You are on page 1of 2

RELATO DE ESTAGIO - 09.03.

18
ESCOLA JOSE ALCIDES PINTO

Na Avenida Perimetral, ainda dentro do ônibus e já a caminho da escola, Samyr liga-me e dá uma
notícia estarrecedora: "Keithy, estamos sem sala!". Creio que por um momento quase "enfartei"
pelo choque... Como poderia ter ocorrido isso...
Chegando na escola, na hora do intervalo, dirigi-me a sala de música e minha surpresa foi que no
espaço onde ocorriam as aulas do coral, estava tomada de carteiras, e toda nossa decoração em
prol e tornar o ambiente mais acolhedor havia ido por água abaixo.
Na sala ao lado, onde se encontravam as percussões e violões, logo em seguida, deliberamos sobre
a situação, Amanda Jereissati, Samyr Pontes e Eu.
Observamos que a sala dos violões e da percussão ainda seria uma escapatória se: não houvesse
mofo nas paredes, fosse bem arejado e iluminado, os instrumentos maiores tivessem um
armazenamento adequado e se o local fosse acusticamente tratado. Ou seja, coisa de sonho
mesmo.
Uma revolta tomou-nos principalmente de mim e Amanda que de certo modo estávamos no
apropriando num processo.
Fomos diretamente à sala dos professores conversar com a professora Eveline (nossa responsável e
"tutora") para saber como se chegou a este ponto, uma vez que achávamos que nosso único
problema seria a mudança de horários.
Era a hora do intervalo e ela nos apresentou aos demais professores e citou o nosso trabalho com
o coro infantil no ano anterior. Alguns aceitaram a iniciativa de bom grado.
E logo a própria nos informou que durante as férias, o diretor havia ligado para ela, dizendo que
precisava do espaço da sala de música para abrigar uma sala da nona série de outa escola que
havia fechado, e está nos disse já com complacência que não tinha condições de negar pois
segundo a mesma, achava que não teria estagiários neste semestre e por tal motivo não fez
objeções.
Bem este é um ponto controverso uma vez que a mesma mantinha contato conosco via facebook e
estamos num grupo de whatzzap ao qual sempre nos comunicamos com as crianças informado
que iríamos conversar apenas pra estabelecer nossas mudanças de horários.
Enfim, tentamos partir para solucionar o problema do espaço das nossas aulas e mais do que isso,
tentar restaurar um pouco da importância da música na escola.
Enquanto Eveline se situava dos nossos horários e dias disponíveis, uma outra professora, que
creio fazer outras horas em outra escola (mais precisamente na Escola Integral Antonieta Siqueira),
queria saber se havia possibilidade de fazer oficinas na escola e até mesmo ter algum estagiário
para poder fazer um trabalho de sensibilização efetivo. Creio não haver professor de música lá,
mas também por causa da pauta no dia, acabamos não nos informando a fundo sobre a escola,
mas tomei nota do seu contato.
Esperamos a professora da biblioteca, pois para a Eveline, o local seria um espaço alternativo para
as aulas, e uma conversa com a gestora do espaço seria um a solução. E esperamos.
Tão logo, a professora responsável do Projeto Mais Educação na Escola, ponderou que ficássemos
depois da aula, ou seja, depois das onze horas, pois atingiríamos um “público” maior; ficando por
conta apenas de uma autorização dos pais dos alunos participantes e o problema de sala para a
aula estaria resolvido.
Enquanto Samyr e Amanda esperavam na sala dos professores pra conversar com a Professora da
Biblioteca junto a Professora Coordenadora do Mais Educação e resolver a problemática do
espaço, Eveline e Eu corremos para nos informar com os demais professores poderiam liberar os
alunos do semestre anterior (os que já havíamos formado um grupo) de suas aulas para participar
do coral, no compromisso deles tomarem notas posteriormente das matérias e conteúdos, no
horário de 9-10hs. Todos os professores concordaram e no horário de 10-11hs, ficaríamos com
alguns alunos da turma da Eveline no horário das aulas de Artes. E esta tomou nota de todos os
alunos para registrar a presença junto aos professores.
Quando achávamos que tínhamos conseguido, recebemos com desanimo a notícia que não havia
sido concedido o espaço da biblioteca para o primeiro horário de ensaio, sob a alegação de que
“Se já havia a perca do espaço da sala de música, talvez ocupar a biblioteca seria um motivo para
desativá-la”.
Penso que a biblioteca sempre terá seu espaço na escola e que ocupá-la com uma outra atividade
de cunho cultural não iria estimular uma desapropriação imediata.
Então visto que o motivo de também de podermos utilizar o auditório, que inclusive é um espaço
amplo, é por que o mesmo serve praticamente como um “depósito” (palavras minhas) de alunos,
quando algum professor falta, eles são colocados pra assistir um filme e permanecer na escola até
o fim do horário.
Deliberamos sobre as soluções e outra seria realmente fazer ensaio depois do horário das aulas
com autorização dos pais informando a Eveline sobre a mesma.
Chateados pelo comodismo de alguns e falta de espírito de outros, sentimos a necessidade de
marcar reunião com o diretor e/ou corpo pedagógico, pois as crianças anseiam pela música na
escola, mas as burocracias e uma não-boa vontade imperam num ambiente que deveria ser
transformador mas continua a ser uma mini caixinha de reprodução do sistema político em que
vivemos.
Sabemos que a realidade não é as mil maravilhas, mas a falta da esperança é bem pior.
Ficamos apreensivos, pois temos laços afetivos com os alunos e só desejamos que tudo termine
bem para ambas as partes.
Na promessa de uma reunião de sensibilização, aguardamos...

You might also like