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Número do processo: 1.0194.08.091519-3/001(1) Númeração Única: 0915193-18.2008.8.13.

0194
Relator: ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO
Relator do Acórdão: ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO
Data do Julgamento: 29/09/2009
Data da Publicação: 13/10/2009
Inteiro Teor:
EMENTA: APELAÇÃO - TRÁFICO DE DROGAS -ABSOLVIÇÃO - PROVAS SUFICIENTES
DO COMÉRCIO ILÍCITO - CONDENAÇÃO MANTIDA - ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO -
AUSÊNCIA DE PROVAS - ABSOLVIÇÃO - TRÁFICO PRIVILEGIADO - DIMINUIÇÃO DA
PENA - CRITÉRIOS - REDUÇÃO DA REPRIMENDA. Deve ser mantida a condenação por
tráfico quando a significativa quantidade de drogas apreendida embalada para venda, em
circunstância típica de comércio, indica a prática mercantil não autorizada pelo Direito. O animus
associativo é a figura central do tipo penal do art. 35 da Lei 11.343/2006 e deve restar comprovado
de maneira cabal já que o simples concurso não é o bastante para essa finalidade. Caracterizou-se,
neste caso, o eventual e esporádico concurso de pessoas. Absolvição decretada. A causa de
diminuição de pena do art. 33, § 4º da Lei 11343/06 deve ser aplicada tendo como parâmetros a
primariedade do acusado e duas condições negativas, ou seja, não ser integrante de quadrilha, nem
se dedicar a atividades criminosas. O grau de censura da conduta do acusado também é um critério
de dosagem da citada minorante e se revela, dentre outros pressupostos, pela quantidade de droga
apreendida com o acusado. O tráfico privilegiado não é delito hediondo, podendo ser fixado o
regime aberto ou semi-aberto, bem como substituir a pena, em resguardo dos princípios
constitucionais da dignidade da pessoa humana, proporcionalidade e individualização das penas.

APELAÇÃO CRIMINAL N° 1.0194.08.091519-3/001 - COMARCA DE CORONEL


FABRICIANO - APELANTE(S): MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA, SOLINEI FERREIRA
SOUZA SOLINEI FERREIRA SOUSA - APELADO(A)(S): MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADO
MINAS GERAIS - RELATOR: EXMO. SR. DES. ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO

ACÓRDÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a 5ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Estado de


Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de
votos, EM DAR PROVIMENTO PARCIAL.

Belo Horizonte, 29 de setembro de 2009.

DES. ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO - Relator

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO:


Inteiro Teor
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Número do processo: 1.0194.08.091519-3/002(1) Númeração Única: 0915193-18.2008.8.13.0194


Relator: ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO
Relator do Acórdão: ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO
Data do Julgamento: 20/04/2010
Data da Publicação: 03/05/2010
Inteiro Teor:
EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - TRÁFICO DE DROGAS - INCIDÊNCIA DO §
4º DO ART. 33 DA LEI 11343/06 - TRÁFICO PRIVILEGIADO - REGIME SEMI-ABERTO -
POSSIBILIDADE - OMISSÃO NÃO CONFIGURADA. Inexistindo omissão no acórdão
embargado que aplicou o regime aberto ao tráfico privilegiado analisando toda a matéria jurídica e
fática pertinente, devem ser rejeitados os embargos de declaração.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CRIMINAL N° 1.0194.08.091519-3/002 - COMARCA DE


CORONEL FABRICIANO - EMBARGANTE(S): MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADO MINAS
GERAIS - EMBARGADO(A)(S): SOLINEI FERREIRA SOUZA SOLINEI FERREIRA SOUSA,
MARIA DAS GRAÇAS FERREIRA - RELATOR: EXMO. SR. DES. ALEXANDRE VICTOR
DE CARVALHO

ACÓRDÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a 5ª CÂMARA CRIMINAL do Tribunal de Justiça do Estado de


Minas Gerais, sob a Presidência do Desembargador ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO ,
na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de votos, EM
REJEITAR OS EMBARGOS.

Belo Horizonte, 20 de abril de 2010.

DES. ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO - Relator

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. ALEXANDRE VICTOR DE CARVALHO:

VOTO

RELATÓRIO

Cuida-se de embargos de declaração promovidos pelo Ministério Público em face do acórdão


prolatado às f. 341-355 que deu provimento parcial ao recurso de apelação interposto pelo
embargado e pela co-ré.

O embargante sustenta a existência de omissão no acórdão embargado no que tange à aplicação do


regime semi-aberto ao recorrido, olvidando-se o alegado caráter hediondo do delito em tela.

É o relatório.

2. CONHECIMENTO

CONHEÇO dos embargos de declaração, pois presentes se encontram os pressupostos extrínsecos


e intrínsecos de sua admissibilidade.

3. MÉRITO

Não assiste razão ao embargante.

Em primeiro lugar, diga-se que não há nenhuma omissão ou contradição no acórdão embargado
que fundamentou a fixação do regime em argumentação jurídica extensa e completa, exaurindo
plenamente a matéria que, de forma insistente, o Parquet renova o debate.

A Lei 11343/06 criou a nova figura típica do tráfico privilegiado que não está expressamente
previsto como crime hediondo, deixando de se inserir, pois, nas normas rígidas da Lei 8072/90
com suas posteriores alterações.

Daí porque a consagração pelo acórdão hostilizado do regime inicial aberto ao embargado.

Registre-se que o princípio da legalidade impede que se dê tratamento punitivo mais rigoroso ao
réu sem o amparo da Lei ordinária, clara e taxativamente estabelecida, na forma do art. 1º do
Código Penal e art. 5º, inciso XXXIX da Constituição Federal.

Aliás, apreciando matéria semelhante, sobre a incursão do homicídio privilegiado-qualificado


como delito hediondo, assim se pronunciou o Superior Tribunal de Justiça:

"Por incompatibilidade axiológica e por falta de previsão legal, o homicídio qualificado-


privilegiado não integra o rol dos denominados crimes hediondos (Precedentes). Writ concedido."
(STJ - HC 36317)

Entendo, pois, o inconformismo ministerial como conectado com a solução meritória a qual
pretende reverter por via oblíqua, o que não se admite.

A pretensão de prequestionar matéria para impugnação extraordinária e especial, talvez, justifique


a impetração dos embargos, embora sob alegação impertinente de omissão onde há prestação
jurisdicional ativa e regular.

3- CONCLUSÃO

Isto posto, NEGANDO A OMISSÃO APONTADA, REJEITO OS EMBARGOS.

É como voto.
Custas ex lege.

Votaram de acordo com o(a) Relator(a) os Desembargador(es): MARIA CELESTE PORTO e


EDUARDO MACHADO.

SÚMULA : REJEITARAM OS EMBARGOS.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CRIMINAL Nº 1.0194.08.091519-3/002

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