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DA COMARCA DE CAMPINAS/SP.
Processo n. 1234
CONTESTAÇÃO em face de
I – INICIALMENTE
A parte autora afirma que era funcionária da empresa XYZ Ltda., cuja qual
a parte ré é sócia majoritária e presidente. Alega que a parte ré desempenhava,
à época do negócio jurídico, a função de diretora do orfanato beneficiário da
doação. Alega que tal doação ocorreu em virtude da coação sofrida pela parte
ré, que diariamente lhe dizia que deveria doar algum bem para a caridade, a fim
de que “reservasse seu espaço no céu”, crença da religião a qual pertencia.
III – PRELIMINARES
Dispõe o art. 178, I do Código civil que é de 4 anos o prazo para pleitear
a anulação de negócio jurídico, contado, no caso de coação, do dia em que ela
cessar.
A parte autora alega que cedeu à vontade da diretora do orfanato, ora
parte ré, com receio de não perder o emprego. Contudo, esconde do Juízo o fato
de que no mês seguinte à doação, ou seja, em abril de 2012, a parte autora
pediu demissão por ter aceitado a proposta de emprego feita pela concorrente
em fevereiro de 2012, em razão do melhor salário.
V – MÉRITO
O negócio jurídico pode ser anulado quando for maculado por vícios
resultantes de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores, nos termos do que dispõe o artigo 171, II do Código Civil (CC). A parte
autora alega ter sido foi vítima de coação praticada pela parte ré, instituto que
constitui um defeito do negócio jurídico por atingir a vontade de um dos sujeitos,
tornando o negócio passível de ação anulatória.
A coação pode ser conceituada como sendo uma pressão física ou moral
exercida sobre o negociante, visando obrigá-lo a assumir uma obrigação que
não lhe interessa, conforme previsto no caput do artigo 153, CC. É, pois,
elemento essencial do instituto a submissão da vítima coagida à prática de
determinado negócio jurídico para evitar o mal objeto da ameaça.
Ademais, ainda que a parte autora não houvesse requerido sua demissão
tal situação configuraria, no máximo, o temor reverencial, ineficaz à configuração
da coação, conforme expressamente dispõe o artigo 153, I, CC.
VI - PEDIDOS
VII – PROVAS
Protesta provar a verdade dos fatos alegados por meio das provas
documental e testemunhal, cujo rol segue anexo, requerendo desde logo o seu
deferimento.
Campinas/SP, data.
Nome do Advogado(a)
OAB/UF