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DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM:

IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS1

RESUMO: Tendo em vista o quanto não se faz uma distinção conceitual e prática de
dificuldades de aprendizagem e de distúrbios de aprendizagem, ocorrendo uma
igualização destes termos, e consequentemente implicações nas atuações
pedagógicas no cotidiano escolar, mostrando o quanto se faz necessário o
conhecimento das causas destes transtornos de aprendizagem, e suas
características, de modo a se fazer corretas intervenções profissionais que
contribuam com as ações pedagógicas que se intercalam com ações
psicopedagógicas nos processos de aquisição de aprendizados na evolução
humana.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem; Dificuldades; Distúrbios.

INTRODUÇÃO:

Trata o presente artigo do estudo de dificuldades e distúrbios de


aprendizagem e o que eles acarretam para a prática pedagógica do professor.
Partindo do ponto de que existe no meio docente uma complexibilização dos termos
distúrbios de aprendizagem e dificuldades de aprendizagem acarretando em uma
igualização desses problemas distintos.
A avaliação feita através de leituras de situações de aprendizagem se faz
necessária para que se perceba a maneira com que os distúrbios e as dificuldades
de aprendizagens trazem implicações pedagógicas nas construções cognitivas na
educação sistemática e assistemática. Onde temos a avaliação Psicopedagogia

1
Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Psicopedagogo.
como uma modalidade de avaliação que se desenvolve no processo de ensino-
aprendizagem para aprofundar no conhecimento de aspectos pessoais e escolares.
Partindo deste ponto, visar facilitação da permanência de alunos que
apresentam tais transtornos no meio escolar. Visto que a aprendizagem é resultado
de experiências que se tornam concretas numa mudança adquirida de
comportamentos, regidos por condições internas e externas, inerentes ao individuo
movido por interações psicosociológicas e neurológicas.
Diferenciando assim distúrbios de aprendizagem de dificuldades de
aprendizagem, de modo a propiciar uma intervenção pedagógica e ou
psicopedagógica coerentes, incumbindo-se adequadamente profissionais para tais
atendimentos tanto na individualidade como na coletividade, visando um
aprendizado não preconceituoso, um aprendizado que contemple a todos de
maneira igualitária.

DESENVOLVIMENTO:

