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Introdução e Epidemiologia
A síndrome nefrótica (SN) é caracterizada fundamentalmente por proteinúria maciça (= 50 mg/kg/dia ou 40
mg/m2/hora) e hipoalbuminemia (= 2,5 g%), o quadro completo inclui ainda edema, hiperlipidemia e
lipidúria.
Na infância, 90% dos casos correspondem à SN primária ou idiopática, não sendo, portanto, associada a
nenhuma doença sistêmica, hereditária, metabólica, infecciosa ou uso de drogas ou medicamentos.
Quanto à influência racial, é consenso geral ser encontrada mais frequentemente nas raças branca e
amarela.
A glomerulonefrite por lesões histológicas mínimas (LHM) é a causa mais comum da SN primária em
crianças, correspondendo a aproximadamente 80% dos casos e tem início entre os 2 e 7 anos de idade,
sendo que 2/3 dos casos ocorrem antes dos 5 anos e o pico de incidência é aos 3 anos de idade.
Em algumas crianças, a SN manifesta-se nos primeiros meses de vida. Neste grupo etário, ocorre maior
prevalência de SN congênita. Em adultos, responde por aproximadamente 25% das nefropatias primárias
que cursam com SN.
Quando a SN ocorre como parte de uma doença sistêmica ou relacionada a drogas ou outras toxinas, é
chamada de SN secundária. São causas de SN secundária em crianças:
- SN associada a doenças sistêmicas: lúpus eritematoso sistêmico, púrpura anafilactoide, nefropatia por
IgA, sífilis, GN pós-infecciosa, malária; hepatite, diabete melito, linfoma, esquistossomose, toxoplasmose,
citomegalovírus, aids, amiloidose;
- SN associada a drogas: drogas anti-inflamatórias não esteroidais, penicilamidas, heroína, ouro;
- SN associada com toxinas e alérgenos: alergia alimentar, picada de insetos.
ETIOPATOGENIA
Até o momento e por diversos fatores, pode-se dizer que a SN é uma doença de base imunológica.
Pacientes com SN apresentam produção anormal de imunoglobulinas (redução de IgA e IgG e aumento de
IgM e IgE), alteração da imunidade celular, deficiência da capacidade de opsonização, disfunção de
linfócitos T supressores, associação com atopias, além do fato de ocorrer remissão com utilização de
imunossupressores e imunomoduladores.
A partir dessas observações, foi proposto que células T alteradas secretariam fatores de permeabilidade
capazes de interferir na expressão e/ou na função de estruturas da membrana basal glomerular (MBG),
determinando proteinúria. Um dos fatores estudados é o VPF (vascular permeability factor), que é
produzido por linfócitos T periféricos de pacientes com LHM e outras SN córtico-sensíveis, em resposta a
estímulos mitogênicos. Este fator induz à proteinúria por diminuir as cargas aniônicas da MBG. A terapia
com corticoides e ciclosporina A (CsA) diminui a produção de VPF.
Outros estudos têm mostrado, in vitro, aumento da produção de outros fatores, por exemplo, interleucinas
(IL), fator de necrose tumoral (TNF) etc., que alterariam a seletividade da MBG, a resposta dos linfócitos T
aos antígenos e a produção de imunoglobulinas (Igs) pelos linfócitos B. Todavia, ficam sem explicação
muitos eventos imunológicos que ocorrem na SN e há, ainda, resultados contraditórios.
FISIOPATOLOGIA
Proteinúria
A proteinúria é proveniente do aumento da permeabilidade do capilar glomerular por alteração da sua
capacidade como filtro seletor de partículas, ou do seu desempenho como barreira eletrostática. Além da
passagem anormal de proteínas devido ao aumento da permeabilidade da MBG, outro fator importante
que contribui para determinar proteinúria é a queda de reabsorção pelas células epiteliais do túbulo
proximal por saturação dos mecanismos reabsortivos destas células, devido ao aumento da carga proteica
no lúmen tubular.
Muitas outras proteínas plasmáticas (de pequeno e médio peso molecular) além da albumina são perdidas
na urina dos pacientes nefróticos e estão muito diminuídas: gamaglobulinas, alfaglobulinas, transferrina,
proteínas carreadoras de hormônios, proteínas inibidoras da cascata de coagulação. Essas perdas podem
provocar alterações do sistema endócrino ou dos padrões metabólicos normais. Por outro lado, proteínas
de alto peso molecular (fibrinogênio, betalipoproteínas, IgM) encontram-se em concentrações aumentadas
no plasma. Isso ocorre tanto pelo aumento da síntese hepática quanto pela pequena perda urinária.
