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Sumário

I. A Atividade do Agente Autônomo de Investimento ...................................................................................................... 3


1.A Atividade do Agente Autônomo de Investimento Instruções CVM n° 497/11 e n° 515/11 ........................... 3
2. Diferenciação da Atividade de AAI das atividades de administração, análise e consultoria de valores
mobiliários. ............................................................................................................................................................................. 4
3. Concessão da Autorização para Exercício da Atividade ........................................................................................ 4
4. Suspensão e Cancelamento da Autorização para Exercício da Atividade ........................................................ 5
5. Contrato de Agenciamento e Remuneração .............................................................................................................. 5
II. Código de Conduta do Agente Autônomo de Investimento....................................................................................... 5
1. Normas de Conduta (Código de Conduta da Ancord) ............................................................................................ 5
2. Responsabilidades dos AAl e das Instituições contratantes (Código de Conduta Profissional dos AAI) 6
3. Princípios Éticos ............................................................................................................................................................... 8
III. Lei no 9.613/98; Circular BACEN 3461/09; Instrução CVM n° 301/99 ...................................................................... 9
1. Conceito de crime de Lavagem de Dinheiro ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores; Tipificação ........ 9
2. Responsabilidades (Lei 9.613/98) (cont.) .................................................................................................................. 10
3. Ações Preventivas; Cadastro de Cliente (Princípio do “Conheça seu Cliente") ............................................ 10
4. Pessoa Politicamente Exposta (PPE) ........................................................................................................................ 11
5. Acompanhamento das Operações - Dever das pessoas jurídicas sujeitas a obrigações junto à CVM ... 11
IV. Economia ............................................................................................................................................................................. 12
1. Noções Gerais de Economia........................................................................................................................................ 12
2. Índices e Indicadores ..................................................................................................................................................... 13
3. Política Monetária; Fiscal; Cambial; de Rendas ..................................................................................................... 14
4. Setor Externo ................................................................................................................................................................... 15
V. Sistema Financeiro Nacional ........................................................................................................................................... 16
1. Composição e Regulação Governamental ............................................................................................................... 16
2. Entidades de Apoio, de Serviços e de Autorregulação ........................................................................................ 19
3. SPB – Sistema de Pagamentos Brasileiro ................................................................................................................ 20
VI. Instituições e Intermediadores Financeiros ................................................................................................................ 21
1. Instituições Financeiras ................................................................................................................................................ 21
2. Conceituação e Classificação ..................................................................................................................................... 21
3. Mercados Regulamentados de Valores Mobiliários .............................................................................................. 25
4. Bolsas Internacionais .................................................................................................................................................... 25
VII. Administração de Risco .................................................................................................................................................. 26
1. Conceito e Tipos de Risco............................................................................................................................................ 26
2. Diversificação de Carteiras .......................................................................................................................................... 26
3. Conceito e Características do VAR ............................................................................................................................ 27
4. Conceito e Características do Duration .................................................................................................................... 27
5. Conceito e Características de Limite de Oscilação ............................................................................................... 27
6. Conceito e Características dos Túneis de Negociação ........................................................................................ 28

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7. Atividades e Modelo de Liquidação e Compensação da Clearing ..................................................................... 28
VIII. Mercado de Capitais – Produtos – Modalidades Operacionais – Liquidação .................................................. 29
1. Mercado Primário............................................................................................................................................................ 29
2. Mercado Secundário ...................................................................................................................................................... 30
3. Principais Ativos de Emissão das Companhias ..................................................................................................... 30
4. Governança Corporativa ............................................................................................................................................... 31
5. Mercados à Vista ............................................................................................................................................................. 32
6. Aspectos Tributários ..................................................................................................................................................... 33
7. Mercado Internacional: ADRs, GDRs, BDRs ............................................................................................................ 34
8. Clearing ............................................................................................................................................................................. 34
9. Banco de Títulos – BTC................................................................................................................................................. 35
10. Regulamento Operacional do Segmento Bovespa – Conceitos ...................................................................... 35
IX. Fundos de Investimento................................................................................................................................................... 41
1. Histórico ............................................................................................................................................................................ 41
2. Instrução CVM 555/14 (revogou a ICVM 409/04) ..................................................................................................... 41
3. Classes .............................................................................................................................................................................. 45
4. Aspectos Operacionais ................................................................................................................................................. 48
5. Políticas de Investimentos ....................................................................................................................................... 49
6. Aspectos Tributários ..................................................................................................................................................... 49
X. Outros Fundos de Investimentos Regulados pela CVM ........................................................................................... 50
1. Fundo de Índice – ICVM 359/02 ................................................................................................................................... 50
2. Fundo de Investimento Imobiliário – ICVM 472/08 ................................................................................................. 51
3. Fundo de Investimento em Participações – ICVM 578/16..................................................................................... 53
4. Fundo de Investimento em Direitos Creditórios – ICVM 356/01 ......................................................................... 54
XI. Securitização de Recebíveis ........................................................................................................................................... 55
1. Securitização de Recebíveis ........................................................................................................................................ 55
XII. Clubes de Investimento................................................................................................................................................... 55
1. Definição e Regulamentos; Aspectos Operacionais – ICVM 494/11.................................................................. 55
2. Gestão – ICVM 494/11 .................................................................................................................................................... 57
3. Aspectos Tributários ..................................................................................................................................................... 57
XIII. Mercado Financeiro – Outros produtos Não Classificados como VMs ............................................................. 57
1. Títulos de Renda Fixa .................................................................................................................................................... 57
2. Câmbio............................................................................................................................................................................... 62
XIV. Mercado Derivativos – Produtos – Modalidades Operacionais – Liquidação ................................................. 63
1. Conceituação dos Derivativos ................................................................................................................................ 63
2. Mecânica Operacional .............................................................................................................................................. 65
3. Regulamento Operacional do Segmento BM&F ..................................................................................................... 66
4. Formação dos Preços Futuros .................................................................................................................................... 67

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I. A Atividade do Agente Autônomo de Investimento

1.A Atividade do Agente Autônomo de Investimento Instruções CVM n° 497/11


e n° 515/11

 Agente Autônomo de Investimento: pessoa natural registrada, que exerce suas


atividades por meio de sociedade simples ou firma individual constituída
exclusivamente para esse fim
 AAl deve agir com probidade, boa fé e ética profissional, e zelar pelo sigilo de
informações confidenciais.

- Pessoa Jurídica constituída por AAI:


 Sócios exclusivamente Agentes Autônomos de Investimento
 Deve ter na denominação a expressão “Agente Autónomo de Investimento"
 Todos os sócios são responsáveis perante a CVM, entidades credenciadoras e
entidades reguladoras, pelas atividades da sociedade
 Um mesmo Agente Autônomo de Investimento não pode ser sócio de mais de
uma pessoa jurídica constituída nos termos citados.

- Atividades do AAI:
 Prospecção e captação de clientes
 Recepção e registro de ordens e transmissão dessas ordens para os sistemas de
negociação ou de registro cabíveis
 Prestação de informações sobre os produtos oferecidos e serviços prestados pela
instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários pela qual
tenha sido contratado.

Materiais utilizados pelo AAI:


 Devem:
 Estar em consonância com as instruções da CVM
 Ser previamente aprovados pela instituição integrante do sistema de distribuição
pela qual o AAI tenha sido contratado
 Fazer referência expressa à instituição citada
 Identificar cada AAl integrante no caso de pessoa jurídica

 Vedações:
 Adoção de logotipos do AAI ou da pessoa jurídica desacompanhados da
identificação da instituição pela qual seja contratado com, no mínimo, igual
destaque
 Referência à instituição citada por meio de expressões que dificultem a
compreensão da natureza do vínculo existente (como "parceira", "associada" ou
"afiliada")

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2. Diferenciação da Atividade de AAI das atividades de administração, análise
e consultoria de valores mobiliários.
 Administração de Valores Mobiliários (Instrução CVM 558/15): exercício profissional de
atividades relacionadas ao funcionamento, manutenção e gestão de uma carteira de
valores mobiliários, incluindo a aplicação de recursos financeiros no mercado por conta do
investidor
 Análise de Valores Mobiliários (Instrução CVM 483/10): exercício profissional de
elaboração de relatórios de análise destinados à publicação, divulgação ou distribuição
para terceiros, ainda que restrita a clientes
 Consultoria de Valores Mobiliários (Site da CVM, página de consultores): assessoramento
de investidores interessados em fazer aplicações diretamente no mercado. Profissional
deve possuir conhecimentos técnicos e práticos para auxiliar seu cliente na busca de seus
objetivos

3. Concessão da Autorização para Exercício da Atividade


 Credenciamento dos AAI:
 É obrigatório, e feito por entidades autorizadas pela CVM. Atualmente,
a responsável pela certificação e credenciamento dos AAlé a ANCORD
 Exigências para as pessoas jurídicas:
– Sede no país
– Serem constituídas como sociedades simples
– Terem como objetivo social exclusivo o exercício da atividade de
agente autônomo de investimento, sendo vedada a participação em outras
sociedades
 Requisitos para o AAI:
– Conclusão do ensino médio no País ou exterior
– Aprovação nos exames de qualificação aplicados pela entidade
credenciadora (ANCORD)
– Adesão ao código de conduta profissional
– Não estar inabilitado ou suspenso para o exercício pela CVM, Banco
Central, Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) ou
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC)
– Não ter sido condenado por crime falimentar, de prevaricação, suborno,
concussão, peculato, lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e
valores, contra a economia popular, a ordem econômica, as relações de
consumo, a fé ou propriedade públicas, O sistema financeiro nacional, ou à
pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos
públicos
– Não estar impedido de administrar seus bens ou deles dispor em razão de
decisão judicial

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 Registro dos AAI:
 É concedido automaticamente pela CVM à pessoa natural ou jurídica
credenciada
 Comprovado pela inscrição do seu nome na relação dos agentes
autônomos de investimento constante na página da CVM na rede mundial
de computadores
 CVM cobra taxa trimestral compulsória de fiscalização

4. Suspensão e Cancelamento da Autorização para Exercício da Atividade


 Motivos:
 Por pedido formulado pelo próprio AAI
 Pela identificação de vícios ou falhas no processo de credenciamento
 Pela perda de qualquer das condições necessárias para o credenciamento
 Por aplicação de penalidade de suspensão ou cancelamento (decisão da qual
cabe recurso à CVM no prazo de 15 dias com efeito suspensivo)
 Pela aplicação, pela CVM, de penalidades previstas na Lei 6.385 que dispõe
sobre o Mercado de Valores Mobiliários

 OBS: a suspensão ou cancelamento do credenciamento pela entidade credenciadora


é comunicada à CVM no prazo de 5 dias úteis e implica, respectivamente, na
suspensão ou cancelamento do registro do AAI

5. Contrato de Agenciamento e Remuneração


 AAI deve manter contrato escrito com instituição integrante do sistema de
distribuição de valores mobiliários ou ser sócio de pessoa jurídica que mantenha
esse contrato
 Remuneração:
 Percentual pactuado entre AAl e a instituição contratante, calculado sobre as
receitas de operações por ele intermediadas

II. Código de Conduta do Agente Autônomo de Investimento

1. Normas de Conduta (Código de Conduta da Ancord)


 Pessoas e entidades abrangidas pelo Código devem:
 Expressar lealdade aos clientes
 Criar um clima de confiança, devendo ser observada a autorização dos
clientes para a realização dos negócios, e prestadas as devidas contas

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 Manter sigilo sobre as operações dos clientes
 Ofertar produtos acompanhados de descrição correta
 Evitar operações com riscos incompatíveis, visando a segurança de
mercado
 Pessoas e entidades abrangidas pelo Código devem (cont.):
 Descartar operações que privilegiem alguns clientes em detrimento de
outros
 Evitar propaganda enganosa ou ilusória sobre oportunidades e
rentabilidade
 Promover constante aprimoramento de seus quadros técnicos
 Desenvolver concorrência com base na competência e não nos preços
 Comunicar violações à ANCORD

2. Responsabilidades dos AAl e das Instituições contratantes (Código de


Conduta Profissional dos AAI)
 Atividades do AAI:
 Prospecção e captação de clientes
 Recepção e registro de ordens e transmissão dessas ordens para os
sistemas de negociação ou de registro cabíveis
 Prestação de informações sobre os produtos oferecidos e serviços
prestados pela instituição integrante do sistema de distribuição de valores
mobiliários pela qual tenha sido contratado

 Direitos do AAI:
 Ter seu nome inscrito em toda relação de AAl contratados divulgada pela
instituição contratante no prazo de 5 dias úteis
 Agir como preposto de instituição pela qual tenha sido contratado
 Ser remunerado pela instituição com a qual tenha contrato
 Receber da instituição contratante todas as informações necessárias
 Ser informado pela instituição sobre qualquer irregularidade no curso das
operações

 Deveres e obrigações do AAI:


 Agir com probidade, boa fé e ética profissional, e zelar pelo sigilo
 Exercer as atividades exclusivamente para instituições integrantes do
sistema de distribuição de valores mobiliários
 Apresentar informações sobre os valores mobiliários oferecidos
 Efetuar o registro das ordens
 Seguir rigorosamente os procedimentos de “Conheça seu Cliente"
 Observar regras de suitability da instituição contratante

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 Responder, perante a CVM, Ancord e demais autorreguladoras, pelas
atividades da pessoa jurídica da qual faça parte
 Negociar valores mobiliários por conta própria através da instituição
integrante do sistema de distribuição com a qual mantenha contrato
 Informar ao investidor as atividades que está autorizado a exercer e
recusar-se a exercer as que dependem de autorização específica

 Conflito de Interesses:
 Aplicação de recursos próprios e recebimento de qualquer remuneração
ou benefício indireto
 AAI deve priorizar os interesses dos clientes em relação aos
interesses próprios, sejam eles conflitantes ou não

 Deveres e obrigações das instituições contratantes:


 Realizar procedimentos prévios de verificação da regularidade,
credenciamento, idoneidade, capacidade estrutural e técnica do AAI
 Manter, pelo prazo mínimo de 5 anos contados a partir de sua recisão, todos
os registros relacionados à contratação do AAI
 Informar imediatamente à ANCORD a extinção de contrato com AAI ou
pessoa jurídica de que ele participe
 Responder pelos atos praticados pelo AAI
 Estender aos AAl a aplicação de suas regras
 Formalizar, por meio de contrato escrito, sua relação com o AAI, firma
individual ou Sociedade de AAl que pretenda contratar
 Estabelecer, em conjunto com o AAI, supervisão das atividades
 Fiscalizar a regularidade das fichas cadastrais de seus clientes
 Fornecer modelos de documentação a ser encaminhada ao cliente
 Fiscalizar as atividades dos AAl que atuarem em seu nome
 Comunicar à ANCORD e CVM condutas dos AAl que configurem infração
às normas
 Viabilizar a fiscalização da ANCORD
 Documentar, física ou eletronicamente todos os atos sujeitos à supervisão
pela CVM ou ANCORD
 Estabelecer plano de continuidade
 Manter sistemas de segurança de telefonia, Tl e arquivamento físico
 Instituir sistema de gravação dos diálogos com clientes
 Nomear um diretor responsável pela implementação e cumprimento
dos dispostos
 VEDADO induzir celebração de contrato do Agente Autônomo com fundo
de investimento

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 Penalidades:
 Ao AAl: advertência, multa, suspensão temporária do
credenciamento por até 90 dias, ou cancelamento do credenciamento
 À instituição contratante: advertência e multa máxima de R$500.000,00,
50% do valor da emissão ou operação irregular, ou três vezes o montante
da vantagem econômica obtida ou da perda evitada em decorrência do ilícito
 Multa Cominatória diária de R$100,00, incidente a partir do dia seguinte do
término do prazo, limitada ao prazo de 30 dias:
 Para AAl que:
- Não encaminhar à ANCORD informações e documentos solicitados
- Não mantiver seu cadastro atualizado junto à ANCORD
- Impedir ou dificultar o acesso da ANCORD às suas instalações

 Para Instituição contratante que:


- Não cumprir prazos estabelecidos
- Não encaminhar à ANCORD as informações e documentos solicitados
- Não mantiver seu cadastro atualizado junto à ANCORD
- Impedir ou dificultar o acesso da ANCORD às suas instalações

