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A edição desta obra foi financiada com recursos da Editora Manole Ltda., um projeto de iniciativa da Fundação
Faculdade de Medicina em conjunto e com a anuência da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo –
FMUSP.
ISBN 978-85-204-4010-0
Paulo Sakai
Professor Associado da Disciplina de Cirurgia do Aparelho Digestivo do
Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (FMUSP). Ex-Diretor Técnico do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do
Hospital das Clínicas da FMUSP. Professor do Programa de Pós-Graduação em
Ciências em Gastroenterologia do Departamento de Gastroenterologia da FMUSP.
Coordenador da Disciplina Optativa de Endoscopia Gastrointestinal da FMUSP.
Coordenador do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Instituto do Coração
(InCor) do Hospital das Clínicas da FMUSP.
EDITORES ASSOCIADOS
Caio R. Nahas
Médico assistente do Serviço de Coloproctologia do Instituto do Câncer do Estado de
São Paulo (ICESP).
Fabio Atuí
Médico colaborador da Disciplina de Coloproctologia do Departamento de
Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Kendi Yamazaki
Médico assistente do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Pós-graduando do
Programa de Ciências em Gastroenterologia da FMUSP.
Kengo Toma
Médico do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), 2012-2013.
Marianny Sulbaran
Médica do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), 2013-2014.
Renato Baracat
Médico assistente do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).
Rogério Kuga
Médico assistente do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Mestre em
Cirurgia do Aparelho Digestivo pela FMUSP.
Sebastião D’Antonio
Médico assistente do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Sergio B. Marques
Médico assistente do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Mestre em
Gastroenterologia pela FMUSP.
Shinichi Ishioka
Ex-Diretor do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Doutor em Cirurgia
do Aparelho Digestivo pela FMUSP.
Silvia Regina Cardoso
Médica assistente do Serviço de Endoscopia Infantil do Instituto da Criança do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (ICr-
HCFMUSP). Médica assistente do Serviço de Gastroenterologia Pediátrica da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Spencer Cheng
Médico assistente do Serviço de Endoscopia Gastrointestinal do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Mestre em
Cirurgia do Aparelho Digestivo pela FMUSP.
Ana Carolina Strake Navarro Alem, Spencer Cheng, Sérgio Eduardo Alonso Araujo, Shinichi
Ishioka, Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura
Eunice Komo Chiba, Benilton Batista de Souza, Elisa Ryoka Baba, Jeane Martins Melo
Paulo Henrique Boaventura de Carvalho, Cíntia Morais Lima dos Santos, Marcos Eduardo Lera
dos Santos, Everson Luiz de Almeida Artifon
Dalton de Alencar Fischer Chamone, Helena Ferreira Nunes Cury, Dalton Marques Chaves,
Débora da Costa Vieira Albers
Gustavo Luís Rodela Silva, Alberto Queiroz Farias, Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura,
Paulo Sakai
Toshiro Tomishige, Luiz Henrique Mazzonetto Mestieri, Mariana Iennaco de Siqueira Campos
Tassia Soares Gouveia, Tomazo A. Prince Franzini, Everson Luiz de Almeida Artifon
Everson Luiz de Almeida Artifon, Rogério Kuga, Robson Kiyoshi Ishida, Adriana Vaz Safatle-
Ribeiro, Mariana Souza Varella Frazão
10 Ecoendoscopia diagnóstica
Bruno Frederico O. Azevedo Medrado, Marcelo Magno de Freitas Sousa, Fauze Maluf Filho
11 Ecoendoscopia terapêutica
Everson Luiz de Almeida Artifon, Marcos Eduardo Lera dos Santos, Spencer Cheng, Sergio Eiji
Matuguma
Adriana Vaz Safatle-Ribeiro, André Luiz de Oliveira Novaes, Rogério Kuga, Robson Kiyoshi
Ishida, Renato Baracat
13 Ileocolonoscopia
Carolina Eliane Reina-Forster, Sergio Carlos Nahas, Fabio Atuí, Fabio Shiguehissa Kawaguti,
Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura
Clarissa Ribeiro Villar Sena, Nelson Tomio Miyajima, Sérgio Eduardo Alonso Araujo
Christiano Makoto Sakai, Carlos Kiyoshi Furuya Júnior, Elisa Ryoka Baba, Kendi Yamazaki
Christiano Makoto Sakai, Sonia Nadia Fylyk, Thiago Ferreira de Souza, Eduardo Guimarães
Hourneaux de Moura
Edgar Mora Chaves, Thiago Ferreira de Souza, Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura
Christiano Makoto Sakai, Edson Ide, Elisa Ryoka Baba, Caterina Maria Pia Simioni Pennacchi,
Paulo Sakai
19 Corrente elétrica
José Mário Gaspar Conterato, Felipe Machado Oliveira Albino, Sergio Eiji Matuguma, Edson Ide,
Gustavo Oliveira Luz, Carlos Kiyoshi Furuya Júnior
João Paulo Farias, Sergio B. Marques, Tomazo A. Prince Franzini, Dalton Marques Chaves,
Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura
Luciana Lopes de Oliveira, Fabio Yuji Hondo, Marcelo Simas de Lima, Sonia Nadia Fylyk
Everson Luiz de Almeida Artifon, Paulo Sakai, Carlos Kiyoshi Furuya Júnior, Gustavo Oliveira
Luz
Thiago Guimarães Vilaça, Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, Bruno da Costa Martins,
Spencer Cheng, Paulo Sakai, Everson Luiz de Almeida Artifon
Severiano Daniel Barboza Lacour, Sergio Eiji Matuguma, Rogério Kuga, Jeane Martins Melo,
Paulo Sakai
Kendi Yamazaki, Marianny Sulbaran, Edson Ide, Eunice Komo Chiba, Eduardo Guimarães
Hourneaux de Moura
Tomazo A. Prince Franzini, Murilo Folharini Catalano, Marcos Eduardo Lera dos Santos, Kendi
Yamazaki, Dalton Marques Chaves
Renata Nobre Moura, Caterina Maria Pia Simioni Pennacchi, Eunice Komo Chiba, Eduardo
Guimarães Hourneaux de Moura
29 Obstrução antropiloroduodenal
Spencer Cheng, Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, Everson Luiz de Almeida Artifon
30 Colangite aguda
Renato Baracat, Carlos Kiyoshi Furuya Júnior, Fabio Yuji Hondo, Everson Luiz de Almeida
Artifon
Jeane Martins Melo, Vinicius Leite de Castro, Sebastião D’Antonio, Sergio Eiji Matuguma,
Everson Luiz de Almeida Artifon
32 Hemorragia digestiva alta varicosa
Gustavo Oliveira Luz, Clarissa Ribeiro Villar Sena, Paulo Sakai, Alberto Queiroz Farias, Everson
Luiz de Almeida Artifon
Paulo Roberto Arruda Alves, Edgar Mora Chaves, Everson Luiz de Almeida Artifon
Adriana Vaz Safatle-Ribeiro, Felipe Machado Oliveira Albino, Rogério Kuga, Robson Kiyoshi
Ishida, Renato Baracat
Sergio Shiguetoshi Ueda, João Paulo Farias, Kendi Yamazaki, Toshiro Tomishige, Sergio B.
Marques
Robson Kiyoshi Ishida, Kengo Toma, Sergio Shiguetoshi Ueda, Bruno da Costa Martins, Paulo
Sakai
Fabio Yuji Hondo, Luciana Lopes de Oliveira, Jeane Martins Melo, Paulo Sakai, Everson Luiz de
Almeida Artifon
38 Faringostomia e esofagostomia
Rodrigo Nobre Lacerda, Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, Ricardo Sato Uemura,
Eunice Komo Chiba, Toshiro Tomishige
Sergio B. Marques, Thiago Guimarães Vilaça, Jeane Martins Melo, Edson Ide
40 Megaesôfago
Paulo Sakai, Ricardo Sato Uemura, Everson Luiz de Almeida Artifon, Renato Baracat, Eduardo
Guimarães Hourneaux de Moura
Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, Severiano Daniel Barboza Lacour, Felipe Alves
Retes, Spencer Cheng
43 Bezoar gástrico
Carlos Kiyoshi Furuya Júnior, Clarissa Ribeiro Villar Sena, Sergio Shiguetoshi Ueda, Kendi
Yamazaki
Cíntia Morais Lima dos Santos, Sonia Nadia Fylyk, Fabio Yuji Hondo, Eduardo Guimarães
Hourneaux de Moura
Thiago Ferreira de Souza, Débora da Costa Vieira Albers, Eduardo Guimarães Hourneaux de
Moura, Everson Luiz de Almeida Artifon
Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, Benilton Batista de Souza, Bruno da Costa Martins,
Thiago Ferreira de Souza
Gustavo Luís Rodela Silva, Thiago Ferreira de Souza, Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura
Everson Luiz de Almeida Artifon, Ricardo Sato Uemura, Carlos Kiyoshi Furuya Júnior, Spencer
Cheng, Paulo Sakai
49 Coledocolitíase
Everson Luiz de Almeida Artifon, Renato Baracat, Rogério Kuga, Tomazo A. Prince Franzini
Elisa Ryoka Baba, Hélcio Cardoso Gomes, Sergio Shiguetoshi Ueda, Sonia Nadia Fylyk
Marcelo Simas de Lima, Mariana Iennaco de Siqueira Campos, Carlos Frederico Sparapan
Marques, Sergio Carlos Nahas
53 Esôfago de Barrett
Claudio Lyoiti Hashimoto, Fred Olavo Aragão Andrade Carneiro, George Fred Soares de
Macedo, Sergio B. Marques, Paulo Sakai
Dalton Marques Chaves, Marianny Sulbaran, Elisa Ryoka Baba, Nelson Tomio Miyajima,
Everson Luiz de Almeida Artifon
Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, Murilo Folharini Catalano, Spencer Cheng, Everson
Luiz de Almeida Artifon
Tassia Soares Gouveia, Bruno Frederico O. Azevedo Medrado, Renata Nobre Moura, Fauze
Maluf Filho
Everson Luiz de Almeida Artifon, Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura, Paulo Sakai
Everson Luiz de Almeida Artifon, Fred Olavo Aragão Andrade Carneiro, Dalton Marques Chaves,
Marcelo Magno de Freitas Sousa
59 Pólipos colorretais
Sergio Carlos Nahas, Vinicius Leite de Castro, Afonso Henrique da Silva e Sousa Júnior, Paulo
Roberto Arruda Alves, André Luiz de Oliveira Novaes
Nelson Tomio Miyajima, André Luiz de Oliveira Novaes, Fabio Shiguehissa Kawaguti, Caio R.
Nahas, Sergio Carlos Nahas
Felipe Alves Retes, Bruno Frederico O. Azevedo Medrado, Carlos Walter Sobrado, Sergio
Carlos Nahas, Everson Luiz de Almeida Artifon
63 Endoscopia digestiva pediátrica
Manoel Ernesto Peçanha Gonçalves, Silvia Regina Cardoso, Diamari Caramelo Ricci Cereda
Everson Luiz de Almeida Artifon, Sergio Eiji Matuguma, Dalton Marques Chaves
PREFÁCIO
Os Editores
PREPARO DE ROTINA EM EXAMES ENDOSCÓPICOS
Ana Carolina Strake Navarro Alem
Spencer Cheng
Sérgio Eduardo Alonso Araujo
Shinichi Ishioka
Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura
INTRODUÇÃO
As orientações quanto ao preparo adequado para os exames endoscópicos têm
como objetivo principal a realização de um exame completo, preciso e seguro.
O preparo do paciente que irá submeter-se a qualquer exame endoscópico consiste
não apenas no jejum e no preparo intestinal, mas também em orientações quanto ao
modo de realização do exame, alternativas existentes e possíveis complicações, além
da indicação de exames complementares prévios.
Em um segundo momento, é importante a avaliação do endoscopista quanto à
história clínica e ao exame físico, identificando fatores que possam levar a
complicações, necessidade de antibioticoprofilaxia ou implicar a adequação do uso de
anticoagulantes.
