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Universidade Federal Rural do Semi-Árido

Centro de Engenharias
Engenharia Química

Mossoró, abril de 2018


Sal – mineral constituído por dois elementos químicos, o
sódio e o cloro: cerca de 40% da composição total é sódio
(Na) e os restantes 60% cloro (Cl).
 Apresenta-se sob a forma de cristais brancos, com granulação
uniforme, inodoro e com sabor salino próprio.

 Mineral importante para a saúde, quando administrado de forma


correta e em quantidade ponderada, de modo a manter a pressão
sanguínea e o volume de sangue no organismo.
 A indústria do sal é tão antiga quanto a humanidade;

 Foi utilizado como objeto de culto e meio de troca;

 No Tibet e na Mongólia, usaram–se torrões de sal como dinheiro;

 O sal é há muito tempo, uma parte essencial da dieta humana;

 O cloreto de sódio é fonte de muitas substâncias químicas.


 A produção de sal marinho é muito concentrada geograficamente,
contribuindo o Rio Grande do Norte com mais de 90% da produção
brasileira, ficando o restante com o Rio de Janeiro, Ceará e Piauí.

 No Rio Grande do Norte, a produção de sal também é concentrada


geograficamente, ocorrendo em poucos municípios, sendo que dois
deles, Macau e Mossoró, contribuem com cerca de 75% da produção
total.
Fonte: DNPM, 2012
Principais municípios

Mossoró Porto do mangue

Tibau Macau

Grossos Guamaré

Areia Branca Galinhos


‘Jerônimo de Albuquerque deu a Antônio e Mathias d’ Albuquerque, seus
filhos, em trinta de agosto de seiscentos e cinco, duas salinas que estão
há quarenta léguas daqui para a banda do norte, não cultivadas nem feitas
benfeitorias, nem a terra serve para coisa nenhuma, a não ser o sal que
por si próprio se cria. [...] Nessas salinas, se coalha o sal em tanta
quantidade que podem carregar grandes embarcações todos os anos,
porque assim como se tira um, se coalha e cresce continuamente outro’.
[...]. Até aquele momento, as salinas naturais se encontravam
inexploradas’ [...] ‘Faz-se no Brasil sal em salinas naturais, como em Cabo
Frio (RJ) e Rio Grande, onde se acha coalhado em grandes pedras e mui
alvo’. (MOURA, 2003, p. 183).

 Fonte: revisão sobre a evolução histórica do RN


Sal

Consumo Consumo Consumo


humano animal industrial

Cada segmento requer produtos com especificações próprias.


Cloreto de sódio é a matéria-prima básica de muitos compostos químicos.

Produção do cloro Alimentação humana

Produção de soda caustica Alimentação de animais

Produção do carbonato de Produção de vidro, plástico e


sódio borracha
Produção do sulfato de sódio Conservação de couros
e peles
Manufatura de papel Reduzir o volume de
gelo nas estradas
Produção de sabão
e detergentes
Evaporação da
Origem do sal água do mar

Mineração do sal
gema

Salmoura de poços
 Sal obtido pela evaporação da água do mar – pureza entre 98 e 99%.

 Sal obtido pela mineração do sal gema - composição variável,


dependendo do local de origem.

 Sal obtido de salmoura de poços - pureza de aproximadamente 98 %.


Depende da pureza da água que é injetada no poço para dissolver o
leito de sal gema.
Captação da água do mar

Evaporação da água do mar

Cristalização do sal

Colheita do sal

Lavagem e secagem do sal


Cimsal
 Através de sistemas de bombeamento e canais que transferem a água
do mar para grandes tanques conhecidos como evaporadores.

 A água do mar captada possui um teor de sal medido na escala de


graus Baumé, de aproximadamente 3,5 a 4,5 ° Baumé.

 3,5 °Baumé (27 g/l Na Cl)


 As águas captadas vão para os evaporadores, cujo objetivo é

concentrar a água do mar, através da evaporação pela exposição ao

sol.