3. Princípios Éticos

 Integridade
 Pressupõe honestidade e sinceridade, que não devem estar subordinadas
a ganhos e vantagens pessoais
 Confidencialidade
 Profissional não pode revelar nenhuma informação confidencial sem o
consentimento do cliente, a menos que em resposta a um processo judicial
 Competência
 Conhecimentos e habilidades necessários para a prestação de seus
serviços
 Pode resultar no encaminhamento dos serviços para outro profissional, caso
não se sinta apto a prestá-los
 Requer um compromisso de aprendizagem e aperfeiçoamento profissional
continuados
 Profissionalismo
 Conduta deve refletir zelo e crença na profissão

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 Obrigação de cooperar com outros profissionais
 Probidade
 Serviços realizados de maneira íntegra e justa para os clientes
 Requer imparcialidade, honestidade intelectual e revelação de conflitos de
interesses
 Diligência
 Prestação de serviços no prazo adequado
 Pressupõe planejamento adequado e supervisão
 Conhecimento do cliente
 Profissional deve conhecer o cliente e suas necessidades, documentando e
confirmando a verdadeira identidade do mesmo

 Código de Ética busca exigir do profissional padrões de conduta que vão


além do que a lei obriga
 Ética gera benefícios para o próprio indivíduo e para toda a sociedade

III. Lei no 9.613/98; Circular BACEN 3461/09; Instrução CVM n° 301/99

1. Conceito de crime de Lavagem de Dinheiro ou Ocultação de Bens, Direitos


e Valores; Tipificação
 Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação
ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente,
de infração penal
 Disfarce das movimentações para dificultar rastreamento dos recursos
 Distanciamento dos fundos de suas origens

 Fases da Lavagem de Dinheiro

1 Colocação:
 Colocação do dinheiro no sistema econômico
 Objetivo de ocultar a origem
 Por meio de depósitos, compra de instrumentos negociáveis ou bens
 Uso de técnicas como fracionamento dos valores
2 Ocultação
 Dificultar o rastreamento contábil
 Transferência dos ativos para contas anônimas ou “fantasmas"

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3 Integração
 Ativos são incorporados formalmente ao sistema econômico

 Pena:
 Reclusão de 3 a 10 anos e multa
- Aumentada de 1/3 a 2/3 se os crimes forem cometidos de forma reiterada ou
por intermédio de organização criminosa
- Reduzida de 1/3 a 2/3 e cumprida em regime semiaberto, ou deixa de ser
aplicada ou é substituída por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou
partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades
- Multa não deve ser superior:
• ao dobro da operação
• ao dobro do lucro real obtido ou que seria obtido com a operação
• ao valor de R$20.000.000,00
 Incorre na mesma pena quem:
- Converte os ativos em ativos lícitos
- Os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem
em depósito, movimenta ou transfere
- Importa ou exporta bens com valores não verdadeiros
- Utiliza na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal
- Participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua
atividade é dirigida à prática desses crimes

2. Responsabilidades (Lei 9.613/98) (cont.)

 Processo e julgamento:
 Competência da Justiça Federal quando contra interesses da União ou de
suas autarquias e fundações públicas
 Efeitos da condenação:
 Perda, em favor da União (e dos Estados, nos casos de competência da
Justiça Estadual), de todos os bens relacionados à prática dos crimes
 Interdição, pelo dobro da pena aplicada, do cargo ou função pública e das
funções em pessoas jurídicas sob disciplina da CVM

3. Ações Preventivas; Cadastro de Cliente (Princípio do “Conheça seu


Cliente")

 É dever das pessoas jurídicas sujeitas a obrigações junto à CVM:

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 Realizar a identificação e atualizar, em até 24 meses, o cadastro dos
clientes
 Adotar regras e procedimentos de controle interno
 Identificar pessoas politicamente expostas e supervisionar a relação
mantida com elas
 Declarar que as informações contidas nos cadastros são verdadeiras e
informar em 10 dias quaisquer alterações nos dados
 Manter cadastro com, no mínimo:
 Se pessoa natural: nome, sexo, data de nascimento, naturalidade e
nacionalidade, estado civil, filiação, número de documento, endereço,
ocupação, informações sobre rendimentos e situação patrimonial,
informações sobre perfil de riscos, entre outras informações, além de
cópia de documentos, como identidade e comprovante de residência
 Se pessoa jurídica: razão Social, nomes dos controladores,
administradores e procuradores, CNPJ, endereço, telefone,
faturamento, atividade, entre outras informações e documentos

 Pessoas jurídicas sujeitas às obrigações junto à CVM quanto às operações ligadas à


lavagem de dinheiro
 Pessoas que tenham como atividade principal ou acessória, a custódia, emissão, distribuição,
liquidação, negociação, intermediação, consultoria ou administração de títulos ou valores
mobiliários e a auditoria independente no âmbito do mercado de valores mobiliários
 As entidades administradoras de mercados organizados
 Demais pessoas sob disciplina e fiscalização da CVM

4. Pessoa Politicamente Exposta (PPE)

 Pessoa politicamente exposta (PPE): desempenha ou desempenhou, nos


últimos 5 anos (contados retroativamente a partir da data de início da relação ou
data que o cliente passou a se enquadrar como PPE), cargos, empregos ou
funções públicas relevantes, no Brasil ou em outros países, e seus
representantes, familiares e pessoas de relacionamento próximo

5. Acompanhamento das Operações - Dever das pessoas jurídicas sujeitas a


obrigações junto à CVM

 Manter registro das transações em moeda nacional ou estrangeira ou de qualquer


ativo conversível em dinheiro por no mínimo 5 anos
 Registros devem permitir a identificação de operações:

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- Realizadas com uma mesma pessoa ou conglomerado em um
mesmo mês e que superem R$10.000,00
- De transações em espécie maiores que R$100.000,00
- De recarga em cartões pré-pagos acima de R$100.000,00
 Monitorar as operações:
 Cujos valores sejam incompatíveis com a ocupação profissional
 Realizadas entre as mesmas partes com seguidos ganhos ou perdas para
algum dos envolvidos
 Que evidenciem oscilação significativa de volume ou frequência
 Liquidadas em espécie
 Nas quais não seja possível identificar o beneficiário final
 Entre outras
 COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras):
 Órgão máximo no combate à lavagem de dinheiro
 Disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as
ocorrências suspeitas de lavagem de dinheiro
 Coordenar e propor mecanismos de troca de informações
 Comunicar às autoridades competentes quando da existência de crime
 Composto por servidores públicos de reputação ilibada e competentes
 Das suas decisões cabe recurso ao Ministro de Estado da Fazenda
 Comunicar ao COAF em 24 horas:
 Operações suspeitas realizadas ou serviços prestados com valor acima de
R$10.000,00
 Operações realizadas com uma mesma pessoa ou conglomerado em um
mesmo mês e que superem R$10.000,00
 Transações em espécie maiores que R$100.000,00
 Operações suspeitas devido à habitualidade, valor ou forma
 Operações que envolvam pessoas relacionadas a atos terroristas

 OBS: Comunicações de boa fé não acarretam responsabilidade civil ou


administrativa

IV. Economia

1. Noções Gerais de Economia

 Economia: estudo da alocação de recursos produtivos limitados para a satisfação


de necessidades ilimitadas

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 Temas relevantes:
 Escassez
 Comportamento de indivíduos
 Comportamento das firmas
 Estruturas de mercado
 Produto da economia
 Moeda Papel do governo e políticas econômicas
 Setor externo

2. Índices e Indicadores

 Produto Interno Bruto (PIB): indicador de atividade econômica. É a soma de todos


os bens e serviços finais, em termos monetários e a valor de mercado, produzidos
em uma economia durante um período de tempo.
 Cálculo do PIB pela ótica dos gastos:
Y = C + I + G + (X - M)
onde C é o consumo das famílias, I é o investimento, G são os gastos do governo, X
são as exportações e M são as importações.

 Taxas de juros
 Taxa DI: calculada pela Cetip S.A. com base nas taxas de juros cobradas
entre instituições do mercado interbancário nas operações de emissão de
Depósitos Interfinanceiros (DI) prefixados, com prazo de um dia útil.
 Taxa Selic Over: taxa média das operações de financiamento de um dia
(compromissadas), lastreadas em títulos públicos federais, realizadas no
SELIC, ponderadas pelo volume das operações.
 Meta para a Taxa Selic: determinada pelo COPOM.
 Taxa Referencial (TR): calculada pelo BCB com base na média das taxas
dos CDBs emitidos pelas 30 maiores instituições financeiras do Brasil. A essa
média, denominada Taxa Básica Financeira (TBF), é aplicado um fator
redutor, para então se chegar ao resultado da TR.
 Índices de preços
 IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Mede a variação de
preços com base nos gastos de famílias cujo rendimento mensal seja de 1 a
40 salários-mínimos e residentes em áreas urbanas. Utilizado para verificar
se a meta de inflação foi atingida.
 Calculado pelo IBGE.
 Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo
Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Vitória e Porto Alegre, Brasília
e municípios de Goiânia e Campo Grande.
 Período de coleta: dia 1 a 30 do mês de referência.

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 IGP: Índice Geral de Preços. Média ponderada de outros três índices: 0
Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA, com peso de 60%), o índice de
Preços ao Consumidor (IPC, com peso de 30%) e o Índice Nacional de Custo
da Construção (INCC, com peso de 10%).
 Calculado pela FGV.
 IGP-M: coleta entre dias 21 e 20
 IGP-DI: coleta entre dias 01 e 30
 IGP-10: coleta entre dias 11 e 10

 Taxas de juros real, inflação e poder de compra

 A inflação medida por um índice de preços nos mostra como varia o poder de
compra da moeda ao longo do tempo
 Exemplo 1: Se entre a data le a data 2 a inflação foi de 30%, então o poder
de compra de R$ 150,00 na datal equivale a um poder de compra de R$
195,00 na data 2
 Exemplo 2: Se o poder de compra de R$ 70,00 na data 3 equivale a um
poder de compra de R$ 105,00 na data 4, o nível de preços entre estas duas
datas aumentou 50%
 Taxa de Juros Real = Taxa de Juros Nominal – Taxa de Inflação

 Taxas de câmbio
 Taxa spot: taxa para compra e venda imediata de moeda estrangeira (como
o dólar). Também conhecida no Brasil como “dólar pronto".
 Taxa forward: taxa para compra e venda de moeda estrangeira em uma data
futura, a um preço acordado no momento da operação.
 Taxa PTAX: média das cotações do dólar no mercado, calculada pelo Banco
Central do Brasil por meio de uma metodologia própria, com base em quatro
janelas de consulta ao longo de cada dia.

3. Política Monetária; Fiscal; Cambial; de Rendas

 Política Monetária
 Atuação da autoridade monetária sobre a oferta de moeda com o objetivo de
manter a estabilidade dos preços e a confiança na moeda.
 Principais instrumentos de política monetária:
 Operações de mercado aberto
 Redesconto
 Depósito compulsório

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 Persuasão moral
 COPOM: Comitê de Política Monetária, criado em 1996. Responsável por
implementar a política monetária, definira meta da Taxa Selic (e seu eventual
viés) e analisar o Relatório de Inflação. Formado pelo Presidente e Diretores
do Banco Central do Brasil.

 Política Fiscal
 Conjunto de medidas pelas quais o governo arrecada receitas e realiza
despesas

 Funções:
 Estabilização macroeconômica (crescimento econômico sustentado)
 Distribuição de renda (de forma equitativa)
 Alocação de recursos (fornecimento eficiente de bens e serviços
públicos)

 Componentes básicos:
 G: gastos do governo
 T: tributos (impostos, taxas, contribuições)

 Superávit/déficit primário: resultado positivo/negativo de receitas vs. despesas do


governo, antes do pagamento de juros.

 Política Cambial
 Conjunto de ações tomadas pelo governo no que se refere à taxa de
câmbio da moeda e ao controle de operações cambiais.
 Brasil: regime de câmbio flutuante “sujo"

 Política de Rendas
 Conjunto de medidas de controle de preços e salários, normalmente para fins
de controle da inflação, em níveis abaixo do mercado.
 Exemplos: tabelamento de preços, estabilidade salarial

4. Setor Externo

 Balanço de Pagamentos: registro sistemático dos fluxos de valores econômicos


entre residentes e não-residentes de uma economia em determinado período de
tempo.

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 Três contas principais:

 Conta corrente: mostra o fluxo de bens, serviços e rendas


 Conta de capitais: mostra o fluxo de ativos não-financeiros não
produzidos (terra, licenças etc) e transferências de capitais (perdão de
dívida etc)
 Conta financeira: fluxo de ativos e passivos financeiros (investimento
externo direto, investimento em carteiras)

A Taxa Selic é dada pelo mercado e observada diariamente, ao passo que a meta para a
Taxa Selic é determinada pelo COPOM e só pode ser alterada em reuniões ordinárias ou
extraordinárias (ou pelo Presidente do Banco Central, caso tenha sido determinado um
viés).
Política monetária pode ser expansionista (redução de juros, compra de títulos públicos)
ou contracionista (aumento de juros, venda de títulos públicos)
Política fiscal pode ser expansionista (redução de impostos, aumento de gastos) ou
contracionista (aumento de impostos, redução de gastos)
Juros, lucros e dividendos estão incluídos na conta de Rendas (Conta Corrente), e não
na Conta Financeira ou na conta de Capitais.

V. Sistema Financeiro Nacional

1. Composição e Regulação Governamental

 Sistema Financeiro Nacional

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 Entidades normativas: Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho
Nacional de Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional de Previdência
Complementar (CNPC)
 Entidades supervisoras: Banco Central do Brasil (BCB), Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (SUSEP e
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC)
 Entidades operacionais: todas as demais instituições financeiras, monetárias
ou não, oficiais ou não, como também demais instituições auxiliares,
responsáveis, entre outras atribuições, pelas intermediações de recursos
entre poupadores e tomadores ou pela prestação de serviços

 Conselho Monetário Nacional (CMN)


 Órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional
 Não desempenha função executiva, apenas funções normativas
 Composição: Ministro da Fazenda (Presidente); Ministro do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão; e Presidente do Banco Central.
 Principais objetivos e atribuições (Lei n° 4.595/64):
 Adaptar o volume de meios de pagamento às necessidades da economia
 Regular o valor interno e externo da moeda
 Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras (IFS)
 Coordenar políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida
pública
 Fixar as diretrizes e normas da política cambial

 Banco Central do Brasil (BCB)


 Missão: assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um
sistema financeiro sólido e eficiente
 Responsável pelo controle da inflação no país, atua para regular a
quantidade de moeda promover a estabilidade financeira V Principais
objetivos e atribuições (Lei n° 4.595/64):
 Emitir papel-moeda e moeda metálica e executar os serviços do meio
circulante
 Receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições
financeiras
 Realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições
financeiras exercer a fiscalização das instituições financeiras
 Autorizar o funcionamento das instituições financeiras
 Controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país

 Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

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 Valores mobiliários (VMs): ações, debentures, cotas de fundos, derivativos;
não incluem títulos públicos e cambiais de IFs (exceto debêntures)

 Principais atribuições:
 Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em VMs
 Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de
valores, do mercado de balcão e das bolsas de mercadorias e futuros
 Proteger investidores/titulares de VMs contra emissões irregulares e
contra atos ilegais de administradores de companhias abertas ou de
carteira de VMs
 Evitar ou coibir fraudes/manipulação que criem condições artificiais de
demanda, oferta ou preço dos VMs negociados no mercado
 Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas e os fundos de
investimento
 Credenciar e fiscalizar auditores independentes, administradores de
carteiras de VMs e agentes autônomos, entre outros

 Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)


 Função: fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados
 Principais atribuições:
 Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos
que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de
Seguros Privados (SNSP), bem como a aplicação das penalidades
previstas
 Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro
 Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro
 Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras,
de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e
Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das
respectivas operações
 Disciplinar a corretagem de seguros e a profissão de corretor

 Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC)


 Função: regular o regime de previdência complementar operado pelas
entidades fechadas de previdência complementar (EFPCs)
 Composto pelo Ministro da Previdência Social e por integrantes de:
 Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc)
 Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC)
 Casa Civil da Presidência da República

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 Ministério da Fazenda
 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
 EFPCs
 Patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das EFPCs
 Participantes e assistidos de planos de benefícios das EFPCs

 Secretaria do Tesouro Nacional (STN)