Os elementos para a realização de exames endoscópicos de qualidade estão
descritos no Quadro 1:
INDICAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS PRÉVIOS
Testes laboratoriais não são indicados rotineiramente para pacientes submetidos a
procedimentos endoscópicos eletivos. No entanto, em casos particulares, alguns exames
são adequados quando se acredita que os resultados podem alterar a conduta,
especialmente em exames que envolvem procedimentos terapêuticos, que têm maior
duração e chance de complicações.
exame, dia em que é orientada a ingestão dos mesmos alimentos, porém em pequenas
porções no café da manhã e no almoço; no jantar, inicia-se jejum para sólidos, sendo
permitidos apenas água, água de coco e Gatorade sabor limão, com jejum absoluto por
®
Medicações
A maioria das medicações pode ser mantida e geralmente ingerida com pequena
quantidade de água. Algumas podem necessitar de ajustes ou suspensão, por exemplo,
certos hipoglicemiantes, por causa do jejum que precede o exame.
As decisões em relação ao manejo de agentes antiplaquetários e anticoagulantes
devem levar em conta o risco de sangramento do procedimento programado e o risco de
evento tromboembólico se a medicação for suspensa.
Antibioticoprofilaxia
Avaliação da sedação
Referências bibliográficas
Indicações e contraindicações
Preparo
Analgesia e sedação
Monitorização
Preparo
Sedação e monitorização
As vias aéreas nas crianças são menores e mais complacentes do que nos adultos,
o que gera maior resistência ao fluxo de ar. Além disso, a língua preenche maior
extensão das vias aéreas superiores quando comparada aos adultos. Por fim, as tonsilas
e aritenoides são mais desenvolvidas entre os 5 e 7 anos. Dessa forma, as crianças têm
maior facilidade para oclusão das vias aéreas.
As crianças apresentam um consumo de oxigênio proporcionalmente mais alto,
apresentando menor tolerância a episódios de hipoxemia. Os pacientes pediátricos
tendem a tolerar melhor o excesso ou a deficiência de fluidos, em razão de maior
relação entre superfície e volume, têm maior tendência à desidratação. Pelo mesmo
motivo, também apresentam maior perda de calor para o ambiente, com maior chance
de hipotermia.
A administração de sedativos deve ser baseada no peso e titulada pela resposta, o
que permite avaliar os efeitos das medicações e ajustar as doses. As necessidades
variam significativamente entre os indivíduos, observando-se uma relação inversa entre
a idade e a dose necessária para sedação.
A anestesia geral é a modalidade de sedação usada preferencialmente em
procedimentos endoscópicos pediátricos. O propofol pode ser utilizado com esse
objetivo, resultando em menor tempo de anestesia e recuperação, com resultados
satisfatórios.
Todos os pacientes pediátricos sedados devem ser monitorizados com oximetria
de pulso e monitor de frequência cardíaca, com suplementação de oxigênio. A
avaliação do padrão respiratório e do ritmo cardíaco deve ser realizada por um
indivíduo designado exclusivamente para tal função. Preferencialmente, um profissional
treinado em reanimação pediátrica, incluindo manejo de vias aéreas, deve estar
presente na sala de endoscopia .
4
Equipamento
Analgésicos narcóticos
Naloxone (classe B)
Benzodiazepínicos (classe D)
Diazepam não deve ser utilizado, pois está associado à fenda palatina e alterações
de comportamento. Midazolam não tem sido associado a anormalidades congênitas,
sendo o benzodiazepínico preferido na gestação, devendo ser evitado no primeiro
trimestre, se possível .
9
Flumazenil (classe C)
Propofol (classe B)
Simeticona (classe C)
Anestésico tópico
Lidocaína (classe B) pode ser usada na gravidez, mas parece prudente pedir à
paciente para gargarejar e cuspir em vez de engolir a medicação .
9
Sempre que possível, a endoscopia deve ser adiada para o segundo trimestre e
sempre deve ter forte indicação, avaliando-se riscos versus benefícios.
Independentemente da idade gestacional, cada procedimento endoscópico deve ser
precedido por uma avaliação de um obstetra .
6
A posição supina deve ser evitada no segundo ou terceiro semestre, pelo risco de
compressão da veia cava. O decúbito lateral esquerdo é a posição preferida
(geralmente, é a posição-padrão para realização de endoscopia). As gestantes também
apresentam maior risco de aspiração do conteúdo gástrico ou de secreções.
A endoscopia é segura e efetiva na gravidez. Em um estudo com 83 gestantes
submetidas à endoscopia, o procedimento não induziu partos prematuros nem foi
associado à má-formações congênitas.
Eletrocautério
O líquido amniótico pode conduzir corrente elétrica para o feto. A placa de bisturi
deve ser posicionada de forma que o útero não fique entre ela e o cateter elétrico. Deve
ser utilizado preferencialmente o cautério bipolar. A remoção de pólipos com cautério
deve ser realizada após o parto (Quadro 3).
6
ENDOSCOPIA NA LACTANTE
Indicações, preparo, monitorização e equipamentos são os mesmos utilizados em
gestantes. O cuidado deve ser com o uso de medicações utilizadas no procedimento,
pela possibilidade de passagem ao recém-nascido pelo leite materno . As mulheres
6,10
Midazolam
É excretado no leite materno. Um estudo com 12 mulheres que receberam 15 mg de
midazolam por via oral mostrou que, após 7 horas, não foram detectadas concentrações
mensuráveis no leite materno. Baseado nos poucos dados disponíveis, recomenda-se
que a mulher não amamente por 4 horas após a administração do midazolam .
6
Fentanil
Meperidina
Propofol
Naloxone e flumazenil
Insuficiência respiratória
Insuficiência cardíaca
Midazolam
Fentanil
Pode causar bradicardia (10% dos casos). Menos comumente, pode levar a
taquicardia, arritmias, hipotensão e vasodilatação periférica.
Propofol
Insuficiência hepática
Midazolam
Fentanil
Deve ser utilizado com cuidado, aconselhando-se reduzir dose em 50% da usual.
Propofol
Insuficiência renal
Referências bibliográficas
Local
(Quadro 1) e o tipo de anestesia que pode ser feita pelos profissionais envolvidos,
visando à segurança prioritária do paciente.
Avaliação do paciente
Após adequada realização de história clínica e exame físico, o paciente deve ser
classificado quanto ao risco anestésico, de acordo com a American Society of
Anesthesiologists (ASA) (Quadro 2).
Pacientes classificados como ASA I-II são candidatos apropriados para
administração da sedação por um endoscopista, bem como os pacientes ASA III que
estiverem devidamente compensados. A assistência de um anestesista deve ser
considerada para pacientes com ASA classes IV e V que necessitam de sedação, para
procedimentos endoscópicos de emergência, procedimentos endoscópicos complexos
(como colangiopancreatografia retrógrada endoscópica – CPRE – e ultrassonografia
endoscópica – UE), e para os pacientes com história de reação adversa à sedação, o
álcool ou abuso de substâncias, ou resposta inadequada a moderada sedação .3
CONCEITUAÇÃO
Sedação mínima consciente, profunda e anestesia
Exames endoscópicos de rotina podem ser realizados com sucesso com sedação
moderada ou profunda, no entanto, a sedação moderada fornece ansiólise adequada,
controle da dor e amnésia para a maioria dos pacientes e é mais segura do que a
sedação profunda .
3,4,7
TÉCNICAS DE MONITORIZAÇÃO
Por causa das infrequentes, mas potenciais, complicações cardiopulmonares da
sedação, todo paciente deve ser cuidadosamente monitorado. Deve-se ter fácil acesso a
oxigênio, materiais de proteção de vias aéreas, drogas antagonistas e equipamentos de
ressuscitação. A monitoração do paciente deve incluir:
A ASA recomenda para pacientes que recebem sedação profunda e para aqueles
em que a ventilação não pode ser observada diretamente durante a sedação
moderada .8
Opioides
Diazepam: dose inicial intravenosa de 5-10 mg, infundida durante 1 minuto. Doses
adicionais poderão ser administradas em intervalos de 5 minutos. Em pacientes
idosos, a dose deverá ser reduzida. Na maioria dos casos, uma dose de 10 mg é
suficiente para a maioria dos procedimentos endoscópicos, porém, se o paciente
faz uso de narcóticos, esse valor pode atingir até 20 mg. Efeitos colaterais
incluem: tosse, dispneia e depressão respiratória, sendo esta última dose-
dependente. Dor no local da infusão e flebite são comuns depois da administração
intravenosa de diazepam.
Midazolam: é 1,5-3,5 vezes mais potente do que o diazepam, causa menos
tromboflebite e mais amnésia. O tempo de recuperação é similiar entre o diazepam
e o midazolam . O início de ação é de 1-2 minutos e o pico de ação em 3-4
19
mais, em pacientes com mais de 60 anos, ASA classe III ou mais e em pacientes
com prejuízo das funções hepática ou renal . Se o paciente faz uso de antagonista
22
até 30%. Quando o midazolam é usado com opioide, ocorre interação sinérgica e
uma redução na dose do midazolam está indicada. Efeitos adversos incluem:
depressão respiratória, desinibição, hostilidade, raiva e agressividade . Os casos
23
Propofol
pelo fígado e excretado pelos rins. A dose de sedação cirúrgica ou para procedimentos
diagnósticos é de 0,5-1 mg/kg, intravenoso, administrado durante 1-5 minutos. Dose de
manutenção da sedação: 1,5 mg a 4,5 mg/kg, administrados por infusão.
Adicionalmente, 10 mg a 20 mg, administrados por infusão, se for necessária uma
rápida sedação. Seu efeito dura entre 4 e 8 minutos. Segundo orientações do fabricante,
pode ser administrado em infusões de infusão intravenosa de dextrose a 5%, em infusão
intravenosa de cloreto de sódio a 0,9% ou de dextrose a 4% com infusão intravenosa de
cloreto de sódio a 0,18%. Permanece estável por até 6 horas após diluição e 12 horas
sem diluição. A presença de cirrose ou insuficiência renal não afeta significantemente
seu perfil farmacocinético. A coadministração de opioides e barbitúricos potencializa o
efeito sedativo do propofol. A fórmula atual do propofol contém: 1% de propofol, 10%
de óleo de soja, 2,25% de glicerol, 1,2% de fosfato de ovo purificado; propofol deve
ser evitado em pessoas com alergia a ovo, soja ou sulfito, mas não é contraindicado em
pacientes com alergia a sulfonamida. Efeitos adversos: dor no local da injeção é
relatada por até 30% dos pacientes , inotropismo cardíaco negativo e depressão
29
Outros agentes
evidentes 5 minutos após a infusão. Seu tempo de ação é de 4-6 horas e a meia-
vida plasmática é de 9-16 horas . Os efeitos adversos observados são: hipotensão,
3
Gravidez e lactação
Na gravidez:
Na lactante:
Alta
Referências bibliográficas
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CONDUTA NA TERAPIA DE ANTICOAGULAÇÃO E
ANTIPLAQUETÁRIA PARA O PROCEDIMENTO ENDOSCÓPICO
Dalton de Alencar Fischer Chamone
Helena Ferreira Nunes Cury
Dalton Marques Chaves
Débora da Costa Vieira Albers
INTRODUÇÃO
Antes de um procedimento endoscópico, é fundamental a detalhada anamnese dos
pacientes para identificar possíveis distúrbios de coagulação constitucionais
(hemofilias, Von Willebrand, Glanzmann) ou medicamentosos.
A terapia antitrombótica é utilizada para diminuir os riscos de eventos
tromboembólicos nos pacientes com certas patologias cardiovasculares (p. ex.,
fibrilação atrial e síndrome coronariana aguda), trombose venosa profunda, estados de
hipercoagulabilidade e em uso de endopróteses.
Os agentes antitrombóticos incluem os anticoagulantes (varfarina, heparina e
heparina de baixo peso molecular) e os agentes antiplaquetários (aspirina, anti-
inflamatórios não hormonais, tienopiridinas e inibidores dos receptores de
glicoproteína IIb/IIIa).
Antes de realizar procedimentos endoscópicos nos pacientes recebendo
medicações antitrombóticas, é preciso considerar a urgência do procedimento e os
riscos de sangramento relacionado somente à anticoagulação , sangramento relacionado
1 2
Polipectomia.
Esfincterotomia biliar ou pancreática.
Gastrostomia percutânea.
Dilatações em geral.
Colocação de próteses.
Tratamento de varizes.
Ultrassonografia endoscópica com biópsia por punção.
Enteroscopia terapêutica.
Fibrilação atrial associada a doença valvar, com idade > 75 anos, hipertensão
arterial sistêmica e diabetes mellitus.
Válvula mecânica mitral.
Evento tromboembólico prévio.
Stent coronariano recente (< 1 ano).
Síndrome coronariana aguda.
