rural Tendo em vista tais informações, assinale a alternativa
observado por personagens oriundas do espaço correta.
urbano e em crise com a falta de perspectiva nas
a) O autor é Machado de Assis e os estilos mesclados
cidades.
são Realismo e Modernismo.
e) No texto A, depreende-se, através do contato de
b) O autor é José de Alencar, da última fase, e os esti-
uma personagem citadina com a realidade rural, a
los mesclados são Romantismo e Realismo.
perspectiva crítica dos problemas da população do
campo. c) O autor é Augusto dos Anjos e os estilos mescla-
dos são Simbolismo e Naturalismo.
8. (Mackenzie) “Às vezes se dá ao luxo de um banquinho
de três pernas – para os hóspedes. Três pernas permitem d) O autor é Castro Alves e os estilos mesclados são
o equilíbrio, inútil, portanto, meter a quarta, que ainda Romantismo e Realismo.
o obrigaria a nivelar o chão. Para que assentos, se a
e) O autor é Sousândrade e os estilos mesclados são
natureza os dotou de sólidos, rachados calcanhares
Romantismo e Modernismo.
sobre os quais se sentam?”
(UERJ) TEXTO I
O trecho anterior é claramente representativo da obra
de
O Livro e a América
a) Lima Barreto.
Talhado para as grandezas,
b) Augusto dos Anjos.
P’ra crescer, criar, subir,
c) Euclides da Cunha.
O Novo Mundo nos músculos
d) Aluísio Azevedo. Sente a seiva do porvir
e) Monteiro Lobato. – Estatuário de colossos –
9. (UFRJ) Cansado doutros esboços
Disse um dia Jeová:
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b) I, II e III são exemplos do indianismo romântico. vida toda e foi condenado à morte justamente pelos
valores que defendia.
c) I e II representam a crítica social do Realismo-Na-
18 turalismo.
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d) foi considerado traidor da pátria, porque participou Lobato ligado ao movimento
da conspiração contra Floriano Peixoto.
a) Pré-Modernismo.
e) era um louco e, por isso, não foi levado a sério pelas
b) Surrealismo.
pessoas que o cercavam.
c) Futurismo.
Texto para as próximas 5 questões.
(Faap) Quando Pedro I lança aos ecos o seu grito d) Dadaísmo.
histórico e o País desperta esturvinhado à crise de e) Cubismo.
uma mudança de dono, o caboclo ergue-se, espia e
acocora-se, de novo. 17. Sobre Monteiro Lobato não procede a seguinte afir-
mação.
Pelo 13 de maio, mal esvoaça o florido decreto
da Princesa e o negro exausto larga num uf! o cabo a) Nasceu em Taubaté e morreu em São Paulo. Advo-
da enxada, o caboclo olha, coça a cabeça, imagina e gado, Promotor Público. Fundou a Companhia de
deixa que do velho mundo venha quem nele pegue de Petróleos do Brasil.
novo. b) Inovador quando defende a arte de Anita Malfatti
A 15 de novembro troca-se um trono vitalício pela em famoso artigo publicado pelo Estado: “Paranoia
cadeira quadrienal. O país bestifica-se ante o inopinado ou Mistificação”.
da mudança. O caboclo não dá pela coisa.
c) Avançado quando satiriza o purismo da linguagem
Vem Floriano: estouram as granadas de Custódio; no conto também famoso: “O Colocador de Pro-
Gumercindo bate às portas de Roma; Incitatus derranca nomes”.
o país. O caboclo continua de cócoras, a modorrar...
Nada o desperta. Nenhuma ferretoada o põe de pé. d) Promoveu campanhas nacionais em favor do ferro
Social, como individualmente, em todos os atos da vida, e petróleo: Preso pelo Governo Vargas em 1941,
Jeca antes de agir, acocora-se. exila-se na Argentina.
e) Crítico veemente do sistema agrícola brasileiro na
Monteiro Lobato figura de Jeca Tatu, símbolo da miséria e do atraso
a que foram relegados nossos caipiras.
14. É nesta crônica que Monteiro Lobato fotografa a imagem
do caipira, apresentado como uma “raça intermediária”, 18. (PUC-SP)
que perdeu o primitivismo do índio sem, no entanto, “Triste a escutar, pancada por pancada.
adquirir a força do colonizador. A crônica foi extraída
A sucessividade dos segundos,
do livro
Ouço em sons subterrâneos, do orbe oriundos,
a) Negrinha.
O choro da energia abandonada.”
b) O Macaco que se Fez Homem. A crítica reconhece na poesia de Augusto dos Anjos,
c) Urupês. como exemplifica a estrofe, a forte presença de uma
dimensão
d) O Presidente Negro.
a) niilista.
e) O Escândalo do Petróleo.
b) patológica.
15. O texto fala de fatos históricos, respectivamente:
c) cósmica.
a) Monarquia - Lei do Ventre Livre - Eleição de Flo-
d) estética.
riano.
e) metafísica.
b) Regência - Tráfego negro - Posse de Floriano.
19. (UFRGS) Lima Barreto é um autor que se caracteriza
c) Maioridade - Libertação dos escravos - Posse de
por criar tipos
Floriano.
a) rústicos, ligados ao campo.
d) Parlamentarismo - Libertação dos escravos - Presi-
dencialismo. b) aristocratas, ligados ao campo.
e) Independência - Libertação dos escravos - Repú- c) aristocratas, ligados à cidade.
blica.
d) burgueses, ligados à cidade.
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19
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Os comentários acima são endereçados por Monteiro
Lobato
a) ao nordestino.
b) ao menor.
c) ao sertão.
d) ao caboclo.
e) ao paulistano.
21. (Unicamp) O trecho a seguir, escolhido por Lima Bar-
reto como epígrafe para introduzir sua obra, Triste Fim
de Policarpo Quaresma, comenta o confronto entre o
ideal e o real:
“O grande inconveniente da vida real e o que a torna
insuportável ao homem superior é que, se transportamos
para ela os princípios do ideal, as qualidades passam a
ser defeitos, de tal modo que, na maioria das vezes, o
homem íntegro não consegue se sair tão bem quanto
aquele que tem por estímulo o egoísmo ou a rotina
vulgar.”
Renanm Marc-Aurele
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20
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14. C
15. E
16. C
1. D
17. “Arraial”, “tapera colossal”, “urbs monstruosa” e “docu-
2. B mento iniludível”.
3. C 18.
4. O traço característico do Modernismo brasileiro é a a) O confronto entre as forças armadas e os sertane-
ruptura com a tradição, por meio de uma avaliação jos seguidores de Antônio Conselheiro.
crítica da abordagem temática e da linguagem literária
do passado. b) O chefe místico de Canudos era Antônio Conse-
lheiro.
5. B
19. A
6. A
7. C
8. A
9. C 1. D
10. C 2. E
11. E 3. F, V, V, F, F
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12. D 4. E
13. C 5. A
21
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6. C
7. E
8. E
9. C
10. C
11. D
12. C
13. C
14. C
15. E
16. A
17. B
18. C
19. E
20. D
21.
a) A sugestão de tornar o tupi-guarani língua oficial
do Brasil e a adoção de hábitos indígenas.
b) Policarpo parte do ideal e choca-se com o real, que
o consome.
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