 Missão: gerir as contas públicas de forma eficiente e transparente, zelando
pelo equilíbrio fiscal e pela qualidade do gasto público
 Principais atribuições:
 Acompanhar a execução e formulação da política fiscal
 Gerenciar a Conta Única do TN e zelar pelo seu equilíbrio financeiro
 Ser órgão central do sistema de administração financeira do
Governo Federal
 Propor e executar a programação financeira da União
 Elaborar e consolidar projeções fiscais de médio e longo prazo
 Gerenciar o Tesouro Direto
 Administrar a dívida pública doméstica e externa
 Ser órgão central da Contabilidade Federal

2. Entidades de Apoio, de Serviços e de Autorregulação


 BM&FBovespa
 Principal bolsa de valores do Brasil e uma das mais importantes da América
Latina; parte da B3, empresa que congrega também a Cetip
 Bolsas de valores: sociedades anônimas ou associações civis formadas
para manter local ou sistema adequado ao encontro de seus membros e à
realização de transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários,
em mercado livre e aberto, organizado e fiscalizado por seus membros e pela
CVM
 Os produtos negociados na BM&FBovespa incluem ações, títulos de renda
fixa, opções, futuros e outros derivativos (commodities, juros, moedas)
 Entidade operadora do Sistema Financeiro Nacional

 BSM - Supervisão de Mercado


 Organização integrante do grupo BM&FBovespa, constituída para realizar as
atividades de autorregulação dos seus mercados
 Principais frentes de atuação:
 Supervisão de mercado (monitoramento de 100% das ofertas e negócios
realizados nos mercados da BM&FBovespa para identificar irregularidades)

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 Auditoria (sobre todos os participantes da BM&FBovespa para verificar
aderência às normas e identificar possíveis infrações às regras do mercado)
 Processos disciplinares e outras ações de enforcement (orientação,
persuasão ou disciplinamento em caso de infração às normas)
 Ressarcimento de prejuízos (limite de R$ 120 mil)
 Desenvolvimento do mercado (educação, aprimoramento normativo e
relacionamento institucional com participantes, reguladores e órgãos
externos)

3. SPB – Sistema de Pagamentos Brasileiro

 SPB: entidades, sistemas e procedimentos para o processamento e a liquidação de


operações de transferência de fundos, de operações com moeda estrangeira ou
com ativos financeiros e VMs
 Função: permitir a transferência de recursos, processamento e liquidação de
pagamentos entre pessoas físicas, jurídicas e governo; transações com cheque,
cartão de débito, cartão de crédito, DOC e TED passam pelo SPB
 São integrantes do SPB os serviços de:
 compensação de cheques e de ordens eletrônicas de débito e de crédito
 transferência de fundos e de outros ativos financeiros
 compensação e de liquidação de operações com títulos e valores mobiliários
 compensação e de liquidação de operações em bolsas de mercadorias e de futuros
 arranjos e instituições de pagamento
 Coletivamente: Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF)
 Sistema de Transferência de Reservas (STR)
 Início de funcionamento: abril de 2002
 Transferências de fundos interbancárias liquidadas em tempo real, em caráter
irrevogável e incondicional: redução dos riscos de liquidação nas operações
interbancárias e do risco sistêmico ("efeito dominó")
 Conta Reservas Bancárias: qualquer transferência de fundos entre contas
passou a ser condicionada à existência de saldo suficiente de recursos na
conta do participante emitente da correspondente ordem, o que gerou
redução no risco de crédito incorrido pelo BCB

20
 Liquidação em tempo real, operação por operação passou a ser utilizada
também nas operações com títulos públicos federais cursadas no Selic, o que
se tornou possível com a interconexão entre esse sistema e o STR

 CMN e BCB são as autoridades monetárias do Brasil


 O CNSP está acima da Susep, que regula seguradoras e a previdência privada
aberta
 CNPC está acima da PREVIC, que regula as EFPCs (fundos de pensão)
 A BSM é o autorregulador da BM&FBovespa
 A reforma do SPB em 2002 vai além da implementação do STR e veio para
promover uma redução geral do risco sistêmico no sistema financeiro nacional e
seus efeitos sobre a economia real

VI. Instituições e Intermediadores Financeiros

1. Instituições Financeiras

 Instituição financeira (Lei n° 4.595/64): pessoas jurídicas públicas ou privadas que


tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação
de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira,
ea custódia de valor de propriedade de terceiros
 São instituições financeiras:
 bancos comerciais, de investimento, de desenvolvimento e múltiplos com
carteira comercial, sociedades de crédito, financiamento e investimento
("financeiras"), caixas econômicas e cooperativas de crédito
 bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário, sociedades de crédito
imobiliário, associações de poupança e empréstimo, companhias de
habitação, fundações habitacionais e (para crédito imobiliário) institutos de
previdência, companhias hipotecárias, carteiras hipotecárias dos clubes
militares, montepios estaduais e municipais, entidades e fundações de
previdência privada

2. Conceituação e Classificação

 Bancos Comerciais
 Instituições financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo principal
proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a
médios prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços,
as pessoas físicas e terceiros em geral
 A captação de depósitos à vista (conta corrente), livremente movimentáveis,
é atividade típica do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a

21
prazo [CDB (negociável e resgatável antes do vencimento), RDB (inegociável
e intransferível)]
 Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua
denominação social deve constar a expressão "Banco"
 Bancos de Investimento
 Instituições financeiras privadas especializadas em operações de
participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade
produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de
recursos de terceiros
 Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar em sua
denominação social, a expressão “Banco de Investimento"
 Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a prazo,
repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de fundos
 Principais operações ativas: financiamento de capital de giro e capital fixo,
subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos
interfinanceiros e repasses de empréstimos externos

 Bancos Múltiplos
 Instituições financeiras privadas ou públicas que realizam operações ativas,
passivas e acessórias, com as seguintes carteiras:
 comercial (pode captar depósito à vista)
 de investimento
 de desenvolvimento (apenas banco público)
 de crédito imobiliário
 de arrendamento mercantil
 de crédito, financiamento e investimento
 O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo
uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento
 Deve ser organizado sob a forma de sociedade anônima e na sua
denominação social deve constar a expressão "Banco"

 Caixa Econômica Federal


 Empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda
 Instituição assemelhada aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à
vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de serviços
 Prioriza empréstimos/financiamentos a programas de assistência social,
saúde, educação, trabalho, transportes urbanos e esporte
 Pode operar com CDC, financiando bens de consumo duráveis, emprestar
sob garantia de penhor industrial e caução de títulos
 Tem monopólio do empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob
consignação e monopólio da venda de bilhetes de loteria federal

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 Recolhe e aplica os recursos do FGTS, integra o Sistema Brasileiro de
Poupança e Empréstimo (SBPE) eo Sistema Financeiro da Habitação (SFH)

 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)


 Principal instrumento do Governo Federal para o financiamento de longo
prazo e investimento em diversos segmentos da economia
 Objetivo primordial: apoiar programas, projetos, obras e serviços que se
relacionem com o desenvolvimento econômico e social do País
 Empresa pública federal vinculada ao Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão
 BNDESPAR: subsidiária dedicada ao fomento por meio de investimentos em
valores mobiliários
 FINAME: subsidiária dedicada ao financiamento à produção e
comercialização de máquinas e equipamentos

 Cooperativas de Crédito
 Instituição financeira formada pela associação de pessoas para prestar
serviços financeiros exclusivamente aos seus associados
 Os cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários da cooperativa,
participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e serviços
 Conta corrente, cartão de crédito, empréstimos/financiamentos etc

 Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (Financeiras)


 Instituições privadas que fornecem empréstimo e financiamento para
aquisição de bens, serviços e capital de giro
 Captam recursos por meio de Letras de Câmbio, RDBs, Depósitos
Interfinanceiros (DI), operações de cessão de créditos e Depósitos a Prazo
com Garantia Especial do Fundo Garantidor de Créditos (DPGE)

 Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários


 As CTVMe DTVM atuam nos mercados financeiro e de capitais e no mercado
cambial intermediando a negociação de títulos e valores mobiliários entre
investidores e tomadores de recursos
 Atividades principais:
 comprar e vender TVMs por conta própria e de terceiros
 operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros
 intermediar a oferta pública e distribuição de TVMs no mercado
 operar em bolsas de valores, administrar carteiras, custodiar TVMs
 subscrever emissões de TVMs, ser agente fiduciário

23
 instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento
 intermediar operações de compra e venda de moeda estrangeira
 realizar operações compromissadas, praticar operações de conta margem

 Corretoras de Câmbio ("Casas de Câmbio")


 Atuam, exclusivamente, no mercado de câmbio, intermediando operações
entre clientes e bancos ou comprando e vendendo moedas estrangeiras
de/para seus clientes.
 Também realizam operações financeiras de ingresso e remessa de valores
do/para o exterior e operações vinculadas a importação e exportação, desde
que limitadas ao valor de US$ 100.000 ou equivalente
 Bancos x Corretoras de Câmbio: bancos podem atuar sem limite de valor,
realizar outras modalidades de operação como financiamento a exportações
e importações, adiantamentos sobre contrato de câmbio e operações no
mercado futuro de moeda estrangeira

 Resolução CMN no 2.838 (2001)


 Dispõe sobre a atividade de Agente Autônomo de Investimento
 Determina que o AAl deve
 Ser julgado apto em exame de certificação organizado por entidade
autorizada pela CVM
 Obter a autorização da CVM
 Manter contrato de distribuição e mediação com uma ou mais
instituições integrantes do sistema de distribuição de valores
mobiliários
 Realizar a sua atividade de distribuição e mediação exclusivamente
como preposto dessas instituições
 Abster-se de receber ou entregar aos investidores, por qualquer razão,
numerário, títulos, VMs ou quaisquer outros valores, que somente
devem ser movimentados por meio de IFs e do sistema de distribuição
de valores mobiliários

 Resolução CMN n° 3.158 (2003)


 Dispõe sobre a certificação de empregados das instituições financeiras e
demais instituições autorizadas a funcionar pelo BCB
 Estabelecer que as instituições financeiras e demais instituições autorizadas
a funcionar pelo BCB devem adotar providências para que empregados que
exerçam atividades de distribuição e mediação de títulos, valores mobiliários
e derivativos, sejam considerados aptos em exame de certificação
organizado por entidade de reconhecida capacidade técnica

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3. Mercados Regulamentados de Valores Mobiliários

 Mercados de Ações
 Ambientes de negociação de títulos representativos de participações em
empresas de capital aberto
 Mercados Derivativos
 Ambientes de negociação de contratos futuros, contratos a termo, opções e
outros derivativos de renda variável, juros, commodities e câmbio

 Mercado de Balcão Organizado


 Mercado em que contrapartes negociam e transacionam valores mobiliários
entre si, sob a supervisão de uma entidade administradora de mercado, de
maneira organizada, transparente e segura

4. Bolsas Internacionais

 New York Stock Exchange (NYSE)


 Principal bolsa de valores do mundo, com capitalização de USD 20,4
trilhões
 Muitas empresas estrangeiras procuram a NYSE para o lançamento de
seus programas de American Depositary Receipts (ADRs)
 ADR Level I: ADRs negociadas no mercado de balcão, utilizando
ações já existentes
 ADR Level II: ADRs negociadas em bolsa (NYSE ou NASDAQ),
utilizando ações já existentes
 ADR Level III: ADRs negociadas em bolsa (NYSE ou NASDAQ),
utilizando novas ações (colocadas junto a investidores nos EUA)
 ADR não patrocinada: ADRs negociadas no mercado de balcão,
utilizando ações já existentes, sem relação contratual com a empresa
emissora das ações
 NASDAQ
 Segunda maior bolsa de valores do mundo, com capitalização de USD 8,3
trilhões
 Bolsa de Tóquio
 Terceira maior bolsa de valores do mundo, com capitalização de USD 5,2
trilhões
 Bovespa

25
 19° bolsa no mundo, com capitalização de USD 880 bilhões

 Em 2009, decisão conjunta BCB/CVM autorizou as DTVM a operar nos ambientes e


sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores, eliminando a
principal diferença entre as CTVMe DTVM

VII. Administração de Risco

1. Conceito e Tipos de Risco

 Risco: probabilidade de um dano se concretizar


 Em geral, tem relação direta com a rentabilidade de um investimento: quanto
maior o risco, maior o retorno
 Rentabilidade absoluta x Rentabilidade relativa (índice de referência)
 Rentabilidade observada (relacionada ao passado) x Rentabilidade esperada
(representa uma expectativa de retorno)
 Tipos de risco:
 Risco de crédito: possíveis perdas pelo não pagamento (total ou parcial) por
parte do devedor (aplicações em ações não possuem esse risco)
 Risco de liquidez: dificuldade em negociar um ativo pelo preço “justo" e no
momento desejado; é a facilidade de converter um ativo em dinheiro
 Risco de mercado: potencial oscilação dos valores de um ativo em um
período de tempo; relação com a volatilidade
 Risco operacional: perdas financeiras decorrentes de falhas ou inadequação
de pessoas, processos e sistemas

2. Diversificação de Carteiras

 Diversificação: técnica de administração de risco que oferece o potencial de redução


de riscos por meio da alocação de investimentos entre vários instrumentos, setores ou
categorias
 Risco sistemático (não diversificável): risco que tem sua origem em fatores comuns a
todos o mercado (ou a um segmento do mercado)
 Risco não-sistemático (diversificável ou específico): risco que tem sua origem em
características específicas do ativo

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 A diversificação de uma carteira reduz apenas o risco não-sistemático

3. Conceito e Características do VAR

 VAR (Value at Risk ou Valor em Risco): técnica estatística utilizada para medir o
nível de risco financeiro em uma firma ou em uma carteira de ativos, por um período
de tempo específico, dado um nível de confiança
 Exemplo: pode-se afirmar que o VAR de determinada carteira, para um dia e com
95% de confiança, é de R$ 100.000,00
 Isso significa que, em um dado dia, há 95% de chances de o resultado da
carteira (ganho ou perda) ser superior a - R$ 100.000,00
 Em outras palavras, essa medida indica que há 5% de chances, em um dia
qualquer de a carteira perder R$ 100.000,00 ou mais

4. Conceito e Características do Duration

 Duration: prazo médio ponderado de recebimento dos fluxos financeiros (juros e


principal) de um título de renda fixa. O tempo até cada pagamento de juros e/ou
principal é ponderado pelo valor presente do pagamento respectivo, e a soma desses
valores é a duration do papel
 Duration modificada: sensibilidade, em termos percentuais, do preço do título a uma
variação de 1 ponto percentual na taxa de desconto de um título de renda fixa
 Cálculo da Duration:
o Considerando um título com prazo de 4 anos, valor de face de R$1.000,00 e
cupom anual de 10%:
Tempo Fluxo (R$) Valor Presente (VP) VP Fluxo / VP Tempo X Peso
(R$) Total (Peso)
1 100,00 90,91 0,09091 0,09091
2 100,00 82,64 0,08264 0,16528
3 100,00 75,13 0,07513 0,22539
4 1.100,00 751,32 0,75132 3,00528
Total: 1.000,00 1 3,5 anos

5. Conceito e Características de Limite de Oscilação

 Limite de oscilação intradiária de preços: determina a região de preços


considerada aceitável para fins de negociação
 São estáticos ao longo do dia
 Caso ultrapasse esse limite, ativo entra em leilão
 Adequação a esses limites é verificada após o fechamento do negócio

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6. Conceito e Características dos Túneis de Negociação

 Túneis de Negociação
 Túnel de Rejeição: objetivo de diminuir erros operacionais, evitando a inclusão
de ofertas errôneas no sistema de negociação
 Atua na entrada da oferta no livro de ofertas; ofertas de compra e venda
inseridas no sistema de negociação que estiverem fora do túnel de
rejeição são automaticamente recusadas pelo sistema
 É atualizado de forma dinâmica ao longo do dia, acompanhando a
evolução do mercado e permitindo a utilização de intervalos de preços
mais estreitos
 Túnel de Leilão: mais estreito do que o túnel de rejeição; se atingido, aciona
processo de leilão com maximização da quantidade negociada e geração de
todos os negócios a um único preço (fixing)
 Atua no momento de fechamento do negócio; é um aprimoramento dos
limites de oscilação intradiária

