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Treinamento de segurança na operação de unidades de processo

Trocadores de calor
Trocadores de calor

Trocador ou permutador de calor é um equipamento utilizado para aquecer, resfriar,


vaporizar ou condensar fluidos de acordo com as necessidades do processo. Esse é o
assunto deste fascículo.

Constituição

O trocador de calor, representado esquematicamente na ilustração abaixo, é


constituído pelas seguintes partes:
1. Casco
2. Carretel
3. Tampa do carretel
4. Espelho
5. Tubos / Feixe tubular

Por convenção, um trocador de calor é


representado pelo símbolo mostrado a
seguir.

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Classificação

Os trocadores classificam-se segundo quatro critérios, ou seja, quanto


 À passagem dos fluidos;
 À aplicação no processo;
 Ao arranjo físico e
 À mudança de fase de um dos fluidos.

Passagem dos fluidos


Quanto à passagem de fluidos, os trocadores podem ter passagem em corrente
paralela e em contra-corrente.

Os trocadores de calor com passagem de fluidos em corrente paralela são os tipos de


trocadores nos quais os fluidos fazem a troca térmica percorrendo o trocador no mesmo
sentido, conforme mostra ilustração a seguir.

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Observação
A temperatura de saída do fluido quente T2 não poderá ser mais baixa que a
temperatura de saída do fluido frio t 2 pois, quando as temperaturas dos fluidos se
igualarem, cessará a transferência de calor.

O trocador com passagem em corrente paralela é usado quando se deseja uma


transmissão de calor muito grande no início, com rápido resfriamento.

Exemplo:
Na pasteurização, o leite deve ser submetido logo no início a uma temperatura de 80C
para eliminar bactérias, e deve ser resfriado rapidamente para não alterar suas
propriedades e paladar.

Os trocadores de calor com passagem de fluidos em contra-corrente são os tipos de


trocadores nos quais os fluidos percorrem o equipamento em sentido contrário. Veja a
figura abaixo.

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Nesse tipo de trocador, a temperatura de saída do fluido quente T 2 poderá ser mais
baixa que a temperatura de saída do fluido frio t2, porém, nunca menor que t1.

Aplicação no processo

Os trocadores de calor são aplicados nos processos de:


 Aquecimento;
 Resfriamento;
 Condensação.

No aquecimento, os trocadores de calor são usados em três tipos de sistemas:


1. Aquecedor (“heater”);
2. Rfervedor (“reboiler”);
3. gerador de vapor.
G
O sistema é aquecedor quando aquece o fluido do processo com o auxílio do vapor ou
outro meio qualquer.

Exemplo:
Aquecedor para regeneração de soda, cuja representação esquemática é mostrada
abaixo.

O sistema é refervedor (“reboiler”) quando vaporiza um líquido por meio de vapor ou


outro fluido quente.

O refervedor é utilizado para fornecer calor às torres de destilação, vaporizando parte do


produto do fundo.

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Veja representação esquemática a seguir.

O sistema é gerador de vapor quando gera vapor, aproveitando calor de um líquido


quente proveniente do processo.

No resfriamento os fluidos do processo são resfriados usando água ou outros fluidos. A


diminuição de temperatura dos líquidos a serem armazenados evita as perdas por
evaporação dos produtos leves.

O resfriamento pode ser realizado por três sistemas:


1. Resfriador (“cooler”): resfria os fluidos do processo, usando água como meio de
resfriamento.
2. Condensador: condensa um fluido usando água ou outro fluido refrigerante. É
aplicado para recuperação de vapores de coluna de destilação bem como para
condensação de vapor exausto de turbinas, reduzindo a pressão de descarga das
mesmas.
3. Caixa resfriadora: resfria líquidos do processo, passando-os em uma grande
serpentina disposta dentro de um reservatório de água.

O arranjo físico refere-se à maneira como o trocador de calor é construído.


Assim, ele pode ser:
 Trocador de calor monotubular ou bitubular.

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 Trocador de calor multitubular (de passo triangular ou passo quadrado)

 Trocador de calor tipo serpentina

Mudança de fase de um dos fluidos


Segundo a mudança de fase, o trocador de calor pode ser de dois tipos:
 Trocador de calor sensível: troca calor sem mudança de estado dos fluidos
 Trocador de calor latente: troca calor com mudança de estado de pelo menos um
dos fluidos.

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Características construtivas

O trocador de calor, de acordo com suas características construtivas pode ser:


 Trocador de calor de feixe em “U”;
 Trocador de calor de feixe paralelo.

No trocador de calor de feixe em “U”, podem ser destacadas seis partes principais:
1. Casco;
2. Tampa boleada;
3. Tampa do carretel;
4. Carretel;
5. Feixe;
6. Junta.

A representação esquemática a seguir ilustra esse tipo de trocador.

Observação
Todas as tampas e sessões de carretel são conectadas com jogos de parafusos e
juntas.