Referências bibliográficas
O presente capítulo visa a identificar quais são os pacientes sujeitos a maior risco
de infecção e os procedimentos associados a esse maior risco, no auxílio da seleção de
casos nos quais a profilaxia antibiótica se faz necessária por resultar em real benefício,
baseando-se em diretrizes da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED),
da American Society for Gastrointestinal Endoscopy (ASGE) e da American Heart
Association (AHA), publicados de 2007 a 2008 . 1,2,3
caso da vancomicina .6
INFECÇÃO LOCAL
Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica
Próteses vasculares
Estruturas avaliadas
A técnica de retrovisão:
Fotodocumentação e relatório
Volvo gástrico
Patogênese
Classificação
Quanto à etiologia:
Quanto ao eixo:
Duplo piloro
Divertículos gástricos
Classificação
Situs inversus
O exame de EDA de pacientes comsitus inversus pode ser mais fácil em decúbito
lateral direito.
São importantes, antes de qualquer procedimento cirúrgico, a suspeita e o
reconhecimento dessa anomalia, pois outras alterações congênitas podem existir como
malfomações cardiovasculares, intra-abdominais, externas e ciliares (síndrome de
Kartagener).
As anormalidades intra-abdominais geralmente necessitam de correções
cirúrgicas, sendo a maioria dos casos atresia, estenose duodenal ou jejunal ou fixação
incompleta do intestino com formação de volvo.
Microgastria
Atresia e estenose
Referências bibliográficas
1. Sakai P, Ishioka S, Maluf Filho F. Tratado de endoscopia digestiva diagnóstica
e terapêutica: estômago e duodeno, São Paulo: Atheneu; 2001. p.9-15; 261-71.
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(esofagastroduodenoscopy). Up to Date; 2013. Disponível em:
http://www.uptodate.com/contents/overview-of-upper-gastrointestinal-endoscopy-
esophagogastroduodenoscopy. Acesso em 25 abr 2013.
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA NO ESTÔMAGO
GASTRECTOMIZADO
Toshiro Tomishige
Luiz Henrique Mazzonetto Mestieri
Mariana Iennaco de Siqueira Campos
O estômago pode ser sítio de alterações anatômicas e cirúrgicas, que devem ser
detalhadamente conhecidas pelos endoscopistas para permitir sua adequada avaliação e
possível tratamento.
A doença ulcerosa péptica é a doença mais prevalente do trato gastrointestinal.
Seu tratamento, iminentemente cirúrgico anteriormente, limitou-se, na atualidade, ao
tratamento clínico. Opera-se, de maneira eletiva, apenas os casos refratários ao
tratamento clínico, e as principais indicações cirúrgicas atualmente são suas
complicações. O adenocarcinoma de estômago representa, atualmente, a segunda causa
de morte por câncer, sendo a ressecção cirúrgica o tratamento de escolha para a
maioria dos casos .
1
Hemorragia
Deiscência
Estase gástrica
A estase gástrica pode ser ocasionada por alteração na função motora gástrica ou
por obstrução. Anormalidade na motilidade pode ser ocasionada por vagotomia ou
ressecção do marca-passo gástrico dominante. Uma obstrução pode ser funcional ou
mecânica, por exemplo, estenose da anastomose, torção de alça eferente ou constrição
do mesocólon.
Estenose da anastomose
Gastrite alcalina
Referências bibliográficas
duodenal, além do estômago. Uma prega longitudinal junto à papila auxilia na sua
localização, entretanto, a sua posição peridiverticular traz dificuldades em sua
canulação (Figura 1) .
4
Alvo de papilotomias nos exames com intuito terapêutico, a papila maior e sua
anatomia devem ser bem conhecidas para o endoscopista obter sucesso em seu exame.
Uma das complicações que pode ocorrer durante uma papilotomia é a hemorragia
local, que ocorre em decorrência da lesão inadvertida das artérias do plexo arterial
papilar, em que o tamanho da papilotomia não é o principal responsável, mas a
localização anatômica da artéria retroduodenal .
6
com o ducto pancreático principal, obtendo-se drenagem para o duodeno em até 60%
dos casos. Tem vital importância naqueles pacientes em que não se obtém a
pancreatografia pela via habitual. Geralmente, está localizada 2 cm acima da papila
duodenal maior, apresentando diâmetro reduzido, o que torna sua canulação difícil.
Ductos biliares
Ductos pancreáticos
Em cerca de 60% dos casos, o ducto pancreático principal é dado pela união dos
ductos dorsal (Santorini) e ventral (Wirsung), os quais desembocam na papila duodenal
maior. Em um terço dos casos, o ducto de Santorini drena na papila menor.
O pâncreas divisum constitui uma anomalia congênita dos ductos pancreáticos,
podendo estar presente em até 4% da população . Ocorre uma falha na fusão dos ductos
10
dorsal e ventral. Aqueles em que existe uma discreta ligação ductal entre ambos os
ductos são chamamados de pâncreas divisum incompletos. Geralmente, ocorre uma
maior taxa de pancreatite e dor abdominal crônica em relação à população sem essa
variação.
INDICAÇÕES
Doenças do trato biliar
causas obstrutivas e não obstrutivas pode ser alcançada em até 90% das CPRE.
A coledocolitíase é uma das causas mais frequentes de obstrução biliar, podendo
cursar com dor abdominal, icterícia, pancreatite e colangite. A especificidade e a
sensibilidade na detecção de cálculos no ducto biliar comum superam os 95% . É 12
preciso ter a devida atenção durante o procedimento em não injetar ar na via biliar
através do cateter, pois poderá eventualmente dificultar a diferenciação com cálculos.
Em pacientes que estão na vigência de colangite, pancreatite aguda, icterícia
persistente e elevação de enzimas canaliculares, pode-se abrir mão da CPRE pré-
operatória para esfriar o processo e obter melhora clínica do paciente. Naqueles em
que a colecistectomia laparoscópica é indicada e não sendo possível a remoção
completa dos cálculos da via biliar comum, deve-se indicar a CPRE no pós-
operatório .
13
Doenças pancreáticas
Gestantes
Crianças
Hemorragia
As taxas de perfuração variam de 0,1 a 0,6%, sendo que os fatores de risco são
papilotomia, trauma no uso do fio-guia e dificuldade na extração de cálculos gigantes
pela papila.
Infecções
A colangite é uma complicação que pode ser fatal e está associada à combinação
de procedimentos percutâneos, à colocação de próteses nas estenoses malignas da via
biliar, à icterícia, à drenagem biliar incompleta e à colangite esclerosante primária. A
correta drenagem da via biliar após o procedimento é o principal aliado do
endoscopista na prevenção dessa complicação.
A utilização de antibióticos de forma profilática deve ser considerada em
pacientes nos quais existe uma suspeita de não se conseguir uma completa drenagem da
via biliar após a CPRE, por exemplo, nos casos de estenoses hilares e colangite
esclerosante primária . Os antibióticos devem cobrir Gram-negativos e enterococos.
26
Sedação
Referências bibliográficas
Por conseguinte, a escolha do aparelho endoscópico a ser utilizado nos pacientes que
foram submetidos a cirurgias gastrointestinais ainda é controversa .
2
pediátrico, intubação guiada por radioscopia e balão dilatador com maior diâmetro é
sugerido na literatura.
O uso do gastroscópio convencional foi considerado por Byun e col. em estudo
8
Gastroenteroanastomose
Referências bibliográficas
Usando o probe de alta frequência (30 MHz) é possível identificar nove camadas
da parede dos órgãos citados, em vez das cinco camadas descritas.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES
Após o seu surgimento com o objetivo de avalição principal do pâncreas, o uso da
EE se disseminou no exame de outras regiões e, atualmente, é possível abordar do
ponto de vista diagnóstico e terapêutico grande parte das estruturas que possuem algum
contato com o trato gastrointestinal acessível aos endoscópios.
Lesões subepiteliais
Doenças biliares
Pancreatite
Estruturas adjacentes
Contraindicações absolutas
Contraindicações relativas
Referências bibliográficas
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11
ECOENDOSCOPIA TERAPÊUTICA
Everson Luiz de Almeida Artifon
Marcos Eduardo Lera dos Santos
Spencer Cheng
Sergio Eiji Matuguma
INTRODUÇÃO
A ecoendoscopia (EE) ou ultrassonografia endoscópica foi inicialmente descrita
em meados da década de 1980. Atualmente, existem dois tipos de ecoendoscópios: o de
sistema radial e o setorial. Na extremidade do endoscópio, uma sonda de
ultrassonografia é acoplada, permitindo assim o estudo de estruturas do trato
gastrointestinal (TGI) e de estruturas vizinhas, além de vasos sanguíneos, sistema
linfático e órgãos sólidos. A Tabela 1 mostra a gama de doenças que se pode detectar
nesse exame para intuito diagnóstico.
Coleção fluida aguda: é uma coleção do suco pancreático que surge precocemente
durante o curso de uma pancreatite aguda, sobretudo dentro das primeiras 48
horas, porém sem uma parede de tecido inflamatório ao seu redor.
Necrose pancreática precoce ou aguda: apresenta-se por uma área focal ou difusa
do tecido pancreático em que mais de 30% dele não é viável.
Necrose pancreática tardia ou organizada: caracterizada pela evolução da necrose
aguda para uma coleção líquida que está parcialmente encapsulada e com presença
de debris em seu interior.
Pseudocisto agudo: após um curso de pancreatite aguda ou trauma pancreático,
pode surgir o pseudocisto, envolto por tecido inflamatório, com coleção líquida
em seu interior composto por suco pancreático.
Abscesso de pâncreas: ocorre após um quadro de pancreatite aguda, crônica ou
trauma no pâncreas, sendo caracterizado por uma coleção de pus junto ao
pâncreas.
Pseudocisto crônico: surge como consequência da pancreatite cronica, sendo
caracterizado por uma coleção líquida de suco pancreático envolvido por uma
parede de tecido inflamatório.
O interior dos PCP pode conter suco pancreático (rico em enzimas pancreáticas,
como amilase e lipase) ou estar associado a restos de tecido necrótico ou sangue que,
normalmente, surgem após 4 a 6 semanas de um surto de pancreatite aguda . Os PCP
10
Em um estudo realizado por Walt et al. , foi encontrada, em 94% dos casos,
12
associação dos pseudocistos crônicos com pancreatite alcoólica e, em 45% dos casos
de pseudocistos agudos, a causa foi colelitíase.
Indicações de tratamento
Técnicas de drenagem
Drenagem cirúrgica.
Drenagem percutânea guiada por TC ou USG.
Drenagem endoscópica:
Transpapilar;
Transmural (transgástrica ou transduodenal).
Nos casos indicados para drenagem endoscópica, existe uma tendência em seguir
os seguintes itens:
Checar coagulação.
Confirmar se é mesmo pseudocisto e identificar o local.
Possuir cápsula bem definida.
Haver proximidade do PCP com a parede gástrica ou duodenal (< 1 cm).
Avaliar a presença de hipertensão portal.
Na suspeita de fístula ou de obstrução do ducto de Wirsung, deve-se previamente
realizar uma pancreatografia.
Dar preferência à drenagem transpapilar.
Drenagem transpapilar
Deve-se dar preferência a essa modalidade por ser a mais fisiológica e com
menos complicações, porém é inevitável que o pseudocisto tenha comunicação com o
ducto pancreático.
A técnica consiste em realizar uma pancreatografia, definir o local exato de
comunicação do ducto pancreático com o pseudocisto e, na sequência, introduzir uma
prótese plástica (superior a 7 Fr) além do orifício fistuloso.
Drenagem transmural
Técnica clássica
Nesta técnica, é necessário que o pseudocisto abaule a parede gástrica ou
duodenal e que a distância entre as paredes (pseudocisto e trato digestório) não seja
maior do que 10 mm. Sob visão endoscópica direta do abaulamento (gástrico ou
duodenal), é realizada então uma incisão em seu ápice com um estilete ou alça
diatérmica. Após a realização de uma fístula transgástrica ou transduodenal, é passado
um fio-guia na luz do PCP para, então, contrastá-lo e estudá-lo com radioscopia. Após
o estudo e a confirmação da localização correta do cisto, deve-se proceder a ampliação
da fístula com um balão hidrostático ou um papilótomo para, então, introduzir pelo
menos duas próteses plásticas tipo duplo pig tail (10 Fr). Com a passagem de ambas as
próteses, o pseudocisto será drenado para o trato digestório. Nos casos em que os
cistos apresentarem conteúdo espesso, necrosado ou infectado, pode-se abrir mão de
um dreno nasocístico, para lavar a cavidade e evitar possíveis obstruções.