7. Atividades e Modelo de Liquidação e Compensação da Clearing

 Clearing: câmara ou prestadora de serviços responsável pelo registro,


acompanhamento, compensação e liquidação das operações
 CETIP: registro, depósito, negociação e liquidação de ativos e títulos privados
 Maioria dos títulos em forma escriturais (eletrônicos)
 Operações de compra e venda realizadas no mercado de balcão
 Alguns títulos liquidados e custodiados no CETIP: CDB, RDB, debentures, DI,
Letra Hipotecária, Letra de Câmbio, notas promissórias
 SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia): custódia de títulos do Tesouro
Nacional, e registro e liquidação desses títulos
 Todos os títulos são escriturais (eletrônicos)
 Participantes: bancos, caixas econômicas, sociedades distribuidoras e
corretoras de valores mobiliários, BCB e demais instituições autorizadas a
funcionar pelo BCB
 Administração: BCB e ANBIMA
 Horário de funcionamento: 6:30 às 18:30, todos os dias úteis
 Clearing BM&FBovespa: compensa, liquida e controla o risco das obrigações
decorrentes de operações à vista e de liquidação futura com qualquer espécie de
valor mobiliário, títulos, direitos e ativos
 É a “certeza de liquidação", ou seja, a garantia de que uma operação será
efetivamente liquidada, nos termos e prazos estabelecidos
 A BM&FBovespa exerce a função de contraparte central das operações

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 Quando da aceitação de uma operação pela câmara, ocorre a novação das
obrigações decorrentes desta operação; a BM&FBovespa torna-se assim a
contraparte central e assume as posições (i) de comprador, perante o vendedor; e
(ii) de vendedor, perante o comprador da operação
 Em situação de inadimplência, ou seja, caso não haja o pagamento ou a entrega
de ativos ou mercadorias devidos, a Clearing assume exposição direta aos riscos
de mercado e de liquidez
 Nesse caso, o risco de mercado é dado pelo risco de perdas em decorrência da
variação de preço das posições em valor superior ao das garantias; o risco de
liquidez está relacionado à inexistência de condições adequadas para a execução
das garantias no prazo devido
 Ocorrendo evento de inadimplência, cabe à Clearing acionar seus mecanismos de
salvaguarda para assegurar a boa liquidação das operações
 Problema da administração de risco de uma contraparte central: capacidade de
dispor de recursos e liquidez necessários para realizar o encerramento das
posições detidas pelos participantes inadimplentes, sob as condições de mercado
vigentes, ao longo de um horizonte de tempo

 BM&FBovespa - Câmara de Câmbio: clearing de câmbio da BM&FBovespa


 Realiza registro, compensação, liquidação e gerenciamento de risco de
operações do mercado brasileiro interbancário de dólar à vista
 Objetivo básico: eliminar o risco de principal, ou seja, o risco associado a
perdas decorrentes de problemas de Liquidação das operações, quando O
Agente comprador paga Moeda Nacional, mas não recebe Moeda
Estrangeira devido à inadimplência do Agente vendedor, ou vice-versa
 Possui também mecanismos para a gestão adequada dos riscos de mercado,
de liquidez, operacional e legal

BM&FBovespa e CETIP estão agora juntas na B3

VIII. Mercado de Capitais – Produtos – Modalidades Operacionais –


Liquidação

1. Mercado Primário
 Mercado em que os emissores lançam seus títulos e ações para aquisição por parte
dos primeiros investidores nesses instrumentos
 Usualmente participam do mercado primário os bancos de investimento que fazem a
distribuição dos papéis, escritórios de advocacia responsáveis pelos aspectos legais
das operações, agentes fiduciários, investidores institucionais e fundos de
investimento, entre outros
 Para a empresa emissora, o mercado primário adquire importância especial, pois é
exatamente nele que a captação de recursos ocorre

29
 A instituição financeira intermediária pode oferecer diferentes tipos de subscrição
(underwriting)
 Underwriting
 Subscrição, por parte de uma (ou mais de uma) instituição financeira
intermediária, da emissão de ações ou obrigações no mercado primário
 Tipos principais
 Garantia firme: instituição financeira garante a compra de todas as ações ou
obrigações sendo ofertadas, havendo ou não demanda do público
 Melhores esforços: instituição financeira envida os melhores esforços para
vender as ações ou obrigações nas melhores condições possíveis para o
emissor, mas não se compromete a adquirir esses papéis caso não haja
demanda suficiente do público
 Stand-By/Residual: instituição financeira se compromete, em regime de
garantia firme, a comprar todas as ações que não foram adquiridas pelos
acionistas atuais em uma oferta inicial/preferencial

2. Mercado Secundário

 Mercado em que os ativos são negociados após a sua emissão, isto é, em que
ativos já existentes trocam de mãos sem que os emissores estejam envolvidos na
negociação
 Participam do mercado secundário principalmente as corretoras de valores,
investidores institucionais, investidores individuais, gestores de fundos de
investimento e especuladores, entre outros
 Quanto mais líquido for o mercado secundário, maior a facilidade para que
investidores e outros participantes comprem e vendam seus ativos

3. Principais Ativos de Emissão das Companhias

 Ações
 Tipo de valor mobiliário que confere a seu detentor uma fração de
propriedade em uma companhia e representa um direito sobre os ativos e os
resultados financeiros da companhia
 Principais tipos
 Ordinárias: ações que conferem a seus titulares os direitos essenciais do
acionista, especialmente o direito a voto nas assembleias da companhia,
além de participação nos seus resultados
 Preferenciais: ações que dão prioridade a seus detentores na distribuição de
dividendos e no reembolso de capital

 Debêntures

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 Valores mobiliários de renda fixa que podem ser emitidos por sociedades por
ações, de capital aberto ou fechado (para distribuição pública, devem ser
emitidas por companhias de capital aberto com registro na CVM)
 Tipos de Garantias
 Real: ativos especificados cedidos em garantia via hipoteca, penhor ou
anticrese
 Flutuante: investidor tem privilégio sobre os ativos em geral da empresa
 Espécies
 Quirografária: concorre em igualdade de condições com demais credores
 Subordinada: tem preferência somente sobre os acionistas da companhia
 Remuneração: %DI ou DI+Spread (92% dos papéis), IPCA, IGP-M, outros

 Commercial Papers
 Denominadas Notas Promissórias no Brasil, são papéis de dívida de curto
prazo emitidos por companhias e sociedades limitadas
 Instrução CVM 566/15 permite emissão com prazo maior de 360 dias quando
via oferta ICVM 476 e com presença de agente fiduciário
 Bônus de Subscrição
 Títulos negociáveis emitidos por sociedades por ações, que conferem aos
seus titulares o direito de subscrever ações do capital social da companhia
 Podem ser atribuídos, como vantagem adicional, aos subscritores de
emissões de ações e debentures

4. Governança Corporativa

 Sistema de regras, práticas e processos por meio do qual uma companhia é gerida e
controlada, levando-se em consideração os interesses dos vários stakeholders como
acionistas, gestores, clientes, fornecedores, credores, governo e a comunidade em
geral
 Os segmentos especiais de listagem da BM&FBOVESPA - Bovespa Mais, Bovespa
Mais Nível 2, Novo Mercado, Nível 2 e Nível 1- foram criados para atender a
diferentes perfis de companhias
 Esses segmentos seguem rígidas regras de governança corporativa, que vão além
das obrigações impostas pela Lei das S.A.
 A existência dessas regras atrai investidores e assegura direitos e garantias aos
acionistas, bem como a divulgação mais completa de informações para acionistas,
gestores e participantes do mercado

31
5. Mercados à Vista

 Principais Índices da BM&FBovespa


 Índice Bovespa: resultado de carteira teórica de ativos composta por ações e
units exclusivamente de ações de companhias listadas na BM&FBovespa que
atendam a critérios:
 Liquidez (conforme Índice de Negociabilidade)
 Presença em 95% dos pregões / Participação em volume financeiro igual ou
maior a 0,1% no mercado à vista
 Não ser classificado como penny stock (cotação inferior a R$ 1,00)
 IBrX 100: objetiva ser o indicador do desempenho médio das cotações dos 100
ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado

32
 IBrX 50: objetiva ser o indicador do desempenho médio das cotações dos 50
ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado
 Índice de Governança Corporativa (IGC): resultado de uma carteira teórica
de ativos, tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das
cotações dos ativos de empresas listadas no Novo Mercado ou nos Níveis 1 ou
2 da BM&FBovespa
 Indice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): ferramenta para análise
comparativa da performance das empresas listadas na BM&FBOVESPA sob o
aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica,
equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa.

6. Aspectos Tributários

 Ações
 o rendimento com ações no mercado à vista é tributado à alíquota de 15%(day
trade: 20%)
 Base de cálculo: resultado positivo entre o valor de alienação do ativo e o seu
custo de aquisição, calculado pela média ponderada dos custos unitários
auferidos nas operações realizadas em cada mês, admitindo-se a dedução dos
custos e despesas incorridos, necessários às operações
 Compensação de perdas: as perdas incorridas poderão ser compensadas com
os ganhos auferidos, no próprio mês ou nos meses subsequentes, em outras
operações realizadas nos mercados à vista, de opções, futuro e a termo, exceto
no caso de perdas com day trade, que somente serão compensadas com
ganhos auferidos em operações da mesma espécie.
 Isenção: são isentos do imposto de renda os ganhos líquidos auferidos por
pessoa física quando o total das alienações de ações no mercado à vista de
bolsas de valores no mês não exceder R$ 20.000,00, exceto:
 em operações de day trade
 negociação das cotas dos fundos de investimento em índice de ações
 resgate de cotas de fundos ou clubes de investimento em ações
 alienação de ações efetivada em operações de exercício de opções e no
vencimento ou liquidação antecipada de contratos a termo
 Responsável pelo recolhimento: investidor
 Dividendos: isentos de Imposto de Renda
 Juros sobre Capital Próprio: 15%, na fonte

 Debêntures e Commercial Papers


 Alíquotas
 Até 180 dias: 22,5%
 De 181a 360 dias: 20,0%
 De 361 a 720 dias: 17,5%

33
 Acima de 720 dias: 15,0%
 Aplica-se a alíquota prevista conforme a data de aquisição do papel
 IOF regressivo para resgates nos primeiros 30 dias, incidente sobre o
rendimento do investimento
 Responsável pelo recolhimento: IR recolhido na fonte pela pessoa que pagar os
rendimentos (corretora, banco, DTVM etc)

7. Mercado Internacional: ADRs, GDRs, BDRs

 Depositary Receipts: instrumento financeiro negociável, emitido por um banco,


representando um valor mobiliário publicamente negociado e emitido por uma empresa
estrangeira
 American Depositary Receipts (ADRs): recibos lastreados em ações de
empresas não-americanas, negociados em bolsas dos EUA
 Brazilian Depositary Receipts (BDRS): recibos lastreados em ações de
empresas não-brasileiras, negociados em bolsas do Brasil
 Global Depositary Receipts (GDRs): recibos lastreados em ações de
empresas estrangeiras e negociados em múltiplos mercados globais
 Níveis de ADR
 Não Patrocinado: ADRs negociados nos EUA no mercado de balcão, utilizando
ações já existentes, sem relação contratual com a empresa emissora das ações
 Patrocinado Level I: ADRs negociados nos EUA no mercado de balcão,
utilizando ações já existentes, com relação contratual entre a empresa emissora
das ações e o banco depositário
 Patrocinado Level II: ADRs listados nos EUA em uma bolsa autorizada (NYSE
ou NASDAQ), utilizando ações já existentes
 Patrocinado Level III: ADRs listados nos EUA em uma bolsa autorizada (NYSE
ou NASDAQ) para colocação inicial de novas ações junto a investidores (capital
raising)

8. Clearing

 Custódia de Títulos
 Câmara de Ações: órgão da BM&FBovespa que presta serviços de Compensação,
liquidação e gerenciamento de Risco de Operações do Segmento Bovespa, e é também
responsável pela prestação de serviços de custódia e central depositária dos ativos
negociados na BM&FBovespa
 O Serviço de Depositária da Câmara mantém estrutura de Contas de Custódia
individualizadas sob responsabilidade dos Agentes de Custódia
 Agente de Custódia: instituição responsável, perante seus clientes e a Câmara, pela
administração de Contas de Custódia própria e de seus clientes junto ao Serviço de
Depositária
 Câmara = antiga Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC)

34
9. Banco de Títulos – BTC

 Serviço de Empréstimo de Ativos da Câmara (BTC)


 Permite:
 o registro de ofertas e o fechamento de Operações contra as ofertas registradas
 o registro de Operações previamente pactuadas entre Investidor doador e
tomador de Ativos por meio do instrumento denominado contrato de empréstimo
diferenciado.
 A Câmara atua como contraparte central nas operações de empréstimo
 Ativos elegíveis: ações emitidas por companhias abertas admitidas à negociação
no Segmento Bovespa e outros Ativos, a critério da Câmara
 Investidor Doador: cede ativos em empréstimo
 Investidor Tomador: recebe ativos emprestados
 Os investidores tomadores de ativos podem utilizar esses ativos emprestados
para as seguintes finalidades:
 vende-los no mercado a vista
 utilizá-los na liquidação de operações realizadas no mercado a vista (sistema
voluntário e compulsório)
 utilizá-los como garantia para operações nos mercados de liquidação futura
 utilizá-los como cobertura no lançamento de opções de compra
 transferi-los para outra conta de custódia
 retirá-los do Serviço de Depositária da Câmara
 outras formas de utilização que a Câmara venha a definir

10. Regulamento Operacional do Segmento Bovespa – Conceitos

 Ativos negociáveis
 ações, debentures e demais TVMs de emissão de companhia aberta
 carteiras referenciadas em valores mobiliários negociados em Bolsa de Valores ou
mercado de balcão organizado
 derivativos sobre os valores mobiliários admitidos à negociação
 notas promissórias registradas para distribuição pública
 quotas de fundos de investimento do tipo fechado
 quotas representativas de certificados de investimento audiovisual
 Certificados de Depósito de Valores Mobiliários (BDRs) com lastro em valores
mobiliários de emissão de companhias abertas com sede no exterior
 opções não padronizadas (Warrants) de compra e de venda sobre valores mobiliários
 outros TVMs autorizados pela CVMe pelo Diretor Presidente da Bolsa
 excepcionalmente e a critério da Bolsa, também poderão ser autorizados à negociação
quaisquer outras espécies de títulos e valores

35
 Procedimento e prazos para liquidação das operações à vista
 Horário-limite para Especificação de Operações de Renda Variável: D+1 - 21h30
 Horário-limite para Autorização da Entrega (ou Recebimento) de Ativos de Renda Variável:
D+2 - 20h00
 Horário-limite para Disponibilização do Saldo Líquido de Ativos de Renda Variável: D+3 -
09h00
 Horário-limite para Entrega de Ativos de Renda Variável: D43- 10h00
 Horário-limite para Disponibilização do Saldo Líquido de Recursos Financeiros de Renda
Variável: D13-11h00
 Horário-limite para Disponibilização do Saldo Líquido de Recursos Financeiros Consolidado
aos Agentes de Compensação: D+3 - 14h00
 Horário-limite para Disponibilização do Saldo Líquido de Recursos Financeiros Consolidado
de cada Agente de Compensação aos Bancos Liquidantes: D13 -14h00
 Horário-limite para solicitação de Restrição na Entrega de Ativos: D+3 - 14h45
 Horário-limite para confirmação do Liquidante D+3 - 14h30
 Horário-limite para pagamento do Saldo Líquido de Recursos D43- 15h00
 Horário-limite para o Processamento dos créditos dos Ativos e do Pagamento aos credores
líquidos D+3 - 15h25
 Horário-limite para Cancelamento de Restrição na Entrega de Ativos D43 - 18h30

 Procedimento e prazos para liquidação das operações a termo


 D+0: Câmara recebe informações sobre a operação realizada e inicia ciclo de liquidação;
operações são especificadas pelos participantes
 D+1: último dia para especificação de compras vinculadas (quando a parte vendedora
compra ativos no mercado à vista para fins de cobertura)
 D+2: último dia para cobertura da Operação a termo pela parte vendedora, caso esta não
tenha realizado em D+O uma compra vinculada
 D+3: caso a parte vendedora a termo não tenha realizado em D+O uma compra vinculada e
não tenha entregue em D+2 os ativos objeto da operação a termo, a Câmara exige a
prestação de garantia
 Liquidação: por decurso de prazo, antecipada ou antecipada por diferença