 Evaporadores – conectados através da gravidade, resultando na


circulação da salmoura. A medida que a salmoura percorre a área de
evaporação, aumenta a sua concentração devido a evaporação da
água.

 A salmoura permanece nos evaporadores até atingirem a

concentração de sal de aproximadamente 25 ou 26 ° Baumé

(equivalente a aproximadamente 255-268 g/L de sal).


A taxa de evaporação depende de fatores tais como:

 Umidade do ar;

 Velocidade dos ventos;

 Quantidade de energia solar absorvida.


 Na evaporação, a fauna e a flora presentes na salina ainda são
semelhantes às do mar. Passado algum tempo, introduz-se na
salmoura a Artémia salina, um microcrustáceo que atua como filtro
biológico, absorvendo todos os microorganismos e purificando a
salmoura.

 A salmoura continua a concentrar-se até atingir o limite de saturação,


sendo posteriormente transferida para os cristalizadores, por
bombeamento.
 Nos cristalizadores, com a evaporação da salmoura saturada, há a
precipitação dos cristais de sal. Quando a salmoura atinge uma densidade
de 29 ° Be, denominada de água mãe, é descartada para o mar ou corpo
d'água mais próximo.

 Cada cristalizador mantém uma camada de 30 a 40 centímetros de


salmoura, que é trocada a cada trinta ou quarenta dias.

 Precipita-se por mês uma camada de 2,5 a 3 cm de sal. Quando a camada


chega a uma altura de 15 a 18 cm de sal, retira-se a salmoura e inicia-se a
colheita do sal.
 Os cristalizadores são drenados e ocorre a colheita que é feita de
maneira mecanizada, através de máquinas (escavadeira hidráulica) e
o sal é transferido para um caminhão tipo caçamba.
Refimosal, 2011
 Lavagem - o sal é lavado utilizando uma salmoura, solução de água
saturada de sal, que evita a sua dissolução e reduz o teor de
impurezas.

 O sal lavado é centrifugado e segue em esteiras para o processo de


cura (diminuição da umidade) para em seguida ser moído ou
refinado.
 Beneficiamento dos Cristais de NaCl

Após os processos de colheita, lavagem e secagem do sal as moagens e


refinarias recebem o sal in natura para realização do beneficiamento do
produto. O sal enviado passará por processos de moagens e refinos de
modo a satisfazer a demanda do mercado seguindo as normas de
legislações.
Moagem

Secagem

Peneiramento

Adição de aditivos

Embalagem
• Moinho de
Moagem martelos
• Iodo e
Adição de ferrocianeto de
aditivos sódio

• Roscas
Transporte helicoidais

Secadores Leito fluidizado

Peneiramento e
classificação
Os aditivos são processados conforme a finalidade de uso e o sal é levado
por roscas transportadoras para ser embalado e expedido.
Composição e Características do grão
beneficiamento
Comum Grosso

Refinado Peneirado

Marinho Triturado

Moído
Sal de cozinha

Sal marinho

Sal kosher

Sal de rocha

Sal moído

Sal hipossódico
Sal de cozinha

 Mais comum e consumido no mercado;

 É refinado, onde é processado para remover suas impurezas;

 Apresentam aditivos como iodeto de potássio e ferrocianeto sódio,


na sua composição;

 Apresenta textura fina e aspecto homogêneo.


Sal marinho - “flor de sal”.

 Apresenta custo mais elevado quando comparado ao sal de cozinha,


considerando que ele apresenta uma forma de colheita diferente
(raspado manualmente da superfície de lagos de evaporação).

 Encontrado em granulometrias diferentes (grosso, fino ou em


flocos).

 Dependendo da região, pode ser encontrado nas colorações branco,


rosa preto, cinza e ainda apresentar combinações de cores
(REFIMOSAL, 2017 e ECYCLE, 2017)
Sal Moído

 Utilizado principalmente para setores alimentícios e agropecuários.

