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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

DIREITO

LAÍSSA DIAS CARNEIRO DE HOLANDA

COMÉRCIO ELETRÔNICO:

A proteção dos consumidores no âmbito da internet

Guarabira – PB

2018
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1. INTRODUÇÃO

Uma das maiores descobertas tecnológicas já realizadas pela humanidade é


sem dúvida alguma, a informática e acompanhado a ela, a internet. Contudo o poder
de gerar milhares de informações, em qualquer parte do globo terrestre, de forma
instantânea, faz com que o legislador não consiga acompanhar essa velocidade,
deixando a sociedade carente de legislação sobre a matéria. A internet está
contribuindo para a mudança da sociedade. As relações comerciais já podem ser
realizadas exclusivamente através da rede. O contato pessoal através da internet
tornou-se comum, milhares de pessoas que nunca se encontraram pessoalmente
mantém relacionamentos virtuais. A educação está sendo alcançada, hoje é possível
fazer cursos, assistir palestras, participar de congressos, visitar bibliotecas, museus,
tudo através da internet, sem nenhuma necessidade de estar fisicamente presente.
A internet cria um novo mundo, um mundo paralelo que em breve será real e todos
estarão inseridos nele.

O comércio eletrônico é um instrumento utilizado internacionalmente e exerce


influência direta e indireta no Direito brasileiro. O objetivo deste trabalho é permitir a
compreensão do que é o e-commerce, tratando da evolução histórica da internet e
da sua utilização e apontando princípios e legislações de proteção ao consumidor
neste meio.

2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Desde os princípios da civilização eram realizados contratos de diferentes


espécies, devido a grande necessidade que as pessoas tinham em ter acesso a
recursos escassos, fazendo com que a forma de contratação variasse conforme
suas conveniências. Primeiramente, nas civilizações mais antigas, existia o
escambo, que consistia na troca de produtos, chamados de mercadoria-moeda.
Depois disso foram surgindo novas formas, sempre se adaptando ao contexto da
época. Foram surgindo diversas outras formas de se contratar, seja verbalmente,
quando a lealdade e a confiança nos relacionamentos interpessoais eram
determinantes para que a prestação e a contraprestação fossem realizadas, ou
através de escritos, onde se registravam as falas comprometedoras do
adimplemento das obrigações, com a assinatura dos contraentes.
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Contudo, as maiores modificações ocorreram após a Revolução Industrial,


ocorrida no século XVIII, na Inglaterra, quando a atividade econômica assumiu
proporções inimagináveis, o mundo globalizado fomentou novas formas de se
relacionar, eliminando fronteiras físicas, facilitando a aquisição de produtos e
serviços não mais realizados por processos burocráticos e difíceis, mas por meios
facilitadores, emergindo o que se convencionou chamar atualmente de a revolução
da era digital, ou ainda a cultura eletrônica ou comércio eletrônico. Todos esses
termos são utilizados em referência á mudança de realidade nas contratações que
são feitas não mais por meio real, no papel, entre presentes, em determinado local,
mas num ambiente virtual, onde os contraentes estão muitas vezes em locais, em
cidades, e muitas vezes em países diferentes. Uma realidade atual em que a
Internet serve de instrumento para a realização dos mais diversos interesses, seja
comercial ou pessoal.

A internet revolucionou a vida das pessoas, os negócios, os relacionamentos


e os contratos, trazendo eficiência na comunicação, apesar de oferecer sistemática
vulnerabilidade quanto ao sigilo de informações privadas. Deste modo, a internet
surgiu como uma reconfiguração das relações entre as pessoas e revolucionou
também a economia, possibilitando oportunidades econômicas às empresas,
empregados e consumidores de uma maneira nunca vista antes. No Brasil, a
internet vem a surgir no ano de 1988, com a necessidade em trocar dados de forma
mais fácil e rápida vista por alunos da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado
de São Paulo (FAPESP), ligada a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia.

