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MATURAÇÃO BIOLÓGICA

Por definição de Matsudo e Matsudo (1991), que conceitua maturação biológica como o processo
que irá levar a um completo estado de desenvolvimento morfológico, fisiológico e psicológico, e que
necessariamente, tem controle genético e ambiental. Já Beunen (2009), acrescenta ainda que este
processo corresponda às mudanças “desenvolvimentais”.

Já para Malina e Bouchard (2002) o conceito de Maturação Biológica é composto de maneira


simples, como o progresso em direção a um estado de amadurecimento. As possíveis diferenças
apresentadas entre indivíduos do mesmo sexo podem refletir diferentes graus de maturidade
biológica (Tourinho Filho e Tourinho, 1998). Para Malina, Bouchard e Bar-or (2009) o conceito de
maturação está baseado na relação entre o tempo biológico e o tempo cronológico (ou tempo por
calendário). Dessa forma, a duração do tempo de maturação biológica de uma criança não procede
necessariamente em conjunto com a idade cronológica, sendo que indivíduos variam no nível de
maturidade atingida em um determinado período da vida, em “timing” (momento em que ocorre um
dado evento maturacional) e tempo (ritmo com que esse evento se manifesta) WILMORE, J. H.;
COSTILL, D. L (2001).

Rabelo (2012) cita, o estudo de Malina et al. (2000) com jovens futebolistas, ao constatar que 21%
dos jovens com idades de 11-12 anos apresenta o estado maturacional mais avançado, 38% dos
jovens com idades de 13-14 anos apresenta o estado maturacional mais avançado e 65% dos
jovens com idades de 15-16 anos apresenta o estado maturacional mais avançado, verificou – se
que na medida que se avança a idade cronológica há uma predominância de jovens futebolistas
com seu estado maturacional mais adiantado.Dessa forma em algumas situações da prática
esportiva, encontramos jovens em diferentes estágios maturacionais dentro de um mesmo grupo de
treinamento ou categoria competitiva. Situações que, pela diferença interindividual no componente
físico, podem favorecer os mais adiantados no processo de desenvolvimento biológico, como
Mazzuco (2007) mostra, pode incorrer em frustração e conseqüente abandono quando o jovem
atleta sente-se desfavorecido em relação aos seus companheiros. Podendo desmotivar e
automaticamente excluir outros mais tardios, com possibilidades reais de se tornarem excelentes
atletas no futuro (Malina, 2003).

Como método para a avaliação da maturidade biológica consiste na ferramenta para determinação
do estágio em que se encontra o indivíduo a fim de analisar o processo maturacional, entendido
como a análise do relacionamento entre a constituição física e a maturação biológica (Malina,
2003).

Há uma grande variedade de técnicas adotadas para estimar o nível maturacional e entre elas a
maturação dental, a maturação somática e a maturação sexual (Robergs e Roberts, 1997).
Avaliações considerando Idade Esquelética têm sido adotadas para identificar o padrão
maturacional de jovens desportistas (Tourinho Filho e Tourinho, 1998; Beunen et al, 1997; Matsudo
e Matsudo, 1995).

De acordo com Rabelo (2012) a avaliação da idade esquelética é o melhor índice de maturação,
porem é caro, requer equipamento especializado de interpretação. Embora a metodologia
compreenda todo o período de crescimento desde o nascimento até a maturidade, não se presta ao
trabalho de campo. Idade dentária e idade morfológica são mais amplas de medição técnicas com
aplicabilidade limitada.

A avaliação das características sexuais secundárias é limitada à adolescentes em um período e


numa situação não-clínica e é considerada pessoalmente intrusiva por crianças/adolescentes e
seus pais. Por outro lado, métodos somáticos como a idade de Pico de Velocidade de Crescimento
em estatura (PVC) ou o crescimento diferencial associado com o crescimento regional podem ser
obtidas através da estimativa do pico de velocidade de crescimento como o proposto por Mirwald et
al. (2002).