Essas duas teorias não são completamente aceitas porque os volumes plasmáticos podem variar nas
diferentes fases e formas da doença. Em crianças portadoras de LHM que apresentam proteinúria intensa,
o mecanismo provável seria gerado pela hipovolemia, ao menos inicialmente. Já em adultos, geralmente
com SN persistente, a retenção contínua de sódio poderia determinar o edema pelo mecanismo
hipervolêmico.
Hiperlipidemia
Nas crianças com SN, os níveis séricos do colesterol total livre, ésteres do colesterol e lipoproteínas
acham-se elevados. Nos casos graves, os triglicérides também se encontram aumentados. A causa da
hiperlipidemia é controversa.
A hipoalbuminemia e a redução da pressão oncótica plasmática levariam a um aumento da síntese de
proteínas pelo fígado. Sabe-se que a albumina e as lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL)
compartilham, no hepatócito, a mesma via de síntese. Assim, ao mesmo tempo em que o organismo
tenta repor as perdas proteicas urinárias, elevam-se as VLDL. Portanto, a hiperlipidemia estaria
correlacionada à hipoalbuminemia, havendo aumento da síntese hepática de lipoproteínas de baixa
densidade (LDL), muito baixa densidade (VLDL) e densidade intermediária (IDL). Por outro lado, haveria
diminuição da lipase lipoproteica (LPL) e Apo-CII, um cofator necessário para sua atividade.
As principais consequências da hiperlipidemia são a aterosclerose e a progressão das lesões
glomerulares. Nos casos de SN idiopática corticossensível da infância, na qual se alternam períodos de
hiperlipidemia com períodos de lipemia normal, esses riscos são pequenos. Já nos casos com alterações
lipídicas permanentes, pode ocorrer repercussão cardiovascular e também progressão para esclerose
glomerular e intersticial.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A apresentação clínica clássica da SN por LHM caracteriza-se por edema sem hipertensão arterial ou
hematúria e com função renal preservada.
Sua presença não seja essencial para o diagnóstico, mas o edema é a principal manifestação clínica da
SN. Nos casos de LHM, este geralmente é intenso, mole, frio, depressível e sujeito à ação da gravidade.
Normalmente inicia-se na face, de instalação gradual ou rápida, estendendo-se de maneira insidiosa para
todo o corpo, com grande tendência a invadir serosas, levando à anasarca. Com a piora do edema, pode
ocorrer formação de ascite, edema escrotal e/ou peniano, edema labial e derrame pleural.
Oligoanúria e urina espumosa podem ser encontradas, assim como sinais de desnutrição: cabelos finos,
quebradiços e descorados, redução de massas musculares e unhas frágeis com estrias esbranquiçadas
horizontais.
A pele é seca e friável e a pressão arterial (PA), como citado anteriormente, nos casos de LHM geralmente
é normal. Entretanto, alguns pacientes podem apresentar hipertensão transitória.
O uso crônico de corticoide nas crianças com muitas recidivas lhes confere aspecto cushingoide: aumento
de peso, hipertricose, giba, fácies de lua e acne. Sinais de descalcificação óssea devido às alterações no
metabolismo da vitamina D e diminuição do cálcio ligado à proteína também podem ser encontrados.
Há associação com bronquite asmática alta (40 a 60%) e processos alérgicos em geral, assim como
relação com processos infecciosos de vias aéreas superiores, broncopneumonias, celulite e sepse. Os
agentes infecciosos mais frequentes são o Streptococcus pneumoniae e as bactérias Gram-negativas (E.
coli, Klebsiella sp.), Haemophilus influenzae e Staphylococcus aureus, sobretudo em pacientes
hospitalizados.
Distúrbios gastrintestinais são frequentemente encontrados no curso da SN: diarreia (pelo edema da
mucosa ou de etiologia infecciosa), hepatomegalia (pelo aumento da síntese de albumina e/ou edema
hepático), dor abdominal (devido ao edema da parede intestinal ou hepático e episódios de peritonite por
contaminação bacteriana do líquido ascítico). Podem ocorrer também hérnias umbilicais, varizes na
parede anterior do abdome e prolapso retal.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Alterações Urinárias
Proteinúria de 24 horas: proteinúria nefrótica é definida como = 50 mg/kg/dia, ou 40 mg/m2/hora ou
também = 3,5 g/1,73 m2/dia.
Quando houver dificuldade na coleta de urina de 24 horas, usar amostra isolada de urina. A relação
entre a concentração de proteína/creatinina urinárias em amostra isolada de urina expressas em mg/dL,
quando maior que 2, indica proteinúria nefrótica.
