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RESTRIÇÃO E SUSPENSÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

1 - Direito Fundamental

Entende-se por direitos fundamentais, os direitos básicos individuais,


sociais, políticos e jurídicos que são previstos na Constituição Federal, cuja
finalidade é proporcionar o necessário para uma existência digna e justa a todos
os cidadãos do país, sejam eles natos ou naturalizados, visa garantir, o respeito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à moradia e à dignidade, tendo
como objetivo principal limitar o poder do Estado ante a sociedade, evitando que
esse exerça o poder de forma excessiva e desumana.
Embora expressos na Constituição Federal de 1988, entre os artigos 5°
ao 17°, os direitos fundamentais não são absolutos nem ilimitados e podem
sofrer restrições e suspensões quanto ao seu exercício. Isso se dará quando o
próprio estado de direito se encontrar em situação de crise institucional, também
conhecidas como limitações circunstanciais, em que ocorrem as situações de
intervenção federal, estado de sitio e estado de defesa.

2. Suspensão aos Direitos Fundamentais

Suspensão dos direitos e garantias fundamentais significa que alguns


desses direitos, tornou-se ineficaz em determinado momento. Apesar de
continuar existindo os direitos fundamentais, esses não podem ser recorridos
pela pessoa para fazer suspender a conduta que está sendo praticada contra ela
pelo Estado, na defesa de bens maiores. Em outras palavras, mesmo em
situações excepcionais, não se altera o direito em si, mas o seu exercício. A
determinação de qual direito fundamental possa ter a sua eficácia suspensa e
de qual bem possa ser considerado mais importante a ponto de suspendê-lo é
função do próprio Estado, conforme a situação concreta e os interesses nela
envolvidos, segundo critérios determinados pelos princípios da razoabilidade e
da proporcionalidade.

2. 1 Estado De Sítio
Estado de Sítio é a situação de comoção interna ou externa sofrida pelo
Estado, que possibiliza a suspensão temporária de garantias individuais, a fim
de manter a ordem estabelecida, afim de proteger o Estado. É também um
estado de exceção e que ocorre quando este está sob certa ameaça como
calamidade pública ou uma guerra.
Pode ser definido como um instrumento político e burocrático sobre o qual
o Presidente da República suspende temporariamente a atuação dos poderes
Judiciário e Legislativo, submetendo-os ao Executivo, sendo necessário solicitar
autorização da maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal para decretá-lo, não pode durar mais que 30 dias, ou seja,
dentro desse prazo deve haver o restabelecimento da ordem. Porém, pode ser
prolongado em casos de conflito armado, enquanto houver, desde que seja
aprovado pelo Congresso Nacional.
É, porém, um recurso emergencial que não pode ser usado para fins de
disputa de poder ou pessoais, mas apenas para agilizar as ações do governo
em épocas de extrema urgência e necessidade de eficiência do Estado. O
Estado de sítio poderá atingir um local ou todo o território nacional.

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da


República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional
autorização para decretar o estado de sítio nos casos de:
I - Comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II - Declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada
estrangeira.

Quando o estado de sítio está decretado e em vigorando, o Estado tem


autonomia para reduzir algumas liberdades concedidas aos cidadãos, podendo
suspender o direito de liberdade de reunião, ou determinar que esses fiquem em
certo lugar, requisitar os bens, ou intervir em empresas de serviços públicos.
Porém, o Governo não poderá interferir, no que se refere ao direito à vida, à
liberdade de religião, à capacidade civil, à cidadania.
2.2 ESTADO DE DEFESA

O Estado de defesa é uma situação de emergência e tem como propósito


a preservação ou restauração da paz social e ordem pública, em locais que
sofrem com instabilidades institucionais, grandes calamidades ou situações de
guerra.
É um tipo mais moderado do Estado de sítio e se dá a partir de decreto
emitido pelo Presidente da República, não exigindo autorização do Congresso
Nacional. Porém até 24 horas após de decretado o estado de defesa deverá o
Presidente apresentar a justificativa perante o Congresso que poderá confirmar
ou revogar a medida O decreto deverá determinar o local onde o Estado de
Defesa será aplicado, o prazo de sua duração, este não superior a 30 dias,
podendo prorrogado apenas uma vez)por igual número de dias, desde que
hajam justificativas concretas para tal decisão, e indicar as medidas adotadas,
nos termos e limites constitucionais e legais. De acordo com o art. 136 CF/88.

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da


República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para
preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a
ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza

Assim como está previsto na lei, as restrições que atuam


como consequências do Estado de Defesa são: a perda do direito ao sigilo de
correspondência; restrição ao direito de poder se reunir em grupos, mesmo no
seio das associações; e a perda do sigilo telefônico.
O Estado de Defesa é considerado um estado de exceção, isto é, uma
condição oposta ao Estado de Direito, e que deve ser temporário.

3. Restrições aos Direitos Fundamentais

Restrição pode ser conceituada como qualquer ação ou omissão do poder


público que afete o direito fundamental de modo desfavorável. Incluindo tanto os
atos que dificultam o acesso absoluto do bem jurídico tutelado quanto aqueles
que enfraquecem os deveres e obrigações do Estado que se dispõe à garantia
do direito fundamental.
A limitação de direitos fundamentais deve ser adequada para produzir a
proteção do bem jurídico pelo qual é efetuada, respeitando relação entre o peso
e o significado do direito fundamental.
Essas restrições podem ser divididas em: restrições diretamente
constitucionais, restrições indiretamente constitucionais (reserva de lei restritiva)
e restrições não expressamente autorizadas pela Constituição.

3.1 Restrições diretamente constitucionais

As restrições diretamente constitucionais são aquelas estabelecidas pelo


próprio texto constitucional, sendo distinguidas quando estabelecidas em
cláusula de exceção trazida no próprio dispositivo que assegura o direito,
entretanto, estas também podem estar elencadas em qualquer parte do texto
constitucional.

3.2 Restrições indiretamente constitucionais (reserva de lei restritiva)

As restrições indiretamente constitucionais são aquelas que não se


encontram previstas no texto constitucional que confere o direito fundamental,
uma vez que a Constituição limita-se a autorizar o legislador a estabelecê-los
através de leis infraconstitucionais

3.3 Restrições não expressamente autorizadas pela constituição

As restrições não expressamente autorizadas pela Constituição são


aquelas que, não decorrendo imediatamente do texto constitucional e nem de
reserva de lei, são extraídas da pré-compreensão de que não existem direitos
absolutos ou ilimitados. Os limites ao seu exercício decorrem da própria ordem
jurídico-constitucional.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS

BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Positivo. 19ª ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2001.

FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. . - 3.ed. - Rio de


Janeiro.

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 31a edição. São Paulo: Atlas, 2014.

Âmbito Jurídico – Restrições de direitos fundamentais. Disponível em: http://


http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=artigos_leitura_pdf&artigo_id=4
228%3E. - Acesso em 23 de setembro de 2007.

Jus Brasil – Restrições de direitos fundamentais. Disponível em: http://


http://www.lfg.jusbrasil.com.br/noticias/20095/os-direitos-fundamentais-podem-sofrer-
restricoes-ariane-wady. - Acesso em 22 de setembro de 2007.

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Constituição (1988). Brasília: Planalto do


Governo. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>.

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