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ORÇAMENTO PÚBLICO
O Orçamento Público se constitui num instrumento do Governo, no sentido do mesmo elaborar
seu plano de trabalho, anunciar à sociedade as ações que serão realizadas, controlar a execução
dessas ações e avaliar o grau de sucesso nas suas operações.
Portanto, o orçamento é um plano de trabalho do Governo. É um documento que contém
propostas, para o período de um ano. É um documento produzido pelo Poder Executivo e apreciado
pelo Poder Legislativo, que pode inclusive alterá-lo em alguns aspectos.
Vejamos algumas definições já consagradas sobre o Orçamento Público:
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“É uma lei de iniciativa do poder executivo, e aprovada pelo poder legislativo, que estima a
receita e fixa a despesa da administração governamental. Essa lei deve ser elaborada por todas
as esferas de governo em um exercício para, depois de devidamente aprovada, vigorar no
exercício seguinte” (ABOP – Associação Brasileira de Orçamento Público, Glossário de termos
orçamentários e afins).
“A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a
política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios
de unidade, universalidade e anualidade” (Art. 2º. da Lei n.º 4.320/64).
“É o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo lhe autoriza, por certo período,
e em pormenor, a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e
outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim com a arrecadação das
receitas já criadas em lei” (Aliomar Baleeiro).
Assim, observe as características fundamentais do orçamento público:
Documento legal, elaborado pelo Poder Executivo e autorizado pelo Poder Legislativo,
que pode fazer alterações no mesmo (emendas ao orçamento);
Compreende um determinado período de tempo (doze meses, o chamado ano fiscal) e
tem sua vigência limitada a este período;
Constitui-se num plano de trabalho do Governo nesse mesmo período de tempo,
descrevendo as ações que serão executadas;
Contém uma previsão das diversas receitas a serem arrecadadas pelo Poder Público;
Contém uma autorização para as diversas despesas a serem realizadas, na realização
das ações previstas.
Atenção para este ponto: no tocante às despesas, o orçamento apenas fixa seu limite máximo.
Assim, diz-se que o orçamento é autorizativo.
Por exemplo, se a despesa orçada para um determinado município for igual a R$ 4 milhões no
ano de 2010, isso não quer dizer que o prefeito vai gastar exatamente essa valor, pois esta cifra é
somente um limite. O poder executivo está autorizado, pela lei orçamentária (aprovada pelo Poder
Legislativo), a gastar no máximo R$ 4 milhões, mas pode gastar menos que isso.
Se o prefeito fosse obrigado, pela lei orçamentária, a realizar todas as despesas previstas,
estaríamos diante do chamado orçamento impositivo.
No Brasil o orçamento público é eminentemente autorizativo, pois estima as receitas e fixa
limites máximos para as despesas.
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Noções de Administração Financeira e Orçamentária
a) Orçamento Tradicional
Enquanto instrumento formal, o orçamento surgiu na Inglaterra, por volta do ano de 1822, em
pleno desenvolvimento do Liberalismo Econômico. Sua principal função era a de controle político, na
medida em que foi uma forma pela qual o Parlamento pôde limitar os poderes do Rei, no tocante à
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criação de novos impostos.
Assim, o Estado Liberal que surgia naquela época passava a contar com um mecanismo de
disciplina e controle das ações do poder executivo, visando manter o equilíbrio financeiro nas contas
públicas, limitando o crescimento exagerado dos gastos e reduzindo a possibilidade de aumentos
excessivos da carga tributária.
No orçamento tradicional, o aspecto econômico tinha posição menos importante do que o
aspecto político. O orçamento não era visto como um plano de trabalho do Governo, mas, sobretudo,
como um limitador à sua ação. As finanças públicas tinham um caráter “neutro” sobre a vida
econômica. Era preciso somente mantê-las sobre controle, para evitar que o Estado afetasse a
economia de modo indesejável.
Nesse contexto, o orçamento se resumia a uma relação de valores previstos discriminados
pelas diversas unidades administrativas que compunham o Estado, e identificados também de acordo
com os diversos itens de receita e de despesa.
b) Orçamento Moderno
No final do século XIX, o Estado abandonou a posição “neutra” da época do Liberalismo,
passando a atuar cada vez mais na vida econômica, inclusive como provedor de bens e serviços. As
finanças públicas perderam seu caráter “neutro”, uma vez que passaram a ser usadas para corrigir as
distorções no sistema econômico.
Tal tendência veio a se consolidar principalmente após a grande crise de 1929, em que o Estado
passou a ter um papel muito mais ativo na condução da economia, como forma de combate às crises
cíclicas do capitalismo. Nos anos 30 as idéias do economista inglês John Maynard Keynes passaram a
predominar, defendendo a necessidade da intervenção estatal no panorama econômico.
O orçamento público até então era concebido como um mero demonstrativo de autorizações
legislativas, e dessa forma não mais atendia às necessidades dos executivos governamentais, cujas
atribuições e encargos eram cada vez maiores.
Nesse sentido o orçamento moderno se tornou um instrumento de administração das finanças
governamentais.
Assim, o orçamento público passou a ser uma ferramenta de gestão, auxiliando o Governo nas
diversas atividades do processo administrativo: programação, execução e controle. Notadamente a
partir da segunda guerra mundial o orçamento público passou a apresentar uma feição de plano de
trabalho, com cronogramas de execução e previsão dos meios de financiamento das ações.
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Noções de Administração Financeira e Orçamentária
Nos anos 50, nos Estados Unidos, surgiu o Orçamento de Desempenho, sendo aquele que
representava os propósitos e objetivos para os quais os valores orçamentários eram fixados, os
custos dos programas propostos para atingir tais objetivos, e os dados quantitativos que permitissem
a mensuração das realizações e o trabalho realizado em cada programa.
Nos anos 60 a governo americano criou o PPBS – Planning, Programming and Budgeting
System, traduzido no Brasil como SPPO – Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento.
Trata-se de nova concepção do orçamento, integrando o mesmo ao planejamento e à gestão
governamental, dando origem posteriormente ao orçamento-programa.
No orçamento-Programa, as despesas são relacionadas não apenas de acordo com as unidades
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administrativas que as realizarão e de acordo com os diversos itens de gastos (tais como pessoal,
material de consumo, combustíveis, etc). As despesas passam a ser relacionadas também aos
diversos programas que compõem a agenda do Governo para o exercício orçamentário. Não
interessa mais saber somente “quem” gasta e “em que” se gasta, mas, sobretudo, “como” e “para
que” se gasta.
Assim, podemos concluir que os elementos essenciais do orçamento-programa são os
seguintes:
a) Objetivos e propósitos perseguidos pelo ente público, e para cuja consecução são
empregados os recursos orçamentários;
b) Programas, isto é, instrumentos de integração dos esforços governamentais no
sentido da concretização dos objetivos pretendidos;
c) Custos dos programas, mensurados através da identificação dos meios ou insumos
(pessoal, material de consumo, equipamentos, serviços de terceiros, etc) necessários
para a obtenção dos resultados;
d) Medidas de desempenho com a finalidade de permitir a avaliação das realizações
(produto final obtido) e os esforços despendidos na execução dos diversos programas
de governo;
e) A integração com o planejamento das atividades, na medida em que o orçamento
deixa de ser apenas um controle contábil e passa a funcionar também como
instrumento de gestão.
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Noções de Administração Financeira e Orçamentária
Um comentário adicional precisa ser feito acerca do chamado Orçamento Base Zero ou
Orçamento por Estratégia. Trata-se de uma técnica que pode ser usada para a elaboração do
orçamento, e que consiste basicamente no seguinte:
A cada exercício, ao invés do gestor ou administrador de um determinado órgão se
basear no seu histórico de despesas, para apurar as necessidades do próximo ano, ele
deverá justificar detalhadamente todos os recursos solicitados ao órgão central de
planejamento e orçamento.
Assim, a cada novo exercício, o gestor deve sempre justificar os recursos solicitados,
sem se basear na execução orçamentária de períodos anteriores – daí o nome “base
zero”; o gestor não pode argumentar que necessita de certo montante de recursos
apenas porque no ano passado foi este o montante gasto.
Todos os gastos efetuados no passado devem passar por um processo crítico de revisão,
dando origem a uma nova estimativa de gastos, os quais serão alocados numa escala de
prioridades, de acordo com os objetivos e dos programas a serem implementados no
exercício seguinte.
Em suma, a técnica do Orçamento Base Zero pretende eliminar uma “memória de gastos”
trazida do passado, uma vez que é muito comum os gestores formularem suas necessidades de
recursos através de métodos simplistas, tais como apenas repetir o montante gasto no ano anterior,
acrescentado de certa expectativa de inflação, aumento de tarifas, reajustes contratuais, etc.
Princípios Orçamentários
Alguns princípios orçamentários são usados como referência, orientando o gestor público nos
processos de elaboração, execução e controle dos orçamentos. Trata-se de diretrizes para facilitar o
processo orçamentário, não se constituindo em dogmas rígidos. São contribuições doutrinárias,
resultantes da experiência internacional acumulada no âmbito do Direito Financeiro, no qual se
inserem as matérias relativas às Finanças Públicas. No entanto, no caso brasileiro, a própria legislação
citada anteriormente tornou obrigatória a observância de alguns desses princípios, como veremos a
seguir.