Maturidade sexual
Na puberdade, período em que ocorre a maturação biológica do organismo, observa-se o
desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. Nessa fase, ocorrem mudanças
marcantes tanto em homens quanto em mulheres, tornando-os aptos para a reprodução.

De uma maneira geral, a puberdade em meninas inicia-se mais cedo do que nos
meninos. Nas meninas, a partir dos 8 anos de idade, já se observa o aparecimento das
mamas; e por volta dos 12 anos, ocorre a primeira menstruação. Já nos meninos, o
volume do testículo começa a aumentar por volta dos 11 anos, os pelos pubianos
começam a surgir por volta dos 12 anos e os pelos na face apenas aos 15 anos.
→ Processamento de informações
Os cérebros masculinos e femininos não funcionam da mesma forma, apresentando leves
diferenças na maneira de processar informações e emoções. Alguns neurofisiologistas
explicam que homens são melhores em cálculos que mulheres, que, por sua vez,
lidam melhor com as relações humanas e linguagem. Essas diferenças provavelmente
estão relacionadas com a orientação das conexões entre os neurônios.
Outro ponto interessante em relação ao sistema nervoso central masculino e feminino é
que mulheres possuem mais massa cinzenta (região com corpos celulares de neurônios)
quando comparadas aos homens, que possuem mais massa branca (formada por
prolongamentos dos neurônios).

→ Desempenho em atividades físicas


Homens e mulheres também apresentam diferenças quando o assunto é desempenho em
atividades físicas. No caso dos exercícios aeróbicos, homens apresentam vantagens, pois
possuem um maior número de glóbulos vermelhos no sangue, os quais são responsáveis
pelo transporte de oxigênio necessário para a respiração celular (processo de aquisição de
energia pela célula). No quesito força, o homem também apresenta vantagens em virtude
da produção maior de testosterona, que causa um aumento maior na musculatura. As
mulheres apresentam uma maior flexibilidade, o que garante melhor execução de
atividades que exigem movimentos precisos.
→ Quantidade de gordura
As mulheres apresentam uma maior quantidade de gordura corporal quando comparadas
aos homens. Essa maior quantidade de gordura é normalmente associada ao fato de que a
mulher gera o bebê, necessitando, portanto, de uma fonte adicional de energia. Muitos
pesquisadores associam o fato de o homem ter menos gordura e mais músculo ao seu
papel de caçador nos primórdios da evolução humana.

→ Diferenças nas vozes


Homens e mulheres possuem também diferenças típicas entre as vozes, sendo a do
homem mais grave que a das mulheres. Nos homens, as pregas vocais são mais grossas
e elásticas, vibrando mais de 120 vezes por segundo. Em mulheres, a vibração ocorre
com maior frequência, sendo essas pregas mais finas e tensas.
Vale frisar que alterações hormonais são responsáveis por mudanças na voz. Se uma
mulher, por exemplo, receber testosterona, a voz se tornará mais masculinizada, uma vez
que esse hormônio está relacionado com o aumento da massa das pregas vocais.

Aptidão física é um conceito bastante utilizado por educadores físicos,


nutricionistas e médicos. Este termo foi utilizado em 1971, nos Estados
Unidos, para definir a capacidade que uma pessoa tem de executar
atividades com energia, vigor e sem fadiga extrema.

Na prática, este conceito pode ser compreendido como a capacidade


do ser humano de resistir ao estresse de determinada atividade, seja
um exercício físico ou os desafios do dia a dia. O entendimento sobre
aptidão física é importante no mundo dos esportes, pois determina a
capacidade de um atleta para superar desafios e aguentar esforços e
provas que demandam grande energia, concentração e entusiasmo.

