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A VISÃO PROFÉTICA PARA O SÉCULO 21

Dedico este livro á geração de meus pais, à minha geração e à geração de meus filhos. O
sacrifício e a visão da geração espiritual de meus pais lançou o fundamento para o
glorioso e final triunfo da verdade. Minha geração continuou o bom combate e contribuiu
para preparar o mapa para o futuro. Será a geração de meus filhos que provavelmente
lutará a última batalha pela verdade. Deus é o “Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó” – o
Deus de todas as gerações. Em cada uma delas seus caminhos são maravilhosamente
revelados.

Reconhecimentos

Este livro resulta basicamente da visão de Janet Thomas e de todo o esforço por ela
despendido. Reunindo minhas mensagens, apresentou minha perspectiva profética para o
futuro. Creio haver ela feito um trabalho melhor do que eu mesmo teria realizado.

Parte 1

Como é que então viveremos?

Capítulo 1 O chamado

Uma importante profecia nos e dada em Atos 2:17,18: E acontecerá nos


últimos dias — diz o Senhor — que derramarei do meu Espírito sobre toda
carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e
sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas
derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.
Nos últimos dias o Senhor derramará do seu Espírito sobre toda carne. Como
resultado, a profecia fluirá por instrumento de todos os seus servos. Isso atingirá
tanto homens como mulheres, idosos e jovens. Entretanto, esse derramar do
Espírito e essa profecia não visarão apenas ao nosso próprio deleite, mas servirão
também à necessidade que teremos de realizar o mandato divino do último dia para a
Igreja.
Eu mesmo tenho tido muitas experiências proféticas em minha vida. Após
minha conversão em 1971 pude algumas vezes antever certos acontecimentos
futuros com precisão, mas normalmente de uma forma bastante geral.
Ocasionalmente tenho tido a revelação de, ao olhar para uma pessoa, saber de-
talhes sobre ela, tais como problemas por que esteja passando, ou o chamado
espiritual para a sua vida. Meu entendimento é que esta capacitação é o que a Bíblia
chama de palavra de conhecimento e profecia. Embora compreenda a utilidade desses
dons para ministrar às pessoas, não tive muito interesse pelas profecias
bíblicas sobre os acontecimentos dos tempos do fim. Durant e 18 anos, após
m inha conver são, não busq uei t er vi sões, nem revelações, nem o
conhecimento para compreender esses tempos. Permaneci quase que
totalmente ignorante com respeito a todos os acontecimentos, tão populares,
que sucederão no fim dos tempos, e são ensinados na igreja. Na verdade
sempre fui bem mais voltado para a história da Igreja do que Para a busca de
conhecimentos acerca de eventos futuros.
Depois de vár ios anos num m inist ério de t em po integr al, tive a
convicção de que eu era superf icial em meu relaciona mento pessoal com o
Senhor, conseqüent emente também em m eu m inist ér io. Sent i - m e de f ato
com o Mar t a, t ão ocupado quanto ela, fazendo muitas coisas para o Senhor,
mas sem realmente conhecê-lo. Minha falta de intimidade com ele fez com
que dependesse mais de f órmulas e procedimentos do que da unção,
essencial para dar vida à verdade.
Em 1980 resolvi deixar o ministério até que recuperasse a simplicidade da
devoção a Cristo. Eu exercia a profissão de pi loto; desse modo assumi o
emprego de piloto da aeronave de uma empresa. Isso me trouxe muito
tempo livre para estudo e oração. Encontre i uma igreja em que podia me
sentar na última fileira e tão-somente desfrutar comunhão com as pessoas.
Não me envolvi em ministério algum durante os sete anos se guintes.
Também não recebi revelação profética alguma, nem exerci os dons do Espírito
durante esse tempo.
Em 1982 recebi um chamado específico para voltar ao minis tério. Ao
mesmo tempo surgiu uma oportunidade para ter um negócio próprio. No
entanto ainda me sentia sem condições e com um a vida espir it ual sem
pr of undidade par a assum ir um ministério. Além disso acabara de sofrer o
maior ataque pessoal do inimigo em toda a minha vida. Esse ataque me
levou a me sentir ainda bem mais despreparado para o ministério. Em ra zão
disso resolvi aproveitar aquela oportunidade de negócios que me aparecera.
Embora não houvesse caído na carnalidade ou no que pudesse ser considerado
um pecado de conhecimento público, certamente me desviei do Senhor nos cinco
anos subseqüentes, quando esgotei todas as minhas energias, dedicando -
me a le vantar meu negócio.
Em 1987 o Senhor de novo me cham ou par a volt ar ao m i nistério,
dizendo-me que minha missão seria entregue a uma outra pessoa, caso eu
não retomasse naquela hora. Na verdade eu nem sabia qual era a minha
"missão". Estava contudo cons ciente de que não queria perdê-la, razão por
que respondi imediatamente ao seu chamado.
Tinha quase certeza de que meu chamado não era para vol tar a ser pastor,
mas fosse como fosse eu não sabia o que fazer. Não lera seq uer uma única
revista cr istã, nem assistira a ne nhum programa evangélico por mais de
sete anos. Tinha pou c o c on he c im e nt o at é m e sm o do q u e e st a va
a c ont ec en do n a Ig rej a com o um t odo. Ent r et ant o escr ever a, alg uns anos
antes, o livro There Were Two Trees in the Garden (Havia Duas Ár vores no
Jardim), e sua popularidade me proporcionou al g uns con vit e s par a pr eg ar .
Fale i ent ão com alguns past or es q ue conhecia, e com outr os q ue haviam
ent r ado em cont at o com ig o por causa desse li vr o, inf or m ando - os de q ue
m e en contrava disponível para o minist ério.
Aproximadamente u m mês depois volt ei para casa ao con cluir minha
primeira viagem minister ial, ocorrida após mais de sete anos. Sentia-me
vazio e sem condições como nunca, e um tanto descompassado em relação
ao que acontecia nas igrej as q ue visit a r a. Cont udo, vi q ue est ava bem
m ais per t o do Senhor; meu desejo de ser vi -lo no m inistério surpreendente -
mente voltara.
Na manhã seguinte ao dia em que chegara de volta a casa fui ao meu
escritór io apenas com o objetivo de pegar alguns pa péis e orar para ter
uma revelação quanto ao que deveria fazer no ministério. Ao sentar -me ali
senti a presença do Senhor de um modo que me tornou por completo. E foi
assim que, depois de sete anos sem nenhuma revelação profética, tive uma
experiência profética que durou três dias, na qual me senti como se o
S e n h o r t e nt a s s e m e a l c a n ç a r c om t u d o q u e n ã o r e c e b er a naqueles anos!
Foi então que escrevi A Colheita, que trata do presente estado da Igreja e dos
acontecimentos que estão por acontecer.
Desde então tenho tido outras visões e revelações que foram publicadas nos livros A
Batalha Final e O Chamado. Algumas destas vieram na forma de visões abertas.
Essas foram visões externas, visíveis, como se eu estivesse vendo um filme projeta-
do numa tela. Outras foram visões internas, suaves, tal como a sensação de quem tem
"os olhos do coração" abertos. Geralmente relaciono a palavra visão ao evento
profético de ver cenas acontecendo, em meu interior ou fora de mim. Considero
revelação o recebimento de conhecimento ou de entendimento de um modo que
vai além da maneira natural de recebê-los.
Agora tenho com freqüência visões e sonhos que são chei os de simbolismo e
que requerem uma interpretação, como acontece com a maioria das visões
bíblicas. Uma parte do que é compartilhado no presente livro não veio na forma
de visões, mas de uma grande unção, com o dom da palavra de conhecimento.
Simplesmente acontecia que de repente eu me inteirava de muitos detalhas
sobre os eventos futuros como se eles houvessem sido despejados
abundantemente dentro de mim. Em tudo isso tenho procurado determinar
qual é o chamado de Deus para a minha vida e o propósito que ele tem para a
Igreja.
Pela compreensão de que a profecia é ainda algo que vemos como em espelho,
obscuramente, e de que somente vemos em parte, tenho plena consciência de
que o que estou compartilhando tem que ser acrescentado ao que outras pessoas
estejam vendo, para que o quadro fique completo. Procurei repartir exatamente o que
me foi dado ver ou compreender, mas devido ao fato de que o cânon das Escrituras
está completo, creio que nenhum dom profético de hoje tem a qualidade dos
dons que tinham aqueles que escreveram as Escrituras. Creio que é por isso que
nos foi dada a instrução de que... tratando-se de profetas, falem apenas dois ou
três, e os outros julguem.' Não creio que alguém que esteja vivendo no dia de hoje seja
infalível.
Temos que julgar a profecia, não importando quem a esteja proferindo. Entrego
pois este livro à ponderação, e para que seja considerado debaixo de muita
oração. Creio que as ovelhas do Senhor conhecerão a sua voz, e saberão como
discernir o que dele provém, descartando todo o resto.
Uma das visões mais significativas para mim e para a minha compreensão da Igreja
ocorreu em 1998, e foi publicada no livro O Chamado.

O Chamado
Nessa visão eu me encontrava numa alta montanha, vendo uma grande
planície lá embaixo. Diante de mim um exército marchava, com uma grande linha
de frente. Havia 12 divisões na vanguarda, que se destacavam claramente de
uma grande multidão de soldados que as seguia. Essas divisões eram ainda divididas
no que julguei que seriam regimentos, batalhões, companhias e pelotões. As divisões
podiam ser identificadas por sua bandeira, e os regimentos distinguiam-se pelas
cores diferentes do uniforme.
Encontrava-me suficientemente próximo para que lhes pudesse ver o
rosto. Eram homens e mulheres, idosos e jo vens, de todas as raças. Havia
uma impetuosa determinação na face deles. Contudo não pareciam tensos.
Pairava um clima de guerra, mas nas tropas eu podia ver uma profunda paz.
Sabia que não havia um soldado sequer que estivesse com medo de
enfrentar a batalha que se avizinhava. A at mosfera espiritual que senti
quando estava perto deles era tão imponente quanto sua aparência.
Olhei então para o uniforme deles. As cores eram brilhantes. Cada soldado portava
também insígnias e medalhas. Os generais e outros oficiais marchavam com os
soldados nas fileiras. Embora fosse óbvio que aqueles com postos mais elevados esti-
vessem no comando, ninguém parecia estar demasiado suscetível a seu posto. Do
nível do posto mais elevado até o nível mais baixo, todos pareciam ser amigos íntimos.
Era um exército que aparentava uma disciplina incrível, sem precedentes, contudo
também lembravam apenas uma grande família.
Analisando-os melhor, davam a impressão de ser abnegados, não por falta de
identidade, mas por estar muito seguros de quem eram e do que faziam. Não
estavam preocupados consigo mesmos; tampouco com a perseguição de
reconhecimento. Não pude detectar nenhuma ambição e nenhum orgulho em toda
a tropa. Era impressionante observar que toda aquela multidão multiforme guardava
uma total harmonia e marchava num passo perfeito. Tinha 'certeza de que jamais
houve na Terra um exército como aquele.
Fiquei então atrás das unidades da linha de frente, olhan do para um grupo
muito maior, composto de centenas de divisões. Cada uma delas era de um
tamanho diferente, com as menores tendo cerca de dois mil soldados, e as
maiores centenas de milhares. Embora esse grupo não fosse tão bem deline ado e
colorido como o primeiro, em virtude do seu tamanho era também um exército
imponente. Ele tinha também bandeiras, mas elas não eram nem de perto tão
grandes e impressionantes como as do primeiro grupo. Todos tinham unifor me
e seu posto no exército. No entanto fiquei surpreso ao ver que muitos deles não
apresentavam a armadura completa, e muitos não carregavam armas. E
mesmo as armaduras e as armas que possuíam não eram tão polidas e
brilhantes como as do primeiro grupo.
Olhando com mais atenção os que estavam nesse grupo, pude ver que todos
estavam determinados e tinham um propósito, mas faltava-lhes a objetividade que
caracterizava o primeiro grupo. Esses aqui pareciam ter mais consciência do próprio
posto e dos postos dos que estavam ao seu redor. Senti que isso os perturbava um
pouco, afetava seu objetivo. Pude ver também ambição e ciúmes na tropa, o que sem
dúvida era mais um fator de perturbação. Mesmo assim percebi que essa segunda
divisão tinha um alto nível de dedicação e propósito, mais do que qualquer exér cito
na Terra. Essa era também uma força muito poderosa.
Atrás desse segundo exército havia um terceiro, que marchava tão afastado
atrás dos dois primeiros, que não saberia ao certo se até mesmo ele podia
divisar os dois grupos que estavam à sua frente. Esse grupo era muitas vezes
maior que o primeiro e o segundo juntos, sendo aparentemente composto de
milhões e milhões de pessoas. Pelo que pude observar a distância, esse exército se
movia em diferentes direções como um grande bando de aves, arremetendo-se
primeiro por um caminho e depois por outro, nunca se movendo numa linha reta
por muito tempo. Por causa desse movimento incerto ele se afastava mais e mais
dos dois primeiros grupos.
Chegando mais perto desse grupo vi que os soldados vestiam uniformes de cor
cinza escuro, esfarrapados e sujos. Quase todos estavam ensangüentados e
feridos. Alguns tentavam marchar, mas a maioria simplesmente ia na direção
geral em que todos eram dirigidos. Lutas entre eles irrompiam constantemente nas
tropas, provocando ferimentos. Alguns dos soldados procuravam manter-se perto
das bandeiras esfiapadas que se espalhavam pelas tropas. Mesmo assim, até os
que estavam perto das bandeiras não tinham uma identidade clara, pois fi cavam
mudando a cada passo de uma bandeira a outra.
Nesse terceiro exército notei com surpresa que havia apenas dois postos:
generais e soldados rasos. Somente alguns tinham uma peça da armadura.
Tampouco vi arma alguma, exceto armas de brinquedo que eram levadas pelos
generais. Os generais ostentavam essas armilas falsas como se pelo simples fato de
possuí-las isso tornasse Os oficiais especiais. No entanto, até mesmo os que estavam
nas tropas sabiam que elas não eram reais, o que era muito triste, porque era óbvio que
toda a tropa ansiava desesperadamente encontrar alguém que realmente pudesse seguir.
Parece que não havia ambição alguma, exceto entre os generais. Não era por
haver entre eles desprendimento de si mesmos, como no caso do primeiro exército,
e sim por não se preocuparem com quase nada. Considerei que pelo menos a
ambição presente no segundo grupo seria bem melhor que a confusão que
prevalecia no terceiro. Os generais desse grupo pareciam dedicar-se mais a falar sobre
si mesmos e a lutar entre si, o que Os pequenos grupos em volta das bandeiras
também não cessavam de fazer. Pude ver que as lutas dentro das tropas eram a
causa dos grandes arremessos imprevisíveis, numa e noutra direção, que
aconteciam nesse grupo e faziam com que de quando em quando ele mudasse de
direção.
Ao olhar para os milhões que havia no último grupo senti que apesar do seu
grande número eles na verdade não acrescentavam força alguma ao exército,
como um todo. Pelo contrário, o enfraqueciam. Numa batalha real eles seriam
muito mais um peso morto do que um trunfo. Só o fato de ter que sustentá-los com
alimento e proteção significaria muito mais despender recursos do que alcançar
resultados que beneficiassem o exército em sua luta. Considerei que um soldado
raso do primeiro ou do segundo grupo teria um valor muito maior que o de muitos
generais do terceiro. Não conseguia entender a razão de os dois primeiros grupos
permitirem que este Os seguisse em sua retaguarda. Era evidente que eles não eram
verdadeiros soldados.
Mais tarde eu estava diante do Hall do Julgamento, em frente ao Trono do
Julgamento. O Senhor apareceu como Sabedoria, mas eu jamais o vira tão feroz, e
nunca suas palavras foram tão pesadas:
 Você já viu este exército em seu coração muitas vezes. Os líderes que estou
comissionando agora vão Estou en viando-o a muitos deles. O que você vai lhes
dizer?
 Senhor, este é um grande exército, mas eu ainda estou aflito pela condição do
terceiro grupo. Não compreendo por que até mesmo lhe foi permitido participar do
teu exército. Gostaria de dizer que, antes de prosseguirem, o primeiro e o segundo
deveriam dar meia volta e dispersar esse terceiro grupo. Eles não passam de uma
enorme turba.
 O que você viu hoje é ainda algo do futuro. Os ministros que estou para liberar
reunirão este exército e vão equipá-lo para ser tudo o que você viu. Mas no momento
presente quase todo o meu exército está na condição do terceiro grupo. Como então
dispersá-los?
Isso me assustou bastante, muito embora soubesse que nunca vira ninguém
que, sendo do Senhor, estivesse em tão boa forma como até mesmo o segundo
grupo desse exército.
 Senhor, sei que senti a tua ira em relação a esse grupo. Se quase todo o teu
exército se encontra agora nessa situação, sou muito grato por não nos haveres
destruído a todos nós. Quando observava esse terceiro grupo, senti que seu
estado deplorável se devia a falta de treinamento, equipamentos e visão, bem como
a uma falha em tomar a cruz que circuncida o coração.
Algum tempo depois já não me encontrava defronte do trono do julgamento, e
sim na montanha, tendo de novo a visão daquele exército. Aquele que tinha o
nome de Sabedoria estava ao meu lado, e resoluto, sem no entanto lhe sentir a dor
e a ira, tal como sentira antes.
Eu lhe permiti ver um pouco do futuro - começou a dizer Sabedoria. - Eu o estou enviando
àqueles que foram chamados para preparar meu exército e liderá-lo. Esses são os que
vêm lutando a batalha na montanha; são os que se defrontaram com o exército do
acusador e permaneceram fiéis; os que têm cuidado do meu povo e os têm protegido,
arriscando até mesmo a própria vida. Eles são chamados para ser líderes no meu exército;
lutarão na grande batalha final, e permanecerão sem medo diante de todos os poderes das
trevas. Como você pode ver, esse exército está em marcha, mas haverá ocasiões em que
eles acamparão. Permanecer acampados é tão importante quanto estar em marcha. É
tempo de planejar, oferecer treinamento, desenvolver habilidades e preparar as armas. É
também te/mip0 em que os que pertencem ao primeiro grupo andem entre os que estão no
segundo, e os líderes do segundo andem em meio aos que estão no terceiro, com o
propósito de encontrar os que possam ser chamados para passar ao nível seguinte. Faça
isso enquanto puder, pois o tempo está próximo, quando Apocalipse 11:1 e 2 se cumprirá, e
os que quiserem ser chamados por meu nome, mas não andarem nos meus caminhos,
serão pisoteados. Antes da última grande batalha meu exército será santo, assim como eu
sou santo. Vou remover aqueles que não forem circuncisos de coração, e também os
líderes que não preservarem minha retidão. Quando a última batalha acontecer, não haverá
o terceiro grupo, que você viu aqui.
A Sabedoria prosseguiu, dizendo ainda:
- Até agora, quando meu exército acampou, a maior parte do tempo foi desperdiçada.
Assim como eu somente levo meu povo a prosseguir tendo um claro objetivo, da mesma
forma, quando chamo meu exército para acampar, há um propósito. A força do exército
que marcha resultará da qualidade do que for feito nesse acampamento. Quando chegar à
hora de parar e acampar por algum tempo, será para ensinar meus caminhos ao meu
povo. Um exército é um exército, quer esteja em batalha ou em paz. Será necessário que
aprendam como acampar, como marchar e como lutar Nenhuma dessas coisas será bem
feita, a menos que todas sejam bem feitas.
E ele continuou:
- Vocês chegarão a um tempo no futuro em que verão meu exército exatamente como é
agora. Naquele dia vocês sentirão minha ira ardente. Saibam que não mais vou tolerar os
que permanecerem na condição do terceiro grupo. Então interromperei a marcha de todo o
exército, até que os que estejam nesse grupo hajam sido disciplinados para se tornarem
soldados, ou sejam dispersos. Vou disciplinar os do segundo grupo para minar suas
ambições más, de forma a viverem por mim e por minha verdade. Então meu exército
prosseguirá marchando, não para destruir, mas para dar vida. Vou estar no meio deles
para que pisem nos meus inimigos, que estarão debaixo dos pés desse exército. Estarei
indo para ser o Capitão da Hoste!

O Exército do Século Vinte e Um

Creio que todo cristão estará marchando num desses três exércitos no século
vinte e um. Um dos fatores que determinará onde cada um de nós estará é quão
bem haja sido treinado para servir. Agora é o tempo em que estamos acampados.
Agora é o tempo de planejamento, de treinamento, de aprimoramen to das nossas
habilidades, e adequação das nossas armas.
Este livro é o que resultou de haver escutado o Senhor durante os últimos dez
anos, tanto por meio de visões como de revelações. Espero que àqueles que
estão dispostos a responder ao chamado de Deus para conhecer o Senhor e
servi-lo nesses perigosos dias que estão por vir, ele sirva como um ver dadeiro
manual.
O objetivo final de Satanás é encher o inferno. Sua maior aliada para alcançar
esse objetivo é a morte, e o meio mais eficaz para provocá-la é a guerra. Uma de
suas principais estratégias é portanto instigar a guerra de todas as maneiras possíveis,
usando quem quer que consiga fazer com que lute. Ele vê cada guerra como uma
vitória, e as mais destruidoras como suas maiores realizações. Assim como Jesus
é o Príncipe da Paz, Satanás é o príncipe da guerra.
Algumas "guerras justas" são lutadas por causas justas. Mesmo assim a Igreja
deve considerar toda guerra como uma significativa derrota, mesmo que o lado da
justiça prevaleça. São derrotas porque o Senhor investiu autoridade sobre a
Igreja para travar guerra espiritual, que se exercida de maneira cor reta pode
alcançar os objetivos da justiça sem a destruição que a guerra produz. Do
mesmo modo que Jesus foi enviado para destruir as obras do diabo, fomos
enviados ao mundo com a mesma missão.
 O conflito final entre a vida e a morte está prestes a entrar na sua batalha
final, que será a maior de todas. Ela assolará de um extremo a outro da Terra, em
toda cidade e vilarejo, em toda frente política, filosófica e social. Está chegando
um tempo em que todo debate, toda campanha política e todo movi mento social
será visto como uma linha da batalha entre essas duas derradeiras forças
espirituais. Não haverá campo neutro, não haverá tréguas, nem haverá paz nessa
guerra. Será o tempo mais perigoso, como também o de maior oportunidade para o
Cristianismo, como nunca houve antes.

O Campo de Batalha
Cada guerreiro nessa batalha recebeu posições a defender e posições a tomar do
inimigo. Temos que defender nossas famílias, nossas congregações, e nossos locais
de trabalho contra as palavras de morte. Ao mesmo tempo, ternos que trabalhar a
cada dia para ampliar a extensão do reino de Deus.
Nossos mapas de batalha são nossas listas de oração. Temos que ter alvos
específicos. Temos que "lutar de modo a não f icar desf erindo golpes no ar",
mas sabendo o que estamos atingindo. Quando conseguirmos ter domínio
sobre nossos compromissos menores, receberemos maior autoridade para irmos
de encontro a fortalezas maiores. Por exemplo, aqueles que tiverem domínio no
âmbito de sua família receberão seus vizinhos e suas famílias. Os que tomarem sua
vizinhança receberão o encargo de sua cidade. Joel descreveu o exército do
Senhor:
Correm como valentes; como homens de guerra, sobem muros; e cada um vai no
seu caminho e não se desvia da sua fileira.
Não empurram uns aos outras; cada um segue seu rumo; arremetem contra lanças e
não se detêm no seu caminho (Joel 2:7, 8).

Os cristãos têm que ver cada encontro com uma pessoa como uma oportunidade
para semear vida. Isso não quer dizer que tenhamos que declarar o plano de
salvação a cada funcionário que trabalha no caixa de um supermercado, ou a
cada garçonete, e sim nos posicionar do lado do reino de Deus, mantendo resolutamente
nossa posição em Cristo. Esta posição é sempre demonstrada pelo fruto do Espírito.
Sempre que conseguirmos suportar as constantes provações e os injustos conflitos desta
vida, sem comprometermos nossa posição no amor, na alegria, na paz, na
paciência, na bondade, na benignidade, na fidelidade, na mansidão e no
autocontrole, estaremos estendendo os limites do reino de Deus.
Uma das maiores demonstrações do Espírito que já testemunhei não foi um
milagre, mas uma situação ocorrida numa fila para aquisição de passagens de uma
companhia aérea.

Uma Demonstração do Reino de Deus


Um dia, num aeroporto, devido a problemas com vôos que estavam chegando e
outros em atraso, a fila para uma certa conexão crescera numa proporção que
tornou impossível atender a todos no curto espaço de tempo que havia até a
partida de um determinado vôo. Discussões e demonstrações de impaciência
aumentavam tanto, que realmente pensei que a situação estava para sair fora do
controle.
Precisamente na hora mais imprópria, logo em seguida ao anúncio de mais
um atraso, duas senhoras de certo porte, um tanto agitadas, cada uma
levando duas enormes malas, forçaram a passagem, furando a fila, e foram até
seu início. Não me lembro de haver presenciado uma conduta tão odiosa como
aquela. Mesmo na condição de mulheres, eu esta va certo de que alguém iria
fazer com que parassem. Mas para meu espanto elas chegaram bem na frente,
na fila onde estava um amigo meu.
Enquanto outros começavam a empurrar as duas senho ras, meu amigo
espontaneamente se dirigiu a elas, e perguntou se poderia - ajudá-las com as
malas, ao mesmo tempo que lhes oferecia seu lugar, que estava bem próximo do
início da fila. Essa atitude foi tão contrária ao espírito que prevalecia entre os
demais, que todos ficaram pasmos. Um grande si lêncio tomou então conta do
ambiente. Todos olhavam para meu amigo, vendo-o pegar suas malas e
caminhar até o fim da fila, por haver cedido seu lugar. As duas mulheres, no iní-
cio da fila, ficaram totalmente desconcertadas diante daquela amável atitude, tão
inesperada e imerecida.
Os comissários, que também haviam testemunhado a cena, subitamente se tornaram
bem mais corteses, e por alguma razão o vôo foi retardado um pouco, dando tempo
para que todos embarcassem. Já vi acontecer muitos milagres na minha vida, do nível
dos que são registrados na Bíblia, mas aquela cena no aeroporto ainda sobressai
como sendo uma profunda demonstração do reino de Deus. Uma vez que o
inferno rapidamente ganhava controle naquela instável situação, que caminhava para
uma séria contenda, Satanás pôs em cena duas poderosas armas, voltando-as
diretamente sobre um cristão. Este, porém, depressa desarmou o inimigo e toda a sua
hoste com apenas um verdadeiro ato de amabilidade. .
A nós foi dado este mesmo poder, em cada situação. Quando surge uma contenda
em nossa família ou no trabalho, podemos ficar no lado do inimigo ou no lado do
Príncipe da Paz. A escolha que fizermos certamente determinará o resultado. Se
apenas nós formos os que se alinharem com o Senhor, o resultado ainda será o
mesmo: o mal será vencido pelo bem. Uma pessoa mais o Senhor sempre é uma
maioria. Este livro é uma tentativa de ajudar os cristãos a fazerem este tipo de escolha
no novo milênio.

A DIREÇAO
Dividi este livro em três seções principais. A Parte 1, que você está lendo agora, faz a
seguinte pergunta: "Como é que vamos então viver?" A Parte 2 é um guia para
cada crente no século vinte e um. Contêm muitas das ferramentas de ordem prática
de que necessitaremos para desempenharmos nossa missão nos dias à frente.
Começo com uma visão: "Campo de Sonhos ou de Pesadelos?" que prediz distúrbios
econômicos nos próximos anos. Nessa seção consideramos nossa
responsabilidade pessoal em nossas finanças, nosso relacionamento com outros
cristãos, e a constante batalha contra o inimigo. Não poderemos servir no exército
do Deus se não estivermos vivendo na retidão do Senhor. Vamos também
considerar como lidar com as tempestades que estão à nossa frente, como conhecer
o chamado de Deus à nossa vida, e como ouvir sua voz em meio a todos os sons
dissonantes do mundo de hoje.
A Parte 3 é um guia para cada cristão, como participante da Igreja, que significa todo
o exército de Deus. Qual o chamado para a Igreja nos dias à frente? E por que parece
que ela deixou de cumprir seu chamado no século vinte? Vamos considerar a es-
tratégia do diabo em cegar o mundo mediante o movimento da Nova Era. Veremos
por que ele avançou tanto no século vinte. Depois vou compartilhar uma visão,
"Guerra e Glória", que descreve uma guerra civil dentro da Igreja. Tal como a guerra civil
americana, essa guerra fará finalmente com que se chegue a uma união maior. Depois
veremos uma nova onda de mudanças na Igreja. Essa percepção foi também inspirada
por uma visão, "A Próxima Onda Está sobre Nós". Vamos apresentar a seguinte
questão, e dar-lhe uma resposta: "Por que o avivamento tem se retardado?"; e vamos
considerar a visão que tive em 1997: "Uma Ponte para o Avivamento". Finalmente,
veremos como a Igreja pode se valer de binóculos espirituais para ver o que irá
acontecer no século vinte e um.
O objetivo final da Igreja é encher o céu. Nossa ferramenta é o evangelho da
salvação, as palavras de vida eterna. O conhecimento da salvação é a dádiva mais
preciosa que se pode ter, e a nós, a Igreja, isso nos foi confiado. A Igreja está por
receber palavras de vida com um poder muito maior. Tais palavras serão como bombas e
granadas de mão com o poder de destruir até mesmo as mais eficazes fortalezas do
inimigo. Palavras que individualmente serão ditas pelos cristãos aos incrédulos terão o
poder de desemaranhar as complexas redes de engano que o inimigo tem levado anos
para tecer. Afirmações que os cristãos farão publicamente vão desfazer a propaganda do
inimigo para a sua causa, propaganda essa que foi feita mediante milhares de livros,
artigos e proclamações públicas durante todo o século vinte.
Esse poder por meio das palavras não será ganho de forma fácil. Aqueles a quem
houver sido entregue essa autoridade terão que fielmente lutar contra sua própria
linguagem e seus indóceis pensamentos, levando-os à submissão do Espírito
Santo. Águas puras têm de vir de fontes puras. O grau de pureza da nossa vida será o
grau em que as águas da vida estiverem fluindo em nós: Sobre tudo o que se deve
guardai; guarda o coração, porque dele procedem às fontes da vida.
No final da visão de O Chamado, houve um momento em que vi a glória de
todas as épocas. Vi a Terra e os céus como uma unidade. Vi miríades de anjos e miríades
de pessoas que tinham maior glória do que qualquer outro anjo que vira até então.
Todos serviam na casa do Senhor. É isso que buscamos: ver a glória do Senhor
revelada por instrumento do seu povo.
Minha oração é que mediante este livro você conheça melhor o chamado que há
na vida de todo crente, e que entenda como esse chamado se relaciona com nosso
tempo. A profecia bíblica é clara com respeito a uma coisa: antes do fim, a Igreja se
tornará a gloriosa noiva que é chamada a ser, digna do nosso grande Salvador.
Uma geração vai cumprir a profecia de Isaías 60:1-5. Por que não a nossa?

Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do SENHOR


nasce sobre ti.
Porque eis que as trevas cobrem a Terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece
resplendente o SENHOR, e a sua glória se vê sobre ti.
As nações se encaminham para a tua luz, e os reis, para o resplendor que te nasceu.
Levanta em redor os olhos e vê; todos estes se ajuntam e vêm ter contigo; teus filhos
chegam de longe, e tuas filhas são trazidas nos braços.
Então o verás, e serás radiante de alegria; o teu coração estremecerá e se dilatará de
júbilo, porque a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações virão a ter
contigo.

PARTE 2 O Cristão e o Século 21


Uma Visão
Capítulo 1 Campo de sonhos ou de pesadelos?

Num dia, quando estava orando em agosto de 1995, vi numa visão um


campo. Lá no fim desse campo tudo estava debaixo de uma forte cerração.
Não muito distante, dentro daquela cer ração, havia um precipício rochoso,
muito íngreme. Nele ha via um caminho estreito, sinuoso e com forte declive,
que era como uma ponte que ia de cima para baixo. Nele havia a mes ma
grama do campo, e essa grama estava em todo aquele cami nho, de cima até a
parte mais baixa.
Muit os dos q ue ent r avam naq uele nevoeir o não encont r a vam aquele
caminho e caíam no despenhadeiro. Dentre eles, alguns morriam, mas
havia redes mais em baixo que pegavam muitos deles. Entretanto, aquelas
redes não se achavam lá para salvar as pessoas, mas sim para capturá -las.
Alguns entravam n a c e r r a ç ã o c om m u i t a c a u t e l a, d o br a n d o O s j o e l h o s e
b u s c a n d o o c a m i n h o , q u e i n t u i t i v a m e n t e s a b i a m q u e e x i s t i a . Esses, na
sua maioria, chegavam a encontrar o caminho, e com t od o c u i da do
c om eça vam a d esce r d e j oe l ho s. A lgu n s, b em poucos, t inham pár a -
q uedas, e salt avam naq uele pr ecip íc io em meio à cerração.
No sopé daquele penhasco havia um mar com quatro tipos de navios no
porto - navios de escravos, navios de guerra, lu xuosos navios de turismo e
navios-hospitais. A maioria dos na vios eram navios de escravos. Em seguida,
em maior número, eram os navios de guerra. Apenas cinco deles eram
navios-hospitais, os quais se achavam junto a docas limpas e bem conser -
vadas, na parte central do porto. Os dois luxuosos navios de turismo
estavam ancorados nas duas extremidades do porto, um em cada ponta. Havia
suprimentos em abundância nas docas em que estavam os navios luxuosos, mas
tanto os navios como as docas tinham um aspecto imundo e tinham uma
manutenção péssima. Nenhum dos navios de guerra estava junto às docas; eles ficam
movendo-se de uni lado para outro ali nas águas do porto.
As pessoas que caíam naquelas redes eram levadas para Os navios de
escravos. A maioria dos que desciam por aquele íngreme caminho ia dar nos
navios-hospitais, mas muitos chegavam nos navios de luxo. Alguns dos que iam
para Os navios de luxo eram capturados e forçados a entrar num navio de
escravos. Os navios luxuosos eram bem protegidos e obvia mente estavam sob
o controle dos navios de guerra. Estes de vez em quando tiravam pessoas dos
navios de escravos e dos navios de luxo, e pegavam quem eles queriam; não havia
como resistir a eles.
Os que estavam nos navios-hospitais também pegavam pessoas dos outros
navios, mas apenas tomavam os mais fracos ou os que estavam tão enfermos ou
feridos que não tinham expectativa de vida. Os tripulantes dos navios-hospitais
eram alvo de grande respeito, porque portavam brilhantes armaduras que pareciam
surpreender os demais. Todas as pessoas que saltavam do despenhadeiro de pára-
quedas aterrizavam nos navios-hospitais ou em suas docas.
Um navio de escravos, quando ficava lotado, partia, fazendo manobras de um
lado para outro, como se não soubesse para onde ir. Os navios de guerra faziam
também muitas manobras, de forma que era impossível dizer para onde eles iriam
em seguida. Qualquer navio que acontecesse de ficar no caminho de um navio de
guerra era destruído e afundado. Quando os navios de guerra ficavam um à frente
de outro, ambos começavam a atirar um no outro, até que um deles afundasse.
Por causa do nevoeiro, muitos navios colidiam uns com os outros, e afundavam.
O mar estava cheio de tubarões que rapidamente devoravam aqueles que caíam na
água. A confusão, o desespero e o medo em todo o porto cresciam quando a cerração
crescia. Quando, porém, o nevoeiro diminuía, uma esperança começava a surgir nas
pessoas. Quando o nevoeiro dissipava-se a ponto de ser possível ver o mar alto,
os navios começam a dirigir-se para lá.
Os navios-hospitais eram Os únicos que partiam como se soubessem para onde
estavam indo. Eles podiam partir imediatamente por causa do caos nas docas,
indo ao mar alto, quando quisessem. Um ou dois deles em todo o tempo iam ao mar
alto, desaparecendo por algum tempo, e depois retornavam. Então um outro navio-
hospital saía e fazia o mesmo.
Quando me pus a seguir com os olhos para onde um desses navios ia, de repente
era como se eu estivesse na plataforma de comando daquele navio. Quanto mais nos
afastávamos, mais o céu ficava claro. Logo tornou-se um azul como eu nunca ha-
via visto, era como o azul que se vê quando num avião em vôo em elevada
altitude. O céu me intrigava tanto que deixei de olhar para o mar. Mas quando
voltei o olhar para as águas, o que vi foi que na verdade estávamos voando.
Pensei que estávamos para entrar no espaço sideral, mas logo descemos em direção
ao que parecia ser um mundo totalmente novo. Era composto de ilhas, cada uma
delas habitada por um povo de uma cultura diferente. Os feridos que estavam em
nosso navio-hospital eram colocados em diversas ilhas diferentes, de forma que
cada pessoa ferida era levada para estar com os de sua própria cultura.
Essas ilhas estavam em perfeita paz, e belas pontes as ligavam entre si, com
um constante fluxo de pessoas atravessando- as. Em cada ilha estavam sendo
lançadas as bases para a construção de grandes cidades.
Embora cada uma das ilhas tivesse características próprias, distinguindo-se das
demais, e sendo todas as ilhas totalmente diferentes de qualquer lugar que eu já
tenha visto, senti-me imediatamente em casa, em cada uma delas. Eram como
um Paraíso e, apesar de parecerem ser de um mundo diferente, eu sabia que elas
de algum modo estavam muito perto do mundo de onde eu tinha acabado de partir.
INTERPRETAÇÃO
Nesta visão entendi que o fim daquele campo indicava que o fim da nossa
prosperidade econômica está à vista. O que eu vi no fim era muito mais
catastrófico do que eu jamais poderia ter pensado. Tempos muito difíceis estão à
nossa frente, mas ao mesmo tempo todo um novo mundo está sendo construído bem
em nosso meio, que é mais maravilhoso do que possamos imaginar. O tempo que
nos foi dado até que isso aconteça tem o propósito de nos prepararmos para o que
está para acontecer. Edifiquemos a nossa esperança e confiança no reino de Deus,
que é o que não pode ser abalado.
Aqueles que continuaram a andar no meio da cerração da mesma forma como
tinham andado no campo a céu aberto - sem discernir ou reconhecer essa mudança
de situação - ou pereceram ou caíram na escravidão. Os que logo caíram de joelhos
tiveram como encontrar um caminho seguro de descida, mas era ainda um caminho
descendente. Eles tinham que permanecer de joelhos em todo o percurso; não dava
para ninguém ficar em pé naquele caminho inclinado, porque era muito íngreme e
estreito. Ficar de joelhos refere-se à oração. Assim que virmos à cerração ou a confusão,
teremos que orar a cada passo que tornarmos daí para a frente.
Que não havia ninguém subindo mas, pelo fato de estarem todos descendo até
o sopé daquele penhasco, isso me mostrou que a economia do mundo todo
estava em queda. Muitos sobreviverão ao que está por vir, mas não no seu nível
atual. Uma boa parte do nosso presente padrão de vida foi construída pelo crédito,
emprestando do futuro, e o futuro está presente. Rapidamente estamos nos
aproximando do tempo em que as nossas contas terão que ser pagas, e isso
causará uma drástica redução em nosso nível de vida atual.
Percebi que os navios de escravos eram bancos. Durante a Grande Depressão, os
bancos foram de tal forma afetados que a maioria deles faliu. De algum modo eles
agora se posicionaram de forma a não apenas sobreviver numa outra crise econômica,
mas também tomaram medidas para poderem escravizar aqueles que se acham em
débito com eles.
Cada um dos navios de guerra era de um tamanho diferente, e senti que eles
representavam vários níveis de poder. Suas ações não eram coordenadas, mas a
impressão que dava era a de que eles estavam tão confusos como todo o mundo
naquele lugar, e todos pareciam estar em guerra, uns contra os outros. Eles viviam
às custas de saquear os navios de outros tipos, e também os demais navios de
guerra. Creio que, nos dias que virão, pequenas guerras estarão pipocando em
quase toda a parte, e sem razão. Quem quer que se interponha no caminho
daqueles com algum poder acabará tendo problemas.
Os navios de luxo eram tão imundos que estar num deles era apenas bem pouco
melhor do que estar num navio de escravos ou de guerra. Era óbvio que o luxo no
futuro não será como o conhecemos no dia de hoje. Além disso, os navios de guerra
constantemente saqueavam os navios de luxo, tornando-os um lugar praticamente
insuportável para se viver. No futuro, até mesmo qualquer coisa que seja um sinal
de luxo poderá apenas servir para colocar-nos como alvo de ataques.
Eu sabia que Os navios-hospitais eram a igreja. Eles resplandeciam de branco, e
tinham cruzes vermelhas sobre si. Eram tão brilhantes e limpos que se destacaram
tremendamente em minha visão. O branco fala de pureza, e as cruzes vermelhas me
fizeram saber que eles estavam levando a cruz. O vermelho é também a cor do sacrifício.
Esses navios eram tão belos que todo o mundo teria tido o desejo de estar num deles. A
igreja tornar-se-á o lugar mais desejável para se estar no mundo; a igreja haverá de ser o
instrumento puro que ela é chamada a ser quando assumir a cruz, consagrando-se a si
mesma a uma vida de sacrifício. Nos tempos que virão à vida de sacrifício e de serviço
aos outros será a vida mais desejável deste mundo.
As pessoas que estavam nos navios-hospitais portavam brilhantes armaduras de
prata. Elas, também, destacavam-se de forma impressionante, a cada vez que
apareciam, e isso fazia que Os demais lhe tivessem um grande respeito, até
mesmo os n a v i o s d e g u e r r a . I s s o m o s t r o u - m e q u e q u a n d o o s c r e n t e s
aprendem a port ar a arm adura, eles conq uist ar ão o respeit o de todo o
mundo, e terão autoridade em decorrência disso.
As docas dos navios-hospitais eram também totalmente lim pas e estavam
sobrecarregadas de suprimentos. Havia mais bens sobre elas do que nos
navios de luxo, mas todos os bens esta vam sendo usados para ser viço,
não com o luxo. Com o aque les que portavam as armaduras e também os
navios-hospitais impunham um grande r espeito, ninguém se aventur ava a
tentar pilhar os enormes estoques de suprimentos que eles tinham, apesar de
que isso era evidente a todos.
Q u a nd o um n a vi o - ho s p it a l pa ss a va ent r e d o is n a vi os de guerra que
estavam lutando entre si, eles paravam de lutar e lhe entregavam os seus
feridos. Um dos propósitos principais q ue esses navios t inham par ecia
ent ão ser sim plesm ent e in terromper a luta sempre que pudessem.
Em meio ao caos daquele lugar, a dignidade, a resolução e o propósit o com
q ue os cr ist ãos e seus navi os se m oviam er a a lg o im pr e ss i on a nt e. O
m ai or s ent im ent o de l i b er d ad e q ue eu j á se nt i f oi q u an d o f iq u e i n a
p l at af or m a de c om a n do d o navio que partira para alto mar. Assim que
entramos em alto m a r e e s t á v a m o s f o r a d o n e v o e i r o , a s c e n d e m o s a
l u g a r e s celestiais. Quando descemos de volta, aparentemente era u ma nova
terra, embora de alg um modo eu soubesse que era bem no meio de onde
eu tinha part ido.

O f ato de encontrar uma liberdade extr aordinária naquele navio -hospital


ref ere-se a que somente descobrimos a nossa ve r d a de ir a p a z q u a nd o
t om am os a n os sa c r u z par a s er vir a outros. E se assim procedermos,
passaremos a viver nos luga res celest iais. Ent ão a visão que t er em os da
t er ra ser á total mente diferente; veremos o que Deus está fazendo.
Realmente senti que aquelas ilhas paradisíacas já estavam em nosso meio,
mas apenas ainda não as conseguíamos ver.

Na linguagem profética, o mar muitas vezes representa a po pulação


humana. Que o mar ao sopé daquele penhasco encon trava-se no mais
terrível caos, isso representa a que os reinos deste mundo estão se dirigindo.
As ilhas representam o Senhor estar lançando o fundamento do seu reino, bem
em nosso meio, neste mesmo tempo. Por saber que essas ilhas estavam
próximas do mar da conf usão, isso me fez ver que o que o Senhor está por
construir na terra está também bem próximo de nós.
No mesmo tempo em que o mudo cair num terrível caos, o que
provavelmente começará com o caos econômico, Deus es tará construindo
pontes entre os povos que serão o fundamen to de um glorioso futuro. O fim
desta era é o começo de uma outra sobre a qual Cristo reinará. Em Apocalipse 17:15
somos informados de que: "As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são
povos, multidões, nações e línguas."
As pontes estão agora sendo construídas entre Os povos. Es sas pontes
eram para intercâm bio, e era óbvio para mim que cada um a das ilhas
est ava const r uindo alg o m ar avilhoso, o melhor que a sua cultura podia
produzir, de modo a comparti lhar isso com as outras ilhas. O f ato de que o
fundamento de novas cidades estava sendo lançado representava todo um
novo começo para a terra. O que agora está sendo construído para o Senhor,
para a glória do seu reino, isso permanecerá e será um fundamento na era que
está por vir.

Capítulo 2 A marca de Deus ou a marca da besta?

Muitos se perguntam como, afinal, os acontecimentos do livro do Apocalipse se


apresentarão aos nossos olhos neste século vinte e uni. Virá o Anticristo e realizará
grandes sinais neste mundo, enganando os que aqui viverem? Fará ele com que
todas as pessoas recebam uma marca na testa e também na mão direita, para dessa
maneira poderem comprar, vender e negociar?
Muitos cristãos dedicam um tempo considerável procurando descobrir o que essa
marca da besta será, de modo a não se enganarem quanto a ela. No entanto, muito
pouca atenção tem sido dada ao fato de como receberemos a marca de Deus,
mencionada em Apocalipse 7:1-3. Se realmente estamos no fim dos tempos, então
Deus enviará quatro anjos que segurarão os quatro ventos da Terra até que a fronte
de seus servos seja selada.

ESCO LHENDO A MARCA DE DEUS O U A MARCA DA BEST A

O único modo pelo qual teremos condições de resistir à marca da besta em nós é
tomando a marca de Deus, que é dada a seus servos. A chave para entendermos esse selo
de Deus está em compreendermos o sentido da palavra servo.
Nas Escrituras, o servo, ou escravo, tinha o direito de se libertar após seis anos de serviço,
mas se ele amasse muito seu senhor e preferisse permanecer como escravo pelo resto da
sua vida, recebia uma marca permanente (ver Êxodo 21:3,6). Os servos, então, são aqueles
que por sua autodeterminação estão a serviço do Senhor. Nem todos os que se declaram
cristãos são servos como esses. Muitos afirmam haver entregue sua vida a Cristo, mas
continuam vivendo para si mesmos.
Os servos não têm dinheiro algum para ser gasto com eles mesmos.
Portanto, não usufruem liberdade para gastar o que lhes f oi entregue,
posto que não lhes pertence. Seu tempo, e inclusive sua família pertencem a seu
senhor.
O compromisso de tornar -se um servo, assim como ensina do nas
Escr it ur as, não está sim plesm ent e na aceit ação int e lect ual de certos
princípios bíblicos; ele signif ica o com pro misso de assumir com toda a
obediência um estilo radical de vida. Tal servo já não vive para si, e sim
para o Senhor. Transf ormar-se voluntar iamente num tal ser vo é o maior de
todos os compromissos que pode ser f eito neste mundo, e somente um tolo
o assum iria sem que primeir o considerasse cuidadosamente a implicação disso.
Para compreenderm os a marca da besta, que é um a marca econômica,
ternos de entender o que signif ica "adorar a bes ta". Mesmo que não
amemos o dinheiro, muitas vezes deposi t am os nele nossa conf iança. O
am or ao dinheiro, ou a conf i ança depositada no dinheiro libera um dos
maiores males no cor aç ão h um a no. No f im de st a er a u m a d e du as c o is as
va i acontecer: ou estaremos totalmente libertos disso, ou estare mos
inteiramente escravizados a isso. Seremos ou escravos de Deus, ou do diabo.
Em bor a t enham os ent endim ent o com r espeit o ao q ue é a marca de Deus,
e ao que é a marca da besta, mesmo assim tere mos que f azer u ma escolha
entre as duas alter nativas. Pode mos julgar que isso será f ácil, uma vez
que reconhecemos a importância dessa decisão, mas não tomaremos a
atitude cor reta a menos que nosso coração esteja em retidão.
E não há obediência sincer a, a não ser que t enham os a li berdade de
desobedecer: Deus pôs a Árvore do Conhecimento no jardim para que os
homens escolhessem a quem serviriam. Não era sua intenção que
caíssemos, como pensarão alguns, e sim q ue pr ovássem os nossa devoção.
Se t udo q ue o Senhor q uer ia er a obediência, ter ia sido bem melhor par a
ele haver criado computadores, programando -os para adorá-lo. Será que uma
tal adoração seria aceitável a alguém? Que dizer então de nosso g lor ioso Cr iador?!
Não, a ver dadeira ador ação, nasce do coração. Ela necessit a de
liberdade. Do mesm o modo, os que estão a serviço do Senhor são aqueles
que por sua vontade querem ser servos.

O Jugo da Besta
Provavelmente seja uma dívida financeira a razão número um por que os
cristãos hoje não estão livres para responder ao cha mado de Deus em sua
vida. Quando há um chamado para fazer alguma coisa - desde a entrada
num ministério de tempo inte gral, até o chamado para uma viagem
missionária -, nossa primeira consideração geralmente é: "Será que vou ter
condições financeiras?" Esta é uma clara indicação de que possivelmente
estejamos tomando a marca da besta.
As pessoas em nossa cultura se acostumaram com a idéia de que como
seus pais conviveram com dívidas, têm, conseqüen temente que aceitar essa
mesma realidade - o fantasma da dívida. No entanto, pensando bem, o que a
Bíblia nos diz a respeito? Paulo advertiu-nos quanto a isso:
E não vos conformeis com este século [com esta era, que segue e se adapta às suas
práticas exteriores e superficiais mas transformai-vos [mudem a si mesmos] pela [plena]
renovação da vossa mente, [com novas ideais e uma nova atitude], para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus [e até mesmo o que é
bom, agradável e perfeito aos olhos de Deus para vocês]. (Romanos 12:2 - AMP)
A dívida é um jugo de escravidão do qual a maioria das pes soas se tem
tornado vítima. Em quase todas as portas de esta belecimentos comerciais
por onde você p assa há a marca de um cartão de crédito nelas afixada.
Creia você, ou não, ser verdade o q ue lh e dig o, o f at o é q ue um banco em
Den ver ,
Colorado, certa vez anunciou um plano para a emissão de car tões de crédito
para crianças de 12 anos!
Em menos de vinte anos os Estados Unidos, por exemplo, passaram da
condição de nação mais credora do mundo para a situação de a nação mais
devedora do planeta! (Em outras palavras: os americanos deixaram de ter as
demais nações lhes devendo mais do que a qualquer outra naç ão, passando
para a situação diametralmente oposta: agora eles devem às demais nações
mais do que qualquer outro país.) Jamais, na história m u n d i a l , a c o n t e c e u
u m a m u d a n ç a t ã o g r a n d e e t ã o r á p i d a na economia de um país!
O que toma emprestado se torna servo de quem empresta. O país com
dívidas (como acontece também com o Brasil) se en contra agora numa
situação de escravidão perante seus credo res. O trágico é que os jugos
estão se tornando cada vez mais pesados! Como-a Igreja é chamada a ser "a
luz do mundo" e "o sal da Terra", temos a responsabilidade de nos manifestar
contra essa grande transgressão. Cont udo, como teremos autori dade para
emitir tal opinião, se nós crentes - como todo o mundo - também estamos
atolados em dívidas, tanto pessoalmente como em relação às nossas igrejas e
ministérios?
A expressão "o dinheiro compra tudo" é muito reveladora. Mais do que
qualquer outra coisa, a forma como se gasta o di nheiro revela a quem se
está servindo. Basta olhar para Os canhotos dos talões de cheques de
alguém para se ter como escrever sua biografia. Dá para facilmente distinguir
suas preferências e paixões (distinguindo-se as coisas pelas quais tem algum
interesse e aquelas a que se entrega de fato). Jesus assim se expressou a esse respeito:
...onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.

A Meta
A Bíblia não afirma que é errado ter dinheiro. Na verdade, o dinheiro pode
ser uma das dádivas de Deus, como está em 1 Timóteo 6:17 (SBTB): Deus, que
nos dá todas as coisas para as desfrutarmos. Mas a questão de sempre é: Por que
estamos sempre com pouco dinheiro? Temos a resposta no seguinte texto:
Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Considerai o vosso passado [vede bem o
que vos tem acontecido]. Tendes semeado Muito e recolhido pouco; comeis, mas não
chega para fartar-vos; bebeis; mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas ninguém se
aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado. (Ageu 1:5, 6 -
AMP)
Esta escritura descreve com muita propriedade o modo pelo qual a maioria
das pessoas vive, semana após semana, corren do até o banco para cobrir os
cheques emitidos no dia anterior. Se habitualmente você se vê sem dinheiro
suficiente, considere as seguintes questões:
-Será que não empreguei bem, ou gastei demais o dinheiro que Deus me deu?
- Será que tenho mesmo necessidade de mais, ou sou "excessivamente
ambicioso"?
- Tenho violado os princípios bíblicos de mordomia, com respeito ao dinheiro
que o Senhor me confiou?
- Será que, como as pessoas do livro de Ageu, tenho me pre ocupado mais em
construir a minha casa do que a Casa de Deus?
Mesmo que uma só das questões acima seja afirmativa em nosso caso,
nossa resposta tem que ser arrependimento. Arre pendimento é mais do que
simplesment e nos entristecer por nossos erros; é mudar nosso comportamento.
Como C. S. Lewis certa vez ressaltou, quando fazemos uma conversão e
entramos numa estrada errada, esta nunca se tor nará a estrada certa. O
único modo pelo qual podemos pegar de novo a estrada certa é voltar ao
ponto daquela conversão errada e fazer a conversão correta.
A definição bíblica do que seja liberdade financeira não é necessariamente
ser rico. Nosso alvo deve ser o de nunca tornar uma decisão com base em
considerações financeiras, e sim com base na vontade de Deus. Essa deve ser
a meta financeira para cada um de nós.
Nor m alm ent e pensam os q ue par a sair mos de nossa sit ua çã o o j e it o é
g a nh ar m a i s d i nh e ir o . E nt r et a nt o , es sa q u as e nunca é a resposta, e às vezes
pode até tornar as coisas piores.
O plano de Deus não requer que você ganhe mais dinheiro do que ganha agora -
e isso não é porque ele vai lhe dar u ma revelação, de modo que você acerte na
loteria!
As Escrituras nos dão claras instruções de que temos que sair das dívidas,
de que precisamos urgentemente não nos endividar, tornando-nos
financeiramente independentes. Não importa quão desastrosa seja sua atual
situação financeira: você tem um modo bastante simples para escapar a ela -
obediência! Esta é sua herança como filho (ou filha) do Rei.

O Principio da Obediência
O primeiro princípio para escapar de sua atual situação financeira é passar pela
cura financeira.
Passando Pela Cura Financeira
O primeiro passo para a cura financeira é dar, e não ga nhar. Se você se
fechou diante desta afirmação, é então evidente que você tem uma ferida que
precisa ser curada. Você tem retido seu dinheiro do Senhor? Infelizmente a Igreja
tem sido financeiramente saqueada pelo engodo, pela manipula ção, e às vezes
pelo espírito de controle.
A maneira de se ficar fora do alcance do jugo deste mundo é entrar no reino.
Fazemos isso submetendo-nos, em primeiro lugar, ao Rei em tudo, e vivendo
segundo a sua Palavra. Nossa primeira consideração ao tomarmos qualquer
decisão importante tem de ser: descobrir qual é a vontade do Senhor.
Um texto muito importante para a Igreja de hoje encontra- se no livro do profeta
Malaquias:
Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos
dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a
nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na
minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas
do céu e não derramar sobre vós bênçãos sem medida. Por vossa causa, repreenderei o
devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será
estéril, diz o SENHOR dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis
11177a terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos. (Malaquias 3:8-12)
Você é assim tão abençoado financeiramente a ponto de sobrar dinheiro? Então
traga "todo o dízimo" à casa do tesouro. Isso significa dar o dízimo pelo bruto
(dizimar é dar os primeiros 10 por cento de toda a nossa renda ao Senhor). Além
do que ele promete uma bênção tão grande que não dá para você imaginar!
Muitos cristãos pensam que não têm condições de dar o dízimo, mas na verdade o
que não podemos fazer é deixar de dá-lo! De modo geral, o que precisamos não é
aumentar a nossa receita, e sim ter o devorador repreendido. O Senhor promete não
apenas repreender o devorador, mas também abrir as janelas do céu. Aqui se encontra o
único texto das Escrituras em que Deus nos pede que façamos prova dele. Faça prova
dele a este respeito. Eu nunca soube de ninguém que haja dado fielmente o dízimo e não
haja experimentado a fidelidade do Senhor em relação à sua Palavra.
Contudo já vi muitos que continuaram a cair financeira mente pelo fato de
haverem declarado: "Vou deixar de lado meus dízimos até que o Senhor me diga
onde deverei entregá-los". Isso soa algo nobre, mas se o dinheiro ainda está em
sua conta, você não o entregou. Às vezes pode ser sábio deixar reservado algum
dinheiro numa conta especial, esperando o tempo e o lugar para dá-lo, mas isso
deveria acontecer tão-somente com nossas ofertas. Ou seja: tudo que vai além do
dízimo, e não o dizimo propriamente dito.
A Palavra é clara quanto ao lugar onde entregar o dízimo: na casa do seu
tesouro, ou seja, na sua igreja.
Alguns julgam que não podem confiar nos líderes da sua igreja com respeito a um
destino sábio do dinheiro. Entretanto, se não pudermos confiar nos líderes com
relação ao nosso dinheiro, certamente seremos tolos em confiar nossa alma a eles.
Nossa responsabilidade é obedecer, deixando o Senhor lidar com os que possam ser
irresponsáveis. Entretanto, se a liderança demonstra uma séria
irresponsabilidade financeira, teríamos que considerar que ela não tem
capacidade tampouco para zelar por nossa alma.
Já ouvi alguém dizer: "Não dou o dízimo, porque tudo que tenho é do Senhor".
Este é outro engano trágico. Se tudo que tal pessoa tem é do Senhor, então ela
deveria obedecer à Palavra de Deus, que manda dar o dízimo. O Senhor não é
enganado por esse tipo de raciocínio viciado. Temos de compreender que Deus
não precisa do nosso dinheiro. O mundo todo a ele pertence. Dizimar visa ao
nosso bem, não ao dele. Nossas desculpas apenas ferem a nós mesmos.
As mesmas verdades se aplicam à nossa igreja e ao nosso ministério.
As Igrejas Também Deveriam Dizimar
Como uma igreja é uma casa do tesouro de Deus, será que isso significa que a
nossa igreja também deveria dizimar? Sim, dar é algo fundamental no Cristianismo.
De igual forma Deus nos pede que assim procedamos para nosso próprio bem, e
não para o bem dele. Deus procura pessoas fiéis, nas quais possa confiar para
serem canais de seu suprimento. Não estamos buscando prosperidade para nós
mesmos; procuramos ser servos fiéis, tal como aqueles da parábola dos
talentos, que investiram bem o que lhes fora confiado, e depois disso seu patrão
lhes confiou uma importância bem maior.
Quando começamos nossa congregação, a Comunidade Morningstar
(Estrela da Manhã) em Charlotte, Carolina do Norte, por um descuido deixamos
de dar o dízimo da receita da igreja. Tivemos significativas perdas até o momento em
que começamos a dizimar, quando imediatamente nossas finanças deram meia
volta. Poderíamos dizer que teria sido uma coincidência. No entanto teríamos de
estar mortos espiritualmente, para chegarmos a admitir isso.
Quando damos o dízimo bíblico, que é tomar os "primeiros frutos" e dar ao
Senhor, estamos afirmando que nele confiamos como nossa Fonte, não em nós
mesmos, nem em nosso trabalho. Isso é importante para pessoas, para igrejas,
e para ministérios para-eclesiásticos.
Uma vez que você haja assumido o compromisso de dar o dízimo, você deve
ainda se perguntar se não está sucumbindo a qualquer das três armadilhas do inimigo
para mantê-lo escravizado ao sistema deste mundo.

Três Armadilhas de Escravidão Financeira

Em que grau estas três armadilhas o influenciam ou dominam?


1. Compulsão para Comprar
Tudo que vemos nos jornais e na TV nos força a "ir atrás". Ganhe tanto quanto
puder! Contudo Eclesiastes 4:8 nos lembra que os olhos nunca... se satisfazem com
riqueza (SBTB). E Eclesiastes 5:10 explica ainda que: Quem ama o dinheiro jamais
dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda. A compulsão para
comprar é um sintoma do que Salomão está descrevendo nesses versículos.
2. Insatisfação
A insatisfação é a doença de nunca julgar que se tem o suficiente: roupas bastantes,
roupas certas, móveis suficientes, ou combinando entre si, penduricalhos, jóias, enfeites,
mil e uma utilidades, cada vez mais sofisticadas e modernas... É uma fome insaciável de
possuir mais e mais. Eclesiastes 5:11 diz: Onde os bens se multiplicam, também se
multiplicam os que deles comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos do que os
verem com seus olhos?
Já ouvi quem dissesse: "Queria ser um milionário para dar esse dinheiro ao
Senhor". Você não precisa ganhar milhões para dar ao Senhor. Ele não é pobre.
Tenha o cuidado de não disfarçar seus desejos com afirmações desse tipo. O Senhor
disse: Buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas.

3. Preguiça
Talvez você nunca tenha dinheiro bastante, porque você é preguiçoso.
Salomão aconselhou o preguiçoso a considerar os caminhos da formiga:
Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio. Não tendo
ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio prepara seu pão, na sega ajunta seu
mantimento. O preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu
sono? Um pouco para dormir, uni pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os
braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessi-
dade, como de um homem armado. (Provérbios 6:6-11)
O versículo 7 deste trecho é o mais interessante: ... não tendo ela chefe, nem
oficial, nem comandante. Algumas versões traduzem esta última palavra por
"dominador". Contudo no hebraico a palavra é mesmo comandante. Neste sentido a
formiga é uma representação do crente nascido de novo. As formigas instinti-
vamente sabem o que fazer. Pois do mesmo modo deveriam saber os cristãos; tais
pessoas não precisariam ter uma fonte de motivação externa, uma vez que sua
motivação vem de seu interior. Às vezes o crente precisa de um conselho, mas
nossa meta tem de ser a de sempre termos a Palavra e os caminhos de Deus
estabelecidos firmemente em nosso coração.
Observe ainda o que Salomão diz sobre o sono. Todos temos a tendência de tocar no
despertador, desligando o alarme para termos apenas alguns minutos a mais de
sono. Este versículo nos adverte contra a natureza viciosa desse hábito. Se é hora de
nos levantar, levantemos! Deus não vai derramar prosperidade sobre você enquanto
você estiver na cama. Se somos servos do Senhor, nosso tempo também é dele.

A Lei da Fí si ca e a Ri queza

Há uma lei da Física que afirma que a energia jamais é destruída; ela
simplesmente muda de forma. O mesmo é verdade com respeito à riqueza: ela
nunca é destruída, mas com freqüência muda de mãos. Mesmo durante a
Grande Depressão, a riqueza na verdade não se perdeu; ela apenas foi
transferida para aqueles que se achavam em condições de tirar vantagem da
situação. E os que se beneficiaram foram não só os que não tinham dívidas,
como tinham dinheiro disponível naquela hora. Houve empresas que foram
compradas por quantias muito baixas, chegando a 10% do seu real valor. Terras
foram adquiridas por quantias ínfimas, chegando a 25% de dólar para cada mil
metros quadrados, compradas daqueles que se haviam endividado.
Estamos caminhando em direção a um transtorno econô mico muito pior que
o da Grande Depressão. Os que não estiverem preparados ficarão arruinados. O
Senhor deseja que seu povo esteja prevenido para tais tempos, não apenas para
que possam suportar tudo, ou para enriquecerem, mas para benefí cio do próprio
evangelho. Como prometem as Escrituras, a riqueza das nações será dada àqueles
que servem ao Senhor.
Agora o Senhor está preparando seu povo para o que está para acontecer. Ele
vem advertindo sua Igreja por mais de vinte e cinco anos, para que todos se livrem
de dívidas. Já nos foi dado um tempo mais que razoável para isso. Entretanto,
devido ao fato de que esses catastróficos problemas econômicos têm demorado a
acontecer, muitos têm desprezado essas advertências. Ainda há tempo para
arrependimento e para pormos as coisas em ordem, mas não dá para protelar mais!

Capítulo 3 Acusadores dos irmãos

Na primavera de 1995 Bob Jones, um amigo meu que é profeta, disse a alguns
dentre nós que o time de beisebol Os Valentes de Atlanta ganharia o campeonato da
Série Mundial, naquele ano, como uma mensagem para a Igreja. Essa profecia
cumpriu-se, e de fato houve nela uma mensagem.
Por muitos anos Os Valentes de Atlanta vinham sendo considerados "o time dos
Estados Unidos". Esta nação é chamada de "o lar dos valentes". Valentes são guerreiros
corajosos, e verdadeiros guerreiros são os que lutam até obter a vitória. Após anos
de insucesso, Os Valentes de Atlanta finalmente conseguiram entrar na Série Mundial
de 1992 e também em 1993, mas não foram campeões. Eles não desistiram, e em 1995
venceram o campeonato da Série Mundial, tal como Bob Jones havia profetizado.
De maneira semelhante, a Igreja tem lutado por vários anos. Deus tem
levantado grandes movimentos e ministérios par a abençoar o mundo todo.
Embora tenhamos tido muitos anos maravilhosos, já faz algum tempo que a Igreja
como um todo não tem alcançado um verdadeiro avanço ou vitória sobre o
inimigo.
Como eu esperava que o time de Atlanta vencesse em 1995, em razão da palavra de
Bob, também fiquei muito ansioso por conhecer a mensagem que havia nessa
vitória. Para mim foi muito interessante o fato de que a vitória dos "Valentes"
aconteceu no ano da saga de O. J. Simpson, que talvez haja sido o julgamento
mais controvertido da história judicial dos Estados Unidos. Foi esse também o
ano em que o incêndio de igrejas e a Marcha de Um Milhão de Homens foram
manchetes dos principais jornais. Quando parecia que a justiça estava sofrendo o maior
assalto da história americana, foi um jogador de nome Davi ou, mais
precisamente, David Justice, que fez a jogada vencedora naquele jogo que
deu a vitória ao "time a m e rica no”.
Creio que foi muito significativo haver sido Davi quem fez aquela jogada final. Ele
é um homem negro, e realmente espero que "Davis" jovens e negros surjam e matem
os "Golias" espirituais que têm intimidado e retido o avanço dos exércitos de Deus.
Penso ainda que esses grandes campeões virão em nome da justiça. Eles não
apenas exigirão justiça para si mesmos, mas também a conquistarão Para outras
pessoas.
Nenhum de nós deseja justiça em relação a nossos pecados; o que desejamos é,
isto sim, misericórdia e graça. Isso é pacífico. Entretanto, a justiça de Deus é mais do
que isso. O Senhor evidentemente se preocupa muito com a eqüidade e com a jus-
tiça na conduta dos homens. As Escrituras deixam bem claro que ...retidão e justiça
são a base do seu trono, e que ...fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao
Senhor do que oferecer-lhe sacrifício.
Se a justiça é algo tão importante que é um dos dois pilares sobre os quais Deus
estabeleceu seu trono, deve-se dar a ela uma prioridade muito maior. Como o Senhor
falou pelo profeta:
Mas, se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas obras, se deveras
praticardes a justiça, cada um com O seu próximo; se não oprimirdes o estrangeiro, e o
órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após
outros deuses para vosso próprio mal, eu vos tirei habitar neste lugar, na terra que dei a
vossos pais, desde os tempos antigos e para sempre (Jeremias 7:5-7).
Tenho viajado muito por todo o mundo, e quanto mais viajo mais dou graças a
Deus por viver na América. Por melhor que seja o sistema de justiça que há no
mundo de hoje, esse sistema ainda não é tão bom quanto poderia ser. Não há
justiça para todos. E há um crescente assalto à justiça por toda a estrutura social,
indo da capacitação econômica a diferentes oportunidades educacionais. Contudo o
que é mais assustador ainda é a quase completa falta de visão e de um sistema de
justiça na Igreja Cristã.
Como Paulo escreveu aos Coríntios: Para vergonha vo-lo digo. Não há, porventura, nem
ao menos um sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade?
Poderemos descobrir que grande parte da vergonha que recentemente tem
alcançado o corpo de Cristo é decorrente de não termos um verdadeiro sistema de
justiça na igreja, de modo a nos julgar a nós mesmos, para que não sejamos
julgados. Quando os israelitas perderam o senso de justiça, logo caíram na
apostasia, porque a justiça é uma das bases do trono do Se nhor em nosso meio.
Deus teve que usar as nações pagãs que estavam em volta de Israel para
disciplinar aquele povo até que ele se voltasse para o Senhor. De igual modo, Deus
se viu obrigado a fazer uso da imprensa secular e de outros "pagãos" para disciplinar a
Igreja. Entretanto, o Senhor não destacou jornalistas nem investigadores para
julgarem a sua Igreja. Foi aos anciãos da Igreja que essa autoridade foi concedida. A
falta de autoridade criada pela ausência de verdadeiros juízes continu ará a ser
compensada por aqueles que não são chamados, e que trarão muita confusão, até
que os verdadeiros anciãos da Igreja assumam a autoridade que lhes foi concedida por
Deus.