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Noções de Administração Financeira e Orçamentária
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Noções de Administração Financeira e Orçamentária
d) Princípio da Unidade
O orçamento público é uno, pois engloba todas as instituições e atividades de cada um dos
três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Para cada entidade da federação (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios) deve existir um único orçamento para o exercício financeiro
correspondente.
Este princípio preconiza a existência de um só documento orçamentário, englobando todas as
receitas e despesas do ente político, o que permite o confronto dos totais globais das receitas e
despesas, para determinar a existência de equilíbrio, déficit ou superávit orçamentário.
Além disso, ao Poder Legislativo, permite uma visão global, possibilitando-lhe um melhor
6 controle das operações financeiras do Governo como um todo.
e) Princípio da Exclusividade
As normas constantes da lei orçamentária não devem conter matéria estranha ao próprio
orçamento, ou seja, outros assuntos que extrapolem a esfera da execução orçamentária: a previsão
das receitas e autorização das despesas.
Segundo Giacomoni, a adoção desse princípio, na reforma constitucional de 1926, teve por
objetivo acabar com as "caudas orçamentárias" ou, segundo Rui Barbosa chamava, "orçamentos
rabilongos", que eram inclusões, na lei orçamentária, de dispositivos estranhos à matéria ou a
questões financeiras.
Na Constituição Federal de 1988, tal princípio encontra-se estabelecido no art. 165, § 8°: "a lei
orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa",
excetuando-se da proibição, nos termos da lei, a autorização para:
Abertura de créditos suplementares;
Contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita
orçamentária (ARO).
O assunto é, também, tratado no art. 7o da Lei 4.320/64. A abertura de créditos suplementares
deverá estar autorizada previamente na Lei Orçamentária Anual, bem como a autorização para o
ente público contratar operações de ARO junto ao sistema bancário, para atender a eventuais
situações de insuficiência de caixa, frente aos seus compromissos financeiros.
f) Princípio da Especificação, Discriminação ou Especialização
As despesas devem ser classificadas de forma detalhada, para facilitar sua análise e
compreensão. A especificação se refere não somente à identificação dos recursos e dos gastos, mas
também à localização desses dentro dos órgãos da administração pública, nos programas,
subprogramas, atividades ou projetos, e setorizados de acordo com a situação geográfica ou regional.
Indicam-se as fontes de receita, os elementos de despesa e os bens e serviços que serão adquiridos e
colocados à disposição da coletividade.
Assim, este princípio determina que as receitas e despesas sejam apresentadas de forma
detalhada nos orçamentos, possibilitando o conhecimento das origens dos recursos e de sua
correspondente aplicação. A finalidade, além da clareza e compreensão do orçamento, é facilitar a
análise e a ação fiscalizadora do Legislativo sobre as finanças públicas.
A especificação das contas das receitas e despesas na atualidade deve considerar as exigências
do controle externo e interno, do planejamento administrativo, da avaliação econômica do impacto
do gasto público sobre a economia, dos critérios dos registros contábeis, etc.
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Noções de Administração Financeira e Orçamentária
A Lei 4.320/64, no seu art. 5°, dispõe que "a lei orçamentária não consignará dotações globais
destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
transferências ou quaisquer outras".
No seu art. 15, estabelece que "na lei orçamentária a discriminação da despesa far-se-á, no
mínimo, por elementos", entendidos estes, como "pessoal, material, serviços e obras e outros meios
que se serve a administração pública para a consecução de seus fins".
E no seu art. 20 e parágrafo único, determina que os investimentos serão discriminados
segundo os projetos de obras e outras aplicações, fazendo exceção para os programas especiais de
trabalho cujas despesas poderão ser custeadas por dotações globais.
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g) Princípio da Flexibilização
Não seria possível operacionalizar o orçamento sem a flexibilização da sua execução, mediante
ajustes que se façam necessários para atender aos objetivos do Governo. É aconselhável que o
orçamento, sempre quando necessário, possa ser modificado quanto à sua despesa e orientado pela
vontade de quem o aprovou.
O próprio mecanismo dos créditos adicionais (suplementares, especiais e extraordinários)
cumpre a finalidade de adequar o nível de despesas às necessidades imprevistas ou
subdimensionadas, além de permitir a adaptação do orçamento a situações supervenientes, tais
como calamidade pública, guerra, etc.
h) Princípio da Clareza
O documento orçamentário deve ser elaborado de maneira bem ordenada e completa em
todas as suas etapas, assegurando resultados positivos na execução das metas estabelecidas, para
que seja um instrumento eficiente e adequado ao ato de governar, administrar e executar programas
e planos de desenvolvimento sócioeconômico. Esse princípio complementa o da publicidade, uma
vez que dita que o orçamento deve ter uma linguagem clara e compreensível, não só aos técnicos,
mas a todas as pessoas que precisam consultá-lo.
Nos tempos atuais, ganha cada vez mais força a idéia da Transparência nas contas públicas, no
sentido de que o poder público deve buscar cada vez mais dar acesso à população às informações
pertinentes ao montante de receitas arrecadadas e a sua respectiva aplicação nas despesas públicas
distribuídas nos diversos programas do orçamento.
A Transparência está fortemente ligada à idéia da Prestação de Contas, mecanismo pelo qual a
sociedade tem como cobrar resultados dos seus governantes, na gestão dos recursos públicos. Sendo
assim, o princípio da clareza nas expressões constantes da Lei Orçamentária e nos seus diversos
demonstrativos se coaduna com as novas exigências da sociedade contemporânea.
i) Princípio do Equilíbrio Financeiro
O orçamento deve manter um equilíbrio do ponto de vista financeiro – o montante da despesa
autorizada não deve ultrapassar a receita prevista para o período.
Procura-se consolidar uma política econômico-financeira que produza a igualdade entre os
valores de receita e despesa, evitando dessa forma eventuais déficits que obriguem a constituição de
dívidas.
Busca-se impedir o ciclo vicioso do endividamento público:
Sucessivos déficits exigem um aumento contínuo da dívida pública para o seu
financiamento;
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Noções de Administração Financeira e Orçamentária
j) Princípio da Publicidade
Esse princípio determina que o conteúdo do orçamento deve ser divulgado por veículos oficiais
8 de comunicação para conhecimento da sociedade e para eficácia de sua validade. No caso específico
do Governo Federal, a divulgação é feita através do Diário Oficial da União. Note-se que este
princípio é extensivo a todos os atos oficiais da administração pública.
Sendo assim, o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual
devem ser divulgadas por veículos oficiais de comunicação, como o Diário Oficial. O mesmo princípio
vale também para Estados e Municípios, através de veículos próprios.
Atualmente, a publicidade do orçamento envolve também as suas fases de elaboração,
discussão legislativa, execução e controle, utilizando meios e linguagem que facilitem a participação
da sociedade.
Diversos entes públicos têm procurado implantar o chamado orçamento participativo, no qual
o processo de elaboração da proposta orçamentária, ou seja, dos valores previstos para receita e
despesa, pode contar com a participação popular. Os cidadãos são chamados a opinar sobre
programas e ações que gostariam que constassem da Lei Orçamentária Anual, propondo sugestões e
manifestando as demandas de sua comunidade.
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A Constituição Federal de 1988 estabelece, em seu art. 167, IV, que são vedados "a vinculação
de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas:
A repartição da arrecadação dos impostos (arts. 158 e 159);
A destinação de recursos para ações e serviços públicos de saúde (art. 198, § 2°); EC
29/00;
A destinação de recursos para a manutenção e o desenvolvimento do ensino (art. 212);
Os recursos para realização de atividades da administração tributária (art. 37, III) EC
42/03;
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A prestação de garantias às operações de ARO (art. 165, § 8°);
A prestação de garantias ou contragarantia à União e para pagamento de débitos com
esta (art. 167, §4°);
n) Princípio da Programação
Esse princípio é decorrente da evolução das funções do orçamento público: de instrumento de
autorização e controle parlamentar para o de auxiliar às funções de administração, planejamento e
gerência da ação governamental.
O orçamento tradicional, com ênfase nos "meios", tinha como papel principal servir para a
autorização e fiscalização legislativa. Na atualidade, ele vai além, na medida em que expressa os
objetivos, programas, metas e respectivos custos.
Uma vez que o orçamento-programa se concentra no atendimento de demandas da
coletividade, as restrições fiscais, decorrentes de limites socialmente aceitos para o crescimento da
carga tributária, leva a administração pública a procurar se tornar cada vez mais eficiente no uso dos
recursos escassos de que dispõe, frente às crescentes demandas sociais.
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Diretrizes Orçamentárias
No Brasil, as principais normas jurídicas relativas ao Orçamento Público encontram-se contidas
nos seguintes dispositivos legais:
Constituição Federal da República, de 1988, nos seus artigos 163 a 169 (Capítulo II –
Das Finanças Públicas);
Lei Federal no 4.320/64 – Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e
controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal;
10 Lei Complementar no 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF – Estabelece
Normas de Finanças Públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá
outras providências;
Portaria no 42/99 do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – Atualiza a
discriminação da despesa por funções de que trata a Lei 4.320/64, estabelece os
conceitos de função, subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá
outras providências;
Portaria Interministerial no 163/2001 da Secretaria do Tesouro Nacional – STN e
Secretaria de Orçamento Federal – SOF, consolidada com as Portarias 212/2001,
325/2001 e 519/2001.