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O trocador de calor de feixe paralelo tem a mesma característica do feixe em “U”.
Apresenta também uma tampa chamada flutuante, que é conectada ao feixe com o
jogo de parafusos e uma junta. Veja figura abaixo.

1 - Tampa do Flutuante 2 - Jogo de parafusos

3 - Junta 4 - Chicana

A figura a seguir apresenta um trocador de calor montado em uma base de concreto.

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Observação
Quando o feixe paralelo não possui o espelho flutuante, as dilatações diferenciais do feixe
e do casco podem ser absorvidas por uma junta de expansão montada no casco. Veja
figura abaixo.

Escolha do fluido

De maneira geral passam pelo lado interno dos tubos: fluido mais corrosivo; fluido com
mais pressão; fluido menos viscoso; fluido de menos vazão volumétrica, fluido mais
“sujo”.

Fluido com maior pressão


Porque o casco tem menos resistência, por ser maior o seu diâmetro.

Fluido menos viscoso


A menos que a perda de carga deva ser muito baixa.

Fluido de menos vazão volumétrica


Em vista de o casco oferecer maior espaço físico.

Fluido mais “sujo”


Devido à maior facilidade de limpeza pelo lado interno dos tubos com hidrojateamento.

Observação
Entre líquidos semelhantes, deve-se escolher para passar pelos tubos aquele de maior
pressão, maior temperatura e o mais corrosivo.

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Operação com trocadores

Na partida, deve-se alinhar primeiramente o fluido mais frio. Quanto maior for a
temperatura do fluido, mais lenta deve ser sua admissão no trocador.

Na parada, fecha-se primeiro a entrada do fluido mais quente. Caso contrário, o


equipamento poderá ser colocado em condições de risco.

Exemplo:
O trocador de calor tipo serpentina abaixo, deverá promover a troca térmica entre dois
fluidos:
 Fluido frio = água com temperatura inicial ti = 20C
 Fluido quente = água com temperatura inicial Ti = 90C

Observações:
 O fluido quente deverá passar pelos tubos (ou feixe tubular) e o fluido frio pelo
casco.

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 Com o objetivo de aumentar o tempo de residência dos fluidos e,
consequentemente, melhorar o rendimento da troca térmica, o fluido quente deverá
entrar na parte mais alta do trocador de calor (V1) e o fluido frio na parte mais baixa
(V3).

Seqüência da partida:
1. Abrir a V2 para purgar os gases;
2. Abrir a V3 para entrada do FF;
3. Abrir a V1 para entrada do FQ (lentamente);
4. Abrir a V4 para saída do FQ (lentamente).

Seqüência da parada:
1. Fechar a V1 para bloquear o FQ;
2. Fechar a V4;
3. Fechar a V3 para bloquear o FF;
4. Fechar a V2.

Perda de eficiência
A perda da eficiência de um trocador de calor pode ocorrer em diversas situações:
 Condições operacionais inadequadas,
 Falha de projeto,
 Vazamentos ou
 Deposição ou sujeira no equipamento.

Quando o permutador está sujo e não há suficiente troca de calor entre as partes, o
pessoal de manutenção deve retirar as tampas do carretel, boleado e flutuante, onde
houver, para proceder à limpeza.

Camadas de graxa, lama e depósitos podem ser removidas dos tubos com arames,
escovas ou jatos de água.

Se os tubos estiverem entupidos com depósitos muito agregados em seu interior,


pode-se utilizar hidrojateamento com alta pressão, limpeza mecânica ou, em alguns
casos, até limpeza química.

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Teste de pressão

Todos os trocadores de calor, sejam novos ou em caso de manutenção, antes de


entrarem em funcionamento operacional, são totalmente abertos e submetidos a um
teste hidrostático com pressões que variam de acordo com a sua fabricação.

Para que isso seja feito os testes devem ser realizados segundo as seguintes
recomendações:
 O permutador deverá ser testado com água e a pressão mantida por, pelo menos,
30 minutos.
 O casco e o feixe tubular deverão ser testados separadamente, de maneira que
possíveis vazamentos na mandrilhagem dos tubos sejam verificados pelo menos
de um lado.
 A pressão de teste hidrostático em temperatura ambiente deverá ser 1,5 vezes a
pressão do projeto, ou outra recomendada pelo engenheiro responsável.
 Quando não for possível o teste com água, poderá ser feito o teste pneumático.
Esse teste deve ser cercado de algumas medidas preventivas de segurança.

Teste do casco

O teste do casco de um trocador casco-tubos permite localizar vazamentos nos


seguintes locais:
 Mandrilhagem dos tubos;
 Junta entre casco e espelho fixo;
 Tubos;
 Conexões.

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Teste do feixe

O teste do feixe permite, geralmente, localizar vazamentos nos seguintes pontos:


 Junta entre tampa e carretel;
 Conexão para instrumentos;
 Tampa do lado do casco.

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RASCUNHO

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