Com a revolução industrial, houve intensa explosão demográfica,


provocando enorme desenvolvimento das relações econômicas, produção e
consumo em massa, que levaram aos Estados o dever de criar legislações de
proteção ao consumidor. Há autores que identificam três fases relativas à evolução
da proteção ao consumidor no mundo. Newton de Lucca (2008, p. 47-48 apud
VIEGAS; ALMEIDA, 2011) assim nos ensina:

“Na primeira delas, ocorrida após a 2ª Grande Guerra, de caráter


incipiente, na qual ainda não se distinguiam os interesses dos
fornecedores e consumidores, havendo apenas uma preocupação
com o preço, a informação e a rotulação adequada dos produtos. Na
segunda fase, já se questionava com firmeza a atitude de
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menoscabo que as grandes empresas e as multinacionais tinham em


relação aos consumidores, sobressaindo-se, na época a figura do
advogado americano Ralph Nader. Finalmente, na terceira fase,
correspondente aos dias atuais, de mais amplo espectro filosófico -
marcada por consciência ética mais clara da ecologia e da cidadania
– interroga-se sobre o destino da humanidade, conduzido pelo
torvelinho de uma tecnologia absolutamente triunfante e pelo
consumismo exagerado, desastrado e trêfego, que põe em risco a
própria morada do homem.”

A contratação eletrônica na internet envolve uma verdadeira transformação


nas experiências de consumo, atraindo o consumidor como poder de novidade e
animação de si. Sobretudo com o aumento do acesso à internet por meio da
telefonia celular, o consumidor está atualmente conectado 24 horas por dia, sendo
cada movimento do ambiente virtual capturado e armazenado em volumosos bancos
de dados, perdendo-se o controle de quais informações estão sendo
comercializadas no mercado da sociedade da informação. Os indivíduos continuam
se isolando e emergindo cada vez mais no ambiente virtual. O acesso a uma gama
extensa de informações introduz uma nova forma de isolamento, na qual o usuário
fica irreversivelmente conectado, o que afeta sua capacidade crítica.
Essas inovações tecnológicas desafiam o Direito como um todo. A tradicional
distinção entre as obrigações de dar, fazer e não fazer já teve sua utilidade
confrontada com a complexidade dos contratos e interesses contemporâneos, e a
combinação criativa, na vida negocial, entre diversos comportamentos
concomitantes cujo cumprimento realiza a satisfação do interesse útil do credor. No
Direito do Consumidor, definiu-se o produto e o serviço como espécies de objeto da
relação de consumo. As definições legais não poderiam ser mais amplas: produto,
no CDC, “é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial”. Serviço, de sua
vez, é “qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração...”. A distinção, de sua vez, deu causa a um sólido sistema de
imposição de deveres de segurança e adequação, e consequentes regimes de
responsabilidade do fornecedor, por fato ou vício, de produtos ou serviços
(artigos 12 a 20 do CDC). O desenvolvimento da internet das coisas, contudo,
desafia a revisão de entendimentos já consolidados. No tocante, a exata qualificação
do fato que dá causa a deveres, e o respectivo regime de responsabilidade, se ao
mesmo tempo tem-se um produto, porém por intermédio dele, ou para sua
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operação, haja o mesmo fornecedor ou outro que ofereça um serviço, a divisão dos
regimes de responsabilidade nem sempre se faz tão clara.

3. COMÉRCIO ELETRÔNICO

Comércio eletrônico ou e-commerce, ou venda não presencial ou ainda


comércio virtual, pode-se traduzir como a realização de transação de compra e
transferências de fundos eletronicamente, especialmente através da internet.
Significa dizer que é uma relação de consumo sem o contato direto do consumidor
com o fornecedor do bem ou serviço, ou seja, é um negócio jurídico celebrado à
distância, e a ferramenta utilizada nesse tipo de transação vai desde um telefone até
um computador.

O comércio social eletrônico é resultante de um processo de “hibridação”


(CANCLINI, 2008) entre comércio eletrônico tradicional e redes sociais na internet.
Segundo Amir Rad e Morad Benyoucef (2010), a expressão social commerce refere-
se tanto a “redes de vendedores” como a “redes de compradores”, sendo esse tipo
de comércio uma “evolução do ‘E-Commerce 1.0’, que é baseado em interações
um–a–um, em uma forma mais social e interativa de e-commerce”. Distintamente,
Andrew Stephen e Olivier Toubia (2010) definem social commerce como “uma
tendência emergente em que os vendedores estão conectados em redes sociais on-
line, e na qual os vendedores são pessoas ao invés de empresas”. Não obstante, a
proposta de Stephen e Toubia afasta (em certos casos e sob determinado ponto de
observação) o enquadramento de tais relações comerciais pelo Código de Defesa
do Consumidor, Lei 8.078/90 (arts. 2º e 3º).