Decaídos da Graça
Na primavera de 1996, Bob Jones recebeu a palavra de que Os Valentes não
venceriam novamente a Série Mundial naquele ano, e que isso seria uma
mensagem. Quando me deram bilhetes de entrada para o quinto jogo da Série
Mundial em Atlanta, eu sabia que o Senhor iria mostrar-me algo importante. E não
me decepcionei.
Quando Bobby Conner, Mike Dean e eu caminhávamos em direção ao estádio, Mike
disse-nos que na primeira vez que Os Valentes foram participar desse campeonato, uma
empolgação sem precedentes tomou conta de toda a cidade. Mais de cem mil
pessoas foram até o estádio, mesmo sabendo que não teri am como entrar e
que seriam obrigados a permanecer do lado de fora, dando de lá seu apoio
ao time. Enquanto ele dizia isso, surpreendi-me ao ver o contraste que havia
em relação àquela noite. Não havia ninguém do lado de fora para dar
suporte à equipe. Os que entravam no estádio davam inclusive a impres são
de estar indo desprovidos de todo entusiasmo.
Aquele campeonato - a Série Mundial - era o ponto culmi nante do
beisebol. O jogo acontecia entre uma das equipes mais populares, Os
Valentes, contra um dos times de maior tradi ção, os Yankees de Nova York.
Mesmo assim eu sentira mais ardor entr e os t orcedor es dos t im es q ue
haviam jog ado num campeonato local sem importância do que o que estava
acontecendo entre os torcedores que naquela noite se encontravam no
estádio de beisebol Fulton County. O que eu sentia era, ao contrário, uma
atitude de arrogância, que me dava uma sensa ção bastante desconfortável.
Dur ante o j ogo, quando os t or cedor es do At lant a com eça r a m a s o l t a r
s e u g r i t o t í p i c o p a r a i m p u l s i o n a r o t i m e , q u e ant er i or m ent e er a um g r ito
de g uer r a q ue at em or iza va o c oração dos jogadores do time contrário,
naquela noite ele saia b ast ant e de sa n im a d o: p ar ec i a m a i s um g r it o d e d or
d o q ue um b r a do d e g uer r a. F iq u e i im pr e ss i on a do c om o pes o q ue havia
no ar . Sur pr eendi - m e ainda m ais com os g r it os de de saprovação q ue er am
dados pelos torcedor es q uando Os Va l e n t e s e r r a v a m u m l a n c e , o u
q u a n d o n ã o c o n s e g u i a m t e r ê xit o n um a j og a da q u e, s e c on cr et i zada
c om s uc es so, t er i a sido por puro milagre.
Os Valentes perderam aquele jogo, que era de extrema im portância, porque
um de seus jogadores perdera uma bola, o que não poder ia haver
acontecido. Tudo parecia ajustar -se à s it ua çã o r e in ant e. O p es o q u e
p a ir a va so br e o t im e er a t ão gr ande que eu esper ava que eles err assem
em q uase t oda j o gada. O que m udara n aq uela cidade, passando de um a
sit ua ç ã o em q u e a s p e s s o a s h a vi a m p er m a n e c i d o at é m e sm o d o lado de
f or a do estádio, dando apoio ao t ime, para um a situ aç ão em q ue os
t or c ed or es par ec i am est ar ir r it ad os com o s jogadores?
Teria sido por causa do orgulho? Antes do início do campeonato daquele
ano os jornalistas esportivos haviam feito o prog nóstico de que Os Valentes
venceriam de novo. Uma tal previsão não seria necessariamente um fator
negativo. Entretanto, juntando-se com a vitória que haviam alcançado no
ano anterior, ela fez com que os jogadores e os torcedores ficassem ex -
cessivamente arrogantes e orgulhosos. Não é o que a gente diz: "Estavam
todos de salto alto..."? E quando as pessoas começam a reclamar de qualquer
erro cometido, ou quando uma jog ada não termina como esperam, isso traz
uma grande pressão sobre os jogadores, o que mais cedo ou mais t arde
acaba por f azer com que "percam a bola".
Na manhã do dia seguinte mal dava para crer nas ultrajan tes palavras dos
comentaristas sobre Os Valentes. Diziam que o time da casa provavelmente
nunca jogara um jogo de beise bol a n ível r ealm ent e pr of issiona l, e m uit o
m enos sent ir a a responsabilidade do que signif icava participar da Série
Mundial. O veneno que f oi lançado sobre aquele jogador q ue com et er a
aq ue l e er r o vi t a l f oi e nt ã o ch oc an t e. At é m esm o a l guns que não eram da
crônica esportiva f izeram comentários como se f ossem especialistas que
sabiam das coisas mais do q ue os pr ópr ios dir ig ent es da eq uipe. Par a m im
não f oi sur presa o fato de Os Valentes não vencerem depois uma única
part ida jog ada em casa no campeonato da Sér ie Mundial da quele ano. Para
eles era bem mais fácil jogar fora de casa, uma vez que ganharam dois jogos em
Nova York.
Creio que essa mesma atitude é o que f az com que muitas igrejas,
ministérios e pessoas caiam depois de apenas uma úni ca vitória. Quando
passamos por uma vitória, é bom f orçar a situação, e até mesmo manter a
fé de que continuaremos ven ce nd o. Ent r et a nt o, q ua nd o a s e xp ec t at i va s
d a s p ess o as s ão contaminadas pela arrogância, de modo que tudo o que não venha
de encontro àquelas expectativas faça despertar críticas e não intercessão, uma derrota
certamente sobrevirá. Salomão percebera isso centenas de anos antes, quando
escreveu: A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda!
É difícil, para quem não haja praticado esportes, imagi nar quanto os
torcedores influenciam um jogo, razão por que há uma clara vantagem no
jogo em casa. Se os torcedores estão empurrando o time para a frente, os
jogadores são inspirados a jogar além de suas possibilidades normais. En -
tretanto, quando eles não apóiam o time, é como se os joga dores estivessem o
tempo todo carregando um enorme peso. O mesmo se dá em nossas igrejas.
Quando a liderança sente apoio dos membros, ela subirá e alcançará novas
alturas. Quando no entanto ela é arrasada por críticas, torna-se difícil para ela
até mesmo atuar.
Uma das principais razões por que muitos líderes têm falta de unção de Deus é
o fato de os membros da sua igreja não terem fome de Deus. Outro fator são as
expectativas irrealistas que freqüentemente depositamos sobre eles. Temos a
tendência de ser muito exigentes. Quando alguém tenta liderar-nos, de tal modo
o atacamos que dá para se pensar como pode haver quem se disponha a ser pastor
ou presidente do país.
Assim como as críticas e os comentários pelo rádio em Atlanta naquela manhã foram
formulados principalmente por aqueles que nunca haviam jogado uma partida de
beisebol profissional (e muito menos participado da Série Mundial), as críticas
feitas dentro da igreja, em sua maioria, nunca contribuíram para o bem dela, nem
edificaram nada que fosse significativo.
É impressionante o fato de haver quem dê ouvidos a esses comentários, e é ainda
mais impressionante que até mesmo cristãos maduros estejam dando atenção
àqueles que se têm posto como juízes sobre a Igreja.
Todos temos liberdade para escolher a forma de nos relacionar com nossos
líderes: poderemos participar de apenas um dos dois ministérios que existem diante do
trono de Deus.

Os Dois Ministérios

Dois ministérios atuam incessantemente diante do trono de Deus: um é o


ministério da intercessão; o outro é o da acusação. Jesus vive para interceder por
seu povo. Conforme o grau em que habitarmos nele, Jesus nos usará para
interceder pela Igreja, por outros e por nós mesmos. Sua Igreja é para ser uma
Casa de Oração para todos os povos!
Satanás, entretanto, é chamado de o acusador de nossos irmãos, e somos
informados de que seu ministério prossegue de dia e de noite diante do trono de
Deus.
Como é que Satanás continua a acusar os santos diante de Deus, uma vez que
foi lançado para fora do céu, e não mais tem acesso ao trono? A resposta a essa
pergunta é: Satanás usa os santos, que realmente têm acesso ao trono, para fazer
essa obra diabólica para ele. Ele é conhecido por muitos títulos, mas certamente o
modo como atua mais eficazmente tem sido o de "acusador dos irmãos", dada a
eficácia com que tem conseguido fazer com que irmãos se voltem contra irmãos.
Promover a divisão é uma especialidade dele.
A unidade da Igreja é a maior ameaça ao domínio s atânico. O diabo sabe
muito bem que Jesus deu autoridade a quaisquer dois crentes que estejam em
concordância: o Pai lhes dará o que pedirem. A unidade não apenas aumenta
nossa autoridade espiritual, como a multiplica. Um cristão pode pôr a correr
mil demônios, mas dois em concordância põem a correr dez mil.
Ironicamente, o acesso do acusador à maioria de nós acontece muitas vezes por
nossa insegurança, o que nos põe em guarda sobre nosso território. Se
estamos inseguros, somos ameaçados por qualquer coisa que escape ao nosso
controle. Podemos citar doutrinas ou exibir uma nobre mas fingida de -
terminação. São no entanto poucas as divisões na Igreja provocadas por
algo diferente do desejo de manter nosso território, ou seja, nosso âmbito de ação, o
que finalmente resulta na perda exatamente do que queremos preservar a todo
custo. Uma lei incontestável do espírito é esta: se procurarmos salvar a nossa vida,
nós a perderemos; se perdermos a nossa vida por causa de Cristo, nós a acharemos.
Isaías abordou esta questão de um modo bem sucinto:
Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá
adiante de ti, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda; então clamarás, e o SENHOR
te responderá; gritarás por socorro, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o
dedo que ameaça, o falar injurioso (Isaías 58:8,9 - ênfase acrescentada)
Você está precisando ter mais luz na sua vida? Você invoca o Senhor, mas ele não lhe
responde? A resposta é quase sempre a mesma: você tem um jugo no meio de você
que é referido como ...o dedo que ameaça, o falar injurioso. Trata-se de um espírito de
crítica. Deus promete que a sua vida sofrerá uma mudança radical se você remover
esse jugo.
A pessoa que tudo critica é aquela que comenta depreciativa e negativamente os
outros, mas nunca se refere de maneira inferior a si mesma. Como afirmou o
Senhor, tal pessoa passa o tempo todo tão ocupada à procura de um argueiro
no olho alheio, que não consegue enxergar a trave no próprio olho, razão de sua
cegueira.
Quando criticamos os filhos de alguém, quem vai se ofender? Os pais! Isso não é
menos verdade em relação a Deus. Quando julgamos um de seus filhos, na realidade
estamos julgando o Senhor. Sempre que julgamos um de seus líderes estamos
emitindo opinião sobre sua liderança. Estamos declarando que Deus não sabe o que
está fazendo com a liderança que está sustentando. Ao criticarmos um irmão ou uma
irmã, na verdade estamos dizendo que a forma como Deus está trabalhando não se
enquadra no que consideramos ser o certo, o correto. Contudo, quem de nós pode
se transformar a si mesmo, sendo o que realmente deve ser? Se não podemos nem
sequer mudar a nos mesmos, como iremos influenciar pessoas para que mudem?
A crítica é uma das maiores manifestações do orgulho, visto que presume que se
está numa posição superior. O orgulho traz algo a cujo respeito todo ser humano
deveria sentir o maior temor: a resistência de Deus. As Escrituras dizem: "Deus resiste
aos soberbos, mas dá graça aos humildes." Confesso que preferiria ter todos os
demônios do inferno contra mim a ter Deus como meu contrário.
Veja o que aconteceu com os filhos de Israel. Deus permitiu que a primeira geração que
saíra do Egito passasse toda a sua vida vagueando pelo deserto, em razão de suas
contínuas murmurações e reclamações. Essa é a principal razão por que muitos cristãos
não andam em harmonia com as promessas de Deus. Elas consomem a vida em lugares
áridos, dando voltas e voltas nas mesmas montanhas - cultivando os mesmos velhos
problemas, as desgastadas fraquezas de sempre, os decantados queixumes e gemidos...
Observe a advertência de Tiago advertiu-nos o seguinte:
Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal do irmão ou julga a seu irmão
fala mal da lei e julga a lei; ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz. Um só é
Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer; tu, porém, quem és, que julgas
o próximo? (Tiago 4: 1 1,1 2)
Visitei certa vez um dos estados mais pobres dos Estados Unidos. Por ter
notícia de que era muito rico em recursos naturais e em beleza, me sentia muito
inclinado a conhecê-lo. Ao visitá-lo, imediatamente notei um traço característico
básico nas pessoas da região. Elas ridicularizavam e criticavam a riqueza ou
quem quer que estivesse se dando bem no lugar. Isso parecia ser uma obsessão de
todo o mundo ali, desde garçons a líderes de igrejas. Eu sabia que essa era a razão
principal da sua pobreza. Quando cometemos o pecado de apontar o dedo que
ameaça, e o do falar injurioso, nós nos acorrentamos ao jugo dessa mesma crítica.
Acontece exatamente como o Senhor nos adverte: Não julgueis, para que não sejais
julgados. Pois com o critério com que julgardes sereis julgados; e com a medida com que
tiverdes medido, vos medirão também.

Alguns dos pastores naquele estado na verdade haviam posto um jugo de


pobreza sobre si e sobre sua congregação, pelo fato de criticarem a maneira
como outros homens de Deus haviam levantado recursos financeiros. Como
conseqüência eles não recebiam nem mesmo ofertas - o que é bíblico -, sem
que se sentissem culpados. Outros homens de Deus poderiam haver exercido
uma inf luência de âmbito nacional e internacional na igreja, em razão de sua
incontestável autoridade espiritual; haviam no entanto passado toda a sua
vida ministrando com poucos frutos a igrejas que não cresciam, mas pelo
contrário, diminuíam. Admito que às vezes as multidões em torno de nós
possam diminuir, quando estamos fazendo o que é certo, tal como aconteceu
com o Senhor, quando pregou verdades duras ao povo. Mas não foi esse o caso
com Os pastores de quem estou falando. Eles haviam criticado outros
ministérios que estavam se tornando mais influentes. Em vista disso Deus não
lhes podia dar uma assistência segundo a unção que eles tinham.
Você precisa entender que as nossas críticas podem estar firmadas num
discernimento real. Aqueles a quem criticamos podem muito bem estar
cometendo erros. Aconteceu inclusive de alguns daqueles pastores haverem
criticado outros que haviam levantado muito dinheiro mediante manipulação, en -
godo, ou uma atitude totalmente enganosa. O apóstolo Pau lo esperava que a
igreja de Corinto tivesse discernimento. Ele disse aos coríntios que as pessoas
deveriam responder por suas ações, quando lhes perguntou: Não julgais vós os de
dentro [da igreja]?
A questão em jogo aqui é O que vamos fazer com o que discernirmos. Vamos lazer uso
disso para acusar nossos irmãos ou para interceder por eles?
Em Mateus 18:6 Jesus nos adverte sobre o perigo de alguém fazer com que um de
seus pequeninos viesse a pecar. "Teria sido melhor se essa pessoa houvesse atado uma
grande pedra em seu pescoço e se lançado no mar". Nesse mesmo discurso Jesus nos
instrui sobre como agir com um irmão que está em pecado. Antes de mais nada
devemos ir até ele e lhe falar em particular. Se ele rejeitar nosso conselho, é
importante que voltemos a falar com ele, mas agora levando um irmão. Somente no
caso de ele rejeitar essas duas tentativas é que seu problema deve ser levado à
consideração do restante da igreja. Se não seguirmos essa instrução corremos o
risco de cair na condição menos desejada por nós: a de sermos responsáveis
pelo tropeço de alguém por quem o Senhor morreu.
Tenho ouvido numerosas desculpas por parte de certas pes soas, por não
seguirem o que Mateus 18 estabelece. Uma muito comum é esta: "Sei que ele não me
ouviria". Já ouvi também esta: "Como ele tem um ministério público, tenho o direito
de expô-lo publicamente". Isso é um absurdo, porque todo ministério é público,
pelo menos até certo ponto. Essas condições não foram apresentadas pelo
Senhor. Os que não obstante a clara instrução de Jesus se arvoram o direito de
tomar tal liberdade estão simplesmente declarando ter autoridade para acrescentar
algo à Palavra de Deus.
Se alguém tem um grande ministério, e não temos condi ções de entrar em
contato direto com essa pessoa, o que temos a fazer é não julgar. Se o Senhor
julgasse que nós é que teríamos que trazer isso a juízo, ele daria um jeito para que
assim pudéssemos agir. Se tal não foi o caso, confiemos que no devido tem po o
Senhor irá agir. Não acuse, e sim interceda. Seguir essa instrução de Jesus é o que
nos protegerá de entrarmos num juízo bem mais severo que o do irmão em falta.
Se não seguirmos o procedimento prescrito pelo Senhor para tratar de um irmão
que se acha em erro, não teremos direito algum de falar sobre o caso com
ninguém mais. O que chamamos de "examinar a opinião de alguém" é o que
Deus chama de "mexerico". O Senhor não será enganado, e nós pagaremos o
preço por essas indiscrições. A ordem que ele nos deu foi a de irmos primeiro até a
pessoa, e falarmos com ela em particular. Somente depois disso é que deveremos falar
com alguém mais, e com o propósito exclusivo de irmos os dois até a pessoa em
pecado, para ajudá-la. Nosso alvo terá sempre que ser o de salvar o irmão de
seu pecado, e jamais o de expô-lo. Também Paulo nos advertiu: Irmãos, se alguém
for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de
brandura; e GUARDA-TE PARA QUE NÃO SEJAS TAMBÉM TENTADO.
Não se torne mesquinho diante de um presumível pecado de alguém. Lembre-se
de que o amor cobre multidão de pecados. A maioria de nós ainda tem centenas de
coisas erradas em sua vida, e o Senhor normalmente está lidando com uma ou
duas dessas coisas por vez, por ser o que dá para ser tratado ao mesmo tempo.
(Muitas vezes Satanás usa a estratégia de tentar nos distrair, f azendo com
que queiramos enfocar centenas de outros problemas ao mesmo tempo, o
que acaba em frustração e derrota.)
É claro, o Senhor Jesus, ele mesmo, é nosso modelo perfeito. Quando ele
admoestou as sete igrejas do Apocalipse, primeiro elogiou cada uma delas,
destacando o que estavam fazendo de forma correta. Depois foi direto a seus
problemas. É incrível, mas ele inclusive concedeu oportunidade à per versa
rainha Jezabel, para que se arrependesse! Finalmente ele deu a cada igreja
uma maravilhosa promessa de recompensa por vencer seus pontos fracos. O
Senhor não muda nunca. Quando ele admoesta no dia de hoje, sua admoesta -
ção vem sempre embalada com encorajamento e esperança. M a t e u s , 1 8 n ã o
n o s f o i d a d o p a r a s e r u s a d o c o m o u m cassetete, visando demonstrar ao
nosso irmão como ele nos ofendeu. Ternos que usar esta escritura, e na verdade
todos os demais textos das Escrituras, em amor, não como defesa nos sa ou como
uma forma de retalhar.
O acusador dos irmãos procura trazer admoestações à Igreja com métodos e
objetivos obviamente bem diferentes dos do Senhor. Jesus nos encoraja e nos
dá esperança; Satanás n o s c o n d e n a e p r o c u r a f a z e r c o m q u e n o s
s i n t a m o s desesperançados. Jesus nos levant a a m or al, de f orm a a
podermos levar adiante a correção. Sa tanás nos puxa para baixo, tudo
fazendo para que desistamos. Jesus nos ama e quer nos levar ao lugar mais
elevado; Satanás nos odeia e deseja destruir-nos.
Um fenômeno entre os movimentos pentecostais e renova dos que se tem
observado com muita freqüência é a inabilidade, por parte dos que têm dons e
experiências espirituais, de discernir espíritos, não distinguindo especialmente o
mais implacável inimigo espiritual: o acusador dos irmãos! Será que nossos juízos
contra os que não têm o batismo no Espírito, ou outras experiências espirituais
que tenhamos, têm posto em nós essa incapacidade de discernir espíritos? Muito
do que tem sido ostentado como discernimento não é nada mais do que uma
suspeita, um descuidado disfarce que pretende ser espiritual, mas que é usado
para dissimular nossa intenção de m ant er nosso dom ín io. Mesm o sem o dom
espir it ua l do d i s c e r n i m e n t o , T i a g o n o s d e u u m a c l a r a d i r e t r i z p a r a
discernirmos a fonte da sabedoria que, se fosse sempre consi derada, teria
preservado a Igreja de alguns de seus mais humilhantes erros:
Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante
condigno proceder, as suas obras... Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja
amargurada e sentimento faccioso... Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é
terrena, animal e demoníaca... A sabedoria, porém, lã do alto é, primeiramente, pura;
depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem
fingimento (Tiago 3:13-17).
Somos salvos pela graça, e precisamos de toda a graça que possamos obter para
vencermos nesta vida. Se queremos receber graça, é melhor aprendermos a dar
graças, porque colheremos o que plantarmos. Se a nossa pretensão é receber
misericórdia, é melhor começarmos a semear misericórdia, porque a maioria de
nós vai ter necessidade de toda a misericórdia que pudermos obter. Não queremos
chegar diante do Senhor com o sangue de nossos irmãos em nossas mãos. O
Senhor advertiu-nos:
Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a
julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu
irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a
julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: 'Mio, estará sujeito ao inferno de fogo. Se, pois,
ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra
ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão, e, então,
voltando, faze a tua oferta. Entra em acordo sem demora com teu adversário, enquanto
estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial
de justiça, e sejas recolhido à prisão. Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto
não pagares o último centavo (Mateus 5:21-26).
Se cometemos o pecado de difamar um irmão ou uma irmã, o que temos a fazer
é deixar de lado nossas ofertas ao Senhor até nos reconciliar com ele ou ela.
Infelizmente muitas vezes pensamos que nossos sacrifícios e ofertas podem ser uma
compensação por nossos pecados. Contudo isso não é verdade.
O Senhor prometeu que, ao retornar, em seu juízo ele separará as ovelhas dos
bodes. Os que forem julgados como "ovelhas" herdarão o reino e a vida eterna. Os
que forem designados de "bodes" serão enviados ao juízo eterno. A separação será
feita segundo o modo como cada um tratou o Senhor, o que, por sua vez, é
decorrente de como cada um tratou o povo do Senhor.
Assim João também afirmou:
Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não
ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê (1 João 4:20).
Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não
tem a vida eterna permanente em si. Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida
por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos (1 João 3:15,16).
Se realmente tivermos o Espírito de Cristo, também teremos sua natureza. Se
você ou eu soubéssemos que nossos melhores amigos, a quem havíamos amado
e instruído por três anos e meio, estavam prestes a nos abandonar, será que
sinceramente desejaríamos ter uma última ceia com eles? O amor de nosso
Senhor para com seus discípulos não foi jamais condicional. Embora soubesse
que em pouco tempo eles o negariam, ele os amou até o fim — e deu a vida por eles.
E ele nos ordenou que amássemos com esse mesmo amor.
Os que lideram sobre nós teriam um ministério muito mai or se começássemos a
orar por eles em vez de apenas criticá-los. O que causaria provavelmente o maior
impacto positivo nas igrejas seria transformarmos nossas críticas em
intercessões. Quando aqueles que estão envolvidos em algum ministério re cebem
o suporte dado pelas orações de outros, isso é de grande valia, porque a intercessão
é poderosa.
É claro, nem todas as igrejas têm a característica de estarem seus membros
criticando a liderança. Há situações em que as pessoas dão todo o apoio, nada
questionando, nem mesmo aquelas coisas que deveriam ser questionadas. Há
também líderes que querem ter todo o crédito pelas vitórias alcançadas, mas se
recusam a assumir Os erros cometidos, preferindo transferir a culpa a outros. De um
modo geral, entretanto, a tendência predominante tem sido a de serem as pessoas
muito críticas em relação àqueles que as lideram.
Tive pena daquele jogador que entregou a vitória ao ad versário, naquele
jogo dos Valentes, em 1996. Ele cometeu um erro, é verdade, mas ele realizara
um número enorme de jogadas excepcionais durante todo aquele ano.
Ninguém, exceto seus companheiros de equipe, demonstrava lembrar - se das
belas jogadas que ele fizera anteriormente. Tão-somente se lembravam de que
perdera aquela bola. Será que isso é justo? E não é exatamente desse modo
que a Igreja tem tratado muitos de seus líderes? Isso não é justo pelos critérios
de Deus, e se vamos representá-lo perante o mundo, temos é que aprender com o
reto Juiz.

Estamos bem próximos de passar por um grande mover de Deus, que talvez
venha a superar tudo quanto temos visto até hoje. Entretanto, esse avivamento
não está vindo em virtude da justiça da Igreja, e sim como um chamado final ao
arrependimento, antes de recebermos um juízo devastador.
O que vai dar condições ou não de nos transformar na geração que preparará o
caminho para o Senhor e seus propósitos finais será o ministério que escolhermos
- o de intercessão ou o de acusação. Removamos o terrível jugo do "dedo em riste",
acusador do nosso meio, e passemos da crítica à intercessão.

Capítulo 4 Tempestade nos Próximos anos

Nos últimos anos temos ido com nosso pessoal a uma pequena ilha na costa do
Estado da Carolina do Norte, uma bela ilha pela qual nos apaixonamos. Estávamos lá
certo dia quando um famoso furacão tomou curso em nossa direção. Naquela noite os
intercessores e muitas crianças marcharam em torno da ilha para orar, pedindo
proteção contra o mau tempo. O furacão se aproximava de nós, mas de repente se
moveu para o leste, desviando- se dela e voltando-se a seguir para o oeste, indo em
direção ao rio Cape Fear. Ventos impetuosos varreram a ilha, mas não chegamos
nem mesmo a ter interrupção na energia elétrica. Pouco ou quase nenhum dano ela
sofreu. As praias mais ao norte foram devastadas, bem como as cidades e os vilarejos
em todo o caminho percorrido pelo furacão, até a cidade de Raleigh, atingindo 200
quilômetros no interior, em relação à costa. Não temos dúvida alguma quanto ao
fato de havermos sido poupados em virtude das nossas orações. Deus realmente ouve
nossas orações, e sempre responde às que são feitas com fé.
Há tempestades em nossa vida que têm causas naturais, como as provocadas por um
inesperado furacão, como o que mencionei, ou por um problema qualquer, tal
como o do "bug do milênio", que enfrentamos na passagem para o ano 2000.
Agora que esse problema foi ultrapassado, você já está consciente do q ue
realmente aconteceu, e se as expectativas que havia em relação ao problema
foram confirmadas ou não. Este é um exemplo que nos permite tirar algumas
conclusões de ordem espiritual para enfrentarmos situações ameaçadoras.
Contudo, antes de mais nada temos que nos sujeitar ao que diz Paulo em
Filipenses 4:6, 7: Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam
conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com i ações de
graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a
vossa mente em Cristo Jesus.

O "Bug do Milênio" e o Ano 2000


O problema do "bug do milênio" seria decorrente do desarranjo interno nos
computadores causado por interpretar erradamente a passagem para o ano 2000.
Nos anos da década de 1950, quando muitos dos computadores foram
criados, os programadores não contavam com muito espaço na memória dos
mesmos. Assim, passaram a registrar as datas com apenas dois dígitos: o ano de
1955 ficou como 55; 1970, como 70. Ninguém naquela época pensou no fato de
que aqueles computadores ainda estariam operando na virada para o ano 2000.
Assim, o problema seria que muitos computadores, à meia- noite do dia 31 de
dezembro de 1999 passariam a entender que o ano seguinte seria "1900" e não
"2000", fazendo com que muitos dados neles registrados ficassem inacessíveis.
Alguns chegaram a pensar que os bancos perderiam o controle sobre as contas de
cada um. Esperava-se que muitas empresas perderiam o controle sobre seus
estoques, e que muitas teriam que parar. Poderia ter havido problemas nas reservas
de passagens aéreas e, pior ainda, problemas no controle do tráfego aéreo pelo pane
nos computadores. Os governos federal, estadual e municipal poderiam haver perdido
muitos dados, afetando o INSS, a Receita Federal, e até mesmo sistemas de
abastecimento de água e esgotos. Os entendidos sobre essa situação chegaram a
fazer diferentes previsões em relação ao efeito que esse problema teria sobre a civili-
zação; uns o viam como um simples percalço no caminho; outros o interpretavam
como o fim do mundo moderno.
A s e m p r e s a s , e m s u a m a i o r i a , t i v e r a m o c u i d a d o d e reprogramar com
antecedência seus computadores, mas muitas deixaram essa providência para a última
hora. Aqueles que delimitaram os problemas que poderiam enfrentar desenvolven -
do novos programas não estavam certos, porém, de que não teriam problemas
inesperados, por incompatibilidade com Os computadores de fornecedores, fábricas,
agências. Isso poderia até mesmo criar uma verdadeira torre de Babel eletrônica
que talvez nem tivesse possibilidade de ser solucionada!
Há alguns anos, embora eu tivesse um razoável entendimento sobre todo o
problema técnico e comercial que o "bug do milênio" poderia vir a causar, por
mais de um ano orei ao Senhor sobre essa questão. Contudo ele não me
respondia nada. Quando finalmente ele começou a me responder, fiquei surpreso
com o que disse:
Não se Abale
A primeira coisa que o Senhor então me disse sobre o assunto foi que Ele não
estava sentado no céu, desesperado e preocupado com o bug — e que esse era
também o comportamento de todo aquele que nele estivesse confiado. Não seria
o fim do mundo moderno, mas causaria apenas alguns problemas, dos quais
teríamos que ter consciência. O maior deles seria o pânico gerado pela situação, e
não as panes nos computadores. O Senhor me advertiu: "O meu povo não deve se
deixar dominar pelo medo numa situação como essa; muito menos contribuir para
que esse temor se alastre".
Se nos deixarmos influenciar por temores desse tipo, teremos que examinar Os
fundamentos sobre Os quais construímos a nossa vida. Se edificamos a nossa casa
sobre a rocha, mediante o ouvir e o praticar a Palavra do Senhor, as tempestades
poderão vir, mas nossa "casa" permanecerá.' A Palavra de Deus é maior que
qualquer enchente, qualquer correnteza, até mesmo aquelas que poderiam ter
vindo na forma do bug do milênio, de recessões ou depressões.
Isso não quer dizer que ao nos deparar com situações desse tipo vamos nos
descuidar, deixando de fazer as mudanças necessárias e não nos preparando para
enfrentá-las. Entretanto, tudo quanto fizermos terá que ser debaixo de muita fé,
sempre procurando ouvir o Senhor, e não o mundo. Posto que se dermos ouvidos
ao mundo estaremos perdidos; ele só nos passa temor, negativismo, inércia e descrença.
O mundo todo e todos os seus sistemas são extremamente fracos e vulneráveis,
e o bug do milênio não foi nem de longe o pior problema que enfrentamos. O
esfacelamento da economia russa, a Coréia do Norte, o terrorismo e a crescente
tensão entre a índia e o Paquistão, além de outras situações mundiais
deprimentes e aterrorizantes foram, são e têm sido problemas muito maiores- que o
bug do milênio. O mundo está cambaleando à beira de muitos precipícios. Somente
a graça de Deus nos tem livrado até agora desses perigos, e exclusivamente ela
nos guardará também no futuro. Como afirmei no capítulo 2, estamos no tempo
referido em Apocalipse 7:1-3:
Depois disso vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da Terra, conservando seguros os
quatro ventos da Terra, para que nenhum vento soprasse sobre a Terra, nem sobre o mar, nem
sobre árvore alguma. Vi outro anjo que subia do nascente do sol, tendo o selo do Deus vivo, e
clamou em grande voz aos quatro anjos, aqueles aos quais fora dado fazer dano à Terra e ao
mar, dizendo: Não danifiqueis nem a Terra, nem o mar, nem as árvores, até .selarmos na fronte os
servos do nosso Deus.
Deus tem poder - e ele usará esse poder para restringir o efeito de todo perigo
ameaçador (tal como fez no bug do milênio) que queira causar dano a Terra, até que ele
haja completado a obra de selar seus servos.
Como vimos antes, o verdadeiro servo é um escravo. Ele não é proprietário de
nada; tudo que possui pertence ao seu senhor. Até mesmo seu tempo não é seu.
Muitos afirmam isso, mas bem poucos verdadeiramente vivem desse modo. Um
verdadeiro servo do Senhor não pode perder nada na bolsa de valores, nem em
qualquer outro negócio, posto que nada possui. Ele pode ser mordomo de muitas
coisas, mas elas não são suas, e ele não trata nada como se fosse seu. Os que se
tornaram servos autênticos são os que construíram sua vida no reino que não se
deixa afetar por crise alguma; tampouco por uni colapso econômico, ou qualquer tipo
de desastre. Os verdadeiros servos estão sendo selados nesta hora, e estão protegidos.
Contudo os cristãos que afirmam ser mordomos, mas estão vivendo para si mesmos,
esses cairão junto com os reinos deste mundo.
Ainda temos tempo de nos colocar em ordem. Não importa o quanto estejamos
emaranhados com as coisas deste mundo - o verdadeiro arrependimento nos porá
debaixo dos cuidados do Senhor. Embora sejamos seus escravos, não poderíamos
ter um Senhor mais maravilhoso: ele cuidará muito melhor de nós do que nós
mesmos nos cuidamos. Isso não significa que nunca sofreremos perdas. Os que
construíram sua vida nos moldes deste mundo perderão muito no que está por vir.
Mesmo aqueles que fizeram o máximo para viver como servos do Senhor
poderão perder parte do que lhes foi confiado. De fato, vivemos no mundo,
apesar de não sermos do mundo. Entretanto, os que estão vivendo como servos
do Senhor receberão em breve, como mordomos, muito mais para administrar do que
aquilo que hajam perdido. Estamos chegando ao tempo a respeito do qual o profeta
escreveu o seguinte:
Então (...) as riquezas das nações virão a ter contigo. Estrangeiros edificarão os teus muros, e os
seus reis te servirão; porque no meu furor te castiguei, mas na minha graça tive misericórdia de ti. As
tuas portas estarão abertas de continuo; nem de dia nem de noite se fecharão, para que te sejam
trazidas riquezas das nações, e, conduzidos com elas, os seus reis. Porque a nação e o reino que
não te servirem perecerão; sim, essas nações serão de todo assoladas (Isaías 60:5, 10-12).
Durante o tempo de trevas as nações trarão da sua riqueza para o povo de Deus.
É por isso que o povo de Deus não terá nada a temer se não tomar a marca da
besta (o que lhe possibilitaria comprar, vender, negociar). Uma provisão bem maior
de Deus virá para aqueles que forem fiéis. Mesmo assim será necessário sermos
testados quanto a permanecermos fiéis, isto é, quanto ao fato de que estaremos
confiando mais na economia do reino de Deus do que nas economias deste mundo.
Os que verdadeiramente houverem se submetido ao senhorio de Jesus em
breve estarão na condição de dirigentes. Se seu coração foi tocado para que
você se arrependa, comece lendo, estudando e obedecendo ao seguinte:
É para disciplina que perseverai s (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não
corrige? Mas, se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo sois
bastardos e não filhos. Além disso, tínhamos OS nossos pais segundo a carne, que nos
corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai
espiritual e, então, viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor
lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da
sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de
tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto
de justiça (Hebreus 12:7-11).
Estamos nos aproximando do Dia do Juízo. Não haverá como escapar das
coisas que Deus possa não haver considerado no pas sado. Como Ele
prometeu, os que o chamarem de Senhor, Senhor, mas não fizerem o que Ele
manda, pagarão um preço terríve1 Temos que nos livrar das raízes da
amargura e perdoar uns aos outros, tal como ele nos perdoou. Desculpas não
terão lugar quando estivermos diante do trono de julgamento do Senhor.
Agora é à hora em que todos os verdadeiros servos do Senhor serão
revelados. Esses são os que verdadeiramente tudo fazem em prol do
evangelho. O Senhor também me mostrou paralelos espirituais do bug do milênio.

Paralelos Espirituais com Problemas Naturais

O Senhor me disse que observasse os problemas do mundo natural como


um ref lexo dos problemas que temos no Corpo de Cristo.
Por exemplo, possivelmente o problema mais grave que en f rentaremos no
início do novo m ilênio é o q ue decorrer á da crescente tendência de as
empresas fazerem um enxugamento no seu pessoal, aplicarem o sistema de
recebimento de mate riais "Just in time" (segundo as quantidades mínimas
necessárias a cada momento) e implementarem outras medidas par a a
redução de custos. Essas coisas chegaram a funcionar até um cer t o pont o,
m as com o m e disse Suzanne de T r evil le - um a excelente consultora
empresar ial e prof essora de adm inistra ção de empresas -, essas medidas
têm acarretado o que agora se denomina "anorexia de empresa". O sistema
está tão "sem gordura" e pobre que não há reservas. Essa situação não
apenas pode agravar-se quando um problema qualquer surgir, mas pelas
poucas reser vas disponíveis não haverá como aproveitar-se de novas
possibilidades.
Como isso se relaciona com a Igreja? Muitas igrejas têm se a co m o d a d o a
u m s i s t e m a d e v i d a e m q u e g a s t a m o q u e g a nham a cada dia, e não têm
reservas. É claro que muitos têm ag ido dessa f orm a buscando obedecer à
admoest ação do Se n h o r q u a n t o a " n ã o a n d a r a n s i o s o q u a n t o a o
a m a n h ã " , e sim confiar que ele cuidará deles tal como cuida dos pássaros.
Creio que isso seria algo bom se de fato essa haja sido de fato a r a zã o.
E nt r et ant o, m u it o s t ê m vi vi d o do q ue e nt r a a c a da dia porque acumularam
muitas dívidas. Isso signif ica buscar emprestado do f uturo para pagar as
contas de hoje. Àqueles q u e s e h aj a m c o m p o r t a d o d e s s a f o r m a f a ç o a
s e g u i n t e p er gunta: "Se você confia que o Senhor está cuidando de você a
cada dia, suprindo todas as suas necessidades, por que tomou dinheiro
emprestado no banco?"
Há base bíblica para que tenhamos reservas, e alguns se sen tem chamados
para preparar os "celeiros de José". Uma coisa que não devemos fazer,
entretanto, é acumular bens. Tudo quanto fizermos é para ser feito visando ao
nosso próximo. Pode ser sábia a atitude de guardarmos alguma coisa que
cremos vai ficar em falta por algum tempo, mas isso não é para ser feito nos
moldes de uma comunidade sobrevivente, mas como uma base missionária. Como
poderão os cristãos acumular bens se seus vizinhos estão passando fome? Se
montarmos um armazém, nosso alvo deve ser o de ajudar tantas pessoas
quanto for possível em suas dificuldades futuras, seja ou não tempo da Grande
Tribulação. Devemos buscar o Senhor para que ele especificamente nos instrua
quanto aos problemas que es tão por vir. Entretanto isso deve ser feito tendo
por base o amor, não o medo.
Todos temos que examinar nossos próprios motivos. Em bora eu creia no
chamado de alguns para estabelecerem "depósitos" para o futuro, tenho
observado que muitos dos que assim se sentem chamados agora estão fazendo
muito pouco para os que se encontram em necessidade - e possivelmente farão
ainda menos quando surgirem as necessidades verdadeiramente prementes. É
o medo, e não o amor, que os move. Os que confiam que o Senhor cuida deles tal
como cuida dos pássaros estarão em melhor situação nos tempos à frente.
Quando Ágabo profetizou que uma grande fome estava por sobrevir a todo
o mundo, a Igreja do primeiro século, em resposta a essa palavra, não
começou a acumular coisas; em vez disso os cristãos levantaram uma oferta
para ajudar os irmãos da Judéia. Os "armazéns de José" que eles esta vam
construindo estavam no céu, onde há segurança, e onde há amplo suprimento
para qualquer necessidade. É digno de nota que eles deram aos irmãos da
Judéia. Eles compreenderam, evidentemente, que a fome seria uma
maldição que estava vindo para o mundo, e que aqueles que abençoassem
Israel seriam abençoados, e os que amaldiçoassem Israel seriam
amaldiçoados. Leia o texto abaixo e veja o que Deus promete:
Por bronze trarei ouro, por ferro trarei prata, por madeira, bronze e por pedras, ferro;
farei da paz os teus inspetores e da justiça, os teus exatores. Nunca mais se ouvirá de
violência na tua terra, de desolação ou ruínas, nos teus limites; mas aos teus muros
chamarás Salvação, e às tuas portas, Louvor. Nunca mais te servirá o sol para luz do dia,
nem com o seu resplendor a lua te alumiará; mas o SENHOR será a tua luz perpétua, e o
teu Deus; a tua glória (Isaías 60:17-19).
Tudo isso deve fazer com que até mesmo as trevas que estão por vir no tempo do
fim sejam um grande encorajamento para aqueles que conhecem o Senhor. Como
ele disse, devemos erguer a cabeça, porque a nossa redenção se aproxima.
Podemos depreender também do texto acima, como de to das as Escrituras,
que nosso objetivo deve ser o de buscar a glória do Senhor, e não fazer a
guarda de provisões. A glória do Senhor é que atrairá a provisão de Deus nesses
tempos. Nas trevas que estão por vir, a glória sobressairá como nunca an tes, e
até mesmo os reis da Terra e as nações se voltarão para os que a possuírem.
Construindo para Enfrentar as Tempestades
As tempestades podem ser de origem demoníaca, mas também podem
representar movimentos do Espírito Santo. Por exemplo, o Senhor respondeu a
Já de um redemoinho. O vento muitas vezes representa o Espirito Santo, e a chuva às
vezes representa o ensinamento. Os furacões arrancarão as árvores que não
tiverem raízes profundas, e poderão destruir qualquer coisa que não estiver bem
construída.
No ano passado dirigimo-nos a uma casa de verão na nossa praia preferida,
sobre a qual falei no primeiro parágrafo deste capítulo. Aquela casa estava à
venda por um preço fora do comum. Nós a compramos para ser um lugar junto ao
mar aonde nosso pessoal pudesse ir para buscar o Senhor. O que nos animou foi
também o fato de ela haver sido protegida em relação àquele furacão sobre o qual
falei.
Entretanto, outro furacão apareceu depois, o Bonnie. Era uma enorme e forte
tempestade, que se dirigia em direção à nossa pequena ilha, tal como sucedera
com o furacão anterior. A tempestade mudou de rumo naquela quarta-feira, mas o
suficiente para ser o primeiro ponto de impacto daquele novo fu racão. Os maiores
estragos que um furacão pode causar ocorrem quando ele chega num momento de
maré alta, e o furacão Bonnie não somente veio numa hora de maré alta como
também praticamente parou sobre a nossa ilha e a atingiu com os ventos mais
fortes. Além disso, trouxe consigo uma copiosa chuva (de cerca de trezentos
milímetros).
Para o dia que seria o sábado seguinte após a passagem do Bonnie, havíamos
planejado um retiro para nosso pessoal naquela casa de praia. Imaginei que não
deveria haver sobrado muita coisa em pé em toda aquela ilha, e que, mesmo que
houvesse restado alguma coisa, seriam necessárias várias semanas para restaurar a
energia elétrica, e talvez meses para reparar todo o estrago e dar condições para
que pudéssemos usar de novo nossa casa de praia. Por duas vezes o Senhor me
disse naquela manhã: "Veja o milagre que fiz". Disse então à minha mulher e a
outros: "De algum modo vamos testemunhar um milagre do Senhor nisso tudo,
mas provavelmente teremos um bom ressarcimento pelo seguro, e assim
poderemos construir um lugar maior e melhor".
Estava disposto a cancelar então nosso retiro naquele fim- de semana na praia, mas
muitas pessoas, incluindo-se entre elas minha esposa, eram de opinião que
deveríamos ir até lá, de qualquer maneira. Achei que todos estavam malucos,
mas concordei em esperar até ter uma chance de ir até lá e verificar todo o estrago,
ou receber informações da companhia imobiliária com respeito aos danos
causados.
Fiquei surpreso quando o homem da imobiliária nos infor mou que não apenas a
ilha havia sobrevivido, como não sofrera praticamente dano algum; seus
moradores não haviam tido corte da energia elétrica durante todo o tempo em que
durou o mau tempo! Apenas uns poucos telhados de madeira e alguns dos
anteparos de janelas haviam sido arrancados pelo vento. Em muitas ocasiões eu
vira a devastação que os furacões podem fazer. Daí sentir fortemente que em nosso
caso acontecera um milagre de proporções bíblicas. Tudo em volta da nossa ilha
fora tremendamente atingido, tendo o furacão provocado mi lhões de dólares de
prejuízo. Com relação a nós teria de haver sido bem pior. A polícia disse que o pico da
tempestade, ou seja, o ponto onde ela estava mais intensa se apartou da nossa ilha e
ficou em torno da mesma, mas sem atingi-la. O Senhor nos dera a direção para
que comprássemos nossa casa de retiro na praia. Conseqüentemente ela estava
protegida por ele. Confesso que eu não tinha fé no sentido de que ele iria protegê-
la tal como fez! Entretanto, agora tenho muito mais fé em relação às tempestades que
virão no futuro. Deus estendeu os céus como uma cortina de proteção, e ele têm
plenas condições de cuidar de nós, não obstante seja lá o que estiver acontecendo na
Terra.
Durante vários meses o Senhor tem falado a muitos que têm o dom da profecia
quanto a vivermos em Gósen. Gósen não é mais um lugar, e sim o estado, a
circunstância de se viver dentro da vontade do Senhor. As trevas que estão
vindo atingirão toda a Terra. A praga das trevas registrada no livro de Êxodo
veio até mesmo sobre Gósen, mas os israelitas tinham luz em sua habitação.
Assim o Senhor prometeu:
Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um
homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os
rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora
edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será
comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva,
transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela
desabou, sendo grande a sua ruína.
Tempos difíceis estão para sobrevir ao mundo todo. De fato, a maior parte do
mundo já tem estado em tempos difíceis por algum tempo. Entretanto, não
precisamos temer. Como Isaías 60:1,2 nos diz: quanto mais trevas houver, maior a
glória dos que estiverem vivendo no Senhor.9 Não ternos que temer as tempestades se
a nossa casa estiver construída sobre a Rocha. Se você temer, não se queixe do
que esteja acontecendo. Em vez disso, arrependa-se da maneira como tem vivido -
voltado para si mesmo. Tome então a decisão de se tornar um servo do Se nhor,
que tem plena capacidade para proteger seu povo.

Capítulo 5 Saiba qual é o seu chamado e seja vitorioso

No inverno de 1996 sentei-me perto de Reggie White, um jogador de futebol


americano, e fiquei ouvindo a conversa dele com um seu companheiro de equipe
(do Green Bay Packers) sobre suas carreiras esportivas. Reggie tem sido
considerado o melhor jogador de defesa americano. Durante 10 anos segui dos
ele se tem destacado, e recentemente lhe foi dada a honra de ingressar na seleção
"de todos os tempos", composta apenas dos melhores jogadores dos últimos 75
anos de história daquela federação. Seu companheiro de equipe que lá estava era
também um jogador que em sua posição vinha se destacando nos últimos 10
anos. Na conversa entre ambos foi comentado o seguinte: "Provavelmente há
muitos jovens, em cada cidade, que têm o potencial de se tornarem os mais
destacados jogadores, e que sonham quanto a isso, e no entanto nunca serão".
O que é verdade em relação àqueles que têm o potencial de se tornar grandes atletas
provavelmente é também verdade com respeito a qualquer posição na vida. Muitos
dos que são potencialmente grandes músicos passarão a vida ouvindo outros to-
cando. Muitos dos que poderiam tornar-se homens de negócios bem dotados, ou
artistas, cientistas, políticos, médicos, advogados, escritores ou ministros de
destaque provavelmente passarão a vida fazendo um trabalho que detestam
fazer, em vez de desenvolverem Os talentos que possuem. Isso é algo trágico.
Entretanto, uma tragédia ainda maior é o fato de haver cristãos que não estão
desempenhando seu chamado no Corpo de Cristo. Não obstante este fato, antes
do fim da presente era o Corpo de Cristo se levantará para se transformar na
força mais unida e poderosa que este mundo já conheceu. Para que venhamos a
integrar essa força, e dela fazermos parte, temos de compreender alguns
princípios básicos essenciais para que isso aconteça.
Podemos estar certos de que nos frustraremos, se não desempenharmos nossos
talentos naturais. E a frustração será ainda maior, caso não cumpramos nosso
destino espiritual. Tal frustração pode estar na raiz de muitas das divisões ocor -
ridas em igrejas, em denominações, e até mesmo em famílias. De fato, a
frustração é um dos grandes problemas da Igreja, mas Os últimos graus dessa
frustração - enfado e indiferença - podem ser ainda mais devastadores.
Irar-se não é bom, mas realmente demonstra que alguém ainda está se
preocupando. Vejo mais esperança para uma congregação que tem tensões do
que para uma que esteja dormindo. Entretanto, se os que estão no ministério
estão cumprindo sua função principal, que é a de capacitar os santo s a
desempenhar seu serviço, uma grande parte da energia que agora se manifesta
nessas tensões será usada para produzir frutos. E essa é u ma das principais
razões por que estamos neste mundo:
Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto, e assim vos tomareis meus
discípulos... Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a
vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim
de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda (João 15:8,16).
De acordo com o Senhor, o principal propósito que temos é o de dar frutos que
permaneçam, o que é muito mais do que apenas crescer pessoalmente no fruto
do Espírito. O Senhor está querendo dizer que o que somos chamados a fazer, ou ser,
deverá ter conseqüências neste mundo mediante nossa vida, mesmo depois da
nossa partida para o Senhor.
Todo cristão tem um ministério, um propósito que lhe foi dado. As Escrituras
afirmam que o Senhor nos conhecia e nos chamou antes da fundação do mundo.
Contudo as Escrituras também ensinam que muitos são chamados, mas poucos es-
colhidos [ou seja, além disso, são comissionados]. As pessoas hoje, em sua
maioria, são como os israelitas, que apesar de chamados para ir à terra
prometida gastaram sua vida vagueando em círculos pelo deserto.
Deus não deseja que vivamos em perpétua frustração ou enf ado, em razão
de não andarmos em consonância com n o s s o v e r d a d e i r o p r o p ó s i t o . E l e
q u e r q u e t e n h a m o s o indescritível prazer de saber que realizamos tudo que ele
nos designou a fazer nesta Terra. O primeiro passo para sairmos do nosso
deserto é crer que ele tem algo melhor para nós - e que ele tem como nos levar a
nos apropriar disso.
Quantos cristãos que você conhece estão desempenhando todo o potencial
que têm? Quantas igrejas, da mesma for ma? Bem poucos e bem poucas.
Contudo é por isso que o Senhor colocou em nosso coração o desejo de fazer
alguma coisa de valor.
Cinco características básicas podem ser vistas na vida daqueles que tiveram
unia vida vitoriosa.

Cinco Características dos Vencedores

Estas cinco características podem ser encontradas por todas as Escrituras nas
biografias daqueles que cumpriram o propósito de Deus em sua geração:
1. Eles têm uma clara visão do propósito da sua vida.
2. Não se desviam do seu alvo.
3. Têm a sabedoria e a resolução necessárias para reunir os recursos e o treinamento
essenciais à consecução de seu propósito.
4. Não se associam com os que "enfocam os problemas", mas com os que "enfocam
as soluções".
Recusam-se a permitir que obstáculos ou qualquer oposição os façam parar;
permanecendo resolutos no processo de cumprir seu propósito, não importando
reveses e insucessos.
Vejamos cada um desses fatores em maior profundidade, bem como as
pedras de tropeço que nos impedem de cum prir nosso propósito na vida.

Primeiro Fator: Tenha unia Clara Visão do Propósito da sua Vida


Com freqüência faço a seguinte pergunta ao auditório que me ouve em palestras:
"Quem sabe qual é seu chamado?" Geralmente menos de 10% das pessoas levantam
a mão. Então pergunto: "Das pessoas que levantaram a mão, quais são as que
estão vivendo de acordo com seu chamado?" A maioria das mãos se abaixa.
Normalmente apenas 1% de todo o auditório reconhece que sabe qual é seu
chamado, e que está vivendo de acordo com ele.
O que cada um de nós poderia realizar, se somente 1% do nosso corpo
estivesse funcionando? Esta é uma das principais razões da fraqueza e ineficácia da
Igreja nos dias de hoje. Todos necessitamos ter uma clara visão quanto ao nosso
propósito.
As Escrituras nos dizem: Lâmpada para Os meus pés é a tua palavra, e luz para os
meus caminhos. Isso significa que temos como ver por onde estamos indo.
Entretanto, na maior parte do tempo nossa visão a princípio será geral; depois ela
se torna mais específica, quando prosseguimos em direção ao nosso alvo. Salomão
observou: Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais
até ser dia perfeito. Isso significa que nosso caminho deve ficar cada vez mais
iluminado, à medida que prosseguimos em nossa caminhada. Se isso não está
acontecendo, então alguma coisa provavelmente está errada em nosso caminhar.
O propósito de todo cristão deve ser o de ser como Jesus, que reuniu em si o
ministério integral do Novo Testamento numa só pessoa. Ele foi o Apóstolo, o
Profeta, o Evangelista, o Pastor e o Mestre. Ao ascender ao céu Ele deu dons aos
homens. Por isso temos hoje crentes que são apóstolos, profetas, evangelistas,
pastores ou mestres. São necessários todos os ministér ios juntos para manifestar
Cristo plenamente. Esta foi a razão por que
Paulo não disse "Tenho a mente de Cristo", e sim: "Nós, porém, temos a mente de
Cristo".
Nas Escrituras podemos ver que o Senhor sempre revela primeiro o chamado de
alguém; só depois é que ele espera vê-lo cumprindo seu chamado. Muitos de nós têm
a preocupação de buscar no Senhor o entendimento quanto a isso. Ele nos orde -
nou pedir, buscar e bater, antes de receber. Talvez você argumente que o Senhor
mostrou ao apóstolo Paulo qual era seu chamado quando ele se tornou cristão.
Entretanto, segundo a confissão do próprio Paulo, ele passou muitos anos para definir
seu chamado, e um bom tempo ficou sozinho no deserto. Nosso chamado é
possivelmente nosso tesouro mais precioso. E o que torna valioso um tesouro é o
fato de ser tanto raro como difícil de ser encontrado. Os que recebem um tesouro
com muita freqüência desconhecem seu real valor.
Ao buscar o Senhor, seja específico. Os que têm alvos gerais demais dificilmente
conseguem atingi-los. Os que querem "meter-se num negócio por conta própria"
quase nunca o fazem. Os que almejam "ser um músico" ou "entrar no
ministério" quase nunca se lançam em seu propósito, ou se o fazem, b em
depressa fracassam. Entretanto, Os que entram num negócio porque gostam
demais de um certo produto ou serviço, esses têm uma chance bem maior de
vencer. Os que morrem de paixão por um certo instrumento musical, como o
violino, e se devotam a ser o melhor violinista que poderão ser, esses têm uma
probabilidade bem maior de ter sucesso. Os que entram num ministério porque
têm o coração voltado para alcançar com o evangelho um segmento de pessoas
em especial, ou que têm o desejo de plantar igrejas ou alcançar os jovens, tais são
os que têm muito mais chance de alcançar êxito.
Na verdade, a resposta ao que fomos chamados a ser normalmente se encontra
em nosso próprio coração, porque a água viva pode apenas fluir a partir do nosso
ser interior. Entretanto, muitos têm grande dificuldade em saber qual é o mais pro-
fundo desejo do seu coração, uma vez que têm muitas vendas e mecanismos de defesa.
Essas vendas são com freqüência as máscaras que usamos para atender às
expectativas humanas (ou até mesmo expectativas já assumidas), e assim não sermos
rejeitados. Pode ser que a coisa mais importante que temos a fazer seja arrancar
a máscara, para que saibamos o que existe realmente em nosso coração.
Também, para sermos mudados segundo a imagem do Senhor, temos de
contemplar a sua glória com o rosto desvendado, o que resulta de um coração
liberto de egoísmo e de temor - pecados decorrentes da Queda. Esses primeiros
obstáculos nos impedem de ver a glória de Deus e sermos mudados conforme a sua
imagem.
Não somos chamados a nos tornar conforme a imagem de uma outra pessoa;
nem mesmo de outro ministro. Tal engano tem se impregnado em toda igreja e
em todo movimento do Senhor, especialmente nos dirigidos por um líder dinâmico. Em
pouco tempo os membros começam a assumir a aparência e a natureza daquele
líder, em vez de adotar as características de Cristo. Como você se sentiria na
condição de alguém cujos filhos se parecessem com seu melhor amigo? Talvez isso
expresse o modo como o Senhor se sente quando seus filhos se parecem mais com
o povo de Deus aqui na Terra do que com Ele.
Quando procuramos imitar alguém, ainda estamos vendo o Senhor pelo espesso
véu de outro vaso terreno. Temos de olhar diretamente para o Senhor, para sermos
mudados por sua glória. É por isso que a jovem sulamita, que representa a noiva
de Cristo no Cântico dos Cânticos, perguntou: Dize-me, ó amado de minha alma:
onde apascentas teu rebanho, onde o fazes repousar pelo meio-dia, PARA QUE NÃO
ANDE EU VAGANDO JUNTO AO REBANHO DOS TEUS COMPANHEIROS?
Isso não quer dizer que nunca deveríamos submeter-nos aos pastores e mestres
com que o Senhor proveu a sua Igreja, ou que nunca deveríamos nos deixar
instruir por eles. O problema está em querer ser tal qual outra pessoa é.
Para conhecermos e cumprirmos nosso ministério temos de primeiro nos
apaixonar pelo Senhor. Então passaremos a ser levados para os aspectos específicos do
seu ministério, para os quais fomos chamados. Se fomos chamados para pastor,
veremos o coração de pastor do Senhor em quase tudo que ele faz nos evangelhos. De
igual modo, se somos chamados para mestre, veremos Jesus como o Mestre por
excelência em quase tudo que ele faz. Às vezes podemos buscar uma confirmação
adicional.
Confirmando Nosso Chamado
O dom de profecia é às vezes usado para confirmar dons e ministérios, tal como
vemos em 2ª Timóteo 1:6. Entretanto, ternos que ter cuidado com a maneira
com que este dom é usado. Se pelo dom de profecia eu percebo qual é o
chamado de uma pessoa, quase nunca o partilho com ela, até que ela comece
a descobri-lo também. Quando uma visão vem de forma prematura, ou muito
facilmente, ela irá desencadear - na melhor das hipóteses - um ministério superficial.
Um dos propósitos principais do ministério profético do Novo Testamento é
encorajar os membros do Corpo a executar seu chamado. Mesmo assim é um
uso indevido desse ministério valer-se dos profetas como se fossem gurus ou
adivinhos, ou como uma fonte barata de conhecimento sobrenatural. Os
membros do Corpo ficarão bem mais fortes se receberem a maior parte das
revelações diretamente de Deus, sendo os profetas usados para confirmá-las.
Sempre ouvi primeiro do Senhor cada um dos aspectos mais frutíferos do
meu ministério. No entanto não dei iní cio a nenhum deles até haver recebido
uma palavra de um profeta amigo. (Simplesmente não tive a fé ou a coragem
necessária para ir adiante.) Não estou dizendo que este pro cedimento é o
melhor, uma vez que um desses profetas a que recorri me advertiu todas às
vezes por não haver tido fé suficiente para crer na palavra que o Senhor me
entregara diretamente. Contudo, dou graças a Deus por me haver ajudado na
minha incredulidade.

Até mesmo Davi, um dos maiores profetas de todos os tempos, freqüentemente


consultava outros profetas quando queria inquirir o Senhor. Há ocasiões em
que temos necessidade da ajuda de profetas, mas outras há em que estaremos
numa melhor situação se buscarmos a Deus por nós mesmos.
Para realizarmos o plano de Deus para a nossa vida temos que primeiro pedir
uma clara visão do nosso propósito. Depois disso, nos concentrar na busca desse
objetivo.

Segundo Fator: Fique Concentrado no seu Objetivo

A falta de concentração impede que muitos sejam vistos entre Os vencedores.


Alguns não conseguem ver além dos obstáculos que estão impedindo a realização
de seu objetivo. Em razão disso ficam buscando objetivos mais fáceis. Outros se
desviam do seu objetivo em virtude de sucessos obtidos em alvos de menor importância.
Harry Truman certa vez observou: "A maioria das pessoas se perde por causa de
sucessos secundários".
Uma das provas mais difíceis por que temos que passar para termos como cumprir
nosso chamado principal é não nos distrair com outras coisas que Deus esteja
fazendo. Muitas vezes é difícil resistir a nos juntar a um outro bem sucedido
movimento de Deus, especialmente quando pessoas bem intencionadas nos dizem
que estamos perdendo algo de Deus, se não nos juntarmos àquele movimento.
Temos de aprender a nos dedicar somente ao que Deus nos chamou a fazer.
Quando chegarmos diante do seu trono de julgamento, o Senhor não vai nos per -
guntar de quantos movimentos e igrejas bem sucedidos fize mos parte. Ele nos
perguntará se fizemos a sua vontade.
É ainda mais difícil rejeitar a participação em outros movimentos quando Deus
está nos dizendo que aguardemos a sua direção, antes de nos haver ele levado ao
nosso propósito mais importante. Abraão não conseguiu ficar à espera do Senh or,
para que ele fizesse com que seu filho prometido se tornasse uma realidade. Pelo
contrário, aceitou a sugestão de Sara para que dessem uma mãozinha a Deus.
Isso levou ao nascimento de Ismael, nascido de Hagar, serva de Sara. Mesmo assim
Deus abençoou Ismael e fez dele uma grande nação, fato esse que pode até nos
deixar um pouco confusos. Muitas vezes o Senhor também abençoará nosso "Ismael",
concebido em nossa mente e em nossa vontade. Contudo tal solução nunca se
tornará o objetivo real da nossa vida. Abraão teve apenas um único Ismael; a maioria
de nós tem muitos ismaéis! Mesmo assim, se é que vamos ter o nosso 'saque,
chega um momento em que teremos que despedir Ismael da nossa casa. Ele não
pode ser um herdeiro ao lado de [saque.

Quando temos uma clara visão do nosso objetivo, e estamos decididos a permanecer
concentrados nele, é bem mais provável que vejamos tudo quanto será necessário e de
nós requerido para que o levemos a cabo.

Terceiro Fator: Arme-se de Sabedoria e Espirito de Firmeza e Resolução, a fim de


Reunir os Recursos e o Treinamento Necessário a Realização do seu Propósito

Depois de haver Deus revelado nosso chamado, até que de fato sejamos
comissionados em nosso ministério, sempre haverá um tempo em que precisaremos
ser ensinados e treinados. Contudo a inabilidade quanto ao uso desse tempo tem
sido o fator de insucesso para muitos. Albert Einstein certa vez disse: "A
responsabilidade prematura gera o que é superficial". Martyn Lloyd-Jones, conhecido
teólogo, considerou o sucesso prematuro um dos grandes perigos que podem acercar-
se de alguém.
Paulo foi chamado para ser apóstolo cerca de 11 a 13 anos antes de ser
comissionado a esse ministério, em Antioquia. No entanto ele não passou esse
tempo sentado, à espera, mas gastou grande parte dele no deserto, buscando a
revelação do propósito de Deus para a sua vida, e também um conhecimen to mais
profundo do evangelho que viria a pregar. Em lugar de ficar impacientes, temos de
ser agradecidos pelo tempo disponível, durante o qual iremos nos preparar para
nosso chamado. Esse é um período que tem de ser utilizado com o má ximo de
sabedoria.
Possivelmente a maior diferença que há entre atletas, músicos, artistas ou grandes
profissionais que se destacam em qualquer atividade em relação aos que, tendo
talento, não se destacam, seja a dedicação dada ao treinamento, à prática e ao
preparo. Ficamos emocionados quando vemos um jogador fazendo uma jogada
excepcional e com ela vencendo um campeonato. Tudo parece acontecer depressa
demais, dando a impressão de ser muito fácil. No entanto, o que aconteceu é
resultado de milhares de horas de treinamento, suportando calor, enfado e contusões,
dia após dia, semana após semana, ano após ano, para afinal alcançar tamanha
habilidade. Os atletas se esforçam por uma "coroa perecível". Quanto mais não
teríamos de nos esforçar em relação a algo que é eterno?
Há muitos anos o Senhor me disse que alguns de seus maiores líderes da Igreja
dos últimos dias viriam dos esportes profissionais. "O esporte foi seu seminário" -
disse-me o Senhor. É que nesse seminário eles aprendem princípios que não são
ensinados em nossos seminários, e tais características serão cruciais para a
Igreja nos tempos do fim. Isso chamou a minha atenção. Desde então, toda vez que me
deparo com atletas profissionais procuro aprender tudo que posso com eles.
Certa ocasião fui convidado a falar a uma equipe esportiva, a Denver Broncos,
antes de um jogo de uma segunda-feira à noite. A concentração, a resolução e a
determinação que havia na face daqueles jogadores, enquanto esperavam pelo
início do jogo, eu jamais vira estampada até então em nenhuma de mi nhas
audiências. Quando considerei isso, o Senhor me disse: "Quando vejo a mesma
concentração e resolução em meu povo, então o início do ministério dos últimos dias
está bem próximo". Onde estaria a Igreja hoje se todos nos houvéssemos dedicado
a nos preparar para termos um lugar no time de Deus, tal como esses atletas se
prepararam? Provavelmente não haveria toda essa desgastante devoção aos
esportes, pois a Igreja seria tão emocionante que as pessoas não teriam tempo
para atividades mundanas, tais como a de ser espectador de um jogo.
Uma resolução sincera desse tipo fará com que desenvolvamos um bem arquitetado
plano que reúna os recursos necessários para realizarmos nosso objetivo.
No ano passado, quando falava a uma outra equipe, a New Orleans Saints, na
capela deles, um pouco antes de um jogo, o Senhor mais uma vez usou os
jogadores para me desafiar a um nível de comprometimento mais elevado. Depois
me pediram que fosse jantar com a equipe. Durante o jantar perguntei a alguns
dos jogadores o que haviam feito para alcançar o apogeu da sua carreira. Quase
todos eles haviam começado como uma criança que tinha o sonho de se tornar
um jogador de futebol profissional, dedicando então diariamente horas e ho ras,
praticando, desenvolvendo a forma física e a velocidade, e observando os que haviam
tido sucesso em sua respectiva posição. Não pude deixar de imaginar qual seria a
transformação que aconteceria na Igreja se os cristãos se dedicassem daquele
modo para desempenhar seu chamado em Cristo! E quão mais valioso é nosso
chamado no Senhor do que ser o mais famoso dos atletas! Contudo, bem poucos
cristãos chegam até mesmo a passar uma hora por dia em seu preparo para
cumprir o objetivo que receberam do Senhor. Isso é algo que precisa mudar!