Os termos dificuldades e distúrbios de aprendizagem têm gerado muita


controvérsia entre profissionais, tanto na área da saúde como da educação, devido
a sintomatologias muito amplas, com uma diversidade de fatores etiológicos que
envolvem o aprendizado, tomando terminologias por vezes diferenciadas por vezes
igualizadas.
As alterações na aprendizagem por conta de enfoques pedagógicos
apresentam nas dinâmicas educativas escolares variações, modificações e/ou
adaptações nas conceituações e caracterizações destas, na tentativa de se poder
revelar a sua presença nas classes escolares, sem deferir rótulos às crianças, rótulos
estes que por vezes prende quem os recebe em um conceito que vem em prejuízo
de suas aquisições do conhecimento, bem como causam temor e sentimentos de
culpa aos responsáveis por estas. Dentro de um sistema educacional complexo e
dinâmico, onde atualmente e dado uma importância relevante e significativa aos
problemas relacionados à aprendizagem, colocando-os em lugares privilegiados nos
sistemas educacionais, devida em grande parte ao fato de que cada vez mais a
sociedade visa o sucesso pessoal do sujeito, conectando esse sucesso diretamente
ao bom desempenho escolar.
Se a criança não apresenta um desenvolvimento onde a aquisição da
aprendizagem esteja em conformidade com o esperado para suas faixas etárias e
aos conceitos que contemplam o desenvolvimento humano, logo ela tem problemas.
Na atualidade percebe-se que cresce consideravelmente o numero de alunos
no nosso sistema de ensino, que são avaliados como tendo algum tipo de dificuldade
e ou distúrbio relacionados ao processo de aprender. Pondo-se uma classificação
aos transtornos de aprendizagem, considerando-se as funções cognitivas afetadas,
resultantes de modificações estruturais e funcionais no sistema nervoso central
(SNC). Modificações que ocorrem a partir de um ato motor e perceptivo que
elaborado no córtex cerebral, dão origem a cognição. E aí fica a questão será que
estamos falhando em nossas percepções junto aos alunos e suas múltiplas faces,
histórias, moldes sociais que fazem com que estes exijam cada vez mais em nossos
fazeres pedagógicos, ou realmente devido ao novo mundo social onde as crianças
atuais nascem e desenvolvem ocorre um aumento significativo de transtornos de
aprendizagem afetados pelas condições do meio.
Como o aprender é próprio do ser humano a expectativa é de sucesso
incondicional, porém dificuldades para aprender são inerentes e pertinentes devido
aos múltiplos e complexos fatores envolvidos.
Considerando que a palavra aprendizagem irá compor este documento
variadas vezes, torna-se relevante buscar aqui conceituá-la: Aprendizagem é o
processo pelo qual um sujeito, em sua interação com o meio, incorpora a informação
oferecida por este, segundo suas necessidades e interesses. Bessa (2010, p.62),
reforça a idéia de interação colocando que: “A aprendizagem pode ser definida como
o despertar de processos de desenvolvimento no interior do sujeito que não
ocorreriam sem o seu contato com o ambiente cultural.”. Processos que existem
levados por dois tipos de condições para a aprendizagem: as externas que definem
o campo do estimulo, e as internas que definem o sujeito.
Bessa (2010, p.10), cita Ferreira (1986), que define aprendizagem como:
“Aprendizado; ato ou efeito de aprender; tomar conhecimento de: reter na memória
mediante o estudo, a observação ou a experiência; tornar-se apto ou capaz de
alguma coisa em conseqüência de estudo [ ]”, reforçando a idéia de que somente
quem estuda adquire algo beneficente.
Seria muito fácil planejar aulas, com as mais vaiadas dinâmicas, que
alavancam a aquisição dos mais diversos conhecimentos previstos nos currículos
escolares, partindo do principio que uma classe de aula, é composta por iguais,
organizadas em turmas e escolas, por faixa etária e localização habitacional, assim
sendo com comportamentos caracterizados pelo meio e pelo período de vida em que
se encontram então a aprendizagem fluiria igualmente para todos, porém sabe-se
que não é bem isso que ocorre,cada ser que constitui uma turma é único, tem sua
própria história evolutiva, construtiva de seu eu, e muitos destes apesar de um curto
período de vida já apresentam déficits de aprendizagem, de causas diversas que
vem a caracterizá-los como portadores de dificuldades e distúrbios de
aprendizagem.
Neste sentido Serra (2009, p. 31) coloca que:

As teorias que embasam o construtivismo também podem ajudar o


professor a compreender o conhecimento e a aprendizagem humana
como um processo singular. A sala de aula é um espaço dialético,
pois, ao mesmo tempo em que aprender é um processo individual,
na escola, ele ocorre na coletividade. Cabe ao professor oferecer
momentos de individualidade e momentos de coletividade na
construção da aprendizagem.

Dificuldades de aprendizagem não se constituem em um fenômeno de fácil


analise, são por vezes confundidas com patologias da aprendizagem. Porém quando
as pistas e sinais são pesquisados nos contextos sociais e escolares se faz possível
identificar e diferenciar possíveis dificuldades de aprendizagem de distúrbios de
aprendizagem, visto que dificuldade de aprendizagem está relacionada a problemas
de ordem pedagógica e/ou sócio culturais, e em uma perspectiva preventiva e com
melhores condições há maiores possibilidades de atender o sujeito globalmente.
Distúrbios de aprendizagem sugerem a existência de comprometimento(s)
neurológicos em funções corticais específicas, ocorrendo comprometimento no
processamento de informações devido à existência de disfunções neuropsicológicas,
levando a uma perspectiva clinica e/ou remediativa.
De acordo com a definição estabelecida no de 1981 pelo National Joint
Comitee for Learming Disabilities (Comitê Nacional de Dificuldades de
Aprendizagem). Nos Estados Unidos da América:

Distúrbios de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um


grupo heterogêneo de alterações manifestadas por dificuldades
significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita,
raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas alterações são
intrínsecas ao indivíduo e presumivelmente devidas à disfunção do
sistema nervoso central. Apesar de um distúrbio de aprendizagem
poder ocorrer concomitantemente com outras condições
desfavoráveis (por exemplo, alteração sensorial, retardo mental,
distúrbio social ou emocional) ou influências ambientais (por
exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente/inadequada,
fatores psicogênicos), não é resultado direto dessas condições ou
influências. (Collares e Moysés, 1992, p.32).

Ainda temos a seguinte definição de distúrbio de aprendizagem:

Etimologicamente, a palavra distúrbio compõen-se do radical turbare


e do prefixo dis. O radical turbare significa alteração violenta da
ordem natural. O prefixo dis tem como significado alteração com
sentido anormal, patológico e possui valor negativo. Ross (2003,
p.65).