A conceituação de comércio eletrônico ainda divide os autores em suas


tentativas. A distinção mais notória entre os eles é com relação aos objetos - bens e
serviços - comercializados. De um lado, há estudiosos que entendem que apenas os
bens passíveis de circular através da rede é que são objetos do comércio eletrônico,
são produtos que podem ser transferidos de uma máquina para outra, como projetos
arquitetônicos, programas de computador, músicas digitalizadas, ou seja, "produtos
de bits". Há outra corrente que entende que o comércio eletrônico pode englobar
todos os produtos ou serviços transacionados em rede. Pode-se citar ainda a
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distinção entre comércio eletrônico direto, quando se trata de transferência de


serviços, e comércio eletrônico indireto, quando são comercializados bens físicos.

Rogério Montai de Lima assim o conceitua:

“Por comércio eletrônico entendem-se todas as relações negociais


que são realizadas tendo como instrumento o computador. Tais
relações podem se dar via fac-símile, telefone ou vídeo-fone; correio
eletrônico; interação de uma pessoa com um banco de dados
programado para receber pedidos de compra; ou interação de dois
computadores programados para contratarem sem interferência
humana. Em sentido lato, considera-se comércio eletrônico como
todas as transações comerciais efetuadas eletronicamente, com o
objetivo de melhorar a eficiência e a efetividade do mercado e
dos processos comerciais. Este processo engloba a venda à
distância e a venda realizada por máquinas.” (2008, p.58)

Definem os Estados Unidos que a expressão comércio eletrônico significa


qualquer transação conduzida na Internet ou por meio de acesso à Internet,
compreendendo a venda, arrendamento, licenciamento, oferta ou entrega de
propriedade, bens, serviços ou informação, para exame ou não, e inclui o
provimento de acesso à Internet. Entende Claudia Lima Marques que o comércio
clássico de atos negociais entre empresários e clientes para vender produtos e
serviços agora se realiza através de contratações à distância, conduzidas por meios
eletrônicos, por internet ou por meios de telecomunicação de massa. A Secretaria da
Receita Federal define o comércio eletrônico como um conjunto de transações
comerciais e financeiras realizadas por meio de processamento e transmissão de
informação, incluindo texto, som e imagem.

Para Rodney de Castro Peixoto há vários conceitos do comércio eletrônico:

“Conceito técnico – comercio eletrônico é uma combinação de


tecnologias, aplicações e procedimentos negociais que permitem a
compra e venda on-line de bens e serviços entre governos,
sociedades, corporações privadas e o público. Antes dos fenômenos
da Internet, o meio mais utilizado era o EDI (Eletronic Data
Interchange). Conceito econômico – comércio eletrônico é a
realização de toda a cadeia de valor dos processos de negócios,
realização esta efetuada no ambiente digital. Conceito administrativo
(privado) – comércio eletrônico é um termo genérico que descreve
toda e qualquer transação comercial que se utiliza de um meio
eletrônico para ser realizada. Com o uso de tecnologia se obtém a
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otimização do relacionamento da cadeia de suprimentos até o ponto


de venda, bem como a melhora da comunicação entre a empresa e o
cliente final. Conceito jurídico – comércio eletrônico é a atividade
comercial explorada através de contrato de compra e venda com a
particularidade de ser este contrato celebrado em ambiente virtual,
tendo por objeto a transmissão de bens físicos ou virtuais e também
serviços de qualquer natureza.” (2001, p.10)

Ainda segundo o mesmo autor:

“Mesmo sendo um campo novo e ainda inexplorado em toda a sua


potencialidade, carecedor de políticas padronizadoras que regulem
esta nova modalidade comercial nos âmbitos nacional e
internacional, o comercio eletrônico já alcança altos índices de
circulação de bens. Superando todas as expectativas de crescimento
que foram antes previstas pelos institutos especializados em
quantificar essa movimentação, o Brasil é o principal país do bloco
sul-americano em número de usuários de Internet e também de
transações comerciais na rede, (...).” (2001, p.10)

O e-commerce traz uma série de benefícios e incentivos aos empresários e


consumidores, como a redução de custos administrativos, encurtamento no
processo de compra e venda facilidade aos consumidores a flexibilidade quanto ao
horário de funcionamento das lojas virtuais, que operam 24 horas; comodidade ao
comprar sem sair de casa, economizando com isso tempo, transporte, alimentação e
todos os custos oriundos que podem envolver uma saída ao shopping, por exemplo.
Há ainda a grande marca do comércio eletrônico que é a superação dos limites
geográficos, podendo o estabelecimento virtual ofertar seus produtos para todo o
planeta. Surge, então, a necessidade de uma proteção mais efetiva ao consumidor,
num ambiente desmaterializado e ubíquo, com um fornecedor sem face e capaz de
obter informações sobre o contratante, simplesmente acompanhando sua
movimentação na internet.