Os que Deixam de Planejar, Planejam o fracasso


Um sutil engano que afirma que planejar não é espiritual tem se infiltrado
extensivamente no Corpo de Cristo. Muitos na verdade pressupõem que se você
sabe antecipadamente o que vai fazer, Deus não pode estar presente. Isso é de
pasmar, pois é nosso dever assumir a natureza divina em nós, e a falta de
planejamento é totalmente contrária à natureza básica de Deus. A revelação dos
seus planos é uma das mais gloriosas revelações da sua personalidade. Jesus foi
crucificado antes da fundação do mundo, e nós fomos chamados para ele antes de o
mundo existir. Isso é planejamento!
Se estamos nos tornando como ele, o planejamento tem que ser uma habilidade
nossa muito bem aprimorada. Pode-se até mesmo dizer que o nível da habilidade
de alguém no aspecto do planejamento é que determinará qual o sentido das
realizações dessa pessoa. É durante o tempo do seu preparo que você se capacitará a
formular os melhores planos para a sua vida e para o seu ministério. Assim, há
muita verdade neste provérbio: "Os que deixam de planejar, planejam o fracasso".
Como piloto, aprendi que a segurança de cada vôo é deter minada pela
qualidade do plano de vôo, feita antes do mesmo. Muitas vezes tive que fazer
alterações no plano de vôo durante o trajeto, mas como o plano feito incluía a
possibilidade de alteração em minhas opções - como, por exemplo, aeroportos
alternativos em caso de emergência -, normalmente eu fazia as alterações com
muito maior facilidade. Durante a minha carreira como piloto tive algumas vezes que
fazer aterrissagens de emergência, e numa delas a emergência exigiu minha
atenção quase total, de modo que eu não dispunha de tempo para pegar meus
mapas para encontrar um aeroporto alternativo. Eu tinha que saber qual era
ele, e consultar o plano de vôo sem perda de tempo. Não há dúvida alguma que
a vida das pessoas seria muito mais abundante em frutos - para não dizer mais
fácil e mais segura -, se elas desenvolvessem a habilidade de planejamento.
Em que se concentram os atletas antes de um jogo? No plano estabelecido para o jogo.
Um bom técnico é aquele que conhece os pontos fortes e os pontos fracos do seu
time. Ele sabe até mesmo quem está com dores num pé. Pois ele procurará conhecer
o time contrário do mesmo modo. O técnico formula assim um plano que
aproveitará os pontos fortes do seu time e minimizará seus pontos fracos, ao mesmo
tempo em que procurará neutralizar Os pontos fortes do adversário e explorar seus
pontos fracos. Finalmente, a equipe treina segundo esse plano até que todos hajam
entendido perfeitamente qual é a sua parte, e desse modo possam executá-la com a
maior eficácia e precisão.
Tanto o técnico como os jogadores sabem que provavelmente terão que fazer
ajustes naquele plano de jogo. Mesmo assim o plano é crucial, porque lhes
fornece alguns parâmetros. Os técnicos de maior sucesso são geralmente
aqueles que conseguem formular o melhor plano para o jogo antes do seu início;
são também aqueles que fazem alterações decisivas em plena partida, sempre que
necessárias. O mesmo é verdade com respeito aos pilotos e a qualquer outra
pessoa que esteja numa posição de liderança.
Embora eu estivesse na aviação naval, certa vez me destacaram para a defesa de
um território, e eu tive que passar pelo treinamento de infantaria, dado pelos oficiais
da marinha. Aprendemos diversos planos de batalha e de manobras. Tivemos que
executá-los repetidas vezes. Então nos disseram que nenhuma batalha transcorre
da maneira como foi planejada. "A única coisa com a qual você pode contar numa
batalha é a confusão" - disse nosso comandante. "O lado que conseguir superar toda
essa confusão - que geralmente resulta do fato de as coisas não estarem saindo
como foram planejadas - é normalmente o lado vencedor. E o modo de superar a
confusão é fazer novos planos eficazes, mesmo em meio à situação confusa."
Em vista de meu chamado principal ser o de dar subsídios para os crentes
exercerem seu ministério, tenho me esforçado o máximo por compreender as
pessoas. Fazendo isso descobri que provavelmente 90% delas estão sujeitas a uni alto
grau de confusão em sua vida. Tornou-se óbvio também para mim que tal
confusão está diretamente relacionada tanto com o grau em que as pessoas
compreendem seu chamado, como também - no caso dos não-crentes - com o
modo pelo qual definem suas metas. É também óbvio que a habilidade para
formular um plano eficaz e claro é uma qualidade rara, que quase sempre
determina os que são realmente líderes e os que nunca terão uma posição de
liderança.
Devemos ter objetivos estratégicos que nos levem, passo a passo, em direção à
nossa meta. Ao mesmo tempo, um planejamento exagerado ou excessivo precisa
ser evitado. Em todos esses anos tenho observado que algumas das mais
nobres visões levaram apenas à frustração, ao desânimo e ao fracasso, visto que
os que detinham a visão eram ou fracos planejadores ou pessoas com um
planejamento excessivo, cujos planos se tornaram tão complexos que ninguém
conseguia executá-los. Como diz também um certo ditado: "Há um fosso em cada um
dos dois lados do caminho que leva à vida".
Os realmente vencedores são os que têm uma clara visão do seu objetivo,
permanecem concentrados em suas metas, têm a sabedoria e a resolução de se valerem
de todos Os recursos necessários para realizar esse objetivo, e se cercam de
pessoas que enfocam as soluções, e não os problemas.

Quarto Fator: Acerque-se de Pessoas Voltadas para as Soluções

Um dos primeiros passos dados por um líder bem sucedido, quando assume uma
posição de liderança, é livrar-se de todos os que passam mais tempo falando dos
problemas do que das soluções. Teria sido este o motivo pelo qual o Senhor Jesus
passou tanto tempo desenvolvendo a fé daqueles que viriam a ser seus futuros
líderes? Talvez seja esta também a razão por que não é possível agradá-lo sem fé.
As pessoas que se voltam para as soluções são pessoas de fé.

O Fator Essencial

A fé é um dos principais fatores que distinguem aqueles que alcançarão seus


objetivos dos que não os alcançarão. Ao falar de objetivos não estou me referindo
apenas à fé em Deus, mas à fé em geral. Todos têm fé; cada um crê em alguma coisa.
Alguns princípios de fé funcionarão com qualquer um que os use, quer creia em
Deus, quer não creia.
Se tivermos fé em nossos talentos naturais, provavelmente os usaremos.
Contudo, se tivermos mais fé em nossas fraquezas do que em nossos talentos, as
fraquezas predominarão em nossa vida, e seremos perpétuos fracassados. De igual
modo, se tivermos mais fé nos obstáculos à nossa frente do que em nossos talentos,
aqueles obstáculos é que determinarão o curso da nossa vida. O que é objeto da nossa
fé é que determinará a qualidade do que vamos realizar. Se verdadeiramente cremos
em Deus, certamente realizaremos o que ele nos deu para fazer. O grau da nossa fé é
que determinará a extensão do que iremos realizar.

A Prova da Fé

O apóstolo Paulo nos exortou: Examinai-vos a vós mesmos, e vede se estais


na fé; provai-vos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? A menos que não
selais aprovados no exame.
A verdadeira fé não é a fé em nós mesmos, ou uma fé em nossa fé, mas a fé
no Senhor e em quem ele é. Só há um modo pelo qual realizaremos o propósito
para a nossa vida: mantendo o foco da nossa atenção permanentemente nele. Até
mesmo Jesus não olhava para si mesmo quando caminhava por este mundo;
sua atenção era sempre voltada para o Pai. Ele disse que nada fazia por si mesmo,
mas tão-somente o que via o Pai fazendo. Temos que agir do mesmo modo.
Como cristãos, não apenas conhecemos o Criador pessoalm e n t e , m a s
t a m b é m o t e m o s v i v e n d o d e n t r o d e n ó s : Permanecei em mim, e eu
permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não
permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu
sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto;
porque sem mim nada podeis fazer (João 15:4, 5).
Podemos pôr à prova a nossa fé perguntando a nós mesmos: "Que frutos tenho
dado?" A quantidade de frutos que daremos sempre dependerá do quanto
estivermos unidos com a Videira. O Senhor sente um enorme prazer em fazer uso
do que é ordinário para dele fazer o extraordinário. Ele tomou homens que
provavelmente seriam considerados por muitos "os menos aptos para o sucesso",
e os transformou nos que viraram o mundo de cabeça para baixo. Nosso Deus não
mudou. Ele ainda se delicia em usar o tolo para confundir o sábio e o fraco para
confundir o forte. Portanto, a condição de sermos fracos e tolos pode ser uma
das nossas qualificações para sermos usados por Deus. Entretanto, isso não
significa que permaneceremos fracos ou tolos, e sim que aprenderemos a andar
pela força do Senhor e sua sabedoria.
Nunca levaremos a bom termo nosso chamado se fixar mos a atenção em nossa
insuficiência. Quando Moisés recebeu seu chamado junto à sarça ardente,
imediatamente protestou, dizendo não ser a pessoa indicada para aquela tarefa.
O Senhor não o elogiou por sua humildade. Pelo contrário: as Escrituras dizem
que Então se acendeu a ira do SENHOR contra Moisés. Tal postura não é uma
verdadeira humildade. E o devastador pecado do egocentrismo é realmente um
profundo orgulho. Desse modo Moisés dava a entender que sua insuficiência
era maior que a suficiência de Deus. O Senhor não nos chama tendo como
base nossa capacidade ou nossas insuficiências: Normalmente ele nos chama
em razão da nossa disponibilidade.
As pessoas voltadas para as soluções têm fé no fato de que Deus as escolheu.
Para que cumpramos o propósito de Deus Iara a nossa vida temos de nos
cercar de pessoas que consideram as soluções, em lugar de se deixarem
atolar em problemas e temores.
Quando o General Grant assumiu o exército da União, durante a Guerra
Civil Americana, a União já sofrera mui tas derrotas nas mãos do General Lee
e de seu exército confederado. Os oficiais e os soldados de Grant estavam
tão condicionados à derrota que membros da sua equipe de co mando
chegaram a profetizar sua ruína acontecendo em sua primeira marcha contra
Lee. Grant de imediato dispensou esses homens. Então, em sua primeira
batalha com Lee, na Batalha do Deserto, chegaram notícias de cada divisão
do seu exército dizendo que estavam sendo derrotados. Durante todo o dia seus
oficiais imploraram a Grant que se retiras sem rapidamente da batalha,
voltando para a segurança de Washington, antes que Lee conseguisse impedi-
los de ir pelo caminho de volta. Finalmente, quando estava evidente até
mesmo para Grant que eles haviam sido derrotados naquela bat alha, ele
pr ovocou um deslumbr am ento em t odo o mundo, ao ordenar que voltassem
para o sul e avançassem para Richmond!

Os generais de Grant imploraram a ele que reconsiderassem aquela ordem,


afirmando que Lee fecharia o caminho de retirada. Grant os dispensou e
retirou-se para a solidão da sua tenda. Analisando as argumentações deles,
percebeu que se Lee de fato tentasse impedir seu retorno, isso o capacitaria a
fazer algo que todos os demais generais da União haviam tentado realizar, mas
sem conseguir. Ele poderia posicionar seu exér cito entre Lee e Richmond, e
desse modo avançar até a capital do Sul. Quando as tropas da União começaram a
marchar para o sul, uma aclamação geral irrompeu em todo o exército. Pela
primeira vez eles tinham um general que lutava. A "derrota" de Grant na Batalha
do Deserto foi o que abriu a porta da sua maior oportunidade, e ele não a deixou
escapar. Posteriormente Grant confidenciou a um repórter que em todas as suas
campanhas, sempre em algum pont o no transcurso da batalha parecia que seu
exército iria perder. "Eu creio que há uma oportunidade em toda crise" - disse ele.
Quando o General Lee soube que Grant não se pusera em retirada, mas fizera
com que seu exército marchasse para o sul, diante de seus generais ele admitiu
que o fim do Estado Confederado estava próximo. Lee venceu diversas outras
batalhas, mas em nenhuma ocasião Grant cogitou sobre a hipótese de u m a
r e t i r a d a . N e m u m a ú n i c a v e z e l e d e u a t e n ç ã o a o s prognosticadores da
derrota. Provavelmente não haja nunca vencido de forma total uma batalha
contra Lee, mas manteve seu curso até ganhar a guerra.
Um dos princípios básicos de que todo líder de sucesso se vale é o seguinte:
livre-se das pessoas da sua liderança que se voltam mais para os problemas do
que para as soluções. Este foi o princípio dos dez espias em Cades-Barnéia. Seu
relatório mau e negativo custou a toda aquela geração a sua herança. Se você
não puder mudar essas pessoas, você tem de removê-las, ou elas lhe custarão a
sua visão.
Finalmente, para ser um vencedor não permita que obstácu los ou a oposição o
retenham.

Quinto Fator: Não Permita que Obstáculos ou a Oposição o Retenham

Alguns fatores que contribuem para se alcançar um desem penho extraordinário


podem ser controlados; outros não. Dar duro, definir as metas, permanecer
voltado para os objeti vos, e obter os recursos necessários para alcançá-los são
fatores que podem ser controlados. Entretanto, está fora do nos so controle - e
normalmente faremos todo o possível para evitá-lo - o fator que tem a maior
possibilidade de favorecer um alto nível de realização humana: a adversidade.
Nas Escrituras o Senhor se apresenta com diversas faces, uma das quais é a face
da águia. Dizem que toda a natureza fica temerosa diante da perspectiva de uma
tempestade, exceto a águia. Desde cedo as águias aprendem um importante
princípio: se elas se colocarem em oposição a um vento contrário, num determinado
ângulo, serão levantadas para o alto. Em razão disso elas usam os ventos
contrários para alcançar as maiores alturas. O mesmo é verdade em relação
àqueles que aprendem a voar espiritualmente bem alto. Todo vento contrário é
uma oportunidade para ir mais alto, desde que se esteja valendo do ângulo certo e
tomando a atitude correta.
Alguns de nós somos enganados pela crença de que quando temos
circunstâncias favoráveis, aí é que nos tornamos vencedores. Essa desculpa é
uma das principais razões por que muitos fracassam. Reggie White - aquele
jogador que mencionei no início deste capítulo, que foi incluído na seleção “de
todos os tempos” do futebol americano dos Estados Unidos - pode nos ilustrar o
que quero dizer. Ele tem enfrentado obstáculos enormes e possivelmente até
maiores que os demais jogadores. Ele não é poupado no seu time. Aqueles que se
destacam como grandes vencedores, em qualquer campo em que atuam,
raramente são poupados: pelo contrário, mais é exigido deles. De fato, quando por
exemplo um grande jogador é retirado de campo para descansar um pouco, isso
muitas vezes contribui para que ele perca todo o seu embalo.
Alexander Solzhenitsyn, aquele famoso escritor e sobrevivente dos campos de
concentração russos, disse certa vez: "A adversidade contribui mais para nosso
desenvolvimento do que possivelmente qualquer outro fator. A adversidade nos ajuda a
nos concentrar, a eliminar o que não é essencial, e a nos devotar ao que realmente é
importante. A adversidade fará com que o que verdadeiramente se dedica ao trabalho
tenha que dar mais duro, e isso o fortalecerá. Quando o sucesso vem muito
depressa, a tendência é nos enfraquecer".

Não se Trata de Mágica

Tenho observado que muitos de meus amigos que jogam golfe ficam trocando de haste
ou de bola a cada novo jogo, em busca de uma solução mágica para seu desempenho
nesse esporte. Um famoso golfista disse num comercial de uma nova bola de golfe,
na TV: "Esta bola realmente pode contribuir para melhorar seu desempenho, se
você a arremessar umas trezentas vezes por dia!" Quando perguntaram a esse
mesmo jogador de golfe o que ele teria a dizer sobre uma "jogada de sorte", ele
respondeu: "Você sabe, quanto mais eu pratico, mais sorte adquiro".
O mesmo é verdade com respeito a nossos dons e chamados. Com freqüência
alguém me pede que ore para que ele tenha o dom de escritor. Isso me soa tal
como quando um de meus alunos de pilotagem me solicita que ore para que ele
tenha o "dom de pilotar um avião", e assim ele possa pegar qualquer aerona ve e
sair voando, sem passar por todo o treinamento necessá rio. Você embarcaria
numa aeronave em que alguém haja recebido seu "dom de pilotar" desse modo?
Acredito que não. Você exigiria que tal pessoa tivesse o melhor preparo possível,
com milhares de horas de experiência.
Creio de fato na transmissão do dom de profecia, mas acre dito que bem
poucos entendem como isso acontece. Até mesmo os dons espirituais são
transmitidos como sementes que precisam ser cultivadas por nós e cuidadas com
muita paciência e dedicação. Para mim, apenas orar no sentido de transmi tir o
"dom da profecia" a quem me haja pedido isso seria algo que só traria juízo sobre tal
pessoa: se ela não estiver disposta a pagar o preço para desenvolver esse dom, poderá
ser condenada por enterrá-lo. Ter dons e chamados não é o que me impressiona, e sim
usar os dons com sabedoria e maturidade.
Você quer saber como adquiri meu dom de escrever? Quando era ainda criança, senti
que estava destinado a ser um escritor. Eu não conhecia escritor algum, ninguém a quem
pudesse dirigir-me para pedir alguma orientação. Fiz então a única coisa ao meu alcance
para desenvolver minha habilidade de escrever: comecei a ler e a escrever. E não foram
apenas alguns poucos livros que li; na verdade li milhares de livros.
Senti que para ser o melhor escritor possível eu teria que ler os melhores livros.
Comecei então a ler livros clássicos. Foi a princípio uma dura disciplina, mas logo me
apaixonei por eles. Em seguida voltei minha atenção para estudar tudo que se
relacionasse com o escrever: da psicologia à semântica. Durante muitos anos, depois de
me haver tornado cristão dediquei mais de quarenta horas por semana ao estudo da
Bíblia. Então li sobre a história da Igreja e as obras das grandes vozes proféticas que
moldaram essa história. Por mais de trinta e cinco anos li pelo menos um livro por
semana, e às vezes mais de um.
Era meu plano ir a uma escola de jornalismo, mas quando ficou patente que não daria
para ir, porque eu estava prestes a ser convocado para a guerra do Vietnã, não desisti.
Tomei então a decisão de aprender a mecânica do escrever, e assim estudei o assunto
por minha própria conta. (Aliás, tive que aprender desse modo quase tudo que sei hoje,
exceto voar.) Eu sabia que minhas habilidades como escritor não eram muito refinadas,
em virtude de uma formação escolar incompleta. Contudo não permiti que isso me
detivesse. Pelo contrário, tomei a resolução de fazer o melhor que podia, com tudo de que
dispunha.
Tem sido, e continua sendo, uma luta que não é fácil. Estou certo de que outras
pessoas, com o preparo melhor que tiveram, poderiam escrever o que tenho escrito num
tempo muito menor e com bem menos esforço. Entretanto, sou grato a Deus por fazer
o que fui chamado a fazer. Mesmo assim é difí cil para mim não reagir diante
das pessoas que me pedem que lhes transmita o dom de escritor, como se
apenas por pronun ciar algumas palavras em oração essas pessoas passassem
a ter o que já tenho. (Como eu gostaria também de orar para que as
pessoas se tornassem de imediato "maduras" em Cristo, mas até hoje não
encontrei nas Escr it uras a possibilidade de que esse milagre ocorra!)
Se você deseja ter um dom importante, você terá que atri buir a ele
seu devido valor, e daí desenvolvê-lo até o nível desejado. Muitos de
meus amigos são mais talentosos que eu, com mais dons, tanto naturais
como espirituais. Dentre eles, alguns tiveram um chamado semelhante
ao meu e estariam realizan do muito mais que eu se tão -somente se
houvessem disciplinado e tido o preparo necessário para o ministério.
Embora não me tenha sido possível ir à escola de jornalis mo, ou até
mesmo a um seminário bíblico, por certas razões eu não tr ocar ia a
educação q ue r ecebi pela de ning uém. Tal com o Paulo, poss o di zer q ue o
q ue r ecebi não r ecebi de ho mens. Mesmo assim faço o melhor que posso
para facilitar as coisas para os outros, quando os vejo dispostos à disciplina,
à concent ração e à determ inação que todo ver dadeiro sucesso exige — e
que nosso chamado em Cristo certamente merece. Par a cumpr ir m os nosso
pr opósit o nest a vida t em os q ue nos posicionar f irm em ent e, no sent ido de
ir par a Jer usalém, o lugar do nosso destino.

Capítulo 6 Reconhecendo a voz de Deus

Li a respeito de um homem que visitou o Oriente Médio. Estando ele na


encosta de uma colina, olhando para baixo viu três pastores aproximando-se ao
mesmo tempo de uma fonte para dar de beber a seu rebanho. Os três rebanhos
misturaram- se totalmente, de modo que para aquele observador parecia ser impossível
aos pastores separarem suas respectivas ovelhas. Contudo, para seu espanto
estes pareciam não estar absolutamente preocupados com o que estava
acontecendo.
Depois de as ovelhas haverem terminado de beber, cada um deles foi caminhando
numa direção diferente, e iam cantando e n q u a n t o c a m i n h a v a m . U m a
m o v i m e n t a ç ã o e s t r a n h a irrompeu no meio daquela confusão de ovelhas.
Então uma pequena fila começou a seguir cada um dos pastores, até que todas
as ovelhas ficaram separadas de novo na fila do seu próprio rebanho.
Embora os três pastores estivessem cantando, elas distinguiam perfeitamente
seu pastor dos demais. Elas lhe identificavam a voz em razão de o conhecerem
muito bem. Haviam crescido ouvindo-o cantar nas colinas e nas pastagens, estação
após estação; passaram a seu lado tempo suficiente para poderem distinguir sua
voz da de qualquer outra.
As Escrituras nos apresentam esta mesma figura como um exemplo do nosso
relacionamento com Deus:
As ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as
conduz para fora. Depois de fizer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e
elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz; mas de modo nenhum seguirão o
estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos... As MINHAS
OVELHAS OUVEM A MINHA VOZ; eu as conheço, e elas me seguem (João 10:3-5 -
ênfase acrescentada)
Neste texto o Senhor declarou que as suas ovelhas o seguiri am por
conhecerem a sua voz. Quanto mais lhe conhecermos a voz, tanto melhores
serão nossas condições de segui-lo. A recíproca também é verdadeira: se não
conhecermos a sua voz, teremos dificuldade em acompanhá-lo.
Conf or m e a nossa post ur a m ent al ocident al, o q ue q uer e mos é ter uma
fórmula bem clara que nos diga como conhecer a voz do Senhor: Pensam os
que as Escr ituras t êm q ue t ê - la, tipo "tantos passos" para se alcançar
isso... Muitos tentaram extrair u ma fórmula dos textos bíblicos, mas na
verdade ela não existe. O ún ico modo pelo qual podemos chegar a conhe -
cer a voz do Senhor é exatamente aquele que f az com que as ovelhas
fiquem conhecendo a voz do seu pastor: o tempo pas sado com ele.
A única coisa que temos que fazer para desenvolver tal ca pacidade é
amar o Senhor. Entretanto, para chegar a isso é necessário que lhe peçamos.
A oração que Jesus fez em João 17 é considerada por muitos a oração mais
importante das Escrituras. O Senhor a terminou com estas palavras: Eu lhes
fiz conhecer o teu nome [aos que seguem o Senhor] e ainda o farei conhecer, A FIM
DE QUE O
AMOR COM QUE ME AMASTE ESTEJA NELES, E EU NELES
ESTEJA. Sabemos que Jesus era "um com o Pai". Sabemos por tanto que esta
é a vontade do Pai. Medite nisto por algum tempo: é da vontade do Pai que o mesmo
amor que ele tem por seu Filho esteja também em nós!
Uma das características básicas do verdadeiro amor é a co municação.
Compartilhar tudo faz parte da natureza dos que se amam. Quanto mais
amamos o Senhor, mais seremos leva dos a conhecer-lhe a voz, e
conseqüentemente a segui-lo mais de perto. O primeiro passo é amá -lo a tal
ponto que o busquemos até que o encontremos. Peça, busque, bata, mas não tome
nenhuma direção que não seja a que leve a ter uma verdadeira e santa
intimidade com ele. Como disse Paul Cain, um amigo meu que tem o dom de
profecia: Cada um de nós está tão perto do Senhor quanto quer estar. Ou como diz
Tiago: Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Não será esta a maior de
todas as promessas que encontramos nas Escrituras?
Muit as coisas q ue nos são com unicadas pelo Senhor não dizem r espeit o
a q uest ões de gr ande gr avidade et er na ou es tratégica, e sim à comunicação
de quem ama. Talvez essa seja uma das questões mais difíceis de se
entender. Apesar de todos os nossos erros, imperfeições e fracassos, o
Senhor realmente nos ama e deseja estar perto de nós - isso apenas porque
sente prazer em nossa companhia. Esse tipo de verdadeira intimidade é que dará
frutos. E nós geraremos frutos espirituais so mente por habitar Nele.
Entretanto, se a única razão pela qual um marido tem relações com a esposa
fosse para gerar filhos, o casamento se tornaria um relacionamento muito
superficial. O mesmo é verdade em nossa união com Cristo.
Na história da morte de Lázaro temos u ma impressionante ilustração do
poder que há na intimidade.

O Poder da Intimidade

A história é revelada no capítulo 11 de João. Quando Jesus se aproximava


de Betânia, Marta, irmã de Lázaro, saiu correndo para encontrar-se com ele. Em
seu pesar ela censurou Jesus, dizendo-lhe: Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido
meu irmão. Ele lhe respondeu dando -lhe uma boa lição sobre si mesmo
como sendo a ressurreição. Então Maria, a outra irmã de Lázaro, veio
também ao encontro de Jesus e igualmente o censurou. As palavras foram
às mesmas, mas o resultado foi bem diferente. As Escrituras nos dizem que
ele agitou-se no espírito e comoveu-se, e também que Jesus chorou. Foi então
que Jesus ressuscitou Lázaro. Maria teve a habilidade de fazer com que
Deus se comovesse profundamente em espírito; ela fez com que ele chorasse! Ela
recebeu bem mais do que uma lição sobre a ressurreição. Ela obteve uma ressurreição!
Uma das experiências por que passei como pai, que mais me tocou, foi em
seguida ao dia do terceiro aniversário da minha filha mais velha. Em dois dias
ela teve duas festas de aniversário: uma realizada em nossa casa e outra na
casa de meus sogros. Ela recebeu mais presentes do que consideraríamos
normal, e de fato se satisfez com o que estava sendo uma constante dieta de doces e
sorvetes. Seguramente estava vivendo o melhor tempo da sua infância.
Quando voltávamos para casa, no carro, perguntei a ela de que presente
mais havia gostado, ou o que mais a agrada ra naqueles dois dias. Ela pensou
um pouco, e com bastante seriedade e firmeza me respondeu: "Foi sentar no seu
colo".
Dá para você perceber o que aquelas palavras fizeram com o pai dela? O mesmo
acontece com nosso Pai celestial, quan d o d e p o i s d e t o d a s a s s u a s
d á d i v a s e d e t o d a s a s s u a s b ê n ç ã o s, o s im p le s f at o d e e st ar m os c om e l e
é o q u e m ai s nos dá prazer!
Quase tudo que hoje def inimos como sendo um ministério envolve a
prestação de um certo serviço a alguém, mas o mai or ministério de todos é
ministrar ao Senhor. Quase tudo que atribuímos à nossa autoridade
espiritual tem a ver com nossa capacidade de motiv ar as pessoas.
Entretanto, a maior autori dade espiritual está naquela pessoa que consegue tocar em
Deus e levá-lo a comover-se em seu coração. A habilidade, ou a au toridade
que Maria demonstrou com sua atitude foi sem com paração. Ela estava tão
próxima do Senhor que conseguiu to car no coração dele.
Quando conseguimos tocar no coração de Deus de forma a fazê -lo agir,
temos uma autoridade maior que qualquer posto governamental ou espiritual
deste mundo. Esse poder, que é o maior poder de todos, está basea do tão-
somente na int imida de que temos com o Senhor.
Intimidade é algo que tem a ver diretamente com comunica ção. Cont udo
ela não acont ece num inst ant e, nem m ediant e uma linguagem refinada. O
Senhor não é um religioso, como temos a tendência de ser. Maria, que conseguiu
comovê-lo tão profundamente, estava tão errada em sua censura a ele
quanto Marta. Estar sempre teologicamente correto não é tão impor tante ao
Senhor quanto parece ser para alguns cristãos. Ele olha muito mais para o
coração do que para a mente. É claro que, se amamos a verdade, nosso
desejo será o de estarmos corretos teologicamente também. Entretanto,
temos que pensar antes de tudo no pont o mais importante.
Quando a busca de frutos se torna a razão básica par a nos aproximar do
Senhor, corremos o perigo de sucumbir ao "espí rito de Marta", à tendência de
ficarmos com obras, e não com a intimidade. Sim, há um tempo em que
temos que fazer nosso trabalho para o Senhor, e ele, é claro, amava muito
a Marta. Muitas igrejas e ministérios não poderiam existir se não hou vesse
"Martas". No entanto, quando ficamos entretidos demais com n osso t r abalho
par a o Senhor per de m os a visã o de q ue sentar com ele, a seus pés, tem de
ser nossa maior prioridade. Na verdade estaremos perdendo a melhor parte.
Podemos não entender, contudo é verdade que fomos escolhidos para sermos
o lugar onde Ele habita.
Não nos será possível reconhecer a voz do Senhor se não o adorarmos.
Talvez o sinal que mais revele o que verdadeiramente estejamos adorando seja
o que fazemos com nosso tempo livre. Quando foi a última vez em que nos
dispusemos a usar um dia de folga, ou momentos de intervalo para oração e
jejum? A respost a a esta perg unta pode ser a explicação de t er mos t ant a
dif iculdade par a conhecer a voz do Senhor; para discernir o certo do errado.
Quando desfrutamos uma verdadeira intimidade com o Se nhor, como
reconhecemos a voz de Deus e sua vontade com respeito a nós? Em
primeiro lugar, pelo estudo da sua Palavra; mas ainda por muitas outras
coisas. Também teremos que considerar o papel desempenhado pelo
Espírito Santo, as indica ções dadas por outros cristãos (diante das quais
muitas vezes necessitamos ter humildade para poder recebê -las), e as mensa-
gens trazidas por sonhos e visões.

Q u a t r o M a n e i r a s pa r a s e O u vi r
a Voz de Deus
Comecemos por considerar a Palavra de Deus um caminho para conhecermos a
presença do Senhor.
1. A PALAVRA DE DEUS
O primeiro princípio que temos de compreender para termos um conhecimento
adequado das Escriturais é que todo cristão pode discernir a verdade bíblica da
mesma forma que o teólogo mais erudito. Tem havido uma conspiração diabólica
desde o princípio para tentar impedir que a verdade seja recebida pelas pessoas
comuns, confinando-a exclusivamente a alguns profissionais. Alguns dizem que se
tem que adquirir um certo grau de conhecimento ou de educação, e compreender a
ciência da interpretação bíblica antes de poder entender adequadamente as
Escrituras. O Senhor Jesus afirmou precisamente o contrário: Por aquele tempo, exclamou
Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos
sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos.
Foi necessário que Saulo de Tarso literalmente fosse afligido por uma cegueira no
mundo natural para (que viesse a enxergar no espiritual. Pois é isso que figuradamente
tem que acontecer conosco. Podemos apenas discernir a verdade espiritual pelo
Espírito mediante a graça, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes. Ninguém pode entender corretamente as Escrituras, uma profecia, ou a
vontade de Deus se não se mantiver em verdadeira humildade.
O apóstolo Paulo nos advertiu sobre ai realidade de que o saber ensoberbece.
Entretanto, ao lado disso as Escrituras também nos advertem: O meu povo está
sendo destruído porque lhe falta o conhecimento. O cristão caminha por unia vereda
de retidão que é estreita, e tem que ser percorrida com muito cuidado. Ternos que
a todo o momento nos valer da graça de Deus, reconhecendo que dele dependemos
inteiramente; que sem eles não somos nada, nem temos recursos para coisa alguma.
Necessitamos de maneira toda especial da sua graça, a fim de nos manter humildes,
ao buscarmos e recebermos conhecimento bíblico. Se assim não for, o próprio
conhecimento que nos libertaria poderia apressar a nossa queda, em virtude do
orgulho.
Por essa razão é crucial que aprendamos a permanecer no Espírito Santo e nas
Escrituras. O Espírito Santo é facilmente entristecido ou ofendido pelo pecado, o que
pode ser um barômetro para nosso orgulho. As Escrituras ensinam que o Espírito
se aparta quando não andamos de forma correta, sendo que um dos principais
fatores que temos que levar em conta é o de andar humildemente perante Ele.
Somente quando formos sensíveis à sua presença é que Ele terá condições de nos dar
conhecimento bíblico sem que o orgulho tome conta de nós. A pre sença do
Espírito Santo em nossa vida tem de ser tão importante quanto à verdade bíblica.
Precisamos ainda da direção do Espírito Santo para verdadeiramente ouvirmos a voz
de Deus.
2. DIREÇÃO DADA PELO ESPIRITO SANTO
Assim como o mapa de um país não são suas montanhas, seus vales, cidades
e vilarejos, a Bíblia é o mapa do reino de Deus, mas não é o reino. Pode-se valer
de um mapa para ir até uma praia, mas o fato de se possuir um mapa nunca
substituirá a realidade de se estar na praia. Temos que nos dedicar total mente a
conhecer as Escrituras, mas conhecê-las não é algo que poderá colocar-se no lugar de
conhecer o Senhor.
A Bíblia nunca teve a intenção de tomar o lugar do Espírito Santo em nossa vida,
nem o Espírito Santo foi enviado para assumir o papel da Bíblia. Ambos têm diferentes
funções em nos guiar à verdade e em nos manter sob a vontade de Deus. As Escrituras,
e tão-somente elas, é que são usadas para o estabelecimento de doutrinas, ao passo que
"a voz do Senhor" é usada para nos dar uma direção diária e também a revelação da
vontade estratégica do Senhor. A Bíblia não encara algumas das decisões mais
importantes da nossa vida: com quem deveremos nos casar, que profissão devemos
escolher, onde iremos morar, e assim por diante. Essas decisões poderão nos causar
um tremendo impacto, e realmente necessitamos do conselho do Senhor, inclusive de
diretrizes claras sobre cada uma delas.
Que tipo de casamento viria a ser o seu se no dia da cerimônia seu cônjuge lhe
desse um livro que expusesse todas as suas expectativas para o relacionamento
entre vocês - e então os dois nunca mais voltassem a falar um com o outro?
Seria muito difícil condenar alguém que houvesse caído em tal armadi lha, caso
essa pessoa desejasse o divórcio. Da mesma forma o Senhor não nos fez cair na
armadilha de um relacionamento sem vida. Na realidade Deus normalmente está
bem mais interessado em comunicar-se conosco do que nós com ele.
Conhecer o Senhor é muito mais do que simplesmente co nhecer suas obras.
Quantas pessoas você consegue reconhecer simplesmente olhando para as mãos delas?
Talvez, apenas com algumas exceções, a maioria das pessoas consegue reconhecer
alguém apenas pelo rosto ou pela voz. Entretanto, são muitas às vezes em que a
nossa atenção é dada para procurar a "mão do Senhor" (o que podemos receber
dele, em vez de procurar ver-lhe o rosto e ouvir-lhe a voz).
Num contraste total com o que o próprio Senhor Jesus afirmou, quando disse As
minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem, muitas teologias
protestantes e reformadas não apenas procuram impedir, mas na verdade chegam a
proibir os cristãos de conhecer a voz de Deus. Essas teologias têm sua origem
numa exagerada interpretação do grande moto da Reforma - sola scriptura (que
significa "somente as Escrituras").

A Maior Arma da Reforma


O grande moto da Reforma, sola scriptura, foi inicialmente escrito como uma
reação à indiscriminada instituição de dogmas para as doutrinas de fé que o papa
vinha fazendo. Muitos desses dogmas estavam até mesmo em conflito com as
Escrituras. A justificação desse procedimento era a reivindicação de infalibilidade feita
pelo papa; sua autoridade - disse ele - excedia a das Escrituras. Essa prática levou
ao período de maiores trevas por que o mundo já passou. Também a esse moto
pode- se creditar haver sido a primeira força que veio para quebrar aquelas
trevas e possibilitar a liberação de todo o avanço espiritual que se seguiu.
O moto sola scriptura resume o que era, sem sombra de dúvida, a doutrina mais
importante da Reforma: um cristão nunca deve aceitar uma doutrina que esteja
em conflito com a Palavra escrita de Deus. Entretanto, esta importante verdade
nunca era formulada com a intenção de que não precisamos conhecer também
a voz do Senhor para a direção da nossa vida. Se não fosse assim, ela mesma
estaria em conflito com toda a integridade das Escrituras.
Em João 16:7 o Senhor diz: Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque,
se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei. O
Senhor não disse que nos conviria a sua ida para que dessa ma neira ele pudesse
nos dar um livro. Tampouco afirmou que nos enviaria um Livro que nos conduziria a toda
a verdade. Ele nos enviaria o Espírito, isto sim.
A Bíblia é uma das maiores dádivas que o Senhor deu ao seu povo, e somente ela
deve ser usada para estabelecer ou julgar uma doutrina. O próprio Senhor, vez
após vez, combateu o erro de alguém com a afirmação: Está escrito. Portanto,
quanto mais deveremos depender da Bíblia nesse sentido! Entretanto, por mais
importante que seja termos doutrinas corretas, andar na verdade tem um
significado muito mais amplo. Não importando o quão corretas sejam as nossas
doutrinas, seremos enganados se não permanecermos dentro da vontade do Senhor.
Ser cristão é muito mais do que simplesmente conhecer doutrinas corretas. Ser cristão
é ter um relacionamento restaurado e vivo com o Senhor.
Ser Cristão É Mais do que Ter uma Doutrina
Mesmo sob a antiga aliança da lei, com suas centenas de pesados mandamentos,
de todos era requerido conhecer e obedecer à voz do Senhor.
E disse: SE OUVIRES ATENTO A VOZ DO SENHOR teu Deus, e fizeres o que é reto diante
dos seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus
estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou
o SENHOR que te sara. (Êxodo 15:26, ênfase acrescentada)
Agora, pois, SE DILIGENTEMENTE OUVIRDES A MINHA VOZ e guardardes a minha
aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a
Terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras
que falarás aos filhos de Israel. (Êxodo 19:5, 6, ênfase acrescentada)
De lá buscarás ao SENHOR teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu
coração e de toda a tua alma. Quando estiveres em angústia, e todas estas coisas te
sobrevierem nos últimos dias, e te voltares para o SENHOR teu Deus, E LHE
ATENDERES À VOZ (...) (Deuteronômio 4:29,30, ênfase acrescentada)
Como as nações que o SENHOR destruiu de diante de vós, assim perecereis;
porquanto NÃO QUISESTES OBEDECER À VOZ DO SENHOR vosso Deus.
(Deuteronômio 8:20, ênfase acrescentada)
Quando também o SENHOR vos enviou de Cades-Barnéia, dizendo: Subi e possuí a
terra que vos dei. Rebeldes fostes ao mandado do Senhor vosso Deus, e NÃO O
CRESTES, E NÃO OBEDECESTES À SUA VOZ (Deuteronômio 9:23, ênfase
acrescentada)
Vemos aqui que a primeira geração pereceu no deserto por não crer no Senhor
e não ouvir a sua voz. A Palavra escrita, mesmo com todos os mandamentos
da antiga aliança, não tinha o propósito de tomar o lugar da voz de Deus e o privilégio
de ouvi-la. Muitas vezes atribuímos as muitas apostasias do Israel da Bíblia ao
fato de não cumprirem os mandamentos do Senhor. Contudo essas passagens
nos mostram que a sua culpa se evidenciava igualmente por não darem atenção à
voz de Deus.

Assim disse Jesus aos saduceus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder
de Deus. Muitos dos que conhecem as Escrituras mas não o poder de Deus se
queixam de serem tidos no reino de Deus como cidadãos de segunda classe
pelos pentecostais e renovados, que afirmam conhecer o poder. Essa acusação tem
base. Entretanto, é de igual modo verdade que os que conhecem as Escrituras, mas
não conhecem o poder de Deus consideram os pentecostais e renovados cidadãos
de segunda classe no reino de Deus porque tendem a ter um conhecimen to
bíblico ou intelectual inferior. O fato é que os dois lados estão com a verdade, e
ambos têm que se arrepender de seu orgulho espiritual, e reconhecer que tem
que aprender dos que estão no outro lado.
Se os fundamentalistas chegaram a compreender as Escri turas, foi somente
pela graça de Deus. Se os avivados alcançaram conhecer alguma coisa do poder
de Deus, foi exclusivamente por sua graça. Em qualquer um dos casos nada
temos de que nos orgulhar - tudo o que recebemos foi pela graça. Poucos
atingiram uma profundidade no conhecimento bíblico sem tropeçar por se
haverem orgulhado desse conhecimento. E poucos chegaram a conhecer o poder
de Deus sem tropeçar em razão do orgulho. Mesmo assim, precisamos de muito
mais conhecimento e de muito mais poder do que o que temos agora para que
possamos seguir plenamente o Senhor. Temos todos nós que buscar essas
duas coisas - a Palavra e o poder -, sem nos deixar tomar pelo orgulho, que
somente nos fará decair da graça.
Tenho me sentido bastante animado por haver visto, nos últimos anos,
pessoas dos dois lados humilhando-se para alcançar os que estão na posição
oposta. Isso não teve o propósito de converter as pessoas para o seu lado, mas para
receber a l g u m a c o i s a d e l a s . M u i t a s p o n t e s a g o r a e s t ã o s e n d o
construídas entre os que conhecem as Escrituras e os que co nhecem o poder
de Deus. Os dois lados necessitam um do outro, e não cumpriremos nosso
mandato nesta hora se não estivermos em harmonia uns com os outros.
A Reforma obteve um grande progresso na recuperação das verdades bíblicas que
se haviam perdido durante a Idade Média. Contudo ela ainda não se completou. E
não se completará, até que se haja dado de novo ao Espírito Santo seu lugar na
Igreja. Deus chamou a Igreja para se assentar com Cristo nos lugares celestiais.
Ternos que ter o adequado equilíbrio de estar firmados na sólida verdade bíblica,
bem como conhecer a voz do Senhor - caso contrário seremos como aquele que
quer pilotar um avião que tem uma única asa. Não apenas nos será impossível levantar
vôo, mas ficaremos fazendo círculos até que tenhamos a outra asa devidamente
ligada em nós. Precisamos ter o equilíbrio necessário e certo.

Um Exemplo do Equilíbrio entre a Palavra de Deus e Sua Voz

O livro de Atos nos diz como deve ser a vida normal da Igreja. Nada mudou -
hoje - no modo como o Senhor se relaciona com seu povo, em comparação
com a maneira como se relacionava naquele tempo. O conhecimento que o
apóstolo Paulo tinha das Escrituras lhe proporcionou uma pro funda
compreensão quanto a Cristo e a nova aliança, bem como quanto ao plano
geral de Deus para estender o ministério da reconciliação; também com
relação ao plano do Senhor para que ele fosse aos gentios com esse ministério.
Ent r et ant o, q uando o Senhor q uis q ue Paulo se dir ig isse à Macedônia, as
Escrituras não poderiam dar-lhe aquela direção. Ele teve que conhecer a voz do
Senhor.
Vemos as coisas desse mesmo modo também na vida de Pedro. Ele baseou
sua mensagem e seu ministério nas Escrituras, mas quando o Senhor teve
que lhe dar uma direção especial, tal como a missão de ir à casa de Cornélio
para ser o primeiro a pregar o evangelho aos gentios, o Senhor lhe deu uma visão
especial. Primeiro Pedro obedeceu à direção dada pelo Espírito Santo, e depois
foi a Jerusalém para relatar o que fizera e receber a aprovação dos anciãos.
Finalmente todos se voltaram para as Escrituras.
Essa ação sem precedentes, nova, de pregar aos gentios, veio por f im
estabelecer uma nova doutrina muito impor tante: também os gentios
deveriam receber a graça de Deus pela fé em Cristo. O recebimento do Espírito
Santo por eles veio demonstrar o poder de Deus. Entretanto, como fizeram os
bereanos posteriormente, 6 Os apóstolos e os anciãos provavelmente não
aceitaram o que lhes havia sido dito até se haverem certificado mediante as
Escrituras.
Tal procedimento estabeleceu ainda um importante pre cedente na Igreja, o
que deveria constituir um padrão para todo ministério cristão. Se uma prática
não está claramente em contradição com as Escrituras, os cristãos têm
liberdade de ir adiante no que sentiram ser a direção dada pelo Espíri to Santo.
Entretanto, se tal prática resultar em algo impor tante, deve-se ter a
confirmação pelas Escrituras, antes de ser aceita como uma doutrina da Igreja.
Todo crente tinha li berdade de seguir o Senhor, ao mesmo tempo em que a
jovem Igreja era protegida quanto a aceitar qualquer nova prática como uma
nova doutrina ou como uma prática aceita.

Se Pedro não houvesse feito uso da liberdade de fazer o que fez, os crentes
judeus provavelmente nunca teriam compreendido as Escrituras com respeito
à vontade do Senhor quanto a ser o evangelho levado aos gentios. O que ele
fez iluminou as Escrituras; as Escrituras o confirmaram. Tanto a base sobre a
autoridade bíblica como a liberdade do Espírito na Igreja foram estabelecidas.
Nunca permitamos que essas duas coisas não sejam levadas em conta. Temos
que ter em mente que muitos dos grandes empreendedores missionári os da
história iniciaram seu ministério contra o conselho de outros líderes. Sem a
liberdade do Espírito, muitas vezes não cumpriremos a vontade de Deus. Sem
as Escrituras, seremos levados a errar. Portanto, essas duas coisas são relevantes
para que permaneçamos no caminho da vida!
E ouvimos a voz de Deus mediante sua Palavra, mediante o Espirito Santo, e
também por aquilo que nos poderá indicar um outro cristão.

3. A INDICAÇÃO QUE NOS É DADA POR OUTRO CRISTÃO


Com freqüência a voz do Senhor chegará até nós por intermédio de outra
pessoa, e o Senhor requererá de nós que sejamos humildes para recebê-la. Por
todas as Escrituras o Senhor gerou sua Palavra de um modo que requereu humildade
por parte daqueles que a receberiam. Foi o orgulho que antes de mais nada provocou a
queda do homem; e não seremos libertos das conseqüências da queda até que sejamos
dele libertos.
Jesus é a Palavra de Deus personificada, e Ele veio de um modo tal que
apenas aqueles que não se importavam com aparências o receberam. Ele não
somente nasceu em circunstâncias bastante humildes e numa nação humilde,
como também foi criado numa de suas cidades mais humildes e despre zadas. O
Senhor da glória veio a este mundo na condição de uma pessoa simples,
conforme as gerações posteriores o chamariam. Apenas Os que amavam a
verdade mais que as aparências se dispuseram a segui-lo. E esses eram os
únicos discípulos que Ele queria ter.
Pensamos que se homens e mulheres de prestigio, renomados, reconhecessem o
Senhor, isso facilitaria a promoção do evangelho. No entanto as Escrituras nos dizem
o contrário:
Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos
sábios segundo a carne, nem muitos poderosos., nem muitos de nobre
I1d.S.C1171e171.0; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do inundo para
envergonhar OS Sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar
as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas
que não são, para reduzir a nada as que são; A FIM DE QUE NINGUÉM SE
VANGLORIE NA PRESENÇA DE DEUS. (1ª Coríntios 1:26-29 - ênfase acrescentada)
O apóstolo Paulo não eliminou totalmente os que são de nobre nascimento, os
poderosos e os sábios deste mundo - Deus apenas não chamou muitos homens
como esses. Se nenhum desses houvesse sido chamado, certamente iríamos
cultuar a humildade, o que obviamente não era sua intenção. O Senhor, que
nasceu num estábulo, teve também um dos mais caros edifícios já construídos
como seu templo. Isso estende a verdadeira humildade à obediência. O apóstolo Paulo
foi sábio; ele aprendeu a estar contente em qualquer situação em que se en -
contrasse. Por vezes ele aprendeu a rebaixar-se, o que fez com que em outras
ocasiões aprendesse a ter em abundância. A questão é manter uma postura que
independe da situação em que o Senhor nos haja colocado.
Enquanto estivermos nesta vida, estaremos num estado de humildade. Um pobre,
vivendo no mundo moderno, desfruta comodidades e um estilo de vida muito
superiores aos de um rico de um século atrás. Poderemos considerar os termos pobre e
rico como termos relativos, se olharmos a partir da perspectiva histórica. Quando
olhamos para a eternidade, até mesmo as pessoas mais abastadas e ricas deste
mundo são muito pobres - sua vida não passa de uma fumaça. Comparados com a
eternidade, todos os tesouros deste mundo seriam menos que um grão de areia
no oceano. Todos somos ao mesmo tempo muito ricos e muito pobres. A
humildade vem por simplesmente dependermos de Deus em tudo que somos ou
temos, até mesmo com respeito à nossa próxima respiração.
Para quem está numa situação humilde é muito fácil demonstrar humildade.
Entretanto essa postura não passa muitas vezes de fachada, que esconde o
orgulho e o fingimento. O dinheiro pode ser o deus de qualquer um, não apenas do
rico. Já vi pessoas pobres mais tomadas pela busca ao dinheiro do que muitos ricos
que conheço. Os que são desconhecidos e que mais se ofendem pelos que são
renomados geralmente são os que estão impregnados pela cobiça da fama. Disse
Salomão: Uns se dizem ricos sem ter nada; outros se dizem pobres, sendo mui ricos.
A forma mais elevada de humildade é a que é demonstrada pela sabedoria daqueles
que aparentemente têm legitimas razões para se orgulhar, ao se comparar com os
demais, mas permanecem humildes porque a eternidade está em seu coração. O fruto
da verdadeira humildade sempre será a obediência, o contentamento não obstante as
circunstâncias, e a compaixão pelos outros, não importando a situação em que o
Senhor os tenha. Não poderemos ouvir a voz de Deus por intermédio de outras
pessoas se não nos dispusermos a nos humilhar.
Finalmente, Deus fala conosco mediante sonhos e visões.

4. MEDIANTE SONHOS E VISÕES


Desde o principio, sonhos e visões têm sido os dois princi pais modos pelos
quais o Senhor tem falado a seu povo. De acordo com Joel, 2, que Pedro citou
no dia de Pentecostes, sonhos e visões serão importantes maneiras pelas quais o
Senhor falará a seu povo "nos últimos dias". Entretanto, este talvez seja um dos
assuntos menos compreendidos pela Igreja. Como nos aproximamos desses dias, será
cada vez mais importante saber como distinguiremos sonhos e visões vindos do
Senhor cios que não provêm Dele. Temos também de saber interpretá-los.

A Linguagem do Espirito
O Senhor faz uso de sonhos e visões para nos introduzir em suas maneiras de
agir - que não são as nossas - e em sua linguagem - que não é a nossa. Sonhos e
visões são a linguagem do Espirito, e na linguagem do Espirito uma figura vale
mais que mil palavras. Sonhos e visões geralmente comunicam muito mais que apenas
fatos. Quando aprendermos a decodificar essas mensagens especiais, também
aprenderemos muita coisa sobre os modos de agir de Deus. Paulo explicou isso aos
coríntios: Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espirito de Deus, porque lhe são
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem
espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém.
Uma parte fundamental da natureza humana é a curiosidade que nos compele a
buscar uma compreensão mais profunda de Deus e da sua criação. O Senhor está
cortejando a sua noiva, e a todo tempo procura atrair-nos para que o sigamos. Não
se trata de um estratagema para nos incentivar com algo ilusório, apenas para nos
manter em movimento, e sim um convite para nos conduzir a um outro nível de
percepção, quando poderemos penetrar em seus mistérios.
Quando Paulo foi levado ao céu ele ouviu muitas coisas que não podia proferir
com palavras humanas. Ele não fez uso desse conhecimento para formar uma
outra seita, tal como Os gnósticos, que tentaram fazer posteriormente,
afirmando que a compreensão que tinham do conhecimento oculto Os elevara a um
plano espiritual mais alto. Entretanto, muitas verdades espirituais simplesmente
não podem ser limitadas por definições humanas. Não temos uma linguagem que
possa expressá-las; tampouco capacidade mental para as entendermos plenamente. Seria
uma heresia tentar fazer isso.
Como você discerne se um sonho ou visão provém verdadeiramente do Senhor?
Primeiro, tornando-se uma pessoa espiritual, que tenha o fruto do Espirito.

Distinguindo a Fonte de Sonhos e Visões


Um de nossos primeiros alvos deve ser sempre o de nos tornarmos espirituais.
Enquanto isso não acontecer, os elementos do Espirito, tais como sonhos e visões,
nos parecerão tolices. Quando nos tornamos espirituais, teremos condições de jul-
gar todas as coisas, porque seremos conduzidos pelo que é o Espírito da Verdade.
Este é o principal modo pelo qual conseguiremos distinguir os sonhos e visões que
vêm do Senhor daqueles que são apenas resultado de nossos processos mentais,
ou que hajam vindo inclusive do inimigo.
Primeiro, tornar-se espiritual significa ter o fruto do Espirito. Se em lugar do amor
uma ira injusta, ou o medo e a dúvida estiverem nos influenciando, estaremos
abertos para receber mensagens enviadas por um espirito de ira ou de medo -
conquanto possamos pensar que hajam vindo do Senhor. Quando estiver mos com raiva
de alguém, ou nos sentirmos atingidos por uma determinada pessoa, poderemos ter
sonhos negativos sobre ela, se tal dor nos tocar profundamente a alma. Já
aprendi a nunca confiar em nenhum sonho ou visão que possa haver sido
alterado por meu presente estado de espírito. Entretanto, se experimento uma
ira injusta em relação a alguém, e tiver um sonho ou uma visão que altere minha
postura perante essa pessoa, inclinando-me a perdoar a ela, então provavel-
mente esse sonho haja vindo do Espírito Santo.
O que é dado pelo Espírito Santo sempre vem com sua natureza, que é o fruto
do Espírito: amor, alegria, paz... O ministério de reconciliação é básico para a
obra do Espírito. Ele sempre procura reconciliar-nos com o Senhor e uns com
OS outros. De modo contrário a este, o inimigo sempre pro cura trazer e manter
divisões na Igreja. Sonhos e visões que a t u e m n e s s e s e n t i d o p r o v ê m d o
i n i m i g o , e t e m o s q u e descartá-los.
O segundo modo para discernir se um sonho ou visão pro vém do Senhor é
perceber que sonhos e visões nunca nos são dados para estabelecermos uma
doutrina.
Não temos nem mesmo um único caso em que o Senhor haja usado sonhos, visões ou
outras revelações com o propósito de estabelecer uma nova doutrina. Esta é uma
diretriz básica para o discernimento. Os sonhos e visões, em sua maioria, são da -
dos para uma direção pessoal, específica, tal como no caso de Paulo e seu sonho
com o homem da Macedônia.
Entretanto, temos exemplos de visões que foram dadas para destacar verdades
bíblicas, tais como a visão de Pedro, que o instruiu a ir ao gentio de nome
Cornélio. Não foi o caso de uma nova verdade. Era uma verdade pela qual a
Igreja ainda não caminhava, e que obviamente ainda não compreendia.
Mediante essa visão Pedro correspondeu ao que Simeão havia profetizado; o
evangelho do Senhor seria uma luz para os gentios. Essa visão não deu origem
a uma nova doutrina, mas deu luz a uma verdade bíblica.
Todos gostaríamos de ter uma fórmula básica para interpretar sonhos, mas
simplesmente ela não existe. Um dos maiores intérpretes de sonhos da Bíblia foi
obrigado a aprender uma importante lição para preparar-se para esse tão grande
chamado. José do Egito teve que aprender a humildade e o perdão. Pois o
mesmo tem que acontecer conosco.
Este dom é uma arma poderosa e grandiosa, e somente será confiada àqueles a
quem Deus der a sua graça - os humildes. Não há dúvida de que algumas
diretrizes poderão ajudar-nos, mas na melhor das hipóteses não passam de
diretrizes. José não tinha diretriz alguma para determinar que vacas e espigas de
milho representavam anos - o Espírito Santo teve que lhe dar essa informação.
Podemos aprender com os casos bíblicos, e também com a nossa própria
experiência; mas com respeito a toda verdadeira revelação do Espírito Santo, ele
é que terá a chave para nos dar a interpretação; e é ele quem a moverá para abrir
o que estava escondido. A humildade simplesmente nos abre para a graça.
Somos todos completamente dependentes da graça, não apenas para a
interpretação de sonhos e visões, mas para tudo mais.
A humildade e a intimidade são chaves para ouvirmos a voz de Deus. E com
freqüência essa intimidade requer alguma reserva da nossa parte.
Quanto mais próximas duas pessoas se encontram, mais íntimos seus segredos
se tornam. Será que aquele que ama continuaria a expor seu coração, se soubesse
que tudo o que compartilhasse terminaria por cair no conhecimento público? Aqui
não estou me referindo a doutrina ou a uma profecia das Escrituras, e sim à
comunicação pessoal que temos com o Senhor. José não apenas teve problemas
com os irmãos. Ele foi repreendido por seu pai Jacó, por haver compartilhado
prematuramente os sonhos que teve.
Amós disse: certamente o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar seu
SEGREDO aos seus servos, os profetas. Muitos têm dificuldade em compreender que a
maioria dos segredos que o Senhor compartilha conosco são para ser man tidos
dessa forma: como segredos. Uma grande parte do poder do ministério profético
tem a ver com um tempo certo. Temos que aprender a manter os segredos que
nos foram revelados - até o momento em que o Senhor nos instrua a revelá-los.
Isso é fundamental, para que dele continuemos a receber mais re velações
importantes.
Desenvolver um relacionamento secreto com o Senhor é crítico para o
desenvolvimento da nossa vida espiritual. Deus olha para o coração. Ele fala
conosco muito mais mediante o coração do que a mente. Essa a razão de Paulo
haver orado para que fossem iluminados os olhos do vosso coração [não da vossa
mente]. O Senhor Jesus nos instruiu a orar e tam bém a dar esmolas em secreto
diante do Pai, prometendo que ele nos recompensaria. Quando oramos, e
depois dizemos a outras pessoas o quanto estivemos intercedendo, perdemos o
galardão celestial que o Pai nos daria - isso em troca de um breve e passageiro
reconhecimento humano. Entretanto, se orarmos, dermos esmolas, e
ministrarmos de modo que ninguém fique sabendo, senão o Pai, estaremos
guardando nosso tesouro no céu. Porque onde está o teu tesouro, aí estará também o
teu coração.
Os dons espirituais e Os chamados que hajamos recebido do Senhor estão
envolvidos com o ministério profético, mas na essência são simplesmente um
relacionamento de amizade com Deus. Uma das razões por que o Senhor nada
faz sem antes revelar aos seus servos, os profetas, é que ele não quer fazer nada sem
antes compartilhar com seus amigos íntimos o que pre tende fazer. Quando
nosso relacionamento com o Senhor se estreita suficientemente, e temos a
sabedoria de saber guardar os segredos até a hora certa para revelá-los, então ele
compartilha conosco tudo que estiver fazendo.
Alguns são enganados por crerem que Deus apenas fala acerca dos assuntos de
natureza grave. Contudo, neste mundo os que se amam se comunicam uns com
os outros simplesmente por desejarem se conhecer. Da mesma forma, uma grande
parte da comunicação pessoal do Senhor conosco tem apenas esse mesmo
motivo. Em 1 Coríntios 1:9 lemos: Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à
comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor. Não podemos ter comunhão sem
comunicação.
Contudo, a comunicação que visa ao entrosamento é dife rente da comunicação
que visa ao controle. Alguns cristãos não ousam tomar as mais simples decisões, sem
antes ouvir do Senhor. Isso pode ser decorrente de um genuíno zelo em obede -
cer-lhe em tudo. Entretanto, isso também pode ser resultado de insegurança. A
necessidade de ouvir do Senhor quanto às decisões deste mundo não é sinal de
maturidade, mas de imaturidade. Meu filho de 4 anos precisa ser mais vigiado que
minha filha de 14 anos. O que mais digo a meu filho menor é: "Faça isso!" ou
"Não faça aquilo"... Na verdade converso muito mais com minha filha mais velha.
Entretanto, nossas palavras têm muito menos a ver com tomada de decisões, uma
vez que ela tem como tomar a maioria das decisões sem a minha ajuda.
Quando o Espírito Santo enviou os apóstolos Paulo e Barnabé, eles receberam dele
uma diretriz bastante geral: "Vão aos gentios". Entretanto, a maioria das decisões que
tiveram que tomar sobre onde e a quem ir foram tomadas por eles mesmos, porque
eram maduros e tinham a mente de Cristo. As Escrituras revelam que o Senhor então
lhes deu sonhos, visões e profecias, sempre que necessitaram de uma alteração no seu
programa de viagens. Com o amadurecimento, não devemos continuar a ser levados pela
mão, recebendo uma direção específica em t cada pequena decisão; em lugar disso,
temos que assumir que fomos enviados.
Entretanto, nossa visão ou sonho é às vezes apenas uma parte da mensagem de
Deus para nós.
Vemos em Parte
Cada revelação importante é como uma peça de um quebra- cabeças que tem que
ser colocada entre outras peças que já foram dadas a outras pessoas. Isso é verdade
tanto com respeito à doutrina como à profecia. Uma Cínica denominação ou movi-
mento não está de posse de toda a verdade, e nenhum profeta tem a revelação
completa. Mesmo que hajamos recebido a maior parte, ela ainda será uma
pequena parte, diante da verdade como um todo. Foi baseado nisso que o
apóstolo Paulo disse: Nós, porém, temos a mente de Cristo. Observe que ele
disse nós, e não eu tenho a mente de Cristo. Cada um de nós tem apenas uma
parte da grande mente do Senhor, parte essa que tem que se juntar às demais
do Corpo de Cristo para compor sua verdadeira mente.
Em minha experiência, o Senhor muitas vezes tem dado partes das revelações
de que necessito a pessoas pelas quais não sinto simpatia, ou que são
totalmente diferentes de mim. Tenho aprendido que se alguém por alguma
razão provoca em mim o desejo de dele me afastar, então essa pessoa é justamente
aquela de quem devo me aproximar. Eu me conscientizo nesse momento de que
provavelmente ela tem algo de muito valor para que eu ouça. Inevitavelmente
descubro que aquela distância entre nós era devida a falsos juízos de minha
parte, decorrentes de haver procurado conhecê-la segundo a carne, ou pelas
aparências, em lugar de pelo Espírito.
Se duas congregações numa localidade têm normalmente muitos conflitos entre si,
dá para se dizer que ambas têm grande necessidade uma da outra. Nunca vi isso falhar.
Isso é verdade até mesmo entre nações. Há um extraordinário destino espiritual entre a
Inglaterra e a Alemanha, razão pela qual o inimigo tem incitado tantos conflitos entre
essas duas nações.
Agora que sabemos como ouvir a voz de Deus, vejamos com mais precisão como
discernir a voz do Espírito da voz do inimigo.
Reconhecendo a Voz do Inimigo
Em certas ocasiões o inimigo procura imitar a voz do Se nhor para enganar os
santos. Ele não faria isso se o Senhor não estivesse falando com seu povo. E
evidente que a única razão por que um dinheiro falso pode ser feito é o fato
de existir dinheiro verdadeiro. Caminhemos mais um passo nessa analogia.
Você afirmaria que nunca mais vai querer receber dinheiro, simplesmente porque
existe dinheiro falso por aí? Sem dúvida sua resposta seria "não". Pelo fato de o
inimigo procurar às vezes imitar a voz do Senhor, isso não é razão para não
buscarmos conhecer a voz do Espíri to; na verdade essa é mais uma razão
fortíssima para que a conheçam os!
Entretanto, como aprender a distinguir a voz do Senhor da voz do inimigo? A
resposta será óbvia se nos lembrarmos daquela história dos três pastores e suas
ovelhas do Oriente Médio, com a qual comecei este capítulo: familiarizando-nos
mais com a voz de Deus.

Familiarizando-nos mais com a Voz de Deus


Depois de mais de vinte anos de casamento, posso agora reconhecer a voz da
minha mulher, esteja ela cochichando ou gritando. Ela pode estar no meio de
uma multidão de pessoas falando ao mesmo tempo; ainda assim poderei
reconhecer-lhe a voz instantaneamente. Consigo isso porque temos estado
juntos por um longo tempo. Pois é também assim que temos que conhecer a voz
do Senhor. Não há fórmulas mágicas nem atalhos: precisamos estar com ele.
Soube de um cego que tinha um emprego no Departamento de Tesouro do
governo americano, em Washington, D.C. Por ele passava todo o dinheiro recebido. Ele
se tornara tão sensível ao dinheiro, que se alguém lhe passasse uma nota falsa ele a
reconheceria instantaneamente. O discernimento que desenvolveu veio por
conhecer muito bem as notas verdadeiras, não as falsas. Provavelmente ele não teria
tido condições de reconhecer o dinheiro verdadeiro se houvesse passado todo o
tempo procurando conhecer todo tipo de notas falsas que existem por aí.
Semelhantemente, o melhor modo de diferenciar a voz do inimigo em relação à
voz do Senhor é conhecer a voz de Deus tão bem que instantaneamente a
reconhecemos em meio a qualquer outra voz. Os que passam a maior parte do
tempo apenas procurando estudar quem é o inimigo - como ele trabalha, fala e
engana - poderão vir a ter condições de reco nhecer o inimigo muito bem, mas
poderão não reconhecer a voz de Deus. Tenho aprendido a não confiar no
discernimento de quem somente se haja aprofundado em conhecer os e nganos
do inimigo.
Não podemos igualmente julgar que vamos distinguir com precisão a voz de
Deus em relação à voz do inimigo, simplesmente porque conhecemos pessoas que
fazem isso muito bem.

Não há Cidadãos de Segunda Classe no Reino


Ninguém é salvo por conhecer alguém que conhece o Senhor. Também não seremos
usados em milagres pelo fato de conhecermos alguém que tem fé para operar
milagres. Do mesmo modo, ninguém terá condições de reconhecer a voz do
Senhor pela simples razão de fazer parte de uma congregação na qual alguém
conhece a voz de Deus; ou ainda por ler livros ou assistir a programas de pessoas
com esse discernimento. O Senhor não tem netos. Cada um de nós é chamado a ser
seu filho
Entretanto, temos que ter o cuidado de não esperar que novos crentes confiem
em seu próprio discernimento. Já observei muitos crentes novos se esforçando por
ouvir a voz do Senhor. Eles estão agindo de forma prematura, apenas para serem
enganados pelo inimigo ou pelos próprios pensamentos. Isso já tem provocado
tamanha devastação que muitos se tornaram espiritualmente mutilados. O Senhor
disse: As minhas OVELHAS ouvem a minha voz; ele não disse "os meus cordeiros".
Os cordeirinhos não seguem o pastor tanto quanto seguem as ovelhas. Crentes novos
precisam seguir outros crentes até amadurecerem o suficiente para finalmente
conhecerem a voz de Deus. Neste sentido é sábio permanecer perto daqueles que co-
nhecem melhor o Senhor. Contudo essa não deve ser nossa posição permanente;
temos que conhecer o Senhor por nós mesmos.
Embora Josué haja sido um dos homens mais próximos daquele que foi um dos
maiores homens de Deus, Moisés, ele não se satisfez com isso. Certamente era muito
bom ser servo de Moisés, e evidentemente Josué aprendeu muito com ele. No entanto
Josué teve que conhecer o Senhor por si mesmo. Quando Moisés saía do
tabernáculo, Josué lá permanecia, desenvolvendo um relacionamento pessoal com o
Senhor.
O alvo de todo cristão deve ser o de conhecer tão bem o Senhor e sua voz, que
possa distingui-la de todas as demais vozes deste mundo. Alguém disse certa vez:
"Um alvo é um sonho que tem uma data para a sua realização". Não sei se poderemos
determinar que conheceremos a voz do Senhor num certo tempo específico, mas se não
estabelecermos um alvo, a probabilidade de realizarmos qualquer coisa irá diminuir
sensivelmente. Deus promete ir adiante de nós, se conhecermos a sua voz - condu-
zindo-nos pelo vale da sombra da morte até a vida eterna.