Uma definição de 1986, apresentada por Nieman, aponta a aptidão


física como “um estado dinâmico de energia e vitalidade”. Esse
estado é responsável pela capacidade de executar atividades com
vigor e com baixo risco de doenças.
Os componentes essenciais da aptidão física estão relacionados à
saúde e às habilidades esportivas de cada pessoa. Esse conceito é
importante na medicina e na atividade física, já que indica os limites de
cada atleta e oferece embasamento para a realização de treinos e
trabalhos musculares personalizados.

No que diz respeito à saúde, a aptidão física se relaciona com a


resistência cardiorrespiratória e muscular e com a flexibilidade e a
força. Estilo de vida, alimentação, prática de exercícios físicos e
hereditariedade podem influenciar a aptidão física de uma pessoa.

Já em relação à aptidão física que influencia a performance esportiva,


é essencial dizer que a condição física, a saúde e a qualidade de vida
são fatores determinantes. Nesse contexto, conceitos como agilidade,
velocidade e coordenação motora indicam o tipo de aptidão do atleta e
interferem nos resultados da prática esportiva.

Segundo Verardi et al. (2007) na atualidade a aptidão física divide-se em dois conceitos: saúde e
desempenho motor. O primeiro refere-se a demandas energéticas que possibilitam desenvolver as
atividades do cotidiano com vigor, proporcionando um menor risco de desenvolver doenças ou condições
crônico-degenerativas. Tendo como componentes de mensuração influenciados pelas atividades físicas
habituais: a resistência cardiorrespiratória (capacidade de continuar ou prosseguir em atividades
extenuantes que envolvem grandes grupos musculares por período de tempo prolongado), aptidão
músculo-esquelética (formada pela flexibilidade, força muscular e resistência muscular) e a composição
corporal (índices de gordura corporal e distribuição da gordura subcutânea). No segundo temos a aptidão
física relacionada às habilidades esportivas ou performance motora que contribuem para o desempenho
das tarefas especificas, seja no trabalho ou nos esportes (NIEMAN, 1999; NAHAS 2001).

Acredita-se que o estudo da aptidão física é de grande utilidade para os profissionais de educação
física e da área saúde, para que os mesmos tenham informações relevantes sobre as características de
uma determinada população, que irá encontrar em seu local de atuação. Desta forma possa evitar
equívocos teóricos em sua ação diária, sendo também de grande importância para a área da saúde
pública, devido ao fato de constatar variáveis que tendem a demonstrar as características de saúde da
região em estudo (SILVA, SILVA JUNIOR E OLIVEIRA, 2005).

Vitor et al. (2008) em um estudo objetivando considerar a influência do crescimento físico e da


maturação sobre a aptidão física, após a realização de testes de capacidade aeróbica, potência de
membros superiores e inferiores, resistência muscular abdominal, velocidade de deslocamento e
flexibilidade, verificaram que todos os componentes da aptidão física apresentaram valores crescentes
entre os estágios de maturação sexual dos 12 aos 16 anos, com exceção da resistência muscular
abdominal que manteve seus valores constantes no grupo de 12 a 13 anos. A maturação sexual teve
efeito significante na potência de membros superiores e inferiores, bem como na velocidade de
deslocamento em ambos os grupos etários, na agilidade e flexibilidade para o grupo mais novo e na
resistência muscular abdominal para o grupo mais velho. Conclui-se que, as capacidades motoras
estudadas apresentaram evolução de acordo com a idade cronológica e nível de maturação biológica;
acrescenta-se que a maturação biológica teve efeito significante para ambos os grupos (12/13 anos,
14/16 anos) sobre a potência de membros inferiores, potência de membros superiores e velocidade de
deslocamento, desta forma é de grande relevância considerar o desenvolvimento da aptidão física por
meio do desempenho motor relacionado ao crescimento físico e a maturação biológica.

Pellegrinotti (1998) conceitua a aptidão física como a capacidade de durar, continuar, resistir ao stress
e de persistir em uma atividade em que em circunstâncias difíceis uma pessoa destreinada desistiria.