A Constituição Federal de 1988 trata das funções de planejamento e orçamento em vários dos
seus dispositivos, mais especificamente nos arts. 165 a 169, instituindo três instrumentos básicos a
serem estabelecidos por leis de iniciativa do Poder Executivo da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
Art 165 - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
Ao instituir estes três instrumentos, a CF/88 prevê claramente a necessidade de integração
entre as funções de planejamento e orçamento, exigindo a compatibilização e a consonância com o
plano plurianual dos planos gerais, setoriais e regionais de desenvolvimento econômico e social. A
novidade, na norma constitucional, é a criação da LDO, com a finalidade, dentre outras, de destacar,
da programação plurianual, as prioridades e metas a serem contempladas nos orçamentos anuais, e
orientar a sua elaboração.
Quanto aos planos, a Constituição Federal concebe duas modalidades: o plano plurianual que
estabelece as diretrizes, objetivos e programas governamentais para o período de quatro anos,
orientando as programações orçamentárias anuais, e os planos nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento cujo conteúdo deve está sempre em consonância com o plano plurianual.
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Disposições Constitucionais:
Os orçamentos fiscal e de investimentos das empresas devem ser compatibilizados com
o PPA;
O início de qualquer investimento, cuja execução ultrapasse um exercício financeiro,
dependerá de sua prévia inclusão no PPA, sob pena de crime de responsabilidade;
Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais serão elaborados em consonância
com o PPA e aprovados pelo Congresso Nacional ou Assembléia Legislativa.
O prazo para envio do projeto de Lei do PPA ao Poder Legislativo é o dia 31 de agosto do
primeiro exercício do mandato do Chefe do Poder Executivo. 11
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as normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, Municípios e do Distrito Federal.
O empenho é o primeiro estágio da despesa e pode ser definido como ato emanado de
autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de
implemento de condição. O art. 60 da Lei n° 4.320/64 veda a realização de despesa sem o prévio
empenho. A emissão do empenho abate o seu valor da dotação orçamentária, tornando a quantia
empenhada indisponível.
A liquidação é a segundo estágio da despesa e consiste na verificação do direito adquirido pelo
credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. A liquidação
tem por finalidade apurar: a) origem e objeto do que deve pagar; b) a importância exata a pagar; e c)
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a quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.
Já a última fase da despesa, o pagamento, consiste na entrega de recursos equivalentes à
dívida líquida, ao credor, mediante ordem bancária.
Relativamente à fase de execução orçamentária, a experiência dos últimos anos revela que a
SFC não tem conseguido realizar totalmente os seus programas de trabalho, conforme planejado. Tal
fato, decorre dos constantes desequilíbrios das contas públicas, cujos efeitos vêm levando o Governo
Federal a editar medidas, via Decreto, efetuando cortes orçamentários de forma linear, sem discutir
com o Legislativo e a sociedade, em detrimento do implemento de alguns projetos e/ou atividades e,
conseqüentemente, dos interesses sociais.
d) Controle e Avaliação.
A Lei n° 4.320/64 determina que o controle da execução orçamentária e financeira da União,
Estados, Municípios e Distrito Federal será exercido pelos Poderes Executivo e Legislativo, mediante
controles interno e externo, respectivamente.
De acordo com o art. 76 da Lei n° 4.320/64, o Poder Executivo exercerá três tipos de controle, a
saber: prévio, concomitante e subseqüente.
O controle prévio tem por objetivo assegurar que os créditos orçamentários ou recursos
financeiros sejam movimentados ou utilizados mediante prévia observação das normas de
administração orçamentária e financeira. É nesta fase do controle que se examina, entre outros
aspectos, a correta classificação da despesa, a existência de saldo para atendê-la, a utilização de
formulários adequados e as normas de preenchimento desses documentos.
Relativamente ao controle concomitante, este é instrumentalizado pela contabilidade, que se
ocupa no registro e escrituração da despesa, por intermédio de relatórios, balancetes e
demonstrações. No âmbito da SFC e dos órgãos da administração direta, o controle concomitante é
realizado mediante a utilização do Sistema SIAFI. Tal Sistema registra e controla todas as etapas do
processo de realização de despesas, emite relatórios contábeis, além de outras funções.
O controle subseqüente está corporificado na tomada de contas, ao final do exercício
financeiro, e nos trabalhos de auditoria. Nesta fase de controle, a unidade competente de auditoria e
o órgão de contabilidade análitica examinam os processos contendo os comprovantes das despesas
efetuadas pela SFC (bilhetes de passagens, pedidos de diárias etc), com o fim de comprovar a
legalidade e a legitimidade e avaliar os resultados quanto à eficácia, eficiência e economicidade dos
atos de gestão praticados por seus administradores.
Além do controle interno, os atos praticados pelas SFC e pelos demais órgãos federais estão
sujeitos ao controle externo que é exercido pelo Congresso Nacional com auxílio do Tribunal de
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contas da União, conforme prescreve o art. 71 da Carta Magna. No cumprimento de suas atribuições,
o TCU procede ao julgamento da regularidade das contas dos administradores e demais responsáveis
por bens e valores públicos, através de levantamentos contábeis e certificados de auditoria.
É interessante anotar a crítica quanto à atuação do controle interno e externo, existente tanto
na SFC quanto no âmbito de toda Administração Pública, seja em nível federal, estadual e municipal.
As prestações de contas dos entes públicos estão apoiados em demonstrativos de ingressos e
desembolsos decorrentes da lei orçamentária anual e destinados a usuários institucionais (Tribunais
de Contas e Assembléias Legislativas ou Câmaras dos Vereadores), cuja preocupação é apenas de
fundo jurídico-administrativo.
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Esta postura legalista do controle, vista atualmente no âmbito da Administração Pública, advém
de uma legislação antiquada, centrada na lógica de direcionar as informações aos usuários exclusivos
em prejuízo do cidadão comum. Tal procedimento contraria um dos princípios fundamentais de uma
sociedade livre e democrática, qual seja, a obrigatoriedade de os agentes públicos ou políticos
prestarem contas dos recursos que lhes são confiados, indicando quais as aplicações realizadas e,
principalmente, os efeitos de tais aplicações sobre a vida dos membros da comunidade.
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EXERCÍCIOS
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Prova: CESPE - 2009 - TCU - Analista de Controle Externo - Auditoria de Obras Públicas - Prova 1
20) Um dos desafios do orçamento-programa é a definição dos produtos finais de um programa de
trabalho. Certas atividades têm resultados intangíveis e que, particularmente na administração
pública, não se prestam à medição, em termos quantitativos.
Certo Errado
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
B C E C C C C C E C
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C C C E E E E E E C
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UNIDADES DE MENSURAÇÃO
O sistema de mensuração do Orçamento Programa tem por base a relação insumo/produto.
Conforme este entendimento, toda instituição ou organização somente tem sentido de existir
para viabilizar determinadas realizações (produtos), se utilizando de uma gama de recursos
(insumos).
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Noções de Administração Financeira e Orçamentária
Assim, com a medição de ambos, insumos e produtos, poder-se-á fazer comparações, criando
medidas e padrões de grande utilidade para a tomada de decisões dentro de um processo
orçamentário.
Os tipos das unidades de mensuração são dois:
a) unidades de insumo; e
b) unidade de produto, podendo ser classificado como unidade de produto intermediário e
unidade de produto final.
CUSTOS
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De acordo com o ILPES1 o ciclo de reforma orçamentária representada pelo Orçamento-
Programa fecha-se através da incorporação, na elaboração e no controle orçamentário, de sistemas
de custos.
"O sistema de Orçamento-Programa baseia sua operação no cálculo de custos. Para tanto, é
uma técnica que está constantemente olhando através da ótica dos resultados. Segundo essa
condição é necessário adaptar a contabilidade fiscal para que proporcione os antecedentes
necessários com respeito aos custos, sejam estes unitários e/ou totais. Em outras palavras, a
implantação da técnica orçamentária por programas obriga a mudar o enfoque da contabilidade
fiscal de uma simples contabilidade fiscal orçamentária para uma contabilidade fiscal que incorpore a
contabilidade de custos".
Fala-se na introdução deste trabalho sobre a inexistência de recursos financeiros fartos.
E, tanto na iniciativa privada como nas instituições com fins sociais, esta escassez tem que ser
manipulada de forma tal que os objetivos de umas e de outras, possam ser alcançados.
Uma das missões do orçamento é conciliar, sendo um instrumento de racionalização da gestão
financeira pública, as necessidades de realização com estes parcos recursos existentes.