Capítulo 7 As muitas faces do racismo espiritual

Uma das histórias mais notáveis do Novo Testamento é a que apresenta os dois
homens no caminho de Emaús. O Jesus ressurrecto juntou-se a eles e lhes expôs as
Escrituras que falavam dele mesmo. Aqui vemos Cristo pregando sobre Cristo! A
unção não poderia ter sido maior. Mesmo assim eles não o reconheceram! Por quê?
Marcos 16:12 nos revela a razão: Depois disso manifestou-se EM OUTRA FORMA a
dois deles que estavam de caminho para o campo (ênfase acrescentada).
Parece que as aparições do Senhor após sua ressurreição aconteceram na
maioria das vezes numa forma diferente em relação àquelas com as quais eles
estavam acostumados. Isso tinha um propósito que precisamos compreender, a fim de
que reconheçamos o Senhor quando ele se aproximar de nós. Para conhecermos o
Cristo vivo, temos de conhecê-lo pelo Espírito e não pela aparência.
Quantas vezes falhamos em reconhecer o Senhor porque ele vem a nós
numa forma com a qual não estamos acostumados? Se nos habituarmos à
maneira pentecostal, não reconheceremos o Senhor se ele vier até nós na forma
batista. Se nos acostumarmos com a forma dos renovados, não o reconhece -
remos, caso venha na forma pentecostal tradicional. A razão para isso é um
racismo espiritual. Racismo não tem a ver tão- somente com diferentes raças
humanas, mas com grupos que são diversos de nós, quer essas diferenças
sejam de raça, religião, cultura, lugar geográfico ou qualquer outra natureza que
os torne diferentes de nós.
Se você for a Los Angeles, recomendo-lhe que visite o Museu da Tolerância. É um
lugar fascinante, dirigido por rabinos, que exibe crimes que demonstram haverem sido
cometidos debaixo de muito ódio, desde o início da história até o dia de hoje.
Quando você entra no museu encontra duas portas. Uma delas tem a seguinte
placa: "COM PRECONCEITOS"; a outra assinala: "SEM PRECONCEITOS". Se você
ficar por ali observando, você verá que quase todos os que entram no museu tentam
passar pela porta "Sem preconceitos". Mas, que surpresa! Essa porta está
trancada. Não dá para passar por ela, porque todo o mundo tem algum tipo de
preconceito. Eu tenho os meus, e você tem os seus.
Deus quer que nos reconheçamos como somos. Ele deseja que entremos pela
porta mareada com a condição "Com preconceitos". Somente quando
reconhecermos a verdade com respeito a nós mesmos é que seremos libertos.
I s s o é m u i t o m a i s d o q u e q u a l q u e r q u e s t ã o e n t r e pentecostais e
batistas, ou entre os de raça negra e os de raça branca, ou ainda entre judeus e
gentios. Trata-se de uma das formas de orgulho mais primárias: orgulho da
carne ou de exterioridades. O racismo promove uma escravidão ao que nos é
familiar, e que pode roubar-nos dos encontros mais íntimos com nosso Senhor.
Quando o Senhor lamentou por Jerusalém, por haver mor to os profetas e os
que haviam sido enviados para lá, ele declarou que a casa daquela cidade
ficaria deserta, e eles não o veriam até o dia em que estariam dizendo: Bendito o
que vem em nome do Senhor! O que é verdade para Jerusalém é também verdade
para a Igreja. Não veremos o Senhor até que aprendamos a abençoar os que vierem
em seu nome. O Deus que estendeu os céus como a cortina de u ma tenda é
grande demais para habitar exclusivamente em nossa insignificante denominação, não
importando quão grande ela possa ser. Ele é grande demais para ser encontrado
em nossa forma de adoração, seja ela decorrente de um processo progressivo,
seja seguindo rapidamente a forma mais nova de culto. O que ver dadeiramente
é de Cristo ainda está nascendo nos lugares em que menos esperaríamos.
O Senhor prometeu que ao retornar separará os que tiverem a natureza do cabrito
daqueles que tiverem a natureza da ovelha. Uma das características das ovelhas
era: "Eu era forasteiro e me hospedastes" (tradução do autor). Um forasteiro é
alguém diferente de nós, alguém proveniente de outro lugar, que tal vez fale uma
língua diferente, ou alguém que até mesmo seja de outra denominação. Em
outras palavras, um dos principais fatores que nos distinguirão quanto a se somos
ovelhas ou cabritos será nossa abertura em relação àqueles que são diferentes de nós.
Os israelitas receberam esta ordem: Amai, pois; o estrangeiro, porque fostes
estrangeiros na terra do Egito. Isso implica que o Senhor consentiu que os israelitas
ficassem cativos numa terra estranha, de forma que viessem a ter compaixão
pelos estrangeiros. Uma importante razão para que Israel tivesse compaixão pelo
estrangeiro se encontra em Deuteronômio, 31:12: Ajuntai o povo, os homens, as
mulheres, os meninos e o estrangeiro que está dentro da vossa cidade, PARA QUE OUÇAM,
E APRENDAM, E TEMAM O SENHOR, VOSSO DEUS, e cuidem de cumprir todas as palavras
desta lei (ênfase acrescentada).
A verdadeira autoridade espiritual está em nossa compaixão. Pelo fato de
Jesus haver sentido compaixão pelas ovelhas que estavam sem pastor, ele se
tornou nosso Pastor. Não podemos ter compaixão daqueles de quem zombamos,
depreciamos ou rejeitamos por serem diferentes de nós. Nunca teremos a
verdadeira autoridade para corrigir as doutrinas de outro movimento ou
denominação se não tivermos o amor de Deus para com eles.
Até certo ponto parece que, apesar de doutrinas erradas, ou de quão antiquada
seja a forma de culto de uma igreja, se os crentes dessa igreja amam os pobres, os
órfãos, as viúvas e os forasteiros, Deus os abençoará e cuidará deles, porque
amam e cuidam daqueles que ele deseja que sejam cuidados. Esta é a principal razão
por que Deus abençoou os Estados Unidos: as portas americanas possivelmente
hajam estado abertas para estrangeiros e para oprimidos mais do que as de qualquer
outra nação. (Nem sempre os americanos Os trataram bem depois que vieram, mas seja
como for eles foram recebidos pela nação.)
Desse modo os países que receberam muitos imigrantes têm um potencial sem
igual para demonstrar simpatia e tolerância para com os que vêm de diferentes
culturas e grupos étnicos.
Uma Casa de todas as Nações

O Senhor chamou Sua Igreja para ser uma casa de oração para todas as nações. A
palavra nações é traduzida do grego ethnos, ou etnias. Semelhantemente, os Estados
Unidos se tornaram uma casa para todas as nações. Conquanto seja a intenção do
Senhor usar os Estados Unidos em razão disso, a intenção do inimigo é conturbar
a questão racial neste país de forma a semear ainda muito mais discórdia e
desconfiança entre grupos étnicos por todo o mundo.
O inimigo planejou usar a África do Sul dessa mesma forma, durante a eleição que
ocorreu há algum tempo. Sua estratégia foi frustrada pela oração em escala
mundial feita em favor daquele país. Contudo, quando Satanás é frustrado desse
modo, ele procura em algum outro lugar uma forma de descarregar a sua ira.
Quando ele viu que não tinha jeito na África do Sul, foi vingar-se na primeira nação
mais próxima em que encontrou uma abertura; no caso, a Ruanda.
O que aconteceu na Ruanda foi um ataque espiritual da magnitude que Satanás
pretendia soltar sobre a África do Sul. Os missionários diziam que o povo de Ruanda era
o povo "mais pacífico da África". Entretanto, numa certa manhã eles acordaram numa
total e cruel insanidade. Aqueles que haviam naturalmente dado "boa-noite" a seus
vizinhos, de repente estavam arrombando as portas de suas casas para matar
famílias inteiras. Quando toda aquela carnificina amenizou, alguns dos que se
haviam envolvido naquela impiedosa matança confessaram que haviam estado
como que num transe, mal conseguindo lembrar-se do que haviam feito. Outros pareciam
com sinceridade não acreditar haverem sido os autores daquelas atrocidades. Contudo
foram! Tudo isso não pode ser explicado na esfera natural, visto haver sido resultado de
uma investida espiritual.
Ruanda foi considerada a nação mais "cristã" da África. Quase 90 por cento da
população declarava ser participante da fé. Entretanto, a definição popular naquele
país do que significa ser cristão está bem longe da definição bíblica. Os que afirmam
ser cristãos, mas que não têm o Espírito de Deus, poderão ser os mais vulneráveis às
poderosas investidas das trevas. Os cristãos nominais têm demonstrado ser as
pessoas mais perigosas sobre a Terra; eles ainda se acham sob o domínio de
Satanás, e o inimigo vê neles uma oportunidade (mica para empanar o brilho do
nome de Jesus Cristo.
Antes de cada uma das duas guerras mundiais, a Alemanha se declarou nação cristã.
Hitler afirmou que estava ressuscitando o Santo Império Romano para estabelecer seu
milésimo ano de reinado sobre a Terra. A maioria dos "cristãos" da Alemanha foi atingida
por esse engano, apesar de todos os assassínios sem dó que ocorreram e de toda a
opressão que se estabeleceu no Terceiro Reid.
'
De igual modo, os Estados Unidos declaram ser uma nação cristã. Quase 85% da
população americana faz tal afirmação, e mais da metade afirma haver nascido de
novo. Entretanto, onde está o fruto dessa situação? É bem provável que os registros
celestiais contenhan na verdade apenas uma pequena percentagem da população total
dos Estados Unidos (do mesmo modo que os maiores evangelistas reconhecem que
menos de 10% das decisões por Cristo em campanhas evangelísticas chegam a se
tornar membros de uma igreja evangélica).
Quando perguntaram a Jesus que sinais ele daria para o fim dos tempos, um dos
sinais que ele mencionou foi: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino. A
palavra grega traduzida como "nação" aqui é ethnos, a mesma que vimos antes
em Marcos 11:17. Jesus não se referia propriamente a países lutando contra outros
países, e sim ao aumento de conflitos étnicos.
Quase todo conflito de maior importância que tem ocorrido no mundo de hoje é
fundamentalmente um conflito étnico, muito mais que político. Em meio a toda a
destruição motivada por questões raciais que acontecerá no fim dos tempos, a
Igreja é chamada a ser uma casa de oração por todos os ethnos, OU seja, por todas
as etnias. Creio que as igrejas que não confrontarem e vencerem a fortaleza do racismo
serão vencidas nos tempos à nossa frente.
As "portas do inferno"5 são as portas do inimigo que se abrem para o mundo, e o
racismo talvez seja a maior das portas que o inimigo venha a usar no- fim desta era.
Satanás liberará alguns de seus maiores poderes para frustrar nosso chamado como
casa de oração por todas as nações. Se lhe for possível, ele usará Os Estados Unidos
como um instrumento para enviar a morte e a destruição numa escala sem precedentes.

As Culturas Dentro do Próprio País


As nações que receberam imigrantes de muitas etnias d iferentes, tal como os
Estados Unidos e o Brasil, não precisam ir até outros países para alcançar as
diversas nações. Um dos grandes missionários do nosso tempo, Bob Weiner, tem
passado a maior parte da sua vida adulta procurando demonstrar à Igreja que
praticamente toda nação importante do mundo está re presentada no corpo
estudantil das universidades americanas. Num levantamento feito, sessenta
líderes políticos do mundo receberam uma formação universitária em escolas
americanas. Muitos dos estudantes estrangeiros se encontram solitários,
distantes da família, dos amigos, da cultura, e estão bastante abertos ao
evangelho. Num levantamento feito entre eles, constatou-se que um de seus
maiores desejos (em segundo lugar, perdendo apenas para o desejo de ter uma
educação) era ter uni amigo.
Tanto o homem que planejou o ataque japonês a Pearl Harbor como o que nele
comandou as forças japonesas haviam estudado numa escola americana. Os dois
se haviam ofendido pelo tratamento discriminatório recebido dos americanos. O que na
história teria sido diferente, se houvessem recebido outro tipo de tratamento? Um
significativo número de líderes islamitas que agora chamam os Estados Unidos
de "o grande Satã" também foi educado em universidades americanas. Quão
diferente seria o mundo hoje se Os americanos houvessem amado e tra tado bem
essas pessoas quando se encontravam em seu país! O futuro da humanidade
poderá ser totalmente mudado se os homens se arrependerem de seu racismo e
começarem a amar os estrangeiros que estejam em seu meio, tal como somos
comandados a fazer.
Muitos dos estudantes estrangeiros, nos Estados Unidos, não têm para onde ir nos
períodos de férias. Como em muitas universidades seus alojamentos se fecham, eles
são obrigados a ir para hotéis caros, ou têm que procurar abrigo em alguma insti -
tuição de caridade. As igrejas e as famílias que têm ido às universidades oferecendo
hospitalidade a esses estudantes têm sido recebidas muito bem. Muitos desses
estudantes vêm a Cristo dessa maneira. E isso não acontece pelo fato de haverem sido
pressionados, sendo colocados frente a um auditório, e sim em razão do amor com
que foram recebidos nesses lares.
'O carinho demonstrado a um estudante estrangeiro, levando-o a um passeio
de fim-de-semana para conhecer uma região de interesse turístico nas
imediações, pode causar um impacto maior nas relações com outros países do
que qualquer programa governamental. Os que são enviados aos Estados Unidos
e a outras nações ocidentais para lá receberem sua formação escolar são normalmente
os mais bem dotados, possivelmente futuros líderes das diversas esferas da
sociedade de seu país de origem. Do mesmo modo, os que dentre eles forem levados a
Cristo poderão causar um grande impacto para o Senhor em seu país.
Uma das doutrinas básicas do islamismo é submeter o mundo todo a Alá, seja pela
conversão, seja pela força das armas (Jihad para eles é "guerra santa").
Atualmente o islamismo é uma religião que está tendo um grande crescimento. Os
muçulmanos estão conquistando nações inteiras, que nós cristãos estamos perdendo.
A menos que acabemos com as restrições humanistas que nos impedem de
compartilhar a nossa fé com estrangeiros para não infringir seus "direitos",
continuaremos a perder muitas vidas para o islamismo.
Uma das questões sociológicas mais intrigantes que enfrentamos é a questão
de por que filhos nascidos de pais alcoólatras, que viveram em meio a uma
situação perturbada pelo medo e pela violência, têm a tendência de se casar
com alcoólatras. Por alguma razão, a dor e o medo que inevitavelmente são
causados pelo cônjuge alcoólatra são mais fáceis de tolerar do que uma
mudança. Isso tem sido referido como sendo "a tirania do que é familiar". De
modo semelhante, o medo que ternos de etnias diferentes da nossa gera
impedimentos a uma verdadeira liberdade espiritual. Em vez de temê -las, po-
deríamos aprender muito com elas.
Essa mesma tirania do familiar é uma das principais razões por que o mundo
permanece em pecado e os que estão presos às mais cruéis formas de religião
permanecem totalmente dedicados a tudo que os prende. Para os seres humanos
decaídos, um inevitável tormento mental e físico é mais aceitável que u ma
mudança. Apenas o amor pode eliminar aquele terrível temor e trazer uma
verdadeira conversão do coração. Foi por essa razão que Paulo afirmou que a
bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento.
Em qualquer época há de duzentos a trezentos mil estudantes estrangeiros
nos Estados Unidos, que se encontram sós e isolados. Há ainda milhares de
estudantes estrangeiros vivendo em outras nações ocidentais, inclusive no Brasil.
Embora acreditemos fortemente em missões estrangeiras, é evidente que há um
grande campo missionário dentro do próprio país em que vivemos. Entretanto,
o que parece é que os crentes não estão levando isso em conta. Os estrangeiros
que se encontram em nosso meio são bem mais abertos ao evangelho do que os
que estão no próprio país. Essas vidas preciosas necessitam do nosso amor. Elas
precisam aceitar-nos, e depois aceitar a mensagem que temos para elas.
Israel recebeu o encargo de amar os estrangeiros antes de receberem a ordem de lhes
ensinar os caminhos de Deus. Em Deuteronômio 14:28,29 e 26:12 os dízimos eram
para ser entregues aos levitas e aos estrangeiros, aos órfãos e às viúvas.' Com
toda a ênfase que se tem dado ao dízimo, será que ele tem sido posto no lugar
correto?
Essa questão de se cuidar dos estrangeiros é tão importante que quando Paulo
apresentou as qualificações que os líderes da Igreja deveriam ter, uma delas foi a
de que o candidato a um posto de liderança tinha que ser dedicado à
hospitalidade a estrangeiros. (E observe que a palavra grega que foi traduzida por
"hospitaleiro" é philoxenos, que literalmente denota hospitalidade a estrangeiros e
forasteiros.)
Geralmente nós, os que acreditamos que estamos libertos do espírito de racismo,
toleramos e aceitamos apenas aqueles cuja "raça" é igual à nossa. Os batistas têm
todo o prazer em aceitar os presbiterianos, tão logo eles passem pelo batismo de
imersão. Os pentecostais terão muito prazer em aceitar os metodistas, a partir do
momento em que passem a falar em línguas. A igreja de ricos diz amar os pobres,
e chega até mesmo a desejar ter pobres em sua igreja, mas bem poucos ricos têm o
desejo de se filiar a uma igreja de pobres. A maioria das paredes que nos separam
estão firmadas na arrogância de terem nosso ponto-de-vista aceito, e que todos se
tornem como nós. Isso não significa, absolutamente, que devemos de forma alguma
ceder em qualquer verdade que consideremos importante. Entretanto, se
conseguirmos construir pontes de confiança até aqueles que não vêem as coisas
como nós vemos, nossa amizade e nossa abertura para com eles ganhará muitos
dentre eles para nossa posição - bem mais do que conseguimos com nossa
hostilidade.
A Igreja tem grande prazer em ver judeus convertendo-se ao Cristianismo, contanto
que venham a fazer parte dela. Contudo o "movimento messiânico" é considerado
uma afronta. Nem a igreja nem o movimento messiânico refletem verdadeiramente a
nova criação. O modo pelo qual serei uma unidade com mi nha esposa não é
transformando-a num homem! Nossa unidade acontece quando vemos as nossas
diferenças complementando- se, em vez de entrarmos em conflito. Paulo escreveu
que o próprio Senhor Jesus Cristo "criou, dos dois, um novo homem, fazendo a paz,
e reconciliou ambos num só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a
inimizade."
Os luteranos, Os batistas, os pentecostais, os renovados e todos os demais
acrescentaram verdades e luz à Igreja, o que é necessário para que ela cumpra seu
propósito. Entretanto, apesar de todo o progresso da Reforma, o fundamento da
Igreja ainda está mais em Roma do que em Jerusalém. Assim Paulo afirmou aos
gentios: ...não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que
sustentas a raiz, mas a raiz, a ti. Quando Israel for enxertada de volta, ela ajudará a
Igreja a retornar às suas verdadeiras raízes, o que não lhe foi possível fazer até
agora. Isso não é para ser mal compreendido. Não estou falando de a Igreja voltar para a
lei ou para meros rituais. É algo muito mais profundo que isso, ainda não
compreendido até mesmo pelo movimento messiânico.
Entretanto, há esperança. O Senhor está para enviar outro grande avivamento!
Esse avivamento terá o potencial de tornar a Igreja uma fortaleza contra as densas
trevas que estão por vir no fim desta era. E por termos em nosso meio
representantes de todas as nações, há um potencial de ação sem similares.

A L u z e n t r e a s Tr e va s

Preparando-nos para o grande mover de Deus que está por vir, um crescente
número de avivamentos e de movimentos de renovação espiritual surgirão em
diferentes lugares. Alguns deles virão com um impacto tal que terão manchetes
em jornais seculares e se tornarão destaque nos noticiários de televisão. Outros
vão crepitar como uma enorme queimada campestre, espalhando-se por quase todas
as maiores cidades. Missionários em grande número serão enviados para outros
países; será uma grande força missionária atuando nos últimos dias. Tudo isso
contribuirá para derreter todo o gelo do Cristianismo eu ropeu e americano que
ainda se encontra congelado, dando condições para a explosão do que se tornará o
maior avivamento jamais visto.
Haverá uma unidade que virá de diferentes grupos étnicos, produzindo cura e
reconciliação em nosso meio. Então toda a Igreja dará atenção às antigas feridas
causadas nos judeus pelo Cristianismo histórico e institucional.
Quando nós na Igreja houvermos finalmente alcançado a graça e a humildade
necessárias para abraçar aqueles que são diferentes de nós, a verdade do
evangelho se libertará da corrupção e do engano que a têm assolado desde o
primeiro século. Então haverá um irromper do poder de Deus tal como o mundo
nunca testemunhou até hoje. Tais serão os dias das "obras maiores".
Enquanto esses dias não chegam, muita coisa pode ser feita para tratar desse
racismo ainda existente na Igreja. Já se tem notícia de que uma crescente
comunidade de crentes está construindo pontes de compreensão, de cooperação
e de investimento comunitário entre cristãos de diferentes situações. Nos Estados
Unidos temos um exemplo de uma ponte dessas, feita em Charlotte, Carolina do
Norte, que passo a relatar.

Uma Ponte de Amor entre duas Igrejas Irmãs


Tudo teve início há alguns anos, quando uma senhora de cor, de nome
Bárbara Brewton, perdeu o marido atingido por um tiro. Isso aconteceu no
bairro de alta criminalidade de Charlotte, conhecido como Double Oaks. Esse
local foi referido pelo jornal New York Times como sendo um dos pontos de maior
violência dos Estados Unidos. Arrasada e amargurada pela perda, ela se mudou
do local com sua família, mas depois de alguns anos Deus começou a trabalhar no
coração dela. Aproximando-se de Jesus Cristo, sentiu da parte de Deus a direção de
voltar para Double Oaks.
Bárbara Brewton retornou então a Double Oaks e deu início a um trabalho com as
crianças da localidade às sextas-feiras à noite, fazendo isso por sua própria conta. Ela
não apenas ensinou a meninada com respeito a Jesus, como também a ajudou na
alfabetização. Ela teve que os arrastar para fora dos pátios e das esquinas, nas
muitas vezes em que um tiroteio irrompeu - o que acontecia com freqüência. Em pouco
tempo ela estava ministrando não apenas a crianças, mas aos pais delas também.
Do seu trabalho surgiu então uma igreja, a Igreja da Comuni dade, tendo Bárbara
Brewton como pastora. Reuniam-se numa casa, colocando alto-falantes nas
janelas, de modo que na rua se podia ouvir a música e a pregação. A partir de então
traficantes de drogas, membros , de gangues e viciados começaram a aparecer e
foram sendo salvos.
Não demorou muito e a igreja de Bárbara se mudou para um prédio de
alvenaria que tivera anteriormente diversas funções, inclusive a de uni centro
comunitário e uma casa de má reputação. O prédio tinha salas para a Escola
Dominical, uma área de escritórios e um santuário. A igreja cresceu tão depressa
que as pessoas nos cultos se apinhavam pelas escadarias e até fora, na calçada da
entrada. A razão por que a igreja estava atraindo tanta gente era o fato de elas
observarem que realmente aquela era uma igreja que se preocupava com as
pessoas. Ela estava sem dúvida melhorando a vida das crianças e dos adultos
em Double Oaks. Além disso haviam conseguido aumentar a segurança em toda
a localidade, em vista de haverem obtido das autoridades locais a colocação de
muretas de proteção do trânsito em certas ruas (o que contribuiu para diminuir
o tráfico de drogas), bem como o aumento do policiamento.
Nesse mesmo tempo, do outro lado da cidade, na rica zona sul de Charlotte,
uma outra mulher, Mary Lance Sisk, sentiu que Deus a chamava para envolver-se
com a dor existente na parte central da cidade. Mary tinha um ministério
internacional que ensina as pessoas a orar. Seu ministério já a levou a todas as
partes do mundo. Ela também estava bastante envol vida com a Igreja Evangélica
Presbiteriana de Forest Hill, uma igreja importante e constituída em sua maioria por
pessoas da raça branca. Ela então teve um contato com a pastora Bárbara, e a
convidou para um almoço. Naquele encontro foi dado início a uma parceria que
cresceu a ponto de se constituir num belo exemplo do que Deus pode fazer para
juntar ethnos com ethnos. Mary e Bárbara eram duas mulheres de dois mundos
diferentes - do branco e do negro. Contudo elas se juntaram.
Em decorrência da amizade entre Mary e Bárbara, as duas igrejas se uniram num
incrível relacionamento de "igrejas irmãs". Um de seus primeiros projetos foi o de limpar
áreas públicas de Double Oaks. Uma parceria foi formada entre as duas igrejas, a
prefeitura e grupos civis. Essa parceria em Double Oaks comprou casas em estado
precário e em ruínas de seus donos favelados, reformou-as e as vendeu a interessados
de baixa renda, cuidadosamente selecionados, e com planos de financiamento de juros
baixos. A parte renovada passou a chamar-se Parque Gênesis. Gênesis significa "início",
e aquele lugar realmente representou um novo início para aquele velho bairro. Até mesmo
muitas daquelas ruas, que se haviam tornado sinônimas de assassinato, drogas e
prostituição, receberam novos nomes, tais como Avenida do Vento Impetuoso e Avenida
do Caminho da Paz. As ruas que anteriormente eram tão perigosas, a ponto de até
mesmo os carros da polícia e as ambulâncias se recusarem a passar por elas, de repente
se transformaram em zonas de esperança e de orgulho.
Vendo que as instalações da Igreja da Comunidade estavam rapidamente ficando
pequenas para as necessidades existentes, Mary Lance Sisk, da Igreja de Forest Hill,
deu início à uma campanha para ajudar aquela ousada igreja, da pior parte da cidade, a
começar a construir um centro de adoração bem maior. Formou- se então uma
comissão que levou uma proposta à diretoria da Igreja de Forest Hill, e a diretoria fez
algo impressionante. Embora a liderança da igreja fazia já algum tempo tivesse o
propósito de construir uma nova área, mais ampla, para o ministério da própria
igreja, atendendo à voz de Deus tomaram a decisão de assumir uma campanha para
levantar 150.000 dólares, a serem entregues àquela igreja-irmã, composta em sua
maioria de negros.
Em maio de 1996 um banquete foi realizado. Era seu propósito dar o pontapé
inicial naquela campanha de levantamento de fundos. Mas eles estavam atrasados!
O alvo de 150.000 dólares já havia sido atingido! Pela palavra que foi de boca em
boca, os membros da igreja já haviam respondido à campanha, e o alvo fora
alcançado. Desse modo o banquete, que seria o marco inicial da campanha, na
realidade acabou sendo um banquete de celebração. No final dele o total de
compromissos feitos para aquela campanha já ultrapassara o dobro: eles já podiam
contar com $320.000! Entretanto, mais importante que o dinhei ro foi o fato de
que Membros de ambas as igrejas estavam se visitando uns aos outros,
envolvendo-se com os ministérios e com os cultos da outra igreja, tomando
juntos a santa ceia, orando juntos, pedindo perdão por todo preconceito do
passado, e construindo a unidade e o entendimento. Assim, uma poderosa
parceria estava surgindo, ao mesmo tempo em que os membros de Forest Hill
aprendiam mais e mais sobre o ministério na parte central da cidade.
Mediante essa experiência, uma esperança sobreveio à cidade de Charlotte, da
Carolina do Norte. O espirito de racismo foi amarrado; impedido de se manifestar,
fugiu da cidade. Isso poderá acontecer de maneira igual na sua igreja e na sua
comunidade. Tudo que é necessário é haver uma pessoa - alguém como você -
que esteja disposta a se deixar usar por Deus.
Temos que lembrar que todos Os relacionamentos verdadeiros são construídos
em pontes de confiança. E quanto mais resistente for a ponte, maior há de ser o peso
que ela permitirá ser transportado por ela. Todos temos que nos perguntar a nós
mesmos o que podemos fazer para ajudar a construir pontes para que haja uma
reconciliação racial espiritual, verdadeira e duradoura. A alternativa é, como advertiu o
Senhor, haver "nação (ethnos) levantando-se contra nação (ethnos)".

Capítulo 8 Que a batalha se inicie!

Em 16 de fevereiro de 1995 tive um sonho em que vi um exército demoníaco


tão grande que se estendia até onde a minha visão alcançava. Ele era
composto de diversas divisões, cada uma delas levando uma bandeira diferente.
As principais divisões, as mais poderosas, eram as divisões do Orgu lho, da
Retidão Própria, da Reputação, da Ambição Pessoal e do Julgamento Injusto.
No entanto, a maior de todas elas era a divisão da Inveja. O líder desse
enorme exército era o próprio acusador dos irmãos. Eu sabia que havia ainda
muitas outras divisões malignas além do alcance da minha vi são, mas estas
mais próximas estavam à frente dessa terrível horda do inferno que agora
estava sendo liberada para marchar contra a Igreja.
As armas que essa horda carregava tinham nomes marca dos nas mesmas. As
espadas tinham o nome de Intimidação; as lanças o de Traição; e as flechas tinham
os nomes de Acusação, Mexerico, Calúnia e Crítica. Batedores e companhias
menores de demônios com os nomes de Rejeição, Amargura, Impaciência, falta de
Perdão e Cobiça eram enviados à frente desse exército para preparar o ataque
principal. Eu sabia em meu coração que a Igreja jamais enfrentara nada igual a isso.
A principal tarefa desse exército era a de provocar divisão. Ele foi enviado para
atacar todos os níveis de relacionamento: igrejas umas em relação a outras;
congregações e seus pastores; maridos e esposas; filhos e pais; e inclusive causar
divisões em crianças. Os batedores eram enviados para localizar nas igrejas,
nas famílias e nas pessoas as aberturas de rejeição, de amargura e de cobiça que
o inimigo poderia explorar, ampliando as brechas para as divisões que estavam
vindo em seguida.
A parte mais chocante nessa visão era que essa horda não estava montada
em cavalos, mas em cristãos! A maioria deles era bem vestida, respeitável, com a
aparência de pessoas refinadas e de um bom nível de educação. Eram crentes que
haviam se aberto aos poderes das trevas num grau tal que o inimigo os podia usar,
e eles acreditavam que era Deus que os estava usando. O acusador sabe que uma
casa dividida não pode permanecer de pé, e esse exército representava a última
tentativa de provocar um tamanho esfacelamento na Igreja que ela terminasse por
decair totalmente da Graça.
Essa visão juntou-se com muitas outras durante um período de um ano, e foi
apresentada no meu livro A Batalha Final. Essa profecia é uma advertência à Igreja
quanto às batalhas espirituais que se acham à nossa frente, no século vinte e um.
Contudo, essa não foi à primeira advertência que o Senhor me deu.
Em 31 de dezembro de 1990 eu vira em espírito nuvens car regadas, das quais
não haveria como escapar. Quando a tempestade estava a ponto de irromper,
uma voz falou: "O Salmo 91 é para 1991". Percebi que embora não possamos escapar
da i nvestida do maligno, temos de fato uma proteção em meio às nossas lutas.
As nuvens de tempestade que estão se formando na esfera natural não
passam de uma imagem do que está acontecendo na espiritual. O "príncipe da
Pérsia", um dos mais fortes principados atuando na Terra, está determinado a
afirmar sua autoridade, e finalmente exercer seu controle sobre toda ela. Em bora
esse conflito se reflita em batalhas terrestres, a verdadeira batalha acontece no
céu. Não teremos um avanço até que o Corpo de Cristo ore e jejue com o zelo
de Daniel, e com uma visão concentrada na restauração do Templo de Deus (que
não é feito de alvenaria, e sim de seres humanos) e da Jerusalém celestial, cuja
restauração se refletirá pela incorporação da Jerusalém terrena. O Corpo de Cristo
tem de se preparar espiritualmente para essa guerra, tal como um exército terreno se
prepararia para uma batalha. Precisamos jogar fora com a maior urgência todo o
excesso que temos em nossa bagagem. Paulo disse a seu discípulo Timóteo:
Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque seu objetivo é
satisfazer àquele que o arregimentou. Ternos, portanto, que fazer o seguinte:
-Livrar-nos do pecado e da poluição espiritual na nossa vida.
-Livrar-nos daquelas coisas "boas" que desviam nossa atenção do nosso chamado
espiritual.
-Livrar-nos de dívidas e não fazer compras de maior valor sem uma clara direção
do Senhor, tal como foi dito no Capítulo 2. (Leia 1ª Timóteo 6:3-19 e medite sobre
esse texto.)
Então estaremos prontos para lutar numa guerra espiritual. Nos últimos dez
anos muito se escreveu sobre o assunto de batalha espiritual. Contudo, apesar de
todas as teorias e de todos os gritos de guerra, muitos crentes ainda estão
perguntando a si mesmos: O que é necessário para empreender uma guerra com
sucesso diante do inimigo da nossa alma?
Em minha vida descobri que oito princípios bíblicos são es senciais para
combatermos as forças das trevas.

Oito Pontos Chaves para uma Guerra Espiritual Vitoriosa


1. AMAR É MAIS IMPORTANTE QUE GUERREAR
Este é o primeiro ponto chave. Uma das repreensões mais sérias que o Senhor
fez às sete Igrejas do Apocalipse foi a que fez à Igreja de Éfeso: "Se vocês não
voltarem para seu primeiro amor, removerei o candeeiro de vocês". Com isso ele
de fato estava dizendo que eles deixariam de ser uma Igreja. É necessário antes
de mais nada amar. O maior de todos Os manda mentos é amar o Senhor. São
em muito maior número os textos das Escrituras que nos ordenam a amar o
Senhor do que OS que nos mandam lutar contra o inimigo. Não há a menor
dúvida: ternos que dedicar mais tempo a nos aproximar do Senhor do que a lutar
contra as trevas.

O fundamento de tudo que somos chamados a ser e a fazer se encontra em Cristo.


Ele já conquistou a vitória. Permanecer em intimidade com o Senhor é o
primeiro princípio da batalha espiritual. Uma vez que atendamos a ele - amando
e adorando o Senhor - teremos então de nos lembrar de que estamos numa guerra
com um inimigo que procura por todos os meios destruir-nos. Sendo assim, e essa é
a grande realidade, temos que nos dedicar a lutar.
2. TEMOS QUE NOS DEDICAR À LUTA
Estamos numa guerra todos os dias, quer queiramos, quer não. De fato, se a
nossa decisão for a de não lutar - desobedecendo às exortações bíblicas de
combater o bom combate e nos revestir de toda a armadura de Deus -
acabaremos sendo atingidos. Imediatamente depois da ressurreição o Senhor
recebeu o direito legal de amarrar ou destruir Satanás e rei vindicar a Terra
para si. Por que ainda não o fez? Por nossa causa! A presente era é uma prova.
Toda a Igreja está na condição da noiva que tem que provar sua devoção e
fidelidade, tendo vitória sobre um mundo maligno, e devendo apren der a
assumir a responsabilidade que a cap acitará a reinar juntamente com Cristo.
Deus não nos põe à prova para que caiamos, mas para que ele possa ver em
que ponto de autoridade poderá colocar cada um de nós no seu reino eterno.
Há um momento numa batalha em que pontos realmente importantes, até
mesmo a vida e a morte, são decididos, e a essência de quem somos vem à luz.
Vamos egoisticamente esconder a nossa salvação, ou lutaremos pelo que é reto e
justo? Conduziremos outras pessoas à vida do Filho de Deus, ou daremos lugar ao
pecado e à rebelião sempre que nos encontrarmos debaixo de pressão, levando conosco
outros de roldão?
Agora, quando estamos diante de um novo milênio, quando as trevas mais
densas estão vindo sobre a Terra, os maiores conflitos entre o bem e o mal
acontecerão. Talvez morramos durante nossa luta pelo reino, ou quem sabe
venhamos a ser arrebatados. Entretanto, quer morramos quer sejamos arre -
batados, que isso aconteça enquanto estivermos atacando as trevas do nosso
tempo com uma firme resolução e fazendo uso do nosso escudo da fé, para
nos proteger diante de toda fraqueza e imaturidade.
Nada de Paradas para Descanso na Batalha
A exortação de Paulo aos efésios, quando eles se preparavam para batalhar contra
o mal do seu tempo, foi no sentido de que se revestissem de toda a armadura de
Deus. Se deixarmos de lado parte da proteção, o inimigo muito provavelmente
encontrará nosso ponto fraco e nos atingirá bem ali. Não há tré guas nesse
conflito. Não podemos dizer: "Sinto-me cansado; por ISSO durante algum tempo
não quero lutar". Não podemos dizer ao inimigo: "Não me atinja em tal lugar". Ele
logicamente não vai agir segundo as nossas regras e nossos interesses. Nem
espere dele - jamais - um jogo limpo! Ele fará uso de tudo que puder para nos atingir.
As Escrituras estão cheias de exemplos de pessoas que deram lugar a uma
pequena brecha em sua vida, o que permitiu ao inimigo entrar por ela de
maneira a alagar tudo com o mal. E não passou de uma pequena brecha! O
grande pecado do rei Davi é um exemplo bem claro disso. Na primavera no tempo
em que os reis costumam ir para a guerra, ele ficou em casa. O que aconteceu então?
Ele caiu em adultério e cometeu um assassinato para acobertar o que fizera,
tendo sido isso uma das mais trágicas quedas da graça descritas nas Escritu-
ras. O Senhor lhe perdoou, mas a espada não deixou a sua casa até que a
tragédia atingisse alguns da própria família. O Senhor perdoará nossos
pecados, mas sempre haverá conseqüências - colheremos o que plantamos, e
os que estiverem sob o nosso cuidado sofrerão.
Como Davi aprendeu, quando é hora de lutar, um dos lugares mais perigosos
onde se permanecer é na retaguarda. Quando o inimigo nos vê em retirada, ou
arrefecendo, ele nos combate com ímpeto ainda maior. Nunca se esqueça de que o
inimigo não tem misericórdia nem compaixão, e que está determinado a nos destruir.
Entretanto, ele não terá poder algum contra nós enquanto estivermos submissos ao
Senhor, debaixo de seu senhorio, e resistindo a ele com toda a nossa vontade e
persistência. É isso que temos que fazer.
Precisamos ter sempre em mente que para isto se manifestou o Filho de Deus: para
destruir as obras do diabo. Nós também fomos enviados ao mundo para destruir as
obras do diabo. Jesus orou na noite anterior à sua crucificação: Assim como tu me
enviaste ao mundo, também eu 05 enviei ao mundo! O mundo agora jaz sob o poder
do maligno, mas ele nos prometeu: Ao SENHOR pertence a Terra e tudo o que nela se
contém, o mundo e os que nele habitam. Nós estamos aqui para tomarmos a Terra e
quebrarmos o poder do inimigo sobre ela.
Em Lucas 10:17-19 o Senhor fez uma afirmação impressionante a respeito da
nossa guerra:
Então regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios
demônios se 1705 submetem pelo teu nome! Mas ele lhes disse: Eu via Satanás caindo
do céu como um relâmpago. Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões
e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano.
Se o Senhor nos deu autoridade sobre todo o poder do inimigo, como as
Escrituras dizem, por que simplesmente não o podemos amarrar, expulsá-lo, e
assim acabar de uma vez com essa guerra? Os setenta não saíram naquela
missão por iniciativa própria. Foi o Senhor que os enviou, e eles foram somente às
cidades e aos lugares aonde o Senhor iria depois.
O Nosso Mandato
Em muitos aspectos os princípios para a batalha espiritual podem ser
encontrados observando as guerras modernas, tais como a Guerra do Golfo Pérsico.
Nesse conflito os aliados não iniciaram a batalha contra o Iraque sem um mandato
das Nações Unidas. Também a Iugoslávia não foi atacada pelos aliados em razão do
genocídio dos albaneses, sem que antes houvesse um mandato d a OTAN
(Organização do Tratado do Atlântico Norte). É claro que a Igreja não recebe
seu mandato das Nações Unidas nem da OTAN. Nosso mandato é recebido do
Senhor.
A Igreja tem a missão geral de "ir e fazer discípulos de todas as nações".
Contudo essa comissão, dada a todos, não nos confere a liberdade de irmos a
qualquer lugar e a qualquer hora. O Senhor nos dá ordens específicas. Tudo que Ele
não tratou de forma específica em sua Palavra temos que receber diretamente do seu
Espírito. Esse é o procedimento bíblico (como foi o caso de quando Paulo e Barnabé
foram enviados, e quando Paulo foi instruído a ir à Macedônia).
Temos autoridade somente até o grau em que estivermos sob a autoridade do
Senhor. É tolice atacar as fortalezas do inimigo sem um mandato Dele.
Entretanto, quando recebemos sua ordem para agir, não podemos intimidar-nos.
Se chegar o tempo de lutar, e não lutarmos, a "paralisia decorrente da análise" rapi-
damente se instalará. Então seremos vencidos por nossa própria indecisão. Como os
aliados na Guerra do Golfo Pérsico demonst r a r a m , q u a n d o t e m o s u m m a n d a t o
a c u m p r i r , o u u m comissionamento, é preciso enfrentar as fortalezas do
inimigo com tudo que temos, com determinação e a disposição de não cedermos em
ponto algum.
Ternos a informação de que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja. As
portas do inferno constituem os pontos de acesso do inimigo à vida de cada um de
nós, nas igrejas locais, nas cidades e nas nações do povo de Deus. A Igre ja tem
autoridade para fechar essas portas — elas não podem p r e v a l e c e r c o n t r a
n ó s . A Igr ej a é const it u ída at ualm ent e de m uit as " nações" , deno minações
e movimentos. Se os dirigentes dos Estados Unidos têm como conseguir das
Nações Unidas à aprovação unânime de uma resolução, e então estabelecer uma
coalizão das mais diversas nações para lutarem numa guerra, por que não poderemos
unir nossas f orças para vencer os esquemas do inimigo? Lembremo-nos de
que as portas do inferno não prevalecerão contra nós [a Igreja], conforme acabo de
citar.
Observe que o Senhor não disse "igrejas" no plural, e sim "Igreja", no singular.
É a Igreja que tem autoridade para fechar essas portas. O inferno não pode prevalecer
contra a Igreja (no singular), mas continuará prevalecendo contra igrejas enquanto
estiverem divididas. Se os sírios, os egípcios, os da Arábia Saudita, Os
americanos, os franceses, os britânicos, os brasileiros e outros puderam unir-se
sob um único comando e lutar contra o Iraque, da mesma maneira os batistas, os
metodistas, os presbiterianos, Os pentecostais, os renovados e outros têm sem
dúvida alguma plenas condições de se unir para enfrentar as forças de Satanás.
Durante a Guerra do Golfo Pérsico a Coalizão Alia da não requereu que os
sírios se tornassem americanos nem britânicos, nem que perdessem sua soberania.
Certamente não estou advogando que a Igreja venha a estar sob uma única
organização, em caráter permanente. A história tem testificado, e com muita
clareza, sobre a terrível falácia de estar a Igreja sob qualquer outra cabeça que não a
de Jesus Cristo, sua única Cabeça. Entretanto temos certamente propósitos comuns
que devemos tentar levar adiante juntos. Os diversos campos dentro da Igreja têm
experimentado - e cultivado - tamanho pavor de perder seu domínio e seu maior
status, que acabaram cedendo território ao inimigo, a fim de impedir que irmãos
recebessem bastante e viessem a suplantá-los ou obscurecer-lhes o brilho e a
fama! Para evitar uma autoridade excessiva temos muitas vezes optado pela anarquia,
que é um inimigo ainda pior, um dos grandes males dos últimos dias.
Uma congregação ou igreja local não prevalecerá contra as portas do inferno se
não existir unidade e harmonia entre seus membros. Semelhantemente, a igreja numa
cidade não poderá prevalecer contra as portas do inferno dessa cidade se não houver
unidade entre as diversas igrejas locais. Ainda: serão necessários apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores e mestres trabalhando juntos em harmonia para que a Igreja
esteja bem preparada, adestrada para enfrentar os ataques que possam so brevir.
Nenhuma denominação e nenhum movimento são completos, e nenhum deles
poderá ser realmente eficaz em seu comissionamento pelo Senhor enquanto não
aprender a ter um intercâmbio com os demais, e não souber funcionar em
conjunto com eles; inclusive na própria igreja como uma unidade, pastor ou
pastores, presbíteros e membros em união e um bom entendimento, todos se
conhecendo, se respeitando e se entendendo. Cada um tem um propósito específico,
mas se não estiver coordenado com os demais, na melhor das hipóteses estará
sendo deficiente no cumprimento de seus planos. E na pior, estará ainda
atacando e bombardeando os demais. Atualmente estamos tendo mais "baixas"
em nosso exército causadas pelo "fogo amigo" do que pelo fogo inimigo.
Para que a Igreja alcance vitória sobre o que atualmente nos tem afligido,
precisamos aprender a fazer coalizões com a determinação de confrontar
determinadas questões, com objetivos específicos, até que os mesmos hajam
sido totalmente atingidos. Temos que pôr de lado os temores que fazem com
que, as reuniões de pastores e líderes sejam tão ambíguas que não cheguem a
nada. Assumindo o risco de ofender outros líderes e potências deste mundo, os
Estados Unidos tomaram a iniciat iva, a autoridade e a lider ança quanto ao
que era para ser f eito no Iraque. Em vez de trazer divisões, aquela iniciat i -
va e r esolução f ez daq uela que er a uma coalizão das m ais im p r o vá ve i s
u m a u n i d a d e q u e co n s e g u i u a l c a n ç ar u m a e xt r a or d i n á r i a v i t ó r i a . O
m a n d a t o d a I g r e j a v e m a p e n a s d e D e u s . A d q u i r i m o s u m a ver dadeira
aut or idade espir it ual de acor do com o q uant o haj a mos permanecido no
Reino. Jesus já venceu Satanás e o viu cair do céu. Com o t em os t udo a
nosso f avor , dever í am os t er o m á xim o de ousadia, ao conf r ont arm os as
f ort alezas do inim igo. Numa cena do filme O Urso, um enorme punia estava caçando
um pequeno filhote de urso. Finalmente o ursinho ficou sem escape, não tendo outra
alternativa a não ser voltar-se e enfrentar o inimigo. Para espanto do ursinho,
entretanto, o puma começou a recuar, aterrorizado. Impressionado e vibrando com
sua autoridade recém descoberta, o ursinho não percebeu que não era por causa
dele que o puma retrocedia. Sem que o ursinho soubesse, um enorme urso seu
amigo viera por trás dele para protegê-lo. O puma retrocedeu, ao ver aquele que
estava por trás do ursinho. O mesmo acontece conosco.
Quando o inimigo começa a fugir de nós, ele foge não pelo que somos, e sim em
razão daquele que está conosco. Se formos sábios, permaneceremos perto de
Jesus, nosso Irmão maior. É por isso que, depois de o Senhor haver comunicado
aos setenta sobre a autoridade que lhes fora dada, continuou dizendo: Não
obstante, alegrai-vos não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o
vosso nome está arrolado nos céus: Só temos autoridade porque nosso nome
está escrito no Livro da Vida do Senhor. Temos de conhecer a autoridade que
temos em Cristo, mas também compreender que ela está em Cristo, e não em nós.

3. TEMOS QUE TER A SABEDORIA DE RECONHECER NOSSA PRÓPRIA


IGNORÂNCIA
Lutamos contra um adversário que é bem mais sábio e mais poderoso que nós.
Nosso inimigo tem milhares de anos de experiência fazendo o que faz.
Embora o homem haja sido feito "menor do que os anjos", Satanás de inicio era
um anjo de alta hierarquia, com muito mais inteligência e perspicácia que
qualquer um de nós poderia almejar. Nunca venceremos com base em nossa
própria inteligência, nossa força, nossa bondade ou determinação. É por isso
que Os versículos a respeito da nossa vitória sobre o inimigo normalmente são
cercados de exortações para que nos mantenhamos em humildade. Antes, ele dá
maior graça; pelo que diz: DEUS RESISTE AOS. SOBERBOS, MAS DÁ GRAÇA AOS
HUMILDES. Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de
vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros.
Vemos aqui que a exortação para resistir ao diabo está entre duas exortações: nos
sujeitarmos a Deus e nos chegarmos a ele.
Para sermos bem sucedidos em nossa resistência ao diabo temos então que nos
sujeitar ao Senhor, nos aproximar dele. Neste texto vemos també m que a
humildade nos capacita a receber a graça de Deus. E a graça de Deus é um
poder muito maior que o de qualquer inimigo. Os que andarem em humil dade, ou
submissão a Deus, verão os demônios fugindo. Nós nos tornamos uma presa
fácil deles quando nos afastamos da graça de Deus, por andarmos em orgulho, o
que significa basicamente nos valer da nossa própria força e nossa sabedoria.
O próprio inimigo caiu quando se tornou orgulhoso. Ele sabe muito bem que o
primeiro passo para conseguir que caiamos é nos tornar orgulhosos. Aquele,
pois, que pensa estar em pé veja que não caia. Quando pensamos que estamos
em pé, é ai que estamos correndo perigo de uma queda. Entretan to, quando nos
valemos da graça de Deus e da vitória de Jesus Cristo, todas as hordas do
inferno não conseguirão abalar- nos. A verdadeira humildade está em nos valer
apenas da obra consumada de Cristo!
Para vencermos batalhas espirituais temos primeiro que estar cheios de amor,
depois nos dedicar à luta e ter a sabedoria de reconhecer nossa ignorância.
Contudo precisamos saber quando não é hora de lutar. Isso é extremamente
importante!
4. SAIBAMOS QUANDO NÃO LUTAR
Na maioria das guerras, os jovens é que lutam. Crianças e velhos geralmente
são dispensados de atuar em combate, exceto em casos extremos. Parece que isso
se dá muitas vezes na batalha espiritual também. No que João afirmou às
crianças, aos jovens e aos pais, os jovens são aqueles a quem ele disse: ...tendes
vencido o Maligno.
Pedro exortou também os jovens: Rogo igualmente aos jovens: sede submissos
aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cing i - vo s t o d os
d e h u m i l d a d e , p or q u e D e u s r e s i st e a os s o b e r bos, contudo, aos humildes
concede a sua graça... Sede só brios e vigilantes. O diabo, vosso
adversário, anda em derre d o r , c om o le ã o q u e r ug e p r o cu r a n d o a lg u é m
p a r a d e vo r ar ; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos
v o s s o s e s t ã o s e c u m p r i n d o n a vo s s a i r m a n d a d e e s p a l h a d a pelo mundo (1
Pedro 5:5, 8,9)
Novos crentes não devem ser lançados à f rente da batalha espiritual.
Geralmente eles t êm o que podem receber apenas aprendendo a
permanecer em pé e a marchar por si mesmos. E os "pais" também
deveriam poupar-se de um envolvimento pesado. Sua habilidade em
discipular e f orm ar as pessoas é conseqüência do bom uso do seu t em po.
I sso pr oduz m uit o m ais f rutos do que quando est ão ser vindo nas
t r incheir as.

5. TEMOS QUE CONHECER MUITO BEM AS NOSSAS ARMAS


As f ort alezas esp i r it uais do in im ig o basicam ent e são pa dr ões de
pensam ent o q ue est ão em conf lit o com o Senhor e seus caminhos. Se
compreendermos isso não seremos surpre endidos pelo fato de que o
evangelho do reino foi a primeira a r m a q u e o S e n h o r d e u a o s s e t e n t a
q u a n d o o s e n v i o u a o m undo.
Paulo descreveu em Efésios, 6:10-20 as armas com as quais se deve entrar
num bom combate. Ele preveniu os efésios sobre a necessidade fundamental
de se revestirem de toda a armadura de Deus. E não f ez isso uma única
vez, mas duas vezes (nos versículos 10 e 13). Quando Deus repete alguma
coisa ele está enfatizando a seriedade da questão. E o que ele disse visava ao
fato de eles oferecerem resistência no dia mau.
Ternos que considerar essas armas com extremo cuidado, em nosso arsenal.
Primeiro, temos que colocar o Cinturão da verdade. Paulo disse aos efésios: Estai,
pois, firmes, Cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça.
A verdade não é apenas uma arma ofensiva - quando usada como espada do
Espírito - mas é também uma arma de prote ção. Ela pode aparecer com
aparentes retrocessos, mas no fim sempre irá prevalecer. Como Mahesh
Chavda (pastor titular da Igreja All Nations, em Charlotte, Carolina do Norte)
disse: "Durante setenta anos Os comunistas afirmaram que Deus estava
morto. Então um dia o Senhor declarou que o comunismo es tava morto!
Agora, em todos os lugares em que os comunistas declararam como verídica
sua doutrina do inferno, o que exis te é a maior fome da Palavra de Deus".
Ao nos chamar para representá-lo como seus embaixadores, o Senhor não
apenas q uer q ue t enham os condiçõ es de f alar sobre ele, mas deseja que
sejamos como ele é. Uma de suas características básicas é que Ele é fiel à
sua Palavra. Para sermos iguais a Ele temos portanto que aprender a sermos
fiéis à nossa palavra. Ela tem de ser algo que nos comprometa mais do que
um contrato. Não apenas temos que conhecer e cumprir a Pa lavra do Senhor,
mas cumprir a nossa própria palavra.
Junt o com a m aior liber ação das tr evas nest e m undo, que tem ocorrido
nos anos recentes, tem havido u ma erosão bem maior na honra e na
integridade. Isso não é verdade apenas em r elação ao m undo, m as t am bém
com respeit o à Igr ej a. U m a razão importante de muitas das derrotas no
Corpo de Cristo é nossa tendência a quebrar nossos compromissos, tanto
com o Senhor como entre nós.
Segundo, temos que tomar o evangelho da paz. Paulo diz também: Calçai os pés com a
preparação do evangelho da paz. É com nossos pés que andamos, e se nos
revestirmos de toda a armadura de Deus, andaremos em paz. Essa paz de
Deus não é apenas uma completa proteção contra o inimigo, mas é também
uma arma of ensiva, uma vez que podem os usar nos sos pés para esmagar a
cabeça da serpente. Paulo lembrou aos cristãos de Roma que não é o
"Senhor das Hostes" nem o "Senhor dos Exércitos" qu e esmaga o inimigo, e
sim o Deus da paz. Temos que ter o cuidado de não permitir que nada rou -
be a nossa paz, para não sermos roubados de u ma tão grande e importante
proteção.
Em terceiro lugar, temos que embraçar o escudo da fé. Diz o texto também: embraçando
sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.
Todos os que estão em meio à luta receberão dardos inflamados lançados contra
si. A questão é: será que vamos ser atingidos por esses dardos, ou teremos
como evitá-los ou acabar com eles? A fé não impede o inimigo de nos atacar,
mas atua no sentido de extinguir o que o inimigo lança sobre nós. Se fi carmos
feridos, podemos ter a certeza de que perdemos a nossa fé. Tomemos o escudo!
Quarto: coloquemos o capacete da salvação. Paulo diz: Tomai também o capacete da
salvação. O capacete da salvação protege a nossa mente. Infelizmente é fácil
sentir o impulso de nos colocar à vontade e retirar o capacete, dei xando que
a poluição deste mundo nos ataque a mente me diante televisão, revistas,
pessoas, e mais a confusão da vida diária. Temos que sempre estar guardando a
mente, ou então nos abriremos à possibilidade de sermos nela atingidos com
ferimentos fatais, que poderão nos roubar a salvação. O capacete é a nossa
salvação, e temos que usá-lo o tempo todo.
Finalmente, temos que usar a espada do espírito. Paulo finaliza dizendo: Tomai a
espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Observe que a maioria das peças que Paulo
mencionou são de natureza defensiva, tal como o escudo da fé, por exemplo.
Contudo, a principal arma ofensiva por ele mencionada é a espada do Espírito.
No entanto a espada pode ser também uma arma defensiva. Quando o diabo
atacou _Jesus, o Mestre usou a Palavra de Deus para rechaçar o inimigo. Pois
esta é a mais poderosa das armas, e os cristãos de vem aprender a usá-la
sempre. Quanto maior for nosso co nhecimento da Palavra de Deus, mais
habilidosos seremos na guerra espiritual, e mais eficazes em nosso ataque às
fortalezas do inimigo.
Infelizmente, esta mais poderosa arma que o mundo pode conhecer tem
ficado sem uso por parte de muitos cristãos. Charles Spurgeon disse certa vez que
podemos encontrar dez pessoas que se disporiam a morrer pela Bíblia, para cada
uma que a lê. Possivelmente esta seja uma das principais razões da ineficiência
da Igreja no confronto com as trevas, em plena expansão em nossos dias.
Um estudo apresentado pela revista Leadership (Lideran ça), uma das mais
respeitadas e populares revistas americanas destinadas à liderança cristã,
descobriu que menos de um por cento dos seus artigos continham pelo
menos uma referência às Escrituras! Ironicamente, esse pobre conteúdo bíblico
foi encontrado numa revista que procura alcançar os evangélicos tradicionais
conservadores, o segmento que mais se orgulha de sua devoção às Escrituras!
Talvez também devamos examinar a nossa mensagem, para assegurar seu con -
teúdo bíblico e sadio.
Há ocasiões, é claro, em que citar apenas um versículo bíblico não é
suficiente. Em tais circunstâncias, precisamos valer-nos da nossa autoridade
sobre os poderes demoníacos e expulsá-los, como é demonstrado em muitos
casos narrados nas Escrituras.
Uma vez que saibamos usar as nossas armas, devemos ter nosso plano de
combate.
6. TENHAMOS NOSSO PLANO DE COMBATE
Os setenta discípulos — que descobriram a autoridade que tinham sobre os
espíritos malignos — não haviam sido enviados especificamente para expulsar
demônios. Jesus simplesmente os instruíra a curar os enfermos e proclamar a
mensagem do reino. Entretanto, alguns estudiosos da Palavra estimaram que cerca
de um terço do ministério do Senhor na Terra foi dedicado a expulsar demônios.
Apesar disso, foi pequena a sua menção desse ministério como sendo algo que
nos compete realizar. A expulsão de demônios é, de fato, tão-somente uma pe-
quena parte da batalha espiritual. Se expulsarmos os demôni os sem primeiro
eliminarmos as fortalezas em que eles hajam estado nas pessoas, eles simplesmente
retornarão, e ainda trarão sete outros, piores que eles. Entretanto, Os demônios
que saírem porque a sua fortaleza foi demolida não terão para onde voltar.
Um dos erros estratégicos mais comuns nas guerras da história tem sido a
tendência de os dirigentes dispersarem suas linhas de combate, procurando
atacar múltiplas frentes ao mesmo tempo. Reconheço que há muitas verdades
pelas quais vale a pena lutar, mas o Senhor me advertiu: "Não o chamei para
lutar por essas verdades". Tenho que me apegar ao plano de batalha que o
Senhor especificou para mim, uma vez que ele chamou outros guerreiros para lutar
por aquelas verdades.
Quando outros tentam levar-nos para o campo de batalha deles, precisamos
resistir. Uma das principais palavras que os cristãos têm que aprender - para que
se mantenham dentro da vontade de Deus para a sua vida - é a palavra "Não".
Para vencermos as forças das trevas, temos que ter nosso plano de combate. Mas
não apenas isso; ternos ainda que conhecer nosso inimigo. Isso é
importantíssimo. Sem estarmos a par das situações, condições físicas e
psicológicas do inimigo, seus pontos fortes e fracos, não teremos muita chance de
vencê-lo.
7. TEMOS QUE CONHECER O NOSSO INIMIGO
Como Francis Frangipane, um amigo meu, gosta de dizer: "A cada novo nível, novos
demônios". Quanto maior autoridade espiritual tivermos, quanto maior ameaça
representarmos para o inimigo, mais visados por ele, mais objeto do seu ataque
seremos. O inimigo não enviou nem mesmo um principado para tentar Jesus, ou
para peneirar Pedro; essa tarefa ele não confiou a ninguém, senão a si mesmo,
Satanás. Quanto maior autoridade tivermos, maior será a nossa oposição. Por
outro lado, quanto maior nossa oposição, maior será o mal que fugirá de nós, se
efetivamente resistirmos.
Se o nosso ministério for predominantemente com pessoas, freqüentemente teremos
que enfrentar demônios que precisarão ser expulsos. Entretanto, se nos f oi
dada autoridade espiritual sobre cidades ou regiões, vamos ter que enfrentar po-
deres das trevas de nível mais alto. Esses são referidos nas Escrituras como
principados, porque tais demônios não habitam em pessoas mas em regiões.
Você expulsa demônios de pessoas, mas contra principados o que você pode
fazer é combater. Combater, que implica lutar por uma posição e pelo domínio
sobre ela, é a forma de combate mais exaustiva e mais no corpo-a-corpo.
Enfrentar demônios sobre os quais não temos autoridade pode nos dei xar
feridos e nus. Contudo, confrontar principados sobre os quais não ternos
autoridade pode ser ainda mais perigoso. Os maiores avivamentos em toda a
história da Igreja têm sido no entanto decorrentes do fato de ela se engajar
nesse nível de guerra espiritual.
Antes de enfrentarmos um principado, temos que saber que é isso mesmo que o
Senhor quer que façamos. Infelizmente o diabo nos lisonjeia, tentando nos
seduzir a ir além do nosso chamado, ou a fazer o que Deus nos chamou a fazer,
só que de forma prematura, ou na nossa própria força. Se o inimigo conseguir que
ultrapassemos a esfera de autoridade que nos foi concedida naquele momento, ele
sabe que nos faltará a graça necessária para derrotá-lo.
Como podemos ver em 2ª Coríntios, 10:4, 5, estamos destru indo sofismas e
toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo
pensamento à obediência de Cristo. O principal campo de batalha na guerra
espiritual é a mente das pessoas.
Uma das fortalezas mais poderosas que se exalta contra o conhecimento de Deus hoje é
a teoria da evolução. Temos que confrontar especulações como esta, porque
geralmente elas estão por trás de grandes enganos que mantêm as pessoas
presas aos poderes das trevas. Sem nenhuma evidência aceitável que lhe dê
suporte, essa teoria é cheia de especulações e de raciocínios à beira da
insanidade. Por exemplo, a teoria da evolução d i z b a s i c a m e n t e q u e t o d a a
c o m p l e x a h a r m o n i a e interdependência da natureza se deu apenas pelo acaso.
Assim se expressou um professor universitário diante da evidência dos fatos: "Há
uma chance maior num tufão atingir um ferro- velho e deixar atrás de si um
Boeing 747 em perfeito estado do que a ocorrência de todos os fatores que foram
necessários para dar condições a que a vida acontecesse sem a direção de um Ser
supremo".
Se a Terra se desviasse de sua órbita o equivalente a cerca de 3 milímetros numa
distância superior a 200 metros, ficaríamos ou congelados ou fritos. Para manter
a Terra nessa apertada faixa de espaço, que é .a distância exata em relação ao Sol,
e que dá condições à exist ênc ia da vida , é necessár ia a f orça gravitacional
de todos os planetas - todos! - e alinhados tal como estão, e também a
oscilação, e a inclinação que causam as diferentes estações do ano. Como pode
alguém, com uma mente sã, acreditar que tudo isso aconteceu por puro acaso?
Acrescente a isso o perfeito equilíbrio dos gases encontrados em nossa atmosfera,
o equilíbrio dos minerais sobre a Terra, e ainda a contribuição de todas as plantas
e animais, sem o que nada disso teria sido possível! Até hoje não temos um
computador capaz de computar qual foi à chance de tudo isso haver acontecido por
acaso. Dá até para se pensar que alguns desses "cientistas", que acreditam nessa
baboseira, talvez eles mesmos é que hajam descendido de macacos, e
possivelmente de um ancestral não muito distante!
Entretanto, milhões de pessoas aceitam essa teoria como se fosse um fato
irrecusável e definitivo, rejeitando a evidência da Criação e imaginando que toda essa
imensa diversidade e harmonia que há na natureza simplesmente aconteceu por
acaso! A larga aceitação da evolução é uma grande prova de que o engano não
tem necessariamente que fazer sentido para que as pessoas nele creiam. Milhões
de pessoas estão, de fato, baseando até mesmo seu destino eterno nessa
inconsistente teoria. A lógica, então, não é uma ferramenta adequada para se
combater tais enganos.
É a confiável verdade bíblica, e não a lógica humana, que liberta as pessoas.
Quando Satanás tentou Jesus, o Senhor lhe respondeu com as Escrituras? Se o Filho
de Deus, que é a Palavra e a Verdade, usou as Escrituras como arma contra o
inimigo, com quanto mais razão não devemos fazer o mesmo?
Se construirmos a nossa casa sobre a fortaleza da Palavra de Deus, nenhuma
tempestade, nenhum ataque prevalecerá contra ela - ou contra nós! Conhecer a
Palavra do Senhor e guardá-la é fundamental para permanecermos Nele. Jesus disse:
Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que
quiserdes, e vos será feito.
Finalmente, para vencermos as forças do mal, temos que ter permanentemente nossa
atenção concentrada - até o fim.
8. TEMOS QUE NOS CONCENTRAR ATÉ O FIM
Muitos caem em pecado porque não mantêm a vigilância necessária quando
sua autoridade espiritual aumenta. Esta é uma das razões por que muitos caem
de forma trágica no final da vida. Não importa quantas almas hajamos levado à
salvação, ou quantos demônios expulsamos; se não persistimos em nos
submeter a Deus, em nos aproximar dele, e em resistir ao diabo, estaremos
correndo seríssimo perigo.
Satanás em pessoa acusa os santos diante do trono de Deus. Portanto, quanto mais
próximos estivermos do trono, mais elevado será o nível da acusação. O Senhor
poderia a qualquer momento fazer com que Satanás parasse de nos acusar. Só que
ele permite isso para que possamos chegar à maturidade, e também para que os
principados malignos de maior nível sejam combatidos. Lembre-se de como o
espírito maligno respondeu aos exorcistas judeus: conheço a Jesus e sei quem é Paulo;
mas vós' quem sois? Todo o inferno conhecia Paulo em virtude do seu altíssimo nível de
autoridade, razão pela qual ele sofreu contínua oposição ao seu ministério.
Entretanto, a cada nível de oposição, em cada oportunidade em que era açoitado,
apedrejado ou perseguido, ele tinha a oportunidade de expulsar níveis cada vez
mais altos do poder das trevas. Foi por isso que Paulo disse: ...em nada estais
intimidados pelos adversários. Pois o que é para eles prova evidente de perdição, é para
vós outros de salvação, e isto da parte de Deus. Porque vos foi concedida a graça de
padecerdes por Cristo, e não somente de crerdes nele...
A oposição é um sinal de que a salvação está atingindo aque la esfera ou
circunstância. É também um sinal da destruição do inimigo nessa região. O
Senhor tem permitido que soframos por Ele como uma forma de guerrearmos
na batalha espiritual. O maior ato de guerra espiritual, que venceu por
completo o inimigo e que o saqueou foi a cruz. O sofrimento em retidão
desarma Satanás.
No m esm o lug ar em q ue o Senhor f oi f er ido Ele r ecebeu aut or idade
par a cur ar . O m esmo é ver dade par a n ós. No lu gar em que o inimigo nos
ferir, é ali que receberemos autori d ad e par a cur ar . Po r e xe m p l o, aq ue le
q u e sof r e u um ab us o s er á s en s íve l a q u em haj a s of r id o a b us o, e t er á
a ut or id a de para trazer-lhe a cura.
A luta espiritual é um fato inevitável na vida de todo cris t ão . A lg u ns d e
n ó s t êm m a is c o nsc i ê nc ia d is so q ue ou t r o s, m as nenhum de nós pode
escapar à sua realidade. Deus não a p e n a s n o s c h a m o u p a r a e n t r a r m o s
em combate, mas tam bém para sermos vitoriosos, recuperando o
t e r r e n o d o i n i migo. Jesus já assegurou nossa vitória final na cruz, e ele nos
chama cada vez mais, para que façamos com que essa vitória seja hoje uma
realidade em nossa vida.
D e i i n íc i o a est e cap ít u l o c ont an d o u m a p ar t e de um s o nho que tive, e
uma série de visões que recebi, e que constam no meu livro A Batalha Final.
Naquela visão eu vi uma mon t anha q ue t inha plat af orm as em dif er ent es
n íveis, u m as sobre as outras. Em cada nível havia f lechas da Verdade
espalhadas por todo lado, que eu sabia que haviam sido deixadas por
aqueles que haviam caído daquela posição. Todas as f le c ha s t i n h a m o
n o m e d a V e r d a d e d o n í ve l e m q u e e s t a va m . Alg uns dos q ue lá se
encont r avam r elut a r am um pouco cru peg á- las, m as eu sabia que
necessit ávam os de todas que pu déssemos encontrar para destruir a grande
horda inimiga que se achava lá em baixo. Peguei então uma f lecha, lancei -
a, e c om m u it a f ac il i d a de at ing i um dem ôn i o; iss o f e z c om q u e os que
estavam comigo também começassem a pegar f lechas e as lançassem.
Começamos a dizimar várias das divisões ini migas. Por causa disso, todo o
exército maligno concentrou sua atenção em nós. Por algum tempo nos
pareceu que quan t o m a is ê xit o t ín h am o s, m a is o i n im ig o no s at a ca va.
E m b or a nossa m issão nos desse a im pr essão de ser int erm inável, ela se
tornara est imulante.
Nossa espada aum ent ava q uando alcançávam os um níve l mais elevado.
Por pouco não deixei a m inha em algum nível inf er ior , porque m e parecia
que não ir ia ne cessit ar dela nos níveis m ais alt os. Cont udo decidi m ant ê -
la com ig o, por j ul gar que, pelo f ato de me haver sido dada, deveria ter um
propósito. Enterrei então minha espada no chão e me amarrei a e l a ,
e n q u a nt o c o n t i n u a va a a t i r a r n o i n i m i g o. A vo z e n t ã o do Senhor veio até mim
e disse:
- Você teve a sabedoria que vai capacitá-lo a continuar subindo. Muitos caíram
porque não usaram a espada adequadamente para se firmar.
Ninguém mais parecia ouvir essa voz, mas muitos viram o que fiz, e fizeram
também.
Considerei comigo mesmo: Por que antes que houvesse to rnado tal
decisão, o Senhor não me advertira sobre isso? Então percebi que de alguma
forma Ele já me dissera isso antes. Então vi q ue t oda a minha vida f or a
t reinada par a àq uela hor a. Eu estava preparado no grau em que ouvira o
Senhor e obedecera à sua voz durant e toda a minha vida. Também sabia
que por alguma razão minha sabedoria e meu entendimento não podi am ser
aumentados nem tomados de m im enquanto est ivesse nessa batalha.
Sentia-me muito grato por todas as provações que enfrentara, e lamentava
o fato de não as haver apreciado melhor, quando por elas estava passando.