 Procedimento e prazos para liquidação das operações com opções


 D+0: participantes efetuam a especificação das operações por meio da Rede de Serviços
da Câmara (se não houver especificação, a posição é automaticamente registrada no nome
do participante) e informam se o lançamento é coberto (caso não haja indicação, o sistema
assume que a posição é margeada)
 D+1: dia do pagamento e recebimento do prêmio das operações com opções realizadas em
D+0
 No exercício das opções são observadas as normas para liquidação de operações no
mercado à vista

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 Procedimento e prazos para liquidação das operações com renda fixa
 Operações podem ser liquidadas em D+0 ou D+1
 Horário-limite para a realização de operações D+0:11:45h da data da operação
 Horário-limite para especificação de operações D+0:11:45h da data da operação
 Horário-limite para a realização de operações D+1:17:00h da data da operação
 Horário-limite para especificação de operações D+1:20:0h da data da operação
 Horário-limite para disponibilização do saldo líquido de ativos: 13:00h da data de liquidação
da operação
 Horário-limite para pagamento do saldo líquido de recursos financeiros: 15:00h da data de
liquidação da operação

 Ativos aceitos como garantia (em ordem de preferência de execução)


 moeda corrente nacional
 títulos públicos
 ouro ativo financeiro
 ações de companhias abertas admitidas à negociação em bolsas de valores
 títulos da dívida corporativa
 títulos negociados nos mercados internacionais
 cartas de fiança bancária
 cartas de fiança ou cartas de crédito emitidas por instituições sediadas no exterior
 seguro de crédito de companhias sediadas no país ou no exterior
 outros ativos ou instrumentos

 Inadimplência
 Caso haja inadimplência por parte dos clientes, agentes de compensação
devem formalizar a ocorrência e solicitar a execução das garantias
 Caso a execução da garantia de um investidor inadimplente seja insuficiente
para a cobertura de seus débitos, a Câmara, a seu exclusivo critério, pode
determinar a execução das garantias excedentes do mesmo investidor junto
a outros agentes de compensação
 A execução de títulos depositados nas instituições depositárias internacionais
em conta de titularidade da Câmara se processará de acordo com as leis do
Brasil, prevalecendo à jurisdição brasileira

 Margem de garantia
 Reavaliação diária das garantias necessárias para que as obrigações com
derivativos e empréstimos possam ser liquidadas se houver inadimplência
 O cálculo é feito pelo sistema CM-TIMS ao nível do investidor final
 A margem de garantia requerida é constituída de dois componentes:
 Margem de prêmio: custo de liquidação do portfólio do investidor,
dado:

37
 Pelo valor de fechamento dos prêmios, no caso de posições no
mercado de opções
 Pela diferença entre (a) a cotação de fechamento do ativo subjacente
no mercado à vista e (b) a cotação a termo, no caso de posições no
mercado a termo
 Pela cotação de fechamento do ativo-subjacente no mercado à vista,
no caso de posições no mercado de empréstimo de ativos
 Margem de risco: valor adicional necessário para a liquidação do
portfólio caso ocorra variação adversa nos preços de mercado, com
base em 10 cenários

 Procedimentos e impactos dos proventos (dividendos, bonificação etc)


 Mercado à vista: a partir da data que for indicada como "EX" proventos, os
negócios com ações no mercado à vista serão realizados sem direito aos
proventos e divulgados com a indicação "EX" por 8 pregões consecutivos
 Mercado a termo: proventos pertencem ao comitente comprador a termo
Mercado de opções: tratamento diferenciado, conforme forem opções
protegidas (com ajuste no preço de exercício) ou desprotegidas (sem ajuste
no preço de exercício)
 Mercado futuro: dividendos, proventos em dinheiro e direitos de subscrição
geram ajuste no preço do ativo no mercado futuro de ações quando o ativo
passar a ser negociado "EX" no mercado à vista; no caso de proventos em
ativos, as posições permanecerão na condição "COM" direitos e as
negociações no mercado futuro serão feitas na condição “COM" direitos

 Horários de negociações

38
 Tipos de ordens
 Ordem a mercado: especifica somente a quantidade e as características dos
ativos ou direitos a serem comprados ou vendidos, devendo ser executada a
partir do momento em que for recebida
 Ordem limitada: deve ser executada somente a preço igual ou melhor do que o
especificado pelo cliente
 Ordem administrada: especifica somente a quantidade e as características dos
ativos ou direitos a serem comprados ou vendidos, ficando a execução a critério
da corretora
 Ordem discricionária: dada por administrador de carteira de títulos e valores
mobiliários ou por quem representa mais de um cliente, cabendo ao ordenante
estabelecer as condições em que a ordem deve ser executada. Após sua
execução, o ordenante indicará os nomes dos comitentes a serem especificados,
a quantidade de ativos ou direitos a ser atribuída a cada um deles e o respectivo
preço
 Ordem de financiamento: constituída por uma ordem de compra ou de venda
de um ativo ou direito em um mercado administrado pela Bolsa, e outra
concomitantemente de venda ou compra do mesmo ativo ou direito, no mesmo
ou em outro mercado também administrado pela Bolsa
 Ordem stop: especifica o preço do Ativo ou direito a partir do qual a ordem
deverá ser executada
 Ordem casada: é aquela cuja execução está vinculada à execução de outra
ordem do cliente, podendo ser com ou sem limite de preço

 Tipos de ofertas
 Oferta Limitada: oferta de compra ou venda que deve ser executada por um
preço limitado, especificado pelo cliente, ou a um preço melhor; significa, em
caso de oferta de compra, que a sua execução não poderá se dar a um preço
maior que o limite estabelecido; A oferta de venda, por sua vez, não deve ser
executada a um preço menor que o limitado
 Oferta ao Preço de Abertura: oferta de compra ou venda que deve ser
executada ao preço de abertura do leilão ou das fases de Pré-abertura e Pré-
fechamento
 Oferta a Mercado: oferta que é executada ao melhor limite de preço oposto no
mercado quando ela é registrada
 Oferta Stop: Preço de Disparo: oferta baseada em um determinado preço de
disparo; neste preço e acima para uma oferta de compra e neste preço e abaixo
para uma oferta de venda; a oferta a limite Stop se torna uma oferta limitada
assim que o preço de disparo é alcançado
 Oferta a Qualquer Preço: oferta que deve ser totalmente executada
independentemente do preço de execução (não tem preço limite); este tipo de
oferta somente está disponível para a fase contínua de negociação
 Oferta de Direto: registro simultâneo de duas ofertas que se cruzam, e que são
registradas pela mesma corretora

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 Book Entry
 Processo de registro de propriedades dos ativos e de suas movimentações,
de forma escritural e eletrônica

 Leilões
 As operações que ultrapassem certos limites de quantidade são submetidas
a leilão, obedecendo aos seguintes parâmetros:
 Leilão imediato: quando o lote de ações está entre 5 e 10 vezes a média,
ou representa de 0,50% a 0,99% das ações ordinárias
 Leilão com anúncio prévio de 15 minutos: lote inferior a 10 vezes a média
e compreendendo entre 19% e 2,999% das ações preferenciais
 Leilão com anúncio prévio de 1 hora: lote superior a 10 vezes a média ou
entre 19% e 2,99% das ações ordinárias, ou entre 3% a 4,999% das
ações preferenciais
 Leilão com anúncio prévio de 1 dia útil: lotes que representem de 3% a
6% das ações ordinárias, ou de 5% a 20% das ações preferenciais
 Leilão com anúncio prévio de 2 dias úteis: lotes superiores a 6% das
ações ordinárias ou a 20% das ações preferenciais
 As operações cujo preço apresente oscilação acima do admitido em relação
ao preço base são submetidas a leilão
 Para definição do preço base é considerada a última cotação no MegaBolsa
onde foi negociada a maior quantidade nos últimos 30 pregões
 Leilão imediato: operações cujo preço apresente oscilação entre 10% e
20%- exclusive - sobre o último negócio realizado com ações, recibos e
direitos
 Leilão com anúncio prévio de 15 minutos: operações cujo preço
apresente Oscilação igual ou superior a 20% sobre a última operação
realizada; no caso específico de ações, recibos e direitos com altíssima
liquidez, operações cujo preço apresente variação superior a 5% sobre a
última operação realizada no mesmo pregão; se o ativo estiver sendo
negociado pela primeira vez; ou se não houve operação anterior no
mesmo pregão e nos 5 pregões anteriores

 Apregoação por leilão: realizada com destaque das demais, mencionando se,
obrigatoriamente, o ativo, o lote e o preço
 Dois tipos:
 Apregoação por leilão comum: toda aquela em que é facultada a
interferência de vendedores ou compradores
 Apregoação por leilão especial: toda aquela realizada com destaque
das demais e em que é somente permitida a interferência de Operadores
compradores

40
IX. Fundos de Investimento

1. Histórico

 1957: criação do Crescinco, primeiro fundo de investimento do Brasil


 1964: constituição do Sistema Financeiro Nacional e criação do Conselho Monetário
Nacional e do Banco Central do Brasil (Lei n° 4.595)
 1967: Decreto-Lei 157 cria fundos fiscais de investimento em renda variável (Fundos
157)
 1976: criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (Lei n° 6.385)
 2004: publicação da Instrução CVM n° 409, que trouxe a unificação das regras de
constituição, administração, funcionamento e divulgação de informações dos fundos de
investimento
 2014: publicação da Instrução CVM n° 555, que revogou a Instrução CVM e trouxe
aprimoramentos e simplificações das regras dos fundos

2. Instrução CVM 555/14 (revogou a ICVM 409/04)

 Definições importantes
 Fundo de investimento: comunhão de recursos, constituído sob a forma de
condomínio, destinado a aplicação em ativos financeiros
 Fundo aberto: cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas conforme
estabelecido em seu regulamento
 Fundo fechado: cotas somente são resgatadas ao término do prazo de duração
do fundo
 Ativos financeiros: títulos da dívida pública, contratos derivativos, ações,
debentures, cotas de fundos de investimento, títulos de emissão de instituições
financeiras, títulos e contratos diversos etc
 Segregação de funções e responsabilidades:
 Administrador: responsável legal pelo fundo; constitui o fundo, presta
informações à CVM, contrata prestadores de serviços etc
 Custodiante: responsável pela guarda dos ativos do fundo
 Distribuidor: responsável pela distribuição das cotas do fundo
 Gestor: toma decisões de compra e venda de ativos da carteira do fundo
 Auditor independente: audita as demonstrações contábeis e emite parecer sobre
a demonstração da movimentação do patrimônio líquido
 É vedado ao administrador e ao gestor, em nome do fundo:
 receber depósito em conta corrente
 contrair ou efetuar empréstimos (exceto autorizado pela CVM)
 prestar fiança, aval ou aceite

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 vender cotas a prestação
 prometer rendimento predeterminado aos cotistas
 realizar operações com ações fora do mercado organizado (exceto nos casos de
distribuições públicas, exercício de preferência, conversão de debentures em
ações, exercício de bônus e mediante autorização da CVM)
 utilizar recursos do fundo para pagamento de seguro contra perdas financeiras
de cotistas
 praticar qualquer ato de liberalidade
 Obrigações do Administrador:
 Manter documentação do fundo em ordem
 Solicitar, se for o caso, a admissão das cotas de fundo fechado à negociação
em mercado organizado
 Pagar multa cominatória por cada dia de atraso no cumprimento de prazos
 Elaborar e divulgar informações aos cotistas e demonstrações contábeis
 Manter atualizada junto à CVM a lista de prestadores de serviços do fundo
 Custear despesas com elaboração e distribuição do material de divulgação
 Manter serviço de atendimento ao cotista
 Observar o regulamento do fundo e cumprir as deliberações da assembleia
geral
 Fiscalizar os serviços prestados por terceiros contratados pelo fundo
 Administrador e gestor devem conjuntamente as políticas, procedimentos e
controles internos necessários para que a liquidez da carteira do fundo aberto
seja compatível com:
 Os prazos previstos no regulamento para pagamento dos pedidos de resgate
 O cumprimento das obrigações do fundo
 Tais políticas e procedimentos devem levar em conta, no mínimo:
 A liquidez dos diferentes ativos financeiros no fundo
 As obrigações do fundo, incluindo depósitos de margem e outras garantias
 Os valores de resgate esperados em condições ordinárias
 O grau de dispersão da propriedade de cotas

 Tipos de Fundos
 Restritos (destinado a um grupo específico de cotistas):
 Fundos para investidores qualificados
 Fundos para investidores profissionais
 Fundos previdenciários
 Exclusivos: constituídos para receber aplicações exclusivamente de um único cotista, e
somente disponível para investidores profissionais

42
 Investidores profissionais (ICVM 554/14):
 Instituições financeiras e as autorizadas pelo BACEN
 Seguradoras e sociedades de capitalização
 Entidades de previdência complementar
 Pessoas naturais ou jurídicas com investimentos acima de R$ 10.000.000,00 e que
atestem por escrito
 Fundos de investimento
 Clubes de investimento com carteira gerida por administrador autorizado pela CVM
 AAI, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários
autorizados pela CVM com relação a seus próprios recursos
 Investidores não residentes

 Investidores qualificados (ICVM 554/14):


 Investidores profissionais
 Pessoas físicas ou jurídicas com investimentos acima de R$1.000.000,00 e que
atestem por escrito essa condição
 Pessoas naturais aprovadas em exames de qualificação como requisitos para o
registro de AAI, administradores de carteira, analistas e consultores de valores
mobiliários, em relação a seus próprios recursos
 Clubes de investimento com carteira gerida por um ou mais cotistas que sejam
investidores qualificados

 Cotas:
 Frações ideais do patrimônio do fundo (valor da cota = PL/n° de cotas)
 Escriturais, nominativas e conferem iguais direitos/obrigações a cotistas
 Os cotistas respondem por eventual PL negativo do fundo, sem prejuízo da
responsabilidade do administrador e do gestor
 Em caso de liquidez, administrador pode declarar o fechamento do fundo para
resgate e, após 5 dias consecutivos, deve convocar assembleia geral extraordinária
para deliberar sobre as possibilidades
 A distribuição das cotas deve ser realizada por instituições integrantes do sistema
de distribuição (distribuição de cotas de fundo aberto independe de registro na
CVM)
 Pagamento do resgate: até 5 dias úteis (multa diária de 0,5% sobre valor)
 Todo cotista, ao ingressar no fundo, deve formalizar (assinar) termo de adesão e
ciência de risco, atestando que:
 Teve acesso ao inteiro teor do regulamento, da lâmina de informações
essenciais (se houver) e do formulário de informações complementares

43
 Tem ciência dos fatores de risco, de que não há garantia contra eventuais
perdas patrimoniais, de que a CVM garante veracidade de informações ou
qualidade do fundo, e de que as estratégias do fundo podem causar
perdas superiores ao seu patrimônio, obrigando o cotista a aportar
recursos adicionais
 Fundos abertos podem realizar resgate compulsório de cotas, desde que:
 O regulamento ou a assembleia geral de cotistas autorizem e determinem
claramente a forma e os procedimentos para o resgate
 Seja realizado de forma equânime, simultânea e proporcional entre todos
os cotistas, e
 Não seja cobrada taxa de saída

 Informações relevantes fornecidas pelo administrador do fundo:


 Diariamente (ou em periodicidade compatível com a liquidez do fundo), O valor da
cota
 Mensalmente (ou em periodicidade compatível com a liquidez do fundo), extrato de
conta contendo: nome do fundo e seu CNPJ, nome, endereço e CNPJ do
administrador, nome do cotista, saldo e valor das cotas no início e no final do
período, movimentação ocorrida ao longo do mês, rentabilidade do fundo no mês,
data da emissão do extrato e telefone, Correio eletrônico e endereço para
atendimento
 Semestralmente, a demonstração de desempenho do fundo: para os 12 meses
findos em 31/12, até último dia útil de fevereiro, e para os 12 meses findos em
30/06, até último dia útil de agosto
 Anualmente, as demonstrações contábeis do fundo

 Regras para divulgação de informações sobre fundos:


 Abrangente, equitativa e simultânea para todos os cotistas, incluindo regulamento,
lâmina de informações essenciais (se houver), demonstração de desempenho e
formulário de informações complementares
 Informações devem ser
 Verdadeiras, completas, consistentes e não induzir o investidor a erro
 Escritas em linguagem simples, clara, objetiva e concisa
 Úteis à avaliação do investimento
 Informações não podem assegurar ou sugerir a existência de garantia de resultados
futuros ou de isenção de riscos
 Informações factuais devem vir acompanhadas da indicação de suas fontes e ser
diferenciadas de interpretações, opiniões, projeções e estimativas