Para que se possa implantar um sistema de custos na administração pública, as dificuldades são
as mesmas de implantação de qualquer sistema novo, inclusive teriam que ser vencidos
impedimentos formais, pois no passado foi muito mais difícil. No caso, a União está mais permeável,
já que estão operando vários sistemas como:
SIDOR - Sistema de Dados Orçamentários;
SIAPE - Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos;
SIAFI - Sistema Integrado de Administração Financeira;
ANGELA - Sistema de análise Gerencial de Arrecadação;
SIPRAR - Sistema de Previsão de Arrecadação;
SIEST - Sistema de Informações da Secretaria de Empresas Estatais;
SIAPPA - Sistema de Acompanhamento do Plano Plurianual; e
Sistemas de Gerenciamento da Receita e Despesa da Previdência Social;
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O Ilpes é uma entidade permanente e com identidade própria, que é parte da Comissão Econômica para a América
Latina e Caribe, e contribui para o sistema da Organização das Nações Unidas. Fundado em 1962, tem como missão
central apoiar os países em planejamentos estratégicos e na gestão de assuntos públicos mediante a prestação de
serviços de capacitação, consultoria e pesquisa.
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Noções de Administração Financeira e Orçamentária
Ainda, segundo o ILPES, existem quatro sistemas de custos que atenderiam, genericamente, as
diversas exigências do Orçamento-Programa:
Unidade de programação com o cálculo dos custos unitários. Haveria um indicador (UP -
Unidade de Programação), capaz de medir a eficiência e eficácia com que estão sendo alcançadas as
metas programadas;
Unidades de programação sem o cálculo de custo unitário. Seria aplicado naqueles casos em
que as UP identificadas não possuíssem expressão devido a merecerem o cálculo do custo unitário;
a) Sistema de custos para organizações não industriais. Estaria voltado para as organizações
descentralizadas do Estado que prestam serviços; e
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b) Sistemas de custos para organizações industriais. Dirigir-se-ia, este modelo, para as
indústrias clássicas cujo processo produtivo se caracteriza pela transformação de matéria-prima em
produtos finais.
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RECEITA PÚBLICA
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a) Receitas Orçamentárias
São todos os ingressos financeiros de caráter não transitório auferidos pelo Poder Público. Se
subdivide ainda nas seguintes categorias econômicas: receitas correntes e receitas de capital.
b) Receitas Extra-Orcamentárias
Receitas extra-orçamentárias são aquelas que não fazem parte do orçamento público.
Como exemplos temos as cauções, fianças, depósitos para garantia, consignações em folha de 25
pagamento, retenções na fonte, salários não reclamados, operações de crédito a curto prazo e outras
operações assemelhadas.
Sua arrecadação não depende de autorização legislativa e sua realização não se vincula à
execução do orçamento.
Tais receitas também não constituem renda para o Estado, uma vez que este é apenas
depositário de tais valores. Contudo tais receitas somam-se às disponibilidades financeiras do Estado,
porém têm em contrapartida um passivo exigível que será resgatado quando da realização da
correspondente despesa extra-orçamentária.
Em casos especiais, a receita extra-orçamentária pode converter-se em receita orçamentária. é
o caso de quando alguém perde, em favor do Estado, o valor de uma caução por inadimplência ou
quando perde o valor depositado em garantia. O mesmo acontece quando os restos a pagar têm sua
prescrição administrativa decorrida. É importante frisar que cauções, fianças, e depósitos efetuados
em títulos e assemelhados quando em moeda estrangeira são registrados em contas de
compensação, não sendo, portanto considerados receitas extra-orçamentárias.
b) Receitas Extraordinárias
São aquelas que representam ingressos acidentais, transitórios e, as vezes, até de caráter
excepcional, como os impostos por motivo de guerra, heranças, etc.
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a) Previsão
Compreende a estimativa das receitas para compor a proposta orçamentária e aprovação do
orçamento público pelo legislativo, transformando-o em Lei Orçamentária.
Na previsão de receita devem ser observadas as normas técnicas e legais, considerados os
efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou
de qualquer outro fator relevante, sendo acompanhada de demonstrativo de sua evolução nos três
últimos anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referir a estimativa, e da
metodologia de cálculo e premissas utilizadas, segundo dispõe o art. 12 da LRF.
b) Lançamento (aplicável às receitas tributárias) 31
É o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal, identifica a
pessoa que é devedora e inscreve o débito desta. Compreende os procedimentos determinação da
matéria tributável, cálculo do imposto, identificação do sujeito passivo e notificação.
As importâncias relativas a tributos, multas e outros créditos da Fazenda Pública, lançadas mas
não cobradas ou não recolhidas no exercício de origem, constituem Dívida Ativa a partir da sua
inscrição pela repartição competente.
c) Arrecadação
É o ato pelo qual o Estado recebe os tributos, multas e demais créditos, sendo distinguida em;
Direta, a que é realizada pelo próprio Estado ou seus servidores e;
Indireta, a que é efetuada sob a responsabilidade de terceiros credenciados pelo
Estado.
Os agentes da arrecadação são devidamente autorizados para receberem os recursos e
entregarem ao Tesouro Público, sendo divididos em dois grupos:
Agentes públicos (coletorias, tesourarias, delegacias, postos fiscais, etc);
Agentes privados (bancos autorizados).
d) Recolhimento
Consiste na entrega do numerário, pelos agentes arrecadadores, públicos ou privados,
diretamente ao Tesouro Público ou ao banco oficial. O recolhimento de todas as receitas deve ser
feito com a observância da princípio de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para a
criação de caixas especiais. (art. 56 da Lei 4.320/64).
Os recursos de caixa do Tesouro Nacional serão mantidos no Banco do Brasil S/A, somente
sendo permitidos saques para o pagamento de despesas formalmente processadas e dentro dos
limites estabelecidos na programação financeira;
A conta única do Tesouro Nacional é mantida no Banco Central, mas o agente financeiro é o
Banco do Brasil, que deve receber as importâncias provenientes da arrecadação de tributos ou
rendas federais e realizar os pagamentos e suprimentos necessários à execução do Orçamento Geral
da União.
Dívida Ativa ou Receitas a Receber
A Dívida Ativa constitui-se nos créditos da Fazenda Pública, tributários ou não, que, não pagos
no vencimento, são inscritos em registro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, de acordo
com a legislação especifica. A Dívida Ativa da União deve ser apurada e inscrita na Procuradoria da
Fazenda Nacional, e as Dividas dos Estados, DF e Municípios nos seus órgãos correspondentes.
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A Dívida Ativa compõe Ativo Permanente, no Balanço Patrimonial da União, Estados, DF,
Municípios, são créditos a receber de terceiros. A Dívida Passiva constitui o Passivo, sendo
obrigações com terceiros.
A inscrição, perante o Tesouro, na Procuradoria, é condição necessária para seu
encaminhamento à cobrança judicial, à execução. É comum, ser concedidos trinta dias ao devedor, a
partir do vencimento da obrigação, (cobrança amigável); daí, seriam concedidos mais trinta dias para
à cobrança judicial.
Uma observação adicional: segundo a Lei 4.320/64:
pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas, portanto vale para as
32 Receitas Públicas o Regime de Caixa;
pertencem ao exercício financeiro as despesas nele legalmente empenhadas, ou seja,
para as Despesas Pública vale o Regime de Competência.
por isto se diz que a Contabilidade Pública adota o Regime Misto: de caixa para as
receitas e de competências para as despesas.
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DESPESA PÚBLICA
A despesa pública pode ser conceituada como o gasto que a entidade de direito público realiza
para a manutenção de serviços existentes e para a criação ou ampliação dos serviços públicos,
visando à satisfação das necessidades coletivas. Esse conceito de despesa pública equivale ao de
despesa orçamentária, isto é, daquela que, para ser realizada, precisa estar autorizada no orçamento
ou em créditos adicionais.
Saídas de numerário ocorrem, porém, nas entidades de direito público, que não dependem de
autorização legislativa. São as chamadas despesas extraorçamentárias.
Despesa extraorçamentária
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Constituem despesas extraorçamentárias as saídas de numerário que não dependam de
autorização legislativa, isto é, aquelas que não correspondam a pagamentos de despesas
orçamentárias. A despesa extraorçamentária caracteriza-se por acarretar um aumento do Ativo
Financeiro Realizável (quando a saída de numerário gerar um direito a ser inscrito nesse subgrupo)
ou uma redução do Passivo Financeiro (quando, em razão da saída de numerário, ocorrer uma
diminuição das obrigações financeiras inscritas nesse grupo).
São exemplos de despesa extraorçamentária: adiantamentos e empréstimos a autarquias,
desfalques de numerário, com responsabilização de servidor (nesses casos, as saídas de numerário
geram direitos a serem inscritos no Realizável), pagamentos de Restos a Pagar, dos serviços da Dívida
a Pagar, amortização do principal da dívida contraída a curto prazo, devoluções de cauções,
pagamentos às entidades ou pessoas em favor das quais foram efetuadas retenções na fonte (nesses
casos, as saídas de numerário acarretam diminuição do passivo financeiro).
Caracteriza-se a despesa extraorçamentária, ainda, por representar, a exemplo do que
acontece com a receita extraorçamentária, um fato contábil tipo permutativo, uma vez que não
altera o patrimônio líquido.
Despesa orçamentária
A despesa orçamentária pode ser conceituada como aquela que a entidade de direito público,
devidamente autorizada pela lei orçamentária ou pelos créditos adicionais, realiza para a
manutenção de serviços anteriormente criados e para a criação ou ampliação dos serviços públicos,
visando à satisfação das necessidades coletivas. Para que a despesa orçamentária possa ser realizada,
é imprescindível, como se vê, que esteja programada no orçamento ou autorizada por créditos
adicionais. A despesa orçamentária deve ser realizada com rigorosa observância aos três estágios que
a Lei Federal nO 4.320/64 estabelece: empenho, liquidação e pagamento.