Nesta perspectiva, a expressão distúrbios de aprendizagem apresenta


significado de anormalidade patológica por alteração violenta na ordem natural da
aprendizagem, portanto distúrbio de aprendizagem remete a um problema ou a uma
doença que acomete o sujeito em nível individual e orgânico.
Os distúrbios de aprendizagem não são óbvios e são vários, ou seja, há
variadas maneiras de se manifestarem e se combinarem. Por exemplo, distúrbios
psicomotores e distúrbios afetivos estão estreitamente ligados se influenciam e se
esforçam mutuamente, indicam perturbações ou falhas na aquisição e utilização de
informações ou na habilidade para a solução de problemas, implica na modificação
dos padrões de assimilação e transformação seja por vias internas ou externas no/ao
individuo. Distúrbios psicomotores são os de ordem física.
A psicomotricidade sempre leva em conta o individuo como um todo, tendo
como características, além da coexistência de problemas motores de maior ou menor
gravidade, transtornos na área do ritmo, da atenção, do comportamento, esquema
corporal, orientação espacial e temporal, lateralidade e maturação.
Segundo Silva (2009, p.14) a “Educação psicomotora: Abrange todas as
aprendizagens da criança, processando-se por etapas progressivas e específicas
conforme o desenvolvimento geral de cada indivíduo.” Quando docentes se deten
em observações detalhadas dos sintomas percebe-se que estes manifestam-se e
combinam-se de diferentes modos de sujeito a sujeito.
Contribuindo com a importância da psicomotricidade no processo de
aprendizagem e a prevenção dos distúrbios neste, Bessa (2010, p.83), coloca que:

A prática psicomotora na Educação é uma atividade de caráter


essencialmente educativo e preventivo. Esta se utiliza do movimento
corporal e de atividades lúdicas para estimular o desenvolvimento
psicomotor, promover a integração dos aspectos motores, cognitivos
e socioafetivos, além de preparar as crianças para aprendizagens
futuras, favorecendo consideravelmente a alfabetização e
prevenindo distúrbios de aprendizagem.

Refiro-me aos docentes, por ser nos momentos de aprendizagem sistemática


que se percebe com maior clareza as sintomatologias que caracterizam as
dificuldades e os distúrbios que afetam a aquisição das linguagens oral e escrita,
bem como dos conhecimentos matemáticos, conhecidos como: Dislexia, Disgrafia,
Discalculia.

 Dislexia: De acordo com a, Internacional Dislexia Associaton, 1994, a


dislexia é um distúrbio de linguagem, de origem constitucional, caracterizado
pela dificuldade de decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no
processo fonológico (...) a criança falha no processo de aquisição da
linguagem com frequência, incluindo aí os problemas de leitura, aquisição e
capacidade de soletrar.
 Disgrafia: É uma deficiência na linguagem escrita, mais precisamente
na qualidade do traçado gráfico, é geralmente associada à dificuldade de
integração Visio motora e habilidades motoras finas, sem comprometimento
neurológico e/ou intelectual.
 Discalculia: É a dificuldade ou a incapacidade de realizar atividades
aritméticas básicas, tais como quantificação, numeração ou cálculo.
É importante frisar que os processos de leitura e de escrita não são natos no
individuo, não são de ordem genética, mas não podem ser separados do processo
de desenvolvimento da espécie humana, e para que façam parte do ser suas
aquisições requerem esforços, dedicações, interesses pelas partes (professor,
aluno, família) envolvidas na aquisição destes processos. Para Vygostsky os
processos mentais não são inatos, mas se originam entre indivíduos, e se devolvem
ao longo do processo de internalização de formas culturais de comportamentos.

Estudos concebem a linguagem enquanto prática social oferecem


elementos para compreender que, apesar da comunicação e da
representação constituírem-se como funções da linguagem, elas não
definem a sua natureza. Em outras palavras, podemos representar
ou comunicar a partir da linguagem. Contudo, a linguagem implica
um fenômeno que extrapola tais funções. Concebe-se, portanto, a
linguagem como uma atividade constitutiva dos sujeitos, das
relações sociais e das formas de organização da sociedade.
Berberian, Bergamo (2009, p.15)