As complicações principais são perfuração, infecção e hemorragia. Um estudo
englobando 33 pacientes que tiveram seus pseudocistos drenados (via transgástrica e
transduodenal) obteve sucesso variando de 96 a 100% e com complicações inferiores a
18% .
16
Técnica ecoguiada
Com o advento das complicações da técnica clássica, surgiram os primeiros
estudos demonstrando o uso da EE para drenagem ecoguiada. Com o Doppler, pode-se
evitar vasos sanguíneos e, com a EE, é possível delimitar a distância exata entre a
parede cística e o trato digestório, evitando assim perfurações iatrogênicas. Dessa
maneira, a drenagem ecoguiada tem indicação absoluta quando o PCP não abaula a
parede gastroduodenal e/ou na presença de hipertensão portal . A técnica de drenagem
17,18
de pâncreas por meio da técnica endoscópica (Figura 1). Utilizando esse instrumento, o
sucesso clínico deu-se em 90% dos casos e o desaparecimento dos PCP foi alcançado
em 96% dos pacientes.
Referências bibliográficas
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12
ENTEROSCOPIA ASSISTIDA POR BALÃO E ESPIRAL
Adriana Vaz Safatle-Ribeiro
André Luiz de Oliveira Novaes
Rogério Kuga
Robson Kiyoshi Ishida
Renato Baracat
INTRODUÇÃO
Durante décadas, o estudo adequado do intestino delgado não era viável por
métodos endoscópicos, limitando-se a exames radiológicos contrastados. Havia como
recurso endoscópico apenas o enteroscópio longo e o colonoscópio, que não permitiam
a avaliação de todo jejuno e o íleo. No início da primeira década do ano 2000, houve
uma grande inovação tecnológica com o uso da cápsula endoscópica e do enteroscópio
de duplo balão, que permitiu a avaliação de toda a mucosa do trato digestivo e a
possibilidade de intervenção terapêutica.
INDICAÇÕES
O sangramento gastrointestinal obscuro é a principal indicação da enteroscopia
(40 a 60% dos casos) e é definido por perda sanguínea visível ou oculta, cuja causa
1
não foi determinada após a investigação por endoscopia digestiva alta e colonoscopia.
Na prática, a indicação da enteroscopia deve ser precedida da repetição da endoscopia
digestiva alta e colonoscopia.
Dentre as causas de sangramento obscuro, devem-se ressaltar as lesões vasculares
que representam 60 a 70% dos casos dos sangramentos encontrados no intestino
delgado.
As lesões vasculares foram classificadas em: angioectasia (venosa), Dieulafoy
(arterial), malformação arteriovenosa (componente arterial e venoso) e outra (quando
não se consegue classificar). A classificação proposta por Yano e Yamamoto utiliza os
2
aspectos endoscópicos das lesões (Figura 1) e tem grande importância nas terapêuticas
endoscópicas dessas lesões, pois lesões venosas (tipo 1) podem ser tratadas com
cauterização, já as lesões com componente arterial (tipos 2 e 3) devem ser submetidas a
tratamento com clipes ou laparotomia .
2
Push-enteroscopia
10,5 mm, comandos direcionais e canal para procedimento terapêutico. Esse método
não consegue alcançar todas as porções do jejuno ou mesmo do íleo. Pode ser realizado
no intraoperatório, com a necessidade da laparotomia e da enterotomia para a
introdução do aparelho.
A introdução pode ser feita por via oral ou anal e possibilita a realização de
biópsias e procedimentos terapêuticos, como polipectomia, dilatação, retirada de corpo
estranho, coagulação, mucosectomias, entre outros.
O sistema inclui um endoscópio com balão, overtube e bomba de ar.
Existem três modelos de aparelho de calibres e tamanhos diferentes. O endoscópio
de maior calibre (9,4 mm) possui a vantagem de permitir a introdução da maioria dos
acessórios endoscópicos disponíveis, sendo assim, de maior utilidade para
procedimentos terapêuticos. Já o de menor calibre (8,5 mm) possui maior facilidade de
progressão.
Da mesma maneira, existem três modelos de overtube que se adaptam aos modelos
dos endoscópios. O overtube é constituído de material flexível e já possui um balão de
látex acoplado a sua extremidade. Não é possível fazer a desinfecção adequada do
overtube, sendo, portanto, descartável após cada procedimento.
A insufladora de balões permite o controle da insuflação e desinflação dos balões.
Existem dois tubos, um que se acopla ao endoscópio e outro ao overtube.
A inserção do endoscópio e do overtube é feita inicialmente com os balões
vazios. A introdução do endoscópio é feita o mais distalmente possível. O overtube
deve ser mantido sobre o endoscópio. Logo depois o balão do overtube é inflado até
aderir à mucosa do intestino, permitindo a introdução do endoscópio sem fazer alça.
Em seguida, com o balão do endoscópio inflado, pode-se inserir o overtube desinflado.
Sob visão endoscópica ou radiológica, com ambos os balões insuflados, o endoscópio
e o balão são puxados conjuntamente para que haja a retificação do conjunto.
As complicações são raras, em torno de 0,8 a 1,6%. As principais complicações
são pancreatite, perfuração, sangramento e pneumonia aspirativa. Esse risco aumenta
quando os procedimentos terapêuticos são realizados, ficando entre 3 e 4% .
17
ENTEROSCOPIA DE BALÃO ÚNICO
A enteroscopia com balão único (SBE) é realizada por um aparelho de 200 cm de
comprimento e com um overtube de 140 cm, que possui um balão de silicone em sua
ponta. Possui uma forma de realização mais fácil, já que não é necessária a montagem
de outro balão. O ancoramento ocorre com a flexão da ponta do aparelho com a posição
máxima de up ou down, permitindo a progressão do overtube. O balão do overtube é
insuflado e a ponta do enteroscópio é retificada. Durante a retificação do conjunto, não
é necessária a manutenção da flexão da ponta do endoscópio, apenas o balão deve
manter-se insuflado .
18
Referências bibliográficas
rígido e com iluminação própria para examinar o reto, devendo-se a Kelly (1895) e a
Baltimore os avanços na utilização e no desenho dos retossigmoidoscópios .
2
de fibras ópticas flexíveis, com ponta móvel e controlável pelo examinador, foram
desenvolvidos aparelhos para a colonoscopia nos Estados Unidos (1963) e no Japão
(1966). Em 1970, Nakasaga realizou a primeira colonoscopia.
A aceitação do método ocorreu quando foi demonstrado que ele era eficaz em
revelar alterações não detectadas pelo sistema-padrão do enema opaco. Permitiu-se
pela colonoscopia a visualização direta e total do intestino grosso e, muitas vezes, do
íleo terminal, sendo então utilizada para diagnóstico, biópsias e terapêutica .
4
INDICAÇÃO DO EXAME
Avaliação de anormalidades diagnosticadas em enema opaco ou outros exames de
imagem.
Avaliação de pacientes com sangramento digestivo.
- Hematoquezia.
- Melena (após endoscopia digestiva alta normal).
- Pesquisa de sangue oculto nas fezes positiva.
Esclarecimento de anemia.
Doença inflamatória intestinal.
Diarreia crônica de origem indeterminada.
Rastreamento e acompanhamento das neoplasias do cólon.
Colonoscopia intraoperatória para auxílio na identificação de lesões.
Tratamento da hemorragia digestiva baixa.
Retirada de corpos estranhos.
Excisão de pólipos colorretais.
Descompressão de dilatação colônica (megacólon, volvo de sigmoide, pseudo-
obstrução aguda ou síndrome de Ogilvie).
Dilatação de estenoses.
Tratamento paliativo de estenoses ou sangramento de neoplasias.
Localização e marcação de neoplasias.
CONTRAINDICAÇÕES
Relativas
Absolutas
Novas tecnologias
Hipoglicemiantes
O PEG é, sem dúvida, o agente mais seguro e, portanto, deve ser sempre
recomendado para crianças, gestantes e idosos, além de pacientes de alto risco. Não
causa distúrbios hidreletrolíticos. Seu maior incoveniente é o volume total a ser
utilizado (3 a 4 L no total) . Em nosso meio é encontrado na forma de macrogol
13
(“Muvinlax”).
Laxativos salinos promovem distúrbios hidreletrolíticos e marcada retração do
espaço intravascular, que restringem seu uso em pacientes com insuficiência cardíaca,
insuficiência renal e cirrose . Existem na literatura relatos de mortes causadas pelo
13,14
Laxativos osmóticos (p. ex., lactulona e manitol) apresentam melhor aceitação por
causa do menor volume administrado. Porém não são recomendados pela ASGE, pois
há relatos de explosões do cólon com o uso de bisturi elétrico em procedimentos
terapêuticos, decorrentes da ativação do hidrogênio liberado pela fermentação
bacteriana cólica .
15,16
Angulação da ponta
Rotação da haste
A rota (ou torque) é uma manobra essencial para uma intubação eficaz, bem como
para uma boa visualização durante a retirada do aparelho. A rotação pode acarretar três
efeitos principais:
Avanço e recuo
Insuflação com ar
Realizando o exame
Trabalhar bem o cólon sigmoide parece ser o segredo para atingir o ceco com
maior facilidade. O aparelho deve ser sempre mantido na luz do órgão, evitando-se a
sua progressão “às cegas” .
4
Referências bibliográficas
(Quadro 1).
O objetivo deste capítulo é demonstrar os tipos de ressecções e suas
reconstruções, além de descrever as mudanças que ocorrem do ponto de vista do
endoscopista diante de um paciente operado.
COLECTOMIAS
As ressecções de cólon podem seguir um padrão anatômico ou ser de quaisquer
segmentos. São classificadas de acordo com a extensão do cólon ressecado (Quadro 2).
4
Colectomia direita
Transversectomia
Colectomia esquerda
Sigmoidectomia
Intestino disfuncional
Podem ser usados enemas convencionais com água ou soro fisiológico ou lavagem
com sonda através da colostomia.
Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
1. Marks G , Boggs HW, Castro AF, et al. Sigmoidoscopic examination with rigid
and flexible fiberoptic sigmoidoscopes in the surgeon’s office: a comparative
prospective study of effectiveness in 1,012 cases. Dis Colon Rectum.
1979;22:162.
2. ASGE Committee on Training. Flexible sigmoidoscopy for colorrectal cancer.
Core Curriculum; 1999.
3. Faigel DO, Eisen GM, Baron TH, et al., American Society for Gastrointestinal
Endoscopy. Preparation of patients for GI endoscopy. Gastrointest Endosc.
2003;57(4):446-50.
4. Church JM. Rigid endoscopy techiniques. In: Church JM. Endoscopy of the
colon, rectum and anus. New York: Igaku-Shoin, 1995. 81-5p.
16
CÁPSULA ENDOSCÓPICA: ESÔFAGO, INTESTINO DELGADO E
CÓLON
Christiano Makoto Sakai
Sonia Nadia Fylyk
Thiago Ferreira de Souza
Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura
INTRODUÇÃO
Até poucos anos atrás, o estudo das patologias do intestino delgado era limitado.
Inicialmente, era realizado por meio de exames contrastados. Apesar dos grandes
avanços da endoscopia digestiva alta, enteroscopia e colonoscopia, a maior parte da
mucosa jejunoileal permanecia sem ser estudada adequadamente.
A cápsula endoscópica é uma tecnologia não invasiva que, a princípio, havia sido
desenvolvida para o estudo do intestino delgado. As imagens capturadas possuem alta
qualidade e magnificação de 1:8, que é maior que a dos endoscópios convencionais.
Esse novo método se aproxima do conceito de endoscopia fisiológica, de modo
que a cápsula se move de forma passiva e não necessita de insuflação.
Foi em 2001 que a cápsula endoscópica surgiu, permitindo o estudo da mucosa
intestinal em sua totalidade de forma não invasiva. Em outubro de 2004, foi lançada a
cápsula esofágica e, em 2005, a primeira cápsula de cólon.
CÁPSULAS
Atualmente, são comercializadas cápsulas de três empresas diferentes:
PillCam-Given Imaging.
EndoCam – Olympus.
MiroCam.
Sensores
Recorder
Workstation
Preparo
– 1. O paciente, 2 dias antes do exame, deve tomar dez copos de água e quatro
comprimidos de Ducolax , sendo dois comprimidos às 10 e outro às 16 h.
®
– 2. O paciente deve manter dieta líquida sem resíduos (não pode ingerir
verduras, bagaço de frutas, carnes, fibras ou derivados do leite) na véspera do
exame.