Capítulo 9 Contrações de parto e terremotos

O barômetro que mede a espiritualidade da Igreja está indicando um aumento


em sua intensidade por todo o mundo. Estamos bem nos primeiros estágios de
um grande avanço espiritual. Deus está derramando uma maravilhosa unção,
mobilizando os santos a espalhar o evangelho e a derrubar as fortalezas. Com a
queda que está havendo das barreiras e divisórias entre as igrejas locais, estas
estão sendo ativadas com um novo zelo pelo Senhor. Isso não é uma visão nem uma
profecia, e sim um fato que está sendo constatado. Por toda parte em todo o
mundo estamos tendo genuínos indícios de avivamento.
Junto com essas dores de parto espirituais vêm os terremo tos, que ocorrem
quando camadas geológicas, que são fundamentos da crosta terrestre, começam a
deslocar-se e a mover-se em direções opostas. As empresas de seguro definem os
terremotos como "atos de Deus", e elas estão certas. Entretanto, Deus não age
arbitrariamente. O terremoto de Los Angeles, ocorrido em janeiro de 1994, e os
contínuos abalos posteriores são sinais do juízo. Num certo sentido eles foram
decorrentes do fato de as igrejas de Los Angeles haverem alcançado certo grau de
unidade, e haverem orado pela cidade.
A revista Newsweek fez uma reportagem sobre a destruição que aconteceu com
aquele tremor e apresentou os que haviam sofrido uma maior devastação. Uma das
citações foi: "Os estúdios de quase todo grande produtor e distribuidor de vídeos de
pornografia dos Estados Unidos, uma indústria que aconteceu estar localizada bem
em cima da zona atingida... Não foi por acaso que o tremor se deu às 4h31 da
manhã. Embora o livro de Atos seja com freqüência citado como "Atos dos Apóstolos",
ele é, na realidade, um registro dos Atos de Deus. Em Atos 4:31 lemos: Tendo eles orado,
tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com
intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.
O tremor de Los Angeles, que aconteceu às 4h31 da ma nhã, tinha o
propósito de dar uma maior intrepidez aos santos na pregação da Palavra,
especialmente aos santos do sul da Califórnia.

A Questão é o Poder Espiritual, e não a Classificação

O sul da Califórnia tem sido o lugar onde se encontra o trono de um dos


espíritos de sedução mais poderosos, liberados nos dias de hoje. Um filme
liberado para maiores de -13 anos, produzido em Hollywood, tem normalmente
mais poder para seduzir do que alguns filmes impróprios e até mesmo pornográficos
realizados em outras cidades. Por isso temos que depender do discernimento, e não
da classificação da censura, para determinar que filmes vamos ver, ou que
filmes vamos permitir que nossos filhos vejam. Não se trata do quanto de pele nua
seja exibido; o problema reside no poder espiritual que está por trás do filme.
O Senhor poderá acabar com toda a pornografia em todo o mundo no momento
que quiser, mas não fará isso antes de a Igreja cumprir sua missão de ser luz do
mundo e sal da Terra. Ele está apenas esperando que nos conservemos em
harmonia com a sua vontade, para então ag ir. Quando ele determinar que é
tempo de juizo, ele vai querer ver a sua Igreja orando nesse sentido, tal como Elias
fez para reviver a sua nação. Uma oração eficaz foi o que tocou o coração de Deus
com respeito ao sul da Califórnia, e ele respondeu com aq uele terremoto como
um sinal, e também como um juízo. Embora o Senhor haja demonstrado grande
misericórdia por essa região durante todo o século vinte (começando com o
Avivamento da Rua Azuza, e prosseguindo com grandes movimentos e ministéri os
nela baseados, sua estratégia está indo no sentido de juízos cada vez mais sérios.
No novo milênio haverá terremotos que produzirão uma grande devastação
em todo o sul da Califórnia, pois enquanto a Igreja estiver orando o Senhor não vai
condescender, até que arrependimento e mudanças ocorram. Sem arrependimento,
a maior parte da Califórnia será totalmente destruída. Seja como for, o coração de
Deus foi tocado no que se refere ao espírito de sedução reinante no sul da Califórnia,
e ele não vai afrouxar até que o mesmo seja removido. Oremos para que o modo
mais fácil, o arrependimento, aconteça.
Agora não é à hora de a Igreja abandonar a Califórnia, e sim de operar com maior
ousadia ainda, conforme a mensagem de Atos 4:31; O mover do Espírito Santo
no novo milênio será maior que qualquer outro mover já visto naquele Estado,
que tanto já tem presenciado da glória de Deus. Los Angeles realmente poderá
tornar-se "a cidade dos anjos". San Francisco e San Diego, duas outras cidades
importantes da região, poderão tornar-se grandes faróis que iluminarão todo o
caminho até a Ásia: Onde o pecado é abundante, muito mais graça haverá para aqueles
que levam a luz.
Terremotos Espirituais por todo o Mundo
Paralelamente ao que está acontecendo na esfera natural, grandes terremotos
espirituais estão para acontecer na Igreja por todo o mundo. A pressão tem
aumentado em certos pontos dos fundamentos que foram lançados, e eles estão
a ponto de deslizar, criando grandes ondas de choque. Tais alterações vão
desarrumar o status quo e dar margem a sérios "danos estruturais" na Igreja
visível. No entanto, apenas o que puder ser abalado será abalado; os ministérios
e as pessoas que estiverem alinhados com os verdadeiros fundamentos da fé
não serão danificados. Quando esses grandes terremotos espirituais terminarem, a
maior parte da Igreja estará numa harmonia muito mais próxima do Senhor, e a
Igreja como um todo ficará bem mais estável.
Uma grande mudança, entretanto, é iminente, na aplicação prática do nosso
ministério como embaixadores do reino.
Somos Embaixadores
Quando Paulo disse: Somos embaixadores em nome de Cristo, essa foi uma afirmação
tão impressionante que deve haver provocado um forte impacto naqueles que a
ouviram. Nos dias do Império Romano, a posição de embaixador era tida em alta
conta. A comunicação entre Roma e seus embaixadores, e vice- versa, poderia levar
meses. Assim, somente aqueles que eram considerados mais leais e sinceros eram
escolhidos para tal posição, que às vezes requeria tornar decisões de importância
em nome do governo de Roma.
Mesmo com os homens da maior confiança nessas posições, os embaixadores
somente eram destacados para um país por um período de dois ou três anos. Depois
eram trazidos de volta. Os governos sabiam que um embaixador, após algum tempo no
país que o hospedava, teria a tendência de absorver alguns dos traços culturais daquele
país, o que o tornaria mais simpático. Isso ocorrendo, o embaixador se inclinaria a
servir aos interesses da nação hospedeira mais do que aos do seu próprio país.
Há um sentido em que temos que nos adaptar àqueles a quem fomos
enviados, de modo a não nos tornarmos desnecessariamente ofensivos. O apóstolo Paulo
disse: Procedi, para com os judeus, como judeu. Entretanto, quase que universal-
mente, cristãos, igrejas e até mesmo missionários comprome teram sua eficácia
perante o reino de Deus pelo fato de se haverem tornado simpáticos demais em
relação ao espírito da cultura em que estavam vivendo. Fomos enviados a
representar o reino e a testemunhar realmente. Isso muitas vezes exige que nos
movamos num espírito oposto ao espírito que preva lece normalmente no país.

O Poder da Dif erença


Um conceito errado que tem sido extremamente devasta dor, e muito tem
enfraquecido o testemunho da Igreja é a crença de que podemos alcançar
melhor os que têm origem semelhante à nossa. Se viemos dos negócios,
sentimo-nos chamados a alcançar homens de negócios. Isso parece fazer
sentido, mas é contra a estratégia do Senhor, razão por que ele enviou Pedro
aos judeus e Paulo aos gentios.
De acordo com nossa filosofia quanto a missões, o Senhor deveria haver
enviado Paulo aos judeus. Certamente eles poderiam identificar-se melhor com o
"fariseu de fariseus" do que com Pedro. E Pedro, sendo um pescador comum, se
entrosaria melhor com Os gentios. No entanto não era intenção do Se nhor que
seus discípulos se enquadrassem na cultura dos p ovos. Ele queria que eles
chamassem a atenção!
Tanto Pedro como Paulo foram lançados em tarefas que os tornavam ofensivos
àqueles que desejavam alcançar. Havia somente um modo pelo qual poderiam dar
conta da sua missão: teriam que ter unção! Esses dois homens foram impelidos a
ter uma total dependência do Espírito Santo. Pois é exatamente nessas condições
que ele melhor pode desempenhar a sua obra.
Quando Pedro deixou o lugar em que tinha unção, e foi para os gentios, visitando
Antioquia, teve tantos problemas que
Paulo foi obrigado a repreendê-lo publicamente, porque "se tornara repreensível". De
igual forma Paulo, quando foi aos judeus, ao visitar Jerusalém, teve problemas. O que
estou querendo dizer é que havia um modo mais fácil para Paulo ir a Roma.
Muitos de nossos ministérios atraem problemas pelo simples fato de não
permanecerem no lugar da sua unção, que é o único em que sempre irão contar
com uma verdadeira autoridade espiritual. Assim como um policial de Charlotte, da
Carolina do Norte, não tem autoridade em Toronto, no Canadá, da mesma forma
temos que aprender a permanecer no lugar para o qual fomos designados, onde
então seremos eficientes.

Este princípio é válido tanto espiritualmente como geograficamente. Muitos profetas


decaíram da graça porque tentaram tornar-se mestres, assim como muitos mestres
decaíram da graça por haverem tentado se tornar profetas. Muitos evangelistas
decaíram porque tentaram se transformar em pastores, e vice- versa. Isso não nega
o fato de que alguns têm dois, ou até mais chamados. Entretanto, nunca devemos nos
atrever a ir além da esfera para a qual certamente fomos chamados.
Quando nos esforçamos por ser como aqueles a quem fomos enviados,
comprometemos nossa posição de autoridade espiritual. Isso não significa que
devamos ter o propósito de em tudo ser diferentes. Nossa autoridade não reside no
fato de sermos diferentes, e sim de permanecermos no Espírito Santo. Seremos
diferentes se permanecermos no Senhor e formos fiéis à obra que ele estiver
fazendo em nós. Assim afirmou o Senhor Jesus: Vós sois os que vos justificais a vós
mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração; pois aquilo que é
elevado entre homens é ABOMINAÇÃO DIANTE DE DEUS.
Se formos compelidos a agir de um modo que nos torne aceitáveis pelos homens,
estaremos fazendo o que é detestável perante Deus. A recíproca é também
verdadeira; as coisas que são altamente apreciadas por Deus são detestáveis à
vista dos homens. Alguém vai detestar o que estivermos fazendo. Quem afinal,
desejamos que nos aprecie?
O Temor de Deus
Para representarmos o reino de Deus de maneira adequada, temos que temer a
Deus mais do que aos homens. O profeta Elias fez uma das grandes afirmações
bíblicas que resume o que é requerido de um verdadeiro embaixador. Na que
parece ter sido a sua primeira profecia em público, feita diante do rei da nação,
ele declarou: Tão certo como vive o SENHOR, Deus de Israel, PERANTE CUJA
FACE ESTOU, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra.
Elias disse a Acabe, rei de Israel, que não estava diante de Acabe - este era apenas
um rei, um simples ser humano. Elias não vivia a vida diante de homens, mesmo
dos que tinham maior prestígio, e sim diante de Deus.
Para que a Igreja cumpra seu mandato para o século vinte e um, ela necessitará
do tipo de autoridade que Elias teve, e muito mais. Para levar as pessoas a uma
verdadeira conversão, não queremos que se sintam confortáveis, nem com a
nossa mensagem, nem conosco. Queremos, isto sim, que se sintam bastante
desconfortáveis! Para que uma verdadeira conversão ocorra, as pessoas precisam
sentir-se culpadas de seus atos, que contrastam com os atos que são de Deus. O
apóstolo Paulo sabia disso. Ele disse: "Se agradasse ainda a homens„ VÃO SERIA
SERVO DE CRISTO". Paulo reconhecia que seu corpo, tal como era, tinha sido uma
tentação para os gálatas. Diante disso ou eles seriam repelidos por ele ou o
receberiam como "um anjo de Deus", como fizeram! Quando as pessoas são atra-
ídas pelo evangelho por haverem sido atraídas por nós, devemos considerar
com seriedade tanto como está a nossa vida como o evangelho que pregamos.
O Senhor, ao estabelecer seus fundamentos na Igreja, estes poderão muitas
vezes mover-se em direção oposta aos movimentos da sociedade, resultando
em grandes confrontações entre a Igreja e a ordem social, como nunca antes
acontecera. O poder por trás da Igreja é o poder irresistível de Deus, e a Igreja
prevalecerá. Os "terremotos" resultantes devastarão apenas os que estiverem
firmados em falsos fundamentos.
Levantemo-nos
O recuo da Igreja alcançou seu limite. Agora tem início seu avanço, que
ficará cada vez mais forte até ser notado pelo mundo todo. A Igreja marchará
resolutamente ao campo de batalha. Até mesmo a natureza terá tremores e
estremecimentos em testemunho de que os fundamentos do céu e da Terra
estão se movendo em direções opostas. Contudo nosso Deus prevalecerá, e
nossa vitória é certa. Está na hora de termos ousadia, como nunca antes.
Não há retorno . De f ato, chegou à hora de concentrar nossas forças nas
importantes questões do nosso tempo.
CONCENTRAÇÃO DE FORÇAS
As Escrituras com freqüência fazem uso de metáforas militares para descrever
nosso conflito espiritual - porque os princípios são semelhantes. Uma das mais
antigas e mais eficazes estratégias militares é a chamada concentração de forças.
Essa estratégia foi empregada nas vitórias militares mais importan tes da história,
inclusive na Guerra do Golfo Pérsico.
A maioria das batalhas se desenvolve segundo certas linhas de confronto.
Nessas linhas cada um dos lados procura manter posições defensivas, ao- mesmo
tempo que procura encontrar, nas linhas inimigas, um ponto em que um avanço
possa ser alcançado. Uma vez conseguida uma ruptura numa das linhas inimigas,
tal linha entrará em colapso, pondo-se em retirada para evitar ser cercada pelas
forças contrárias.
As batalhas para que o coração das pessoas seja alcançado se desenvolve de
modo semelhante, segundo linhas espirituais de confronto. Assim como nas
guerras há diferentes batalhas em diferentes linhas de frente, o mesmo se dá no
conflito espiritual que enfrentamos. Algumas das linhas de frente do nosso
conflito se encontram em campos tais como: dos nos sos filhos, da música, da
mídia e das cidades. Embora todos estejamos no mesmo exército de Deus, o
certo é que muitos cristãos estão alinhados com uma força específica, lutando
uma determinada batalha.
A Batalha pelos nossos Filhos
Uma das batalhas espirituais mais desesperadoras do século vinte e um será
para a conquista do coração de nossos filhos. Essa batalha tem se desenvolvido
com muita violência por todo o século vinte, e na verdade se intensificará no novo
milênio. Se não nos prepararmos para esse confronto, cada vez mais intenso, cujo
alvo é o coração e a mente de nossos filhos, acabaremos por perdê-los para o
inimigo, numa escala sem precedentes. Não nos contentemos em conservar tão-
somente nosso território; procuremos agressivamente conseguir uma ruptura nas linhas
inimigas. O inimigo está seduzindo nossos filhos com uma falsificação daquilo
que é o verdadeiro desejo do coração deles: ter um genuíno relacionamento com o
Deus poderoso e sábio que os ama.
Criados para Ter Comunhão
A batalha ficando cada vez mais acirrada, nossos filhos não se manterão na
linha por terem apenas um bom programa para jovens. Tampouco se satisfarão
com bons sermões ou boas aulas na Escola Dominical. Deus, que é Espírito, criou
os seres humanos com a vontade de terem um relacionamento com o que é
sobrenatural, e essa vontade é maior durante a adolescência. Se os
adolescentes não tiverem um relacionamento com o poder sobrenatural de
Deus, estarão muito vulneráveis a buscar experiências com os poderes
sobrenaturais malignos. Embora a feitiçaria e a macumbaria hajam crescido
a uma taxa surpreendente durante o século vinte, no novo milênio elas
crescerão ainda mais rapidamente, se a Igreja não aumentar sua influência
sobrenatural. O verda deiro Cristianismo é um caminhar com o sobrenatural,
como a Bíblia deixa muito claro.
Ternos que ter um discernimento ainda maior, para proteger nossos filhos.
A Necessi dade de Di scerniment o
Na batalha pela conquista do coração dos nossos filhos, o inimigo não fará
jamais, evidentemente, um jogo limpo. Muito pelo contrário, ele empregará os meios
mais horríveis e cruéis de que possa valer-se. Ele já fez com que circulassem de
forma aloucada livros, filmes, programas de televisão e músicas com um poder
demoníaco tal que aqueles que estiverem espiritualmente desprotegidos poderão ser
atingidos por uma terrível Opressão espiritual, ou até mesmo possessão. Infelizmente
muitos cristãos não reconhecem a presença do inimigo até que ele se haja alojado
muito bem em sua vida, levantando em torno uma poderosa fortaleza. Se a Igreja não
acordar nessa área, haverá um surpreendente aumento na violência dos filhos para
com os pais ou para com outros jovens.
Um acidente desse tipo aconteceu em abril de 1999, na pequena cidade de
Kittrell, ao sul da Carolina do Norte. A mãe, Debbie Bawcum, entrou no quarto de
seus dois filhos gêmeos por volta das 21h30, e viu uma espingarda de caça
apoiada numa das camas. Ela havia anteriormente pedido a seu mari do, um ávido
caçador, que não guardasse armas em casa. O mais rápido possível, foi em direção a
um dos meninos, que estava com a arma, a fim de_ pegá-la. Foi então que os tiros
começaram. Um dos meninos atingiu Debbie em seu braço, e depois derrubou o
pai quando este veio correndo, subindo a escada aos saltos para ajudá-la. Um tiro
atingiu a filha do casal, Robin.
Os dois meninos que mataram o pai tinham 11 anos de idade. "Eles estavam
com outra cara" - disse Debbie Bawcum. - "Não eram os meus filhos. Eles tinham
uma cara estranha. Por alguns minutos não eram os meus filhos.
O caso que narrei não tem por intenção provocar medo em ninguém; é meu
intuito permitir que você tenha sabedoria. Não podemos entr egar a mente
dos nossos f ilhos ao mundo e esperar que eles cresçam como crentes.
Realmente, vivemos num território inimigo, mas não importando qual seja a
nossa teologia ou a nossa escatologia, nosso propósito aqui não é esconder o
inimigo, e sim enfrentá-lo em toda oportunidade.
Os pais que deixam de disciplinar seus filhos, conforme o mandamento bíblico,
acabarão sendo disciplinados por eles - ou lhes acontecerá algo pior. Os que não
controlam os livros que seus filhos lêem, as músicas que ouvem, os filmes e os pro-
gramas de televisão a que assistem, não demorará muito e ve rão o mal surgindo
neles, até mesmo sob a mais perversa e hedionda forma demoníaca. E isso pode
suceder num abrir e fechar de olhos!
Agora é hora de orar como nunca pelos pais cristãos, e também pelos que
trabalham com os jovens, e pelos autores de livros destinados aos adolescentes.
(Temos que orar também por todos os mestres, diretores e conselhos das
escolas.) A Igreja tem que reconhecer que os ministérios que trabalham com
jovens e crianças são tão importantes como os demais ministérios da Igreja.
Esses ministérios não têm a função de apenas trazer recreação, mas preparar
esses que constituem uma geração que foi destinada desde a fun dação do
mundo a permanecer de pé e confrontar o inimigo na hora mais negra de todos Os
tempos. O Senhor sem dúvida abençoará enor memente, prosperará e dará
unção às igrejas que derem recursos aos ministérios de jovens e de crianças.
A razão por que muitos de nossos filhos rejeitaram a Igreja é o fato de não haverem
tido contato - infelizmente! - com a Igreja real. Quando eles de fato virem o verdadeiro
Cristianismo, eles o desejarão, porque um andar iluminado e certo na fé é o que refle te
o modo de ser para o qual fomos criados. A Igreja vive vinte e quatro horas por dia,
sete dias por semana. Temos de nos libertar do que nos prende a prédios e a
programas, para que participemos da poderosa força que o Senhor agora está
reunindo.
Finalmente, a coisa mais importante que podemos fazer por nossos filhos é
nós mesmos nos aproximarmos do Se nhor. Por mais convidativo que seja o
ambiente da igreja, nada no universo é tão atraente como o Filho de Deus.
Quando Ele é exaltado, todos são atraídos a Ele.
A Batalha da Música
A música constituirá outro grande campo de batalha no século vinte e um. De
diversos modos o novo milênio será uma repetição dos anos da década de 1960,
apenas com uma intensidade bem maior. Assim como a música dos Beatles e de
outros grupos direcionaram aos grandes movimentos de contestação daquele
período, a música terá um papel maior no estabelecimento do clima espiritual neste
milênio.
A Linguagem Universal
A música é chamada de "a linguagem universal", por cruzar quase que toda a barreira
social e política. A música é também uma linguagem espiritual que vai além do
intelecto e alcança as fronteiras ilimitadas do coração. Os que criam essa lingua -
gem, que é universal e espiritual, têm uma poderosa arma na batalha pela
conquista do nosso coração. O Senhor está convocando um exército de guerreiros
da música, que serão usados como uma artilharia para bombardear algumas das
fortalezas mais fortes do inimigo, entre as quais o racismo, as drogas, a pornografia e o
espiritismo.
Artistas de contato. Alguns dos artistas do Senhor se tornarão artistas de
contato, que alcançarão audiências seculares. Deus vai dar à juventude novos
modelos para serem por ela influenciados e seguidos, como uma alternativa aos astros
tão populares da Música popular, extremamente degenerada, que corre
tresloucada por aí. É importante que esses músicos do Senhor não tenham uma
aparência religiosa nem falem com o "jargão evangélico". Entretanto, não devem
copiar o estilo mundano. Tais cantores e músicos são verdadeiros evangelistas,
chamados para lançar sementes que outros colherão.
Música sertaneja. A recente popularidade da música sertaneja não acontece por
acaso. Essa música nasceu na igreja, e o Senhor a está reivindicando para seus
propósitos. Ele está chamando muitos destacados artistas da música sertaneja, e se
eles responderem ao seu chamado, o Senhor os usará com grande Poder. Assim
acontecendo, a música sertaneja, que sempre foi considerada uma música das
classes mais baixas, terá um aumento de status e de apreço, mais que qualquer
outro tipo de música. Se eles não responderem ao Senhor, a música sertaneja cairá
de novo a uma relativa obscuridade.
Música de louvor. Uma nova música de louvor surgirá com uma nova forma
musical. Essa música atingirá as diversas gerações e se tornará popular tanto entre
os idosos como entre os jovens. Muitos dos intérpretes musicais do Senhor terão
a experiência de serem levados aos céus e ouvirem a música celestial. Outros
receberão músicas e cânticos espirituais em sonhos e visões. O poder dessa
música celestial causará um impacto sem medida na vida diária dos cristãos, por
comunicar um verdadeiro espírito de louvor e adoração ao Senhor. Essa música
atrairá também à fé multidões de incrédulos.
Evangelização pela música. A Igreja tem que reconhecer seus músicos como
soldados da linha de frente na batalha p o r n o s s a g e r a ç ã o . S u r g i r á u m a
n o v a v i s ã o q u a n t o à evangelização mediante a música, de forma que muitos
ministérios de música serão reconhecidos como sendo de ver dadeiros
missionários, e não de simples portadores de um espetáculo. Esses
ministérios e missionários precisarão ser devidamente preparados e
estimulados, da mesma forma que qualquer outro ministério. A música será um
dos principais campos de batalha do novo milênio, uma vez que ela tem o
potencial de provocar uma das maiores rupturas nas linhas inimigas, na guerra
contra as trevas.
A Batalha pela Mídia
A mídia não deve ser tida como um inimigo nosso. Há inimigos da fé que
trabalham na mídia, e ocupam posição de grande poder. Temos contudo que
considerar a liberdade de expressão e a imprensa como uma das maiores
bênçãos que temos. É contra produtivo gastar o tempo nos queixando da mídia
noticiosa liberal, dos governos, ou de outros proble m a s , q u a n d o e s s a
m e s m a e n e r g i a e e s s e t e m p o a s s i m despendido poderiam ser usados para
orar por tais situações. Uma verdade realmente revolucionária demais para
alguns dentre nós, e que precisa ser de fato compreendida, é que o Senhor de
fato ouve as nossas orações. Ele nos delegou uma impressionante autoridade: o que
ligarmos na Terra terá sido ligado no céu, e o que desligarmos na Terra terá sido
desligado no céu. Os crentes devem orar por todas as estações de rádio, de
televisão, por todos os jornais e demais meios de informação em sua região, até
que se tornem padrões da cobertura noticiosa dedicados à verdade, à integridade e à
justiça.
Nos últimos quarenta anos o inglês tem sido a segunda língua mais ensinada
nas escolas de quase todas as nações, inclusive nos países da antiga União
Soviética. Agora as notícias que são transmitidas pela televisão no mundo todo
pela CNN e por outras estações internacionais são compreendidas nesta língua
que tem se difundido por toda parte. Noticiários de estações seculares,
apresentados por repórteres não crentes, contribuirão mais para a propagação
do evangelho do que contribuíram as redes evangélicas de televisão até o dia de
hoje. Não é para se inferir daí que as redes evangélicas não estejam realizando nada.
Entretanto, quando os noticiários secula res, espiritualmente neutros,
promulgarem notícias de avivamentos e de grandes atos de Deus, isso causará
um impacto sem precedentes nos espectadores.

A Batalha pelas nossas Cidades


Cada batalha por uma verdade específica está sendo tam bém lutada num
cenário um tanto diferente e com outras estratégias. A chave para a vitória em
cada uma delas é conseguir avançar sobre as linhas do inimigo. Nos últimos
anos tem havido uma certa mudança na atmosfera espiritual em certas
cidades, como por exemplo em Los Angeles. Entretanto, conseguimos no máximo
fazer com que o inimigo recuasse um pouquinho em algumas áreas. Ainda não
tivemos um verdadeiro avanço nessa linha de frente. Quando virmos uma cidade
verdadeiramente conquistada para o Senhor, os cris tãos de toda a Terra se
levantarão com um zelo, um ímpeto e uma coragem e decisão sem precedentes
para tomarem a sua cidade, e muitas outras se firmarão como fortalezas espiritu -
ais da verdade e da justiça.
Os avanços que têm sido conseguidos na batalha pe las cidades fizeram com
que muitos cristãos viessem a se alinhar com a estratégia de batalha espiritual
pela conquista de cidades. Isso criou uma importante mobilização de forças. A
chave para a ruptura das linhas inimigas será uma força esmaga dora num único
ponto das linhas adversárias. Tais linhas nessa batalha incluirão todas as cidades e
vilarejos, mas os maiores pontos de conflito incluirão apenas algumas das cidades
onde is igrejas estiverem unidas, e de forma a verem acontecer um avivamento na
localidade, mudando assim a atmosfera espiritual. Se apenas uma cidade
importante for tomada, o inimigo se retrairá nas demais de maior importância
do inundo. Essas linhas precisam ser urgentemente reforçadas e avança das tanto
quanto possível.
Construindo o Mesmo Muro
Como aconteceu no tempo de Neemias, cada família receberá uma parte
específica do muro a ser concluído. Entretanto, todos estaremos trabalhando no
mesmo muro, para permanecermos juntos e unidos como um só povo, num único
propósito. Os que estiverem se dedicando a conhecer o poder de Deus para a cura
não apenas serão tolerantes com Os que estiverem se dedicando ao estudo das
Escrituras, mas também neles confiarão com respeito ao ensino, à edificação e à
correção. Quando os que têm se dedicado ao estudo das Escrituras e ao ensino tiverem
necessidade de cura, estes também saberão a quem recorrer. Como todos temos
condições de nos especializar em chamados específicos, a luz que receberemos
ficará mais forte e concentrada. E quando a luz se concentra suficientemente, ela se
torna um raio laser!
À medida que amadurecermos na compreensão de todo o escopo da batalha e
de nosso papel nela, e reconhecermos quem são os que estão do nosso lado,
mesmo tendo uma função diferente da nossa, o Senhor terá condições de nos dar
armas espirituais à base de raios laser, com poder suficiente para penetrar até
mesmo nas mais fortes fortalezas do inimigo.

Capítulo 10 O espírito de religiosidade

No sonho que tive em 16 de fevereiro de 1995, que foi publicado em A Batalha


Final, vi o Senhor Jesus no Jardim de Deus sob a Árvore da Vida. Parecia que todo o
exército de Deus estava lá, ajoelhado diante do Senhor Jesus. Ele acabara de nos
ordenar que voltássemos à batalha em atenção aos nossos irmãos que ainda
estavam feridos.
O Senhor não tinha uma aparência que me levasse a considerar que
chamava muito a atenção por sua beleza. Pelo contr ár io, sua apar ência em
m eu sonho er a um tanto co mum. Mesmo assim, a graça com que se movia e
com que falou fez dele aos meus olhos a pessoa mais atraente que vira em
toda a minha vida. Ele ultrapassava todo conceito humano do que pudesse
sig nif icar dig nidade e nobr eza. Nenhuma pintura q ue t entasse repr oduzi -
lo conseguir ia tal f eito. Contudo de certa f orma a maioria das pinturas que
eu vira tinham alguma semelhança com ele. Ao olhar par a ele, com pr eendi
por que é tudo que o Pai am a e de que se apraz.
O Senhor prosseguiu com sua exortação:
—Eu lhes dei dons espirituais e poder, e uma crescente compreensão da minha Palavra
e do meu reino, mas a maior arma que foi dada a vocês é o amor do Pai. Enquanto vocês
andarem no amor do meu Pai vocês nunca falharão. O fruto dessa árvore é o amor do
Pai, que se manifesta em mim. Este amor que está em mim tem de ser o seu pão de
cada dia.

Depois de estar no Jardim de Deus por um certo tempo, um anjo veio levar-me de
volta ao portão. Protestei, dizendo que não queria sair. Parecendo surpreso, o anjo
me tomou pelos ombros e me olhou nos olhos. Foi então que o reconheci. Ele era o
anjo da Sabedoria.
- Você nunca terá que sair deste jardim - disse ele. - Este jardim está no seu coração,
porque o Criador, ele mesmo, está dentro de você. Você desejou a melhor parte, a de
adorar e sentar na presença dele para sempre, e isso nunca lhe será tirado.
Amar a Deus é o maior dos mandamentos e o maior dom que alguém possa ter.
Jack Deere, que foi professor no Instituto Teológico de Dallas e autor do livro "Surprised
by the Power of God" (Surpreendido pelo Poder de Deus), disse certa vez: "Ter paixão
pelo Filho de Deus é o que vencerá mil males em nosso coração, e é a arma mais
poderosa contra o mal em nossa vida".
É por isso que um dos ataques mais mortais e enganosos que o inimigo tem feito
sobre a Igreja é o que procura desviar-nos da busca e a paixão por viver esse amor.
Sua estratégia é fazer com que nos ocupemos com o mal em nossa vida, pois ele
sabe que nos tornaremos o que estamos contemplando. Essa tática vem sob a
forma de um espírito de religiosidade, que é o engano do verdadeiro amor por Deus e da
verdadeira adoração.
Vou dar uma simples definição desse inimigo mortal da verdadeira vida espiritual:
O espírito de religiosidade é o espírito maligno que procura substituir, na vida do crente,
o poder do Espírito Santo por atividades religiosas. Seu objetivo principal é fazer com
que os cristãos se apeguem a uma forma de piedade, embora hajam negado seu
poder. Esse espírito de religiosidade é o "fermento dos fariseus e saduceus", contra o
qual o Senhor advertiu seus discípulos.
Jesus chamou esses ensinamentos errados de "fermento", porque o espírito
de religiosidade atua tal como o fermento no pão. Em vez de acrescentar alguma
substância ou algum valor nutritivo, apenas aumenta o volume do pão. O espírito de
religiosidade também nada soma à vida e ao poder da Igreja; pelo contrário, alimenta o
orgulho, esse sentimento pecaminoso que causou a primeira Queda e a queda de
quase todos os homens. Satanás sabe que Deus não permanece em obra
nenhuma que seja alimentada por orgulho. Deus inclusive se oporá a essa obra.

Assim, uma das principais estratégias do maligno contra nós é fazer com que
caiamos no orgulho, e o orgulho espiritual é o ponto máximo dessa forma de
malignidade mortal.
Satanás sabe também que uma vez na massa, é muito difícil remover o fermento. O
orgulho, por sua própria natureza, é a fortaleza do inimigo mais difícil de ser
removida ou corrigida. O espírito de religiosidade nos impede de ouvir a voz de
Deus, por nos levar a acreditar que já sabemos o que Deus está dizendo e o que lhe
agrada. Esse engano é decorrente de crermos que Deus é tal como nós, e que
nossas posições são suas mesmas posições. Somos enganados, levados a crer que
as repreensões, exortações e palavras existentes nas Escrituras visam corrigir
outras pessoas, não a nós.
A principal característica dos fariseus era a tendência de ver o errado nos
outros, sem enxergar os próprios erros. Este é um problema na sua vida, leitor,
caso você haja acabado de pensar que alguém que você conhece precisaria ler isto
aqui. É até bem possível que não lhe ocorra o pensamento de que Deus colocou esta
página em suas mãos porque é você que necessita desta mensagem.
De fato, todos precisamos desta advertência. É urgente que nos libertemos
deste engano devastador e permaneçamos li vres. Não teremos condições de
adorar plenamente o Senhor, em Espírito e em verdade, se assim não for feito
conosco.
O confronto da Igreja com o espírito de religiosidade será uma das batalhas
heróicas que enfrentaremos nos últimos dias. Todo o mundo estará lutando nessa
batalha. A única questão pendente é: de que lado você estará lutando?

O G rande Engano
Uma das características mais enganosas do espírito de religiosidade é que ele tem
seu fundamento no zelo pelas coisas de Deus. Temos a tendência de pensar que
esse zelo não pode ser um mal. No entanto, tudo depende da razão por que o
cultivamos.
Ninguém na Terra orava mais, jejuava mais, lia mais a Bíblia, ou tinha uma
esperança maior na vinda do Messias do que os fariseus. Contudo eles foram os
maiores opositores de Deus e do Messias. O jovem Saulo de Tarso foi motivado pelo
zelo por Deus quando aprisionava e matava os cristãos, antes de se ha ver
convertido. Talvez seja por isso que ele veio a ter um entendimento tão profundo
acerca dessa fortaleza maligna. Assim escreveu ele sobre seus irmãos judeus:
Porque lhes dou testemunho de que eles têm ZELO por Deus, porém não COM entendi-
mento.
O Senhor não teve praticamente problema algum com os demônios enquanto
caminhava sobre a Terra. Eles rapidamente se curvavam diante dele e clamavam
por misericórdia. Por outro lado, a comunidade religiosa, conservadora e zelosa,
crucificou o Verbo de Deus quando ele andou em seu meio. O mesmo acontece ainda
hoje. Todas as seitas e todas as falsas religiões juntas não têm ocasionado um estrago
tão grande nos verdadeiros movimentos de Deus como tem causado a infiltração do
espírito de religiosidade, uma vez que os genuínos cristãos facilmente discernem as
seitas e as falsas religiões. Entretanto, o espírito de religiosidade tem frustrado ou
desviado quase todo movimento de avivamento até hoje, e está ainda num lugar de honra
numa grande parte da Igreja visível. No final dos tempos, uma manifestação desse
espírito de religiosidade tomará assento no próprio templo de Deus (que é a Igreja),
declarando-se ser Deus e fazendo com que quase todo o mundo o siga.
Os Dois Fundamentos

Tal como a maior parte das poderosas fortalezas do inimigo, o espírito de


religiosidade constrói sua obra sobre dois fundamentos: o medo e o orgulho. O
espírito de religiosidade procura fazer com que sirvamos a Deus para ganharmos a
aprovação do Senhor, em vez de reconhecermos que a nossa aprovação vem mediante a
cruz de Jesus. Portanto, o espírito de religiosidade baseia o relacionamento com
Deus numa d i s c i p l i n a p e s s o a l , e m v e z d e b a s e á - l o n o s a c r i f í c i o
propiciatório de Cristo.
Medo e orgulho são duas conseqüências básicas da Queda, e nossa libertação
delas geralmente se dá mediante um longo processo. É por isso que o Senhor deu
até mesmo a Jezabel um "tempo para que se arrependesse". Entretanto, embora o Senhor
lhe haja dado esse tempo, ele admoestou a igreja de Tiatira por tolerá-la. 5 Podemos ter
paciência com os que têm o espírito de religiosidade, dando-lhes tempo para que se
arrependam, mas não podemos tolerar seu ministério em nosso meio enquanto
permanecemos nessa espera! Se esse espírito não for confrontado de imediato, ele
fará mais danos à Igreja, aos ministérios, às famílias e à nossa vida do que qualquer
outra investida que o inimigo possa fazer contra nós.
Vejamos agora como o medo, que oferece motivação para que o espírito de
religiosidade atue, muitas vezes se baseia no sentimento de culpa.
O Medo e seu Fundamento na Culpa
Eli, o sacerdote que criou Samuel, é um bom exemplo bíblico de alguém que
ministrava com um espirito de religiosidade fundamentado na culpa. Ele tinha
tanto zelo pelo Senhor, que quando ouviu dizer que os filisteus haviam roubado a
arca, caiu e morreu. Ele passara a vida procurando servir o Senhor como sumo
sacerdote, mas a primeira palavra dada a Samuel foi uma das mais pavorosas
reprimendas feitas nas Escrituras - e foi para Eli!
Porque já lhe disse que julgarei a sua casa para sempre, pela iniqüidade que ele bem
conhecia, porque seus filhos se fizeram execráveis, e ele os não repreendeu. Portanto, jurei à
casa de Eli que nunca lhe será expiada a iniqüidade, nem com sacrifício, nem com oferta
de manjares. (1ª Samuel 3:13,14)
O zelo de Eli pelo Senhor baseava-se nos sacrifícios e nas ofertas de manjares que
supostamente seriam a compensação por sua irresponsabilidade como pai. A culpa
pode também despertar em nós um grande zelo pelo Senhor, o que nos leva
normalmente a fazer uso de sacrifícios e oferendas como expiação por nossos
erros. Isso é uma afronta à cruz, pois somente ela faz expiação por nossa culpa.
Esse tipo de zelo nunca será aceito pelo Senhor, mesmo que façamos sacrifícios
eternos. Devemos observar aqui que o Senhor não afirmou que o pecado de Eli
não poderia ser perdoado. Ele apenas disse que o que ele fizera como expiação por
seu pecado, mediante sacrifício e oferendas, jamais funcionaria.
Isso não significa que devemos deixar de fazer coisas para agradar o Senhor.
Contudo nossa motivação deve ser sem pre a de fazer tudo visando ao seu
contentamento, e não à nossa aceitação. Uma atitude é centrada em Deus; a
outra na p r ó p r i a p e s s o a , o q u e r e p r e s e n t a u m a t e n t a t i v a d e
desconsiderar a cruz.
É ainda digno de nota que um dos pecados dos filhos de Eli foi o fato de que eles
desprezavam a oferta do Senhor. Eles se apropriavam dos sacrifícios e das ofertas
trazidas ao Senhor para seu próprio uso egoísta. Os que são tomados por essa for-
ma de espírito de religiosidade muitas vezes são os mais zelo sos a pregar a cruz.
Trata-se no entanto de uma perversão, porque eles enfatizam mais a cruz deles
do que a cruz de Cristo. Eles se deliciam com uma humilhação auto-imposta, em
vez de na cruz de Cristo - único meio de nos tornarmos justos e aceitáveis diante de
Deus.
O fundamento do medo é a culpa. E o fundamento do orgulho é o idealismo.
O Orgulho e seu Fundamento no Idealismo
O idealismo, uma forma de humanismo, é um dos disfarces mais enganosos e
destruidores do espírito de religiosidade. O idealismo procura impor padrões nos
outros que vão além do que Deus requereu, ou para o que nos concedeu graça.
Os que são controlados por esse tipo de espírito de religiosidade po dem por
exemplo condenar, afirmando não ser espiritual quem não esteja orando durante duas
horas por dia. É possível que Deus queira que oremos duas horas por dia, mas
ele primeiramente vai nos chamar para orarmos durante dez minutos diá rios.
Depois, com a bênção que vem sobre nós com sua presença, vamos querer passar
com ele mais tempo, e mais tempo, até não nos contentarmos com apenas dez
minutos, depois com uma hora, depois com duas. Desse modo nossa graça cresce
no amor por Ele e por Sua presença, mas não devido a uma pres são ou a um
sentimento de culpa.
Em virtude do idealismo que cultivam, as pessoas com espirito de religiosidade
procurarão normalmente a igreja perfeita, e se recusarão a participar de qualquer
coisa menos que isso. Constantemente criticam sua própria igreja. Os que são dirigidos
pelo Espírito Santo, que é chamado de "o Ajudador", podem cultivar também elevadas
esperanças em relação à sua igreja, possivelmente se doando às obras mais
humildes, a fim de ajudá-la em seu crescimento no que diz respeito à visão e à
maturidade.
Quando o espírito de religiosidade tem fundamento no orgulho, isso se
evidencia pelo perfeccionismo, onde tudo ou é preto ou é branco. Isso faz com
que se chegue a extremos, requerendo que cada pessoa e cada ensinamento
seja julgado como sendo ou 100 por cento certo ou 100 por cento errado.
Somente Jesus poderia satisfazer uma condição como essa. Quando impomos
aos outros - ou a nós mesmos - tais padrões, o resultado é um engano muito sério.
A verdadeira graça nos transmite uma verdade que nos liberta, mostrando-nos o
caminho que nos leva a nos libertar do nosso pecado ou o caminho para níveis
mais elevados de maturidade espiritual.
As pessoas dotadas de espírito de religiosidade podem destacar os problemas
com bastante precisão, mas geralmente não oferecem soluções, a não ser
deitar por terra o que já foi construído. Essa é a estratégia do inimigo: acabar
com todo o progresso e produzir um desencorajamento que limitará um possível
futuro crescimento.
A graça de Deus nos faz subir a montanha passo a passo. O Senhor não nos condena
por tropeçarmos algumas vezes, em nosso esforço de ascensão. Ele graciosamente nos
levanta e nos incentiva a prosseguir em direção ao topo da montanha. Nunca devemos
nos condenar por ainda não havermos chegado lá. O mais importante é estarmos no
processo de subida.
Se tivéssemos que esperar até que atingíssemos a perfeição, para então ministrar,
ninguém estaria qualificado para isso. Considere por exemplo como estavam Os
apóstolos quando foram deixados com o encargo de construir a Igreja. No momento da
cruz, na hora em que Jesus tinha a maior necessidade, todos, exceto João, se
dispersaram para longe, negaram-no e traíram-no. Quantos pastores deixariam sua igreja,
num único fim de semana, entregue às mãos de um grupo de pessoas, tal como o grupo
dos discípulos do Senhor? Contudo Jesus pôde deixar sua Igreja entregue a tais homens,
não por confiar neles, mas por confiar na ação do Espírito Santo. Obediência e
compreensão perfeitas devem ser sempre a nossa meta. Entretanto, jamais as
encontraremos em nós mesmos. Isso só acontecerá quando estivermos permanecendo
de forma perfeita naquele que é Perfeito.
Um dos maiores enganos de todos é crer que já temos uma compreensão completa,
ou que a nossa percepção e nossos atos são 100 por cento certos. Isso impede que
tenhamos uma compreensão maior, e que ainda possamos ser corrigidos. No entanto
Paulo afirmou: Agora vemos como em espelho, obscuramente. Em razão do que ele diz é
que somos compelidos a sempre estar receptivos a uma perfeição maior em nossas
crenças e em nossos ensinos.
Jesus abençoou Pedro e lhe deu as chaves do reino um pouco antes de ter que
repreendê-lo e chamá-lo de "Satanás". Logo depois da extraordinária bênção do
recebimento das chaves do reino, o inimigo enganou Pedro. Contudo o Senhor não
tomou de volta as chaves que lhe dera. Quando ele as entregou já sabia que em breve
Pedro o negaria. Esses dois incidentes não constituem seus únicos tropeços. Muitos
anos depois, quando ele usou as chaves para abrir a porta da fé para os judeus e os
gentios, o último dos apóstolos, Paulo, teve que repreendê-lo publicamente, em
razão de hipocrisia. Mesmo assim Pedro recebeu a promessa de sentar-se num
dos doze tronos que julgarão as doze tribos de Israel.9
O estilo de liderança adotado por Jesus foi o de dar condições a seus
seguidores de poder cometer erros, e então aprender com os mesmos. Se exigíssemos
que nossos filhos fossem perfeitamente maduros em tudo, isso seria contraprodutivo;
aliás, contribuiria inclusive para reprimir-lhes o crescimento e o amadurecimento. O
mesmo acontece na Igreja. Temos que corrigir os erros cometidos, porque é assim
que aprendemos. Entretanto, essa correção tem que nos encorajar e nos edificar,
e não nos condenar, nem dar um fim às nossas iniciativas, o que seria
verdadeiramente lamentável.
Finalmente, uma das formas mais poderosas em que o espírito de religiosidade
age é a de construir sobre o medo e o orgulho ao mesmo tempo.

O Fundamento do Medo e do Orgulho


Os que são simultaneamente dominados pelo medo e pelo orgulho passarão
por períodos de profunda angústia e remorso diante de seus erros. O resultado é um
arrependimento que é simplesmente mais uma humilhação própria do que qualquer
outra coisa, e que produz ainda mais sacrifícios na tentativa de satisfazer o Senhor.
Passam então ao outro extremo, ficando tão convencidos de que são superiores
aos demais cristãos e a outros movimentos que se tornam não ensináveis,
incapazes de receber qualquer repreensão.
Esse espírito de religiosidade é tão escorregadio que consegue safar-se de quase
toda tentativa de confronta-1o. Se você se dirigir ao orgulho, os temores e as
inseguranças surgirão para despertar simpatia. Se você confrontar o medo, ele se
transformará num orgulho religioso, disfarçado de fé. Esse espírito acaba levando
pessoas e igrejas a extremos tais que farão fatalmente que se desintegrem.
Examinemos agora nosso próprio coração, observando alguns sinais que indicam a
presença de um espírito de religiosidade.

Sinais de Advertência Indicativos do Espírito de Religiosidade

A maioria de nós é sujeita ao espírito de religiosidade, ao menos até um certo


ponto. Paulo exortou-nos a que nos examinássemos a nós mesmos para vermos
se realmente estamos na fé. Passe pelos sinais de advertência citados abaixo e
verifique em que pontos você pode ter um espírito de religiosidade.
1. Tendência a considerar, como sua principal missão, acabar com o que você crê ser
errado.
O ministério de uma pessoa como essa produzirá mais divisão do que obras
permanentes.
2. Não sabe receber uma repreensão, especialmente daqueles que você julga serem
menos espirituais que você.
Pense sobre a forma em que você reagiu nas últimas poucas vezes em que
alguém tentou corrigi-lo em alguma coisa.
3. Uma filosofia de não considerar o que os outros dizem: ...mas somente o que Deus
diz.
Como Deus normalmente fala por meio de pessoas, isto é obviamente um engano, e
revela sério orgulho espiritual.
4. A inclinação para ver mais o que está errado nos outros e nas outras igrejas do que
o que neles está certo.
João viu a Babilônia de um vale, mas quando foi levado a uma "alta
montanha", ele viu a Nova Jerusalém. Se apenas estamos vendo a Babilônia,
nossa perspectiva está errada. Os que estão tendo uma visão correta são os que
estão procurando ver o que Deus está fazendo, e não o que Os homens estão fa-
zendo.
5. Um sentimento de culpa opressivo, por não se sentir nunca à altura dos padrões de
Deus.
Esta é uma raiz do espirito de religiosidade, porque faz com que você baseie seu
relacionamento com o Senhor no seu próprio desempenho, e não na cruz.
6. A crença de que você foi destacado para corrigir todo o mundo!
Os vigias e xerifes do reino de Deus que assumiram por sua própria conta
essa posição geralmente não constroem nada; pelo contrário, eles
normalmente mantêm a igreja numa situação incômoda e de agitação,
podendo provocar sérias divisões.
7. Um estilo de liderança dominador, arrogante e intolerante quanto aos erros dos
outros.
Como disse Tiago: A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois,
pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem
fingimento. Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.
8. O sentimento de que você está mais perto de Deus do que outras pessoas, ou de
que a sua vida ou o seu ministério estão agradando o Senhor mais do que a vida e o
ministério dos outros.
Este é um sintoma do grande engano de pensar que chega mos mais perto de
Deus pelo que somos, e não unicamente por instrumento de Jesus.
9. Orgulho de sua maturidade espiritual e de sua disciplina, especialmente quando você
se compara com os demais.
A verdadeira maturidade espiritual envolve crescimento até a posição de
Cristo. Quando começamos a nos comparar com os outros, é óbvio que
perdemos de vista nosso verdadeiro alvo: Jesus.
10. A crença de que você está na crista da onda do que Deus está fazenda
Isso inclui pensar que você está envolvido no que Deus está fazendo de maior
importância. Ainda que isso fosse verdade, estaríamos novamente aqui diante de
profundo orgulho espiritual, bem como de uma posição egocêntrica. Os que recebem
verdadeiras missões importantes têm a graça de executá-las simplesmente porque Deus
"dá graça aos humildes".
11. Uma vida mecânica de oração.
Quando você se sente aliviado ao terminar seu período de oração, ou quando
termina de orar por todos os itens da sua lista de pedidos, você deve avaliar como
está. Você nunca poderia se sentir aliviado por terminar de conversar com Aquele
que você ama.
12. Fazer o que as pessoas vão notar
Este é um sintoma da idolatria, que significa temer as pessoas mais do que a
Deus, e resulta numa religião que serve às pessoas em lugar de a Deus.
13. Ter forte aversão pelas situações emocionais.
Quando alguém sujeito a um espírito de religiosidade se encontra com a
verdadeira vida de Deus, ela lhe parecerá excessiva, emocional e carnal. A
verdadeira paixão por Deus é emotiva e visível. Você se lembra de que Davi
dançou quando trouxe a arca de Deus até Jerusalém? E lembra também como
isso causou uma aversão em sua esposa Mical que ficou estéril daquele dia em diante?
Esse espírito crítico conduz à esterilidade espiritual.
14. Uso de emoções em substituição à obra do Espirito Santo.
Você acha que choro e gemidos têm que estar presentes num arrependimento? Ou
que a pessoa "tem que cair sob o poder de Deus" para ser por ele verdadeiramente
tocada? Embora ambas as situações possam constituir evidências da verdadeira
obra do Espírito Santo, você já está se deixando contaminar pela influência de
Outro espirito, caso julgue que elas têm forçosamente que acontecer.
Nas reuniões de Jonathan Edwards, no Primeiro Grande Avivamento, alguns dos
que eram mais obstinados e rebeldes caíram no chão e assim permaneceram por
vinte e quatro horas. Essas aparentemente estranhas manifestações
estimularam o Grande Avivamento, uma vez que aqueles homens se transfor -
maram de verdade. Entretanto, Edwards afirmou que houve outros que falsearam essas
manifestações, contribuindo assim para o fim do Grande Avivamento, mais do
que os próprios inimigos dele.
15. Mantendo estatísticas de sua vida espiritual.
Você se sente melhor quanto a si mesmo porque está indo a mais reuniões,
ou porque lê a Bíblia mais do que antes, ou porque faz mais coisas para o
Senhor do que os outros? Todas essas atividades são nobres, mas a verdadeira
medida da maturidade espiritual é estar mais perto do Senhor.
16. Ficar motivado quando seu ministério parece estar melhor que outros
ministérios.
Isso inclui ficar desmotivado quando os outros ministérios parecem estar
melhor, ou crescendo mais que o seu.
17. Gloriar-se mais pelo que Deus fez no passado do que pelo que faz no
presente.
Deus não mudou; Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre. O véu foi
removido; podemos ficar tão perto de Deus quanto qualquer um do passado.
O espírito de religiosidade procura fazer com que concentremos nossa atenção
em comparações, em vez de simplesmente nos aproximarmos do Senhor.
18. A tendência de suspeitar de novos movimentos ou igrejas, ou se lhes opor.
Este é obviamente um sintoma de inveja, um dos principais frutos do espírito
de religiosidade — e do espirito de orgulho — que perseveram em dizer que Deus
nada faz de novo a não ser por nosso intermédio. É claro, é muito raro o
Senhor usar alguém com tal mentalidade.
19. A tendência de rejeitar manifestações espirituais que não compreendemos.
Este é um sintoma de orgulho e arrogância que presume que as nossas
posições quanto a um assunto são as mesmas que as de Deus. A verdadeira
humildade nos mantém ensináveis e abertos, esperando com paciência pelos
frutos, antes de fazer qualquer julgamento. É por isso que somos exortados a
julgar todas as coisas, e reter o que é bom (e não o que é mau).

20. Uma reação desmedida à carnalidade 17a Igreja.


Muito mais carnalidade existe na Igreja, e muito menos é o que provém do
Espírito Santo, do que até mesmo a pessoa mais crítica possa supor. Temos de
aprender a nos libertar da nossa carnalidade e crescer em nossa submissão ao
Espírito Santo. Entretanto, a pessoa crítica vai querer aniquilar os que ainda
possam estar fazendo coisas na carne em 60 por cento do tem po (embora
estejam tendo um enorme progresso, porque no ano passado estavam com 95
por cento), em vez de ajudá-las nesse seu progresso.
21. Uma desmedida reação à imaturidade na Igreja.
O Senhor tolera uma certa dose de imaturidade. O meu filho de 4 anos é imaturo
comparado com o outro de 14 anos, mas tudo bem. De fato, ele pode até mesmo
estar bem maduro para uma criança de 4 anos. O espírito de religiosidade, cheio
de idealismo, enxerga tão-somente a imaturidade, não levando em conta outros
fatores muito importantes.
22. Não conseguir participar de nada que você não considera perfeito ou próximo da
perfeição.
O Senhor esteve com os homens aqui na Terra, e inclusive entregou a sua vida
a uma humanidade totalmente decaída. Os apóstolos que ele chamou e enviou para
construir a sua Igreja provavelmente fariam parte da lista considerada por todos
como a "dos menos prováveis de terem sucesso". Tal como Jesus, assim será a
nossa natureza, se permanecermos nele. Não apenas veremos as pessoas como
são, mas também como poderão vir a ser.
23. Se durante a leitura desses sinais lhe ocorreu o pensamento de "como
eles se aplicam a fulano e a sicrano", então você tem um sério problema
envolvendo um espírito de religiosidade!
Vendo a sua Nota neste Teste
Veja agora que nota você tirou neste teste. Apenas lembre: Paulo não nos disse
que examinássemos Os outros, ou o nosso pastor, mas a nós mesmos, conforme
vimos em 2ª Coríntios, 13:5. Confesso que cada um desses tópicos se aplicou a mim
no passado, e creio que alguns deles ainda hoje se aplicam. Tudo isso constitui o
fruto de havermos comido da árvore espiritual do Conhecimento do Bem e do Mal.
Para que tenhamos a mente renovada, de forma a libertar-nos de tal influência, é
necessário que passemos por um processo.
Agora que sabemos como cada um de nós foi afetado pelo espírito de
religiosidade, olhemos para as formas desse espírito, não apenas para não sermos
contaminados por ele, mas também para nos proteger de alguém que o possua.
As Formas do Espírito de Religiosidade

Já vi cinco formas em que se manifesta o espírito de religiosidade: na contrafação


do dom de discernimento; na forma do espírito de Jezabel; na forma da retidão
própria; na síndrome do martírio; e em alguma psicologia de auto-ajuda.
Comecemos com a falsificação do dom de discernimento.

1. O FALSO DOM DE DISCERNIMENTO


O espír it o de relig iosidade dá à luz um f also dom de discernimento de
espíritos. Esse dom, que é uma contrafação ou falsificação do verdadeiro dom,
é o que procura ver o que está errado nos outros, antes de procurar ver o que
Deus está fazendo para ajudá-los. (Se você assinalou os números 4 ou 6 do
teste, pode ser que você tenha um f also dom de discernimento). Sua
sabedoria tem raízes na Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, e embora a
verdade possa vir a ser transmitida com precisão, ela é ministrada num espírito
que mata.
A suspeita, que é motivada pela rejeição, pela preservação de nosso território (nosso
âmbito de ação), ou por uma insegurança de ordem geral, é o que causa este
falso dom. Entretanto, o verdadeiro dom de discernimento somente pode funcionar com
amor. Sempre que alguém profere uma palavra de julga mento ou de crítica a uma
pessoa ou a um grupo, eu desconsidero essa palavra, a menos que saiba que tal
pessoa realmente ama a pessoa ou o grupo que foi criticado, tendo ela um
"investimento" de serviços prestados àquela pessoa ou àquele grupo.
Quando Paulo advertiu os coríntios sobre os que ministraram com uni espírito
de religiosidade que procurou colocar um jugo de legalismo na jovem igreja, ele
declarou o seguinte: Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, trans--
formando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar por que o próprio Satanás
se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se
transformem em ministros de justiça; e O fim deles será conforme as suas obras.
Foi por isso que Saldo de Tarso, o fariseu, filho de fariseus se enraiveceu tanto
contra a Igreja. As religiões que se baseiam em obras tenderão facilmente a se
tornar violentas, especialmente quando confrontadas com os que vivem pela fé.
Isso inclui religiões "cristãs" em que uma doutrina de obras suplantou a cruz de
Cristo.
Os que forem controlados por espíritos de religiosidade po derão tentar destruir
por diversos meios - mas não o de lhes tirar a vida física - aqueles que se lhes
opõem. Muitas das investidas de calúnias instigadas contra algumas igrejas e
alguns ministérios são atos intempestivos desse espírito.
O espírito de Jezabel é outra forma do espírito de religiosidade.
2. O ESPÍRITO DE JEZABEL
Jezabel foi à esposa ambiciosa e manipuladora do rei Aca be, o fraco dirigente
de Israel que permitiu que ela ditasse a política no seu reino. Basicamente, o
espírito de Jezabel é uma combinação do espírito de religiosidade com o
espírito de feitiçaria - que por sua vez é o espírito de manipulação e controle.
Esse espírito é muitas vezes - mas não sempre - encontrado em mulheres
profundamente feridas. O modo pelo qual as mulheres eram tratadas nos tempos
bíblicos, e o modo como Jezabel foi tratada por haver sido dada a um rei
estrangeiro como um ato político, nos levam a entender a r a z ã o p e l a q u a l
e l a " d e u n o q u e d e u " . M a s i s s o n ã o é inescusável. Toda provação na nossa
vida nos trará amargura ou nos tornará melhores do que antes, e a cruz curará
toda ferida espiritual, se nos voltarmos para ela. Os que estiverem profundamente
feridos, e que não se voltarem para a cruz, poderão abrir-se para a entrada desse
espirito maligno.
Jezabel foi à grande inimiga daquele que foi um dos profetas mais poderosos
do Antigo Testamento, Elias, cujo ministério representava o preparo do caminho
para o Senhor. Uma das formas mais poderosas do espírito de religiosidade é
o espírito de Jezabel, que procura manter a Igreja e o mundo despreparados para a
vinda do Senhor. Esse espírito ataca o ministério profético porque o mesmo
tem sido sempre um dos principais modos pelos quais o Senhor dá uma
direção oportuna e estratégica ao seu povo. Jezabel sabe que afastando os
verdadeiros profetas, as pessoas ficarão vulneráveis a seus falsos profetas, os
quais sempre conduzem à idolatria e ao adultério espiritual.
Quando as pessoas deixam de ouvir por algum tempo a verdadeira voz do
Senhor, estarão muito mais propensas ao engano do inimigo. É por isso que o
inimigo sempre procura semear nelas o orgulho. A fim de que não recebam
nada do Senhor, o espírito de religiosidade produz nelas uni orgulho religioso,
uma vez que Deus não se comunica com os que estão cheios de orgulho.
Foi por isso que Jesus identificou os líderes religiosos de seus dias com as
palavras "guias cegos". Eles conheciam melhor que ninguém as profecias
messiânicas. Contudo, ao olharem para o rosto daquele que era o
cumpriment o da quelas profecias, imaginaram que ele havia sido enviado por
Belzebu!
Os profetas de Jezabel eram ainda dados ao sacrifício, a ponto de se
açoitarem e cortarem o próprio corpo, para que seu deus aparecesse. Uma
estratégia importante do espírito de religiosidade é fazer com que a Igreja se
entregue a sacrifícios, de modo a perverter o mandamento que nos manda le var
a cruz a cada dia. Essa perversão fará com que tenhamos mais fé em nossos
sacrifícios do que no sacrifício do Senhor. Ela também fará uso de sacrifícios e
oferendas para que Deus se manifeste. É uma forma do terrível engano de que
podemos de algum modo comprar com nossas boas obras a graça e a presença
de Deus.
A terceira forma do espírito de religiosidade é a retidão própria.

3. RETIDÃO PRÓPRIA
Não nos crucificamos visando alcançar a retidão, a purificação, a maturidade
espiritual, ou para que o Senhor se manifeste; isso nada mais seria do que uma
magia. Cada um de nós está crucificado com Cristo. Se nos crucificarmos a nós mesmos,
o único resultado será a "retidão própria". Isso é orgulho em sua forma mais básica,
porque tem a aparência de sabedoria e retidão. O apóstolo Paulo nos advertiu com as
seguintes palavras:
Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos,
baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, e não
retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e
ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus. Se morrestes com Cristo para os
rudimentos do mundo, porque, como Se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças:
não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e
doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. Taís
coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa
humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade.
(Colossenses 2:18-23)
O espírito de religiosidade nos fará sentir bem quanto à nossa condição
espiritual na medida em que estejamos centrados em nós mesmos e buscando a nós
mesmos. Quem tem orgulho se sente bem; pode ser até mesmo um tanto divertido.
Contudo, toda a nossa atenção recai então sobre como estamos nos saindo, quão
melhor estamos em relação aos outros. Ela na realidade não está posta na glória
de Deus. (Se você assinalou os itens 8, 9, 10, 15 ou 16 no teste acima, pelo
menos um certo grau de retidão própria você tem.) Isso resulta em confiarmos em
nossa disciplina e no nosso sacrifício pessoal, em vez de no Senhor e no sacrifício dele.
É certo que a disciplina e a disposição para o sacrifício próprio são qualidades
essenciais em todo crente, mas a motivação por trás dessas virtudes é que
determina se estamos sendo levados por um espírito de religiosidade ou pelo
Espírito Santo. O espírito de religiosidade usa o medo, o sentimento de culpa, o
orgulho e a ambição para motivar as pessoas. Já a motivação feita pelo Espírito Santo
é o amor pelo Filho de Deus.
Ter prazer em se auto-humilhar é um forte sintoma do espírito de religiosidade.
Isso não quer dizer que não devamos nos disciplinar, que não devamos jejuar, ou
esbofetear o nosso corpo, como Paulo fez. É o pervertido prazer nessas coisas que
revela o problema, quando deveríamos ter prazer no Filho de Deus.
Re vel ação Eng anos a
Em Colossenses 2:18,19 Paulo explicou que os que têm prazer em se humilhar
acabarão freqüentemente adorando anjos e fazendo colocações impróprias de visões
que tiveram. É desejo do espírito de religiosidade que adoremos qualquer coisa ou
qualquer outro ser, exceto Jesus. O mesmo espírito inclinado a adorar anjos estará
propenso a exaltar excessivamente seres humanos. Temos que ter muito cuidado com
quem esteja indevidamente exaltando anjos, ou homens e mulheres de Deus, ou que
esteja usando as visões que teve para obter uma indevida influência na igreja. Deus não
nos dá revelações para assim comprovarmos nosso ministério, ou para que as pessoas
nos respeitem mais. O fruto da verdadeira revelação será a humildade, não o
orgulho. As Escrituras ensinam que os cristãos realmente podem ter tais
exper iências, sendo elas úteis e necessár ias quando adequadamente
usadas. A palavra chave no texto citado é que devemos ter cuidado com os
que estejam tendo tais revelações e se orgulhem por causa delas.
O espírito de religiosidade sempre alimentará nosso orgu lho, enquanto a
verdadeira maturidade espiritual sempre nos conduzirá a uma humildade cada
vez maior. Um tal progresso da humildade é maravilhosamente demonstrado
na vida de Paulo. Em sua carta aos Gálatas, que se considera haver sido
escrita por volta do ano 56, Paulo declarou, na oportunidade em que visitou os
primeiros apóstolos em Jerusalém: Eles nada me acrescentaram. Num certo
sentido ele declarou ter tanto quanto eles tinham. Quando escreveu aos
coríntios, referiu-se a si mesmo como o menor dos apóstolos. E por volta do ano
61 declarou ser o menor de todos os santos? Finalmente, ao escrever a
Timóteo no ano 65, aproximadamente, ele se descreveu como sendo o principal
dos pecadores, acrescentando em seguida que Deus teve misericórdia dele.
Uma verdadeira revelação da misericórdia de Deus é o maior dos antídotos para
o espírito de religiosidade. Esse espírito não permanecerá por muito tempo
quando crescermos na verdadeira humildade.
Lembre-se de que as manifestações do espírito de religiosidade são: uma
contrafação do dom de discernimento, o espírito de Jezabel (que é o espírito de
manipulação), a retidão própria e a síndrome de mártir, que passaremos a examinar.

4. A SÍNDROME DE MÁRTIR
Ser um mártir da fé é uma das maiores honras que alguém pode receber nesta
vida. Quando isso é pervertido, o que estará acontecendo será uma trágica forma de
engano. Sempre que um espírito de religiosidade está com a síndrome de mártir, é quase
impossível a pessoa ser liberta desse engano. Quando a coisa chega a esse
ponto, toda rejeição e toda correção é interpretada pela pessoa como o preço que
ela tem que pagar para "permanecer com a verdade", o que a faz afastar-se ainda
mais da verdade e de uma possível correção.
A síndrome de mártir pode ainda ser uma forma do espirito de suicídio. Às vezes é
muito mais fácil "morrer pelo Senhor" do que viver por ele. Os que têm um entendimento
pervertido com respeito à cruz muitas vezes se gloriam mais com a morte do que
com a vida. O alvo da cruz é a ressurreição, e não o túmulo.
Finalmente, temos que considerar como algumas formas da psicologia de
auto-ajuda podem nos levar ao espírito de religiosidade.