Proteinúria
Proteína/creatinina urinárias Proteinúria
< 0,2 Normal
0,2 a 0,5 Mínima
0,5 a 2 Moderada
>2 Nefrótica
Urina
Resultados Escala Proteinúria (mg%)
Sem turvação 0 0
Leve turvação + 15 a 30
Turvação sem precipitação ++ 40 a 100
Turvação com precipitação +++ 150 a 350
Precipitado floculento ++++ 600 a 2.000
Alterações Sanguíneas
Eletroforese de proteínas: Redução do nível sérico de albumina (= 2,5 g%), gamaglobulina e alfa-1-
globulinas, com aumento da alfa-2-globulina. O aumento de gamaglobulina sugere etiologia secundária.
Sódio, potássio e cálcio: a hiponatremia pode aparecer e é geralmente dilucional, podendo estar
associada ou agravada pelo uso de diuréticos potentes. Pode ocorrer algum grau de pseudo-hiponatremia
devido à hiperlipidemia. Níveis de potássio estão aumentados em situações de falência renal ou acidemia
metabólica associada, enquanto a hipocalemia é comum como complicação do uso de diuréticos
espoliadores de potássio, anorexia e/ou vômitos ou alcalose metabólica. Hipocalcemia pode estar
relacionada às disfunções de metabolismo da vitamina D ou à hipoalbuminemia, valendo a dosagem do
cálcio sérico ionizado. Nos casos de proteinúria muito intensa, com perda de metabólitos da vitamina D, o
cálcio ionizável também pode estar baixo.
Hemograma: hemoglobina e hematócrito podem estar elevados pela hipovolemia. Pode ocorrer
aumento do número de plaquetas. Leucocitose pode indicar infecção ou ser decorrente do uso crônico de
corticoides.
TRATAMENTO
Medidas Gerais
Dieta
É difícil definir o teor proteico da dieta de pacientes com proteinúria. Alguns autores recomendam dietas
normoproteicas com receio de eventual desnutrição. A restrição salina deve ser utilizada, contudo não há
necessidade de restrição hídrica.
Diuréticos
A terapia diurética não determina grandes alterações na evolução da SN, exceto se houver edema
generalizado e intenso, especialmente na presença de desconforto respiratório e/ou gastrintestinal,
grandes anasarcas, dificuldade em abrir os olhos, restrição importante das atividades ou dermatites
intertriginosas.
Albumina
Infusão endovenosa de albumina (20 ou 25%) deve ser feita sem diluição e na dose de 0,5 a 1 g/kg. Pode
ser administrada junto com furosemida por via IV em infusão contínua na dose de 0,1 a 0,2 mg/kg/hora. A
infusão de albumina é contraindicada em pacientes hipervolêmicos, pelo risco de desencadear
insuficiência cardíaca congestiva.
Os resultados são muito eficazes e devem ser monitorados os níveis de cálcio e potássio séricos e o
equilíbrio ácido-básico.
Antibioticoterapia
Os antibióticos devem ser utilizados não apenas com finalidade terapêutica, mas também, eventualmente,
profilática nos casos que apresentem repetidas recidivas por contaminação bacteriana, o que desencadeia
e prolonga as fases de descompensação.
O tratamento baseia-se na utilização de antibióticos com espectro contra Streptococcus
pneumoniae (causa importante de peritonite e sepse), bactérias Gram-negativas (também responsáveis
por peritonite) e S. aureus (determinando celulites), que podem evoluir para sepse.
O tratamento deve ser instituído rapidamente, levando em consideração o foco infeccioso, o estado clínico
do paciente e o agente bacteriano. Os antibióticos utilizados podem ser, por exemplo, as penicilinas e seus
derivados e os aminoglicosídios. A profilaxia é feita com penicilina VO em doses baixas ou com vacina
antipneumocócica, por ser o estreptococo o principal agente a causar intercorrências nesses pacientes.
Tratamento Específico
As drogas empregadas no tratamento da SN são imunossupressoras, sendo importante realizar
investigação de possíveis infecções prévias e tratá-las, checar o calendário vacinal da criança e descartar
parasitoses intestinais antes de iniciar o tratamento específico.
Corticoterapia
É o tratamento de escolha em LHM, havendo remissão da proteinúria em cerca de 80 a 90% dos casos.
Vários esquemas terapêuticos utilizando corticoides para o tratamento de pacientes com SN vêm sendo
propostos. Uso da prednisona em dois esquemas:
1. Esquema diário: ministrado por 4 semanas com a finalidade de induzir remissão e nas recidivas
até a negativação da proteinúria. Utiliza-se a prednisona na dose inicial de 60 mg/m2/dia,
aproximadamente 2 mg/kg/dia (dose máxima 80 mg/dia), em três tomadas diárias, durante 4 semanas.
Cerca de 80 a 90% dos casos são sensíveis aos corticoides, com desaparecimento da proteinúria em
menos de 4 semanas após o início do tratamento (corticossensível).
