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Bioecologia e
Foto: Marcos Botton.
caracterização de danos
de Neopamera bilobata
(Say, 1832) (Hemiptera:
Rhyparochromidae) em
morangueiro
Marcos Botton1
Taciana Melissa de Azevedo Kuhn2
Maria Aparecida Cassilha Zawadneak3
Alci Enimar Loeck4
1
Eng. Agr., Dr., Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, RS. E-mail: marcos.botton@embrapa.br
2
Eng. Agr., Doutoranda em Entomologia, Esalq/USP. E-mail: tacianakuhn@hotmail.com
3
Eng. Agr., Dra. Professora Associada II, UFPR-PR. E-mail: mazawa@ufpr.br
4
Eng. Agr. Dr., Professor Titular, UFPel-RS. E-mail: alcienimar@yahoo.com.br
Bioecologia e caracterização de danos de Neopamera bilobata (Say, 1832) (Hemiptera: Rhyparochromidae) em morangueiro
2
B
Foto: Maria Aparecida Cassilha Zawadneak.
Figura 1 – Adultos e ninfas de Neopamera bilobata em (A) flor de morangueiro, (B) frutos
Fig. 1. Adultos e ninfas de Neopamera bilobata em (A) flor de morangueiro, (B) frutos verdes e (C) frutos maduros.
verdes e (C) frutos maduros. Fotografia de Kátia Braga (A) e Maria Aparecida Cassilha
Zawadneak (B e C).
3
Bioecologia e caracterização de danos de Neopamera bilobata (Say, 1832) (Hemiptera: Rhyparochromidae) em morangueiro
3
Este comunicado técnico tem como objetivo A espécie apresenta fêmures das pernas anteriores
apresentar informações sobre a bioecologia e os engrossados (Figuras 2A e 2B), com duas fileiras
danos causados pelo percevejo do morango de espinhos do lado interno. N.bilobata apresenta
N. bilobata. dimorfismo sexual, sendo que o femur dos machos
mais robustos e com espinhos maiores (Figuras 2C e
2D) (DELLAPÉ, 2005).
Foto: Taciana M. A. Kuhn.
Foto: Vitor C. Pacheco.
C C D D
C C D D
Os ovos são depositados no colo da planta, coroa, amarelo-pálida tornando-se vermelhos com o
sobre as sépalas ou no pseudofruto (Figura 3). desenvolvimento do embrião. O período de ovo dura
Os ovos possuem formato alongado, com menos em torno de 10 dias (23±1ºC, 70±10%) (KUHN et
de 1 mm de comprimento, apresentando cor al., 2014).
A B
A B
Figura
Fig. 3. Ovo 3 – Ovo
de Neopamera de Neopamera
bilobata sépalas e depositado
bilobata
depositado em (A) emde(A)
no (B) pseudofruto sépalas
morangueiro. e no (B) pseudofruto
de morangueiro. Fotografia de Maria A. C. Zawadneak (A) e Taciana M. A. Kuhn (B).
Figura 3 – Ovo de Neopamera bilobata depositado em (A) sépalas e no (B) pseudofruto
de morangueiro. Fotografia de Maria A. C. Zawadneak (A) e Taciana M. A. Kuhn (B).
A fase de ninfa passa por cinco instares (Figura 4 muito ágeis, assim como os adultos, movimentando-
A fase de ninfa passa por cinco instares (Figura 4 – A, B, C, D e E) (PEREDO;
– A, B, C, D e E) (PEREDO; GAMEZ-VIRUES, 2005; se bastante entre as plantas.
KUHNGAMEZ-VIRUES, A fase2005;
et al., 2014), sendo os KUHN
insetos
de ninfa passaetpor
neste al.,cinco
período 2014), sendo
instares os insetos
(Figura neste
4 – A, B, C, D período muito ágeis,
e E) (PEREDO;
GAMEZ-VIRUES,
assim como os adultos,2005; KUHN et al., 2014),
movimentando-se sendo os
bastante insetos
entre neste período muito ágeis,
as plantas.
assim como os adultos, movimentando-se bastante entre as plantas.
A B C
Fotos: Taciana M. A. Kuhn.
A B C
D E
D E
Figura 4 –bilobata
Fig. 4. Ninfas de Neopamera Ninfasdodeprimeiro
Neopamera bilobata
(A), segundo do primeiro
(B), terceiro (A),(D)
(C), quarto segundo
e quinto (B), terceiro
instares (E). (C), quarto
(D) e quinto instares (E).
Figura 4 – Ninfas de Neopamera bilobata do primeiro (A), segundo (B), terceiro (C), quarto
Bioecologia
(D) e quinto instares (E).