Para Darido, Rangel (2005) a aptidão física relacionada à saúde é a tradução do termo inglês Physical
Fitness, denotando uma preocupação com o bem-estar geral das pessoas, e não apenas com a
prevenção de doenças.
Mascarenhas, Campos (2007) objetivando comparar a aptidão física em crianças e adolescentes de
diferentes níveis de maturação sexual, entre 6 e 16 anos de idade, de ambos os sexos, participantes
regulares de atividades desportivas, classificados conforme os estágios de maturação sexual, mediram as
seguintes variáveis de aptidão física: flexibilidade, força de preensão manual, força explosiva, resistência
muscular localizada, velocidade em 50m e consumo máximo de oxigênio absoluto e relativo à massa
corpórea. Foram encontradas diferenças entre os estágios maturacionais, para ambos os sexos, nas
seguintes variáveis: força de preensão manual, força explosiva, resistência muscular localizada,
velocidade de 50m e VO2 máximo absoluto. Para as meninas foi também encontrada a diferença para a
flexibilidade e vo2 máximo relativo. Eles concluíram que com base nos resultados, é marcante a diferença
do nível de aptidão física com o avanço maturacional, se elevando determinantemente em ambos os
sexos.

Para descrever a aptidão física relacionada à saúde e os efeitos do crescimento e maturação sobre as
variáveis analisadas, em crianças e adolescentes de ambos os sexos de escolas públicas municipais de
Aracaju, com idades entre 10 e 14 anos, Araújo, Oliveira (2008) observaram as variáveis: massa corporal,
estatura, flexibilidade, força/resistência muscular localizada e capacidade aeróbica. Os resultados
evidenciaram baixas variações significativas quando comparados ambos os sexos, exceto aos 11,12 e 13
anos de idade, com relação à resistência abdominal, aos 12 anos, com relação à força/resistência de
braços e a capacidade aeróbia (VO2 máximo) aos 10, 12 e 14 anos, todos em favor do sexo masculino.
Com relação à interferência da maturação sexual, encontraram-se diferenças significativas somente na
flexibilidade do sexo masculino e no VO2 máximo em ambos os sexos.

Para Böhme (2003) o desenvolvimento da aptidão física, assim como do esporte nas suas diferentes
formas de manifestação são objetivos a serem alcançados em programas de Educação Física e de esporte
nos quais o indivíduo é submetido a um processo de treinamento. Para tanto, é necessário que o
profissional de Educação Física ou Esporte tenha conhecimento destes conceitos e suas relações.

Embora a importância da aptidão física seja mundialmente reconhecida, não existe na literatura da
área uma definição de aptidão física que seja universalmente aceita.

Os significados das palavras aptidão e física são: aptidão- qualidade do que é apto; capacidade,
habilidade, disposição; conjunto de requisitos necessários para exercer algo; capacidade natural ou
adquirida; física - que é corpóreo, material, relativo às leis da natureza. A combinação das duas palavras
- aptidão física, no sentido etimológico das mesmas, leva ao conceito ou a uma associação de idéias no
tocante à capacidade, habilidade, disposição material que conduz e indica que o indivíduo está apto
corporalmente.
Em 1988, na Conferência sobre Exercício, Aptidão e Saúde realizado em Toronto, Canadá, foi proposto
um modelo que descreve de maneira esquemática as relações complexas entre a atividade física habitual,
a aptidão física/fisiológica, a saúde, e outros fatores como a hereditariedade, o modo de vida, o meio
ambiente e os atributos pessoais, que também afetam e determinam essas relações (Figura 1).

Figura 1. Relações complexas existentes entre atividade física habitual, aptidão física e saúde (BOUCHARD et al., 1990)

Referências bibliográficas

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 VERARDI, C. E. L. et al. Análise da Aptidão Física Relacionada à Saúde e ao Desempenho Motor
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