5. PSICOLOGIA DE AUTO-AJUDA
O movimento de psicologia de auto-ajuda é uma tentativa sutil de substituir o
poder da cruz na Igreja. Essa psicologia humanista é "um outro evangelho" e
uma outra forma do espírito de religiosidade. De fato, Paulo assim nos advertiu:
Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e
edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças.
Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme
a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.
(Colossenses 2:6-8)
Todos temos necessidade de alguma "cura interior". Entretanto, muito do que
se está chamando de cura interior não passa de um processo de desenterrar o
velho homem e procurar fazer com que ele seja curado. O que no entanto temos
que fazer é matar o velho homem e abandoná-lo. O modo de curar nossas
feridas da alma não é um procedimento determinado; tampouco uma fórmula, e
sim simplesmente o perdão. Quando vamos até a cruz e somos aceitos com
base no sangue de Jesus, encontramos um perfeito amor que acabará
completamente com toda amargura e ressentimento.
Isso parece ser muito simples, mas foi o que Paulo disse: Mas receio que,
assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, assim também seja
corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a
Cristo. A salvação é algo simples. A libertação é algo simples. A maior estratégia do
inimigo é enfraquecer o poder do evangelho fazendo com que nele coloquemos
acréscimos. Foi assim que ele enganou Eva.
O Senhor ordenara ao homem e à mulher que não comes sem da Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal, porque no dia em que comessem morreriam.
Quando interrogada quanto a esse mandamento do Senhor, Eva respondeu que eles
não poderiam comer da árvore, nem mesmo tocá -la. O Senhor não dissera coisa
alguma com respeito a tocar naquela árvore. Acrescentar algo aos mandamentos de
Deus é tão destrutivo quanto lhes suprimir uma parte. Os que com petulância
pensam que podem acrescentar algo à Palavra de Deus não a res peitam o
suficiente para guardá-la quando chega à provação. Se Satanás conseguir que
acrescentemos algo às Escrituras, ou que dela subtraiamos algo, ele saberá que nos
pegou, tal como conseguiu com Eva.
Muitas filosofias e terapias "cristãs" parecem ter sabedoria. No entanto elas
procuram substituir o Espírito Santo em noss a vi d a. A lgu m a s p es so as
r ea lm ent e n ec es s it am d e u n i aconselhamento, e muitos conselheiros cristãos
de fato as levam à cruz. Contudo, outros simplesmente as estão empur rando
para o buraco negro do egocentrismo, que as consumirá, além de procurar tragar
junto com elas todos os que estiverem ao seu redor. Apesar da terminologia cristã,
essa filosofia é inimiga da cruz de Cristo.
Finalmente, como saber se estamos livres da contaminação de um espírito de
religiosidade? Veja o teste que indica um mensageiro verídico.

O Teste de um Mensageiro Verídico

Em Ezequiel 37, o profeta foi levado para um vale cheio de ossos secos, e lhe foi
perguntado se eles poderiam reviver. O Senhor então ordenou que ele
profetizasse àqueles ossos. Enquanto ele profetizava, os ossos se juntaram, veio à
vida e eles se transformaram num grande exército. Esse é um teste pelo qual todo
verdadeiro ministro tem que passar. O verdadeiro profeta pode ver um grande
exército até mesmo nos ossos mais secos. Ele profetizará vida para eles, até
que venham à vida, e depois se tornem um exército. Um falso profeta com
espírito de religiosidade apenas dirá o quão secos os ossos estão, enchendo-
os de desencorajamento e de condenação, e não lhes transmitindo vida nem
poder para que vençam as circunstâncias negativas.
Os apóstolos e os profetas recebem autoridade para cons truir e para
demolir. Contudo não temos o direito de demo lir se primeiro não construímos.
Eu não dou autoridade a ninguém para corrigir os que estão sob meus
cuidados, a menos que veja naquela pessoa um histórico em que demonstre
haver encorajado outros. Talvez você diga que isso elimi na o ministério dos
profetas. No entanto eu afirmo que esses "profetas" é que necessitam ser
eliminados do ministério. Como Judas disse a respeito deles: "Os tais são
murmuradores", vivem procurando erros nos outros, e são como rochas
submersos em vossas festas de fraternidade. Como diz um velho provérbio: "Basta
um burro qualquer para pôr abaixo um celeiro, mas é necessário um bom
carpinteiro para o construir".
O estilo de liderança do Senhor foi o de permitir que seus seguidores
cometessem erros e depois aprendessem com os mesmos. Se exigíssemos de
nossos filhos a perfeição, isso seria contraprodutivo. Na verdade estaria lhes
reprimindo o crescimento e a maturidade. O mesmo é verdade com respei to à
Igreja. Temos que corrigir os erros, porque é assim que aprendemos. No entanto a
correção tem que encorajar e libertar, e não condenar e acabar com toda iniciativa.
Mesmo assim, como Eli nos serviu de exemplo, ai dos pas tores que alimentam
as ovelhas e delas cuidam, mas se es quecem de corrigi-las, ou se recusam a
isso. A verdadeira graça de Deus é encontrada no meio de dois extremos: o do espirito
crítico de procurar erro em tudo e o de uma misericórdia não santificada
(demonstrando misericórdia a coisas que Deus desaprova). Cada um desses
extremos pode ser o resultado da ação do espírito de religiosidade. A verdadeira
religião não é um jugo pesado, mas se traduz pela maior liberdade e a maior
alegria que a alma humana pode experimentar. Isso só é possível acontecer
quando se conhece o Senhor e se tem comunhão com ele. Q uando vemos a sua
glória, não mais ficamos cativos de nossas qualidades, sejam elas positivas ou
negativas; a beleza do Senhor é que tomará a nossa alma. Até mesmo os
vinte e quatro anciãos depositam suas coroas diante dele. Este é o alvo que a
verdadeira fé cultiva: ver o Senhor, permanecer nele, e revelá-lo a outras
pessoas. Isso parece ser muito fácil, mas é a única resposta ao nosso gran de
dilema.
O mundo está se tornando cada vez mais avesso à reli gião. Entretanto,
quando Jesus for exaltado, todos serão atraídos a Ele. Porque toda a
Criação surgiu unicamente mediante Ele, e foi feita para Ele. Todos temos na
alma um enorme buraco, do tamanho de Jesus. Nada nos satisf ará nem nos
proporcionará paz, a não ser um genuíno relacio namento com o Senhor.

Capítulo 11 A nova era e o reino de Deus

O movimento da Nova Era tornou-se uma poderosa força na estratégia do diabo para
cegar o mundo em relação ao evangelho de Jesus Cristo. Uma razão por que esse
movimento tem tido bastante sucesso é que muitos dos seus ensinamentos re -
fletem bem de perto grandes verdades do evangelho, mas a partir delas levam a
conclusões que estão em total conflito com a verdade mais central de todo o Cristianismo:
a cruz.
Devido à seriedade desse engano, é compreensível que a Igreja haja desenvolvido
uma reação imediata até mesmo às palavras nova era. Entretanto, a forma de
combatermos as trevas não é fugindo delas, e sim firmando nossa posição na verdade
e rejeitando drasticamente essas trevas. A luz é mais poderosa que as trevas.
Quando abrimos as cortinas da nossa sala à noite às trevas de fora não entram nela.
Pelo contrário, a luz interna é que brilha nas trevas do lado de fora. Não temos que
temer as trevas, se conhecemos a Luz, Jesus.
O Que é o Movimento da Nova Era?
O movimento da Nova Era é basicamente uma combinação disfarçada de feitiçaria
com hinduísmo, de forma a torná-la aceitável pelos profissionais de colarinho
branco. Essa forma de espiritualismo tem como alvo esse grupo de pessoas devido
a uma razão importante. Por cerca de 5.800 anos, dos 6.000 anos da história da
humanidade da qual se tem registro, cerca de 95 por cento dos trabalhadores eram
agricultores. Em apenas um pouco mais de um século, essa estatística reverteu com-
pletamente, de modo que agora, no Ocidente, menos de 5 por cento dos trabalhadores
trabalham na zona rural. Tal mudança é decorrente de avanços tecnológicos, o
que possibilitou que esses 5 por cento produzam mais que os 95 por cento do século
dezenove.
Quando o Senhor previu que o saber se multiplicará, foram poucos os que
compreenderam o grau em que isso se daria. Em meados da década de 50, no
Ocidente, os trabalhadores de colarinho branco já excediam em número Os
operários da indústria. Desde então essa maioria tem crescido até o ponto em que
agora se estima que, em futuro próximo, os operários da indústria terão o mesmo
destino dos trabalhadores rurais, compondo apenas uma pequena fração da
população. A informação é o bem de consumo mais valioso neste mundo, e o
negócio que acumula, interpreta, embala e transfere informações é hoje a maior
indústria sobre a Terra.
Os que se encontram envolvidos com essa indústria não são apenas os que
estão em maior número, mas são os mais ricos e os mais poderosos. Eles
constituem também o grupo que a Igreja tem tido cada vez menos sucesso em
alcançar. Isso contribuiu para a proliferação do movimento da Nova Era e de
outras seitas.
Deus nos criou para que tivéssemos comunhão com ele. Ele é Espírito, e até que
essa comunhão com ele seja restaurada haverá sempre um vazio espiritual no
homem. Uma verdadeira comunhão com Deus é uma experiência sobrenatural,
porque Deus é sobrenatural. O vazio que existe quando o homem não tem essa
comunhão é uma fome pelo sobrenatural. Se ela não for satisfeita mediante um
relacionamento com Deus, o diabo rapidamente a alimentará com seus substitutivos.

O Poder de Deus

O dia em que se podia ter uma neutralidade sobrenatural já era. Os que não
conhecem o verdadeiro poder de Deus mediante o Espírito Santo se tornarão cada vez
mais sujeitos aos poderes sobrenaturais malignos e fraudulentos de Satanás. Aqueles
cujas doutrinas e cujos temores os tenham levado a esquivar -se do poder
sobrenatural de Deus, e principalmente seus filhos, tornam-se presa fácil do maligno.
Paulo deixou bem claro que o reino de Deus não consiste em palavras, mas em
poder. Satanás sabe disso, e é seu prazer batalhar no nível das palavras (doutrinas, e
por aí afora). Não importa o quão bem argumentemos em favor de nossas doutri-
nas, que são verdadeiras. Satanás não tem problema algum para conquistar os que não
conhecem o poder de Deus. Uma vida de retidão é o resultado de crermos em nosso
coração, e não em nossa mente; os que não conhecem o poder de Deus crêem no
Senhor apenas em sua mente.
À luz da loucura dos movimentos pentecostais, renovados, do evangelho pleno,
da terceira onda e assim por diante, é fácil compreender por que muitos se
esquivam dos dons do Espírito. Contudo isso é também uma das provas que
separam os verdadeiros crentes daqueles que apenas conhecem suas crenças e
doutrinas. Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar Os
sábios. Somente os humildes é que alcançarão o que o Senhor está fazendo, e
ele dará sua graça tão-somente a eles.
Quanto mais secularizada for à sociedade, mais as pessoas terão fome do
sobrenatural. É por isso que os ateístas de uma maneira geral são atraídos para
as formas mais baixas de feitiçaria e de magia negra. Eles crêem tratar-se de
poderes humanos naturais que há dentro do homem. As igrejas que rejeita ram o
poder sobrenatural de Deus já se deixaram influenciar pelo movimento da Nova
Era. Outros, sob diversas formas, não têm resistido ao espírito desta era. Não
apenas aceitam como membros da igreja pessoas pervertidas e incrédulas, mas
ainda os ordenam como pastores e líderes!
Muitas dessas igrejas e denominações foram aos poucos se tornando totalmente
inexpressivas, com bem pouco ou quase nenhum poder para atrair pessoas à
conversão. E quase todas essas denominações e movimentos estão se encolhendo,
por se haverem tornado inexpressivos e enfadonhos, até mesmo para seus
próprios membros. Numa situação totalmente oposta a essa, as denominações e
movimentos que pregam e caminham no poder sobrenatural de Deus não apenas
estão crescendo, mas são sem dúvida Os movimentos religiosos que mais cres -
cem no mundo, quando considerados como um só grupo.
O apóstolo Paulo declarou: A minha palavra e a minha pregação não consistiram em
linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de podei; para
que a vossa fé NÃO SE APOIASSE EM SABEDORIA HUMANA, e sim no PODER DE
DEUS. O conflito entre o reino de Deus e o reino do mal não é apenas um
conflito entre a verdade e o erro (embora seja isso), mas é também o
confronto de dois poderes sobrenaturais. Ambos os lados procuram preencher o
vazio criado pela Queda.
Quem declara que é bíblico, mas não anda no poder sobrenatural de Deus, está
em contradição. Toda a história do que Deus fez para a raça humana tem se
realizado mediante seu Poder sobrenatural. Jesus não apenas afirmou que
Deus tem poder para curar, para salvar, para libertar; ele curou enfer mos e
expulsou demônios. Jesus afirmou que assim como o Pai o enviou ao mundo,
ele nos enviou. Era sua expectativa que seus discípulos, paralelamente a curar
enfermos e expulsar demônios, pregassem o reino de Deus. Jesus não muda. Se
vamos pregar o evangelho, temos que pregar tal como ele pregou, demonstrando o
amor e o poder de Deus.
As igrejas que não andam no poder de Deus se tornarão cada vez mais
desqualificadas para enfrentar o crescente poder do mal que se manifestará nos últimos
dias, conforme as profecias do Apocalipse. A primeira defesa que temos contra o
poder sobrenatural enganoso do inimigo é conhecer o verdadeiro poder de Deus.
Temos assim que buscar com dedicação os dons espirituais, principalmente o dom de
profecia. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em
verdade!
A maioria dos crentes de hoje desejam dons espirituais, mas para que os recebam
essa busca tem que ser feita com dedicação. Jesus determinou que para receber
temos de pedir, buscar e bater. Quando alguém diz: "Estou aberto para receber os
dons do Espírito", geralmente isso é uma forma de não querer de fato recebê-los.
Tal pessoa se sente com freqüência bastante temerosa, ou então tem muito
orgulho, não querendo arriscar-se a um fracasso. Os que apenas estão "abertos" para
que o Senhor Os use quase nunca são por ele usados.
Há também os que resistem ao Espírito, dizendo: "Temos que buscar Aquele
que dá os dons, e não os dons". Isso soa espiritual, mas não é bíblico. Com
certeza temos que buscar o Senhor, que nos dá os dons, muito mais do que
buscar os dons em si. Contudo o mandamento é que busquemos inclu sive os
dons; as duas buscas não são mutuamente exclusivas. A busca por andar nos
dons do Espírito é uma das formas de se buscar a Deus; e o que é mais importante: é
estarmos sendo obedientes à Palavra.
O amor é o dom maior, e somos informados de ser ele o caminho sobremodo
excelente. 9 Entretanto, os dois textos que cercam este capítulo nos encorajam a
buscar dons espirituais. Em 1 Coríntios 12:31 somos exortados a buscar com
dedicação os melhores dons. Em 1ª Coríntios 14:1 a palavra a nós dirigida nos
diz que sigamos o caminho do amor e busquemos com dedicação os dons
espirituais, principalmente o dom de profecia. Os dons não cancelam nosso amor;
pelo contrário: eles devem ser usados com amor - e são destinados a isso!
Há ainda os que tiveram o coração endurecido pela falsa doutrina que diz que Deus já
não atua em nosso tempo de forma sobrenatural, como atuava antes. Entretanto, nos
últimos anos alguns dos teólogos e apologistas da fé mais brilhantes, que antes
acreditavam que Deus não mais atuava sobrenaturalmente, mudaram de opinião após
testemunharem um único milagre genuíno. Observe que eu disse "genuíno"; esta é a
chave. Os que amam a Deus e procuram andar em seu verdadeiro poder muitas
vezes acabam se fechando, em virtude de falsas manifestações c do engodo que
ocorrem com freqüência em alguns ministérios destituídos do verdadeiro poder.
Entretanto, muitos dos que crêem que o Senhor não mais atua de maneira sobrenatural
estão em busca da verdade, e quando testemunham a manifestação autêntica, então
mudam sua teologia.
O verdadeiro Cristianismo é a verdadeira Palavra de Deus confirmada pelo verdadeiro
poder de Deus. Jesus se dedicou a fazer e a ensinar. Freqüentemente ele realizava
milagres antes de ensinar, porque sabia que as pessoas que houvessem tido um
inegável encontro com Deus estariam bem mais abertas a ouvir o que ele tinha para
lhes dizer. O mesmo é verdade hoje; as demonstrações do poder de Deus fazem com
que os conceitos intelectuais se transformem numa verdadeira fé nos ensinos do
Senhor. É necessário tanto a Palavra como o poder de Deus para mudar o homem
interior. O vazio espiritual do coração tem de ser preenchido por uma verdadeira
comunhão com Deus para que seja liberto da influência espiritual e do poder do
inimigo.
Tendo em vista que a filosofia da Nova Era é basicamente a falsificação da
autoridade espiritual, só estaremos totalmente libertos do seu poder quando
estivermos completamente submissos ao poder e à autoridade de Deus. Se não
estivermos dessa maneira submissos, vamos nos tornar cada vez mais sujeitos a
alguma forma de feitiçaria, à medida que nos aproximarmos do fim dos tempos. A
Batalha de Armagedom será travada no "Vale da Decisão". Nesse dia, todos sobre a
Terra, sem exceção, terão que tomar uma decisão: escolher entre o poder e a autori-
dade de Deus e o poder e a autoridade do maligno.
Para vencermos o movimento da Nova Era temos que impedir que seus
partidários estejam roubando nossas palavras e pervertendo e falsificando nossos
ensinamentos.
Não Permitamos que o Inimigo Roube Nossas Palavras
nem Nossos Ensinamentos
Não podemos permitir que o inimigo nos roube as palavras, nossas práticas e
nossos ensinamentos. As palavras nova era não pertencem ao diabo, mas ao
Senhor. Temos urgentemente de resgatá-las. Muito do sucesso do movimento da
Nova Era tem vindo do roubo da elevada base de esperança quanto ao futuro que há
no evangelho. Isso é domínio da Igreja, e temos de nos recusar a conceder um
mínimo que seja do nosso território aos inimigos da cruz.
Uma verdade fundamental do evangelho é que uma nova era está por vir. Uma era
de paz, de retidão e de justiça prevalecerá sobre toda a Terra. Essa é a era em que
Jesus Cristo reinará como o Príncipe da Paz, o Rei dos reis e o Justo Juiz. Esta é a
verdadeira mensagem quanto à era que está por vir, a respeito da qual a Igreja é
chamada a pregar, e cuja autenticidade cristã o inimigo está tentando subverter pelo
movimento da Nova Era.
Quase todo aspecto do ensino da Nova Era é uma fraudulência da verdadeira
esperança do evangelho. Entretanto, do mesmo modo que não deixamos de usar
o dinheiro verdadeiro em razão de alguém haver criado dinheiro falso, não
abandonemos uma única verdade de Deus com referência ao reino que está
vindo. Se existe dinheiro falso circulando por aí, temos que conhecer bem mais o
que é verdadeiro, para que possamos reconhecer o falso. O mesmo temos que fazer
com respeito às verdades essenciais do reino. O inimigo não estaria indo atrás des-
sas verdades, se não fossem tão importantes.
Nosso Enfoque Mal Orientado quanto ao Fim desta Era
Um dos modos pelos quais o movimento da Nova Era tem conseguido roubar a
importante e elevada base de esperança quanto ao futuro tem sido pelo fato de a
Igreja haver cultivado a tendência de enfocar demais o fim da presente era. Não é
apenas o fim de uma era; é o inicio de uma nova era na qual Cristo reinar á sobre a
Terra! Para que a Igreja reivindique a elevada base de esperança para o futuro
temos de proclamar seu início, a vinda do reino. A esperança no futuro é
fundamental para o poder do evangelho. A era que está vindo pertence ao Senhor, e
a mensagem da nova era a Ele pertence.
Quando o Senhor veio a Terra pela primeira vez, Ele veio para comprar nossa
redenção com o próprio sangue. O Salmo 24 declara: Ao SENHOR pertence a Terra e
tudo que nela se contém, o mundo e Os que nele habitam. O preço da Terra toda, e de
todos os seus habitantes, foi integralmente pago na cruz.
Depois da ressurreição Jesus poderia imediatamente ha ver destruído o
diabo, assumindo todo o domínio que por direito veio a ter então sobre a Terra.
Em lugar disso, o plano de Deus era que um povo fosse primeiro remido da Terra,
para então se tornar co-herdeiro com o Filho de Deus. Esse povo então reinaria
com o Senhor na era que está por vir. As Escrituras testificam que o Senhor
retornará para redimir a Terra de todas as conseqüências da Queda. Pedro se
referiu a isso como sendo a restauração de todas as coisas. Esta é a razão por
que até . agora toda a criação está gemendo e suportando angústias.
As Escrituras são claras quando dizem que o fim desta era terá um tempo de
tribulação tal como o mundo nunca experimentou. Essas profecias bíblicas não
podem ser alteradas, e temos que ensiná-las, se é que pretendemos ensinar toda a
verdade. Entretanto, as Escrituras são claras também ao dizer que o tempo das
trevas mais densas será um tempo de glória para o povo de Deus. Essa glória
não apenas está vindo sobre nós para que tenhamos uma boa aparência! Sua
glória aparecerá em nós porque estaremos vivendo na realidade da era que virá, e
estaremos experimentando sua glória agora mesmo.

A N o va E r a Ag o r a M e s m o
A maior esperança que o Senhor nos deu quanto ao seu reino é que o reino de
Deus está PROXIMO. Os que ouvem o Senhor e Nele crêem podem viver no seu reino
agora! Embora estejamos sobre a Terra, estamos também sentados com ele nas
regiões celestes. Os milagres que ele realizou foram uma evidência de que o reino
estava disponível para quem pudesse vê-lo pela fé. Quando Jesus expulsou
demônios, Ele disse: Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus,
certamente é chegado o reino de Deus sobre vós.
A mensagem da última trombeta no livro do Apocalipse é esta: O reino do mundo
se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos. Os
que vivem agora na realidade do poder do seu reino estarão pregando a
mensagem do reino. Não esperamos pelo milênio para que Jesus reine sobre nós.
Seu reino já está "próximo" de nós; já está ao nosso alcance.
Os que têm o Espírito Santo de Deus estão com um poder habitando em si que
é maior do que o poder de todos os demônios juntos. Não devemos ser
ignorantes quanto ao diabo e seus esquemas. Contudo não temos que temê-lo
em nada que ele pretenda fazer contra nós. Quando andamos na luz, os de mônios
é que nos temem. João escreveu:
Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de
Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo inundo afora. Nisto reconheceis o
Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e
todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o
espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já
está no mundo. Filinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque
maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. (1 João 4:1-4)
Se conhecemos Jesus já vencemos o anticristo. Nosso evangelho deixará de ser
verdadeiro na medida em que Jesus não seja o centro da nossa vida. Até mesmo
o céu não seria céu se Cristo não estivesse lá. Nossa esperança está no Rei, não
apenas no reino. Satanás procurará oferecer todos os elementos do reino, mas
sem Jesus; essa é a essência no movimento da Nova Era. A nossa mensagem do
reino é que Jesus é Rei!
Exatamente na hora em que as trevas estiverem cobrindo a Terra, a glória do
Senhor surgirá. Isso fará com que as nações se voltem para o povo de Deus. Por fim, a
Igreja se tornará tudo o que foi destinada a ser: a noiva de Cristo, pura e sem
manchas. Então a luz da Igreja será ainda mais brilhante diante de um cenário
todo em trevas.
O E va n g e l h o d a E s p e r a n ç a

Numa recente experiência profética eu me encontrei na sala do radar de um


navio de guerra, e o Senhor estava ao meu lado. Ao olhar para a tela do radar, um
pequeno sinal apareceu, bem à frente, aproximando-se.
Instintivamente ordenei ao navio que se virasse para a di reita, mas o sinal
continuava à nossa frente, e cada vez che gando mais perto. Então mandei que
o navio se voltasse para a esquerda. O sinal continuava diretamente à nossa
frente, mais próximo ainda. Finalmente me posicionei para receber o impacto.
Contudo, nada aconteceu - nem mesmo um so lavanco. Então o sinal
desapareceu. Perguntei ao Senhor:
 O que era aquele pequeno sinal?
 Era um tempo de grande tribulação - respondeu ele. - Esse tempo está vindo, e não há
nada que possamos lazer para evitá-lo. Entretanto, é apenas um sinalzinho na tela do radar
que indica tudo o que Deus está por fazer Enquanto os crentes estiverem com ele, nada
sentirão.
Eu estava deslumbrado, mas sei que é verdade. Comparado com a eternidade, toda a
Grande Tribulação não passa de um sinalzinho na tela do radar. Colocado numa balança,
num de cujos braços se acha o temível poder de nosso Deus, o grande tempo de
tribulação não consegue nem ao menos ser sentido por ela.
Por que os pensamentos sobre o fim dos tempos absorvem tanto a nossa
atenção? Realmente, temos que ter entendimento sobre as tribulações que estão
por vir, e precisamos preparar-nos para elas. Entretanto, de forma alguma
essas tribulações deveriam dominar a nossa atenção ou nossa mensagem. O
nosso preparo para as tribulações que virão é simples: é só permanecermos com
Jesus. Para ficarmos com Ele, temos de nos preparar com fé, e não com medo,
para qualquer tribulação futura. Nenhuma outra religião ou filosofia neste mundo
tem uma esperança que se compare com a que nos foi dada, em relação à era
vindoura.
Quando orei para que tivesse sabedoria para construir nossa comunidade de Moravian
Falls, o Senhor me deu três instruções básicas. Ele disse que havia designado aquele
terreno para nós; teríamos assim que construir estruturas adequadas ao panorama
local, e que "não ofendessem a terra". Ele disse também que teríamos que levar em
conta nossos vizinhos, porque o amor não causa dano algum ao próximo. O Senhor
então disse:
- O que vocês construírem terá que permanecer por mil anos! Construam, pois,
tendo em mente futuras gerações, porque eu voltarei para reinar sobre a Terra.
Vocês têm que construir para a era que virá, não para a que está chegando ao fim.
Sabemos que o Senhor está prestes a julgar a Terra. Como Paulo
escreveu: Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus. Deus é tanto
severo como misericordioso, e seu julgamento será tanto severo como
misericordioso: severo para com aqueles que lhe opuserem resistência, e
misericordioso para com os que o procurarem. Todos os seus caminhos são
perfeitos, e até mesmo seus juízos têm propósitos redentivos:
Alegrem-se os céus, e a Terra exulte; ruja o mar e sua plenitude.
Folgue o campo e tudo o que nele há; regozijem-se todas as árvores do
bosque, na presença do SENHOR, porque vem, vem julgar a Terra; julgará o
mundo com justiça e os povos; consoante a sua fidelidade. (Salmos 96:11-13)
Os juízos de Deus são para ser buscados, e não para se resistir a eles. Se
estamos vivendo em obediência, não necessitamos temer até mesmo os
tempos de maior tribulação.

A G LO RI O S A E SPE R ANÇ A
A mensagem que Jesus confiou à Igreja contém uma esperança bem mais gloriosa do
que qualquer utopia da era de Aquário p r e v i s t a p e l o s h u m a n i s t a s o u
e s p i r i t u a l i s t a s . A n o s s a m e n s a g e m é o reino de Deus. A mensagem que Jesus
pregou não foi o evangelho da salvação, embora isso estivesse nela incluído. Sua
mensagem também não foi sobre a Igreja. Em todas as suas mensagens ele
apenas fez breves referências à Igreja.
A mensagem do Senhor era o Reino, e esta é a mensagem que nos foi dada a pregar.
Isso não diminui a importância da nossa salvação, nem nega o elevado posto que a
Igreja tem em seu plano. Entretanto, a mensagem do Reino é maior que tudo isso.
Grandes verdades estão incluídas nessa mensagem, mas elas não têm o propósito de
desprestigiá-la.
A mensagem do Reino é em essência uma única verdade básica, mas que
abrange tudo: Jesus é o Rei! Ele reina, e seu reino será um reino eterno.
Quando ele voltar para estabelecer seu Reino sobre a Terra ele não apenas
acabará com toda guerra, mas inclusive trará harmonia a toda a Criação. O leão
deitar-se-á ao lado do cordeiro. As crianças brincarão com cobras em plena
segurança. Não apenas doenças e enfermidades serão removidas da Terra, mas
até mesmo a morte terá sido abolida. As nações beberão do Rio da Vida, e
comerão do fruto da Árvore da Vida:
Então me mostrou o rio da água da vida, brilhante com cristal, que sai do trono de Deus e
do cordeiro. No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está à árvore da vida, que
produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a anã dos
povos. Nunca mais haverá nenhuma maldição. Nela estará o trono de Deus e do cordeiro.
Seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele. Então já
não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do Sol, porque o Senhor
Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos. (Apocalipse 22:1-5)
A verdadeira mensagem do reino tem de conter tanto a bondade como a
severidade de Deus. Ele está vindo para trazer a paz, mas também está vindo com
pulso de ferro para afligir as nações. Tanto o leão como o cordeiro têm de ser incluídos
na mensagem cio reino.
A hora mais escura e mais fria da noite acontece um pouco antes do amanhecer.
Por algum tempo ela pode ficar ainda mais fria e escura, mas em seguida o dia do
Senhor vem: não mais prantos, não mais dores, não mais fome, não mais
enfermidades. Nunca mais um pai sobre a Terra abusará de uma criança inocente, e
ninguém procurará causar qualquer tipo de mal ao próximo, nem humilhá-lo ou
defraudá-lo. A verdade prevalecerá sobre toda mentira, e o amor prevalecerá em toda
a Terra.
Uma nova era está chegando, e ela será muito mais gloriosa do que qualquer utopia,
do que qualquer filosofia ou religião que haja sido em algum tempo concebida pelo
coração humano.

Uma visão

Guerra e Glória
Em agosto de 1993 tive uma visão da Igreja que era repre sentada como uma
ilha no meio de um mar. Havia muitos edifícios diferentes por toda a ilha, cada
um dos quais entendi que representava uma denominação ou movimento dife -
rente. Os edifícios contrastavam arquitetonicamente entre si, uma vez que alguns
bem antigos estavam ao lado de outros bem modernos. Uma guerra estava
sendo travada entre muitos dos edifícios, que em sua maioria estavam reduzidos
a simples estruturas, pelo efeito das bombas. Havia gente ainda morando nos
prédios, mas quase todos os moradores estavam enfrentando fome, e feridos.
Dois espíritos das trevas sobre a ilha comandavam essa guerra. Um deles
chamava-se inveja, e o outro, Medo. "roda vez que um dos edifícios sofria um dano, ou
pessoas eram feridas, esses espíritos se congratulavam entre si.
Vi então dois espíritos poderosos e aterrorizantes surgindo sobre o mar. Eles
se transformaram em tempestades. Um se chamava Raiva, e o outro, Anarquia.
Agitavam fortemente o mar, formando grandes ondas que iam se quebrar na ilha.
Logo a tempestade se tornou tão forte que parecia ser mais ameaçadora para a
ilha do que propriamente uma guerra.

Senti que o povo na cidade tinha que ser advertido quanto à tempestade. Diversos
homens, que aparentemente eram guardas, estavam tentando fazer isso, mas
ninguém lhes dava a menor atenção. As pessoas ficavam discutindo e argumentando
entre si quanto à sua dúvida de serem ou não os guardas dignos de confiança. Isso
era estranho, porque quem olhasse para cima veria a tempestade com Os próprios
olhos. No entanto ninguém olhava para cima.
As guerras ali haviam deixado tantos feridos que os hos pitais — movimentos
ou denominações que estavam proporcionando a cura das pessoas — estavam
se tornando rapidamente os maiores edifícios da ilha. Com o crescimento dos
hospitais, as outras facções guerreiras não Os respeitavam como um lugar em
que até mesmo seus próprios feridos estavam sendo tratados; em vez disso eles
estavam determinados a destruí-los, Voltando-se contra eles mais do que contra
os demais edifícios.
Como a guerra prosseguia, até mesmo os que não estavam seriamente feridos
tinham a aparência de fantasmas, ou se haviam grotescamente deformado pela
fome e pelas enfermidades. As pessoas eram atraídas a qualquer dos edifícios que
estivesse recebendo suprimento de alimentos. Os demais então alvejavam esse
edifício. Eu não podia compreender como até mesmo uma guerra poderia ser tão
cruel - contudo tratava-se da Igreja!
Em meio à batalha, alguns ainda estavam tentando ampliar suas construções,
ou começando a edificar novos prédios, mas era em vão. Quando um edifício
começava a subir um pouco acima dos demais, ou quando uma nova construção
tinha início, eles se tornavam o alvo principal de todos os outros, e rapidamente eram
reduzidos a entulho.
Foram-me Mostrados então muitos líderes poderosos, que estavam à frente
dessa guerra. Todos eles tinham a mesma palavra na testa: Traição. Eu me
surpreendi, pensando como alguém poderia seguir as ordens de quem tivesse
isso escrito sobre si. No entanto as pessoas lhes obedeciam. Lembrei-me então
de 2ª Coríntios, 11:20: Tolerais quem vos escravize, quem vos devore, quem vos
detenha, quem se exalte, quem vos esbofeteie no rosto.

Um Remanescente
Entretanto, havia alguns que pareciam como luzes em quase todos Os edifícios.
Essas luzes se recusavam a participar da luta, mas passavam todo o tempo
esforçando-se por reparar os edifícios ou cuidar dos feridos. Embora não se
dessem conta, não paravam de esforçar-se no que faziam.
Cada uma dessas luzes tinha o poder de curar ferimentos, e esse poder
aumentava à medida que trabalhavam. Os que saravam tornavam-se luzes,
tais como os que Os haviam curado. Essas pessoas agora tinham condições de
fazer mais do que os hospitais, porque estes estavam sendo alvo de ata ques
demasiado cruéis. Tendo conhecimento dessa situação, os hospitais
dispersavam seu pessoal em equipes de atendi mento médico que iam por
toda a ilha, entrando nos mais diversos edifícios.
Havia vários pequenos acampamentos distribuídos ao longo do perímetro da
ilha. Alguns deles estavam envolvidos na guerra entre os edifícios, e pareciam
pretender destruir todos eles, de modo a trazer as pessoas dos mesmos para as áreas
que ocupavam. Os líderes desses acampamentos tinham a mesma palavra —
Traição — escrita na testa.
Alguns desses acampamentos não estavam envolvidos com a guerra, e eles
também eram como luzes. Estavam crescendo em autoridade, mas era uma
autoridade de tipo diferente. Eles tinham autoridade sobre acontecimentos. Oravam
para que não houvesse mais pequenas batalhas e para que pequenas tempes tades
se mantivessem bem longe da ilha. E estava acontecendo tal como eles oravam.
Os dois espíritos sobre a cidade que estavam produzindo as duas grandes
tempestades tornaram-se bastante intimidados por aqueles pequenos acampamentos.
Senti que aqueles grupos de intercessão se encontravam de fato bem perto de
conseguir autoridade suficiente para interromperem as maiores batalhas e as grandes
tempestades, que obviamente eram a fonte de agitação comandada por esses grandes
espíritos.
A Tr a g é d i a
Uma enorme quantidade de barcos e navios se posicionavam ao redor de toda a
ilha, esperando poder entrar na cidade assim que a guerra terminasse. Muitas
dessas embarcações estavam cheias de refugiados de outras guerras, e muitos
deles feridos. Havia ainda navios que levavam reis, presidentes e pessoas que
tinham a aparência de ser prósperas e ricas. Todos tinham medo das
tempestades, mas não tinham como entrar na cidade por causa da guerra.
Gemiam e gritavam bem alto, num óbvio desespero, de modo que fiquei surpreso
por ver que ninguém na cidade Os ouvia; ninguém parecia ter nem mesmo consciência
de que eles se achavam ali.
Então vi o Senhor em pé, observando tudo. Sua glória era tão grande que me
fez pensar e me perguntar por que não o vira antes, ou por que todos na cidade
não haviam parado para adorá-lo. Para meu espanto, ninguém tinha condições
de vê-lo. Olhei para os olhos de algumas pessoas e vi que estavam tão vermelhos que
me admirei pelo fato de ainda conseguirem ver alguma coisa.
Considerei comigo mesmo por que motivos o Senhor não interrompia aquela
guerra. Pelo contrário, Ele parecia sentir prazer em simplesmente observar o
que acontecia. Como se houvesse compreendido meus pensamentos, Ele se
voltou para mim e me disse:
 Essa é a minha Igreja. Essas eram as casas que as pessoas tentavam construir para
mim. Bati na porta de cada uma delas, mas nenhuma me foi aberta. Eu teria trazido a paz,
porque Só habito numa cidade em que haja paz.
Em seguida Ele se virou, e apontando para as pessoas dos navios, disse:
 Se eu permitisse que todos eles fossem agora para a cidade, eles seriam arrebatados para
a guerra. Quando os clamores deles se tornarem mais altos que o barulho da guerra, então
construirei um lugar para eles.
Então ele olhou para mim com um ar muito sério e disse:
- Permiti que isso acontecesse para que nunca mais venha a ocorrer de novo!
É difícil comunicar o poder dessa declaração, mas ela me transmitiu um
profundo entendimento de que o Senhor havia permitido que esse conflito
continuasse, tendo como base uma profunda sabedoria. Então ele disse:
- Enquanto você não compreender isso, você não poderá entender o que estou prestes a
fazer.
Quando os clamores dos que estavam nas embarcações se tornaram mais
altos que o barulho do conflito na cidade, o Senhor deu uma ordem, e o mar foi
posto em liberdade. Então grandes ondas se levantaram e passaram
impetuosamente por toda a ilha, até cobrirem os edifícios. Os espíritos que
eram as tempestades ajuntaram-se com Os espíritos que atuavam na ilha, e
quase dobraram de tamanho. Então a ilha desapareceu completamente nas
trevas dos espíritos e no mar agitado.
O Senhor não se moveu enquanto tudo isso acontecia. Eu sabia que a minha
única proteção era permanecer tão perto Dele quanto possível. Eu não podia
olhar para nada, a não ser para Ele, durante aquela grande tempestade. Olhando
para a face do Senhor, pude ver tanto um sentimento de dor como de
determinação.
Aos poucos a tempestade foi diminuindo e aquelas ondas tempestivas cessaram.
Aqueles que eram luz nos edifícios emergiram e permaneceram onde anteriormente
havia os edifícios. Então o Senhor saiu da extremidade da ilha, onde estava, e diri-
giu-se para o centro da mesma, e disse:
- Agora vou construir a minha casa.
Todos os que eram luz foram então voltando-se em direção ao Senhor. Ao se
voltarem para Ele, à luz deles se tornou ainda mais forte, e cada grupo se
transformou numa coluna viva no local em que estava. Logo ficou patente que
aquelas colunas eram a estrutura de um edifício, que cobria quase toda a ilha.

As colunas eram de cores, formas e tamanhos diferentes. Era difícil compreender


como, sendo tão diferentes, aquelas colunas faziam parte de unia mesma
estrutura. Entretanto, o Senhor parecia estar muito satisfeito com cada uma
delas. Finalmente elas se ajustaram umas com as outras.
Então os navios e embarcações começaram a desembarcar na ilha. Cada um
deles era de uni país e de uma raça diferente. Logo me veio o pensamento de que,
por maior que fosse aquele edifício, havia gente demais para ele. O Senhor olhou para
mim e disse, com muita ternura:
- Vamos construir tantos quartos quantos forem necessários; ninguém será
rejeitado.
Isso foi dito com tanta meiguice que tirei da cabeça a al ternativa de
considerar a rejeição de alguns como uma pos sível solução. Considerei
também que o problema antes era como fazer com que as pessoas viessem para
os edifícios. Agora o maior problema era o que fazer com toda aquela gente.
Quando cada um dos navios chegava, as pessoas que nele estavam eram
levadas diretamente ao Senhor. Ele olhava para os olhos de cada uma delas e dizia:
- Se você confia em mim, você morrerá por mim.
Quando a resposta era: "Sim, morrerei por ti", imediatamente o Senhor passava
a sua espada bem no coração da pessoa. Isso causava uma dor muito forte.
Aqueles, porém, que se recusavam a morrer por ele, sofriam uma dor muito maior
ainda. Os que não ficavam tensos pareciam não sentir muita dor.
Todos eles eram levados então a um cemitério que tinha em seu portão de
entrada a palavra Obscuridade. Vi-me compelido a segui-los. Antes de serem
enterrados, os que haviam sido trespassados eram examinados quanto a estarem
de fato mortos. Alguns apegavam-se à vida por muito tempo, e eram deixados de
lado. Os que foram enterrados começaram a ressuscitar rapidamente como uma
grande luz, e eram tal como aqueles que haviam sobrevivido na tempestade.
Observei que o tempo em que permaneciam no túmulo era diferente para cada um.
Alguns ressuscitaram mesmo antes de haverem sido enterrados Os que se
apegavam à vida.
Quando olhei para esse cemitério pela primeira vez, ele parecia ser um local
horrível, e realmente pensei que não combinava com tudo o mais nessa agora
gloriosa ilha. Assim que deixei o cemitério, voltei-me para trás para olhar de novo
para ele, e sua aparência agora era bela. Não dava para entender o que estava
diferente nele. Então um dos trabalhadores me disse, com muita convicção:
 Não foi o cemitério que mudou; quem mudou foi você.
Olhei para o edifício, e ele estava ainda mais glorioso que antes. Olhei para a
ilha, e ela parecia estar muito mais bela ainda. Lembrei-me da Escritura: Preciosa é
aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos. Aquele trabalhador, que ainda estava
olhando para mim, disse:
 Você ainda não morreu, mas foi mudado apenas por haver estado perto dos que
morreram. Quando você morrer, você verá muito mais glória ainda.
Os que estavam emergindo do cemitério como luz eram le vados para o
edifício, para o lugar que tinha seu nome. Al guns foram para as paredes;
outros, para as colunas. Houve os que se tornaram janelas e portas. Contudo
eles continuavam sendo pessoas, mesmo depois de se haverem tornado uma parte
do edifício.
A Prova
Voltei para o lado do Senhor. Permanecer na sua presença era tão maravilhoso
que eu não podia imaginar como poderia haver quem não desejasse morrer por
ele. Entretanto, muitos dos que vinham dos navios se recusavam. Pediam que
fossem afastados dele. Muitos dentre eles voltaram para os navios, alguns dos
quais partiram, mas os demais permaneceram no porto.
Alguns dos que se recusaram a morrer permaneceram na ilha e tinham permissão
para andar por ela com liberdade, podendo até mesmo entrar na casa do Senhor.
Pareciam sentir muito prazer na glória que havia por toda parte. Vários deles
começaram a brilhar com glória também, mas não tinham a glória dentro de si
mesmos; apenas refletiam a que provinha dos outros.
Enquanto eu pensava que não era certo que tais pessoas tivessem permissão
para ficar na ilha, o Senhor me disse:
— A minha paciência vai ganhar muitas dessas pessoas, mas até mesmo aquelas que
nunca chegarem a dar a sua vida, eu as amo, e me alegro por permitir que vejam a minha
glória. Nunca mande embora os que amam a minha glória.
Essas pessoas realmente apreciavam a presença do Senhor que se irradiava
da casa, mas elas davam a impressão de ser tímidas e retraídas, quando o
Senhor em pessoa chegou mais perto delas.
Observei que os que haviam se recusado a morrer pelo Senhor começaram a
conduzir-se como se a casa dele houvesse sido construída para eles. Senti
desejos de ficar muito irado diante de sua grande presunção, mas não conseguia.
Compreendi que não podia irar-me porque estava perto do Senhor. Isso me forçou
a tomar uma decisão: ficar perto dele, ou então afastar-me, de modo a poder irar-me.
Fiquei surpreso diante da dificuldade de tomar essa decisão, pois, honestamente,
não estava fácil. Movido pelo medo do que estava acontecendo comigo, avancei
alguns passos em direção ao Senhor. Ele imediatamente estendeu os braços e
me agarrou, como se eu estivesse para cair num despenhadeiro. Olhei então para
trás e me espantei, por ver que estivera à beira de um precipício. Se eu houvesse
dado aquele passo, afastando-me do Senhor para poder irar-me, teria caído no
precipício.
Então o Senhor me disse:
Nesta casa posso tolerar a presunção mais do que a ira. Uma ira assim daria
novamente início à guerra.
Fiquei então arrasado com a percepção de que eu mesmo ainda não tomara a
decisão de morrer pelo Senhor, e que também tivera presunção em relação ao edifício
e em relação a ele. Quando percebi esse grande mal em meu próprio coração, fiquei hor-
rorizado, e imediatamente supliquei ao Senhor que destru ísse meu vil coração com
sua espada.
A Vida da Ressurreição
Quando o Senhor me trespassou o coração, surpreendi-me por não sentir
quase nenhuma dor; é que ela parecia haver sido muito forte nos outros. Então ele me
disse:
- Aqueles que pedem a morte, morrem de maneira mais fácil.
Lembrei-me do que ele disse em Mateus 21:44: Todo o que cair sobre esta pedra ficará
em pedaços, e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó.
Não me lembrava de haver sido levado para o cemitério, mas como se não houvesse
passado tempo algum, saí dele de novo. Agora a glória de tudo que eu via não
dava para ser descrita. Olhei para uma rocha, e como senti prazer com ela! Olhei
para as árvores, para o céu, para as nuvens, e não podia acreditar na maravilha que
estava vendo. Um pardal era mais glorioso que qualquer pássaro que eu vira.
Pensei comigo no fato de ser ele um tesouro tão valioso, e me perguntei à razão de
não o haver apreciado antes dessa maneira.
Olhei então para aquelas pessoas presunçosas. Não apenas não senti tentação
alguma de me irar, como as amei tanto que deixaria meu coração ser ferido por
todas elas, se isso contribuísse de algum modo para seu bem. Pensei então no quanto
abençoado eu era por poder encontrar-me e estar com elas. Agora eu queria de fato que
elas permanecessem, e já não compreendia por que fora tentado a irar-me com
elas - elas eram tesouros ainda maiores que o pardal!
Então o Senhor se postou ao meu lado. Embora eu achasse que isso não seria
possível, o fato é que ele estava ainda mais glorioso que antes, e eu podia suportar
essa visão. Ele me disse:
— É por isso que a morte dos que são meus é tão preciosa para mim. Os que procuram salvar
a sua vida quase sempre a perdem, mas aqueles que perdem a sua vida por amor a mim
encontram a verdadeira vida. Agora você conhece a verdadeira vida porque você conhece
o amor.
Voltei então o olhar para a casa e todos os que a compu nham. Tudo e todos
pareciam estar alimentando um grande sentimento de amor, algo mais
maravilhoso que qualquer coisa que houvesse visto antes. Era meu desejo conversar
com cada um deles, mas eu também não queria deixar de estar com o Senhor,
uma vez que a sua presença tinha uma força ainda mais forte, que não me permitia
afastar-me. Conhecendo meus pensamentos, ele disse:
- Você não precisa ter receio algum de afastar-se de mim, porque fiz a minha morada
em você, e estarei com você aonde quer que vá.
Observando aquela gente presunçosa - todos Os que desfrutavam todas aquelas
bênçãos e que até mesmo pensavam que eram a razão delas - vi que eles nem
mesmo faziam parte do que estava sendo construído. Tendo sido uni deles fazia
pouco, eu também sabia como o prazer que eles sentiam era pequeno, comparado com
o que poderia ser. Assim, uma grande compaixão tomou conta de mim. Continuando a
observá-los, vi que a consistência do corpo deles ia aos poucos diminuindo, até que
ficaram tal como os fantasmas que vira na cidade anterior. De novo me lembrei das
palavras do Senhor: Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a
vida por minha causa achá-la-á.
Em seguida vi como o edifício continuava se tornando cada vez mais alto. Quanto
mais alto ele ficava, mais glória transpirava dele, e de maior distância podia ser
visto. Isso fez com que ainda outros navios e pessoas viessem das tempestades que
ainda os assolavam, as quais não tinham como afetar a ilha. Ao considerar a
altura que o edifício poderia atingir, o Senhor se voltou novamente para mim e
disse, como se estivesse respondendo aos meus pensamentos:
- Não existe um limite para a altura que esse edifício pode alcançai; porque eu sou o
fundamento, e o amor é o cimento que está sendo usado.
Diante disso, olhei para o cimento. Era transparente, mas radiava um grande
poder. Perguntei a mim mesmo por que não havia notado isso antes, mas agora me
parecia bastante óbvio e cativante. Fiquei pensando no fato de como me
tornara enceguecido, até mesmo diante das maiores maravilhas daquele edifício,
até que o Senhor chamou a minha atenção para elas. Isso fez com que me
virasse para ele, observando tudo a que Ele voltava seu olhar.
Então o Senhor ficou olhando para as pessoas que agora compunham o edifício. Ao
tornar a olhar para elas, surpreendi-me de imediato pelo fato de que eram mais do
que simples pessoas - eu sabia que eram "uma nova criatura" que transcendia a
velha criatura. Elas haviam feito uma ponte entre o espaço exis tente e o mundo
espiritual, e visivelmente faziam parte de ambos. Eram sem sombra de dúvida
sobrenaturais, o que não significava que não fossem naturais. Pelo contrário:
eram muito mais naturais do que qualquer coisa "natural" que eu houvesse visto.
Faziam com que tudo o mais parecesse como uma sombra, e essa impressão
aumentava, enquanto elas continuavam mudando.
Logo a glória que provinha daquelas pessoas podia tanto ser vista como sentida,
e sentida não como um toque, mas como uma emoção. Ao chegar mais perto dessa
glória, ela me fez experimentar uma sensação muito boa. Era como uma maravi -
lhosa intoxicação, não como uma que toldasse a mente, mas que a iluminasse.
Senti-me de algum modo enobrecido, não com orgulho, mas com um poderoso
sentido de destino. Senti também uma profunda segurança, como se estivesse em
plena harmonia com o solo, com a atmosfera, e especialmente com o Senhor e sua
casa. Tal sentimento era tão bom que não desejava sair dali.
Com o acréscimo das pessoas que vinham em cada navio que chegava, a
transformação dos que já faziam parte do edifício continuava, e a glória de toda a
construção aumentava e se expandia. Todos os que estavam no edifício se regozijavam
muito, quando chegava um novo grupo de pessoas.

Compartilhando a Glória

Quando aqueles que vieram do cemitério tornaram lugar no edifício, os que dele já
faziam parte lhes davam a glória que tinham. E ao fazerem isso, a glória que irradiava do
Senhor aumentava, e Ele dava ainda mais glória àqueles que haviam renunciado à glória
que tinham. Aqueles que mais se dedicavam a compartilhar o que tinham eram usados
para dar início à construção de mais um andar no edifício, que ia ficando cada vez mais
alto.
Fiquei pensando: Como isso era o oposto de toda a inveja que antes prevalecera em
toda a cidade. Então quis meditar um pouco sobre aquela inveja, para tentar compreendê-
la um pouco mais. Contudo não conseguia. Ela era por demais irreal, como se somente
houvesse acontecido num pesadelo. A alegria dos que compartilhavam era tão grande
que seria incompreensível se assim não acontecesse. Quanto mais a glória era
compartilhada, mais cada um a recebia de volta para poder dividi-la com os outros.
Eu sabia que todos passaríamos a eternidade apenas buscando aqueles com quem
compartilharíamos a glória. Tive uma forte impressão de que o Senhor estaria criando
muitos mundos novos, apenas para que viéssemos a ter novos lugares para compartilhá-
la. Então compreendi que foi por isso que ele criou o universo com tamanha diversidade,
e o criou de forma a expandir-se continuamente, em alta velocidade. Ele pusera em
movimento uma gloriosa reação em cadeia que nunca cessaria! Não havia limites de
tempo ou de espaço, e iríamos necessitar de todo esse universo!

As Tempestades Retornam

De repente a minha atenção se voltou para a tempestade, que continuava a ficar mais
intensa no mar. Para meu espanto ela crescera muito em intensidade, e mais
rapidamente que a casa do Senhor — e agora vinha em direção à ilha.
Enormes ondas cobriram a ilha, e o edifício desapareceu da minha vista, embora eu
ainda estivesse bem perto dele. A fúria dessa tempestade ultrapassava toda possibilidade
de compreensão, mas eu absolutamente não senti medo. Eu já morrera para este mundo,
e tinha uma vida que nunca poderia me ser tirada. Da mesma forma tão maravilhosa
como a ilha havia sido, eu me sentia agora muito feliz de morrer fisicamente, de modo a
ficar livre para poder levar a glória do Senhor ao restante do universo. Teria sido muito
difícil escolher entre ficar ou partir. Então me aquietei e esperei.
Aos poucos a tempestade foi diminuindo, e o edifício emergiu. Tanto o edifício como a
ilha eram agora bem menores, mas eram mais gloriosos ainda. Observei então que a
tempestade havia apenas se desviado a uma certa distância da praia, e estava
retornando. Tudo isso aconteceu diversas vezes, e a cada vez o edifício emergia um
pouco menor, mas bem mais glorioso. Sempre que isso acontecia à tempestade era
também menor; elas estavam se consumindo na ilha. Em pouco tempo o máximo que a
tempestade fazia era gerar pequenas ondas, em nada ameaçadoras. A glória da casa
agora ultrapassava toda possibilidade de descrição por palavras humanas.
Então as nuvens se dissiparam completamente no mais belo céu azul que eu já vira. Ao
contemplá-lo, vi que se enchia da glória que emanava da casa. Não havia dano algum
provocado pela tempestade, embora a casa fosse bem menor. Mesmo assim, a glória que
agora dela emanava era muito maior que antes, e se refletia por todas as coisas. Senti
que ela era tão grande que deveria já estar se expandindo a uma distância enorme da
Terra.
Então a visão mudou, e fiquei sozinho com o Senhor. Eu não sentia mais nenhum dos
grandes sentimentos que experimentara, nem mesmo o amor. O Senhor olhou para mim
muito sério e disse:
— A guerra está quase no fim. É hora de se preparar para as tempestades. Diga ao
meu povo que ninguém que tenha o sangue de seu irmão nas mãos construirá a minha
Casa.
Fiz o que pude para prestar atenção a essas palavras, e assim guardá-las. Ao mesmo
tempo pensava no grande amor que sentira. Então o Senhor me disse de novo:
— Isso foi um sonho, mas é real. Você recebeu no seu coração tudo que lhe mostrei neste
sonho. Agora creia de coração, e meu amor voltará a ser real para você. É isso que você
tem que buscar: conhecer o meu amor.

Capítulo 12 Guerra civil na igreja

Provavelmente foram muito poucas, em toda a história da Igreja, as vezes em


que houve mais razões para se esperar um avanço da causa do Cristianismo do
que agora no século vinte e um. Uma renovação da Igreja está acontecendo por
todo o mundo. Movimentos de reconciliação estão confrontando im portantes
fortalezas, tais como as do racismo espiritual e de outras raízes de divisão e de
injustiça. Novos e poderosos movimentos estão atingindo homens, mulheres e
crianças, despertando-os para assumir seu lugar e seu destino na Igreja. No
mundo todo, quase 200.000 novos crentes estão vindo para o Senhor a cada dia.
Apesar de todos os seus problemas, a televisão evangélica tem contribuído
bastante para a quebra das barreiras entre denominações e movimentos. Os
que pertencem a uma denominação estão vendo os programas feitos por outras
denominações, cada um enxergando méritos na forma de crer dos outros.
Muitos eventos evangélicos chegam a reunir crentes provenientes de todo o espectro
do corpo de Cristo, e um genuíno intercâmbio tem acontecido. Provavelmente
haja mais unidade na Igreja hoje do que em qualquer outro tempo dos últimos mil
anos.
Isso é motivo para regozijo e esperança. Mesmo assim, alguns dos eventos que
foram grandes divisores de época vieram de uma maneira inesperada e numa hora
que parecia ser a mais improvável. É por isso que somos advertidos de que quando
as pessoas disserem "paz e segurança", haverá repentina destruição. Creio que
isso pode aplicar-se à presente unidade da Igreja. A maior prova da nossa unidade
possivelmente esteja por cair sobre nós. Tudo que está acontecendo hoje se constituirá
em fundamento para u ma unidade bem maior que haverá no futuro. A grande
prova que está por vir está na mira do ini migo, que deseja usá-la para se
transformar em nossa maior derrota. Entretanto, se estivermos devidamente
preparados, ela poderá vir a ser uma oportunidade para u ma de nossas
maiores vitórias.
No dia 23 de fevereiro de 1996, pela terceira vez me foi mostrado que a Igreja está
caminhando para uma guerra civil espiritual. Uma primeira impressão neste
sentido eu tive em 1988. Depois, no início de 1995, vi isso num sonho, que escrevi
como parte do livro A Batalha Final Creio haver sido esse o mesmo conflito que me foi
mostrado na visão intitulada Guerra e Glória, do capítulo anterior. Mas em 23 de
fevereiro de 1999 me foi dito que chegara a hora de advertir a Igreja para se preparar
para essa grande guerra, e se encher de disposição de lutar até alcançar uma vitória
completa - com a destruição total das fortalezas do acusador dos irmãos.
Uma vitória como essa parece ser algo muito bom por que lutar. Entretanto, por
um longo tempo a batalha para se chegar a essa vitória parecerá ser uma das
maiores derrotas da Igreja. O acusador surgirá em lugares e de povos os mais
inesperados. Será de fato uma das batalhas mais cruéis da Igreja, em todos os
tempos. Como toda guerra civil ela vai fazer com que irmão se volte contra irmão,
e de um modo jamais visto até então na Igreja.
Quando um profeta é visto prenunciando iminentes acon tecimentos negativos,
isso tem o propósito de frustrar os esquemas do inimigo. Entretanto, não
acredito que o que está para acontecer poderá ser impedido de se realizar, e
também não creio que o Senhor deseje que isso aconteça. Essa é uma batalha que terá
que ser travada. É uma oportunidade de pôr o acusador fora da Igreja, de modo que ela
chegue a uma unidade que de outro modo seria impossível. Como aconteceu na cruz,
exatamente naquilo que Satanás espera destruir seu inimigo será onde ele sofrerá
sua maior derrota.
O que está por vir são trevas. Por vezes os crist ãos ficarão relutando em se
chamar de cristãos. Tanto crentes como incrédulos pensarão igualmente ser o fim
do Cristianismo da forma como o conhecemos; e será. Mediante isso, a própria
definição dada pelo mundo quanto ao que é o Cristianismo será mudada - para
melhor. A Igreja após isso será cheia de graça, verdade e poder sem precedentes.
Lembremo-nos de que, quando a enorme escuridão veio sobre a Terra no dia em
que Jesus foi crucificado, a maior luz foi a que veio em seguida: a ressurreição.
A iminente guerra civil na Igreja será em muitos modos semelhante à Guerra Civil
Americana, uma vez que as maiores questões que nela têm de ser estabelecidas são
paralelas aos problemas políticos que os americanos enfrentaram antes daquela guerra.

Paralelos entre Duas Guerras Civis


Até acontecer a primeira batalha na Guerra Civil Americana, ninguém, de
nenhum dos dois lados, esperava que a guerra durasse mais do que alguns poucos
meses, ou que custasse mais do que algumas centenas de baixas. O custo final de
vidas, de propriedades e de danos à alma da nação americana foi porém um choque
profundo. De igual modo, o conflito a que se dirige a Igreja será inconcebível para a
maioria das pessoas, antes de acontecer. Isso contribuirá para um total despreparo; e
prolongará o conflito de maneira um tanto perigosa.
A escravidão não era de se tolerar no território americano; sua presença num
país livre, com o destino espiritual que tinha, era insuportável. De igual modo a
opressão e a escravidão espiritual atualmente existentes em grande parte da Igreja
também não são de forma alguma toleráveis. Isso tem que ser erradicado antes que a
Igreja do último dia possa cumprir seu pleno propósito. Falsos líderes espirituais que
fazem uso do controle, do medo e da manipulação para manter os crentes presos são
os que impõem essa escravidão espiritual. Eles fazem isso com uma "mentalidade
colonialista". São tão possessivos com as pessoas em seus domínios, que agem como
se as possuíssem, o que é a base de uma escravidão.
Causas da Guerra Civil Espiritual
Tal como foi no caso da Guerra Civil Americana, a escravidão espiritual e a
opressão serão as principais questões com que a Igreja irá se defrontar. Essa será
a primeira causa da guerra civil espiritual.
1. Escravidão Espiritual
Talvez você proteste: "De que, afinal, o senhor está falando? Hoje não há
escravidão espiritual nenhuma na Igreja, e a maioria de nós está livre de qualquer
opressão espiritual". Pode ser que isso seja verdade. Mais da metade dos estados
americanos eram "estados livres" antes da Guerra Civil. Entretanto, os demais
tinham um câncer mortal que precisava ser removido, ou toda a nação teria
morrido. O mesmo se dá com a Igreja. Muitos crentes no mundo de hoje são
mantidos sob uma "mentalidade colonialista" espiritual: os líderes procuram
apenas construir e manter seus impérios espirituais, e o fazem em sua maioria com
um trabalho escravo espiritual. Alguns são benevo lentes com os seus, a menos que
tentem sair, e outros são espiritualmente insensíveis e cruéis, como eram os senhores
de escravos - em sua grande maioria.
Estamos falando aqui de escravidão e opressão espirituais, mas a perversão
que causam em nossa personalidade espiritual não é menos devastadora do que
foi a escravidão. Como poderiam os Estados Unidos, sendo a nação mais livre do
mundo, conformar-se com tamanha crueldade? Isso não seria possível. Nação
alguma pode por muito tempo tolerar uma contradição e uma hipocrisia dessas em
seu meio. Tampouco poderá a Igreja continuar se conformando com as atuais
contradições existentes em seus ensinos em relação à vida real. Essas questões
terão que ser encaradas.
A Inglaterra, sob a liderança de homens tais como João Wesley e William
Wilberforce, demonstrou que a terrível instituição da escravidão poderia ser
erradicada de uma nação pelo poder da verdade. A Inglaterra se arrependeu e
erradicou o câncer de seu meio sem uma guerra civil. Isso foi feito tornando a pro-
priedade de escravos inaceitável tanto espiritual como so cialmente. Foram assim
criadas leis civis reforçando essas verdades evidentes.
Os Estados Unidos tornaram um rumo diferente, tentando durante décadas fazer
vista grossa ao que era óbvio, e pondo panos quentes sobre os transgressores. Isso
apenas tornou muito maior o custo final das inevitáveis mudanças. De igual modo,
inevitáveis mudanças estão por sobrevir à Igreja. Estamos agora determinando o quanto
elas nos serão custosas. A corda de três fios que Satanás possui (o espírito de
controle, o espírito político, e o espírito religioso), com a qual ele está amarrando multi-
dões de crentes, terá que ser confrontada e removida. Quanto mais tolerarmos
tais coisas, mais custosa será no final a sua remoção. Como os Estados Unidos
jamais poderiam se tornar uma grande nação enquanto tolerassem a escravidão,
tampouco a Igreja poderá chegar à sua glória final enquanto estiver toleran do as
fortalezas espirituais e toda escravidão espiritual agora imposta a muitos. Como
disse Paulo: Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.
Para que exista um verdadeiro louvor, tem que haver liber dade. É por isso que
o Senhor colocou a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal no Jardim. Não
poderia haver uma verdadeira obediência, a menos que Adão e Eva tivessem liber-
dade para obedecer ou desobedecer.
A liberdade é essencial a uma verdadeira adoração e a uma verdadeira obediência, e
se deixará ver e sentir em qualquer lugar em que o Espírito do Senhor estiver presente.
Fazer uso do sentimento de culpa, da pressão, da manipulação e do controle para
compelir as pessoas a fazer o que achamos que deva ser feito não é tolerável na
Igreja de Jesus Cristo, que veio para pôr em liberdade todos esses cativos.
De novo, o principal ponto nessa guerra civil espiritual que está por vir será a
instituição da escravidão - ou as instituições de escravidão espiritual. Quando
menciono "instituições de escravidão" não estou me referindo necessariamente a
denominações, e sim a qualquer organização, inclusive denominações e movimentos
que mantenham as pessoas numa escravidão espiritual. Quanto mais tolerarmos
instituições que manipulem ou controlem, tendo por alvo a unidade, ou por qualquer
outra razão, mais custoso nos será remover esse câncer do nosso meio.
Um segundo fator de importância na Guerra Civil Americana, e que muitos
argumentam como tendo sido o mais importante, foi o fator econômico. Um dos
maiores poderes de escravidão sobre as pessoas, no fim desta era, será o do dinheiro.

2. O Dinheiro
O dinheiro se constituirá no principal falso deus no fim desta era. É por isso
que a "marca da besta" é uma marca econômica, e o amor ao dinheiro é chamado de
raiz de todos os males. Um deus não é apenas algo diante de que as pessoas se
dobram, mas algo em que elas confiam.
Grandes ministérios podem envolver grandes somas de dinheiro. Devido ao
fato de que muitas igrejas e ministérios São construídos fazendo enormes
dívidas, as pressões financeiras podem fazer com que os líderes façam o que
normalmente não fariam. Muitos dos próximos conflitos que ocor rerão entre
movimentos, denominações e igrejas isoladas estarão profundamente
enraizados no poder que agora o di nheiro tem sobre a Igreja. Os líderes farão
uso de diferenças doutrinárias e de outras questões para justificar seus ataques
a seus irmãos, mas a verdadeira razão será a perda — ou uma perda em potencial
— de dinheiro.
A mordomia é um dos assuntos mais cruciais que todo líder deverá compreender
e exercer nesses tempos. Se cedermos e não atentarmos ao que a Bíblia
estabelece a esse respeito, cairemos numa das mais devastadoras e súbitas
armadilhas do inimigo.
Outra causa para a Guerra Civil Americana foi a compulsão de muitos do Sul, de
simplesmente preservarem seu modo de vida ou suas tradições. O mesmo é verdade com
respeito à Igreja.
3. Tradições
Há muito boas tradições que devemos honrar, mas muitas delas são
substitutos de um relacionamento vivo com o Se nhor. Uma das atuações de
uni espírito de religiosidade é fazer com que as pessoas honrem o que Deus
fez no passado para que assim possam justificar sua oposição ao que ele está
fazendo atualmente.
Os fariseus (que amavam a Palavra de Deus e apreciavam tanto as tradições como
a esperança pela vinda do Messias) rejeitaram Jesus e se opuseram a Ele mais do que
ninguém, quando Ele veio. Eles adoravam suas tradições mais do que a Deus, de modo
que, quando o Senhor veio e não considerou da mesma maneira aquelas tradições, eles
não quiseram recebê-lo. Os que depositarem sua segurança e sua fé mais nelas do
que no Deus vivo, se oporão a quase tudo que o Senhor estiver realizando. Uma
grande parte da Igreja atacará todo movimento novo que nela surgir. Quanto maior for à
unção de um novo movimento, mais os tradicionalistas se sentirão ameaçados por
ele, e com maior veemência o atacarão.
Outra causa da Guerra Civil Americana que terá um paralelo nesse próximo
conflito espiritual foi à pretensão de direitos de Estado por parte dos partidários da
secessão. Direitos territoriais também serão uma causa da guerra civil espiritual.
4. Direitos Territoriais
A reivindicação dos sulistas de terem direitos de Estado pode até dar a entender
ser uma pretensão a desfrutarem liberdade, mas na verdade o que eles queriam
era satisfazer uma obsessão pela independência. Se a liberdade realmente estivesse
no coração deles, por que tinham a pretensão de manter a escravidão? (Para quem
possa estar curioso a meu respeito, sou sulista, nascido na Carolina do Norte e
criado em Richmond, no estado da Virgínia. Meus antepassados foram senhores de
escravos. Entretanto, não escrevo isso levado por algum sentimento de culpa, mas
simplesmente porque foi isso que me foi mostrado).
De igual modo, muitos dos que estão exigindo com veemência sua independência
de organizações e denominações muitas vezes põem um jugo de doutrinas de medo
em seus seguidores, de forma a mantê-los sob seu controle. Os que assim agem
estarão entre os principais instrumentos que o acusador usará no conflito que está
por acontecer.
Além dessas causas, há outros pontos paralelos entre a Guerra Civil Americana e a
guerra civil espiritual que haverá na Igreja.