Bioecologia e caracterização de danos de Neopamera bilobata (Say, 1832) (Hemiptera: Rhyparochromidae) em morangueiro
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Em morangueiro, foi observado que, ao fornecer Ao estimar a temperatura base, constante térmica
como alimento frutos verdes, maduros, folíolos e número de gerações anuais de N. bilobata
e flores para diferentes regiões produtoras de morango,
na de morangueiro,
duração indivíduos
do ciclo com alimentados
reduzida viabilidade (11%), indicando que em temperaturas
apenas com folíolos e flores não completaram o ciclo foi possível observar que a 16°C não há
comomorrendo
biológico, esta oujá no
maiores
primeirooinstar
desenvolvimento
(KUHN et pode ser prejudicado
desenvolvimento (KUHN,
do inseto, 2014).
sendo que a faixaCom
ótima
al., 2014). Já os insetos alimentados com frutos de desenvolvimento da espécie situou-se entre
essas observações foi possível obter a temperatura base de 15,19 °C (Tb) e a constante
térmica (K) de 418,41 para N. bilobata.
100 50
90 45
Duração ovo-adulto (dias)
80 40
70 35
Viabilidade (%)
60 30
50 25
40 20
30 15
20 10
10 5
0 0
16 19 22 25 28 31
Temperatura (°C)
Fig. 5. Duração do período ovo-adulto (dias) e viabilidade total (%) das fases imaturas de desenvolvimento de Neopamera bilobata criada
Figura 5 – Duração do período ovo-adulto (dias) e viabilidade total (%) das fases imaturas
em seis temperaturas (16, 19, 22, 25, 28 e 30°C ±1°C) (UR 70 ± 10%; fotofase 12 horas) alimentada com frutos verdes de
de desenvolvimento
morangueiro. de Neopamera bilobata criada em seis temperaturas (16, 19, 22, 25,
28 e 30°C ±1°C) (UR 70 ± 10%; fotofase 12 horas) alimentada com frutos verdes de
morangueiro.
Bioecologia e caracterização de danos de Neopamera bilobata (Say, 1832) (Hemiptera: Rhyparochromidae) em morangueiro
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22 a 28°C (Figura 5). Na temperatura de 30°C (RS), o inseto pode completar 4 gerações ao ano,
ocorreu aumento na duração do ciclo com reduzida enquanto que em Caxias do Sul (RS) ocorrem 2
viabilidade (11%), indicando que em temperaturas gerações anuais (KUHN, 2014).
como esta ou maiores o desenvolvimento pode ser
prejudicado (KUHN, 2014). Com essas observações Danos causados por N. bilobata em
foi possível obter a temperatura base de 15,19 °C morangueiro
(Tb) e a constante térmica (K) de 418,41 para N.
bilobata. Os danos causados por N. bilobata em morangueiro
foram avaliados utilizando infestação artificial em
Através dos dados de temperatura base e exigências ‘Aromas’ (KUHN, 2014). No trabalho, foi observado
térmicas, foi observado que em regiões de produção que, quando os insetos se alimentaram durante todo
mais quentes, como, por exemplo, Bom Princípio o período de desenvolvimento dos frutos, 95,5%
deles apresentaram deformações graves, fato não
registrado nos frutos sem infestação (Figura 6).
Figura 6da
Fig. 6. Fruto de morangueiro - Fruto de‘Aromas’
cultivar morangueiro da cultivar
infestado ‘Aromas’ infestados
com Neopamera bilobata (àcom Neopamera
esquerda) bilobata sem infestação (à direita).
e testemunha
(à esquerda) e testemunha sem infestação (à direita).
Fig. 7. Sintoma de secamento e paralização de desenvolvimento observado em frutos de morangueiro ‘Aromas’ confinados com Neopame-
Figura 7 - Sintomas observados em frutos da cultivar ‘Aromas’ submetidos à alimentação
ra bilobata durante seu desenvolvimento.
do percevejo Neopamera bilobata durante todo o período de desenvolvimento do9 fruto.
Figura 7 - Sintomas observados em frutos da cultivar ‘Aromas’ submetidos à alimentação
Bioecologia e caracterização de danos de Neopamera bilobata (Say, 1832) (Hemiptera: Rhyparochromidae) em morangueiro
do percevejo Neopamera bilobata durante todo o período de desenvolvimento do fruto. 7
Fotos: Taciana M. A. Kuhn.
Figura 8Sintoma
Fig. 8. - Sintoma de secamento
de secamento e paralização de e paralização
desenvolvimento de desenvolvimento
observado observado
em frutos de morangueiro ‘Aromas’ em
confinados com frutos
desenvolvimento.
BENATTO, A.; KUHN, T. M. de A.; ZAWADNEAK, CUDA, J. P.; DUNFORD, J. C.; LEAVENGOOD
M. A. C.; ARAUJO, E. S.; VIDAL, H. Monitoramento JR., J. M. Invertebrate fauna associated with
de Neopamera bilobata (Say, 1831) em morangueiro torpedograss, Panicum repens (Cyperales: Poaceae),
na região Metropolitana de Curitiba-PR. In: Simpósio in lake Okeechobee, Florida, and prospects for
Nacional do Morango, 6, 2012, Pelotas. Anais... biological control. Florida Entomologist, Lutz, v. 90,
Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2012 b. n. 1, p. 238-248, 2007.
CGPE 13350