– 3. Na noite que precede o exame, o paciente deverá ingerir 2 L de polietileno
glicol-PEG, às 20 h (Muvinlax , dissolvendo dez envelopes em 2 L de água).
®
esvaziamento gástrico.
Técnica
Menores de 40 anos :6
Uma nova classificação para lesões vasculares foi proposta por Yano et al., em
2008. Essa classificação tem grande impacto na terapêutica endoscópica dessas lesões,
pois lesões venosas (tipo 1) podem ser tratadas com cauterização, entretanto, as lesões
com componente arterial (tipos 2 e 3) devem ser submetidas a tratamento com cilpe
metálico ou até mesmo por meio de laparotomia .7
Cápsula de cólon
Absolutas
– Quadros de obstrução ou suboclusões gastrointestinais.
– Gestação.
Relativas
– Alterações de motilidade intestinal.
– Suspeita de aderência ou fístulas.
– Presença de marca-passo.
– Presença de desfibriladores implantados.
– Grandes ou numerosos divertículos de delgado.
– Divertículo de Zenker.
– Distúrbios de deglutição.
– Doença de Crohn de delgado extensa com sintomas de quadro subestenosante.
Complicações
Referências bibliográficas
Endoscopia pré-operatória
Cirurgias restritivas
Gastroplastias verticais
Cirurgias disabsortivas
Cirurgias mistas
Gastroplastia vertical
Derivações gastrojejunais
Derivações biliopancreáticas
Referências bibliográficas
(Quadro 1).
O uso dessa técnica tem aumentado pelo seu grande auxílio no diagnóstico de
certas afecções, como esôfago de Barrett e doença celíaca. Além disso, também tem
sido valorizada em razão do desenvolvimento de novas tecnologias, como dissecção de
submucosa, terapia fotodinâmica, endoscopia com magnificação, endomicroscopia
confocal e endocitoscopia confocal .
13
Aplicação prática
Solução de Lugol
Índigo-carmim
Azul de toluidina
Cresil violeta
Vermelho do congo
É um corante indicador de pH. Detecta o pH ácido pela mudança de cor do
vermelho para o azul ou o preto. Tem sido usado para mapeamento da produção ácida
no estômago ou em regiões ectópicas.
Vermelho fenol
Ácido acético
Equipamento
Corantes.
Endoscópio-padrão.
Cateter tipo spray.
Técnica
Limitações
banda estreita com filtros ópticos para restringir a banda eletromagnética do feixe
luminoso, denominada de narrow band imaging (NBI). Segundo os autores, a sua
utilização na endoscopia permitiria uma imagem mais detalhada da superfície mucosa,
assim como da rede capilar, mesmo sem a utilização de corantes químicos . Isso ocorre
24
FICE e iScan
Endocitoscopia
Autofluorescência
Técnica
Aplicar entre 0,2 e 0,5 mL, por punção de Nankin, na diluição de 1:100, em
solução salina. A punção deve ser com agulha penetrando obliquamente à parede do
órgão, sendo aplicada de forma circunferencial nos quatro quadrantes ou aplicação
proximal e distal à lesão.
Referências bibliográficas
Modos de operação
Monopolar
O modo de operação bipolar é assim chamado, pois apresenta dois polos ativos,
que estão localizados no mesmo acessório, mas eletricamente isolados. Nesse caso, não
existe polo dispersivo ou de retorno, sendo ambos responsáveis pela realização do
efeito eletrocirúrgico. Durante a operação bipolar, os dois polos estão em contato com
o paciente e a corrente circula localmente entre esses ponto de aplicação, ou seja,
ocorre passagem de corrente elétrica por uma pequena porção de massa do paciente,
saindo e retornando pelo próprio acessório. Uma variação do modo de operação
bipolar é o modo multipolar, no qual é possível, por meio de acessórios que
apresentam diversos pares bipolares que fecham circuito localmente, haver contato com
o meio. Com isso, espera-se aumentar a área de aplicação e também a eficiência da
hemostasia bipolar.
EFEITOS ELETROCIRÚRGICOS
Corte puro (pure cut)
As coagulações por contato trabalham com picos de tensões bem mais baixos do
que as fulgurações e, por essa razão, não são capazes de emitir centelhas. Dessa forma,
para que ocorra a condução da corrente de coagulação, o eletrodo deve estar em bom
contato com o tecido. Esse tipo de coagulação geralmente não produz escaras, mas uma
coagulação mais pontual e de coloração clara, que ocorre em razão do lento
aquecimento da região de aplicação até temperaturas suficientes para que ocorra a
desnaturação proteica. Essa coagulação é mais lenta, portanto, mais delicada,
dificultando a entrega de doses superiores às necessárias, assim são delicadas e
frequentemente aplicadas a órgãos de paredes estreitas, como o cólon.
A coagulação SOFT é um exemplo de dessecação bastante usada na endoscopia.
Pode ser usada tanto em procedimentos pontuais de hemostasia após ressecções como
nas marcações em procedimentos de ESD, e ainda na hemostasia de vasos antes da
ressecção. Sua aplicação hemostática também é adequada na técnica de ressecção
endoscópica sob a água (under water), desde que sejam usadas no meio soluções não
condutoras ou saturadas, como água destilada ou glicina, respectivamente. Além disso,
auxilia no baixo dano tecidual, o que é uma das vantagens da ressecção em meio
líquido, por dispersar o calor no líquido não salino.
COAGULADOR POR PLASMA DE ARGÔNIO
O coagulador por plasma de argônio (CPA) é um equipamento que, acoplado a um
bisturi elétrico, tem a capacidade de entregar a energia desejada utilizando o gás
argônio como eletrodo ativo (ou meio de condução). Por essa razão, o conjunto é
frequentemente chamado de sistema eletrocirúrgico, uma vez que trabalha de forma
sincronizada, fazendo com que o gás e a corrente elétrica atinjam a extremidade do
acessório com o qual será realizada a aplicação, não sendo necessário o contato entre o
acessório e o ponto de aplicação.
O módulo CPA é o responsável pelo controle preciso do fluxo de gás argônio,
enquanto o bisturi gera a corrente elétrica de alta frequência necessária para a
ionização do gás, formando o plasma de argônio. Assim, o sistema entrega energia sem
a necessidade de contato, na forma de moléculas eletricamente carregadas de gás
ionizado (Ar ) e elétrons livres (e ), e não propriamente na forma de corrente elétrica.
+ -
Por essa razão, o plasma tem uma profundidade de penetração em torno de 1 a 3 mm,
muito inferior à da corrente elétrica. Outra vantagem do plasma é a distribuição
uniforme da coagulação ao longo da área de aplicação, diferentemente da corrente
elétrica, que apresenta pontos de maior concentração de dose. Ainda se pode afirmar
que se trata de uma técnica de fácil manuseio, pois permite grande mobilidade e
aplicação multidirecional.
A aplicação do plasma de argônio pode ser frontal ou tangencial, bastando manter
a proximidade ideal ao local desejado, lembrando que o plasma fechará o circuito entre
o ponto mais próximo e a extremidade do acessório e o local de aplicação. Manter o
cateter a uma distância de 1 a 8 mm do tecido é suficiente para a adequada aplicação e,
quanto ao tempo de acionamento, existem diferentes técnicas, como a aplicação ponto a
ponto e também a varredura mais extensa, sendo comuns os tempos de aplicação
compreendidos entre 0,5 e 2 segundos.
Ajustes de fluxo e de potência são as mais importantes variáveis nessa técnica, por
essa razão, ter em mente os valores iniciais e os limites sempre será útil. Não é
recomendada a aplicação de fluxos superior a 4,0 LPM em procedimentos fechados
como laparoscopia e endoscopia. Além disso, durante a aplicação, deve-se estar atento
à dupla insuflação que ocorre parte pelo ar medicinal (ou CO ) e parte pelo argônio,
2
Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
Cáusticas.
Pépticas.
Congênitas.
Cicatriciais em decorrência de processos inflamatórios ou infecciosos (p. ex.,
citomegalovírus, medicamentosa e térmicas).
Actínicas.
Anéis e membranas (p. ex., síndrome de Plumer-Vison).
Pós-cirúrgicas.
Técnica
a. Estenoses simples
Após avaliação da estenose, sempre que possível o fio guia deve ser locado no
antro proximal.
Retira-se o endoscópio com cuidado ao mesmo tempo em que se empurra o fio
guia, para que o mesmo não migre proximalmente ou distalmente.
Com o fio guia estável, de preferência se apoiando seu segmento distal em uma
superfície fixa, passa-se a sonda termoplástica, seguindo a "regra do 3".
"Regra do 3": Estima-se o diâmetro da estenose e então a sonda de diâmetro mais
próximo é escolhida. Progride-se o diâmetro da sonda de 1 em 1 mm, não
ultrapassando 3 mm em cada sessão. Caso ocorra sangramento ou dor, deve-se
interromper a sessão de dilatação e proceder à revisão endoscópica.
b. Estenoses complexas
Para o tratamento das estenoses pépticas, a doença péptica deve estar tratada, ou
seja, sem sinais de atividade inflamatória e o H. pylori precisa ser erradicado quando
presente .
4,5
Referências bibliográficas
1. Egan JV, Baron TH, Adler DG, et al. Standards of Practice Committee.
Esophageal dilation. Gastrointest Endosc. 2006 May;63(6):755-60.
2. Andreollo NA. et al. Tratamento conservador das estenoses benignas do
esôfago através de dilatações. Análise de 500 casos. Rev Assoc Med Bras [on-
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3. Piotet E, Escher A, Monnier P. Esophageal and pharyngeal strictures: report on
1,862 endoscopic dilatations using the Savary-Gilliard technique. Eur Arch
Otorhinolaryngol. 2008 Mar;265(3):357-64.
4. Sakai P, Ishioka S, Filho, MF, et al. Tratado de endoscopia digestiva:
diagnóstica e terapêutica. 2.ed. São Paulo: Atheneu; 2005.
5. Kochhar R, Kochhar S. Endoscopic balloon dilation for benign gastric outlet
obstruction in adults. World J Gastrointest Endosc. 2010 Jan16;2(1):29-35.
6. Kochhar R, Sethy PK, Nagi B, et al. Endoscopic balloon dilatation of benign
gastric outlet obstruction. J Gastroenterol Hepatol. 2004 Apr;19(4):418-22.
7. Rana SS, Bhasin DK, Chandail VS, et al. Endoscopic balloon dilatation without
fluoroscopy for treating gastric outlet obstruction because of benign etiologies.
Surg Endosc. 2011 May;25(5):1579-84.
8. http://www.uptodate.com.
22
SONDAS ENTERAIS E PARA OSTOMIAS
Luciana Lopes de Oliveira
Fabio Yuji Hondo
Marcelo Simas de Lima
Sonia Nadia Fylyk
INTRODUÇÃO
As sondas enterais e para ostomias são tubos flexíveis destinados a comunicar o
tubo digestivo alto com o meio externo, seja para infusão de soluções, como
medicamentos e dieta ou para descompressão e drenagem de secreções digestivas. São
passadas por via nasal, oral ou percutânea, por meio de procedimentos realizados às
cegas à beira do leito, ou por meios endoscópico, radiológico e cirúrgico. Em geral,
são locadas distalmente em estômago, duodeno ou jejuno, quando destinadas ao suporte
nutricional, entretanto, podem ser posicionadas em outros pontos do tubo digestivo de
acordo com a indicação clínica, como nos casos descompressivos .
1,2
muito maleáveis, possuem um fio-guia metálico flexível removível para facilitar a sua
passagem. Na extremidade distal das sondas nasoenterais, existe ainda uma ogiva de 2
a 3 g, em geral de tungstênio cujo peso facilita a progressão transpilórica, tanto através
da migração espontânea por efeito do peristaltismo, como nos casos de passagem
endoscópica. As ogivas também garantem maior segurança no uso dessas sondas, pois
possibilitam a permanência na posição pós-pilórica e o controle radiológico . 2
Está indicada em situações que não é possível a passagem às cegas por desvios do
eixo, compressões extrínsecas, tumores pequenos ou estenoses discretas, que não
comprometem a permeabilidade do tubo gastrointestinal alto . 13
Está indicada nas condições em que não é possível a passagem apenas sob visão
endoscópica, como nos desvios de eixo importante (p. ex., hérnias hiatais volumosas) e
nas situações em que há comprometimento da luz esofágica sem impedir a progressão
do aparelho (p. ex., acalásia avançada e tumores volumosos, porém não obstrutivos).