4. A PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR NO COMÉRCIO ELETRÔNICO

O consumidor pode enfrentar obstáculos devido à estrutura tradicional do


Direito Internacional, se deparando com as dificuldades de um processo no
estrangeiro. O Direito Internacional, diferente e próprio de cada país, produzirá
frequentemente resultados insatisfatórios para o consumidor, tornando cada vez
mais urgente a necessidade da internacionalização nas zonas de integração
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econômica com o objetivo da harmonização de suas leis, pois sendo as leis


uniformes, o consumidor saberá qual a atitude tomar no caso de um
descumprimento contratual. Adotou-se um posicionamento contrário à
autorregulamentação da Internet. Novas leis foram editadas com o objetivo de
regular praticamente todas as formas possíveis de atividade na Rede. Esta
postura é necessária visto que abusos, além de crimes, serem praticados no
mundo virtual. É certo que interessa aos governos proteger o consumidor
internacional, visto que a compra pela internet movimenta bilhões, e só a certeza
de uma compra segura fará esse rico mercado girar.

A Comissão das Nações Unidas para o Direito Comercial Internacional sobre


Comércio Eletrônico elaborou a Lei Modelo UNCITRAL sobre Comércio Eletrônico,
com o objetivo de oferecer ao legislador nacional um conjunto de regras aceitáveis
no âmbito internacional que lhe permitam eliminar alguns obstáculos, com vistas a
criar um marco jurídico que permita um desenvolvimento mais seguro das vias
eletrônicas de negociação designadas pelo nome de comércio eletrônico. A Lei
aplica-se a qualquer tipo de informação na forma de mensagem de dados usada no
contexto de atividades comerciais, deixando de especificar o conceito de comércio
eletrônico.

No Brasil, a Constituição Federal recepcionou a defesa do consumidor como


direito fundamental, inserindo sua proteção entre os princípios da atividade
econômica. O Direito do Consumidor, visto como microssistema deve ter seus
princípios basilares observados em uma análise conjunta com a proposta normativo-
principiológica do Marco Civil da Internet. Nesse sentido, existem princípios
fundamentais que regem o sistema consumerista (dispostos no CDC, art. 4º). Dentre
eles, podem-se destacar três, por sua relevância para a presente reflexão: 1- o
reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; 2- a
presença do Estado no mercado de consumo; e 3- o incentivo à criação pelos
fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos
e serviços. Conforme Bittar (2003, pp. 29-30), com fulcro nos princípios apontados,
editaram-se, na Carta Consumerista, normas protetivas que o Código declara de
ordem pública e de interesse social, o que significa que não poderão ser alteradas,
ou substituídas, seja pela vontade das partes, considerando-se nula qualquer
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convenção em contrário. Portanto, por ser o CDC uma lei de função social, esta
intervém de maneira imperativa em relações jurídicas de direito privado, impondo
princípios que devem ser obedecidos no mercado online de consumo.

Por sua vez, o Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14) se estabelece a partir
de três princípios norteadores: liberdade de expressão, privacidade e neutralidade
da rede (art. 3º, incs. I, II e III). Podemos entender que tais princípios, em seu
conjunto, formam uma tentativa do legislador de consolidar o ideal de uma internet
aberta. A ideia de “internet aberta” se depreende, aliás, da própria leitura do art. 4º
da lei em comento. Tem-se uma previsão geral da proteção e defesa do consumidor
no Marco Civil da Internet (arts. 2º, inc. V e 7º, inc. XIII): “Art. 2º. A disciplina do uso
da internet no Brasil tem como fundamento o respeito à liberdade de expressão,
bem como: V – a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor”; “Art.
7º. O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário são
assegurados os seguintes direitos: XIII – aplicação das normas de proteção e defesa
do consumidor nas relações de consumo realizadas na internet”. O artigo 8º,
parágrafo único também desta lei estabelece a nulidade, de pleno direito, das
cláusulas que violem a garantia do direito à privacidade e à liberdade de expressão
nas comunicações, em se tratando de condições indispensáveis ao pleno exercício
do direito de acesso à internet.