Finalmente, é importante anotar que, excetuados os casos previstos pela legislação pertinente,
a despesa orçamentária deve ser precedida de licitação e formalizada através de contrato.
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poupança. Não devem, porém, ser confundidas com os gastos gerais ou despesas gerais da empresa
privada porque muitas das ações importantes que o Governo realiza para a sociedade são
classificadas como despesas correntes, como, por exemplo, as despesas com o ensino e a saúde,
entre muitas outras. São subcategorias das despesas correntes: despesas de custeio e transferências
correntes.
Despesas de custeio
Classificam-se como despesas de custeio as destinadas à manutenção de serviços
anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender obras de conservação e adaptação de bens
móveis e imóveis, tais como funcionamento de escolas, de hospitais, de postos de saúde, coleta de
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lixo, limpeza de vias públicas, serviços administrativos, só para citar alguns exemplos. São elementos
de despesa de custeio: Pessoal, Material de Consumo, Serviços de Terceiros e Encargos e Diversas
Despesas de Custeio.
Transferências correntes
São transferências, de um modo geral, todas as dotações para despesas que não correspondam
a uma prestação de serviço ou aquisição de bens de consumo diretamente na área do Governo que
faz a transferência. Em outras palavras, nas transferências, a despesa vai materializar-se em bens e
serviços na área do Governo ou da entidade beneficiada. Como transferências correntes classificam-
se todas as transferências que participam do conceito de despesa de custeio, o que implica dizer que
as transferências correntes correspondem, em princípio, a uma despesa de custeio nas entidades
beneficiadas.
As transferências podem ser:
Intra-govemamentais, isto é, quando ocorrem em uma mesma esfera de governo
(transferência de uma Prefeitura para uma autarquia municipal ou vice-versa);
Inter-govemamentais, quando ocorrem entre esferas de governo diferentes (União para
Estado, Estado para Município, Estado para União, etc.); Instituições Privadas (Subvenções Sociais,
Subvenções Econômicas, Contribuições Correntes); ao Exterior (transferências a Governos, a
organismos internacionais, contribuições a fundos internacionais; a Pessoas (inativos, pensionistas,
salário-família, apoio financeiro a estudantes, assistência médico- hospitalar, etc.); Encargos da
Dívida
Ouros, outros encargos da dívida, correção monetária sobre as operações de crédito por
antecipação da receita, etc.).
Despesas de capital
Classificam-se como despesas de capital todas aquelas que contribuem para formar um bem de
capital ou adicionar um valor a um bem já existente, bem como transferir, por compra ou outro meio
de aquisição, a propriedade de bem entre entidades do setor público ou de setor privado para o
primeiro.
Tal conceito de despesas de capital não se' confunde com o conceito contábil de bens de Ativo
e como tal contabilizáveis.
Uma estrada, por exemplo, é um bem de capital, mas não é contabilmente um bem de ativo,
por não ser incorporável ao patrimônio das entidades de direito público.
De modo geral, os bens do domínio público são bens de capital embora não adicionáveis ao
patrimônio das referidas entidades. O conceito de despesas de capital é, pois, mais amplo que o de
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ativo contábil. A massa de despesas de capital traz necessariamente a ideia de patrimônio social ou
patrimônio governamental. Por isso é que há despesas de capital que não se agregam ao patrimônio
das entidades de direito público. São subcategorias das despesas de capital: Investimentos, Inversões
Financeiras e Transferências de Capital.
Investimentos
Os investimentos, por serem despesas de capital, participam, genericamente, das propriedades
destas e, de modo específico, constituem aquelas despesas de capital que correspondem à aquisição
de um bem novo, isto é, fazem surgir na economia nacional um novo bem ou agregam novo valor a
um bem já existente. Há investimentos de caráter patrimonial, dos quais resulta um bem ativo, como,
36 por exemplo, a construção de um edifício público; outros há, de caráter puramente social, de que
não resulta um ativo, como, por exemplo, a construção de uma estrada de rodagem. São elementos
de despesa dos investimentos: Obras e Instalações (planejamento e execução de obras, inclusive
aquisição de imóveis considerados necessários à realização das mesmas); Equipamentos e Material
Permanente (Aeronaves, Veículos, Máquinas, etc.); Constituição ou Aumento do Capital de Empresas
Industriais ou Agrícolas (sem caráter comercial ou financeiro); Diversos Investimentos.
Inversões financeiras
As inversões financeiras correspondem a uma despesa de capital da qual, porém, não resulta a
aquisição ou formação de um bem novo. A distinção fundamental entre Investimento e Inversões
Financeiras é, pois, que do primeiro resulta, sempre, a formação ou aquisição de um bem novo,
enquanto que, das segundas, resulta a aquisição de um bem já em utilização. São elementos de
despesas compreendidos em Inversões Financeiras:
Aquisição de Imóveis (exceto aqueles necessários à realização de obras); Aquisição de Outros
Bens de Capital já em Utilização (compra de um trator usado); Aquisição de Bens para Revenda
(compra de mercadorias para revenda); Aquisição de Títulos de Crédito (compra de Títulos de Dívida
Pública);
Constituição ou Aumento de Capital de Empresas Comerciais ou Financeiras, inclusive Bancos e
Companhias de Seguros (que visem a objetivos comerciais ou financeiros); Concessão de
Empréstimos (inclusive bolsas de estudos reembolsáveis); Depósitos Compulsórios; Diversas
Inversões Financeiras.
Transferências de capital
São transferências de capital as despesas que vão, nas entidades beneficiadas, contribuir para
formação ou aquisição de um bem de capital. Participam, pois, as transferências de capital, do
conceito genérico de transferências mencionado, quando se tratou das transferências correntes.
Despesas Correntes
Despesas de Custeio
Pessoal Civil;
Pessoal Militar;
Material de consumo;
Serviços de terceiros;
Encargos diversos.
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Transferências Correntes
Subvenções sociais;
Subvenções econômicas;
Inativos;
Pensionistas;
Salário-família e abono;
Juros da Dívida Pública;
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Contribuição de Previdência Social;
Transferências correntes diversas.
Despesas de Capital
Investimentos
Obras públicas;
Equipamentos e instalações;
Participação no capital de empresas industriais e agrícolas;
Material permanente.
Inversões Financeiras
Aquisição de imóveis;
Participação no capital de empresas comerciais e financeiras;
Concessão de empréstimos;
Constituição de fundos rotativos.
Transferências de Capital
Amortização da dívida pública
Auxílios para obras públicas;
Auxílios para equipamentos e instalações;
Auxílios para inversões financeiras;
Outras contribuições.
Estágios da Despesa
Fixação
1. Empenho
2. Liquidação
3. Pagamento
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Fixação – Não consta da Lei nº 4.320/64 – O estágio da fixação é em última análise, o momento
da edição/aprovação da Lei Orçamentária – instrumento no qual são legalmente fixadas as
discriminações e especificações dos créditos orçamentários. A escrituração contábil da fixação da
despesa orçamentária é feita com base nos valores constantes da Lei de Orçamento publicada e
devidamente registrada no livro da despesa.
Empenho – É emitido pela unidade que recebeu créditos orçamentários por consignação no
orçamento ou por descentralização de créditos de outra unidade.
A Lei nº 4.320/64 define o empenho como “o ato emanado de autoridade competente que cria
para o Estado a obrigação de Pagamento, pendente ou não de implementação de condição” .
38 Assim a lei, em seu art. 60, §§ 2º e 3º, diz:
“ será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar” e “
é permitido o empenho global de despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamento”
Ao emitir um empenho, o Ordenador de Despesas deve deduzir o seu valor da dotação
adequada à despesa a realizar, por força do compromisso assumido, não podendo jamais, o seu valor
exceder o saldo da dotação.
O empenho será formalizado no documento denominado “Nota de Empenho”, no qual
constará o nome do credor, a especificação e importância da despesa, bem como os demais dados
necessários ao controle da execução orçamentária e ao acompanhamento da programação
financeira.
O Empenho possui três modalidades:
a) Empenho ordinário - é emitido para certo e determinado credor e relativo a uma única
parcela de valor indivisível. Exemplo: A compra de artigos de escritório e a contratação de
pequenos serviços de terceiros;
b) Empenho por estimativa - não sendo conhecido o valor da despesa, emite-se um
empenho estimativo. Isto não significa que o credor e o objeto de despesa sejam também
desconhecidos. A estimativa refere-se apenas ao valor. Exemplo: O pagamento de contas
de água, energia e telecomunicações. Ver art. 60, § 2º, da Lei nº 4.320/1964; e
c) Empenho global - engloba pagamentos parcelados relativos a contratos. O credor e a
obrigação são perfeitamente definidos. É semelhante ao Empenho ordinário, diferindo
apenas pelo seu histórico (pagamento parcelado). Exemplo: O contrato para o
asfaltamento de uma via de acesso de uma cidade à estrada federal ou estadual mais
próxima. Em cada uma das etapas concluídas da obra, de acordo com o contrato firmado,
exige-se o pagamento de uma parcela contratual. Outro exemplo são os contratos
referentes a aluguéis. Ao findar o mês, exige-se o pagamento da parcela daquele período.