Outros Pontos Paralelos


Essa próxima guerra civil espiritual será uma guerra entre as forças da união e as
forças confederadas. Há um verdadeiro movimento de unidade, e há um
movimento falso. O primeiro se baseia no relacionamento que ternos em Cristo,
que nos torna uma família. O outro se baseia em expedientes de ordem política:
alianças ou organizações criadas para manter seu modo de vida, que não desejam
mudar.
Deve-se notar que na guerra americana a União se manteve dividida durante
toda a Guerra Civil. Havia movimentos pacifistas, tumultos e passeatas, e
ocasionalmente até mesmo alguns conflitos violentos. Contudo essas pessoas
permaneciam como uma parte da União. Podemos também esperar problemas e
divisões dentro do setor da Igreja que esteja lutando por uma verdadeira liberdade
e pela preservação da verdadeira união. Mesmo assim, as forças da verdadeira
união superarão suas diferenças e terminarão por prevalecer.
O Azul e o Cinza
Tal como as cores dos uniformes dos soldados da Guerra Civil Americana, a guerra
civil espiritual que está por acontecer será também entre os fardados de azul e os
de cinza. Em sonhos e visões, o azul normalmente representa uma propensão
para as coisas celestiais (o céu é azul), e o cinza é próprio dos que vivem segundo
sua própria mente (o cérebro é muitas vezes referido como "massa cinzenta"). Essa
guerra civil será um conflito que terá, de um lado, aqueles que, mesmo sendo
genuínos cristãos, estejam vivendo principalmente segundo o que dis põe sua
mente natural e sua sabedoria humana; e, do outro, os que vivem segundo o
Espírito Santo.
Parece uma contradição, mas depois de um certo ponto, o único modo pelo
qual a União pôde ser preservada foi pelo surgimento de uma liderança que se
dispôs a entrar numa guerra civil para preservá-la. Assim também a Igreja está
chegando a esse ponto. A única maneira pela qual ela poderá atingir uma
verdadeira unidade será mediante seus líderes, lutando contra as forças da
escravidão espiritual e da opressão.
A unidade da Igreja é uma das questões de maior impor tância perante o
Senhor. Uma de suas mais prementes ora ções, feita na véspera do dia em que
deu a sua vida pela Igreja foi: "a fim de que eles sejam de uma só mente e de um só
coração". Entretanto, o Senhor também orou no sentido de que fôssemos
santificados na verdade. Ele deu a sua vida para é libertar-nos do jugo do maligno.
Jesus orou pela unidade tendo como base a verdade, e não expedientes
políticos nem concessões casuísticas com o fim de manter a paz a qualquer
custo. A paz alcançada às custas da verdade ou da liberdade no Espírito é um
jugo da escravidão que apenas conduz a uma divisão maior. Assim como os
líderes da nação americana - que apar entemente eram os que estavam
trazendo a maior divisão dentro do país - foram na realidade os que tinham
a visão e a disposição de salvar a unidade, o mesmo se dará no que está por
acontecer na Igreja.
Algumas das almas mais nobres da Guerra Civil America na foram as que causaram
muitas mortes desnecessárias e prolongaram a guerra, por lutarem do lado errado.
Sua aliança era baseada mais em termos de território do que em princí pios.
Robert E. Lee disse discordar das causas pelas quais o Sul estava lutando,
mas disse também que não poderia to mar armas para lutar contra seu
estado natal, a Virgínia. Quantas vidas poderiam haver sido salvas, e quanta
destruição teria sido evitada, se ele (e outros como ele) houvesse escolhido o lado por
que lutar com base em princípios, e não em razões territoriais!
Infelizmente o mesmo acontecerá nessa próxima guerra civil espiritual. Os
que tiverem mais lealdade à sua posição, ou à sua organização do que aos
princípios espirituais, de igual forma acabarão lutando do lado errado, muito
embora possam até mesmo justificar seu procedimento com mil razões. Esses
serão também responsáveis por muitas baixas, totalmente desnecessárias,
simplesmente evitáveis.
Por muito tempo parecia que o Sul venceria a Guerra Ci vil. De modo
semelhante, por um certo tempo parecerá que as forças da escravidão espiritual
e da rebelião estarão prevalecendo. Contudo elas não prevalecerão. Como
escrevi no livro A Batalha Final, essa guerra fará com que os heróis do Senhor
subam a montanha, atingindo níveis mais elevado s no Espírito. Quando isso
acontecer, a fé, a esperança e o amor se revelarão, e poderão ser vistos a
distâncias bem maiores do que seria possível em outras circunstâncias.
Outro paralelo entre a Guerra Civil e a guerra civil espiri tual serão as forças que
compõem o lado vencedor.
As Forças da Vitória
São poucos os que sabem que quando estava se aproximando o fim da Guerra
Civil Americana, quase um terço das tropas da União era formado de homens
negros. Alguns historiadores chegaram a afirmar que a União provavelmente
não poderia haver vencido sem eles, em razão dos movimentos contrários à
guerra, muito disseminados no Norte. Quando os lideres das forças cristãs da
união determinarem lutar pelos princípios tão importantes da liberdade e da
verdade, todos os segmentos da Igreja se levantarão para lutar, para que a vitória
final seja alcançada.
Após essa grande guerra civil espiritual, não mais se verão muitas das atuais
diferenças que dividem os cristãos em diferentes categorias ou grupos. Haverá, sim,
uma definição totalmente nova do Cristianismo, que o Senhor Jesus já fez com que
fosse escrita: "O mundo nos conhecerá por nosso amor"!
O Senhor também levantará grandes líderes, e isso é mais um paralelo entre
essas duas guerras.

Uma Nova Geração de Líderes


Esses novos líderes desejarão fazer uma guerra civil para preservar a união entre
todos. Como Lincoln, sob as mais fortes pressões vindas de dentro da Igreja, e diante
do que parecerá ser derrota constante em batalhas espirituais, eles também não se
desviarão do caminho que tomaram, nem cederão em nada, até que haja uma
completa vitória. Deus deu Abraham Lincoln aos Estados Unidos, e não fará nada
menor para sua Igreja.
Abraham Lincoln é tido como um dos mais notáveis líderes de todos os tempos.
Depois do seu assassinato, quase que imediatamente ele foi considerado um dos
maiores presidentes americanos. Entretanto, antes da sua morte ele era um dos
presidentes mais desprezados da história americana. Não apenas no Sul, mas até
mesmo nos Estados do Norte, Lincoln era constantemente admoestado e
ridicularizado. Muitos dos melhores líderes da nação se recusavam a ter qualquer
ligação com ele, nem se dispunham a colaborar com seu governo. Mesmo assim
ele fez o melhor que pôde com tudo de que dispunha. O melhor nele era sua
firme crença de que, pelo fato de o Senhor estar com ele, ele não fracassaria.
Temos que agir da mesma forma. A liderança que terá de conduzir a Igreja no que está
por acontecer não estará à frente dela a fim de ganhar disputas de popularidade. Os
participantes dessa liderança terão de cum prir sua missão servindo ao Senhor,
porque poucos serão os que os apreciarão.
Desde o início da história, a primeira estratégia de todo líder numa guerra é
enfurecer o inimigo, de forma a conseguir galvanizar apoio e mobilizar forças. Um
dos maiores feitos de Lincoln foi empreender aquele conflito tão sangrento sem
haver enfurecido o inimigo. Possivelmente ele teria ganho a guerra bem antes, se
houvesse agido daquela forma, uma vez que o Norte nunca se mobilizou totalmente.
Entretanto ele se manteve concentrado em seu objetivo final: a preservação da
união. Esse objetivo teria sido bem mais difícil de ser alcançado, e talvez se tornasse
até impossível, se ele houvesse enfurecido o Sul. Até o fim ele tratou seus inimigos
com a maior dignidade e o maior respeito. Chegou até mesmo a visitar tropas
sulinas em hospitais, pois continuava asseverando que todos eram ameri canos,
mesmo os que se haviam desviado.
Lincoln enfrentou derrota após derrota no campo de bata lha. Ele encarou a
possibilidade de perder sua reeleição para a presidência, deixando de advogar a paz a
qualquer custo. Entretanto ele manteve sua visão quanto ao objetivo final, que era o
de alcançar a unidade, o que foi uma graça extraordinária.
Essa foi também a característica de um dos grandes líderes da Bíblia, o rei Davi,
que enfrentou uma guerra civil com a casa de Saul. Contudo Davi sempre honrou o
rei Saul, até mesmo quando ele procurou matá-lo, ou quando havia guerra com a
casa de Saul, e ainda quando a guerra havia terminado.
Quando a guerra civil espiritual começar a acontecer, nós também teremos
que lembrar sempre que não estaremos lu tando contra carne e sangue, mas na
verdade estaremos guerreando em prol da libertação daqueles que se
encontram no outro lado do conflito. A visão que Lincoln tinha quanto à
unidade incluía o Sul como parte da União. Seria portanto uma contradição à
sua visão principal não considerar os sulistas americanos. Não importando o
quão enganadas as pessoas possam estar, se elas tomaram a cruz de Cristo
elas são nossos irmãos e irmãs, a quem nosso Salvador deu a vida para salvar.
Não estamos lutando contra pessoas, mas contra as forças que as enganam e as
amarram.
Numa visão que Philip Elston teve há alguns anos ele viu o Senhor com Os
braços estendidos. Soldados vestindo unifor mes azuis de um lado, e cinzas do
outro, marchavam perto Dele, e punham suas espadas sangrentas nos braços do
Senhor. Ele resolutamente olhou para os olhos de cada um e disse: "Aquele que tiver
o sangue de seu irmão em sua espada não será usado para construir a minha Casa".
Nunca usemos nossa espada contra nossos irmãos; tão-somente as empunhemos
para romper as ataduras malignas que os estejam amarrando.
Alguns dos que têm grande influência no corpo de Cristo são filhos que têm
por "pai o diabo", tal como acontecia em Israel, quando o Senhor caminhou sobre a
Terra. Tais pedras de tropeço precisam ser confrontadas e expostas à luz, e assim
serem convertidas ou removidas de seu ponto de influência na Igreja. Nem n o
Senhor nem os apóstolos deixaram de confrontar essas pessoas; eles as
desmascararam, e quando necessário as removeram da Igreja. Tal como no primeiro
século, essas pessoas podem ser identificadas por suas tentativas de pôr jugo na
Igreja com uma escravidão, com doutrinas erradas que as Escrituras chamam de
fermento; ou com comportamentos abusivos e carnais, contrários a verdadeiros servos
de Deus.
Assim, o que faremos, já que essa guerra espiritual vai acontecer?

Preparando-nos para a Guerra Civil Espiritual


Creio que temos que dar apoio a todos Os movimentos que estejam trabalhando
pela unidade da Igreja, porque foi Deus quem os enviou. Esses movimentos visam
fortalecer nossa unidade, a fim de enfrentarmos o que está por vir. Temos também
de fazer tudo o que for possível para nos reconciliar com quem tenhamos qualquer
diferença. Alguns dos que consideramos inimigos serão então nossos melhores
amigos. Temos de fazer tudo o que nos for possível para fortalecer todo
relacionamento e nos reconciliar com todos quantos pudermos.
Devemos ainda fazer o máximo para fortalecer as verdades essenciais da nossa
fé, tanto em nós como nos outros, a quem fomos chamados a servir em liderança.
A verdadeira unidade da fé nunca virá como conseqüência de cedermos alguma
coisa em nossas crenças. Somos chamados a seguir o Cordeiro, não simplesmente uma
organização. Os que construíram sua vida espiritual e sua posição de liderança com
base em obediência a uma organização, em lugar de buscarem seguir o Senhor estão
correndo o terrível risco de se tornarem pedras de tropeço.
Somos chamados a vencer o mal com o bem. Eliminamos as trevas com a luz.
Permita que o Senhor sonde seu coração para ver se de algum modo você não
está fazendo uso de um espírito de controle, de manipulação, ou de qualquer outro
meio que não o Espírito Santo para a concretização de seus propósitos. Julguemo-
nos a nós mesmos, para não sermos julgados. Se nos humilharmos agora, ele nos
exaltará no momento certo.
Alguns dos maiores avivamentos que ocorreram na história dos Estados Unidos
aconteceram em meio às tropas sulistas durante a Guerra Civil. Muitos generais do
Sul foram líderes do avivamento. O Senhor veio para salvar os rebeldes, entre os quais
todos nós fomos achados um dia. Que nunca nos esqueçamos de que estamos
aqui para salvar pessoas e libertá-las. A Igreja em breve estará cantando o "Hino
de Batalha da República" com muito maior fervor e compreensão.
Finalmente, obtenhamos alguma direção com base na visão que antecedeu este
capítulo.

Guerra e Glória

Recordando a visão a que dei o nome de "Guerra e Glória", eu disse que vi uma
ilha com muitos edifícios diferentes, que eu sabia que representavam
denominações e movimentos. A desarmonia arquitetônica entre aqueles edifícios
era tão impressionante que chegava a ser grotesca. Era como se todos eles al-
mejassem tanto ser diferentes que não se preocupavam em se ajustar uns aos
outros. Eu não conseguia nem mesmo imaginar alguém que desejasse entrar
naquela cidade, ainda que não houvesse conflito algum.
A Igreja está causando muito mais dano a si mesma em razão de sua luta
interna do que provocariam Os próprios inimigos do lado de fora. Na hora dessa visão,
conscientemente me surpreendi pelo fato de o Senhor não intervir naquela luta tão
destruidora. Contudo, os que lutavam contra outras denominações e movimentos
foram todos desqualificados quanto a fazerem parte da casa que o Senhor construíra.
Isso me fez lembrar o rei Davi, que não recebeu autoriza ção para construir o
templo do Senhor por ser "homem de guerra "e por haver "derramado muito
sangue", embora isso não haja sido motivo bastante para desqualificá-lo da
salvação, ou para impedi-lo de ser considerado um dos grandes homens de
Deus, aliás o homem segundo o coração de Deus, como diz a Bíblia. Senti que
muitos dos verdadeiros santos, até mesmo grandes homens de Deus, estavam
tragicamente se desqualificando dessa obra maravilhosa por se haverem
envolvido nessa guerra civil espiritual. Isso os levou inclusi ve a perder a luz que
tinham; apenas os pacificadores e os que procuravam reparar e construir, em
vez de destruir, tinham nessa visão uma luz que deles brilhava.
Creio que era significativo que quase todos, se não todos aqueles prédios
continham os que eram verdadeiras luzes. Esses podem dar agora a impressão
de serem luzes muito pequenas, mas eles se tornarão a fundação sobre a qual o
Senhor construirá a sua casa.
Em vista de o mar representar algumas vezes massas humanas nas
Escrituras, as multidões se levantarão em grandes ondas que destruirão uma
grande parte da presente estrutura visível da Igreja. Os que forem uma
verdadeira luz não serão varridos pelas ondas, porque os que andam na verdade têm
um fundamento que não pode ser abalado.
O comando do Senhor dando liberdade ao mar não fez com que ele se
acirrasse; tão-somente removeu aquilo que o estava retendo. O mar foi então de
encontro à ilha com muita fúria, como se estivesse sendo controlado por um
grande ódio. Creio que isso estava representando o grande ódio que se levantará
contra o Cristianismo visível e institucional. O Senhor permi tirá que ele venha a
destruir essas instituições.
Quando as grandes ondas cessaram, deixaram de existir instituições cristãs
da forma como representadas pelos edifícios que havia antes. Entretanto,
tudo que fazia parte do verdadeiro Cristianismo permaneceu. Creio não ser
errado procurar reparar essas estrut uras (uma vez que o Senhor honrou e
preservou os que assim agiram), mas essa visão confirmou muito em mim a
necessidade de nos concentrar na edificação de pessoas.
Embora os edifícios anteriores hajam sido destruídos, cada um deles continha
pessoas que vieram a ser colunas na casa do Senhor. Essa era uma construção
totalmente nova, mas os que se tornaram suas principais colunas de apoio
tinham vindo de quase todas as denominações e movimentos. O Senhor é "o
Homem sábio que do seu tesouro dá tanto o que é novo como o que é velho". O
Senhor tem de fato um vinho novo para servir, mas Isaías declara que ele vai
servir também vinhos velhos, bem purificados. O Senhor não vai usar exclu-
sivamente o vinho velho, ou apenas o vinho novo, e sim os dois, o velho e o novo.
A casa do Senhor foi construída em meio às crescentes tempestades de ira e de
anarquia. Ela irradiou uma luz bem mais brilhante, em virtude das tempestades.
Fiquei animado por ver que o Senhor construirá uma Igreja neste mundo que
refletirá a sua glória. A presente era não terminará até que ele a haja construído.
Não poderia ser de outro modo. Quando o Senhor ameaçou destruir Israel,
Moisés o fez lembrar que os povos diriam que ele conseguira tirar seu povo do Egito,
mas fracassara em conduzi-lo à terra prometida.' Mediante sua Igreja o Senhor
terá um testemunho que perdurará por toda a eternidade. Nesse teste munho
ficará claro que ele não apenas pode perdoar Os peca dos da sua Igreja, como
tem poder e sabedoria para libertá-la de seus pecados e transformá-la numa
gloriosa noiva, sem manchas e sem rugas.

Uma visão

A PRÓXIM A ONDA ESTÁ SOBRE NÓS

Em 11 de maio de 1992 tive a visão de um surfista flutuando numa pequena


prancha de surfe, olhando para a praia, pregui çosamente se deixando levar
pelas vagas da maré, sonhando com a grande onda. Eu sabia que ele de algum
modo representava a Igreja. Enquanto se deixava levar de um lado para outro,
aquela onda que ele tanto almejava aproximava-se dele, mas ele não tinha consciência
disso. Senti que se ele não despertasse e olhasse r apidam ent e ao r edor ,
aq uela onda o at ing ir ia em cheio. E o r esultado cert am ent e não ser ia um a
bela sur fagem! Vi t am bém q u e a s ua pr a n ch a er a p eq ue na d em a is pa r a a
e n or m e on da q u e v i n h a s o b r e e l e . Quando o surfista percebeu o som
daquela onda e se virou para ela, era tarde demais. Aquilo que havia sido o
supremo desejo do seu coração se transformou num grande terror, porque ele não
estava preparado. A onda fez com que ele girasse vár ias vezes, atirando -o contra o
f undo, e acabou quebrando a s ua pr a nc h a. Pr eo cu p ei - m e e m r e l aç ão à
s u a vid a, m a s e l e sobr eviveu, apesar dos cort es, das cont usões e de
alguns os sos quebrados.
Vi o surf ista deitado na praia, com grande dor. Em pouco tempo passou
todo o terror de que talvez até morresse, substi t uído por um a pr of unda
sensatez. Ele dir ig iu o olhar par a o mar. Embora estivesse tão quebrado e
ferido a ponto de nem mesmo conseguir mover -se, tomou uma
impressionante e nobre decisão. Eu sabia que ele voltaria a surfar.
Em seguida vi esse surfista num hospital, num quarto cuja janela dava para o
mar. Ele continuava contemplando o oceano, mas agora, em vez de sonhar, fazia
planos.
Depois eu o vi na praia, não apenas curado mas bem mais musculoso que
antes. Ao seu lado estava a maior prancha de surfe que eu já vira. Embora o mar
estivesse calmo, ele sabia que a maior de todas as ondas já se achava em
movimento, além da linha do horizonte. Ele estava pronto para pegá-la. No entanto um
medo começou a despontar nele. Se rapidamente não o vencesse, indo em frente,
não teria condições de ir até o ponto necessário para pegar a onda, e ficaria em
grande perigo, por causa dela.
Muitos outros surfistas, que por sua musculatura davam a impressão de ser
profissionais, estavam na praia. Todos tinham uma prancha pequena, igual àquela
que o nosso surfista tinha a princípio. Aqueles profissionais na verdade não
pareciam estar interessados em pegar onda alguma, mas em exibir o corpo, que a
meus olhos parecia algo grotesco. Eu sabia que os músculos deles, grandes e
salientes, realmente não eram tão fortes quanto os do nosso surfista, que
pareciam mais naturais. Aqueles haviam desenvolvido o corpo apenas para
exibição; este preparara para ter força.

Capítulo 13 Pegando a próxima onda

A história tem demonstrado que já houve grandes manifestações do poder de


Deus, e algumas delas foram tão poderosas e de tamanho alcance que a palavra
avivamento não é um termo adequado para descrevê-las. Cada um desses
movimentos, que causaram um impacto extraordinário, foi chamado pelos
historiadores de um grande despertar da Igreja. Quando aconteceram esses grandes
momentos em que a graça de Deus foi abundantemente derramada, parecia que
por toda parte os crentes despertavam de seu sono espiritual, encarando as
gloriosas realidades do reino de Deus. Em alguns lugares houve conversões em
massa, e regiões inteiras foram varridas pela verdade do evangelho. Grandes
mudanças sociais foram alcançadas, e a moralidade aumentou - não mediante leis
que h o u ve s s e m s i d o a p r o va d a s , e s i m p e l a t r a n sf o r m a ç ão acontecida no
coração das pessoas.
Um novo "grande despertar da Igreja" está por sobrevir. Ele terá a
possibilidade de mudar profundamente muitas coisas. A cruz e a retidão de vida
voltarão a se tornar populares. A verdade sobre a Criação não apenas será
ensinada nas escolas, mas será tida como a única resposta lógica à questão da
nossa existência. Será permitido haver orações e classes de religião nas escolas;
aliás, isso será até mesmo estimulado. O temor de Deus se propagará tal como
uma onda de maré, acabando com as frágeis ideologias humanísticas que por
tanto tempo têm se exaltado a si mesmas como sendo racionais.
Nas outras vezes em que houve um grande despertar da Igreja, e grandes avivamentos,
bem poucos foram os que pressentiram o mover do Espírito Santo. Em quase todas
essas ocasiões as igrejas e os ministérios foram atingidos e sofreram danos
provocados pelo próprio grande avivamento, simplesmente por não estarem
preparados para ele. Houve até alguns deles que para sobreviver tiveram na
verdade que resistir a ele. Em contraste, hoje parece haver quase que uma
expectativa geral de que um avivamento virá, mas bem pouco tem sido feito
para que a Igreja se prepare responsável e adequadamente para recebê-lo. A
próxima onda do Espírito Santo é na realidade bem maior do que possamos
imaginar, mas pelo fato de estarmos dormindo, em vez de nos preparar,
corremos agora sério risco de sermos atingidos por essa onda que tanto
almejamos.
O mover do Espírito Santo é muitas vezes comparado a uma onda, posto que tem
com ela características comuns. Se o Espirito Santo se move em ondas, que
vamos fazer para pegá-las, sendo assim levados por ele na direção em que está
indo? Seis passos básicos, que são usados pelos surfistas, podem nos auxiliar a
perceber o que nós também temos que fazer para pegarmos as ondas do Espirito
Santo.
Passos para Pegar a Próxima Onda Para pegarmos a

próxima onda, será necessário:

1. Estarmos adequadamente preparados e em forma.


2. Termos a prancha correta (veículo ou ministério).
3. Discernirmos onde a onda vai se quebrar.
4. Posicionarmo-nos adequadamente.
5. Estarmos de prontidão, para fazermos os movimentos necessários para pegar a
onda no momento certo.
6. Estarmos em condições de agir sem hesitação quando a onda quebrar.

Vejamos agora cada um desses passos.

1. ESTEJAMOS ADEQUADAMENTE PREPARADOS E EM FORMA


Em cada oportunidade em que o Senhor me fez ver a colheita que está por
acontecer, isso me foi mostrado com duas grandes ondas. É, possível que haja
mais de duas ondas, mas o que sei é que haverá pelo menos duas. A primeira delas
será tão grande que quase todo o mundo acreditará ser a maior colheita de todas,
com a qual acontecerá o fim da presente era. Entretanto, uma outra onda está vindo
após essa primeira, c será ainda bem maior. Os milhões de novos convertidos que se
tornarão crentes durante a primeira onda serão chamados a ser obreiros na
segunda. Eles terão que ser adequadamente preparados, de forma a terem
consciência de como enfrentarão a onda maior.
A primeira onda de avivamento será apenas uma bênção para as igrejas que têm
agido com sabedoria no tempo presente, e que estão preparando os santos para
que possam atuar como obreiros. Essa onda na realidade será um juízo em
relação a todo ministério que não haja preparado adequadamente os que dele
fazem parte.
Na visão que foi relatada antes deste capítulo, a primeira prancha de surfe
era tão pequena que obviamente era inadequada até mesmo para uma onda
razoável, muito menos para aquela imponente onda que veio. Essa figura nos
revela que os atuais meios, alcances e ministérios da Igreja são inadequados. Mesmo
que o nosso surfista houvesse visto a onda a tempo, não daria para pegá-la - ele
teria que ir nadando rapidamente sobre ela até a praia, ou além do ponto onde se
quebraria, para apenas vê-la passar por si.
Tal como ele, a Igreja atual está em perigo de ficar apenas com um bom
exercício e com uma boa lição, ao passar esse novo mover do Espirito Santo.
Embora por algum tempo ela haja recebido do Senhor a mensagem dessa
colheita que está por vir, não temos agido segundo o que o Senhor tem mostrado
à Igreja, nem temos dado Os passos práticos necessários para nos preparar para o
que está por acontecer. Entretanto, esse choque que poderemos levar nos trará
de imediato sabedoria e a disposição de nos prepararar para a próxima onda, tendo
inclusive a "prancha" adequada para pegá-la. O tempo que passarmos nos
recuperando das contusões da primeira onda terá de ser gasto no planejamento
da próxima; e então nossos planos deverão ser postos em prática.
Para pegarmos a onda que está por vir precisaremos ainda ser muito mais
fortes do que somos atualmente. E a força vem com o exercício. Quando aquele
nosso surfista voltou à praia, seu estado físico era de um profissional, de alguém
que se preparara para o esporte, e não simplesmente para exibir-se.
O Corpo de Cristo, de igual modo, tem que ser preparado. Cada músculo, ou
cada um dos membros desse Corpo, isto é, cada uma das partes que o compõem
tem que ser devidamente exercitada, de modo a alcançar a plena forma. Por
décadas temos pregado sobre Efésios, 4, e o aperfeiçoamento dos santos para o
desempenho do seu serviço. Agora chegou o momento de pormos isso em prática!
Muitos estarão envolvidos nesse processo de se pôr espiritualmente em "plena forma",
mas apenas para exibição. Esses se dedicarão muito mais a impressionar as
pessoas do que a se preparar para o próximo mover do Espírito. Eles não terão os
instrumentos necessários para enfrentar o que está por aconte cer, e inclusive nem
mesmo terão consciência disso, no mar da humanidade. Os que houverem
construído suas congregações visando a exibições ou espetáculos, na verdade vão
parecer grotescos, e não terão condições de pegar a onda do Espírito - e quem
sabe nem mesmo estarão no mar, quando ela chegar.
Outro fator é requerido de nós para que possamos pegar a maior de todas as
ondas: temos que deixar de pegar as pequenas. Isso significa que a nossa prancha
tem que ser adequada.
2. TENHAMOS A PRANCHA CERTA
Há certos comportamentos que devemos ter diante de ondas que estão por vir,
que são conhecidos pelos surfistas experientes. Paciência é um dos requisitos
para se pegar a maior e a melhor onda. De igual modo, no Espírito podemos nos dar a
muitos movimentos e nos envolver em muitos projetos. No entanto, serão
mesmo eles o objeto do nosso chamado? Quantas de nossas atividades cooperam
apenas para nos tirar da nossa posição quando a grande onda chegar?
Não estou dizendo isso visando desencorajar quem quer que seja de se dedicar à
obra e ao ministério. Com efeito, o único modo pelo qual ficaremos em forma e
aptos para pegar a grande onda é praticando em ondas menores. Entretanto,
quando estivermos adequadamente preparados, e soubermos que a grande onda
está por chegar, teremos que deixar de lado as menores. A razão de muitos não
se aproveitarem dos grandes movimentos do Espírito é estar demasiado ocupados.
A obediência, e não os sacrifícios, é que nos manterá dentro da vontade de
Deus. Creio não haver nunca encontrado um único crente em Jesus que não
tenha o desejo de se manter no centro da vontade de Deus, em toda atividade
em que esteja envolvido. Entretanto, precisamos reconhecer que nem toda
atividade boa está dentro da vontade do Senhor com respeito a nós. Temos ainda
que entender que não é possível que todos participemos de tudo que Deus esteja
fazendo. A questão mais importante não é a de pegarmos "a grande onda", e sim
pegarmos a onda que o Senhor quer que peguemos. Ao mesmo tem po, é muito
importante encorajar aqueles que estejam pegando as ondas maiores, e as
menores também, desde que estejam dentro da vontade de Deus.
Antes de mais nada a Igreja tem de estar adequadamente treinada e em forma; em
segundo lugar, temos que ter a "prancha" adequada; e, em terceiro, discernir onde a
onda vai se quebrar, para lá nos dirigir.
3. TENHAMOS O DISCERNIMENTO DE ONDE A ONDA VAI SE QUE BRAR, E
PARA LÁ NOS DIRIJAMOS

Todo mover de Deus se constrói sobre o fundamento dos moveres que vieram
antes. Para discernirmos onde o próximo mover de Deus vai se quebrar, temos
que compreender a natureza e as características dos anteriores. Precisamos entender
que há um "princípio de continuidade" espiritual. Até mesmo o Senhor teve que
honrar os que haviam chegado antes dele, e que prepararam seu caminho. Ele
se submeteu ao batismo de João para cumprir toda a justiça. Os principais
sacerdotes e os anciãos lhe perguntaram: com que autoridade fazes estas coisas?
E quem te deu essa autoridade? Jesus lhes respondeu: Eu também vos farei uma
pergunta; se me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas
coisas. Donde era o batismo de João? Do céu ou dos homens?
A resposta do Senhor à pergunta que lhe fora feita não foi uma tentativa de
fugir da questão, visto que era a resposta à pergunta por eles formulada. Jesus
tinha credenciais. João se achava como representante da velha ordem, enviado
para declarar que Jesus era Aquele de quem todos os profetas e sábios haviam
falado desde o princípio.
Se arrogantemente apontarmos para movimentos anterio res como
pertencentes a uma velha ordem, e declararmos que n ó s é q u e s o m o s d a
n o v a o r d e m , c e r t a m e n t e n o s desqualificaremos de sermos delas
participantes. Apenas aqueles que vêem os movimentos anteriores com honra, e
se entregam à sua mensagem e aos seus ensinos é que estarão qualificados a
receber o nível seguinte de autoridade. Para que qualquer movimento permaneça
por muito tempo na Terra ele tem que honrar seus pais espirituais.
Tiago nos exortou de um modo muito interessante com respeito ao
tratamento que devemos dar à lei, que foi o "movimento" que precedeu o
Cristianismo: Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados.
Eis que o juiz está às portas.
Entretanto, seremos tolos se não aprendermos com os er ros dos
movimentos precedentes. O potencial para que as mesmas falhas se repitam
se acha em nós. Temos de buscar a graça para permanecermos de pé nas áreas
de perigo. As mesmas forças das trevas que conseguiram desviar Os moveres de
Deus procurarão fazer com que o próximo avivamento também se desvie de seus
propósitos. Assim como a verdade do evangelho nunca mudou, o engano que se
lhe opõe também não muda nunca.
O próximo grande avivamento que está por acontecer tem também o propósito
de causar uma vasta transformação social e espiritual, o que evitará conflitos
sociais. Quando ele acontecer, teremos que nos conservar em humildade, e orar
para que ele permaneça em seu propósito. Precisaremos estar vigilantes contra
forças políticas que tentarão desviá-lo de seus objetivos. Embora possamos até mesmo
concordar com a moralidade destes, as estratégias a serem propostas para que
eles sejam atingidos serão devastadoras para o avivamento em si, e inclusive
afetarão o país todo. Seria interessante que começássemos a ler acerca dos
avivamentos do passado, para nos preparar convenientemente para a próxima onda.
Para pegar a próxima onda a Igreja tem de ser adequada mente treinada, de
maneira a ficar em forma. Temos que ter a "prancha" certa. Precisamos discernir
onde a onda vai se quebrar, e para lá nos dirigir. E estar devidamente
posicionados para a pegarmos!
4. ESTEJAMOS ADEQUADAMENTE POSICIONADOS
Enquanto mantivermos os olhos buscando ver na praia o movimento das
águas até onde for possível ver, e nos conser varmos firmes com o que temos,
estaremos em melhores condições de avançar com a próxima onda, em vez de
nos desviarmos dela ou deixarmos que passe por nós. Não importa quem esteja
liderando uma onda, se toda a glória estiver sendo dada ao nosso Líder. 'ler uma
atitude diferente desta é ser enganado como o jumentinho em que Jesus montou
em sua entrada em Jerusalém. Será que esse animal pensou que toda aquela
comoção e toda aquela adoração eram dirigidas a ele, e não àquele que nele
montava?
Infelizmente são líderes relativamente imaturos que dirigem a maior parte dos novos
movimentos. Isso se dá porque os líderes maduros muitas vezes se tornam "odres
velhos", sendo muito inflexíveis para receber o vinho novo. O Espírito, que requer fle-
xibilidade e abertura, é que tem de dirigir os movimentos espirituais. Às vezes as
pessoas com que ele pode contar, aquelas que são suficientemente flexíveis, são as
imaturas, posto que não têm idéias preconcebidas. Os líderes imaturos são
conseqüentemente mais inclinados a ser dependentes do Espírito Santo cio que da
própria experiência, permitindo a ele dirigir como lhe aprouver. Foi
provavelmente por isso que homens dos quais nada era de se esperar, considerados
bastante "desqualificados" aos olhos humanos, é que foram escolhidos como líderes
para serem o fundamento da Igreja. Tão desqualificados eram que tiveram que
depender desesperadamente da graça e da direção do Senhor.
Muito raramente um líder espiritual surge com uma grande experiência e sabedoria, a
par de uma sensível dependência do Espírito Santo. Entretanto, tal liderança é
certamente preferível à do imaturo que permite ao Espírito Santo dirigir, mas cuja fal -
ta de experiência pode permitir que Outras influências o atinjam. Por isso o
Senhor sempre parece dar aos líderes de movimentos anteriores a oportunidade
para liderar o movimento seguinte. Os maiores líderes saberão como permitir que o
Espírito Santo os conduza, tendo experiência e discernimento para manter o
movimento fora do alcance daqueles que estão fora da lei ou que sejam legalistas.
Josué e Calebe são dois exemplos bíblicos de pessoas que têm tanto maturidade e
experiência como flexibilidade e dependência ao Espírito Santo. Certamente eles
demonstraram ser dependentes do Espírito quando somente eles disseram: Se o
SENHOR se agradar de nós, então nos fará entrar nessa terra, e no-la dará... — apesar
dos gigantes! Então, embora houvessem crido em Deus, Os dois tiveram que
perambular em círculos com Os israelitas até que todos os que eram daquela geração
incrédula houvessem perecido. Isso deve haver sido uma prova bem maior
quanto à sua fé do que quando viram os gigantes e as fortalezas que havia na
terra. Essa fé será requerida para o movimento que levar a Igreja a atravessar seu rio
Jordão em direção à batalha para a conquista da sua terra prometida.
Essa fé pode apenas resultar de dois grandes fatores espirituais. O primeiro é
que a verdadeira fé não se encoraja nem se desencoraja baseada na condição
das pessoas, posto que não é uma fé nas pessoas, mas em Deus. O segundo é que
a verdadeira fé sempre vê as condições atuais sob a perspectiva da eternidade. É por
isso que os grandes homens de fé nas Escrituras se satisfaziam com o fato de
conhecerem as promessas proféticas, ainda que não tivessem que receber essas
bênçãos no seu tempo.
A verdadeira fé não contempla as pessoas, nem olha para o temporário. Algumas das
mensagens do Senhor mais ungidas fizeram com que as multidões se retraíssem. Os
que são verdadeiramente sábios não se sentirão excessivamente incentiva dos
quando as pessoas os cerquem, nem serão desmotivados quando se afastem.
Se formos incentivados por homens, isso só prova que foi deles que recebemos
nossa autoridade. Contudo, se a nossa autoridade foi recebida do Alto, ninguém a
poderá tomar. Foi por isso que Jesus fugiu para as montanhas quando as
multidões vieram para fazer dele rei. Se as pessoas fizerem de você um rei, então
serão elas que reinarão sobre você, não importando o titulo que você tenha.
Uma das maiores pedras de tropeço para se andar num ver dadeiro ministério é
a tendência a se tomar o jugo das pessoas, em vez de tomar o jugo do Senhor. O
jugo das pessoas nos fará ficar ocupados com muitas coisas que parecem ser boas
e com muitos frutos, mas que contribuirão para nos impedir de fazer mos a vontade
do Senhor.
Quantos de nós, podendo dar início a um avivamento que agitaria toda uma
cidade, entregaríamos essa tarefa às mãos de outras pessoas, para irmos
testemunhar a apenas um homem? Foi o que Filipe fez. Filipe era alguém que poderia
receber do Senhor toda a autoridade e todo o poder para "incendiar" uma cidade
inteira, devido à sua obediência. Se a sua atenção estivesse voltada para as
pessoas, para o que é temporário, ele nunca teria saído de Samaria. Alguns
séculos depois, missionários que foram enviados para a Etiópia ficaram
deslumbrados ao encontrar lá muitos cristãos. Esse fruto ficara escondido dos olhos
humanos, e provavelmente até mesmo de Filipe, mas com certeza lhe foi creditado.
Uma grande lição com respeito à liderança pode ser encontrada na natureza, nas
aves aquáticas migradoras, tais como gansos e patos. Eles voam com a formação de
um "V" porque a ave líder cria uma corrente de ar que facilita o vôo das que se
encontram logo atrás. Entretanto, como a ave que está na ponta tem um trabalho
bem mais árduo, cortando o ar, ela permanece nessa posição apenas por algum
tempo; depois ela se retira para o fim da formação, para descansar. Essa
rotatividade faz com que as aves dividam entre si a carga da liderança, e todas se
beneficiam da corrente de ar quando uma outra está à frente.
Se uma das aves se recusasse a deixar sua posição de lide rança no devido
tempo, isso faria com que toda a revoada tivesse que diminuir a velocidade. Os
que deixarem sua posição no tempo oportuno terão a oportunidade de
descansar enquanto estiverem indo no rastro de outros, permitindo que cada
um assuma a liderança no devido tempo. Muito raramente na história da
Igreja um líder ficou no ponto de liderança por mais de alguns poucos anos. É
algo muito difícil a um líder ceder sua liderança. Dá para se ver um evidente pon to
de mudança na vida dos que se recusam a cedê-la; naquele ponto a pessoa pára
de ir adiante e começa a atacar os que ainda estão avançando.
Chegar ao seu destino é o objetivo dos gansos voadores; seu alvo não é serem
honrados como a ave que esteja na liderança. Quando nossa posição pessoal se
torna um fim em si mesma, passamos a ser um impedimento para o avanço da
Igreja. Um líder pode ainda exercer uma grande influência e controle so bre as
pessoas um bom tempo após haver perdido a verdadeira unção para a liderança
espiritual. Foi o que aconteceu com o rei Saul.
Entretanto, o rival de Saul, o rei Davi, não foi apenas um extraordinário líder no seu
tempo. Davi tinha a sabedoria de perceber os limites da sua autoridade. Quando
compreendeu que não era para ele construir o templo, começou a juntar todo o material
para passar a seu herdeiro, e assim a tarefa dele se tornasse mais fácil. Os
maiores líderes não apenas reconhecem até que ponto devem ir; eles sabem
como preparar meios de ajuda para a próxima geração, e têm consciência da
hora adequada em que deverão passar o cetro.
Para pegarmos a próxima onda temos de estar adequada mente
posicionados, e fixar toda a atenção nos movimentos necessários para quando ela
chegar.

5. ESTEJAMOS DE PRONTIDÃO PARA FAZERMOS OS MOVIMENTOS PARA


PEGAR A ONDA NO MOMENTO CERTO
Algumas pessoas se posicionam corretamente, mas hesitam na hora de se
mover até que a onda as haja alcançado. Tais pessoas correm um grande perigo
de perderem a onda, tal como acontece com os que nem mesmo se posicionam.
Uma grande fonte de toda essa hesitação é o espírito de religiosidade enraizado
num idealismo humano, em virtude do qual a pessoa não se move até que algo seja
"totalmente de Deus".
Um ministro certa vez deu os parabéns a um fazendeiro, elogiando a ordem
perfeita e a exuberância da sua plantação de milho, e observando:
 O senhor não poderia haver feito isso sem Deus.
 Concordo - disse o fazendeiro -, mas Deus também não poderia haver feito
isso sem mim. Você devia ter visto o campo que eu deixei que o Senhor fizesse
crescer. Eram só ervas daninhas!
Esta história destaca um ponto importante. O Senhor nada faz sem seu povo.
Deus encarregou Adão de cultivar o jardim. O Salmo 115:16 afirma: Os céus são os
céus do SENHOR, Mas a Terra, deu-a Ele aos filhos dos homens. É por isso que
Ele não fará nada se não orarmos. Ele delegou à Igreja a temível responsabilidade de
ligar e desligar na 'ferra. Entretanto, quando oramos por alguma coisa, tal como
por um avivamento, deveríamos estar nos preparando para isso.
Até mesmo os maiores homens de Deus são vasos terrenos, imperfeitos e frágeis. É
como Tiago explicou: Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Todo verdadeiro mover
de Deus começou com muitas características humanas nele acrescentadas. Sempre
haverá o joio no meio do trigo. Se você esperar até que todo o joio seja removido,
você terminará por não colher nada.
A Oposição
Cada uma das ondas avançará pela praia tanto quanto pu der, para em
seguida retroceder, indo de encontro à onda seguinte, fazendo-a quebrar um
pouco antes. Raramente aqueles que participaram de um mover de Deus farão
parte também do mover seguinte. Geralmente os que participavam do mover
anterior estão em processo de retirada quando o mover seguinte está avançando,
criando um confronto que vai contra a onda que está vindo.
Em toda a história da Igreja, Os que participaram de um mover de Deus tentaram
resistir e minar o mover seguinte. Entretanto, embora isso haja acontecido
constantemente no passado, no futuro poderá ser diferente. Antes do fim haverá
um movimento que captará de tal forma o coração dos que estiverem participando do
movimento anterior, que estes se unirão ao novo mover, contribuindo para seu avanço,
e não ficando no processo de retirada. Quando isso acontecer, a Igreja dará início a um
progresso espiritual que não será interrompido até o fim desta era.
Analisando alguns dos fatores históricos que fizeram com que houvesse essa
retirada no passado, poderemos discernir essas pedras de tropeço. O primeiro
engano perigoso está em pensar que nunca nos oporíamos a um verdadeiro mover
de Deus. No entanto isso tem acontecido com alguns dos maiores ho mens da
história da Igreja.
Andrew Murray é um bom exemplo de um grande homem de Deus, que tinha uma
forte paixão por ver o avivamento vindo à Igreja, mas que deixou de reconhecer o
avivamento pelo qual gastara toda a sua vida orando. A causa desse trágico erro
foi muito simples. O avivamento pelo qual ele ansiava, e até mesmo profetizara, não
veio na forma em que ele esperava. Embora desejasse sinceramente assistir de novo
à liberação dos dons espirituais na Igreja, ele se ofendeu com a maneira como vieram.
Finalmente, temos que estar prontos para agir sem hesita ção quando a próxima
onda chegar.
6. ESTEJAMOS PRONTOS PARA AGIR SEM HESITAÇÃO
Embora aquele surfista da minha visão estivesse devidamente preparado e com
uma prancha adequada para pegar a próxima onda, o inimigo usou a experiência
negativa da onda anterior para atingi-lo com um medo que poderia havê-lo
impedido de conseguir realizar o objetivo para o qual se havia preparado. Todo o
nosso preparo e todo o nosso trabalho darão em nada, se não estivermos
totalmente dedicados a entrar no mar e a andar pela fé, e não com medo.
Entretanto nosso surfista estava agora totalmente equi pado; e não apenas
curado, mas bem mais em forma que antes. Ele levava a maior prancha que eu
já vira. Estava pronto mesmo! Para pegarmos a grande onda temos também
que estar prontos.

Uma Visão

Uma Ponte para o Avivamento

Numa visão que tive em 1997, vi o período de transição en tre a renovação


(que opera para curar e despertar a Igreja) e o avivamento (com o qual há a
salvação dos perdidos e o revestimento de poder pelos crentes de forma a
desafiarem as trevas espirituais prevalecentes). Em minha visão, esse período
era representado como u ma ponte entr e dois campos. O primeiro campo
partia de uma t erra que parecia ser não cult ivada, co b er t a de veg et ação
com m uit as er vas daninhas e com m uit o entulho jogado por toda parte,
progredindo para uma terra que estava arada e semeada. Senti que esse
campo representava a obra da renovação.
No fim desse campo uma ponte estava sendo construída, em pregando
nessa construção pedras de diferentes tamanhos, des de umas bem grandes
até outras bem pequenas. Havia um nome em cada pedra — o nome de um
ministério ou movimento, e em alguns casos o nome de uma pessoa em
particular. Essa ponte e s t a va s e n d o c o ns t r u íd a s e m l a t er a i s , t or n a n d o - a
u m t a nt o perigosa para ser at ravessada. No entanto isso permitia que a sua
pista fosse facilmente ampliada, de forma a comportar um trânsito maior, o que
estava sempre sendo feito.
As pedr as nessa ponte eram todas dif erentes entre si, mas elas se
encaixavam como as peças de um quebra -cabeça. Isso fazia com que toda
ela fosse bem resistente. As colunas que a s u s t e n t a v a m e r a m f e i t a s d e
a l g o q u e t i n h a a a p a r ê n c i a d e um a luz pura. Ent retant o, essa luz er a em
si t am bém m at er i al. As colunas de u m dos lados t inham as car acter íst icas
do fruto do Espírito escritas sobre si. As que ficavam do outro lado tinham os
dons do Espírito. As vigas de suporte tinham verdades bíblicas nelas escritas. Senti
que essas colunas eram totalmente resistentes para suportar todo o peso que
viesse a ser posto sobre a ponte. De um modo bem estranho, tinha - se a
impressão de que a ponte é que sustentava as terras, e não o contrário.
Os trabalhadores na ponte eram pessoas as mais diversas, desde criancinhas
até idosos, de ambos os sexos, aparentemente de todas as raças. Homens e mulheres
de negócios estavam trabalhando bem ao lado dos que pareciam ser pessoas sem
teto. Reconheci artistas, músicos, atletas, correspondentes de noticiário,
soldados e policiais. Esses haviam sido transformados em apóstolos, profetas,
evangelistas, pastores, mestres, administradores, pessoas com o dom de socorro e com
outros ministérios. Pareciam ajustar-se perfeitamente à diversidade de pedras que
estavam sendo colocadas na ponte em seu devido lugar.
Enquanto essas pessoas construíam a ponte, eram objeto de constante ataque por
insetos e pedras que lhes eram arremetidas, vindas aparentemente de todas as
direções. Sobre elas havia nuvens escuras que reconheci serem espíritos de
opressão. Apesar desses ataques, os trabalhadores não paravam de trabalhar. De
fato, eles nem mesmo davam atenção a esses ataques. Quando um dos obreiros era
atingido seriamente, era levado pela ponte até o outro campo. Então um dos
obreiros daquele campo tomava seu lugar na obra da ponte.
O campo do outro lado da ponte compunha-se de plantas que estavam
começando a brotar, bem como de outras com grande abundância de frutos, prontos
para serem colhidos - misturadas entre si. Parte desse campo parecia ser muito
bem cuidada, com a plantação em carreiras bem organizadas e com praticamente
nenhuma erva daninha. Em outras partes a vegetação tomava todo o terreno, com
ervas daninhas e outras plantas, dando a impressão de serem impenetráveis.
Contudo a abundância e a qualidade dos frutos mesmo ali eram extraordinárias.
Uma coisa que me chamou a atenção quando olhei para aque le campo foi que
reconheci apenas bem poucas qualidades de frutos, das muitas que conhecemos.
Os que haviam sido feridos enquanto trabalhavam na ponte eram rapidamente
curados ao comerem alguns dos frutos colhidos daquele campo. Entretanto, eles não
voltavam para a ponte; em lugar disso, passavam a trabalhar naquele campo. Diferente-
mente do aspecto dos que estavam trabalhando na ponte, que denotava uma forte
disposição para o trabalho e uma certa urgência, a aparência dos que
trabalhavam naquele campo parecia ser bem mais descontraído, embora os frutos
estivessem amadurecendo com uma rapidez maior do que a possibilidade de
serem colhidos. Não era uma atitude descontraída decorrente da paz do Senhor.
Parecia, isto sim, ser proveniente de uma retaliação maligna.
Havia também uma sofrível coordenação entre os que esta vam colhendo Os
frutos e os que os levavam para o lugar onde eram limpos e empacotados. Parecia
ainda estar faltando coordenação entre os colhedores. Eles vagueavam por toda parte,
trabalhando onde bem quisessem. Então observei o rosto dos que estavam
limpando e empacotando os frutos. Eles davam a impressão de estar bastante
atormentados, e deixavam cair e se perder mais frutos do que os que empacotavam.
Pude ver que havia gargalos em toda parte, que acabavam com a eficiência de
toda aquela colheita. Todas as pessoas pareciam estar fazendo o que decidiam que
deveriam fazer, sem supervisão alguma. Mais obreiros não iria resolver a situação,
para que a colheita fosse mais abundante; pelo contrário, pude concluir que mais
trabalhadores só iriam piorar o problema, caso não houvesse supervisores. Um
dos trabalhadores da ponte então me disse:
- Comece a orar para que venham apóstolos. Precisamos de apóstolos.
Parecia que todos os trabalhadores na ponte reconheciam a importância disso.
Então os mesmos ataques que vinham sobre os obreiros na ponte vieram
também sobre os que trabalhavam no campo. Lá os insetos que os atacavam
não apenas os atormentavam, como também comiam os frutos. Então pedras
caíam em sucessivas arremetidas, atingindo alguns dos frutos nas plantações, e
ferindo alguns dos trabalhadores. Eu sabia que os insetos eram mentiras, e que as
pedras eram falsos testemunhos e acusações. Alguns dos obreiros continuavam
seu trabalho durante esses ataques, mas a maioria deles inte rrompia o que
estava fazendo, e alguns até mesmo deixavam o campo.
Finalmente alguns dos que haviam atravessado a ponte formaram equipes com o
objetivo de proteger partes daquele campo. Trabalhadores então voltaram para
aquelas partes. Alguns tentaram pegar Os frutos que haviam sido derrubados
pelas pedras, mas eles apodreciam bem depressa, e na sua maioria eram
perdidos.
Os que atravessavam a ponte imediatamente começavam a colher os frutos. Os
frutos maduros eram postos em cestos de diferentes tipos e tamanhos. Alguns
dos trabalhadores colhiam frutos que ainda não estavam maduros, simplesmente
por não conhecerem aquela qualidade de fruto, ignorando que ainda estavam
verdes. Isso despertava discussões entre os trabalhadores. Finalmente um supervisor
apareceu. Sua primeira orientação foi no sentido de que eles apenas colhessem
os frutos que conheciam e que sabiam que estavam maduros. Isso trouxe uma
impressionante paz entre todos os trabalhadores daquela área. A disposição e a
confiança dos que faziam a colheita cresceu enormemente, apenas em razão de haver
alguém supervisiona n do.
Embora fossem multidões que passaram a atravessar a ponte, parecia que os
obreiros existentes não davam conta da colheita dos frutos que amadureciam. Vi
que a obra de alargamento da pista da ponte, para que mais pessoas
pudessem atravessá-la, era a providência mais urgente a ser tomada.
No final dessa visão, toda a minha atenção se voltou para a ponte. Tive tempo
disponível para estudar muitas das pedras. Ao olhar para cada uma delas, sabia
quais eram seus pontos fortes e quais eram suas fraquezas. Sabia também qual era o
movimento ou ministério que cada uma delas representava. Minha atenção era
em especial voltada para aqueles cujo trabalho era fazer com que as diferentes
pedras se encaixassem umas nas outras. Fiquei impressionado por ver como o
assentamento dessas diferentes pedras constituía a solidez daquela ponte. No
próximo capítulo vou explicar, de modo geral, algo a esse respeito.

Capítulo 14 Por que o avivamento demora

Nos últimos cento e cinqüenta anos a Igreja tem se acostu mado a estar na
crista de seus avanços espirituais. Entretanto, em alguns países a performance
espiritual tem sido maior do que em outros. Com base nisso muitos perguntam
sobre a razão de o Senhor estar aparentemente atuando mais em algu mas
nações, e menos em outras.
Antes de mais nada, preciso definir exatamente o que quero dizer com a palavra
avivamento. Neste contexto, defino avivamento como a "restauração, depois de
um declínio da verdadeira fé, entre aqueles que se tornaram indiferentes".
Evidentemente, estou incluindo o despertamento e a salvação dos que não são
crentes, de forma que toda a estrutura da sociedade seja alterada pela retidão.
Um avivamento está vindo. É iminente. Creio que cada nação tem suas pedras
na ponte que vi na visão compartilhada no último capítulo. Entretanto, também
poderosas pedras de tropeço têm surgido, cujo principal objetivo é obviamente
opor-se e, se possível, até mesmo frustrar e impedir o avivamento que está por
acontecer. Temos que examinar essas pedras de tropeço para que possamos
receber todo o benefício desse despertamento. Embora eu não creia que elas
tenham condições de evitar a chegada do avivamento, poderão ainda assim
limitar sua amplitude, sua profundidade, sua duração e seus frutos.

As Escrituras nos ensinam que a colheita começará primeiramente com o


recolhimento do joio, e isso tem acontecido por algum tempo, e por alguma razão
pode ser doloroso. Contudo essa dor será apreciada quando toda a colheita começar, e
quando estivermos em condições de não cometer os mesmos erros que o joio
vinha provocando. Assim como tem havido um período em que o Senhor tem feito
uma limpeza em sua Igreja, levando o pecado a ser exposto, estamos agora
entrando num período em que ele estará removendo as pedras de tropeço. Em bora
o pecado seja, é claro, uma pedra de tropeço aos propósitos de Deus, as principais
pedras de tropeço a seu mover, que agora se estabeleceram como fortalezas na
Igreja, enraizaram-se muito mais no orgulho do que em transgressões de ordem moral.
Numa das declarações mais notáveis feitas no Novo Testamento, o apóstolo Pedro
disse que devemos estar esperando e APRESSANDO a vinda do Dia de Deus, Será
possível que possamos apressar a vinda do dia de Deus? Sim! Evidentemente
Pedro não teria dito isso se fosse impossível. E se é verdade que podemos
apressar a vinda desse dia, também é verdade que podemos atrasá-la. Desse modo
compete a nós considerar com muito cuidado as pedras de tropeço que estejam
retardando o avivamento.

Pedras de Tropeço para o Avivamento

Duas são as pedras de tropeço que impedem o avivamento: o orgulho e o


ceticismo profano.

1. O ORGULHO
Muitos são os que normalmente pensam que tudo o que Deus está fazendo
está fazendo apenas no seu país, na sua denominação, no seu movimento.
Essa mentalidade tem feito com que muitos deixem de ver o que Deus tem
realizado em outros lugares, perdendo desse modo o privilégio do intercâmbio
com outras- situações em que há o mover de Deus. Assim como cada g e r a çã o se
t or n a m a is f r aca q ue a ant er i or num r eb a nh o em que só há cruzamentos
entre si, todo movimento, igreja ou denominação que não se relacionam com
outros movimentos se tornarão mais fracos a cada nova geração. Isso tem
acontecido em larga escala nas Ultimas décadas.
Se olharmos mais de perto para a verdadeira condição da Igreja, veremos que ela
tem sido superficial na fé e nos frutos. Uma falta de perspectiva histórica e de uma
visão mais ampla que ultrapasse as condições locais tem resultado em
teologias e escatologias incompreensíveis aos povos de outras culturas, o que
inibe ainda a ocorrência de maiores inter-relacionamentos.
Os grandes escândalos que envolveram alguns evangelistas da televisão
durante os anos da década de 80 tiveram um grande impacto, mas o resultado
final disso foi saudável. Esses escândalos fizeram com que se considerasse com
bastante seriedade algumas teologias erradas, o orgulho espiritual e outras
questões que foram à base e a fonte de tais erros. O livro de Provérbios nos
adverte: A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda. Temos que
compreender como foi que esse orgulho entrou, para nos libertar dele e
conseguirmos novamente avançar. A partir daí precisamos nos manter bem
longe dele, para que não venhamos a tropeçar, quando de fato viermos a avançar.
As Escrituras nos advertem que Deus resiste aos soberbos; mas dá graça aos
humildes.

A Graça na Qual Estamos Firmes

O apóstolo Paulo referiu-se a esta graça na qual estamos firmes. Ninguém


pode permanecer de pé, firme, exceto pela graça de Deus. Isso pode soar como
um mero jargão, mas há jargões que estão cheios de verdades. Este, em
particular, contém uma profunda verdade bíblica! A experiência de Pedro é um
dos grandes exemplos desta verdade nas Escrituras. Quando Jesus lhe disse que
ele iria negá-lo, Pedro respondeu, protestando: "De jeito nenhum. Jamais faria
isso. Em vez de se apegar ao Filho de Deus e orar pedindo ajuda, ele acreditou
saber mais do que Jesus!

O orgulho significa julgar que podemos ficar firmes por nós mesmos, que não
precisamos de Deus. Essa atitude causou a Q u e d a n o p r i nc i p i o , e e s t á
e n vo l vi d a c o m t o d as a s q u e d a s acontecidas desde então. Pedro não era
nada covarde. Naquela mesma noite ele enfrentara pessoalmente um destacamento de
soldados romanos e da polícia do templo. Entretanto, na ma nhã do dia seguinte
ele não conseguiu nem mesmo se sustentar diante de uma criada! Deus não fez
com que Pedro caísse; o Senhor apenas removeu a graça pela qual ele se mantinha de
pé.
Gálatas, 6:7 afirma: Não VOS enganeis: de Deus não se zomba; POIS aquilo que o
homem semear, isso também ceifará. Se queremos colher graça, temos que semear graça.
Se semearmos julgamento, o mesmo colheremos. Fomos muito bem advertidos:
Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e
sereis perdoados. (Lucas 6:37)
Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que
julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas.
(Romanos 2:1)
Nas décadas de 70 e 80 a Igreja promoveu muitas doutrinas e atitudes que de
certa forma contribuíram para fortalecer o orgulho. Isso a predispôs a uma grande
queda. Mesmo que individualmente nem todos os cristãos se hajam deixado levar
por tais doutrinas, foi a graça de Deus que nos preservou. Toda queda de líderes da
Igreja, que se tornou pública, foi para que nos arrependêssemos como Igreja.
Alguém um dia me disse: "Se não mudarmos a nossa direção, acabaremos chegando
ao lugar para onde fomos direcionados". Digo que a Igreja de hoje não quer
acabar chegando ao lugar para onde está agora caminhando. Nossa amargura e
falta de perdão para com aqueles que num certo sentido sofreram a queda que
nos atingiu a todos têm restringido a graça que libera o genuíno avivamento.
Temos que aprender as lições que nos mostram por que houve essas quedas
tão trágicas. Contudo não poderemos fazer isso com um espírito de amargura, pois
em caso contrário nós mesmos cairemos.
O E x em p l o d e D a vi
Nenhum dos lideres evangélicos que foram publicamente destituídos no século vinte
chegou nem mesmo perto do grau em que o rei Davi se posicionou no caso que teve
com Bate-Seba.
Ele não apenas cometeu adultério, mas também assassinou um dos seus
homens mais fiéis, e isso para acobertar o primeiro pecado. Foi provavelmente
por essa razão que todo o Israel ficou com Absalão, numa conspiração contra Davi.
Pode haver sido difícil entender como Davi pôde continuar sendo um homem de
Deus depois de haver feito o que fez. No entanto o Senhor nunca removeu a unção
que estava sobre ele. Apesar de toda a evidência em contrário, Zadoque, o sacerdote,
reconheceu que a unção ainda estava presente, e lhe permaneceu fiel. Em virtude
disso Deus abençoou Zadoque com a promessa de que seus filhos estariam
sempre ministrando na presença do Senhor. Hoje estamos desesperadamente
necessitados do discernimento de Zadoque.
O pecado de Davi não pegou Deus de surpresa. Quando o Senhor o chamou, ele
sabia que esse mal estava no coração dele, e que em determinadas circunstâncias
se manifestaria. Deus usou Davi antes e depois da sua queda. Pode-se argumentar que
os mais grandiosos salmos proféticos foram escritos após esta. Seu pecado o levou a
conhecer as profundezas da graça do seu Redentor. Esse conhecimento fez com que
Deus levantasse Davi a níveis espirituais ainda mais elevados.
Numa das mais incompreensíveis demonstrações da graça de Deus nas
Escrituras, o Senhor na verdade ungiu Salomão, o filho que Davi teve com Bate-Seba,
como herdeiro do trono, e tornou-o um ancestral direto de Jesus. Como pôde fazer
isso? Será que isso não oferece um respaldo ao adultério e ao assassinato? É claro
que não! Trata-se apenas de mais uma grande revelação da grande graça de Deus
e do seu coração dado à redenção. O Senhor pode usar até mesmo nossos piores
erros para o bem - e certamente fará isso. O fato de haver escolhido Salomão não é
menos maravilhoso do que haver aceito os filhos de Adão como filhos seus, a ponto
de vir habitar entre nós.

Alguns dos líderes e pastores que tropeçaram em nossos dias vão ainda se
levantar. Na verdade alguns deles alcançarão níveis espirituais até mesmo mais
elevados. Isso será um testemunho para o mundo de que o nosso Deus realmente é um
Deus de redenção, e tem o poder de nos redimir até mesmo de nossos mais trágicos
erros.
Será que disso então decorre que poderemos pecar para que tenhamos uma graça
ainda maior? Paulo respondeu àqueles que lhe dirigiram essa pergunta tão tola:
Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?
De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? Ou
porventura ignorais que todos nós que tomos batizados em Cristo Jesus fomos
batizados na sua Morte? Fomos; pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para
que, como Cristo foi ressuscitado dentre os Mortos pela glória do Pai, assim também
andemos nós em novidade de vida. (Romanos 6:1-4)
Por se haver arrependido Davi foi restaurado, e o Espírito Santo não foi retirado
dele. Mesmo assim a lei da semeadura e da colheita continuou valendo, e Davi
pagou um preço bem alto por seu pecado. Sua casa nunca mais teve paz; os
pecados dos pais tiveram efeito sobre os filhos. Pecar para que a graça seja mais
abundante é calcar aos pés o Filho de Deus e despertar situações que não valem o
prazer que é efêmero e vazio, inerente ao pecado.
Conquanto o pecado de Davi haja liberado as sementes da tragédia na própria
família, o Senhor lhe preservou totalmente o trono, tornando-o eterno. Jesus
mesmo está assentado no trono de Davi. O Senhor estendeu sua graça a Davi
de maneira tão abundante em razão de ele haver demonstrado muita graça
para com seu antecessor, Saul. Mesmo depois de o Se nhor haver retirado o
Espírito Santo do rei Saul, Davi não ousou levantar sua mão contra ele, ainda
que diante de suas maiores atrocidades, isso porque ele era ungido do Senhor. O
Senhor é que teria que destituí-lo, porque fora ele que o revestira de
autoridade, não importando o quanto ele pudesse haver errado.
Muitos homens de Deus que têm caído em pecado chegam a usar a expressão
"Não toque no ungido do Senhor" como um escudo para se proteger contra algum tipo
de correção. Será que isso significa que devemos permitir que o pecado continue
e que os que o estejam cometendo permaneçam na liderança da Igreja? Não.
Temos que, com todo o cuidado, seguir o mandamento bíblico de trazer a
correção, para que não nos ponhamos em perigo.
Desse modo não é para concluir que diante dos erros te mos que ficar
cegos. As Escrituras são totalmente honestas quanto à maneira de
descreverem até mesmo os maiores heróis espirituais. Entretanto, os erros
deles foram registrados não para os punir nem para os humilhar, e sim com O
objetivo de instruir os que viriam após eles. Não foram escritos para expor
atividades escandalosas nem, o que seria pior, para atacar os que nos
ameaçam ou aqueles que temos dificuldade de compreender.
A intenção de Deus é restaurar os pecadores, não apenas mostrar quem de
fato eles são: Irmãos, se alguém for surpreendido NALGUMA FALTA, vós, que sois
espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas
também tentado. Se não corrigirmos com o espírito correto, podere mos nos
abrir às mesmas tentações e pecados. Não importa quão grande seja a nossa
unção, nem quanta repulsa sinta mos diante de certos pecados. Se em razão
do orgulho Deus retirar a graça da nossa vida, poderemos cair naquilo que mais
abominamos.
O orgulho é o primeiro fator que inibe a chegada do avivamento; o ceticismo profano
é o segundo.

2. O CETICISMO PROFANO

O jornalismo, de maneira geral, ultrapassou a barreira que o tornou uma das


principais tribunas do "acusador dos irmãos" e uma grande pedra de tropeço para
o progresso espiritual. Isso tem ido além do jornalismo secular, e inclui muito da
mídia evangélica, que tem algumas vezes demonstrado ser menos honrada e
confiável em suas reportagens do que a imprensa secular. Muitas das políticas básicas da
mídia evangélica se fundamentam mais numa filosofia de jornalismo humanista do
que em princípios bíblicos. Hoje a mídia cristã, pelo espírito de um falso julgamento,
é uma das grandes fontes de veneno mortal que está semeando destruição na Igreja
do Ocidente.
Há uma f orma de cet icism o que é pur a ( a do t ipo dos bereanos, que
consultaram as Escrituras para conferir a mensagem de Paulo e Barnabé, conforme
Atos 17:11), que procura ver o melhor, a menos que se prove estar em erro. Outra forma
de ceticismo, entretanto, procura ver nos outros o pior, porque isso de algum
modo faz com que a pessoa se julgue maior, ou pelo menos se sinta melhor diante
das próprias falhas. Esse tipo de postura cética é o pior de todos. Quando as
crônicas desta Terra forem lidas no grande Dia do Juízo, creio que ficaremos
sabendo que essa postura cética maligna foi muito mais mor tal do que o câncer
ou a AIDS. As grandes almas sobem a alturas ainda maiores quando fazem com que
outros subam.
Evidências Dadas pela Mídia
Desde os anos da década de 1960 a mídia ocidental, inclusive a evangélica,
parece estar tomada quase que totalmente por esse ceticismo tão tenebroso. É
praticamente inconcebível um jornalista cristão escrever um artigo sobre uma igreja,
sobre um movimento, ou até mesmo sobre um evento sem apresentar algumas
observações depreciativas. Isso muitas vezes é feito com base no "ouvir dizer", ou até
mesmo em maledicências e murmurações do mais baixo nível. Os alvos da calúnia
nem mesmo são contatados com o objetivo de se ter seu lado da história. Não se
deixe equivocar: os que passam adiante mexericos são tão culpados quanto os
que os formulam. Tudo isso é feito sob o pretexto de se estar dando informações,
ou como sendo um esforço para se evitar que as pessoas sejam induzidas ao erro.
Entretanto, será que estamos realmente protegendo as pessoas quando
cometemos um dos erros mais sérios? Os que se põem a si mesmos como juízes
na Igreja estão em perigo de se tornarem pedras de tropeço. Isso não quer dizer que
devemos fazer vista grossa ao pecado, ou a uma liderança fraca. Contudo as
Escrituras são claras sobre a maneira como temos de lidar com tais coisas. Quando
nos afastamos daquilo que a Bíblia diz nós nos colocamos frente ao perigo bem maior
de sermos julgados.
Será que esse tipo de jornalismo tem como justificar-se, uma vez que não atende à
exortação bíblica: Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a
que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos
que ouvem? Edificação tem o sentido de "construção". Será que as nossas
críticas têm por objetivo construir, ou destruir? A resposta a esta pergunta tão
simples poderá contribuir para que não venhamos a cair num erro terrível.
Em Mateus 18:15-17 Jesus nos mostrou o que temos que fazer para não nos
transformar em pedras de tropeço. Não seguir o que ele prescreveu, especialmente
por parte de quem fala em público, na televisão ou em jornais, tem causado à Igreja
mais dano que as próprias heresias que estejamos querendo comba ter. Somos
exortados também no seguinte sentido:
Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante
condigno proceder as suas obras. Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja
amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a
verdade. Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e
demoníaca. Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie
de coisas ruins. A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica,
indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento.
Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz. (Tiago
3:13-18)
Alexander Solzhenitsyn disse certa vez: "A imprensa se transformou no maior poder
nos países ocidentais, ultrapassando até mesmo os poderes legislativo, executivo
e judiciário. Contudo é para se perguntar: Esse poder foi eleito mediante que
leis, e a quem responde?" Essa pergunta, feita por Solzhenitsyn, é válida para a
sociedade ocidental, e em especial para a Igreja.