O fornecedor tem como dever dispor da informação detalhada de sua oferta,


em razão de o consumidor possuir a incerteza de com quem esta celebrando o
negócio. O momento de formação do contrato virtual entre as partes existirá
mediante a visualização de uma oferta ou proposta pelo vendedor que vinculará a
aceitação pelo consumidor, ou seja, duas declarações de vontade convergentes e
ligadas entre si desta forma. Torna-se necessário ressaltar a importância desta regra
sobre a ótica virtual, em face de como afirma Geórgia Costa do Carmo, “as compras
são realizadas à distância, o consumidor apenas tem acesso às informações
dispostas pelo fornecedor.” Logo, as relações que se estabelecem no meio
eletrônico se formam pela presunção de boa-fé, baseada na confiança mútua.

O consumidor deve ser extremamente cuidadoso ao usar a internet, pois a


qualquer instante pode ser invadido por mensagens de publicidade que não
correspondem e não se identificam como estas e, portanto, configuram um
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marketing agressivo e invasivo. O Princípio da Transparência da Fundamentação da


mensagem publicitária, previsto no artigo 36, § único, do Código de Defesa do
Consumidor, prevê que a publicidade deverá basear-se em fatos reais e
transparentes ao consumidor. Outro direito que também pode ser aplicado dentro
das relações de consumo no comércio eletrônico é o direito ao arrependimento, o
qual permite que o consumidor desista da sua compra em até sete dias, o Superior
Tribunal de Justiça considera a modalidade de contrato eletrônico como fora do
estabelecimento comercial, desta forma, deve-se assegurar ao consumidor o seu
direito de arrependimento previsto na lei consumerista.

5. CONCLUSÃO

O presente estudo pretendeu trazer a luz do Direito a evolução da


tecnologia chegando ao momento da informática jurídica, onde há a preocupação de
tutelar os direitos dos indivíduos que transacionam no ambiente virtual. Ao analisar a
história da informática, averigua-se que sua evolução é notória, fazendo com que o
Direito acompanhe a caminhada e se transforme para melhor atender aos anseios
sociais.

As questões acerca do comércio eletrônico se fundaram na definição de


contrato virtual, onde teve ênfase maior nas partes envolvidas e na preocupação da
segurança jurídica. Para tal, definiu-se de forma clara, porém pouco profunda os
conceitos técnicos da ciência da computação. Trouxe breves definições sobre
documento eletrônico, assinatura digital, criptografia e certificação digital. A respeito
da proteção do consumidor, fora analisados os princípios estabelecidos pela
Constituição Federal do Brasil bem como artigos da Lei 12.965/2014 (Marco Civil da
Internet). Ainda que se observe que já existem meios de proteção ao consumidor no
comércio eletrônico, o Brasil ainda é carente em legislação, pois as que já existem
falam mais dos princípios do que dos problemas e soluções em si.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIAS, Jean Carlos. Direito contratual no ambiente virtual: de acordo com o novo
código civil. 2. ed. Curitiba: Jaruá, 2004.

JUNQUEIRA, Miriam. Contratos eletrônicos. Rio de Janeiro. Mauad, 1997.


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DE LUCCA, Newton. Direito do consumidor. São Paulo: Quartier Latin, 2003.

DE LUCCA, Newton. Direito do consumidor: aspectos práticos: perguntas e


respostas. Bauru: Edipro, 2000.

PEIXOTO, Rodney de Castro. O Comércio Eletrônico e os Contratos. Rio de Janeiro:


Forense. 2001.

MORAES, Aurélio Casali de. A aplicação do Código de Defesa do Consumidor nos


contratos eletrônicos. Disponível na internet via <www.direito.direitoemdebate.net.>
Acesso em 14/04/2018.

MARQUES, Cláudia Lima. Confiança no Comércio Eletrônico e a Proteção do


Consumidor. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004. p. 38.

CANCLINI, N. G. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade.


São Paulo: EDUSP, 2008.

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