Ver art. 60 da Lei nº 4.320/1964.
Observações Importantes sobre o Empenho
i - "É vedada a realização de despesas sem prévio empenho." A despesa empenhada posteriormente é sujeita a
crime de responsabilidade. Somente em casos urgentes, caracterizado na Administração Financeira e
Orçamentária legislação em vigor, será admitido que o ato de empenho seja contemporâneo à realização da
despesas. (Ver arts. 60, da Lei nº 4.320/1964; 24, § único, Decreto nº 93.872/1986)
ii - Com relação à definição do empenho criar para o Estado a obrigação de pagamento é bastante discutível. O
empenho por si só não cria a obrigação de pagamento, podendo ser cancelado ou anulado unilateralmente.
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iii - É vedado o empenho no último mês de mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo (1/12) das
despesas previstas no orçamento vigente (ver art. 59 da Lei nº 4.320/1964). Somente admite-se exceção a esta
norma nos casos comprovados de calamidade pública.
iv - "Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome
do credor, a especificação e a importância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação própria
" (grifos nossos).A este respeito ver arts. 61 da Lei nº 4.320/1964; 25 e 29 do Decreto nº 93.872/1986. Por
especificação entende-se o programa de trabalho (classificação funcional-programática) e a classificação por
natureza da despesa (classificação por categorias econômicas e por elementos de despesa). Ver arts. 60 da Lei
nº 4.320/1964; e arts. 29, § único, e 30 do Decreto nº 93.872/1986.
v - "Em casos especiais, previstos na legislação específica, será dispensada a emissão da nota de empenho."
(Art.60, § 1º, da Lei nº 4.320/1964). É preciso retomar a discussão sobre a diferença existente entre empenho 39
e nota de empenho, pois não são a mesma coisa. Primeiro, é possível empenhar-se previamente a despesa,
sem que haja a necessidade da emissão do documento Nota de Empenho. Segundo, empenha-se a despesa
previamente, com a obrigatoriedade da emissão da Nota de Empenho. Desde que regulamentadas na lei
complementar ou supletiva estadual ou municipal, são passíveis de dispensa da Nota de Empenho, quando for
o caso, as seguintes despesas ou obrigações:
a) Relativas a contratos de adesão, de convênios ou contratos expressos, ou de ajustes ou acordos firmados
entre entidades governamentais da mesma esfera e de esfera diferente; ou entre entidades de direito privado
das quais façam parte como acionistas;
b) Originárias de mandamentos constitucionais ou de leis, tais como o PASEP, encargos patronais, sociais e
trabalhistas, inativos, pensionistas e outras;
c) Oriundas de mandamentos constitucionais, da Lei Orgânica dos Municípios ou de outra lei e que caracterize
transferências inter ou intragovernamentais; e d) Referentes a contratos de empréstimos ou financiamentos,
independentemente de destinação do seu produto.
vi -" As despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de vigência plurianual, serão
empenhadas em cada exercício financeiro pela parte nele a ser executada (grifos nossos). Ver art. 27 do
Decreto nº 93.872/1986.
vii - “ O empenho da despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins
salvo quando:
a) vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor;
b) vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em curso a liquidação da despesa, ou seja de
interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;
c) se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas; e
d) corresponder a compromisso assumido no exterior. (Ver art. 35 do Decreto nº 93.872/1986).
viii - "A redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso que caracterize o empenho,
implicará sua anulação parcial ou total, revertendo a importância correspondente à respectiva dotação ...".
Ver art. 35 do Decreto nº 93.872/ 86.
Liquidação - É caracterizada pela entrega da obra dos bens, dos materiais ou dos serviços,
objetos do contrato com o fornecedor.
A Lei nº 4.320/64 em seu art. 63 define que a Liquidação da Despesa “consiste na verificação do
direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo
crédito”.
Na Liquidação da Despesa é verificado se o contrato foi efetivamente cumprido pelo
fornecedor e é nesse momento que se faz a contabilização da despesa.
O ato de liquidar exige que a mesma seja contabilizada, pois, ao se receber o objeto do
empenho, ocorre uma alteração na qualidade ou na quantidade do patrimônio da entidade, que tem
de ser registrado na contabilidade.
Pagamento - Conforme o art. 62 da Lei nº 4.320/1964, "...o pagamento da despesa só poderá
ser efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.". É preciso observar que a liquidação da
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despesa permite a administração pública reconhecer a dívida como líquida e certa, só então nasce a
obrigação de pagar.
De acordo o art. 64 da supracitada lei, " a ordem de pagamento é o despacho exarado por
autoridade competente, determinando que a despesa seja paga." E prossegue em seu § único, " a
ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviços de
contabilidade."
Com a unificação dos recursos de caixa do Tesouro Nacional, promovida pelo Decreto nº
93.872/ 86, em seu art. 43, ficou estabelecido que a ordem de pagamento é dada em documento
próprio assinado pelo ordenador de despesas e pelo agente responsável pelo setor financeiro. O
documento próprio denomina-se "Ordem Bancária" e disciplinado pela Instrução Normativa/STN nº
40 04, de 13.08.2002. O pagamento será efetuado mediante saque contra a conta única do Tesouro
Nacional, para crédito em conta bancária do credor, no banco por ele determinado, podendo ser
efetuado em espécie, quando autorizado (ver art. 43 do Decreto nº 93.872/ 86).
Atualmente, a ordem de pagamento é dada por meio de emissão, no Sistema Integrado de
Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI, de ordem bancária autorizada pelo ordenador
de despesas e pelo agente responsável pelo setor financeiro.
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RESTOS A PAGAR
Considera-se Restos a Pagar, as despesas empenhadas, mas não pagas até 31 de dezembro, estando a
sua execução condicionada aos limites fixados à conta das fontes de recursos correspondentes, com
base na legislação vigente.
O conceito de Restos a Pagar está ligado aos Estágios da Despesa Pública, representados pelo
Empenho, Liquidação e Pagamento.
O Empenho constitui o primeiro estágio da despesa pública e é de onde se origina o processo de
Restos a Pagar. Portanto, sendo emitido o empenho, fica o Estado obrigado ao desembolso financeiro,
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desde que o fornecedor do material ou prestador dos serviços atenda a todos os requisitos legais de
autorização ou habilitação de pagamento.
A Liquidação é o segundo estágio da despesa pública e consiste na verificação do direito adquirido
pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito, após a
entrega do bem e ou serviço objeto do gasto.
Entre o estágio do empenho e da liquidação há uma fase intermediária na qual o fato gerador da
despesa já ocorreu, porém ainda não foi liquidada. Esta fase é denominada em liquidação.
De forma mais objetiva, a fase em liquidação é toda despesa em que o credor, de posse do empenho
correspondente, forneceu o material, prestou o serviço ou ainda executou a obra e que tenha sido
devidamente atestada ou encontra-se em fase de análise e conferência. 2.2.3 - O Pagamento é o
terceiro estágio da despesa e resulta na extinção da obrigação, após o respectivo ateste.
Quando o pagamento deixa de ser efetuado no próprio exercício, procede-se, então, à inscrição em
Restos a Pagar.
A inscrição dos Restos a Pagar (RP) os classificará em: RP Processados, RP Não Processados em
liquidação e RP Não Processados a liquidar.
a) RP Processados: no momento da inscrição a despesa estava liquidada;
b) RP Não Processados em Liquidação: no momento da inscrição a despesa estava em processo de
liquidação, ou seja, estava na fase em liquidação;
c) RP Não Processados a liquidar: no momento da inscrição a despesa não estava liquidada e sua
inscrição está condicionada a indicação pelo Ordenador de Despesa da Unidade Gestora, ou pessoa
por ele autorizada, formalmente no SIAFI em espaço próprio na tabela de UG.
Os Restos a Pagar Não Processados em liquidação e a liquidar passarão a ser restos a pagar não
processados liquidados, com tratamento similar aos processados, quando a liquidação efetiva ocorrer
no exercício seguinte ao da inscrição
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Noções de Administração Financeira e Orçamentária
Não serão inscritos em restos a pagar não processados empenhos referentes a despesas com diárias,
ajuda de custo e suprimento de fundos.
Essas despesas serão consideradas liquidadas no momento da autorização formal do instrumento de
concessão.
É vedada a inscrição de RP (Não Processados) sem que h aja a suficiente disponibilidade de caixa
assegurada para este fim. Na utilização da disponibilidade de caixa são considerados os recursos e
despesas compromissadas a pagar até o final do exercício, ressalvado o disposto no art. 42 da Lei
Complementar n.º 101 (LRF), de 04/05/2000, quando for o caso.
A inscrição dos RP Não Processados em Liquidação está condicionada ao registro dos empenhos a
42 liquidar que o fato gerador já tenha ocorrido, porém a sua liquidação não pode ser efetuada.
A inscrição dos Restos a Pagar Não Processados a Liquidar está condicionada a indicação pelo
Ordenador de Despesa da Unidade Gestora, ou pessoa por ele autorizada, formalmente no SIAFI em
espaço próprio na tabela de UG.