 Compete à assembleia geral de cotistas deliberar sobre:


 Demonstrações contábeis apresentadas pelo administrador
 Substituição do administrador, gestor ou custodiante do fundo

44
 Fusão, incorporação, cisão, transformação ou liquidação do fundo
 Aumento das taxas de administração, performance ou de custódia
 Alteração da política de investimento do fundo
 Emissão de novas cotas, no caso de fundo fechado
 Amortização e resgate compulsório, caso não esteja no regulamento
 Alteração no regulamento
 Convocação de AG extraordinária pode ser feita pelo administrador, gestor, custodiante
ou cotistas com, no mínimo, 5% do total das cotas
 A AG é instalada com a presença de qualquer número de cotistas

 Encargos do fundo:
 Taxas, impostos ou contribuições federais, estaduais, municipais ou autárquicas,
que recaiam ou venham a recair sobre os bens, direitos e obrigações do fundo
 Despesas com registro de documentos, impressão, envio de correspondências,
honorários do auditor independente, emolumentos e comissões, honorários de
advogados, prejuízos não cobertos por seguro, despesas com exercício de voto,
despesas com liquidação, registro e custódia, taxas de administração e
performance e outros
 Após 90 dias do início das atividades, o fundo que mantiver PL médio diário inferior a
R$ 1.000.000,00 por período de 90 dias consecutivos deve ser imediatamente liquidado
ou incorporado a outro fundo

 Infrações graves:
 Distribuição de cotas de fundo sem registro na CVM
 Distribuição de cotas de fundo por pessoa ou instituição não autorizada
 Exercício, pelo administrador, de atividade não autorizada, ou contratação de
terceiros não autorizados ou habilitados
 Não observância à política de investimento do fundo
 Não cumprimento das deliberações tomadas em AG de cotistas
 Não divulgação de fato relevante
 Não observância das regras contábeis aplicáveis aos fundos
 Outras infrações de não observância de regras e limites para o fundo
 Administrador está sujeito a multa diária de R$ 500,00 em virtude do não
atendimento dos prazos para entrega de informações periódicas

3. Classes

 Classificação dos fundos (composição da carteira):


Fundo de Renda Fixa Fundo Multimercado
Fundo Cambial Fundo de Ações

45
1. Fundos de Renda Fixa
 Principal fator de risco é variação da taxa de juros e/ou índice de preços
 Devem possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados diretamente, ou
sintetizados via derivativos, a renda fixa
 Fundo de Renda Fixa - Curto Prazo:
 Aplica recursos exclusivamente em títulos públicos federais ou privados prefixados ou
indexados à taxa SELIC ou a outra taxa de juros, ou títulos indexados a índices de
preços, com prazo máximo a decorrer de 375 dias e prazo médio da carteira do fundo
inferior a 60 dias; títulos privados considerados de baixo risco de crédito pelo gestor;
cotas de fundos de índice que apliquem nesses papéis; e operações compromissadas
com títulos públicos federais
 Utiliza derivativos apenas para proteção da carteira (hedge)

 Fundo de Renda Fixa - Referenciado:


 Ao menos 95% do seu patrimônio líquido deve ser investido em ativos que
acompanham, direta ou indiretamente, determinado índice de referência
 Deve ter 80%, no mínimo, de seu patrimônio líquido representado, isolada ou
cumulativamente, por títulos da dívida pública federal, ativos financeiros de renda
fixa considerados de baixo risco de crédito pelo gestor, ou cotas de fundos de
índice que invistam preponderantemente nesses ativos
 Deve utilizar derivativos apenas para fins de proteção (hedge) de posições
detidas à vista, até o limite destas

 Fundo de Renda Fixa - Simples:


 Deve ter, no mínimo, 95% de seu PL em TPFs, títulos de emissão de
instituições financeiras com risco equivalente aos TPFs, e/ou operações
compromissadas com lastro em TPFs ou em títulos de instituições financeiras
(quando a contraparte tem risco equivalente à dos TPFs)
 Deve utilizar derivativos apenas para fins de proteção (hedge)
 Deve ser constituído na forma de condomínio aberto
 Preveja em regulamento a disponibilização de documentos e informações,
preferencialmente, por meio eletrônico
 São vedados: a cobrança de taxa de performance, o investimento no exterior, a
concentração em créditos privados e a transformação em fundo fechado
 Isento de termo de adesão e de verificação de adequação ao perfil do cliente

 Fundo de Renda Fixa - Dívida Externa:


 Ao menos 80% do PL em títulos representativos da dívida externa de
responsabilidade da União Recursos remanescentes podem ser aplicados
 a. Em derivativos no exterior, exclusivamente para fins de proteção (hedge)
dos títulos integrantes da carteira, ou mantidos em conta de depósito no
exterior em nome do fundo até o limite de 10% do PL

46
 b. Em derivativos no País, exclusivamente para fins de proteção (hedge) dos
títulos integrantes da carteira e desde que referenciados em títulos de dívida
externa de responsabilidade da União, ou mantidos em conta de depósito à
vista em nome do fundo até o limite de 10% do PL
 É vedada a manutenção de recursos do Fundo no País, exceto no caso de
hedge, manutenção de conta de depósito ou compra de TPFs para garantias

2. Fundos de Ações
 Principal fator de risco é a variação de preços de ações negociadas no mercado
organizado
 Ao menos 67% do PL deve ser composto por ações negociadas no mercado
organizado, bônus ou recibos de subscrição, cotas de fundos de ações ou Brazilian
Depositary Receipts (BDRs) classificados como nível II ou III (programa patrocinado
por empresa com registro na CVM)
 O fundo não está sujeito a limites de concentração por emissor, desde que isso
conste do regulamento e que o termo de adesão alerte sobre a concentração em
poucos emissores, com os riscos daí decorrentes
 Os recursos excedentes da carteira podem ser aplicados em quaisquer outros ativos
financeiros, observados os limites de concentração
 Fundos com mais de 2/3 do PL em ações de companhias listadas em segmento de
negociação de valores voltado ao mercado de acesso e que assegurem práticas
diferenciadas de governança corporativa:
 Devem usar a designação “Ações - Mercado de Acesso" no nome
 Quando forem condomínios fechados, podem investir até 1/3 do PL em ações,
debentures, bônus de subscrição e outros valores conversíveis ou permutáveis
em ações de emissão de companhias fechadas
 Tais fundos devem:
 Participar do processo decisório da companhia investida, com efetiva influência
na definição de sua política estratégica e na sua gestão
 Investir somente em companhias fechadas que adotem práticas de governança
diferenciadas e especificadas na Instrução

3. Fundos Cambiais
 Principal fator de risco é a variação dos preços de moeda estrangeira ou a variação
do cupom cambial
 Ao menos 80% da carteira deve ser composta por ativos relacionados diretamente,
ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que dá nome à classe

4. Fundos Multimercado
 Devem possuir políticas de investimento que envolvam vários fatores de risco, sem o
compromisso de concentração em nenhum fator em especial

47
 A aquisição de cotas de fundos classificados como “Renda Fixa – Dívida Externa" e
de cotas de fundos de investimento sediados no exterior não está sujeita à incidência
dos limites de concentração por emissor
 O investimento em ações e outros instrumentos de renda variável não está sujeito a
limites de concentração por emissor, desde que isso Conste do regulamento e que o
termo de adesão alerte sobre a concentração em poucos emissores, com os riscos
daí decorrentes

 Normas relativas à concentração em créditos privados


 Fundos de Renda Fixa, Cambiais, de Multimercado e Fundos de Investimento
em cotas de fundos de investimento com mais de 50% do PL em ativos de
pessoas físicas ou jurídicas de direito privado ou de emissores públicos
diferentes da União Federal devem:
 Incluir à sua denominação o sufixo “Crédito Privado", e
 Incluir os destaques necessários no termo de adesão e ciência de risco

 Fundo de Investimento em Cota de Fundos:


 Deve manter, no mínimo, 95% do PL em cotas de fundos de investimento de
uma mesma classe, exceto os fundos de investimento em cotas classificados
como “multimercado", que podem investir em cotas de fundos de classes
distintas
 Os 5% restantes do PL podem ser mantidos em depósitos à vista ou em títulos
públicos federais, títulos de renda fixa de emissão de instituição financeira,
operações compromissadas, cotas de fundos de índice de renda fixa ou cotas de
fundos de Renda Fixa Curto Prazo, Referenciado (apenas Dl ou SELIC) ou
Simples

4. Aspectos Operacionais

Taxas
 Taxa de administração:
 Remunera os prestadores de serviços do fundo
 Percentual anual do Patrimônio Líquido, calculado diariamente
 Taxa de performance (não é cobrada por todos os fundos):
 Cobrada quando a rentabilidade do fundo supera a de um indicador de
referência, deduzidas todas as despesas, inclusive a taxa de administração
 Vinculação a um índice de referência verificável (igual ou superior a 100%)
 Período mínimo: semestral
 Vedada a cobrança de taxa de performance quando o valor da cota do fundo for
inferior ao seu valor por ocasião da última cobrança efetuada
 Taxa de ingresso ou saída: cobradas na aquisição ou resgate das cotas (em alguns
fundos)

48
Documentos

 Regulamento: regras de funcionamento e operacionalização, espécie do fundo, prazo


de duração, política de investimento, taxas cobradas dos cotistas, público-alvo, fatores
de risco etc
 Formulário de Informações Complementares: exposição dos fatores de risco,
informações sobre tributação, política de voto, administração de risco, relação dos
prestadores de serviços do fundo etc
 Prospecto: resumo das principais informações do regulamento
 Lâmina de informações essenciais: página com principais características e indicadores
do fundo; deve ser atualizada mensalmente até o dia 10; o administrador pode
formatar como desejar, desde que mantida a ordem das informações e o conteúdo
conforme determinado pela CVM

5. Políticas de Investimentos

 Gestão Passiva
 Acompanham índice de referência (benchmark); gestores têm menor liberdade na
seleção dos ativos
 Gestão Ativa
 Gestor busca obter melhor desempenho, assumindo posições que julgue
adequadas para superar o benchmark do fundo

6. Aspectos Tributários

 Instrução Normativa da Receita Federal no 1585:


 Fundos de Ações têm alíquota única de IR de 15%
 Fundos de Curto Prazo (prazo médio de carteira igual ou inferior a 365 dias):
aplicações até 180 dias têm IR de 22,5%; aplicações acima de 180 dias têm IR de
20%; cobrança na fonte, no resgate
 Fundos de Longo Prazo (prazo médio de carteira superior a 365 dias): IR de
22,5% até 180 dias; 20% entre 181 e 360 dias; 17,5% entre 361 e 720 dias; 15%
acima de 720 dias; cobrança na fonte, no resgate
 Recolhimento do IR no último dia útil de maio e novembro no sistema "come
cotas" (não aplicável a fundos de acões), sendo que para essa cobrança é usada
a menor alíquota de cada fundo (20% CP e 15% LP)
 No resgate, é feito recolhimento da diferença devida, caso o prazo de
permanência tenha sido menor que o considerado

 Recolhimento do Imposto de Renda no sistema “come cotas" reduz número de cotas


do investidor

49
 Imposto de Renda incide sobre rendimento líquido de IOF (Imposto sobre Operações
Financeiras)
 IOF incide sobre o rendimento de períodos inferiores a 30 dias em fundos de renda
fixa, multimercado e cambiais
 Alíquota de IOF regressiva de 96% a O nos primeiros 30 dias, dependendo do
momento do resgate

X. Outros Fundos de Investimentos Regulados pela CVM

1. Fundo de Índice – ICVM 359/02

 Fundo de Investimento em Índice de Mercado: comunhão de recursos para aplicação


em carteira que vise refletir as variações/rentabilidade de índice de referência por
prazo indeterminado
 Índice de referência: índice de mercado reconhecido pela CVM
 Critérios para aprovação do índice de referência:
 Metodologia completa de cálculo disponibilizada de forma gratuita na internet
 Regras predeterminadas e critérios objetivos
 Frequência de rebalanceamento deve permitir replicação
 Não estar sujeito a reajustes retroativos
 Representar um objetivo de investimento claro e único, sem condicionantes
 Não ser fornecido por parte relacionada ao administrador ou gestor
 Desempenho deve ser público e amplamente divulgado/acessível via internet
 Não são aceitos múltiplos, inversos ou múltiplos do inverso de um índice
 Regras aplicáveis a Fundos de Índice
 Expressão “Fundo de índice" deve constar do nome do fundo
 Fundo aberto
 Cotas do fundo devem ser admitidas à negociação no mercado secundário, por
intermédio de bolsa de valores ou entidade do mercado de balcão organizado
 Funcionamento do fundo depende de prévia autorização da CVM
 Administração: Somente por pessoa jurídica autorizada pela CVM
 Administrador pode contratar prestadores de serviço para as atividades de gestão
da carteira do fundo, execução de serviços de tesouraria, escrituração da emissão,
resgate e negociação das cotas, distribuição das cotas e custódia dos ativos da
carteira do fundo
 De forma a refletir a variação e a rentabilidade do índice de referência, o fundo
deve manter, no mínimo, 95% do seu patrimônio aplicado em:
 Ativos financeiros que integrem o índice de referência; e
 Posição líquida comprada em contratos futuros

50
 Recursos excedentes: títulos públicos, títulos de renda fixa emitidos por instituições
financeiras, cotas de fundos Curto Prazo, Renda Fixa e Referenciado, operações
compromissadas, derivativos (para hedge), ativos líquidos, cotas de outros fundos
de índice
 Podem ser cobradas taxas de ingresso e de saída, além da taxa de administração,
desde que previstas no regulamento do fundo
 É vedada a cobrança de taxa de performance

2. Fundo de Investimento Imobiliário – ICVM 472/08

 Fundo de Investimento Imobiliário (FI): comunhão de recursos para aplicação em


empreendimentos imobiliários
 Constituído sob a forma de condomínio fechado
 Poderá ter prazo de duração indeterminado
 Cotista do fundo:
 Não poderá exercer qualquer direito real sobre os imóveis e
empreendimentos integrantes do patrimônio do fundo; e
 Não responde pessoalmente por qualquer obrigação legal ou contratual,
relativa aos imóveis e empreendimentos do fundo, ou do administrador
 Administração: exclusiva de bancos comerciais, de investimento ou múltiplos
com carteira de investimento ou crédito imobiliário, Sociedades corretoras,
distribuidoras ou de crédito imobiliário, caixas econômicas e companhias
hipotecárias
 O regulamento do fundo deve dispor sobre:
 O objeto do fundo, os segmentos em que atuará e a natureza dos
investimentos/empreendimentos imobiliários que poderão ser realizados
 A política de investimentos a ser adotada pelo administrador, contendo:
 descrição do objetivo fundamental dos investimentos imobiliários a
serem realizados (ganho de capital, obtenção de renda ou ambos)
 grau de liberdade do administrador no cumprimento da política de
investimento
 ativos que podem integrar o fundo e os requisitos de diversificação
 possibilidade de contratação de operações com derivativos para hedge
 possibilidade de aquisição de imóveis gravados com ônus reais
 localização geográfica dos imóveis a serem adquiridos, se aplicável
 O prazo de duração do fundo
 Taxas de administração e de desempenho, se for o caso
 Taxas de ingresso ou critérios para sua fixação, se for o caso
 Número de cotas a serem emitidas e sua divisão em séries, se for o caso
 Possibilidade ou não de futuras emissões de cotas

51
 Política de distribuição de rendimentos e resultados
 Qualificação do administrador, suas obrigações e responsabilidades
 Critérios para a remuneração do administrador
 Modo de convocação e competência da assembleia geral de cotistas
 Modo e condições de dissolução e liquidação do fundo
 Percentual máximo de cotas que o incorporador, construtor e sócios de um
determinado empreendimento em que o fundo tenha investido poderão
subscrever ou adquirir no mercado
 Ativos listados na ICVM 472/08 para investimento do fundo:
 Quaisquer direitos reais sobre bens imóveis
 Ações, debêntures, bônus de subscrição, seus cupons, direitos, recibos de
subscrição e certificados de desdobramentos, certificados de depósito de VMs,
cédulas de debentures, cotas de fundos de investimento, notas promissórias, e
quaisquer outros VMs, desde que de emissores registrados na CVM e com
atividades permitidas aos FIL
 Ações ou cotas de sociedades cujo único propósito se enquadre entre as
atividades permitidas aos FIL
 Cotas de fundos de investimento em participações (FIP) que pratiquem,
exclusivamente, atividades permitidas aos FII
 Cotas de fundos de investimento em ações setoriais e que invistam
exclusivamente em construção civil ou no mercado imobiliário
 Certificados de potencial adicional de construção (ICVM 401/03)
 Cotas de outros FII
 CRIs e cotas de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC) que
tenham como política de investimento, exclusivamente, atividades permitidas aos
FII, desde que tenham sido objeto de oferta pública registrada na CVM ou cujo
registro tenha sido dispensado
 Letras hipotecárias
 Letras de crédito imobiliário
 Letras imobiliárias garantidas