Em pesquisa realizada em uma EMEI da rede municipal de Santa Maria /RS,


fora aplicado questionários, como instrumento de pesquisa, aos profissionais da
educação que nesta atuavam, com finalidade de visualizar como os profissionais da
educação desta, compreendem dificuldades e distúrbios de aprendizagem, e quais
ações são tomadas a partir da percepção de que há alunos com características
físicas e mentais que determinam que estes apresentam déficits na aprendizagem
dentro do contexto escolar:
Questões que solicitaram aos entrevistados a colocação do que é mais comum
na escola, se distúrbio, se dificuldades de aprendizagem, que atitudes
professores/escola tomavam quando se deparavam com tais transtornos da
aprendizagem, se existiam na escola profissionais para atendimento
individualizado/especifico a essas crianças.
As respostas na sua maioria levaram a um contexto único. Apesar de ocorrer
certa homogeneização aos fatos/causas que levam o individuo a apresentar
dificuldades e/ou distúrbios de aprendizagem.
Há quase que um senso comum quando ao papel do professor e da escola,
com pontuações comuns quanto há um envolvimento social não somente da escola,
mas que envolvem família e outros profissionais, em especifico um educador
especial, de que há de se realizar sempre um trabalho conjunto que englobe na
busca por soluções professor, escola, família.
O atendimento se dá de maneira a solucionar/sanar os problemas que causam
prejuízos no desenvolvimento global do aluno.
E quando percebível que não compete aos profissionais que constituem o
quadro da escola, a criança com sintomatologias mais definidas de dificuldades de
aprendizagem, de distúrbios de aprendizagem e outros patologias, são
encaminhadas com conhecimento e consentimento da família para profissionais
adequados. Visto que para se diagnosticar transtornos de aprendizagens é preciso
que o sujeito, a criança seja submetida a uma avaliação multidisciplinar, que envolve
diversos profissionais, tanto da educação como da saúde (neurologistas, psicólogos,
fonodiólogos, pedagogos, psicopedagogos, outros).
Algumas crianças podem apresentar distúrbios neurológicos específicos, cujo
o diagnostico é eminentemente clinico, mas não existem exames específicos para
diagnosticar uma dificuldade escolar, está analise exige do pedagogo em sala de
aula um olhar mais atento, uma real compreensão de fartos/fatores e causa que
levam a criança a apresentar dificuldades em seu processo de aquisição de
conhecimentos e armazenamento destes. E condicionado a isto, está o
encaminhamento para uma ação preventiva conjunta com a família e outros
profissionais, em especial o psicopedagogo que é profissional habilitado a
intervenções dentro do contexto de aprendizagem, de modo a acrescentar melhoras
e evoluções no aprendizado da criança com dificuldades de aprendizagem.
A Psicopedagogia é uma área de conhecimento e de atuação dirigida para o
processo de aprendizagem humana. Seu objeto de estudo é o aluno com problemas
de aprendizagem tanto orgânicos, como físicos, emocionais, psicológicos, culturais.
Serra, (2009, p.5), coloca que:

A Psicopedagogia tem por objetivo estudar, compreender e intervir


na aprendizagem humana. Ao contrario do que o senso comum
imagina a Psicopedagogia não se restringe ao estudo das
dificuldades e dos distúrbios de aprendizagem, mas à aprendizagem
de um modo geral, seja no estado normal ou patológico. Além disso,
todos os seres humanos, em qualquer faixa etária, podem fazer uso
da Psicopedagogia para aprender de forma mais eficaz ou
compreender o seu próprio processo de aprendizagem.
Reforçando que a atuação do psicopedagogo é fundamental, tanto nos
momentos de avaliação, quanto no acompanhamento das dificuldades escolares,
por dar suporte onde o distúrbio principal é de natureza psicológica, e auxilia muito
onde as dificuldades maiores são emocionais ou orgânicas, tendo como via final um
rendimento escolar favorável ao aluno.
Não somente na escola pesquisada, quando colocados em pauta dificuldades
de aprendizagem e distúrbios de aprendizagem, logo surge uma homogeneização
relacionada a esses termos, porém não devem ser percebidos de forma igual ou
como sinônimos, pois são de natureza distinta cada um possui causas próprias,
características próprias, diagnósticos próprios e tratamentos próprios. Estudos
recentes colocam que as áreas cerebrais envolvidas são específicas a cada um dos
casos podendo ser simultâneos, como conseqüência um levando ao outro.
Dificuldades de aprendizagem: é um tipo de desordem de aprendizagem ou
transtorno de aprendizagem, pela qual um indivíduo apresenta dificuldade em
aprender efetivamente. Essa desordem afeta a capacidade do cérebro de receber e
processar informações tornando complicado para o individuo o aprendizado tão
rápido quanto o de outros não afetados por ela, são geralmente identificados na fase
da escolarização. Serra (2009, p.38) refere-se ao termo dificuldades de
aprendizagem como uma desvantagem para aprender, seja uma desvantagem
cognitiva ou social.
As dificuldades de aprendizagem têm origem em uma ampla gama de
problemas que afetam áreas do conhecimento causando déficits no desempenho
acadêmico, raramente atribuídas a uma única causa, pois são muitos os aspectos
que podem prejudicar o funcionamento intelectual, os ambientes tendem a estimular
determinadas habilidades e/ou dificuldades de aprendizagem, problemas
psicológicos freqüentemente complicados por ambientes domésticos e escolares,
levam a classificar crianças como tendo baixa inteligência, indisciplina, preguiça,
forçando-as a corrigirem-se, esforçarem-se por táticas comuns de recompensa ou
punição.
É comum presenciarmos professores em suas praticas pedagógicas fazendo
uso de material de ensino aprendizagem desestimulantes, desatualizado, totalmente
fora de contexto, desprovido de significado para os alunos, sem levar em conta as
diferenças individuais, os conhecimentos prévios de cada sujeito, o que de fato estes
estão buscando na instituição além de um currículo pré estabelecido, elaborado por
secretarias, e por vezes pelos corpos docentes das instituições de ensino, mas muito
que raramente construído com a participação e/ou colaboração dos seus maiores
executores/ praticantes, os alunos.
Em se tratando de currículos, Vergara (2011, p. 6) coloca que:

o currículo deve estar centrado nas habilidades, nos interesses e nas


curiosidades da criança. Certas condições estruturais, como
mobiliário, materiais educativos, horários, segurança e higiene do
local, também são determinantes. As atividades oferecidas devem
ser bem planejadas e ter objetivos concretos, deixando de lado a
mera intuição e espontaneidade. (...) permitindo que as crianças se
desenvolvam no seu próprio ritmo na aquisição de destrezas
importantes, incluindo as de escrita, leitura, ortografia e matemática,
ciências naturais, sociais, artes, musica, saúde e atividades físicas.
Deve haver uma flexibilidade que permita criar modalidades que
compreendam a diversidade de grupos de crianças atendidas,
considerando-se cultura o território onde se insere cada programa, o
tipo de necessidades e interesses das crianças. (...)

Neste sentido faz-se necessário trabalhar um currículo que estimule o aluno


a buscar a construção de novos conhecimentos, a aquisição de novos aprendizados,
isto ajudaria muito a diminuir as “complicações pedagógicas causadas por falsas
dificuldades de aprendizagem. pois em se tratando de alunos com dificuldades de
aprendizagem, devemos aprender a esperar pelo inesperado, e nunca presumir que
um aluno não tem conhecimento prévio, não importando sua idade, inteligência,
esperteza o progresso é uma questão de tentativas e erros. Crianças com
dificuldades de aprendizagem perdem a motivação por não conseguir acompanhar
as aulas, passam a usar o tempo para fazerem outras coisas, dificultando a aquisição
de saberes, competências, habilidades intelectuais, sociais e afetivas de que todos
necessitam. Outras por vez lutam com comportamentos problemáticos como:

 Dificuldades para seguir instruções;


 Fraco alcance de atenção;
 Imaturidade social;
 Dificuldades com conversões;
 Inflexibilidades;
 Fraco planejamento e habilidades organizacionais;
 Distração;
 Falta de destreza;
 Falta de controle dos impulsos;
 Inatividade física;
 Competitividade;
 Desencorajamento a compartilhar idéias e trabalhos;
 Inadaptação a escola.

