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0194
Relator: ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO
Relator do Acórdão: ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO
Data do Julgamento: 29/09/2009
Data da Publicação: 13/10/2009
Inteiro Teor:
EMENTA: APELAÇÃO - TRÁFICO DE DROGAS -ABSOLVIÇÃO - PROVAS SUFICIENTES
DO COMÉRCIO ILÍCITO - CONDENAÇÃO MANTIDA - ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO -
AUSÊNCIA DE PROVAS - ABSOLVIÇÃO - TRÁFICO PRIVILEGIADO - DIMINUIÇÃO DA
PENA - CRITÉRIOS - REDUÇÃO DA REPRIMENDA. Deve ser mantida a condenação por
tráfico quando a significativa quantidade de drogas apreendida embalada para venda, em
circunstância típica de comércio, indica a prática mercantil não autorizada pelo Direito. O animus
associativo é a figura central do tipo penal do art. 35 da Lei 11.343/2006 e deve restar comprovado
de maneira cabal já que o simples concurso não é o bastante para essa finalidade. Caracterizou-se,
neste caso, o eventual e esporádico concurso de pessoas. Absolvição decretada. A causa de
diminuição de pena do art. 33, § 4º da Lei 11343/06 deve ser aplicada tendo como parâmetros a
primariedade do acusado e duas condições negativas, ou seja, não ser integrante de quadrilha, nem
se dedicar a atividades criminosas. O grau de censura da conduta do acusado também é um critério
de dosagem da citada minorante e se revela, dentre outros pressupostos, pela quantidade de droga
apreendida com o acusado. O tráfico privilegiado não é delito hediondo, podendo ser fixado o
regime aberto ou semi-aberto, bem como substituir a pena, em resguardo dos princípios
constitucionais da dignidade da pessoa humana, proporcionalidade e individualização das penas.
ACÓRDÃO
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
ACÓRDÃO
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
VOTO
RELATÓRIO
É o relatório.
2. CONHECIMENTO
3. MÉRITO
Em primeiro lugar, diga-se que não há nenhuma omissão ou contradição no acórdão embargado
que fundamentou a fixação do regime em argumentação jurídica extensa e completa, exaurindo
plenamente a matéria que, de forma insistente, o Parquet renova o debate.
A Lei 11343/06 criou a nova figura típica do tráfico privilegiado que não está expressamente
previsto como crime hediondo, deixando de se inserir, pois, nas normas rígidas da Lei 8072/90
com suas posteriores alterações.
Daí porque a consagração pelo acórdão hostilizado do regime inicial aberto ao embargado.
Registre-se que o princípio da legalidade impede que se dê tratamento punitivo mais rigoroso ao
réu sem o amparo da Lei ordinária, clara e taxativamente estabelecida, na forma do art. 1º do
Código Penal e art. 5º, inciso XXXIX da Constituição Federal.
Entendo, pois, o inconformismo ministerial como conectado com a solução meritória a qual
pretende reverter por via oblíqua, o que não se admite.
3- CONCLUSÃO
É como voto.
Custas ex lege.