O Senhor designou anciãos para dar à Igreja tanto proteção como direção; ele
não designou jornalistas com tal missão. Temos que ser gratos pela liberdade de
imprensa que desfrutamos, mas com toda liberdade vem também à responsabilidade.
Onde Estão os Anciãos?
A função de ancião era a mais elevada e mais respeitada dentre todas as funções
na igreja local. O próprio significado da palavra ancião implica um certo grau de
longevidade num serviço fiel à igreja, antes de alguém receber tal posição de influência.
Escrever pode se tornar um aspecto de um ministério bíbli co, e alguns
jornalistas obviamente tem um ministério como mestre e pastor. Alguns deles
chegam a atender fielmente aos padrões bíblicos para líderes na Igreja, e pela
fidelidade e sabedoria por eles demonstradas num certo período de tempo te mos
condições de reconhecê-los como verdadeiros anciãos. Entretanto, o atendimento aos
preceitos bíblicos para se corrigir erros da Igreja é algo crítico até mesmo para os
anciãos, pois se eles não atenderem a esses preceitos, também poderão tornar-se
pedras de tropeço. Paulo advertiu os anciãos que ele indicara para a igreja de
Éfeso: Dentre vós mesmos se levantarão homens falando coisas pervertidas. Pelo
simples fato de havermos sido reconhecidos ou designados para uma
determinada função, isso não quer dizer que não possamos cair.
Muitos dos que são fontes desse espírito de crítica que está prevalecendo agora na
Igreja estão firmados numa plataforma carnal de influência, muito mais do que
numa verdadeira unção. Alguns receberam a posição que têm em razão de um trei-
namento profissional em escolas fundadas numa filosofia humanista de
comunicações. Essa filosofia tem uma aparência de sabedoria e de genuína busca
da verdade, mas está em conflito com a própria Verdade. Outros receberam uma
verdadeira comissão de Deus, mas sucumbiram ao espírito do mundo. As escolas
seculares podem nos ensinar a mecânica de uma boa escrita, mas a filosofia que
transmitem a seus alunos tem sido devastadora para a mídia cristã.
João disse: Sabemos que somos de Deus e que o mundo in teiro jaz no
Maligno. Os procedimentos do mundo não são os procedimentos de Deus. O
apóstolo Paulo nos exortou a "nos despojarmos do velho homem, que se
corrompe segundo as concupiscências do engano, e nos renovarmos no espírito
do nosso entendimento, e nos revestirmos do novo ho mem, criado segundo
Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.
Para que estejamos caminhando em retidão, santidade e verdade, temos
que nos revestir de uma nova personalidade, vivendo segundo uma filosofia
diferente da filosofia própria do mundo.
Boas Intenções
Muitos jornalistas cristãos entram em cena pretendendo ser uma fonte
alternativa de informação, em relação à mídia secular. Essa é uma nobre visão e
é de fato necessária. A Igreja é chamada a ser uma coluna e um suporte da
verdade. Entretanto, a precisão com que fatos são relatados no jornalismo
evangélico não parece ser melhor do que no jornalismo secu lar - tem-se apenas
uma certa conotação mais espiritual. As reportagens decorrentes de
investigações, feitas por cristãos, de eventos que eu mesmo cheguei a
testemunhar, ou sobre indivíduos que conhecia pessoalmente, foram
lamentavelmente desonestas. Alguns deles estavam tão predispostos ao em-
prego de mexericos, de "ouvir dizer" e de conjecturas, que pareciam ser mestres
dessas práticas. A verdade, porém, é nosso mais precioso bem, e não podemos
continuar permitindo que seja desfigurada ou comprometida.
A quem respondem os que atuam na mídia como evangélicos? Que padrões
têm eles que atender? Quem lhes deu autoridade para corrigir a Igreja?

Essas são importantes questões. Assim como a mídia secu lar consegue agora
manipular a opinião pública, e muito freqüentemente até mesmo ditar
procedimentos, os quais são publicamente acatados, às vezes com muito mais
eficiência do que os transmitidos pelos que foram eleitos a postos go -
vernamentais, os homens da mídia evangélicos também po dem fazer o mesmo.
Quem lhes deu esse poder? Será que ele nasceu da capacidade de comunicar-
se, ou surgiu como resultado de unção e de um comissionamento que Deus lhes
deu? Por acaso qualquer um de nós tem o direito de influenciar em larga escala a
Igreja, apenas por ter em suas mãos o mercado, por distribuir nossas revistas,
nossos boletins, ou por apresentar nossos programas?
Com toda a honestidade afirmo que não estou querendo apontar o dedo
para outros, sem apontá -lo para mim tam bém. Quando recebi a comissão do
Senhor para dar início a um ministério público, recebi uma severa advertência.
Foi- me dito que muito do que é feito a título de comunicações públicas dentro
do Cristianismo é considerado por Deus maledicência, e que ele estaria
julgando seus protagonistas em razão disso. Não recebi essa advertência de
homem algum, mas diretamente do Senhor, e nos meus ouvidos ainda resso am
essas palavras.
Tiago advertiu-nos: Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres,
sabendo que havemos de receber maior juízo." É uma questão muito séria essa, a
de termos influência sobre a casa do Senhor! Tenhamos todo o cuidado com
respeito à forma em que adquirimos essa condição, e à maneira em que a
exercemos!
Paulo explicou que ele não ultrapassou os limites da esfera de autoridade que
lhe fora entregue. Todos nós temos uma esfera de autoridade que nos foi dada, mas
se a ultrapassarmos correremos o risco de ficarmos além da graça que nos foi conce-
dida para permanecermos no Caminho.
Juizo sobre Ministérios de Comunicação
Nestes últimos anos os ministérios evangélicos de televisão têm estado sob
intenso juízo. Ao mesmo tempo, a confiança e a estima em relação aos tele-
evangelistas caiu provavelmente a um nível mais baixo que o de qualquer outro
grupo profissional. Esse juízo não terminou ainda, mas está agora come çando
a atingir a imprensa evangélica. As fundações de jornalismo seculares estão
prestes a ser atingidas, mas o juízo começa pela casa de Deus. O jornalismo
cristão ficará muito em breve sob o mesmo tipo de juízo dos ministérios televisivos.
No milênio que se inicia, entraremos num período em que os céticos
impiedosos de revistas, jornais e boletins receberão o mesmo julgamento, as
mesmas invectivas com que mediram os outros. Até mesmo Os que procuraram
ser honestos e justos, mas estiveram operando numa base humanística, ve rão o
colapso dessas suas bases.
Será que esse juízo poderá ser evitado? Creio que as Escrituras ensinam com a
maior clareza que todo juízo que esteja prestes a acontecer pode ser evitado
mediante um verdadeiro arrependimento. Podemos julgar a nós mesmos para não
sermos julgados. Contudo arrepender-se é mais do que pedir perdão por
nossos erros; arrepender-se é voltar ao ponto em que entramos numa estrada
errada e enveredarmos pelo caminho correto, o que com freqüência inclui
termos que fazer restituições em relação a tudo que por nossa culpa provocou
dano a alguém.
Ao escrever estas linhas não estou apontando o dedo de juízo para nenhum
grupo ou ministério em particular. Quando Paul Cain e eu escrevemos há algum tempo
um boletim profético sobre o “espírito de intolerância”, perguntaram nos por que não
citamos os nomes de pessoas e grupos em particular. Posso com toda a
honestidade afirmar que não fizemos isso porque não tínhamos em mente
nenhum grupo nem pessoas em particular para citar.

Sei, no entanto que há alguns que de maneira especial se enquadram no que


considerei aqui. Cheguei a abordar pessoalmente algumas pessoas com relação
a essas questões, e tenho procurado estar acessível para falar com os que
precisam ouvir a respeito. Meu propósito é procurar evitar que tais pessoas as se tornem
pedras de tropeço em virtude do que estejam escrevendo. Se não houver
arrependimento, prosseguirei conforme o restante de todo o processo estabelecido em
Mateus 18. Sei que há outras pessoas que estão atuando do mesmo modo que eu.
A Graça da Verdadeira Autoridade
Possivelmente a principal razão pela qual a Igreja é tão cheia de julgamentos
injustos seja o fato de o julgamento justo não estar acontecendo. Até que os
anciãos assumam seu devido papel nos portões da cidade, continuaremos a estar
sujeitos ao julgamento da mídia secular e ao julgamento dos caçadores de heresias.
Os líderes da Igreja em cada nível têm que levar em conta esta questão, para que
possamos cumprir nosso propósito para esta hora. O julgamento injusto pode ser
visto como a fonte da maioria dos conflitos neste mundo, e a Igreja é chamada a ser
a luz do mundo. Isto é, somos chamados a ter as respostas para os problemas do
mundo que estão afligindo as pessoas. Mas como poderemos trazer a ele um
julgamento reto se nem mesmo estamos tendo condições de nos julgar a nós
mesmos?
Estamos agora na hora de considerar com seriedade algumas das questões finais
relevantes ao fim da presente era. Muitas das questões que constituem agora
fraquezas nossas, e até mesmo pedras de tropeço para nós, vão se transformar em
fortalezas e pontos de apoio para que possamos alcançar níveis mais eleva dos em
relação aos níveis em que temos estado. Cheguemos até eles e os conquistemos com
uma devoção que nos faça viver conforme os mais elevados padrões da graça de Deus e
de uma justa tolerância que glorifique o nome do nosso Senhor. Quando Jesus viu
nossa situação, ele não nos condenou, pois já estávamos condenados. Em lugar disso
ele nos deu a sua vida para nos salvar. Façamos o mesmo uns pelos outros.
Finalmente, quais os pontos de apoio que estão apressando o avivamento que está
vindo? Em minha visão de 1997, vi alguns desses pontos, bem como seus aspectos
positivos e negativos.

Pontos de Apoio para o Avivamento

Na visão que relatei anteriormente sobre aquela ponte, vi alguns pontos de


apoio para o avivamento. Eram as pedras que estavam sendo colocadas na ponte,
algumas das quais vou relacionar aqui.
Movimentos de Oração
Em minha visão movimentos de oração em rede estendiam- se por toda a ponte,
de unia das extremidades até a outra, em toda a sua extensão. Essas pedras
tocavam a terra nos dois extremos. Sempre que um trabalhador não podia
encontrar uma peça que se encaixasse, ele procurava entre os movimentos de
oração, e nunca deixava de encontrar uma adequada. Essas pedras não só eram
as pedras mais numerosas e mais proeminentes, como eram elas que mantinham
toda a ponte atada. Sua força estava na sua flexibilidade; elas tinham condições
de se ajustar em quase toda as partes. Sua fraqueza era tal como sua força. Elas
eram tão flexíveis e tão facilmente moldáveis que as pegadas dos que atravessavam a
ponte podiam ser impressas nelas, fazendo com que perdessem a forma. E podiam
retornar à forma anterior; entretanto, isso tomava muito tempo dos trabalhadores.
Foi-me dito que o centro dos movimentos de oração está em Seul, na Coréia. De
lá, tal como uma bomba atômica, uma nuvem na forma de um cogumelo tem se
levantado, espalhando- se por toda a Terra. Essa irradiação espiritual é uma energia
que penetra na carne humana, e não há como evitar que isso aconteça. Os
movimentos de oração de algum modo quebram a dureza e preparam toda carne
para o evangelho.
O Avivamento Britânico

Muitos dos obreiros naquela ponte eram de Londres, de modo que ela ficou conhecida
como a "Ponte de Londres". Londres chegou a ser a capital de um império que se
estendia por todos Os continentes, de modo que se chegava a dizer que "o sol nunca
se põe no Império Britânico". De algum modo, a ponte entre a renovação e o
avivamento finalmente se estenderá por toda a Terra, ligando povos, culturas e
nações. O que os britânicos fizeram na esfera do mundo natural foi uma figura que
prenunciava a construção dessa ponte pela qual Os mensageiros do Senhor
passarão para levar o evangelho do reino. Isso se deve também ao fato de haverem
sido Os britânicos um dos principais recipientes dos movimentos de renovação,
inclusive os integrantes das nações da Comunidade Britânica. Eles foram
chamados para ser os principais construtores dessa ponte que leva ao avivamento.
Essa foi também uma razão para o Grande Avivamento Galês, e os desenhos do
projeto dessa ponte podem ser encontrados no País de Gales.
O fato de os britânicos se haverem envolvido na construção dessa ponte fez com
que muitos nela viessem a confiar. Entretanto, para outros isso foi um motivo
para desconfiança. O envolvimento britânico foi um sério ponto de gargalo, até que
construtores alemães e judeus se juntaram aos movimentos britânicos nessa obra.
Então todo o mundo pareceu confiar na ponte, e o gargalo se rompeu.

O Avivamento de Brownsville

O Avivamento de Brownsville em Pensacola, Flórida, nos Estados Unidos, foi


uma pedra sobre a qual muitos quiseram pisar ao atravessarem a ponte, indo da
renovação ao avivamento. Essa pedra marrom e vermelha não era muito atraente,
mas essas cores representavam a devoção ao serviço e à cruz. O grande ponto forte
de Brownsville foi sua disposição de se sacrificarem para os propósitos do Senhor. Seu
principal ponto fraco foi decorrente dessa mesma disposição: as pessoas podiam ser
atraídas a fazer sacrifícios que Deus não as convocara a fazer. Quando o inimigo não
pode fazer com que as pessoas parem, ele tudo fará para que elas prossigam para
pontos além do devido.
Essa pedra foi esticada até um ponto em que poderia facilmente se quebrar.
Mesmo assim, muitos dos trabalhadores pela colheita que está por acontecer
receberão em Brownsville suas ordens para marchar. Aqueles que haviam pisado
sobre essa pedra se tornavam os ceifeiros mais eficientes e dignos de confiança, ao
alcançarem o campo do avivamento.
Assim que as pessoas saíam do primeiro campo, seus sapatos estavam enlameados.
Enquanto avançavam atravessando a ponte, toda a lama se desprendia, caindo sobre
as pedras, e seus sapatos se tornavam limpos. Senti que os sapatos representavam a
mensagem do evangelho. Como Pensacola foi uma das primeiras pedras na
ponte, ela estava impregnada de lama que viera dos sapatos daqueles que
começavam a atravessá-la. Em razão disso, aquela pedra precisava ser
constantemente lavada, para que não viesse a se tornar uma pedra de tropeço para
aqueles que iniciavam a travessia. Lembrei-me então do provérbio: Sobre tudo o que se
deve guardar, guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida?
Outras Cidades
Uma longa carreira de pedras no meio da ponte parecia representar outras
cidades. Senti que certas obras que seriam cruciais para a ponte surgiriam nelas.
Finalmente se ligariam muito bem umas com as outras. Essas pedras não iam de uma
extremidade à outra, mas ultrapassavam sua metade.
Além das pedras do continente americano, havia pedras que representavam cidades
nas ilhas do Pacífico e no continente asiático que se haviam tornado
proeminentes. Singapura, Hong Kong; Sydney, Austrália; e muitas cidades da
índia se destacaram por me parecerem coloridas como a bandeira britânica. Isso
parecia representar a influência britânica que de algum modo as havia
preparado para seu destino. (Posteriormente orei a esse respeito e fui lembrado
de que os ingleses espalharam o inglês e sua cultura como um preparo para o
que está por vir, assim como Alexandre, o Grande, que contribuiu para disseminar
o uso da língua grega, dando condições para que o evangelho se espalhasse no
primeiro século.)

Os Batistas
Os batistas têm um alto propósito no prepar o para a colheita que está por vir, e
eles fornecerão muitos dos trabalhadores para a ceifa no fim desta era. O ponto
mais positivo da pedra que representava Os batistas era o fato de ela ser constituída de
elementos bem fortes.
Sua fraqueza se atribuía ao fato de que, por ser tão forte, exigiu um bom
tempo para se ligar com o concreto e com outras pedras na Igreja. Embora fosse
difícil para Os obreiros trabalharem com ela, valia à pena, porque ela acrescentava
muita solidez e contribuía para uma grande extensão em toda a ponte.

O Centro de Sonhos
O nome que estava nessa pedra é aquele com que é conhecida a Igreja
Internacional de Los Angeles - e eu acredito ser este seu nome no céu. Essa pedra
tinha a forma de um triângulo; seu vértice superior tocava o início da ponte, e ela
continuava alargando-se à medida que se estendia em direção à outra ex-
tremidade. Ela representava outras pedras que haviam recebi do a forma de
pequenas âncoras, que simbolizavam a esperança. Essas eram colocadas ao lado
de outras muito pálidas e fracas, o que lhes dava mais força juntas, senti que
faziam com que a ponte pudesse suportar mais peso. Entretanto, elas eram ao
mesmo tempo muito frágeis; facilmente se deixavam arra nhar, e podiam até
mesmo ser esmagadas. Elas representavam o início da esperança, o que pode ser
realmente algo muito frágil.
Promise Keepers
A pedra que representava esse movimento americano, chamado Promise
Keepers (Mantenedores da Promessa), era muito larga mas não muito comprida.
Para mim, pareceu-me que a sua largura representava sua característica de incluir
muitos, e possivelmente sua qualidade de tolerância. O que a tornava ampla a
fazia também ser muito fina em certos lugares, onde se tornava então muito perigosa.
Mesmo assim, era uma parte que se destacava na ponte. Em razão disso o inimigo
arremessou nela duas grandes pedras — a Inveja e a Divisão —, procurando atingir os
lugares em que sua espessura era muito fina, com o propósito de a despedaçar.

Movimentos Femininos
Inúmeras pedras representavam diferentes movimentos de mulheres. Muitos
deles eram bem grandes. Alguns eram movimentos de oração, que tinham a
forma da cabeça de uma flecha. As flechas lançadas a partir dessas pedras tinham
a capacidade de derrubar os ataques feitos sobre outros movimentos, como os
que atingiam os Promise Keepers. Uma característica comum dessas pedras é que
todas elas tinham a capacidade de absorver o calor proveniente do sol. Isso fez
com que toda a ponte permanecesse aquecida, de modo que se tornava impos-
sível haver gelo sobre ela. O calor proveniente delas também mantinha as
pessoas em movimento, atravessando a ponte. Isso era muito importante, porque
muitos queriam parar numa certa pedra, mas eram impedidos, visto que seus pés
começavam a arder de calor.
Outros Movimentos
A ponte tinha em sua construção muitas outras pedras bem grandes. Algumas
delas eram movimentos que eu podia reconhecer, mas na sua maioria me eram
desconhecidos. Creio que não os conhecia porque ainda não existem, o que nos
mostra que muitos movimentos novos surgirão para ser uma parte dessa ponte que vai
da renovação ao avivamento. Muitas igrejas e comunidades começaram ainda a unir-
se. Ao fazerem isso seu tamanho aumentou, e rapidamente elas passaram a
contribuir para aumentar a ponte.

Quase todo avanço espiritual na história é decorrente de um movimento que


originalmente foi criado por pioneiros espirituais que um dia acabaram se
estabelecendo em algum lugar, tal como no caso de uma denominação. As
denominações podem agora ter um lugar nos propósitos de Deus, ocupando um
território espiritual, ao mesmo tempo que pioneiros continu am acrescentando mais
terras.
Vi ainda uma grande pilha de pedras descartadas, de to dos os tamanhos.
Elas não podiam ser usadas na ponte. Al gumas delas eram demasiado
frágeis, e quebrariam muito facilmente. Outras não eram "pedras vivas".
Algumas tinham a aparência de fortes e vivas, mas logo abaixo de sua fina e
frágil superfície o que havia e ia pura areia. Outras tinham arestas muito
aguçadas para serem pegas. Muitas denominações estavam nessa pilha de
pedras descartadas, junto com um surpreendente número de movimentos e
ministérios.
Águas Agitadas
Embora a ponte ainda estivesse em construção, ela era bela, e dela emanava
vida, paz e uma grande alegria. Entretanto, o grande rio por baixo era repugnante.
Formado de água de esgoto não tratada, se misturava a grandes correntes de sangue.
Era impressionante! Parecia que toda a Terra estava lançando seu lixo nesse rio.
Senti que isso representava os tempos em que essa ponte estava sendo construída.
O maior perigo que os trabalhadores corriam era o de cair no rio, ou deixar cair nele
uma das pedras.
Ocasionalmente, grandes ondas atingiam a ponte. Contudo elas nunca lhe
causavam dano, em razão da resistência de suas colunas. Entretanto, tanto Os
trabalhadores como a própria ponte tinham que ser lavados cuidadosamente, a fim de
serem removidos todos Os respingos aparecidos com o choque daquelas altas
ondas. Alguns dos que atravessavam a ponte chegavam muito perto da beirada,
sendo assim atingidos e arrastados pelas ondas bravias. Toda vez que uma onda
chegava a atingir o leito da ponte, acabava levando algumas pedras que estavam
na pilha das descartadas. Finalmente, as únicas pedras que permaneciam eram as que
eram parte da ponte.
A Igreja passou por um período de renovação no século vinte. Multidões têm sido
curadas e restauradas. Nos últimos anos visão e fé têm estado em constante
crescimento. Esse tem sido um tempo maravilhoso, mas isso é apenas o preparo
para o que está por vir. No século vinte e um atravessaremos essa ponte,
passando da renovação para o avivamento. Chegou a hora de perguntarmos a nós
mesmos se estamos prontos.

Capítulo 15 Uma profecia para o século vinte e um

Na noite anterior ao dia em que o Titanic afundou, um dos oficiais do navio


estava examinando cuidadosamente u ma enorme pilha de requisições e sugestões
feitas pelos passageiros naquela viagem inaugural. Na maioria eram pedidos
banais, mas as requisições eram tratadas como se fossem ordens dadas pela
realeza. No meio daquela pilha havia o pedido de um par de binóculo s f eit o por
um dos g uar das. Esse pedido f oi desconsiderado.
Esse guarda foi exatamente aquele que primeiro descobriu o iceberg, antes que
o navio o atingisse. Houvesse ele recebido o par de binóculos, possivelmente o
iceberg teria sido visto a tempo de o navio conseguir desviar-se dele. Pela falta de
um simples par de binóculos, que não custaria mais que cinqüenta dólar es, o
m aior navio, o de cust o m ais eleva do j am ais construído, foi condenado, junto
com a maioria dos passageiros e da tripulação.
Esse incidente com o par de binóculos foi apenas um dentre uma série de
decisões erradas tomadas pelo capitão e pelos oficiais do Titanic. Entretanto, creio
que esta decisão, aqui referida, tem uma importância especial em relação à Igreja.

Nos sonhos e visões proféticos, os navios geralmente fazem referência à liderança. O


Titanic não era o (mico navio que singrava Os mares naquele dia fatídico.
Portanto, não podemos concluir que sua mensagem se aplique a todos os lideres.
Contudo, ele era o navio considerado pelo mundo inteiro como o mais bem
construído de todos os tempos, aquele que — presumia-se — jamais iria afundar. Tal
engano, mais que qualquer outra coisa, foi o que contribuiu para a tragédia. Apesar de
toda uma série de incríveis decisões erradas, um simples par de binóculos teria
muito provavelmente salvo o navio naquela trágica noite. Este capítulo é um apelo
aos líderes da Igreja no sentido de que tenham certeza de que possuem um par de
binóculos para o século vinte e um.
Agora o mar está calmo, e muitos de nós estamos cercados de um luxo sem
precedentes. As bandas estão tocando; a festa está bastante animada. Mesmo assim
estamos rapidamente nos aproximando de águas perigosas. É bem possível que
estejamos neste momento bem aquecidos e com todo o conforto, mas vamos
enfrentar uma água bastante gelada, se não acordarmos do nosso estupor.
Nestes últimos anos, a necessidade do ministério profético tem passado da condição
de importante para a de crítica. Há até canais de televisão que se dedicam a
assuntos mediúnicos, pelo fato de muitas pessoas se encontrarem desesperadas,
em busca de uma palavra sobrenatural acerca do seu futuro. Embora os profetas é
que hajam recebido o dom para falar sobre o futuro, a Igreja não está preenchendo
essa necessidade de fazer com que as pessoas ouçam uma mensagem de Deus.
Desse modo o diabo, é lógico, rapidamente tem se apossado desse espaço. É uma
estatística de pasmar, o número de cristãos que estão indo atrás de adivinhos, numa
clara violação ao que as Escrituras estabelecem, e em absoluta oposição ao mais
simples discernimento. Há um ditado que tem demonstrado ser verdadeiro: "A quem
o alimento é negado, veneno será a sua bebida".

Enterrando nossos Talentos


À Igreja foram confiados Os dons da profecia, da palavra de conhecimento e da
palavra de sabedoria, de forma muito superior ao que o diabo possa estar
fazendo por instrumento do espiritismo. Entretanto, uma grande parte da Igreja
tem permanecido ou cega a esses dons ou amedrontada e tímida com respeito a eles.
Essas duas alternativas são fáceis de se compreender, mas não se justificam.
Chegamos agora a um tempo em que não podemos mais dar- nos ao luxo de
ignorar os dons tão importantes que mediante o Espírito Santo o Senhor deu à sua
Igreja. Profetas maduros normalmente são usados em profecias estratégicas, mas a
profecia individual, pessoal, deveria ser algo que fluísse por toda a Igreja. A profecia
não é apenas para profetas. O chamado de profeta visa dar condições à Igreja de
conhecer a voz do Senhor e ser usado nos dons de profecia.
Liberar a profecia em toda a Igreja é, pelo que podemos entender, um pensamento
aterrorizante para muitos líderes. Entretanto, essa dificuldade não subsiste no caso
de um pastor que tem um fundamento bíblico adequado para poder julgar. As
conseqüências decorrentes de não liberar esse ministério rapidamente estão se
tornando bem mais dispendiosas e destruidoras do que quaisquer problemas que
possam vir junto com o ministério profético. Até mesmo um nascimento, tanto
natural como espiritual, é doloroso, e pode ter complicações. Entretanto,
pensando na criança que vai nascer, ou está nascendo, vale a pena.
Em quase toda congregação que visito fico conhecendo pelo menos duas ou três
pessoas que foram feridas de alguma forma pelo mau uso da profecia. Entretanto,
tenho visto também muitos cristãos que foram de alguma maneira feridos por um pastor,
numa determinada ocasião. Será que em razão disso vamos eliminar o ministério
pastoral? Certamente que não! Pois de maneira igual não devemos eliminar o
ministério profético. Esse ministério não é uma panacéia para tudo que aflige a
Igreja. Contudo ele é necessário, pois caso contrário o Senhor não nos teria dado
esses dons.
As Escrituras nos exortam, em especial, a buscarmos o dom da profecia, e isso por
uma boa razão. Este dom contribui para liberar todos os demais dons, e faz com
que a Igreja tenha um senso de intimidade com o Senhor. A qualidade de qualquer
relacionamento pode ser calculada pela qualidade da comunicação. O Senhor não é
um Deus que escreveu um livro e depois se aposentou; se ausentou. Ele deseja ter
um relacionamento muito íntimo e próximo conosco, e isso requer de nós
comunicação e intimidade. A profecia é um dos principais meios pelo qual Deus
se comunica conosco. Ela não tem o propósito de suplantar as Escrituras, que
foram dadas por Deus com o objetivo de estabelecer a sã doutrina. Também as
Escrituras não foram dadas para tomar o lugar do Espírito Santo e do dom da
profecia em nossa vida.
Por ser este ministério tão importante, ele está sempre sujeito a ataques. Os
ataques mais cruéis contra o ministério profético têm quase sempre vindo de líderes
cristãos que foram ou feridos por um mau uso da profecia ou foram vítimas de
pseudo-profecias. Esses líderes geralmente afirmam amar a profecia e o que é
profético, mas logo em seguida exibem casos extremos de problemas causados por
esse ministério - ou por aqueles que se arrogam indevidamente o direito a ele.
Isso termina por lançar uma semente de dúvida tão gran de com respeito ao
ministério profético e ao dom da profecia que as pessoas que ouvem isso, ou
que lêem seus livros, acabam se tornando totalmente avessas até mesmo ao
verdadeiro ministério profético. Certamente os que são chama dos para ele não
têm que interromper seu ministério basea dos numa correção necessária, feita
por outros membros do Corpo. Contudo esse é um jeito errado de se corrigir
qualquer parte do corpo.
Tenho ouvido e testemunhado acerca de erros bem piores cometidos por
pastores, em relação aos cometidos por quem t enha um aut ênt ico m inistér io
pr of ét ico. Pr ovavelm ent e poderia escrever muitos volumes sobre esses
exemplos, com o fim de "corrigir" os pastores, mas o resultado real que viria
disso seria apenas fazer com que todo o mundo passasse a duvidar de seu
próprio pastor. O mesmo poderia ser feito com Os evangelistas, citando os casos
mais graves de erros cometidos por eles. Mas as conseqüências seriam
semelhantes. Será afinal esse o procedimento que nos levará aonde queremos ir?

É verdade que todos os que são parte do povo de Deus supostamente conhecem a
voz do Senhor. Entretanto isso não nega a necessidade do ministério
profético. Os olhos não podem dizer à mão: não precisamos de ti. Precisamos
de tudo que Deus nos deu mediante seu Santo Espírito. O rei Davi, um dos
grandes profetas das Escrituras, teve a sabedoria e a humildade de em
determinadas circunstâncias con sultar outros profetas. Aliás, durante toda a
sua vida ele permaneceu aberto aos profetas. Ele nunca se considerou tão
maduro a ponto de não necessitar deles.
Até mesmo os mais bem aquinhoados com o dom profético têm horas difíceis em
que não conseguem ouvir de Deus por si mesmos; muitas vezes pedem a outros profetas
uma direção para a sua vida. Evidentemente Deus poderia falar com eles sobre suas
questões pessoais. Isso Ele o faz ocasionalmente, mas geralmente não o faz. Ele pôs
uma ordem na vida de modo que todos tenhamos de depender uns dos outros. Isso
contribui para que nos mantenhamos humildes, podendo dessa maneira o Senhor nos
confiar maior autoridade espiritual.
Martinho Lutero foi uma das vozes proféticas mais poderosas da era do Novo
Testamento. Ele era apenas um monge, mas conseguiu abalar até as bases os líderes
e as instituições influentes do seu tempo. Até então ninguém havia feito como
fizeram Paulo e Silas, que deram ensejo aos líderes do poderoso Império Romano a
declarar: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui. Isso só
aconteceu quando o mundo assistiu ao revolucionário poder de Lutero. Ele se
postou contra as maiores trevas do seu tempo, recusou-se a retratar-se, e fez com
que as trevas retrocedessem.
A pequenina igreja de Wittenberg, na Alemanha, não era maior que o espaço
de muitas garagens de hoje. No entan to, quando Deus determina fazer
alguma coisa ele não se importa com locais ou tamanho. Quando altero
cravou suas noventa e cinco teses na porta daquela igreja, o mundo inteiro as leu
e tremeu. Nenhum conquistador e nenhum líder político em toda a história transformou
o mundo tanto quanto aquele padre. Ele é um dos grandes testemunhos do poder
que um homem humilde é capaz de ter. Tornando sua posição diante da verdade
ele absolutamente nada cedeu, e fez com que o mundo inteiro se curvasse a ela.
Essa é a natureza do verdadeiro poder profético.
Se os pastores permitirem que sua equipe e os membros da sua
congregação exerçam o ministério profético, os se guintes dois princípios de
discernimento poderão ser usa dos, levando em conta as doze formas
comuns de engano profético a seguir referidas, para que toda palavra profética
seja provada; eles poderão ainda ensinar sua congregação com respeito ao
uso dessas diretrizes. Se você é um leigo ou alguém que pertence à equipe
pastoral, e está interessado num ministério profético, é imperativo que atue
dentro dos seguintes limites:

Princípios de Discernimento para


Testar Profetas

Quando os discípulos perguntaram ao Senhor que sinais haveria com


respeito ao fim dos tempos, ele lhes respondeu dizendo: Vede que ninguém vos
engane. Ao mencionar os eventos desses tempos perigosos, ele incluiu: porque
surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios
para enganar, se possível, os próprios eleitos. Ao nos aproximar do dia final,
temos que reconhecer esses falsos cristos e falsos profetas.
Primeiro Principio: Conheça o que é Verdadeiro
O princípio mais importante para discernir o que é falso é conhecer o que é
verdadeiro. Quanto mais conhecermos alguém, mais difícil será sermos
enganados por outros que tentem disfarçar-se como sendo aquela pessoa. E quanto
mais conheçamos o Senhor, menos provavelmente seremos enganados por qualquer
espírito que se apresente como sendo ele. De igual modo, quanto mais conheçamos a
verdadeira profecia, menos provavelmente seremos enganados pela falsa.
É claro que em Mateus 24:24 o Senhor estava fazendo uma advertência com respeito
àqueles que reivindicariam ser o Cristo. Muitos não-cristãos e falsos cristãos têm sido, e
continuarão sendo, encantados por falsos cristos. Entretanto, estes não enganarão os
crentes que conheçam realmente o verdadeiro Cristo.
A advertência quanto a "falsos cristos" não tem relação apenas com aqueles que
reivindicam ser Cristo. A palavra grega "cristo" significa "ungido". A advertência é
pois de ordem bem mais geral: muitos virão afirmando ser "ungidos" de Deus, mas
serão impostores. Os falsos profetas obviamente serão um pe rigo bem maior para a
verdadeira Igreja do que os que se apresentarem como falsos cristos.
Já cheguei a observar muitas igrejas e ministérios que foram devastados por falsos
profetas e falsas profecias. Por quê? Basicamente pela mesma razão pela qual as
pessoas poderão ser enganadas pelo falso cristo: os que não conhecem a verdadeira
profecia facilmente serão ludibriados pelos falsos profetas.
Um dos mais evidentes exemplos disso tem vindo nas falsas Profecias que
estabelecem uma data para a volta do Senhor. Ficamos perplexos, ao vermos
uma grande parte da Igreja se deixando enganar por essas profecias! Elas estão
em clara contradição com as Escrituras, que afirmam: a respeito daquele dia e hora
ninguém sabe. As igrejas e os movimentos que se deixam facilmente atingir por
essas falsas profecias são em muitos casos os que rejeitam o dom da profecia
como atuante na Igreja de hoje.
Um exemplo disso ocorreu quando uma grande parte da Igreja foi atingida pelas "88
razões por que o Senhor voltará em 1988". Todos os que tinham então o ministério
de profeta, que eu conhecia, e os movimentos que estavam procurando crescer
nesse ministério facilmente discerniram isso como sendo totalmente falso. Foi
alarmante ainda o fato de que muitos que haviam se deixado levar por esse erro
aparentemente não o confessaram, depois que se tornou evidente a falsidade daquela
pretensão; e nem sequer examinaram como isso lhes aconteceu. É impressionante, mas
muitos dos que foram enganados simplesmente expressaram um crescente
desdém em relação ao dom da profecia.
Se o apóstolo Paulo admitiu haver sido "derrotado por Satanás", isso pode
acontecer com qualquer um de nós. Nossa atitude diante disso não deve ser a de
rejeitar a profecia. A profecia é um tema por demais central nas Escrituras, e tem sido
um dos principais meios pelos quais desde o princípio o Senhor tem se relacionado com
seu povo. Nossa atitude tem de ser a de intensificarmos nossa vontade de conhecer o
que é verdadeiro, de modo a facilmente discernirmos o que é falso.
Também faz parte da sabedoria bíblica não permanecermos "ignorantes" quanto aos
esquemas de Satanás! Portanto, é mais do que correto examinar as formas pelas
quais Satanás tem enganado tanto a outros como a nós. Assim, para resumir o
princípio número um, temos que conhecer o que é verdadeiro, mas também
admitir nossa necessidade da graça e da sabedoria de Deus, alimentando sempre a
decisão de com toda a honestidade considerar nossos erros.
Segundo Principio: Quanto mais Conhecermos o Espirito Santo, mais
Seguros Estaremos
Uma pessoa pode ser um verdadeiro crente, mas mesmo assim ser um falso profeta,
ou formular falsas profecias. O próprio Senhor Jesus confirmou isso em Mateus 24:4,
5: E ele lhes respondeu: Vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos em meu
nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos. O Senhor não disse que muitos
diriam ser eles o Cristo, e sim que viriam dizendo que ele, Jesus, era o Cristo, e mesmo
assim enganariam a muitos. A história tem testemunhado esta verdade, uma vez que
alguns dos falsos profetas que estiveram entre os mais destruidores afirmaram que
Jesus era o Cristo, e no entanto enganaram a muitos. Como foi possível que isso
acontecesse?
Os falsos profetas e as falsas profecias fundamentam-se no engano. O disfarce
mais eficaz do inimigo tem sido vir como um anjo de luz ou como "um mensageiro
da verdade"! Pelo fato de uma profecia ter em si alguma parte verdadeira, isso
não a torna genuína. Infelizmente Satanás conhece a Bíblia melhor que a
maioria dos cristãos. Ele também é dotado de grande argúcia e inteligência para
intervir no processo de perverter a mensagem das Escrituras. Chegou até mesmo
a fazer isso com Jesus, que é a própria Palavra. O fato de tão-somente conhecer as
Escrituras, e querer forçar as pessoas a se submeterem ao que diz não faz de
ninguém um verdadeiro mensageiro. Temos que verificar se a pessoa está manejando
bem a Palavra da verdade.
Quem saberá se a Palavra está sendo corretamente compartilhada? Tão somente
Aquele que escreveu o Livro. Será que isso não deixa muito espaço para a
subjetividade? Sim, deixa, e isso é perigoso. Contudo, é muito mais perigoso não se
valer da subjetividade no discernimento da Verdade. A subjetividade é essencial.
Ninguém é salvo por conhecer alguém que seja salvo. O Senhor tem que se tornar
nosso Salvador pessoal, nosso Senhor pessoal, e a verdade tem que ser pessoal
para que a conheçamos. Por essa razão a Bíblia é relativamente subjetiva em
sua interpretação. Isso não visou promover interpretações individuais, mas
para que cada um de nós seja alguém que vá em busca do Senhor e da sua
verdade por si mesmo. Não evitaremos o engano apenas porque conhecemos
alguém que conhece a Bíblia. Cada um de nós tem, indefectivelmente, que
conhecer o Espirito da Verdade.
Os eruditos elaboraram muitos sistemas de hermenêutica com a finalidade de
eliminar a subjetividade na interpretação bíblica. Muitos dos mesmos são
excelentes diretrizes, mas não importando quão boa seja a nossa hermenêutica,
estaremos cada vez mais sujeitos ao engano nos próximos anos se não
conhecermos e não seguirmos o Espírito da Verdade. Temos de reconhecer que
alguns dos princípios de hermenêutica são uma tentativa para eliminar nossa
necessidade do Espírito Santo, não importando o quanto os que desenvolveram
esses princípios falem da necessidade dele. Uma grande parte dos que reagem muito
ao que julgam ser a tendência das pessoas para ter uma "interpretação em
particular" na verdade estão reagindo à possibilidade de elas verem de forma diferente
da sua.
Para resumir o princípio número dois, sem o auxílio e a presença do Espírito Santo
não poderemos evitar ser enganados. Quanto mais o conhecermos, e quanto mais
perto dele permanecermos, mais seguros estaremos. Isso é verdade com respeito à
doutrina e à profecia. Uma vez que hajamos compreendido esses princípios
fundamentais, temos que atentar para doze tipos de engano dos falsos profetas e das
falsas profecias.
Doze Tipos de Engano dos Falsos Profetas

Apresentamos a seguir doze principais modos pelos quais podemos ser enganados
e assim cairmos na armadilha que nos leva à falsa profecia ou aos falsos profetas.
Engano Número Um:
Deixar que Qualquer Verdade, mesmo uma Verdade Bíblica, Eclipse a
Centralidade de Cristo
Cristo é o propósito final de Deus. Como Mike Bickle, pas tor da Comunidade
Cristã Metro de Kansas City, no Missouri, afirmou certa vez: "Se não mantivermos
nossa atenção voltada para o propósito final de Deus, ela será desviada pelos
propósitos secundários de Deus".
Os que chegam a extremos, ou que se tornam excêntricos (o que significa "fora
do centro") são aqueles que deixaram de ter Cristo como foco. Como Efésios 1:9, 10
afirma: Desvendando- nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que
propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos
tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da Terra.
O propósito central da Igreja é revelar Jesus. A comissão apostólica não visava apenas
ensinar verdades, mas trabalhar até que Cristo fosse formado na Igreja. Somente
quando ele se forma em nós é que poderemos fazer as obras que ele fez. Não permitamos
que nunca qualquer doutrina ou ênfase venha a eclipsar nossa intenção de estar perto
dele e nos tomar tal como ele.
Como o apóstolo orou: Mas receio que, assim como a serpente enganou Eva com
sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da
simplicidade e pureza devidas a Cristo.
O propósito final do Pai é ter todas as coisas convergidas em seu Filho. Verdades, a
igreja, o ministério, até mesmo o culto podem tornar-se ídolos, se permitirmos que tomem o
lugar que pertence a Jesus por direito, como o centro de toda a nossa devoção.

Engano Número Dois: Tendo muita Simpatia com Respeito aos Interesses
Humanos
O prazer geralmente é detestável aos olhos dos homens. Há sempre alguém que vai
abominar o que estamos fazendo. Quem queremos que seja: Deus ou Os homens?
O Senhor Jesus disse também: Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim
procederam seus pais com os falsos profetas. Quando o evangelho é pregado
com pureza e poder, ele traz a mais veemente perseguição dos homens.
Jeremias fez uma observação muito séria: Os profetas profetizam falsamente, e os
sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o meu povo. Porém que
tareis quando estas coisas chegarem ao seu fim? As pessoas na verdade terão enorme
prazer diante da falsa profecia, e se os profetas tiverem medo delas, eles acabarão
profetizando com falsidade, apenas para agradá-las.
Engano Número Três:
Ter uma Familiaridade não Santificada com Deus
O verdadeiro ministério profético tem de ter um equilíbrio adequado entre a amizade
com Deus e o temor do Senhor. João era íntimo do Senhor, mas Judas tinha
familiaridade com ele.

Há uma diferença entre esses dois. Embora João estivesse suficientemente próximo do
Senhor para poder encostar a cabeça em seu peito, quando viu o Cristo
ressurrecto, durante a revelação do Apocalipse, ele caiu ao chão como um morto.
Foi isso que Paulo quis dizer ao exortar a Igreja a conhecer duas coisas: ...a bondade e
a severidade de Deus.
Amós 3:7 afirma: Certamente o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro
revelar seu segredo aos seus servos, Os profetas. O Senhor faz isso porque os profetas
são seus amigos, e ele não quer fazer nada sem primeiro compartilhar com eles. A
essência de um verdadeiro ministério profético é então estar bem perto de Deus.
Mesmo assim o Salmo 25:14 acrescenta: A intimidade do SENHOR é para os que o
temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança. É muito sábio que procuremos
estar tão perto do Senhor quanto possível, ao mesmo tempo que nos lembremos de
quem ele é, e quem somos nós. Quem não teme o Senhor não o vê como ele é.
Uma característica evidente na vida de todos os verdadeiros profetas é o temor puro e
santo em relação ao Senhor. É algo atemorizante presumir que falamos no nome do
Senhor, quando na verdade ele nada falou. Que mais enganoso poderia ser que
presumir que estamos pondo palavras na boca do Deus Altíssimo? Tenha muito cuidado
com qualquer mensageiro que não demonstre ter esse santo temor em relação ao
Senhor.
Engano Número Quatro:
Pensar que Somente Você é que Vê a Verdade
Até mesmo os profetas somente vêem em parte. Para que tenhamos o quadro inteiro
temos que juntar nossa parte com as partes dos demais. No texto de Amós, há pouco
citado, o Senhor declarou nada fazer sem antes revelar seu segredo aos seus servos, Os
profetas. Veja que esta palavra está no plural. Os que apenas ouvem um só profeta ou
um só mestre geralmente fazem parte de uma seita. O Senhor dispôs seu corpo de
forma tal que cada um de nós precisa dos demais. E os profetas não apenas necessi-
tam ouvir outros profetas; eles têm necessidade dos outros ministérios dados ao Corpo,
da mesma forma que todos têm.
Quando Elias se queixou ao Senhor dizendo que todos os profetas haviam sido
mortos, e que apenas ele restara, Deus o censurou. O Senhor lhe informou ter ainda
outros profetas em Israel, em número de sete mil. O Senhor instruiu Elias a ungir
seu sucessor, porque chegara a hora de ele ir para sua casa no céu. O engano
que leva ao isolamento, quer seja real ou imaginário, é terrível; pode pôr fim aos
frutos até mesmo do mais poderoso ministério.
Engano Número Cinco:
Tenha Cuidado com Aqueles que não Andam Conforme Aquilo que Pregam
Um elemento chave para quem quer que esteja num verdadeiro ministério
profético é a fidelidade à sua própria mensagem: Porque quem esteve no conselho
do SENHOR, e viu, e ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra e a
ela atendeu? Precavenha-se em relação àqueles que não vivem de acordo com o que
pregam. Isso não quer dizer que um profeta não pode cometer erros. Entretanto,
temos que discernir entre os que com sinceridade estão buscando obedecer ao
Senhor e viver retamente perante ele e aqueles que pregam a Palavra mas não
obedecem a ela.
Engano Número Seis:
A Profecia de Preconceitos
Os profetas que permitem que preconceitos influenciem as palavras que eles
acrescentam à frase "assim disse do Senhor" tornar-se-ão falsos profetas. Os
preconceitos podem ser de ordem cultural, religiosa, racial - decorrentes de feridas
que não foram curadas ou de falhas de caráter. Todo aquele que se sentir chamado
para o ministério profético ou que às vezes é usado com dons proféticos tem que
prestar atenção à seguinte exortação: Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o
coração, porque dele procedem às fontes da vida. Veja a seguir os preconceitos mais
comuns que desastradamente influenciam a profecia: Doutrinas de estimação podem
influenciar profecias negativamente. O Senhor não dá profecias para conferir
doutrinas - para isso ele nos deu a Bíblia. A profecia foi usada para escrever a Bíblia,
mas agora o cânon está completo. Uma profecia não é empregada para conferir ou
estabelecer uma doutrina. Uma profecia pode ser usada para iluminar aplicações
específicas das Escrituras, tal como foram às revelações que levaram Pedro a
pregar aos gentios. Tenha cuidado com o uso da profecia para conferir doutrinas,
especialmente em relação às que são ambíguas ou obscuras.
Amargura e ressentimento também podem influenciar a mensagem. Os
sacerdotes no Antigo Testamento não podiam ter feridas expostas. Feridas não
curadas podem constituir um elemento destruidor em qualquer ministério. Se temos
feridas de alma, é porque ainda não as levamos à cruz e nelas aplica mos o
bálsamo do perdão. Aquele que estiver vivendo com a falta de perdão em sua vida
pode facilmente sujeitar-se ao engano.
Rejeição é outro problema que pode fazer dum verdadeiro profeta um falso
profeta. O Senhor muitas vezes permite que seus profetas sejam rejeitados a fim de
libertá-los do temor aos homens. Para que tenham uma palavra profética eles
precisarão aprender a viver com a rejeição, sem se tornarem reacionários nem
amargurados. Se eles permanecerem por demais sensíveis, essa ferida não curada
poderá afetar sua percepção.
Rebeldia é outra fortaleza que pode levar à falsa profecia. A rebeldia pode ter sua
raiz tanto na rejeição como no egoísmo, ou em ambas as coisas. Isso pode ser
algo mortal para um ministério profético. É como Samuel advertiu o rei Saul: ...a
rebelião é como o pecado de feitiçaria. Pode haver uma linha muito fina entre a
adivinhação e a revelação, e profetas rebeldes s e r ã o p o s s i ve l m e n t e
l e v a d o s c o m a m a i o r f a c i l i d a d e a atravessá-la. A feitiçaria, que é a
falsificação da autoridade espiritual, é exatamente o contrário do ministério profético.
O "espírito partidário" ou sectarismo pode também levar à falsa profecia.
Quando profetas obtêm seu reconhecimento de uma única organização, haverá
pressão para profetizar a "linha do partido". Isso pode tornar muito difícil preservar a
integridade profética.
É claro que todas as fortalezas podem perverter qualquer ministério, não
apenas o profético. Todos nós temos que estimar de tal forma a Palavra do Senhor
que jamais permitiremos que nossa própria opinião ou nossas falhas influenciem o
que dizemos em seu grande nome. Quanto mais respeito tivermos a isso, mais ele
nos confiará sua autoridade espiritual e suas revelações.
Engano Número Sete:
Cuidado com quem Assume uma Autoridade Maior do que a que o
Senhor Outorgou
Mesmo que o Senhor dê uma revelação a um profeta, isso não lhe confere
necessariamente autoridade para determinar um procedimento a ser feito, nem
para fazer com que as pessoas venham a agir de determinada maneira em
decorrência do que foi revelado.
No Antigo Testamento os profetas freqüentemente eram chamados de "vigias",
porque espiritualmente ficavam "nos muros de Jerusalém". Naquela posição eles
eram os primeiros a ver alguém que se aproximasse. Era função deles distinguir
entre pessoas amigas e inimigas, transmitindo seu discernimento aos anciãos
que se assentavam junto aos portões. Entretanto, não era função do vigia
determinar que atitude tomar. Isso era responsabilidade dos anciãos, que decidiam se
alguém poderia entrar ou ser deixado do lado de fora da cidade; eles ainda toca-
vam o alarma para mobilizar as tropas, quando era o caso.
Infelizmente, muitos profetas caem na armadilha de crer que têm a responsabilidade
de ver sua profecia acontecendo. Diante disso chegam a tomar autoridade para
fazer com que ela aconteça. Isso traz muitos conflitos desnecessários a
congregações e a ministérios, uma vez que o Senhor estabeleceu pastores e
anciãos na "Igreja com tal propósito. Paulo falou sobre o cuidado que tinha de
permanecer dentro do âmbito da autoridade que fora posta sobre si. Aqui ele estava
falando sob um enfoque geográfico, mas é, espiritualmente, igualmente verdadeiro. Paulo
disse também aos coríntios: Se não sou apóstolo para outrem, certamente o sou para
vós outros. Desse modo ele reconheceu que não era um apóstolo para toda a
Igreja. Quando Paulo foi a Jerusalém, a ele não foi dada a autoridade apostólica
sobre a igreja de lá, embora haja sido honrado como um apóstolo para os gentios.
Ele não podia determinar procedimentos ali, como podia fazer em relação às
igrejas que estabelecera. Em Jerusalém ele era apenas um missionário visitante,
estimado, mas não alguém a quem eles tinham que seguir.
Alguns profetas caem na armadilha de se acharem responsáveis por acabar com
tudo o que crêem não ser de Deus. Entretanto, os profetas somente têm
autoridade para acabar, ou destruir, o que eles mesmos foram usados para
levantar. Paulo advertiu a igreja de Corinto que ele tinha autoridade para acabar
com qualquer coisa lá, bem como construir, porque era o pai daquela igreja.
Será que há um pai responsável que deixaria uma pessoa estranha chegar até a
sua família para lhe corrigir alguma coisa ou para lhe determinar algum
procedimento? Eu certamente não permitiria que ninguém viesse trazer qualquer
tipo de correção a um trabalho que fosse de minha responsabilidade, a menos que
tal pessoa se houvesse também envolvido pessoalmente na sua execução. Se você é
um líder com responsabilidade sobre uma igreja ou sobre uma obra, e alguém que
nunca teve envolvimento algum com esse trabalho vêm até você dizendo haver sido
enviado para corrigir alguma coisa, ou para pôr as coisas em ordem, você tem todo o
direito de pô-lo para fora.
A verdadeira autoridade espiritual é construída com base no amor e na confiança.
O amor e o serviço ganham confiança. Se alguém chegar até mim com uma palavra de
correção sobre algo a ser feito no berçário, alguém que nunca teve a menor disposi-
ção de trabalhar ali, eu nem mesmo me incomodarei quanto a ouvi-lo. Como a
maioria dos pastores, recebo pilhas de profecias de pessoas que procuram
determinar procedimentos para nosso ministério, e muitas delas eu nem mesmo
as conheço! Tais usos indevidos da "profecia" deixam bem clara a razão de tantos
pastores a desprezarem. Ações desse tipo podem haver causado tantos
problemas, que o fato de o pastor ainda estar aberto à profecia só vem
demonstrar ser ele dotado de uma extraordinária graça.
Alguns profetas, que se dizem vigias, não têm um relacionamento adequado com
os anciãos da igreja, chegando até mesmo a querer usurpar-lhes a autoridade.
Se membros da igreja ou membros do ministério são chamados como vigias, eles
têm que permitir que o Senhor estabeleça a autoridade deles por meio de
pessoas que têm autoridade, não tendo de batalhar para por si mesmos conquistar
influência.
Engano Número Oito:
Uma Palavra que não vem como Demonstração do Fruto do Espirito
Deus negou a Moisés a bênção de levar as pessoas para dentro da terra prometida. Isso
foi resultado de ele haver ferido a rocha com raiva, quando o Senhor lhe dissera que
apenas falasse com a rocha para produzir água. Como profeta Moisés estava
representando o Senhor como estando irado. No entanto Deus não estava irado, e isso
custou muito caro a Moisés. É fácil compreender sua frustração. Na verdade os
profetas não devem nunca expressar seus sentimentos como se fossem do Senhor.
Muitos profetas foram desclassificados em relação a níveis mais elevados de autoridade
por haverem representado o Senhor de forma indevida.
Pensar que Deus pensa do mesmo modo que os profetas, pelo simples fato de
ocasionalmente fazer uso deles, ou que os sentimentos dos profetas são os mesmos de
Deus é um engano total. Os profetas têm que ter todo o cuidado de distinguir seus
próprios sentimentos daqueles que são decorrentes da unção. Isso não é fácil de
conseguir, mesmo no caso de profetas maduros.

Elias orou para que os juízos do Senhor viessem sobre o povo, mas isso não foi
decorrente da sua própria ira. A ira de Deus não é como a nossa ira; nem seu zelo
é como nosso zelo ou ciúme, tão voltado para nós mesmos. Os profetas têm que ter
sempre o cuidado de não demonstrar sua própria ira como se fosse do Senhor, ou
acabarão tal como Moisés. Sempre que um profeta tem uma palavra de correção
para algum ministério, ou alguma pessoa, esse profeta em potencial deveria se
fazer três importantes perguntas: Será que eu amo essas pesso as? Será que
Deus me deu autoridade sobre elas? Será que a ponte de confiança foi
construída, de modo que se possa esperar que eles recebam o que eu penso que
devo compartilhar?
Engano Número Nove: O Pecado
Tendo em vista que os profetas são chamados a ser os olhos do corpo, o inimigo
geralmente concentra seus ataques nos olhos dos profetas. Portanto, a pornografia,
o sexo oposto e variadas formas de luxúria são seríssimas armadilhas. Para que Os
profetas funcionem como sendo os olhos do corpo, eles têm que ter todo o
cuidado quanto ao uso dos próprios olhos. Já demonstrou uma grande sabedoria
ao dizer: Hz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela? Já fizera
o voto de não olhar para o que pudesse fazer com que tropeçasse. Se os olhos de
um profeta estiverem sobre o Senhor, todo o seu corpo estará cheio de luz. Se um
profeta olhar para a luxúria ou para outro pecado, as trevas entrarão em sua alma.
E o engano virá em decorrência de tais trevas.
Todos os profetas deveriam lembrar-se do seguinte versículo: ...pelo contrário, exortai-
vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fill7 de que nenhum de vós
seja endurecido pelo ENGANO DO PECADO.

Engano Número Dez:


Profetas do Novo Testamento que se Comportam como Profetas do Velho
Testamento
Os dons espirituais dos profetas do Novo Testamento são basicamente os mesmos
dos do Antigo Testamento, mas a função do profeta neotestamentário é muito
diferente. Muitos pensam que os profetas são inflexíveis, e que sempre estão atrás do
que esteja errado nas pessoas. Essa foi muitas vezes a natureza dos profetas do
Antigo Testamento, porque estavam sob a lei. Conseqüentemente eles tinham que
representar a severidade da lei.
Entretanto, o profeta do Novo Testamento está sob a aliança da graça e da
verdade, e de igual modo tem que representar essa aliança. O Senhor não veio para
nos condenar, mas para nos salvar mediante a entrega da sua vida. Essa deve ser
a natureza de quem quer que seja chamado a falar por Ele nesta era de graça e de
verdade. A verdade sem a graça, na melhor das hipóteses, será apenas a metade da
mensagem.
Outra grande diferença entre os profetas dessas duas alianças é que os profetas da
antiga aliança normalmente permaneciam isolados; os profetas da nova aliança,
entretanto, fazem parte da equipe de um ministério que tem por objetivo servir à Igreja.
Portanto, os profetas do Novo Testamento têm que ter um relaciona mento
adequado com os demais membros dessa equipe; para isso o profeta tem de
compreender os outros ministérios que servem à Igreja, conforme a relação de Efésios, 4,
que são os apóstolos, evangelistas, pastores e mestres.
Um problema muito sério pode acontecer num ministé rio quando um
prof eta jovem e imaturo tenta viver sob o que foi estabelecido para os
profetas do Antigo Testamento, em Deuteronômio 18:18-22:
Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de Seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as
minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar De todo aquele que não ouvir
as minhas palavras, que ele falar em meu nome, disso lhe pedirei contas. Porém o profeta
que presumir de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não mandei falar, ou o que
Mar em nome de outros deuses, esse profeta será morto. Se disseres no teu coração: Como
conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Sabe que, quando esse profeta falar em nome
do SENHOR, e a palavra dele se não cumprir nem suceder, como profetizou, esta é palavra que
o SENHOR não disse; com soberba, a falou o tal profeta; não tenhas temor dele.

Esse era o padrão sob a lei. Sob aquela aliança, quem falhasse em algum ponto da
lei estava sob a condenação de toda a lei. Entretanto, não podemos pôr o profeta do
Novo Testamento sob a lei, sem pôr de igual modo o restante de todo o Corpo
debaixo da lei.
Que pastor ou mestre poderia viver com um jugo que o removesse de seu ministério
se cometesse apenas um único erro? Quando ministérios proféticos jovens,
batalhadores, procuram cumprir os preceitos do Antigo Testamento, isso irá
distorcer seriamente o desenvolvimento e o carácter deles. Tal jugo lhes torna impossível
reconhecer seus erros e aprender a partir dos mesmos.
Isso não significa que podemos comprometer os elevados padrões que são
requeridos de quem se propõe falar no nome do Senhor. Os erros deverão ser
encarados, e suas razões buscadas. Nenhum pr of et a é inf alíve l, e é por isso
q ue a pr of ecia neotestamentária tem de ser julgada. Há até mesmo casos em
que o profeta cio Antigo Testamento haja falhado numa previsão e numa profecia,
mas mesmo assim foi reconhecido como profeta do Senhor (Jonas, Isaías e Elias
fizeram afirmações que não se comprovaram como verdadeiras, ou que não
aconteceram). Pelo fato de que todos podem errar, a Igreja é responsável por
conhecer a voz do Senhor.
Engano Número Onze:
Profetas que Dizem não ser Necessário o uso dos Procedimentos e dos
Passos Estabelecidos na Bíblia
Os profetas da antiga aliança eram em sua maioria usados para corrigir o
povo de Deus. Contudo tal não é o caso no Novo Testamento. Na nova aliança os
apóstolos e os anciãos assumiram tal encargo. Isso não quer dizer que um
profeta não possa ser usado para corrigir uma situação. Entretanto, essa já não
é sua primeira responsabilidade. E quando os profetas são usados desse modo eles
têm que se submeter aos procedimentos para a disciplina estabelecidos em
Mateus 18 e Gálatas 6:1. Quem tenta disciplinar alguém publicamente, não
tendo primeiro estado com tal pessoa em particular, e depois com outras
testemunhas, na melhor das hipóteses está agindo de maneira desordenada. E
na pior das hipóteses está sendo uma pedra de tropeço.
Engano Número Doze:
Admitir que a Profecia tenha de ser Especifica ou Espetacular
Normalmente as palavras proféticas são palavras de ordem geral. Por exemplo,
o Senhor poderia haver sido bem mais específico em suas profecias nas
Escrituras. Ele poderia haver se referido ao surgimento do continente das
Américas, revelado as datas e os lugares em que as guerras mundiais
aconteceriam, ou feito referência a outros importantes acontecimentos histó ricos
com muito mais detalhes. Contudo ele não fez isso. Uma profecia raramente é dada
para convencer alguém quanto à existência de Deus, ou para testificar que somos
mensageiros dele. Ela é dada visando revelar a verdade estratégica do Senhor e
com vistas ao despertamento da Igreja para a necessidade que ela tem de se
preparar para as situações e os acontecimentos que estão por vir. O Senhor quer
que a profecia seja de ordem geral, de modo que os que a recebem não apenas
têm que conhecer a voz do Senhor como terão também de andar em fé e em
sabedoria. Muitos fizeram de uma boa profecia uma profecia falsa, por irem além
da mensagem que lhes fora entregue, e isso com o único propósito de a tornarem mais
espetacular.
Paul Cain disse certa vez: "Quase toda heresia tem sido decorrente de se
querer tirar uma conclusão lógica do que Deus revelou apenas em parte". Creio
que isso pode ser confirmado por muitos acontecimentos da história.
Finalmente, tanto pastores como profetas têm que acaute lar-se com respeito ao
espirito de feitiçaria.

Compreendendo o Espirito de Feitiçaria


O "espírito de feitiçaria" será uma das principais formas pelas quais os falsos
profetas procurarão infiltrar-se no Corpo de Cristo. Geralmente eles terão uma aparência
muito inocente e profissional, e muitas vezes conseguirão tornar-se aceitos como
profetas "profetizando" informações por eles conhecidas no mundo natural. Uma
de suas principais armas será a bajulação. Eles nos desviarão dos propósitos que o
Senhor tem para nós profetizando-nos coisas que sejam ou mais grandiosas, ou que
pareçam ser mais atraentes do que o que de fato o Senhor nos tem dado a fazer.
As Escrituras nos advertem a esse respeito: Falam com falsidade uns aos outros,
falam COM LABIOS BAJULADORES e coração fingido. Corte o SENHOR todos OS
LÁBIOS BAJULADORES; a língua que fala SOBERBAMENTE.
Todo aquele que estiver envolvido com o ministério profético deverá ainda estar
consciente da seguinte mensagem de Ezequiel:
Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, profetiza contra
os profetas de Israel que, profetizando,exprimem, como dizes, o que lhes vem do
coração. Ouvi a palavra do SENHOR. Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos profetas
loucos, que seguem seu próprio espírito sem nada ter visto! Os teus profetas, ó Israel,
são como raposas entre as ruínas. Não subistes às brechas, nem fizestes muros para
a casa de Israel, para que ela permaneça firme na peleja no Dia do SENHOR. Tiveram
visões falsas e adivinhação mentirosa os que dizem: O SENHOR disse; quando o
SENHOR os não enviou; e esperam o cumprimento da palavra. Não tivestes visões falsas
e não falastes adivinhação mentirosa, quando dissestes: O SENHOR diz, sendo que
eu tal não falei?
Portanto, assim diz o SENHOR Deus: Como falais falsidade e tendes visões
mentirosas, por isso, eu sou contra Vós outros, diz o SENHOR Deus. Minha mão
será contra os profetas que têm visões falsas e que adivinham mentiras; não
estarão no conselho do meu povo, não serão inscritos nos registros da casa de
Israel, nem entrarão na terra de Israel. Sabereis que eu sou o SENHOR Deus.. (Ezequiel
13: 1-9)
Uma das responsabilidades dos profetas bíblicos era confrontar e expor à luz os
falsos profetas. Os verdadeiros profetas do Novo Testamento têm que enfrentar essa
responsabilidade. Trata-se com certeza de uma das tarefas mais desconfortáveis, porque
muito possivelmente fará com que um profeta pareça estar a seu próprio serviço, ou estar
defendendo sua própria retidão. Mesmo assim os profetas têm que atender acima de tudo
aos interesses do Senhor e ao bem-estar do povo de Deus.
Assim como o Senhor prometeu, no fim desta era as profecias, as visões e os
sonhos estarão sendo derramados em profusão. Tudo isso será dado à Igreja porque
necessitaremos dessas coisas para realizarmos nosso mandato do último dia. Não
vejo à hora em que todos estaremos cumprindo o chamado de Deus para a nossa
vida.
O C h am a d o
No Capítulo 1 eu me referi aos diferentes exércitos que vi numa visão
publicada no livro o Chamado. No fim daquela visão vi uma nova cidade, cuja
glória ultrapassava qualquer coisa que houvesse visto ou imaginado até então.
Uma característica que se salientou foi à grande quantidade de janelas de vidro
em cada estrutura ou habitação. Aquele vidro era tão límpido e claro, e as
janelas e as portas eram de tal forma situadas que parecia que não apenas eu
estava sendo bem recebido em cada casa, mas que estava sendo convidado. Era
também como se nada estivesse escondido, e não houvesse perigo algum de
roubo.
Então olhei para as pessoas que estavam na cidade. Pareciam-me familiares,
mas ao mesmo tempo eu sabia que nunca conhecera ninguém dentre elas. Elas
eram como eu imaginaria haver sido Adão antes da Queda. Os olhos de cada
uma brilhavam com o que parecia ser uma compreensão quase que total, com
uma profundidade intelectual muito além da pessoa mais brilhante que eu
possa haver conhecido. Eu sabia que isso era decorrente de uma ordem e de uma
paz que eram completamente livres de qualquer confusão ou de qualquer dúvida
- ou quem sabe da confusão da dúvida. As pessoas não tinham ambição de se
buscarem a si mesmas, porque nutriam muita confiança e muita alegria em
relação a quem eram e ao que estavam fazendo. Pelo fato de toda aquela
gente desfrutar total liberdade, eram também completamente abertos.
Pobre za e enfermidades eram conceitos inexistentes.
Então observei que não havia restaurantes, hotéis e hospi tais naquela
cidade. Percebi que tais coisas não eram necessá rias porque cada casa era
um centro de hospitalidade e de cura. Quase toda casa estava aberta aos
viajantes. As que não esta vam abertas eram usadas para propósitos
especiais, como leitura ou uma convalescença a longo prazo. Posso dizer que
cada casa fora construída para esse grande ministério da hospitali dade, de
socorros, de cura - até mesmo aquelas construídas na auto-estrada do Juízo.
Em razão disso até mesmo a auto -estrada do Juízo er a atr aente. Er a
evident e que cada r ua não ape nas era segura, mas era bem mais
desejável que qualq uer es t r ada ou r odovia pela qual eu haja passado.
Essa cidade er a bem m a is g l or i os a do q ue q ua lq uer ut opi a q u e po ss a
h a ver sido imaginada por qualquer filósofo.

Minha atenção foi atraída de volta para a auto -estrada do Juízo.


Parecia haver sido a rodovia menos transitada, mas agora estava se
tornando bem mais movimentada. Vi então que isso acontecia porque
todas as outras ruas e es tradas iam dar nessa auto-estrada.
E s t a v a e u e n t ã o n o G r a n d e H a l l d o J u l g a m e n t o , e o S e n ho r c o m eç o u
a f a l a r c om i g o.
- Você viu o meu povo como o meu exército, como a Minha cidade, e como a
Minha noiva. Agora você não apenas Vê essas Coisas, Mas você as Sente
Somente quando a minha verdade vem do coração é que ela tem o poder de
transformar as pessoas. As águas vivas têm que vir do ser mais interior, do coração.
Assim como você sentiu a minha Igreja limpando-o, estou fazendo de meus mensageiros
chamas de fogo que falarão a verdade, não apenas para dar entendimento, mas com o
poder de mudar o coração das pessoas. A verdade que estou enviando não apenas
convencerá meu povo do seu pecado, como os limpará do seu pecado.
Mesmo enquanto ele falava, um grande zelo foi despertado em mim no
sentido de fazer alguma coisa. Estratégias divinas que eu conhecia poderiam
contribuir para que o povo de Deus começasse a vir até mim. Não dava para
esperar. Agora eu acreditava que até mesmo os ossos mais secos estavam para
se transf orm ar num exér cit o extr em amente grandioso! Na pr esença do
Senhor , nada par ecia ser im possíve l. Não t ive pr oblem a algum em crer
que a Igreja do Senhor se tornaria uma noiva sem mancha ou mácula, e
que se transf ormaria numa grande cidade, perm anecendo com o um a
f ort aleza da Ver dade par a t odo o m undo cont em plar . Não t inha dúvida
alg um a de q ue o povo de Deus, mesmo tão f r aco e vencido como era em
sua aparência de agora, tornar -se-á em breve um exército da ver dade
perant e o q ual nenhum poder das trevas poder á perma n e cer em p é.
S e nt in d o o p od er da ver d ad e c om o n un c a, e u sabia que esse poder era muito
maior que o das trevas.

Este é o nosso chamado. Amar a verdade, a retidão e a justi ça. Fazer tudo
em prol do evangelho. Viver não mais para nós mesmos, mas para Aquele
que nos comprou com seu próprio sangue. Desafiar as grandes trevas do
nosso tempo, e fazer com que retrocedam. O poder da verdade que nos foi
dado é maior do que qualquer mentira. Nunca mais teremos de nos pôr em
retirada diante dos inimigos da cruz. Pelo poder que nos foi dado m ediant e
a cruz agora poderem os vencer o m al com o bem. O reino do Senho r está
chegando, e a sua vontade está por ser feita, aqui na Terra como no céu.
Proclamar esta ver da d e p or in st r um e nt o da s u a vid a é a r azã o p e la q u a l
vo c ê está aqui.

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