Situações que podem surgir por diversos motivos, como problemas na


proposta pedagógica, capacitação de professores, problemas familiares que levam
o aluno a desenvolver déficits que transgridem as esferas das relações escolares
complicando ainda mais suas vidas acadêmicas. Com freqüência são os ambientes
em que a criança vive, convive com iguais e diferentes, se desenvolve, e suas
relações afetivas familiares e escolares que determinam o impacto da dificuldade.
Como, já colocado, não existem testes neurológicos para dificuldades de
aprendizagem, a constatação deste problema ainda se dá por percepções, por
olhares mais atentos, primeiramente pelos pais dentro do contexto familiar tão logo
a criança passe a frequentar a escola este olhar perceptivo passa a ser executado
pelos professores em coerência com seus olhares avaliativos cotidianos onde um
tratamento afetivo. Um programa de educação apropriado, planejado para abordar
as necessidades especificas de cada individuo, se fazem importante na procurara
por ajuda de profissionais, que trabalhem com a criança no sentido de favorecer seu
processo de aprendizagem, compreender os aspectos familiares e orientar a família
(pais).
Segundo Serra (2009, p.99), “É na família que a criança tem contato com as
primeiras aprendizagens, as denominadas proto-aprendizagens.” Assim sendo a
criança não chega à escola nua de conhecimentos.
Dificuldade de aprendizagem na infância é uma ferida aberta para a família,
pode ser um sintoma, as crianças precisam pedir ajuda de alguma forma é como se
dissessem estou aqui, me ajudem meninos e meninas que passam por frustrações
pessoais que acarretam em inseguranças (separação dos pais, nascimento de irmão
menor, pais familiares que fazem uso do álcool e outras drogas), carências afetivas,
emocionais, e até mesmo financeiras passam por abalos psicológicos que tem como
conseqüência menor interesses e rendimentos escolares.
Ir mal na escola é uma situação comum em alunos integrantes de famílias
desestruturadas, são alunos também desestruturados emocionalmente que desejam
chamar a atenção sobre si.
Podemos observar que as histórias devida de cada sujeito tem um peso
significativo em seu processo de aprendizagem. Processo que inscreve uma
dinâmica de transmissão da cultura, que constitui a definição da palavra educação,
sendo esta definida por quatro funções interdependentes: função mantenedora da
educação, função socializadora da educação, função repressora da educação e
função transformadora da educação.
As causas mais freqüentes para dificuldades de aprendizagem são fatores
intra escolares como inadequação de currículos, de programas, de sistema de
avaliação, de métodos de ensino, e relacionamento professor – aluno. E entre outras
possíveis causas temos:

 Defeitos ou erros na estrutura do cérebro;


 Abuso de drogas;
 Má nutrição;
 Fatores socioeconômicos diversos;
 Falta de envolvimento dos pais (família);
 Problemas de ordem familiar;
 Problemas metodológicos;
 Falta de preparo de quem ensina;
 Quantidades incorretas de vários neurotransmissores, ou problemas de
comunicação entre várias partes do cérebro;
 Condições precárias de ensino.

Não necessariamente sempre presentes, nem toda dificuldade escolar


corresponde a um distúrbio de aprendizagem. Por outro lado, quando falamos em
distúrbio de aprendizagem há uma referência, mais exata a um transtorno a um
déficit, com características de graus variados, presentes no aprendiz. Isto quer dizer
que, mesmo em condições muito favoráveis, ele pode a vir apresentar limitações em
sua aprendizagem, tendo em vista diferentes razões para uma mesma manifestação
(complicações no aprendizado).
Devemos ter cuidado para distinguir dificuldades escolares dos verdadeiros
distúrbios de aprendizagem, que tem origem de fatores extrínsecos, mas que
igualmente podem limitar o desenvolvimento escolar, tais dificuldades quando mal
interpretadas, caracterizam o que podemos chamar de falsos distúrbios de
aprendizagem.
Falsos distúrbios de aprendizagem são aplicados a crianças que embora
tenham condições gerais favoráveis para aprender, faltaram-lhes principalmente por
ordem social econômica, oportunidade para viverem situações propicia para novas
aquisições principalmente de caráter acadêmico, distinguindo dificuldade de
aprender de falta de oportunidade para aprender, por vezes estar inserido num
núcleo escolar fisicamente não significa que o individuo está de forma igualitária aos
demais tendo a mesma oportunidade de aprender.
As oportunidades dentro de uma instituição devem ser estendidas a todos que
dela necessitam para o aprendizado se fazer homogeneamente no grupo.
Neste sentido Berberian e Bergamo (2009, p.92), colocam que:

(...), sabemos que as crianças desde o nascimento, desenvolvem-se


na interação com as pessoas de seu convívio social, entrando em
contato com seus valores, crenças e costumes. (...). Algumas
crianças desde pequenas tem oportunidade de manusear livros, “ler”
diferentes livros, jornais, revistas com o pai e mãe, “escrever”
bilhetinhos com os pais, perceber e vivenciar sua função social.
Outras crianças, porem, quase não tem material escrito: na sua casa
não há livros, o jornal tem função de embrulhar coisas, os pais não
lêem ou escrevem no seu cotidiano.