Também conhecida como drag-and-pull, consiste na apreensão da sonda com
pinças convencionais ou de corpo estranho através de um ponto de fio de sutura em sua
extremidade distal (Figura 3). Após passagem pela narina, progride-se a sonda sob
visão direta até a posição esofágica, onde o fio de sutura fixado na ponta da sonda será
apreendido. Com a sonda conectada ao aparelho através da apreensão pela pinça no
interior do canal de trabalho, progride-se o conjunto simultaneamente até o local
desejado (estômago ou região pós-pilórica) . Para a posição pós-pilórica, é preciso
13,14
Podem ocorrer em 12% dos pacientes, sendo mais frequentes aquelas relacionadas
ao seu mau funcionamento ou posicionamento, principalmente quando passadas às
cegas, à beira do leito ou em casos de migração e obstrução da sonda, sinusite,
epistaxe, pneumonia aspirativa e pneumotórax .
7,15
pode ser tentada inicialmente com jatos de água (preferencialmente morna) ou soluções
alcalinas de bicarbonato de sódio e enzimas pancreáticas . A obstrução mecânica é a
7
ferida, a presença de ostomias mais largas e com muito exsudato sugere mau
funcionamento do tubo . O procedimento de troca é simples, rápido e pode ser
21
Nos casos sem troca prévia, o anteparo plástico da sonda de primeira passagem é
flexível e pode ser tracionado através da pele sob tensão contínua, após higienização da
pele e lubrificação local, de preferência com lidocaína gel a 2%. Quando há grande
resistência, o anteparo é rígido ou há risco de trauma local, pode-se fazer a retirada por
via endoscópica . A técnica consiste primeiro na apreensão do anteparo interno com
18
sonda junto à pele para a eliminação do anteparo interno pelas fezes está associado a
quadros de obstrução intestinal, principalmente em crianças, sendo desaconselhado . 4,7
posição desejada através de uma alça de fio de sutura e um clipe; por outro lado, há o
inconveniente de dificultar a sua remoção, principalmente por se tratar de sondas muito
finas, com obstrução frequente . Algumas soluções com água e enzimas e métodos
22
Referências bibliográficas
Técnica de utilização
Vantagens
Desvantagem
Indicações
Taxa de sucesso
85-100%, sendo semelhante à taxa dos resultados obtidos com EST isolada.
Necessidade de litotripsia adicional: < 5%.
Efetua-se a dilatação da papila maior com balão de maior calibre (14-20 mm)
após esfincterotomia endoscópica (menor risco de complicações relacionados ao
procedimento isolado de dilatação papilar). Ressalta-se que a papilotomia prévia à
dilatação transpapilar tem intenção tática com intuito de evitar a pancreatite pós-CPRE,
pois não lesará o ducto pancreático junto à ampola. Os baskets com recurso de
litotripsia em tempo real são ferramentas muito útieis em cálculos facetados e maiores
do que 15 mm em seu maior eixo e, claro, com desproporção na parte proximal e distal
da via biliar extra-hepática.
Taxa de sucesso
83-100%.
Necessidade de litotripsia adicional: 1-27%.
EBD sem EST:
Ersoz et al. relataram pela primeira vez o uso de esfincterotomia seguido por
dilatação balonada transpapilar com balão de grande diâmetro (12-20 mm) como uma
técnica alternativa para cálculos de vias biliares que são de difícil remoção por meio
dos métodos convencionais. A recuperação completa do cálculo sem litotripsia foi
bem-sucedida em 54 de 58 pacientes (93,1%), e necessidade de litotripsia mesmo após
dilatação da papila ocorreu em 4 (6,9%) pacientes. Ocorreram complicações em 9
pacientes (15,5%), incluindo 2 (3,4%) com pancreatite leve .
1
reconhecidos precocemente em 25% dos casos, mas podem ser descobertos até 20 anos
após o procedimento inicial . A radiofrequência utilizada em cirurgias hepáticas
3
preditivas de falha são estenoses acima do hilo, estenoses longas, apresentação pós-
cirúrgica tardia (> 3 meses), variações anatômicas do trato gastrointestinal alto ou das
vias biliares e condições clínicas gerais afetando a segurança da sedação prolongada
ou anestesia geral .
6
Por muitos anos, a prótese metálica autoexpansível era indicada apenas para
tratamento definitivo (paliação de tumores irressecáveis na junção biliopancreática),
mas, recentemente, esse paradigma tem sido reavaliado para doenças benignas, com uso
de prótese parcial ou totalmente recobertas, que são potencialmente removíveis .
7
Fluxo
Plásticas autoexpansíveis
Metálicas autoexpansíveis
São tubos flexíveis que apresentam orifícios laterais para facilitar a drenagem de
bile. Possuem também estruturas para ancoragem, como flaps e extremidades em
pigtail, para evitar a migração do stent. Variam de 5 a 11,5 Fr.
As próteses em pigtail possuem extremidade bastante encurvada, como um rabo de
porco, para facilitar sua ancoragem. A single pigtail possui uma extremidade
encurvada, enquanto a double pigtail possui curvas nas duas extremidades.
As próteses tipo reta foram desenvolvidas com aletas ou flaps nas extremidades
para facilitar a ancoragem. Existem os modelos de Cotton-Leung ou Amsterdã, Cotton-
Huibregtse (parecida com a anterior, mas arqueado em extremidade distal para facilitar
o posicionamento em sua face duodenal) e Sohendra-Tannenbaum. Estudos não
evidenciaram diferenças significativas entre os modelos .
9
Plásticas
Metálicas
A prótese deve ser cerca de 4 cm maior do que a região da estenose, com margens
de 1 a 2 cm nas extremidades. Podem ser liberadas sob visão endoscópica ou
fluoroscópica.
Deve-se evitar a passagem do endoscópio no interior da prótese após seu
posicionamento, para evitar migração.
O procedimento é ambulatorial e deve durar menos que 30 minutos.
A prótese é um tubo aperistáltico, portanto, deve-se orientar o paciente a evitar
carnes duras, talos de vegetais; alimentar-se com pequenas mordidas, mastigar bem e
beber muito líquido. Deve-se, ainda, orientar o paciente para não se deitar 3 a 4 horas
após a alimentação, pois há risco de refluxo significativo, principalmente em próteses
que ultrapassam a junção esofagogástrica . Nessa situação, opta-se por próteses com
1
válvula antirreflexo.
Complicações
Próteses gastroduodenais
Complicações
Obstrução biliar.
Hemorragia.
Perfuração.
Migração.
Próteses colônicas
Complicações
Complicações
Complicações
Migração (14%, mais em recobertas).
Colecistite aguda (oclusão do ducto cístico pela malha da prótese).
Pancreatite aguda (fazer esfincterotomia antes para evitar).
Encurtamento.
Angulação (outra prótese coaxial pode resolver).
Oclusão (ingrowth; overgrowth).
Obstrução duodenal .
19
PRÓTESES PANCREÁTICAS
As próteses plásticas pancreáticas são utilizadas como redução do risco de
pancreatite pós-CPRE ou como terapia pancreática direcionada (Quadro 4) .
20
Referências bibliográficas
Indicações
Indicações
Indicações
Lesão de Dieulafoy.
Úlceras pépticas.
Escleroterapia de varizes esofágicas.
HIALURONATO DE SÓDIO
O hialuronato de sódio (HS) é um derivado do ácido hialurônico, uma glicosamina
amplamente encontrada no tecido conectivo dos mamíferos – substância espessa, com
alta viscosidade, com marcada capacidade de retenção de água, além de não apresentar
antigenicidade ou toxicidade ao homem.
Em endoscopia, é utilizado para ressecção de grandes lesões de estômago e reto.
É encontrado em solução estéril a 1%.
Indicações
Indicações
Indicações
Indicações
Indicações
Indicações
Indicações
Solução de Lugol
Foi nomeada em honra ao médico frânces Jean Guillaume Auguste Lugol. Trata-se
de um composto de iodo e iodeto de potássio que se liga ao glicogênio que existe nas
células não queratinizadas do epitélio escamoso. A solução é usada nas diluições de 1
a 4%, instilando-se de 20 a 50 mL por meio de um cateter.
Indicações
Azul de toluidina
Indicação
Azul de metileno
O azul de metileno é absorvido pelas células epiteliais absortivas dos intestinos
delgado e cólon e não pela mucosa gástrica. Sua apresentação é com diluição a 0,5%.
Indicações
Violeta-genciana
Indicações
Índigo-carmim
Indicações
Vermelho-congo
Indicações
Vermelho-fenol
Indicações
Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
causa mais comum de obstrução esofágica nos adultos. Nas crianças, a maioria dos
corpos estranhos é representada pelas moedas (75% dos casos).
Mais de 80% dos corpos estranhos ingeridos passam pelo trato gastrointestinal
(TGI) sem ocasionar sintomas e são eliminados sem precisar de nenhuma intervenção, 1
taxa de mortalidade é muito baixa; em estudo realizado não foi observada nenhuma
morte em 852 adultos e apenas um óbito em 2.200 crianças .1,6
um sinal importante que indica obstrução total da luz esofágica. Alguns pacientes
podem apresentar quadro clínico de obstrução alta do TGI, com náuseas e vômitos,
distensão e dor abdominal.
Quando ocorre perfuração, os sintomas aparecerão de acordo com o local da
lesão: na orofaringe e no esôfago proximal, há edema, rigidez e hiperemia da região do
pescoço, podendo aparecer enfisema subcutâneo e crepitação; perfuração do esôfago
médio ou distal provoca dor retroesternal e/ou dor em andar superior do abdome,
taquipneia, cianose, febre e choque; quando ocorre em estômago, intestino delgado ou
cólon, o quadro clínico é de um abdome agudo perfurativo, com dor abdominal difusa,
rigidez involuntária da musculatura do abdome. Em todas essas situações, o paciente
deve ser submetido ao tratamento cirúrgico de urgência, sendo dispensável a realização
de EDA nesse momento.
Exames complementares
Radiografia
A radiografia simples da região cervical, do tórax e do abdome identifica a
maioria dos corpos estranhos e ajuda no diagnóstico das complicações, mostrando
pneumomediastino, pneumoperitôneo e enfisema de subcutâneo. Além disso, confirma a
localização, a forma, o tipo e o número de objetos ingeridos. Ajuda também a descartar
corpo estranho na via aérea quando realizada na posição de perfil. Possui sensibilidade
entre 44 e 77% .
7
Endoscopia
Tomografia computadorizada
Ímãs
(Figura 2).
Ímã único: sempre que for possível, é prudente a remoção por EDA, porém pode
ser adotada uma conduta conservadora, observando-se as seguintes precauções:
– radiografias seriadas para comprovar a progressão do ímã e confirmar que
múltiplos ímãs não estão presentes (radiografias em perfil podem ser úteis para
descartar a presença de mais de um ímã);
– manter objetos metálicos e outros ímãs longe do alcance da pessoa que ingeriu
o ímã.
Múltiplos ímãs: existe um grande risco de complicações e sempre devem ser
removidos quando forem acessíveis (por EDA, enteroscopia ou colonoscopia). Se
não forem acessíveis, deve-se obedecer as seguintes condutas:
– pacientes assintomáticos devem ser acompanhados por radiografias seriadas a
cada 4 a 6 horas. Caso desenvolvam sintomas, são encaminhados para cirurgia;
– pacientes sintomáticos ou aqueles que possuem múltiplos ímãs mas que não
progridem pelo TGI devem ser encaminhados para procedimento cirúrgico.
Baterias
Bolo alimentar
Objetos arredondados
Objetos longos
Objetos pontiagudos
Pacotes de drogas
Não devem ser removidos por endoscopia pelo risco de ruptura. Os pacotes
geralmente são visualizados pelas radiografias e a TC também pode ser útil, embora
resultados falso-negativos possam ocorrer. Os pacientes são acompanhados por meio
de radiografias seriadas e a cirurgia está indicada quando ocorre falha na progressão
ou quando há sinais de obstrução intestinal ou suspeita de ruptura.
TRATAMENTO
A maioria dos corpos estranhos passa espontaneamente pelo TGI sem necessitar
de nenhuma intervenção. Somente 10 a 20% dos casos requerer remoção endoscópica e
menos de 1% requer intervenção cirúrgica . A enteroscopia pode ser uma alternativa à
10
O exame de endoscopia pode ser realizado apenas com uma sedação adequada,
porém existem situações em que a intubação orotraqueal com anestesia geral é mais
segura (Tabela 3).