A Inscrição de RP será efetuada de forma automática pelo Sistema em data indicada na Norma de
Encerramento do exercício.
As despesas que estão nos estágios de empenho ou de liquidação, relativas a transferências, poderão
ser inscritas em Restos a Pagar, observadas as condições abaixo:
- Quando o convênio ou similar esteja dentro do prazo de vigência;
- Exista a garantia da liberação dos recursos financeiros por parte do concedente;
- A execução da despesa tenha sido iniciada, nos termos do 4, art. 68 do Decreto 93.872/86.
- A despesa tenha sido liquidada, com base na conclusão da análise técnica do objeto pactuado, em
conformidade com a documentação que suportou o instrumento e, consequentemente, a
comunicação de sua aprovação ao convenente;
- O cronograma de desembolso preveja parcelas financeiras não liberadas até o encerramento do
exercício.
ORIENTAÇÕES GERAIS
Os restos a pagar inscritos no final do exercício anterior quando não efetivamente liquidados ou
colocados em processo de liquidação, terão validade até o dia 30 de junho do segundo ano
subsequente ao de sua inscrição.
De acordo com o art. 68 do Decreto 93.872/86, permanecerão válidos, após a data estabelecida no
item anterior, os restos a pagar não processados que se refiram a despesas:
a) executadas diretamente pelos órgãos e entidades da União ou mediante transferência ou
descentralização aos Estados, Distrito Federal e Municípios, com execução iniciada, nos termos do
Decreto 93.872/86, até a data prevista para prescrição;
b) do Programa de Aceleração do Crescimento;
c) do Ministério da Saúde;
d) do Ministério da Educação financiadas com recursos da Manutenção e Desenvolvimento do Ensino.
O não cancelamento de restos a pagar não processados no prazo previsto constitui infrigência ao art.
68 do Decreto 93.872/86, salvo se prorrogado por instrumento legal dentro do prazo de vigência dos
mesmos.
A prorrogação de restos a pagar não processados a liquidar sem instrumento legal que o ampare,
constitui infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira e orçamentária de
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que trata o art. 16, Inciso III, alínea "b" da Lei 8.443/92, a qual sujeita os infratores à sanção prevista
no inciso II do art. 58 da mesma Lei.
Os Restos a Pagar processados, por constituir direitos efetivos ao credor, não serão cancelados no
prazo previsto automaticamente pelo sistema contábil. A anulação ou cancelamento deverá ser
realizada manualmente pelos gestores na hipótese de ter ocorrido erro na inscrição, fato posterior
que inviabilize o pagamento ou no caso de prescrição qüinqüenal.
O cancelamento, a qualquer tempo, de Restos a Pagar inscritos em exercícios anteriores não gera
reaproveitamento da dotação no exercício em que é cancelada princípio orçamentário da anualidade.
Os Restos a Pagar não processados liquidados no exercício subseqüente à inscrição terão o mesmo 43
tratamento dado aos Restos a Pagar Processados, não sendo cancelados automaticamente.
A liquidação, concomitante ou não com o pagamento de Restos a Pagar, será efetuada no
recebimento do material, na execução de obra ou na prestação de serviço, independentemente de
requerimento do credor.
As Despesas de Exercícios Anteriores (DEA) referem-se às dívidas reconhecidas para as quais não existe
empenho inscrito em Restos a Pagar, seja pela sua anulação ou pela não emissão da nota de empenho no
momento oportuno. Originam-se, assim, de compromissos gerados em exercício financeiro anterior àquele em
que deva ocorrer o pagamento, para o qual o orçamento continha crédito próprio, com suficiente saldo
orçamentário, mas que não tenham sido processados naquele momento.
Assim, conforme especifica o Art. 37 da Lei nº 4.320/64, poderão ser pagas a conta de dotação
específica consignada no orçamento da entidade devedora e discriminadas por elemento, obedecida, sempre
que possível, a ordem cronológica:
• as despesas de exercícios encerrados, para os quais o orçamento respectivo consignou crédito próprio,
com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria;
• Os restos a pagar com prescrição interrompida;
• Os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício financeiro.
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Aplicação do art. 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal aos Restos a Pagar e considerações sobre as
Despesas de Exercícios Anteriores
O art. 42 da Lei Complementar n. 101 de 2000 — Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) — assim dispõe:
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu
mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha
parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e
despesas compromissadas a pagar até o final do exercício.
Esse dispositivo tem como objetivo evitar que os compromissos assumidos em uma gestão ultrapassem
a sua capacidade de pagamento e reduzam a receita disponível para o mandato seguinte.
Nesse sentido, é possível concluir que o comando legal supracitado determina a irregularidade dos
registros de valores em Restos a Pagar quando não existirem valores correspondentes em disponibilidades de
caixa.
Da mesma forma, apesar de não haver disposição legal expressa nesse sentido sobre as Despesas de
Exercícios Anteriores, em decorrência da boa fé e da necessidade de transparência das contas públicas,
deveriam ser realizadas estimativas, pelo gestor, de forma prudente e na medida do possível, das despesas
que poderiam ser reconhecidas em anos posteriores, e da reserva de disponibilidades de caixa suficientes para
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a cobertura dessas despesas. Essa medida evitaria o comprometimento das receitas de exercícios seguintes,
principalmente no período de transição entre mandatos.
Em consequência, do ponto de vista da fiscalização, a análise adequada pelo Tribunal de Contas sobre as
despesas registradas nas contas de Restos a Pagar e Despesas de Exercícios Anteriores, em especial no período
de transição entre mandatos, dependeria de informações adicionais, prestadas pelos jurisdicionados, que
permitissem identificar adequadamente as responsabilidades específicas de cada gestor.
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c) Créditos Extraordinários
São destinados para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública (CF. art. 167, § 3).
Os créditos extraordinários, quanto à forma procedimental, são abertos por Decreto do Poder
Executivo, que encaminha para conhecimento do Poder Legislativo, devendo ser convertido em lei no
prazo de trinta dias.
Com relação à vigência, os créditos extraordinários vigoram dentro do exercício financeiro em
que foram abertos, salvo se o ato da autorização ocorrer nos últimos quatro meses (setembro a
dezembro) daquele exercício, hipótese pela qual poderão ser reabertos, nos limites dos seus saldos,
46 incorporando-se ao orçamento do exercício seguinte.
Recursos para financiamento dos Créditos Adicionais
Os recursos financeiros disponíveis para abertura de créditos suplementares e especiais estão
listados no art. 43 da Lei n° 4.320/64, no art. 91 do Decreto-Lei n° 200/67 e no § 8° do art. 166 da
Constituição Federal:
O superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, sendo a
diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda,
os saldos dos créditos adicionais reabertos ou transferidos, no exercício da apuração, e
as operações de créditos a eles vinculadas.
O excesso de arrecadação, constituído pelo saldo positivo das diferenças, acumuladas
mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a
tendência do exercício. Do referido saldo será deduzida a importância dos créditos
extraordinários abertos no exercício.
A anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais
autorizados em lei, adicionando àquelas consideradas insuficientes. Neste tipo, inclui-se
a anulação da reserva de contingência, conceituada como a dotação global não
destinada especificamente a órgão, unidade orçamentária ou categoria econômica e
natureza da despesa;
O produto das operações de crédito, desde que haja condições jurídicas para sua
realização pelo Poder Executivo.
Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei
orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados,
conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e
específica autorização legislativa. (CF, art. 166, § 8°).
O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a sua espécie e a classificação da
despesa.
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DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
A sanção do autógrafo do projeto de lei orçamentário pelo Presidente da República, ou sua
promulgação pelo Presidente ou Vice-Presidente do Senado, encerra o processo de elaboração do Orçamento
e cria condições à execução da despesa pública, uma vez que a Lei Orçamentária Anual contém a ratificação
prévia da despesa e da receita para um período determinado.
Com a aprovação do Orçamento Público os créditos orçamentários são registrados nas Unidades
Setoriais Orçamentárias de cada Órgão, sendo necessário, ainda, a descentralização dos recursos às Unidades
Gestoras Administrativas para que elas procedam efetivamente a execução da despesa. Denomina-se Provisão 47
à descentralização interna e Destaque a descentralização externa de créditos orçamentários às Unidades
Gestoras do sistema.
• “A descentralização interna de créditos (provisão) é a realizada entre Unidades Gestoras de um
mesmo Órgão ou Entidade integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social, respeitada, fielmente, a
classificação funcional e por programas”
Descentralização Financeira
Juntamente à Descentralização Orçamentária, ocorre a Descentralização Financeira, que consiste na
movimentação dos recursos financeiros do órgão central de programação financeira para as Unidades
Gestoras tendo como finalidade o pagamento das despesas orçamentárias legalmente empenhadas e
liquidadas.
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O repasse é então caracterizado pela transferência de recursos financeiros entre órgãos de estruturas
administrativas diferentes, ou seja, entre Ministérios Secretarias, destinados a atender o pagamento dos
gastos orçamentários. É a movimentação externa de recursos financeiros.
Pode ocorrer entre órgãos da administração direta, ou desta para uma entidade da administração
indireta, ou entre estas entidades, bem como de uma entidade da administração indireta para um órgão da
administração direta.