A colocação dos autores acima citados torna claro o papel das escolas em
oportunizar a todos alunos o acesso e utilização dos mais variados recursos e
métodos que motivam o aprendizado.
Podemos dividir o desenvolvimento em vários aspectos, como o cognitivo,
afetivo, social, intelectual, comunicativo, motor, quando encontramos dois ou mais
destes aspectos alterados, podemos falar em distúrbios mais globais do
desenvolvimento.
Distúrbios globais de desenvolvimento constituem uma classe variada de
problemas, como as deficiências mentais, o autismo e uma série de outras alterações
que podem vir a provocá-los em graus diversos, dependendo da gravidade e da
extensão das dificuldades encontradas.
Atenção, criança com dificuldade de aprendizagem é diferente de criança com
dificuldades escolares, a ultima faz referencia a incompetência das instituições
educacionais em desempenhar seus papeis sociais não podendo ser considerado
como problema do aluno.
Ao se tratar de transtornos de aprendizagem percebem-se fatores que
apontam para a necessidade de mudanças na postura familiar e nos investimentos
em políticas públicas em educação que inserem nas escolas profissionais
(psicopedagogos) para atender tais necessidades melhorando o acesso ao
aprendizado e a uma qualidade de ensino igualitária a todos os educandos,
redimensionando o olhar e as práticas sobre as dificuldades de aprendizagem e
sobre os distúrbios de aprendizagem.
Chama atenção nas escolas a existência de crianças que apresentam
dificuldade de aprendizagem e que aparentemente não apresentam defeitos físicos,
sensoriais, intelectuais ou emocionais, e que, no entanto são rotuladas com uma
série de síndromes, hipercinética, hiperatividade, autismo, lesão cerebral mínima,
disfunção cerebral mínima, classificadas como portadores de distúrbios de
aprendizagem, sendo que se fosse esclarecido ao corpo docente o que realmente
caracteriza estes transtornos de aprendizagem, um acompanhamento correto com
uma intervenção preventiva, realizada com professores família, psicopedagogos,
com um programa individualizado que trabalhe o universo sócio afetivo de cada
criança, bastaria para que estas apresentassem o rendimento escolar tão almejado
por pais e professoras.
Uma intervenção pedagógica preventiva que de suporte ao educador pode
favorecer a criança num futuro mais próximo, dando-lhes garantias de melhor
qualidade de vida à medida que suas necessidades especiais são atendidas, antes
que aumentem/evoluem.
Ao mesmo tempo em que seu contexto sócio familiar é também contemplado
por esses serviços, com orientações sobre formas mais apropriadas de lidar com
possíveis barreiras de natureza variada ao pleno desenvolvimento do potencial da
criança. Pois é papel da escola o acolhimento á diversidade, criando condições de
permanência e de progressão dos alunos na instituição, criando situações
mobilizadoras onde não se esgotem os recursos e métodos de estimulação à
permanência destes alunos na escola, ao mesmo tempo em que resgatem e
aproximam as famílias, as integrando ao alcance das metas e objetivos comuns a
todos.
Importante colocar aqui que dificuldades de aprendizagem não se restringem
apenas à criança, visto que surgem devido a condições (físicas, de trabalho,
temporárias, eventuais), fatores físicos e psicológicos (ansiedade, stress,
depressão,...), que podem alterar o curso do desenvolvimento humano, causando
limitações independentemente da faixa etária em que se encontra o individuo.
Cassol, Coradini, Rambo, Pauletto, (2003, p.155) nos colocam que:

O número expressivo de alunos com dificuldades na aprendizagem


é preocupante em diversas localidades do país, na zona rural e
urbana e em todos os níveis, da educação infantil ao ensino superior.
Essas dificuldades não devem ser consideradas como um fator
isolado, mas vistas como um conjunto de componentes afetivos,
cognitivos e sociais. O desempenho cognitivo não se refere somente
ao processo de maturação biológica, mas também ao resultado de
uma longa trajetória em que se combinam fatores biológicos e a
realidade sociocultural do aluno. (...)