Uma característica da SN idiopática são as recidivas, que ocorrem em cerca de 60% dos casos e
habitualmente são precedidas por processos infecciosos, sobretudo de vias aéreas superiores. Nestes
casos, a conduta consiste em tratar a infecção desencadeante e, caso a criança esteja recebendo
corticoide diariamente, este deve ser alternado, usando-se a dosagem adequada (35 mg/m2/dia). Se o
paciente estiver sem corticoterapia e após o tratamento com antibiótico não entrar em remissão
espontânea, na ausência de quadros infecciosos, deve ser reiniciado esquema diário com corticoide, e
mantido até 3 dias após a remissão. Os recidivantes frequentes necessitam de corticoterapia prolongada,
em geral 6 meses de esquema alternado com retirada progressiva e lenta da medicação.
Cerca de 10 a 20% dos pacientes são corticorresistentes. O uso de outros agentes imunossupressores
está indicado nos pacientes corticorresistentes, corticodependentes e recidivantes frequentes. Para estes
pacientes, deve-se buscar alternativas terapêuticas, como as que seguem.
Vacinações
As vacinações podem levar à descompensação do quadro nefrótico, mas, mesmo assim, os pacientes
com SN não devem deixar de recebê-las. Sob tratamento com altas doses de corticoide ou outras
medicações imunossupressoras, não se deve recomendar vacinas de vírus vivos.
A vacinação antipneumocócica deve ser realizada no paciente em remissão da SN ou fora do esquema
diário de tratamento com corticoide. Recomenda-se a vacina antipneumocócica 7-valente para crianças
menores de 5 anos de idade e a 23-valente para os maiores.
Apesar da imunização, os níveis de anticorpos adquiridos nem sempre são adequados, podendo ocorrer
peritonite ou sepse por pneumococo. A vacina de varicela num esquema de 2 doses é bem tolerada e
altamente imunogênica em crianças com SN, inclusive naquelas que recebem esquema alternado com
baixas doses de corticoide e pode ser administrada após 1 ano de idade, com bons resultados. Os
pacientes não imunizados devem ser controlados durante os surtos de varicela e receber imunoglobulina
específica se houver exposição ao vírus. Caso a doença se manifeste, deve-se reduzir a dosagem do
corticoide e utilizar o aciclovir.
COMPLICAÇÕES
Infecções
Crianças nefróticas apresentam uma suscetibilidade aumentada a infecções devido às alterações da
imunidade humoral e celular, ativação da via alternada do complemento por perda urinária do fator B,
deficiência proteica generalizada e terapia imunossupressiva. Os agentes bacterianos mais
frequentemente implicados são Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e outras bactérias
Gram-negativas. As complicações bacterianas mais frequentes são infecções de vias aéreas superiores,
sinusites, pneumonias, peritonites e celulites. As crianças nefróticas apresentam um risco maior para
septicemia.
Fenômenos Tromboembólicos
O tromboembolismo constitui uma das mais sérias complicações da SN, podendo ocorrer tromboses tanto
na circulação arterial quanto na venosa e, algumas vezes, episódios recidivantes.
Alterações presentes na SN que facilitam a formação de trombos são: hemoconcentração, aumento da
viscosidade sanguínea, hiperlipidemia, trombocitose e aumento de agregação plaquetária, do fibrinogênio
e dos fatores V, VII, VIII, X e XI. São também condições propícias para o tromboembolismo: o uso de
diuréticos, o tratamento com corticoides, as infecções e o repouso no leito. A incidência de
tromboembolismo na criança com SN é calculada em torno de 2 a 4%.
Crise Nefrótica
Dor abdominal intensa, simulando abdome cirúrgico, é sinal de peritonite asséptica em crianças com
anasarca, o que exige tratamento conservador.
EVOLUÇÃO
Tanto a resposta aos corticoides quanto a frequência das recidivas após a terapia inicial são fatores
prognósticos de evolução. Pacientes corticossensíveis geralmente mantêm sua função renal normal e
aqueles com mais de duas recaídas nos primeiros 6 meses de tratamento têm mais recidivas no curso da
doença quando comparados aqueles com duas ou menos recidivas.
Estima-se que, com o passar dos anos, os períodos de atividade diminuam de frequência e que, aos 5
anos de doença, de 50 a 70% dos pacientes não apresentem recidivas e que, aos 10 anos, 85% estejam
curados. Após a introdução de corticoide e antibióticos no tratamento de pacientes com SN, a mortalidade
reduziu de 35 para 3%, pois a infecção é a principal causa de óbito nesses pacientes. Além dos processos
infecciosos, o risco de tromboembolismo deve ser sempre considerado. Considera-se “eventualmente
curada” uma criança que permanece 5 anos sem crises e sem medicação. Mesmo assim, às vezes, após
períodos muito longos, podem surgir novas recorrências.