 Outras regras:
 Informações periódicas:
 Mensalmente, informações do ativo, PLe número de cotas
 Trimestralmente, informações detalhadas sobre os imóveis e/ou ativos
financeiros do fundo
 Anualmente, as demonstrações financeiras
 Não é permitido o resgate de cotas
 Lei 8.668/93, art. 10, parágrafo único: o fundo deverá distribuir a seus quotistas,
no mínimo, 95% (noventa e cinco por cento) dos lucros auferidos, apurados

52
segundo o regime de caixa, com base em balanço ou balancete semestral
encerrado em 30 de junho e 31 de dezembro de cada ano

3. Fundo de Investimento em Participações – ICVM 578/16

 Fundo de Investimento em Participações (FIP): comunhão de recursos destinada à


aquisição de ativos de companhias e como dever de "participar do processo decisório
da sociedade investida, com efetiva influência na definição de sua política estratégica
e na sua gestão"
 Apenas condomínio fechado
 Apenas para investidor qualificado
 Ativos: ações, bônus de subscrição, debentures simples, outros TVMs
conversíveis ou permutáveis em ações de emissão de companhias, abertas ou
fechadas, bem como TVMs representativos de participação em sociedades
limitadas
 Regras de enquadramento de FIPs
 Mínimo de 90% do patrimônio líquido nos ativos mencionados
 Investimento em debentures não conversíveis limitado a 33% do total do capital
subscrito do fundo (exceto para FIP-IE e FIP-PD&I)
 Pode investir até 20% do seu capital subscrito em ativos no exterior que possuam
a mesma natureza econômica dos ativos mencionados
 Pode investir em cotas de outros FIPs ou cotas de fundos de ações para fins de
atendimento ao limite mínimo de 90% mencionado acima

 Os FIPs devem ser classificados nas seguintes categorias quanto à Composição de


suas carteiras
 Capital Semente (investimento em empresas com receita anual bruta de até R$ 16
milhões)
 Empresas Emergentes (investimento em empresas com receita anual bruta de até
R$ 300 milhões)
 Infraestrutura (FIP-IE) e Produção Econômica Intensiva em Pesquisa,
Desenvolvimento e Inovação (FIP-PD&I) (investimento nas áreas de energia,
transporte, água e saneamento básico, irrigação e outras áreas tidas como
prioritárias pelo Poder Executivo Federal)
 Multiestratégia (investimento em diversos tipos e portes de sociedades) Fundos
que aplicam em empresas focadas em inovação devem conter, em sua
denominação, a expressão “Inovação"
 Divulgação de Informações periódicas
 Trimestralmente, valor do Pl e das cotas
 Semestralmente, a composição da carteira
 Anualmente, as demonstrações contábeis

53
 Instrução CVM n° 391/03 (REVOGADA) mencionava valor mínimo para aplicação
de R$ 100.000,00

Fundo de Investimento em Empresas Emergentes – ICVM 209/94 (REVOGADA)


 Fundo fechado
 Valores mobiliários de empresas emergentes (faturamento líquido anual inferior a
R$ 150.000.000,00)
 75% das aplicações em ações, debentures, conversíveis em ações ou bônus de
subscrição de empresas emergentes
 Prazo máximo de 10 anos

4. Fundo de Investimento em Direitos Creditórios – ICVM 356/01

 Fundo de Investimento em Direitos Creditórios: Comunhão de recursos que aplica


parcela preponderante do PL em direitos creditórios
 Direitos creditórios: direitos e títulos representativos de crédito, originários de
operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial,
imobiliário, de hipotecas, de arrendamento mercantil e de prestação de
serviços, além de warrants, contratos e títulos específicos
 Cessão de direitos creditórios: a transferência pelo cedente, credor originário
ou não, de seus direitos creditórios para o FIDC, mantendo se inalterados os
restantes elementos da relação obrigacional
 Regras aplicáveis a FIDCs
 Pode ser constituído na forma de condomínio aberto ou fechado
 Somente poderão receber aplicações, bem como ter cotas negociadas no
mercado secundário, quando o subscritor ou o adquirente das cotas for
investidor qualificado
 Cada classe ou série de cotas de sua emissão destinada à colocação pública
deve ser classificada por agência classificadora de risco em funcionamento
no País
 Instrução CVM n° 554/14 REVOGOU inciso que mencionava valor mínimo
para aplicação de R$ 25.000,00
 Após 90 dias do início de suas atividades, o fundo deve ter 50%, no mínimo,
de seu PL representado por direitos creditórios
 A CVM pode prorrogar esse prazo por igual período se administrador
apresentar motivos que justifiquem a prorrogação
 Saldo do PL: pode ser aplicado em títulos de emissão do Tesouro Nacional,
títulos de emissão do BCB, créditos securitizados pelo Tesouro Nacional,
títulos de emissão de estados e municípios, certificados e recibos de depósito
bancário e demais títulos, VMs e ativos financeiros de renda fixa
 FIDC pode ainda:
 Realizar operações compromissadas

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 Realizar operações com derivativos para fins de hedge das posições à
vista
 Administração do fundo: pode ser exercida por banco múltiplo, por banco
comercial, pela Caixa Econômica Federal, por banco de investimento, por
Sociedade de crédito, financiamento e investimento, por sociedade corretora
de títulos e valores mobiliários ou por sociedade distribuidora de títulos e
valores mobiliários

XI. Securitização de Recebíveis

1. Securitização de Recebíveis

 Processo por meio do qual um emissor cria um instrumento financeiro utilizando como
lastro ativos que geram um fluxo de caixa a ser utilizado para remunerar os
investidores nos títulos emitidos
 Securitização: “empacotamento" de ativos em securities, que podem ser livremente
negociadas entre investidores
 Exemplos de produtos de securitização no exterior: Mortgage-Backed Securities,
Asset-Backed Securities
 Produtos de securitização no Brasil: cotas de Fundos de Investimento em Direitos
Creditórios (FIDC), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de
Recebíveis do Agronegócio (CRA)
 O processo de securitização de recebíveis envolve diversos participantes do mercado,
principalmente:
 Credor: é o detentor dos recebíveis, aquele que gera ou fornece os ativos a
serem securitizados (é o “cedente" da operação)
 Devedor: é a parte que se obriga a fazer os pagamentos ao credor, sendo assim
a parte passiva dos recebíveis (é o “sacado" da operação)
 Companhia Securitizadora: empresa emissora dos certificados de recebíveis,
que serão adquiridos pelos investidores
 Instituição Intermediária: originam os recebíveis, estruturam a operação e fazem
a distribuição dos certificados aos investidores
 Investidores: compram os certificados e recebem o fluxo financeiro advindo dos
recebíveis que servem de lastro à operação

XII. Clubes de Investimento

1. Definição e Regulamentos; Aspectos Operacionais – ICVM 494/11

 Clube de Investimentos: condomínio aberto com no mínimo 3 e no máximo 50


pessoas naturais, para aplicação de recursos em TVMs

55
 Clube deve se registrar em administradora de mercado organizado
 Nenhum cotista pode ter mais do que 40% do total das cotas do clube
 É vedada a negociação de cotas de clubes em mercados regulamentados de
valores mobiliários
 São vedadas as operações com valores mobiliários fora de mercados
organizados, a aquisição de TVMs de emissão do administrador e a aquisição
de cotas de fundos administrados pelo administrador
 O Estatuto do Clube de Investimentos deve dispor sobre:
 Qualificação do administrador do clube e, se houver, do gestor da carteira
 Prazo de duração (determinado ou indeterminado)
 Política de investimento e condições para aplicação e resgate de cotas
 Exercício social do clube
 Taxa de administração e, se houver, taxa de performance
 Política de divulgação de informações, de distribuição de resultados e de
direitos de voto
 Forma de convocação e prazo para realização da assembleia geral
 Modo e condições de dissolução e liquidação do clube
 O clube deve possuir, no mínimo, 67% de seu PL investido em
 Ações
 Bônus e recibos de subscrição
 Debêntures conversíveis em ações, de emissão de companhias abertas
 Cotas de fundos de índice de ações negociados em mercado organizado
 Certificados de depósitos de ações
 Restante do PL pode ser aplicado em outros VMs de companhias abertas, cotas de
fundos de Curto Prazo, Referenciado ou Renda Fixa, títulos públicos federais, títulos
de instituição financeira, compra de opções (de ações), sendo vedado o lançamento
de opções a descoberto, e BDRs níveis l, II e |||

 Regras aplicáveis aos Clubes de Investimento


 O administrador deve fornecer à entidade administradora de mercado
organizado as seguintes informações: número de participantes, valor do PLe da
cota, rentabilidade do período, demonstrativo da composição e diversificação
da carteira e dados referentes às reclamações de cotistas
 A entidade administradora de mercado organizado deve enviará CVM,
mensalmente, relatórios sobre as carteiras dos clubes, informações sobre
reclamações de cotistas e relatório sobre possíveis inobservâncias de
leis/regras e, semestralmente, PLe número de cotistas de cada clube
 O administrador deve enviar aos cotistas:
 Mensalmente, extrato contendo valor do PL, das cotas e das despesas do clube
 Anualmente, as demonstrações financeiras do clube

56
2. Gestão – ICVM 494/11

 Administração de clubes de investimento: sociedade corretora/distribuidora, banco


de investimento ou banco múltiplo com carteira de investimento
 Gestão:
 Pelo administrador autorizado pela CVMe eleito pela assembleia geral
 Por pessoas naturais ou jurídicas contratadas pelo administrador, se
autorizadas a exercer a atividade de administração de carteira pela CVM
 Um ou mais cotistas eleitos em assembleia geral
 É vedada a gestão por AAI, mesmo que cotista
 É vedado ao cotista que seja gestor de um clube de investimentos
 Ter mais de um clube sob sua gestão
 Receber qualquer espécie de remuneração ou benefício, direto ou indireto, pelos
serviços prestados ao clube

3. Aspectos Tributários

 Tributação: mesmas normas aplicadas aos fundos de ações


 Cotista é tributado à alíquota de 15% de IR no momento do resgate, incidente
sobre o rendimento obtido com a valorização das cotas
 Em caso de desenquadramento da carteira (mínimo de 67%), aplica-se a tabela
regressiva de IR de renda fixa: 22,5% para aplicações até 180 dias, 20% para
aplicações entre 181 e 360 dias, 17,5% para aplicações entre 361 e 720 dias e
15% para aplicações acima de 720 dias
 Não há tributação no ambiente do clube (só para o cotista, no momento do
resgate)
 Responsável pela retenção e recolhimento do IR: administrador

XIII. Mercado Financeiro – Outros produtos Não Classificados como VMs

1. Títulos de Renda Fixa


 Títulos Públicos
 Objetivo: captar recursos para o financiamento da dívida pública e das atividades
de custeio e investimento dos governos
 Federais: emitidos pelo Tesouro Nacional
 Estaduais e Municipais: emitidos por estados e municípios
 Formas de emissão:
 Ofertas públicas competitivas (leilões)
 Emissões diretas para finalidades específicas definidas em lei
 Vendas diretas para pessoas físicas (Tesouro Direto)

57
 Nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B)
 Título indexado ao IPCA com juros de 6% a.a.
 Pagamento semestral de juros
 Padrão de contagem de dias: dias úteis / 252
 Rentabilidade: taxa predefinida no momento da compra + variação do IPCA
(para títulos mantidos até o vencimento)
 Proporciona rentabilidade real, já que seu Valor Nominal é atualizado pelo
IPCA
 Data-base do Valor Nominal Atualizado: 15/07/2000 (R$ 1.000,00)

 Nota do Tesouro Nacional Série B Principal (NTN-B Principal)


 Título indexado ao IPCA
 Pagamento de juros: no vencimento
 Padrão de contagem de dias: dias úteis / 252
 Rentabilidade: taxa predefinida no momento da compra + variação do IPCA
(para títulos mantidos até o vencimento)
 Proporciona rentabilidade real, já que seu Valor Nominal é atualizado pelo
IPCA
 Data-base do Valor Nominal Atualizado: 15/07/2000 (R$ 1.000,00)

 Nota do Tesouro Nacional Série C (NTN-C)


 Título indexado ao IGP-M com juros de 6% a.a. (exceção: 12% na NTN-C
2031)
 Pagamento semestral de juros
 Padrão de contagem de dias: dias úteis / 252
 Rentabilidade: taxa predefinida no momento da compra + variação do IGP-M
(para títulos mantidos até o vencimento)
 Proporciona rentabilidade real, já que seu Valor Nominal é atualizado pelo
IGP-M
 Data-base do Valor Nominal Atualizado: 15/07/2000 (R$ 1.000,00)

 Nota do Tesouro Nacional Série D (NTN-D)


 Título indexado à cotação de venda do dólar comercial (PTAX)
 Pagamento semestral de juros
 Padrão de contagem de dias: 30/360
 Rentabilidade: taxa predefinida no momento da compra + variação do dólar
(para títulos mantidos até o vencimento)
 Data-base do Valor Nominal Atualizado: 01/07/2000 (R$ 1.000,00)

58
 Nota do Tesouro Nacional Série F (NTN-F)
 Título com taxa de juros pré-fixada de 10% a.a.
 Pagamento semestral de juros
 Rentabilidade: taxa predefinida no momento da compra (para títulos
mantidos até o vencimento)
 Proporciona rentabilidade nominal
 Data-base do Valor Nominal Atualizado: não há

 Nota do Tesouro Nacional Série H (NTN-H)


 Título indexado à Taxa Referencial (TR)
 Resgate em parcela única, no vencimento
 Atualização do Valor Nominal: Índice calculado com base na Taxa
Referencial (TR) desde a data base até a data do vencimento do título.