 Apresenta composição química e granulometria especifica, de


acordo com as normas para consumo e é beneficiado através de
moinho (REFIMOSAL, 2017).

Sal hipossódico (Sal Light)

 Considerado uma variação do sal comum ou refinado. Apresenta


baixo teor de sódio, pois o mesmo é substituído por cloreto de
potássio, permitindo a sua utilização em níveis normais por pessoas
que apresentam doenças como hipertensão.

 Possui um sabor um pouco amargo, porém em relação ao salgado

produzido é considerado mais suave que o sal de cozinha normal e

auxilia no bem estar da saúde já que não retém líquido no corpo (o

sal comum retém líquido para ser dissolvido pelo corpo).


Análise granulométrica

Resíduos insolúveis

Iodo

Ferrocianeto de sódio

Cálcio e magnésio e sulfato

umidade
Granulometria – classifica o sal quanto a dimensão do grão (ABNT).

a) Grosso: sem especificação granulométrica;

b) Peneirado: sem especificação granulométrica;

c) Triturado: sem especificação granulométrica;

d) Moído: retenção máxima de 10% na peneira nº 18 (1,00 mm);

e) Refinado: retenção máxima de 5% na peneira nº 20 (0,84 mm) e


retenção mínima de 90% na peneira nº 140 (0,105 mm).
 Iodo (ANVISA) - objetiva avaliar a quantidade de iodo presente na
amostra de sal comum, a qual deve encontrar-se na faixa entre (15mg/Kg
e 45 mg/Kg).

 A adição de iodo dá-se por meio de uma solução de iodato de potássio a


5%. Tem por objetivo evitar distúrbios por deficiência de iodo.

 Ferrocianeto de potássio (ANVISA) – tem por objetivo evitar que o sal se


aglomere e forme pedras de sal. O “o valor permitido é de: máximo de 20
ppm de Na4Fe(CN)6/Kg de Sal.
Degradação de áreas de mangue

 Provocada pela remoção da cobertura vegetal e alteração das


camadas de solo, proveniente da abertura de canais, implantação
dos evaporadores e demais instalações da planta e também à
deposição de material em áreas adjacentes.

 A instalação de salinas nos manguezais poderá causa a morte de


toda a flora e fauna da área utilizada. Mesmo depois de desativadas
as áreas das salinas não voltam a ser manguezal (não se regeneram),
tornando-se secas, arenosas e sem vegetação.
Degradação do solo e águas

 Decorrentes da disposição inadequada dos rejeitos da produção do


sal, com destaque para:

 “Água mãe”- salmoura de alta concentração, que não é adequada


para a produção de sal, e devido a sua alta concentração não pode
ser descartada em qualquer lugar, podendo matar a microfauna
existente no ecossistema do mangue, se ali for despejado.
 Cimsal. Disponível em: http://www.cimsal.com.br/ppb.html. Acesso em:
05/04/2018.

 REFIMOSAL. O sal e a economia do RN. 2011. Disponível em:


http://www.refimosal.com.br/blog/2011/09/30/o-sal-e-a-economia-do-rio-
grande-do-norte/. Acesso em: 18 de setembro de 2017.

 Saúde e segurança do trabalhador na indústria de extração,


beneficiamento e transporte do sal marinho São Paulo 2013 Pedro
Câncio Neto3, IFRN/MEC; Yuri Fujishima3; Giann Carlo Silva Medeiros3;
Teresa C. Nathan O. Pinto1; Claudia Carla Gronchi1; João Apolinário da
Silva1; Gilson L. Rodrigues2; Luiz Antônio de Melo2. 1FUNDACENTRO; 2
FUNDACENTRO/CRPE; 3 Pós-Graduação da FUNDACENTRO

 SHREVE, R. NORRIS; BRINK JR., JOSEPH A. Indústrias de Processos


Químicos. 4ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Dois, 1980.

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