1,11
endoscópios de duplo canal pode ser útil ao permitir maior estabilidade na retirada dos
corpos estranhos e facilitar a limpeza de partículas de alimentos; entretanto, seu manejo
é mais difícil, principalmente no terço distal do esôfago, além haver maior dificuldade
para o pinçamento dos corpos estranhos. Assim, a maioria dos endoscopistas prefere
utilizar endoscópios menores e mais flexíveis (Tabela 4).
Para a remoção dos corpos estranhos, são utilizados alguns acessórios, como
pinça dente de rato, pinça de corpo estranho, alças de polipectomia, basktes e cestas de
Dormia. Dalton et al. mostraram que em 91,2% dos casos os corpos estranhos podem
ser removidos com pinça dente de rato ou alça de polipectomia . A escolha do melhor
7
Complicações
Referências bibliográficas
Fase aguda (até o 10 dia): caracterizada pela reação inflamatória intensa, com
o
Manejo inicial
Intervenção cirúrgica
Fase crônica
Na maioria dos casos, são necessárias múltiplas sessões e, nos casos graves ou
com refratariedade às dilatações, a abordagem cirúrgica por meio de esofagectomia é
mandatória. O objetivo é a resolução da disfagia, permitindo a ingesta alimentar e a
recuperação do estado nutricional.
Outras medidas descritas são a aplicação de corticosteroide (acetato de
triancinolona) na dosagem de 40 mg por sessão, repetido por quatro vezes, com
intervalo semanal, envolvendo a técnica da injeção nos bordos da laceração e não no
vértice. Há uma restrição à injeção de corticosteroide, que se refere à monilíase do
esôfago.
Em situações especiais, como estenose refratária às sessões de dilatação, a
realização de estenotomia pode ser uma adequada opção técnica . 6
Referências bibliográficas
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29
OBSTRUÇÃO ANTROPILORODUODENAL
Spencer Cheng
Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura
Everson Luiz de Almeida Artifon
INTRODUÇÃO
As obstruções malignas gastroduodenais, principalmente as da região
antropiloroduodenal, causam altas morbidade e mortalidade nos pacientes acometidos.
As principais causas são: neoplasias avançadas do estômago, duodeno, pâncreas ou
compressão extrínseca (linfonodos ou metástases). Nesses casos, os pacientes sofrem
com síndrome consuptiva importante, náuseas e vômitos e acabam cursando com
distúrbios hidreletrolíticos e desnutrição.
As neoplasias gástricas e pancreáticas têm baixa taxa de diagnóstico precoce por
causa dos discretos sintomas relatados pelos pacientes. Portanto, no momento do
diagnóstico, as ressecções cirúrgicas curativas não são mais possíveis em até 40% dos
casos. Já as neoplasias pancreáticas são irressecáveis no momento do diagnóstico em
80 a 95%.
Torna-se evidente que a paliação se torna a única solução para esse grupo de
pacientes. Aqueles que apresentam um status performance satisfatório são submetidos
a derivações cirúrgicas, entretanto os que estão mais debilitados são candidatos a
passagem de próteses metálicas na via biliar e no trato gastrointestinal por via
endoscopia.
Atualmente, existem diversos fabricantes de próteses com as mais variadas
características para que se evitem as migrações e as perfurações. A maioria dessas
próteses são constituídas de nitinol, que fornece maior flexibilidade para estenoses com
grandes angulações.
MATERIAIS: PRÓTESES METÁLICAS AUTOEXPANSÍVEIS
Existem inúmeros tipos e tamanhos, com as mais diversas características. Essas
próteses são divididas pelo sistema de liberação, que pode ser de pequeno calibre
(introduzidas através do canal de trabalho) ou de grande calibre, sendo utilizadas
externamente ao endoscópio, sob fio-guia.
As próteses disponíveis no mercado para obstruções gastroduodenais são: Niti-S
stent (Taewong Medical, Seoul, Coreia do Sul), Wallstent Enteral e Wallflex Enteral
® ®
Choo stent , Song stent e Hanarostent (M.I. Tech Co., Ltd, Coreia do Sul). São
® ® ®
cuidado de observar sinais e sintomas de síndrome ictérica antes de passar uma prótese
gastroduodenal, uma vez que, após passada, o acesso à via biliar se torna difícil,
sobrando apenas a via transparieto-hepática. Como normalmente a obstrução biliar
ocorre antes da obstrução gástrica, a associação da passagem da prótese biliar antes da
prótese gastroduodenal traz grandes benefícios ao paciente.
INDICAÇÕES
A principal indicação da passagem de próteses em neoplasias de estômago e
duodeno é para aqueles pacientes que não são mais candidatos ao tratamento cirúrgico
paliativo e nos doentes que foram submetidos a derivações cirúrgicas prévias por
neoplasia.
O objetivo principal nesses pacientes é obter a melhora rápida da disfagia,
podendo até reiniciar a dieta líquida via oral, aumentando assim a qualidade de vida do
doente. Entretanto, existem aqueles casos em que mesmo com a prótese não é possível
reintroduzir a dieta via oral de maneira satisfatória, porém a melhora dos sintomas
obstrutivos, como náuseas, vômitos e plenitude gástrica, já é um ganho na qualidade de
vida.
relacionadas ao procedimento são raras, porém podem ocorrer entre 5 e 7% dos casos . 7
Já as complicações tardias são mais comuns e ocorrem em menos de 20% dos casos . 8
RESULTADOS
Em uma revisão sistemática publicada por Jeurnink et al., em 2007, foram
comparados pacientes submetidos a tratamento endoscópico por meio da implantação
de próteses metálicas autoexpansíveis versus pacientes submetidos a tratamento
cirúrgico (gastrojejunostomia aberta ou laparoscópica). Demonstraram uma taxa de
sucesso técnico de 96% (972/1012) na implantação de próteses, cujos casos que
falharam ocorreram por causa do deslocamento da prótese durante a implantação,
impossibilidade de passagem do fio-guia translesional e dificuldade na liberação da
prótese. Já nos casos submetidos a tratamento cirúrgico, foi verificada apenas uma
falha (carcinomatose peritoneal). O sucesso clínico (melhora na ingestão oral e/ou
redução dos sintomas obstrutivos) nos pacientes com tratamento endoscópico foi de
89%, e no grupo cirúrgico foi de 72%. As complicações (endoscopia versus cirurgia)
precoces e tardias nos dois grupos foram semelhantes (7 e 18% versus 4 e 18%). Já o
tempo de internação foi significativamente menor no grupo de tratamento endoscópico
(7 dias) em relação ao grupo cirúrgico (13 dias) .
9
Referências bibliográficas
Ampicilina e gentamicina.
Fluoroquinolonas.
Ceftazidima, ampicilina e metronidazol.
Carbapenêmicos.
Mebendazol e albendazol (parasitoses).
Os métodos de imagem permitem avaliar se existe dilatação das vias biliares para
identificação de sua localização e causa. O primeiro exame a ser solicitado é
ultrassonografia abdominal e, após, a colangiorressonância, se a ultrassonografia não
for elucidativa. Após identificada a obstrução, deve-se indicar a
colangiopancreatografia retrógrada endoscópica, que permite localizar o local de
obstrução, além de possuir grande poder terapêutico .
10
Drenagem endoscópica.
Drenagem percutânea.
Drenagem cirúrgica.
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choledocholithiasis in patients with acute obstructive suppurative cholangitis and
liver cirrhosis. Am J Surg. 1995;170:356.
31
HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA NÃO VARICOSA
Jeane Martins Melo
Vinicius Leite de Castro
Sebastião Alves D'Antonio
Sergio Eiji Matuguma
Everson Luiz de Almeida Artifon
INTRODUÇÃO
A hemorragia digestiva alta não varicosa (HDAnV) é condição clínica grave que
requer tratamento urgente. Caracteriza-se pela origem acima do ligamento de Treitz e
incidência de quatro a seis vezes maior do que a hemorragia digestiva baixa. A
incidência anual é de aproximadamente 100 casos por 100.000 habitantes e o índice de
mortalidade varia entre 7 e 14%.
Apesar da diminuição do índice de sangramento causado por úlceras pépticas
após a introdução de inibidores de bomba de prótons e a erradicação do Helicobacter
pylori, ela ainda permanece como principal causa de HDAnV em virtude do
envelhecimento populacional e do uso abusivo de anti-inflamatórios não esteroides,
sendo também causa comum de hemorragia em pacientes hospitalizados.
ETIOLOGIA
As principais causas de sangramento digestivo alto são demonstradas na Tabela 1.
Úlcera péptica
Lesões esofágicas
Malformações vasculares
Fístulas aortoentéricas
Tumores gastrointestinais
Os tumores gastrointestinais correspondem a aproximadamente 5% das causas de
HDAnV. O sucesso do tratamento endoscópico é similar ou menor do que aquele obtido
na úlcera péptica sangrante. Os índices de recorrência, entretanto, são altos (16 a 80%),
bem como as complicações durante endoscopia hemostática. A modalidade de
tratamento ideal não está definida e depende do objetivo da terapia. Cirurgia,
radioterapia hemostática e angiografia são as modalidades terapêuticas que melhor
garantem controle hemostático em longo prazo.
ABORDAGEM INICIAL E ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
O primeiro passo no manejo de pacientes com HDAnV consiste em estabelecer o
status hemodinâmico e iniciar as medidas de suporte necessárias. O status
hemodinâmico pode ser obtido pela classificação do grau de choque hipovolêmico,
lançando mão apenas de parâmetros clínicos (Tabela 3).
Jejum
Agentes procinéticos
Injeção
Cauterização
Terapia mecânica
Endoscopia de controle
Ressangramento
A confirmação da erradicação da bactéria pode ser feita por biópsia durante novo
procedimento endoscópico, se porventura o paciente necessitar realizá-lo por outro
motivo (p. ex., documentar a cura de úlcera gástrica), ou pelo teste respiratório da ureia
se não houver necessidade de nova endoscopia. Os IBP podem mascarar o teste em
aproximadamente um terço dos casos, por isso devem ser suspensos 2 semanas antes.
Após a erradicação, a manutenção do IBP não é recomendada exceto nos usuários de
anti-inflamatório não esteroidal (AINE) e antiplaquetários/antitrombínicos.
Nos pacientes portadores de úlcera sangrante cuja etiologia está ligada ao uso de
AINE, a suspensão do uso deve ser ponderada. Caso a necessidade persista,
recomenda-se a utilização de anti-inflamatórios inibidores seletivos da COX-2
associados aos IBP.
Em pacientes que fazem uso de ácido acetilsalicílico (AAS) e apresentam
HDAnV, a interrupção deve ser ponderada. Se utilizado para prevenção secundária,
então o AAS deve ser restabelecido o mais precocemente possível após cessação do
sangramento, idealmente entre 1 e 3 dias com limite de 7 dias, associado à terapia com
IBP. Se administrada para profilaxia primária, a terapia antiplaquetária deve ser
suspensa na maioria dos pacientes.
Referências bibliográficas
finas (diâmetro menor que 3 mm), médias (diâmetro entre 3 e 6 mm) e grossas
(diâmetro maior que 6 mm) .
5
pontuação mais alta dessa classificação (Child C) está associada a uma maior
probabilidade de sangramento varicoso.
A história de sangramento varicoso prévio também é um preditor de sangramento
subsequente. Um terço dos pacientes com HDAV irá ressangrar dentro de 6 semanas
(precoces), e um terço irá ressangrar após 6 semanas (tardios) .
14
ESTRATÉGIAS DE ABORDAGEM
Apesar da alta morbimortalidade da HDAV, estudos recentes sugerem que houve
uma diminuição da mortalidade intra-hospitalar nas últimas duas décadas em razão do
aumento do uso das drogas vasoativas, da realização de endoscopia e da profilaxia
antibiótica .
15
Terlipressina
4 horas nas primeiras 48 horas, e pode ser mantida até 5 dias em uma dose de 1 mg/4
horas para prevenir ressangramento .
21
Somatostatina
A dose recomendada inicialmente são bolus de 250 μg, repetidos até três vezes em 1
hora seguido de uma infusão contínua de 250 μg/h por até 5 dias .
22
Octreotide
4). A solução esclerosante ideal seria a mais efetiva e com menor taxa de
complicações, porém as complicações dependem tanto da concentração quanto do
volume injetado, e não apenas do agente esclerosante.
Em nossa prática profissional, o oleato de etanolamina de 2,5 a 3% é a solução
mais frequentemente utilizada.