 Letra do Tesouro Nacional (LTN)


 Título pré-fixado, vendido com deságio (desconto) sobre o Valor Nominal
 Pagamento de juros: no vencimento
 Padrão de contagem de dias: dias úteis / 252
 Rentabilidade: taxa predefinida no momento da compra (para títulos
mantidos até o vencimento)
 Proporciona rentabilidade nominal
 Valor Nominal no vencimento: R$ 1.000,00

 Letra Financeira do Tesouro (LFT)


 Título indexado à Taxa SELIC
 Pagamento de juros: no vencimento
 Padrão de contagem de dias: dias úteis / 252
 Rentabilidade: Taxa Selic acumulada no período, acrescida de ágio ou
deságio registrado no momento da compra
 Proporciona rentabilidade nominal
 Data-base do Valor Nominal Atualizado: 01/07/2000 (R$ 1.000,00)

 Liquidação bruta em tempo real (LBTR): a liquidação de operações no SELIC é


sempre condicionada à disponibilidade do título negociado na conta de custódia
do vendedor e dos recursos por parte do comprador
 Liquidação no Tesouro Direto:
 Física: D+2
 Financeira: D+1 (rendimento começa a contar desta data)

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 Tributação:
 IR regressivo em relação ao tempo de aplicação: 22,5% até 180 dias, 20%
de 181 até 360 dias, 17,5% de 361 dias até 720 dias, 15% acima de 720 dias
 IOF regressivo para resgates em menos de 30 dias: 96% para 1 dia de
aplicação até 0% para 30 dias de aplicação

 Títulos privados
 Certificado de Depósito Bancário (CDB)
 Título de renda fixa que representa promessa de pagamento, em data futura,
do valor do depósito a prazo, acrescido da rentabilidade
 Pode ser emitido por bancos comerciais, de investimento ou múltiplos, além
bancos de desenvolvimento e a Caixa Econômica Federal
 Rentabilidade pode ser pré ou pós-fixada
 Pode ser resgatado antes do vencimento
 Pode ser negociado entre investidores

 Recibo de Depósito Bancário (RDB)


 Investimento de renda fixa que representa promessa de pagamento, em data
futura, do valor do depósito a prazo, acrescido da rentabilidade (como o CDB)
 Diferença em relação ao CDB: não pode ser negociado nem resgatado antes do
vencimento (salvo em situações excepcionais)
 Pode ser emitido por bancos comerciais, de investimento ou múltiplos, além de
bancos de desenvolvimento, a Caixa Econômica Federal, as sociedades de
crédito, financiamento e investimento ("financeiras") e as cooperativas de crédito
(para seus associados)

 Letra de Câmbio (LC)


 Permite que o devedor (sacado) confira ao registrador da LC (sacador/aceitante)
ordem de pagamento do valor devido
 Não tem relação com moeda estrangeira
 Rentabilidade pré ou pós-fixada
 Podem ser negociados pelos registradores
 Podem ser aceitantes de LCs os bancos múltiplos com carteira de crédito,
financiamento e investimento e as sociedades de crédito, financiamento e
investimento

 Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI):


 Instrumento financeiro destinado à transferência de recursos entre instituições
financeiras e negociado exclusivamente entre elas
 Aplicação com prazo de um dia útil

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 Taxa média ponderada diária das operações de CDI (Taxa DI) é utilizada como
referencial para o custo do dinheiro e, consequentemente, para a rentabilidade de
diversas aplicações de renda fixa

 Letra Hipotecária (LH)


 Título lastreado em créditos imobiliários e emitido por instituições financeiras que
emprestam recursos ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH)
 Emissores podem ser bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário,
companhias hipotecárias, associações de poupança e empréstimo e sociedades
de crédito imobiliário
 Rentabilidade pré ou pós-fixada
 Isenção de imposto de renda para pessoas físicas
 Prazo mínimo de 180 dias e prazo máximo não superior ao dos créditos
hipotecários que lhe servem de garantia

 Letra Financeira (LF): título de renda fixa emitido por instituições financeiras com a
finalidade de captar recursos de longo prazo
 Prazo mínimo de 2 anos, sem possibilidade de resgate total ou parcial antes
desse prazo
 Remuneração por juros fixos ou flutuantes
 Valor nominal unitário mínimo: R$ 150.000,00 (R$300.000,00 se contiver cláusula
de subordinação)
 Pode ser emitida por bancos múltiplos, comerciais, de investimento, de
desenvolvimento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, caixas
econômicas, companhias hipotecárias, sociedades de crédito imobiliário e pelo
BNDES

 Tributação:
 IR regressivo em relação ao tempo de aplicação: 22,5% até 180 dias, 20% de
181 até 360 dias, 17,5% de 361 dias até 720 dias, 15% acima de 720 dias
(isenção para pessoas físicas em Lle LH)
 IOF regressivo para resgates em menos de 30 dias: 96% para 1 dia de aplicação
até 0% para 30 dias de aplicação

 Fundo Garantidor de Crédito (FGC)


 Garantia de até R$ 250.000,00 por CPF e por instituição
 Válida para CDB, RDB, LC, LleLH (além de outros títulos)

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2. Câmbio

 Definição: operação de troca de moeda de um país pela moeda de outro


 Mercado de câmbio: ambiente onde se realizam as operações de compra e venda
de moeda estrangeira
 Instituições autorizadas pelo BACEN a operar: bancos múltiplos, comerciais, de
investimento, de desenvolvimento e de câmbio; caixas econômicas; agências de
fomento; sociedades de crédito, financiamento e investimento; sociedades
corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários; e sociedades corretoras
de câmbio
 Liquidação de câmbio
 A liquidação de contrato de câmbio ocorre quando da entrega de ambas as
moedas, nacional e estrangeira, objeto da contratação ou de títulos que as
representem
 A liquidação pronta é obrigatória nos seguintes casos:
 Operações de câmbio simplificado de exportação ou de importação
 Compras ou vendas de moeda estrangeira em espécie ou em cheques de
viagem
 Compra ou venda de ouro - instrumento cambial
 As operações de câmbio contratadas para liquidação pronta devem ser liquidadas:
 No mesmo dia, quando se tratar de compras e de vendas de moeda
estrangeira em espécie ou em cheques de viagem, ou de operações ao
amparo da sistemática de câmbio simplificado de exportação
 Em até 2 dias úteis da data da contratação, nos demais casos, excluídos os
dias não úteis nas praças das moedas envolvidas (dias não úteis na praça de
uma moeda e/ou na praça da outra moeda)
 As operações de câmbio abaixo indicadas podem ser contratadas para liquidação
futura, devendo a liquidação ocorrer em até:
 1.500 dias, no caso de operações interbancárias e de arbitragem, bem como
nas operações de natureza financeira em que o cliente seja a Secretaria do
Tesouro Nacional
 360 dias, no caso de operações de câmbio de importação e de natureza
financeira, com ou sem registro no Banco Central do Brasil
 3 dias úteis, no caso de operações de câmbio relativas a aplicações de títulos
de renda variável que estejam sujeitas a registro no Banco Central do Brasil
 Tributação (Decreto no 6.306/07):
 Alíquota máxima de IOF: 25%
 Ingresso de recursos no País: alíquota zero
 Operações de natureza interbancária: alíquota zero
 Operações com cartão de crédito: 6,38%
 Base de cálculo: montante em moeda nacional, recebido ou entregue,
correspondente ao valor, em moeda estrangeira, da operação

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XIV. Mercado Derivativos – Produtos – Modalidades Operacionais –
Liquidação

1. Conceituação dos Derivativos

 Derivativos
 Contratos cujo preço é determinado em função do preço de um outro ativo, isto é,
seu preço é "derivado" do preço de outro ativo
 O ativo cujo preço serve de base para o cálculo do preço do derivativo é
conhecido como ativo subjacente ou ativo-objeto, que pode ser
 Físico: ouro, petróleo, soja, boi etc
 Financeiro: ações, taxas de juros, crédito, derivativos etc
 Podem ser negociados sob a forma de contratos padronizados (registrados em
mercado de bolsa ou balcão organizado) ou de operações customizadas (entre
clientes e instituições financeiras)
 Participantes do mercado
 Hedger: busca hedge (proteção) para suas posições ativas ou passivas contra
possíveis variações futuras no preço de um determinado ativo ou passivo, por
meio da fixação antecipada do preço de compra ou venda de um bem ou ativo
financeiro para neutralizar variações adversas de preço
 Especulador: assume o risco da variação de preços do bem ou ativo financeiro
para obter ganho, conforme sua visão de mercado
 Arbitrador: busca obter ganhos ao realizar operações simultâneas de Compra e
venda de ativos e se aproveitar de diferenciais de preços que estejam
“desalinhados", com pouco (ou "nenhum") risco

 Opções
 Derivativos que conferem aos seus detentores o direito (mas não a obrigação) de
comprar ou vender o ativo-objeto em quantidade, preço e data (ou período de
tempo) determinados
 Tal direito é adquirido pelo comprador da opção (o titular) mediante o pagamento
de um prêmio, que é justamente o preço da opção
 O vendedor da opção (o lançador) tem, portanto, a obrigação de comprar ou
vender o ativo-objeto nas condições pré-acordadas
 O preço de exercício é o preço ao qual o ativo-objeto será comprado ou vendido
pelo titular da opção, caso este deseje exercer o seu direito
 Opções de compra (call): conferem ao titular o direito (mas não a obrigação) de
comprar o ativo-objeto na quantidade, preço e data (ou período de tempo)
determinados
 Opções de venda (put): conferem ao titular o direito (mas não a obrigação) de
vender o ativo-objeto na quantidade, preço e data (ou período de tempo)
determinados

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 Quanto ao momento do exercício, as opções podem ser:
 Americanas: podem ser exercidas a qualquer momento durante a
vigência do contrato
 Europeias: Só podem ser exercidas na data de vencimento da opção
 Uma opção pode estar “dentro”, “fora" ou "no dinheiro", dependendo da relação
entre o preço do ativo-objeto à vista (S) eo preço de exercício (X) da opção de
compra ou de venda
 Opção de compra (call):
Se S>X, a opção está "dentro do dinheiro" ou "dentro do preço" ("in the money")
Se S = X, a opção está "no dinheiro" ou "no preço" ("at the money")
Se S < X, a opção está “fora do dinheiro" ou "fora do preço" ("out of the money")
 Opção de venda (put):
Se S> X, a opção está “fora do dinheiro" ou "fora do preço" ("out of the money")
Se S = X, a opção está "no dinheiro" ou "no preço" ("at the money")
Se S<X, a opção está "dentro do dinheiro" ou "dentro do preço" (in the money)

 O prêmio da opção pode ser decomposto em dois elementos:


 Valor intrínseco (apenas para opções “dentro do dinheiro"):
 Para uma opção de compra: máximo entre (a) o preço à vista do ativo-
objeto menos o preço de exercício e (b) zero
 Para uma opção de venda: máximo entre (a) o preço de exercício
menos o preço à vista do ativo-objeto à vista e (b) zero
 Valor do tempo: qualquer valor do prêmio acima do valor intrínseco
 Prêmio da opção = valor intrínseco + valor do tempo

 Financiamento com opções ("lançamento coberto"): operação que envolve duas


etapas
 Compra de ações no mercado à vista
 Venda de opções de compra sobre essas mesmas ações
 Financiamento dentro do dinheiro: preço à vista é superior ao preço de exercício
da opção de compra
 Financiamento fora do dinheiro: preço à vista é inferior ao preço de exercício da
opção de compra

 Contratos a Termo
 Contrato em que as partes assumem o compromisso de compra e venda de um
ativo, especificando a quantidade, qualidade (em certos casos) e a data de
entrega do ativo
 As partes da operação ficam vinculadas uma à outra até a data de vencimento
 Comprador do termo: faz o pagamento e recebe o ativo-objeto

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 Vendedor do termo: entrega o ativo-objeto e recebe o pagamento
 Movimentação financeira: Somente na liquidação
 Contratos podem ser mais customizados; não há ajuste diário
 Desvantagens: baixa liquidez, menor transparência, risco de crédito

 Contratos Futuros
 Contratos altamente padronizados por meio dos quais as partes se comprometem
a comprar ou vender um ativo, a um preço determinado previamente, com
liquidação em data futura
 Características: alta liquidez, negociação transparente em bolsa, facilidade para
encerramento da posição a qualquer momento (há ajuste diário do valor dos
contratos), garantia de liquidação via clearing central
 Desvantagens: ajustes diários (variação de fluxo de caixa), custo mais elevado do
que contratos a termo, depósito de garantias

 Swaps
 Contratos derivativos, negociados em mercado de balcão entre duas partes, que
permitem a troca de fluxos de caixa referenciados em ativos ou índices distintos,
com base em um valor nominal (valor de principal)
 Tipos mais comuns: taxa de juros, moeda, índices, commodities
 No mercado de balcão organizado da BM&FBovespa são oferecidos swaps com
os seguintes ativos-objeto (nas respectivas categorias):
 Índices de Inflação: IGP-M, IPCA
 Índices de ações: Ibovespa, BrX 50
 Taxas de juros: CDI, Pré, Selic, TJLP, TR
 Taxas de cambio: USD, EUR, JPY

2. Mecânica Operacional

 Contratos Futuros
 Preços de ajuste são calculados diariamente e determinam o ajuste diário a ser
aplicado a uma posição
 O efeito financeiro dos ajustes no mercado futuro ocorre em D+1
 Garantia: cobertura ou depósito de margem
 Mercado a Termo
 Operação a termo: compra e venda de ativos, com prazo de liquidação física e
financeira previamente fixado pelas partes
 Não há ajustes diários
 Cobertura requerida do vendedor: compra vinculada (D+O) ou entrega de ativos
(D+1)

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3. Regulamento Operacional do Segmento BM&F

 Horário de Negociação
 Os horários de negociação variam muito dependendo do contrato
 Futuro de Ibovespa: 9:00h às 17:55h
 Futuro de DI1: 9:00h às 16:00h (negociação normal)
 Futuro de Café Arábica 4/5: 9:00h às 15:00h
 Futuro de Boi Gordo: 9:00h às 16:00h
 Futuro de dólar comercial: 9:00h às 18:00h
 Negociação After Hours: segundo a BM&FBovespa, disponível apenas para
alguns contratos futuros de commodities (horários variados)
 Call de Abertura: 5 minutos antes do início da fase de negociação
 Call de Fechamento: apenas para alguns contratos; horários variam
 Tipos de Ordens
 Ordem Administrada: é aquela que especifica somente a quantidade e as
características dos ativos a serem comprados ou vendidos, cabendo ao Intermediário, a
seu critério, determinar o momento e o sistema de negociação em que ela será
executada
 Ordem Casada: é aquela cuja execução está vinculada à execução de outra ordem do
mesmo comitente, podendo ser emitida com/sem limite de preço
 Ordem Discricionária: é aquela dada por administrador de carteira ou por quem quer
que represente mais de um comitente, cabendo ao emitente estabelecer as condições
de execução e indicar os nomes dos clientes finais a serem especificados, atribuindo-
lhes os negócios realizados
 Ordem Limitada: é aquela a ser executada somente ao preço igual ou melhor do que o
indicado pelo cliente
 Ordem a Mercado: é aquela que especifica somente a quantidade e as características
dos ativos ou contratos, devendo-se executá-la a partir do momento em que for recebida
 Ordem Monitorada: é aquela em que o comitente, em tempo real, decide e determina
ao intermediário as condições de execução
 Ordem “Stop”: é aquela em que se indica o preço a partir do qual deverá ser executada

 Tipos de Ofertas (Pregão Eletrônico)


 Oferta Válida para a Sessão: é aquela válida até o fechamento do negócio ou, em caso
de caso não fechamento, até o final da sessão de negociação do dia em que foi
registrada
 Oferta limitada: é aquela em que o preço é atribuído quando do registro da oferta
 Oferta a Mercado: é aquela que deve ser fechada a preço de mercado, conforme a
ponta ofertada
 Oferta de Stop: é aquela que deve ser fechada ao preço estipulado ou a partir daquele
preço
 Oferta de Execução Imediata: é aquela que somente será aceita caso uma parcela da
sua quantidade seja imediatamente fechada, sendo a quantidade restante
automaticamente cancelada

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 Oferta de Execução Total: é aquela que somente será aceita caso a sua quantidade
total seja imediatamente fechada, sendo, caso contrário, cancelada
 Oferta de “Direto": é aquela em que um mesmo intermediário representa as duas
contrapartes do negócio

 Preço de Ajuste
 O preço de ajuste será apurado, nos mercados em que adotado:
 com base nos últimos negócios realizados
 por meio de call específico ("Call de Fechamento"), ou
 por arbitramento da BM&FBovespa, caso entenda que os resultados decorrentes do
Call de Fechamento não sejam representativos das condições de mercado
 O preço de ajuste será apurado com base nos negócios realizados antes de
encerradas as negociações naqueles mercados que a BM&FBovespa, a seu
critério, considerar suficientemente líquidos
 A apuração do preço de ajuste por meio de Call de Fechamento será efetuada,
nas condições e nos sistemas de negociação definidos pela BM&FBovespa,
conforme o ativo ou o contrato, o vencimento ou a série
 Quando da realização de Call de Fechamento, será aberta, aos participantes do
mercado, a possibilidade de apresentação de ofertas de compra e de venda
referentes a cada vencimento ou série
 Preço de Ajuste obtido em Call de Fechamento será, a critério da
BM&FBOVESPA:
 o preço do último negócio realizado
 a melhor oferta de compra ou de venda, se o preço for melhor que o do último
negócio
 a média entre as melhores ofertas de compra e de venda em caso de não haver
negócio durante o procedimento, ou
 a média ponderada dos negócios fechados durante o Call de Fechamento

4. Formação dos Preços Futuros

 O preço de um contrato futuro é aquele negociado entre duas partes para a Compra e
venda de uma commodity ou um instrumento financeiro com entrega física ou liquidação
financeira em uma data futura
 Pelo princípio de não-arbitragem, a relação entre o preço do contrato futuro e o preço à
vista (preço spot) de um ativo se dá pela taxa de juros livre de risco, ou seja: Preço futuro =
Preço spotx (1 + r), onder é a taxa de juros livre de risco e T é o tempo até o vencimento do
contrato futuro
 Tal ideia se aplica em geral a ativos como ações, índices de bolsa e commodities cuja oferta
seja abundante;
 Ajustes são realizados para considerar dividendos, custos de armazenagem, renda de
conveniência e outros

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