Dando obrigatoriedade ao atendimento de crianças que apresentam


transtornos de aprendizagem; o Ministério da Educação Secretária de Educação
Especial Brasília no ano de 2006 elabora o documento intitulado: Educação Infantil
Dificuldades acentuadas ou limitações no processo de desenvolvimento Saberes e
práticas da inclusão, contendo orientações pedagógicas que tem como base o
Referencial curricular nacional para a educação infantil (Brasil, 1998), com o objetivo
de adaptar os conteúdos curriculares de modo a dar respostas a todas as
necessidades educacionais de crianças com dificuldades acentuadas de
aprendizagem.
Este trabalho apresenta propostas de organização de serviços de apoio
educacional na educação infantil para crianças com dificuldades acentuadas de
aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento, ou que corram o risco
de vir a tê-las devido à condições que podem alterar o curso do desenvolvimento,
prejudicando o processo de adaptação da criança ao contexto em que vive, ao
mesmo tempo, seu contexto sócio-familiar é também contemplado por esses
serviços com orientações sobre formas mais apropriadas de lidar com possíveis
barreiras de natureza variada ao pleno desenvolvimento do potencial da criança.
Estas colocações tornam claro que o compromisso da escola e dos
profissionais da educação que integram o corpo docente, é o de garantir a
aprendizagem a todos mesmo que para isto seja necessária a interseção com
profissionais que atuam fora da escola. Todo suporte educacional, social e de saúde
deve ser provido, por meio de observações e interações com a criança para descobrir
como ela pensa, raciocina, como processa sua aprendizagem, bem como se dá sua
aquisição de conhecimentos.
Veja a seguinte colocação:

Queremos que a escola infantil seja um lugar onde as crianças,


famílias e profissionais convivam, cresçam e aprendam juntos. Onde
todo esse conjunto de experiências, vivencias, relações que a escola
infantil proporciona e que conformam a vida cotidiana seja fonte de
crescimento e de aprendizagem para toda comunidade educativa.
onde todos participemos aprendendo uns com os outros. Onde exista
espaço para a estabilidade, mas também para a surpresa, para a
novidade como algo normal, para o extraordinário como algo comum.
Nós adultos, somos responsáveis por configurar o cenário de vida
para a infância. Por isso a equipe de profissionais da escola infantil
precisa refletir, repensar planejar o quadro de vida que oferece,
conhecer as necessidades e possibilidades das crianças e das
famílias para configurar uma vida cotidiana que conte efetivamente
com seus protagonistas. É nesses quadros de vida que a infância
dota de significado as palavras e as ações, que a comunicação
adquire sentido, que expandem as potencialidades do ser humano.
(VÉLEZ 2008, p.15).

Faço aqui das palavras escritas por Vélez, quando coloca “como querermos
viver na escola infantil”, minhas palavras. Esperando que o citado acima não se
restrinja apenas as escolas de educação infantil, mas sim a todo rede de ensino seja
pública ou particular, de educação básica ou superior. Que os papéis educativos não
mais se confundam pondo a outros seus deveres e sim, intervenham sempre na
busca do objetivo final, a aprendizagem.

CONCLUSÃO:
Com este trabalho concluo que a idéia de fracasso escolar ligada ao insucesso
de quem é colocado na posição de aprendente, aquele que não conseguiu absorver
e armazenar os conhecimentos que lhe foram passados, e então colocados como
portadores de algum transtorno de aprendizagem, no caso aqui denominados como
dificuldades de aprendizagem e/ou distúrbios de aprendizagem, por vezes colocados
erroneamente. Para tanto investigar as causas que levam as dificuldades de
aprendizagem e aos distúrbios de aprendizagem, é a melhor maneira de se percebê-
los, e diferenciá-los, dentro de perspectivas de conhecer e tornar-se ciente de que
por de trás de cada individuo que se mostra com dificuldades e/ou distúrbios de
aprendizagem a um conjunto de causas sociais e orgânicas, que o envolvem, seus
familiares, seu meu social, a escola e seus professores.
Professores, profissionais que atuam diretamente com alunos com
dificuldades de aprendizagem, com distúrbios de aprendizagem, e outras variadas
situações e casos que fogem do programado para aulas sistemáticas, buscando na
coletividade das salas de aula um aprendizado homogêneo, que contemple a todos,
seguindo currículos pré determinados, que não visam propostas inclusivas,
amplamente existentes nos currículos ocultos.
A diversidade humana que compõem as salas de aula, suas reais condições
de aprendizado, e demais fatores que contribuem para que as dificuldades de
aprendizagem e os distúrbios de aprendizagem ocorram, traz para dentro das
instituições de ensino, além da capacidade dos educadores de possuir um olhar
diferenciado para cada educando e suas especificidades a necessidade da
intersecção de diversos profissionais: educadores especiais, psicólogos, pedagogos,
psicopedagogos, ..., num trabalho único que visa à construção do conhecimento nos
processos de ensino aprendizagem que constituem o ciclo natural da evolução
humana.

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