O repasse normalmente acompanha o destaque.
O Sub-repasse é a descentralização dos recursos financeiros vinculados ao orçamento, recebidos
anteriormente sob a forma de cota, realizada pelos órgãos setoriais de programação financeira, que os
transfere para unidade orçamentária ou administrativa a eles vinculadas, ou seja, que faça parte da estrutura
da Secretaria.
COMPILANDO:
Partindo-se dos sistemas da União, necessário se faz reproduzir o significado dos principais termos
empregados, a fim de tornar operacional o procedimento, em conformidade com o que segue:
Descentralização de Crédito
Transferência de uma unidade orçamentária ou administrativa para outra, do Poder de utilizar créditos
orçamentários ou adicionais que estejam sob a sua supervisão, ou lhe tenham sido dotados ou transferidos.
São operações descentralizadoras de crédito: o destaque e a provisão.
Destaque de Crédito
Operação descentralizadora de crédito orçamentário em que um Ministério ou Órgão transfere para
outro Ministério ou Órgão o poder de utilização dos recursos que lhe foram dotados.
Provisão
Operação descentralizadora de crédito orçamentário, em que a unidade orçamentária de origem
possibilita a realização de seus programas de trabalho por parte de unidade administrativa diretamente
subordinada, ou por outras unidades orçamentárias ou administrativas não subordinadas, dentro de um
mesmo Ministério ou órgão.
Repasse
Importância que a unidade orçamentária transfere a outro Ministério ou órgão, estando associado ao
destaque orçamentário.
Sub-repasse
Importância que a unidade orçamentária transfere a outra unidade orçamentária ou administrativa do
mesmo Ministério ou órgão cuja figura está ligada à provisão.
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2.3 Quando se considera a amplitude, o foco está na extensão proporcionada por cada um dos
conceitos. Assim, o acompanhamento das ações orçamentárias pressupõe uma visão geral do que está sendo
acompanhado e o monitoramento, por sua vez, busca a especificidade.
2.4 Com relação à aplicação, o acompanhamento permite a obtenção de subsídios úteis para
prestação de contas e transparência exigida pela sociedade, tal qual como previsto na Constituição. Como os
dados fornecidos pelo acompanhamento são de conformidade para controle, eles são estáticos. O
monitoramento traz subsídios para a tomada de decisão. Ao se identificar tempestivamente os pontos frágeis
e as restrições, os dados são importantes para proporcionar intervenções corretivas por meio de uma ação
proativa do gestor. Essa é uma atividade gerencial que maximiza os resultados. Os dados, por conseguinte, são
50 dinâmicos.
2.5 Para fazer o acompanhamento orçamentário, que considera os valores físicos e financeiros das
ações, são utilizados, como forma de medição, indicadores de eficiência e eficácia. O monitoramento, por sua
vez, faz uso de indicadores de eficácia e os instrumentaliza para uma análise posterior na busca de sinais para
efetividade, resultados e impactos, que são comumente buscados quando da avaliação de uma política
pública.
2.7 Em relação à responsabilidade por executar o acompanhamento, esta recai legalmente sobre
os administradores e demais responsáveis por bens, dinheiro e valores públicos. No caso do monitoramento, é
atribuída aos administradores que precisam priorizar os projetos da sua pasta para garantir a efetiva
realização.
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próprio do módulo de acompanhamento do SIOP. Salienta-se que pela possível ocorrência de alterações nas
classificações institucional, funcional e programática e/ou de produto e/ou unidade de medida, os campos
com valores financeiros de Restos a Pagar Não Processados podem vir zerados e assim, as UO e os OS devem
registrar os dados efetivos de execução física, caso tenham ocorrido, no campo “RAP Não Processado” /
“Físico” / “Realizado”, e preencher em seguida o campo “Justificativa”.
Os dados serão captados no SIOP primeiramente pela UO e, depois, pelo OS, nos prazos estabelecidos
pela SOF, a partir de uma janela de tempo cadastrada, ou seja, uma data início e uma fim para a execução da
52
tarefa. A divisão do prazo estabelecido pela SOF entre a UO e o OS ficará a critério do OS, desde que
respeitado o seu prazo final.
No primeiro período, após a armazenagem dos dados no SIOP, o OS fará a sua formalização. Em seguida,
o OS extrairá do sistema o Relatório Resumo da Execução das Ações do período Janeiro a Junho e
providenciará sua divulgação (por exemplo, no seu sítio da Internet) para dar conhecimento à sociedade do
andamento das políticas do órgão. Este relatório traz dados sobre o acompanhamento orçamentário, que são
extraídos automaticamente do SIAFI e do cadastro vigente da ação orçamentária, bem como a meta física
realizada que é informada na captação.
Quanto ao segundo período, da mesma forma que no primeiro, após a captação dos dados, o OS fará a
sua formalização e, em seguida, extrairá o mesmo relatório, dessa vez para o período Janeiro a Dezembro
(correspondendo ao 1º e 2º semestres acumulados) e o divulgará.
Existe outro relatório, a saber: Relatório Acompanhamento da Execução, que pode ser extraído para os
dois períodos já citados: Janeiro a Junho ou Janeiro a Dezembro. Além dos dados que compõe o Relatório
Resumo da Execução, este traz informações acerca dos dados inseridos na captação referentes ao
reprogramado físico e financeiro e os seus respectivos indicadores.
Será obrigatório o preenchimento de dados físicos dos subtítulos com produto e execução financeira,
além do preenchimento da justificativa dos subtítulos com execução financeira, mas com físico ZERO. Também
será necessário o preenchimento de justificativa nos casos em que o físico seja diferente de ZERO e não haja
execução financeira.
Durante o período da captação, a SOF poderá, caso deseje, fazer seu acompanhamento por meio de
consulta ao sistema ou por meio de dois relatórios, a saber: a Situação da Coleta o Espelho da Coleta. Com
isso, será possível a comunicação com o OS para saber os motivos da não captação ou das falhas na mesma.
O OS poderá também fazer uso desses relatórios de forma a contatar as UO´s para saber os motivos da
não captação ou das falhas na mesma.
O órgão de Controle Interno poderá fazer o acompanhamento, tanto por meio de consultas ao sistema
quanto dos mesmos relatórios citados anteriormente.
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1 Organizar o processo de captação das informações acerca da execução orçamentária, no que diz
respeito ao aspecto da programação física das ações orçamentárias.
2 Elaborar e disponibilizar módulo específico no SIOP para inserção de dados a respeito do
acompanhamento da execução físico-financeira das ações orçamentárias.
54 3 Definir o método, a dinâmica e periodicidade da inserção de dados no SIOP.
4 Treinar os órgãos setoriais quanto ao novo módulo, possibilitando a capacitação suficiente para o
funcionamento do sistema.
INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO
Os indicadores são medidas que operacionalizam um conceito abstrato ou processo decisório. Sendo
uma medida, uma forma de mensuração, um parâmetro, o indicador é um instrumento que sintetiza um
conjunto de informações em um "número", auxiliando na interpretação da realidade. Dessa forma, o
acompanhamento da execução física e financeira será expresso por meio de indicadores com as seguintes
especificações:
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1 Indicadores de Eficiência - Eficiência em relação à meta na LOA (EFLOA) e Eficiência em relação à meta
após a reprogramação (EFREP):
a) para a meta constante da LOA-2012: esse indicador permitirá verificar se a meta física prevista
na LOA foi alcançada com os recursos da dotação atual (LOA + Créditos), com a seguinte fórmula de cálculo:
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b) para a meta física reprogramada, considerada apenas no nível gerencial: esse indicador
permitirá verificar se a meta física reprogramada foi alcançada com os recursos da reprogramação financeira,
com a seguinte fórmula de cálculo:
2 Indicadores de Eficácia - Eficácia em relação à meta da LOA (ECLOA) e Eficácia em relação à meta após
a reprogramação (ECREP):
a) para a meta física constante da LOA-2012: esse indicador permitirá verificar se a meta prevista
na LOA foi alcançada, com a seguinte fórmula de cálculo:
b) para a meta física reprogramada, considerada apenas no nível gerencial: esse indicador
permitirá verificar se a meta física reprogramada foi feita corretamente, ou seja, se o gestor ao reprogramar a
meta, por um dos três motivos citados anteriormente, se aproximou mais da realidade, com a seguinte
fórmula de cálculo:
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Esses indicadores serão gerados automaticamente pelo sistema. Na maioria das situações, os gestores
devem buscar obter valores maiores que 100% para esses indicadores. Sabe-se que, para alguns casos (Por
exemplo, quando a safra de algum produto agropecuário é muito grande, o mercado paga um valor menor
que o preço mínimo definido por lei. Então, o governo garante a sustentação do preço mínimo na
comercialização desses produtos. Essa situação independe do gestor governamental e, quando ocorre, a meta
física realizada é superior à prevista na LOA e, consequentemente, o indicador fica maior que 100%.) a
polaridade destes indicadores deve ser invertida. Portanto, nos casos em que o melhor resultado para o
indicador seja ficar abaixo dos 100%, esta situação deve ser mencionada no campo de comentários previsto no
módulo de acompanhamento orçamentário do SIOP.
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SITUAÇÃO DA COLETA
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[ANOTAÇÕES]
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