Técnica
Resultados
Técnica
Resultados
Complicações
realizada com sessões de cianoacrilato até a obliteração dos vasos . Na HDAV por
29
GOV1, o tratamento endoscópico pode ser realizado tanto pelo cianoacrilato quanto
pela LE .
30
Indicações
Técnica
ou TIPS.
Balão de tamponamento
(Quadro 7).
TIPS
Profilaxias
Sabe-se que cada episódio de hemorragia varicosa está associada a 30 por cento
da mortalidade e os sobreviventes têm um risco 70 por cento de hemorragia
33,34
Profilaxia primária
Segundo Baveno V:
Segundo Baveno V:
Referências bibliográficas
(Tabela 1).
AVALIAÇÃO INICIAL
A HDB exibe um espectro amplo de gravidade, podendo se tratar desde
sangramentos de pequeno volume (por vezes, a percepção suspeita do paciente é de um
sangramento de grande volume que nem sempre se confirma podendo, inclusive, ser de
origem orificial, p. ex.), até hemorragias catastróficas. Usualmente, a avaliação
subjetiva do paciente, familiares e até da equipe médica superestima o volume do
sangramento, sendo essencial objetivar a estimativa do sangramento por meio de
parâmetros simples e de fácil aplicação, como os expostos na Tabela 2.
A prioridade nos casos de HDB deve ser sempre atingir e/ou manter a
estabilidade hemodinâmica antes que as medidas diagnósticas sejam iniciadas. É
importante ressaltar que pacientes jovens podem perder grande quantidade de sangue e
não apresentar sinais precoces de instabilidade, fato que se inverte na população idosa,
grupo em que há maior incidência de hemorragias. Felizmente, a maioria das
hemorragias – cerca de 85% cessam sem que qualquer medida terapêutica seja
necessária, porém esses pacientes apresentam taxas de ressangramento de
aproximadamente 15% durante a mesma internação.
A primeira medida a ser realizada consiste em uma anamnese objetiva associada à
avaliação clínica criteriosa. Algumas perguntas devem ser necessariamente
respondidas na avaliação inicial .
6
Colonoscopia
Lesões que sangram ativamente podem ser tratadas com injeção de epinefrina,
fotocoagulação, aplicação de clipe, ou uma combinação desses métodos diversos.
Pólipos ou lesões polipoides pequenas e sangrantes podem ser tratadas com
polipectomia. Os pacientes iniciam o preparo para a colonoscopia após a estabilização
hemodinâmica, incluindo aqueles que estão sangrando lentamente ou que já tenham
parado de sangrar.
Vantagens e desvantagens
As vantagens são:
Uma lesão sangrante pode ser localizada em até 80% dos pacientes.
Tratamentos definitivos, como a cauterização de lesões com plasma de argônio,
injecção de adrenalina, aplicação de clipes ou fotocoagulação por laser e
polipectomia, são possíveis durante o procedimento.
Lesões que sangraram massivamente e que pararam de sangrar podem ser
identificadas com mais frequência com a colonoscopia do que com angiografia.
As desvantagens são:
Colonoscopia intraoperatória
É indicada nos casos em que não há tempo hábil para realização prévia à cirurgia.
É uma medida heroica. Sua principal utilidade consiste na tentativa de localização da
topografia do sangramento. O aparelho deve ser introduzido até o íleo terminal e todo
trajeto deve ser cuidadosamente avaliado . Uma conduta muito discutida é a indicação
15
da hemorragia.
Cintilografia
É necessário um fluxo mínimo de sangramento de 0,1 mL/min para que o método possa
localizar ao menos a topografia da hemorragia.
Vantagens e desvantagens
As vantagens são:
Exame não invasivo.
Alta sensibilidade.
Preparo desnecessário apresentando boa tolerabilidade.
As desvantagens são:
Talvez sua melhor indicação seja nos casos de HDB em crianças e adolescentes
nos quais suspeita-se que o sangramento seja causado por um divertículo de Meckel.
Em análise retrospectiva de 10 anos, com 954 pacientes com hemorragia por
divertículo de Meckel, a cintilografia apresentou sensibilidade de 85% e
especificidade de 95% . As hemácias marcadas com o radioisótopo Tc99m são
14
diagnóstico.
Arteriografia
Vantagens
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34
HEMORRAGIA GASTROINTESTINAL OBSCURA
Adriana Vaz Safatle-Ribeiro
Felipe Machado Oliveira Albino
Rogério Kuga
Robson Kiyoshi Ishida
Renato Baracat
DEFINIÇÃO
Atribui-se à hemorragia obscura gastrointestinal o sangramento digestivo não
identificado após a avaliação endoscópica das porções alta e baixa do trato digestório
por endoscopia digestiva alta e colonoscopia, correspondendo a 5% dos casos de
hemorragia digestiva.
É importante salientar que em até 26% dos casos, a origem do sangramento pode
corresponder a lesões não identificadas nos exames endoscópicos usuais por falha
técnica ou por lesão inaparente .
1,2
Angioectasias
Lesão de Dieulafoy
Hemangioma
Doença de Crohn
Outras causas
pelo menos 0,1 a 0,4 mL/min para que se obtenha um resultado positivo. A angiografia
é um outro recurso diagnóstico na propedêutica da SGIO. Quando ocorre um
sangramento ativo a um fluxo de 0,5 mL/min, pode-se identificar extravasamento de
contraste na luz intestinal pela angiografia mesentérica com uma sensibilidade na
detecção que varia entre 27 e 77%, a depender de fatores como o volume de
sangramento.
Enteroscopia corresponde à avaliação endoscópica do intestino delgado, que
mede cerca de 5 a 7 m, sendo que, esquematicamente, os dois terços proximais
correspondem ao jejuno e os dois terços distais ao íleo. Endoscopicamente, as pregas
circulares (válvula de Kercking) do duodeno e do jejuno são proeminentes e
numerosas, e vão diminuindo em tamanho e número progressivamente, até encontrarem-
se ausentes no íleo. Esses segmentos podem ser avaliados pelas seguintes técnicas:
push-enteroscopia (PE), enteroscopia com balão (único ou duplo balão), enteroscopia
em espiral e cápsula endoscópica.
A push-enteroscopia é realizada empurrando-se o enteroscópio progressivamente,
método que pode ser feito, também, intraoperatoriamente , possuindo o inconveniente
8
endoscópio cuja porção de inserção do trabalho mede 200 cm, com um diâmetro que
pode ser de 8,5 mm ou 9,4 mm, com um dos balões acoplado em sua extremidade; um
overtube flexível de 140 cm de comprimento e diâmetro máximo externo de 12,2 mm ou
13,2 mm, com um balão de látex em sua extremidade; e a bomba de ar responsável pela
insuflação dos balões (Figura 1).
Na enteroscopia de balão único, é utilizado apenas o balão de látex do overtube,
em uma tentativa de simplicar a técnica de duplo balão sem comprometer as vantagens
existentes, como a visualização de todo o intestino delgado e a possibilidade de
terapêutica e de biópsias .
10
de ser um método não invasivo . Outro aspecto importante desse método é a introdução
14
Referências bibliográficas
Tratamento
Tratamento
Referências bibliográficas
Nos pólipos planos ou sésseis, podem ser utilizadas todas as técnicas descritas,
exceto as utilizadas no pedículo, por razões óbvias .
4
de fibrina nas duas primeiras perfurações citadas e o uso de stents nos casos de
19
Referências bibliográficas
cirúrgico, que requer anestesia geral e hiperextensão cervical para permitir o ajuste do
endoscópio e a exposição adequada do septo diverticular .7
por um septo composto por mucosa, submucosa, tecido fibroso e fibras musculares do
cricofaríngeo . Assim, o princípio básico do tratamento endoscópico é a redução da
7,11
profunda ou com anestesia geral. É importante enfatizar que a anestesia geral com
intubação orotraqueal é recomendada sempre que possível, para maior segurança do
paciente e melhor condição técnica do operador. Quanto ao posicionamento, o decúbito
lateral esquerdo é a posição mais utilizada, entretanto, o decúbito dorsal pode ser
adotado em pacientes intubados ou mesmo ser necessário em alguns casos, para melhor
exposição do septo.
O endoscópio é introduzido com cautela, sob visão direta, quase sempre
penetrando num recesso em fundo cego, que corresponde ao fundo do divertículo. É
importante aspirar todo o conteúdo líquido quando existente, para evitar regurgitação e
broncoaspiração. Deve-se examinar bem o divertículo, avaliar seu tamanho, o aspecto
da superfície mucosa e sua relação com a luz e a parede posterior esofágica, pela
identificação do septo. Para conseguir sua exposição ampla, é necessário um
relaxamento muscular adequado, por meio de sedação. Outras manobras como o uso de
caps transparentes e a passagem de fio-guia ou de sondas nasoenterais também são
necessárias para a clara visualização do septo a ser seccionado e para permitir o
acesso, sem resistência, à luz esofágica (Figura 4) . A maioria dos endoscopistas
5,7,10,11,13
não existem estudos comparativos que demonstrem qual o melhor método, a escolha é
feita de acordo com a experiência de cada serviço.
O local ideal para início da secção do septo é o seu ponto médio, e a extensão do
corte vai variar de acordo com o tamanho do divertículo. A identificação criteriosa dos
limites do septo e a extensão exata do corte a ser realizado são os pontos críticos do
procedimento, muitas vezes de difícil avaliação ao exame endoscópico, sendo melhor
estimado nos estudos contrastados do esôfago. As secções muito longas representam um
risco de perfuração para o mediastino, enquanto os casos de miotomia incompleta do
cricofaríngeo podem cursar com persistência ou recidiva dos sintomas, muitas vezes
passíveis de complementação endoscópica. O recomendado é atingir até cerca de 0,5-1
cm do fundo do divertículo. O objetivo é permitir o tratamento completo e seguro, por
meio da incisão de todas as fibras musculares do cricofaríngeo com o menor risco de
perfuração para o mediastino .
1,5,11,17
Após a secção, é necessária a revisão da área cruenta, com prevenção de hemorragias e
a detecção precoce de eventual perfuração. A aplicação de clipes na base do septo
seccionado é realizada rotineiramente em alguns serviços ao término do procedimento,
na prevenção de perfuração .
4,16
rígido, tem a vantagem de ser realizado em caráter ambulatorial, sem anestesia geral e
sem hiperextensão cervical. Por abranger predominantemente pacientes idosos e com
comorbidades, são escassos os estudos com acompanhamento a longo prazo que
permitam a avaliação da melhor técnica a ser adotada, mas os resultados se mostram
similares desde que a miotomia seja completa .
5-7,10,11
CONCLUSÃO
Há cerca de 20 anos, foi feita a primeira descrição do tratamento do DZ utilizando
um endoscópio flexível. Apesar de ser uma técnica com resultados semelhantes e menor
incidência de complicações e mortalidade, sua recomendação atual é restrita a
pacientes de alto risco, que não são candidatos a tratamento cirúrgico.
Por se tratar de uma condição que acomete predominantemente indivíduos acima
de 60 anos, em geral com outras comorbidades relacionadas e considerando a tendência
ao envelhecimento populacional, é inegável a importância dessa opção terapêutica, cuja
perspectiva é de progressiva substituição ao tratamento mais invasivo tradicional.
Assim, a tendência da cirurgia moderna é o emprego de técnicas minimamente
invasivas, que apresentam resultados sobreponíveis a técnicas convencionais.
Otratamento endoscópico flexível é uma opção promissora a ser difundida e
incorporada pelos médicos.
Referências bibliográficas
Referências bibliográficas
Clasificação
Anéis tipo A
Anéis tipo B
Diagnóstico
Tratamento
Diagnóstico
Tratamento
Referências bibliográficas
A técnica de dilatação com balão Rigiflex (diâmetros de 30, 35 e 40 mm) deve ser
precedida da realização de EDA para aspiração de conteúdo da câmara gástrica e
posicionamento do fio-guia de Savary na região pré-pilórica, além da retirada do
gastroscópio de modo que o fio-guia continue posicionado na região pré-pilórica. Após
a lubrificação do balão com lidocaína-gel, ele é introduzido com auxílio do fio-guia de
modo que, se o procedimento for realizado sob fluoroscopia, o balão deve se localizar
acima da cárdia. Não sendo disponível o controle fluoroscópico, deve-se estimar a
distância entre a cárdia e a arcada dentária superior por intermédio do gastroscópio e
marcá-la com fita adesiva no dilatador, pois introduzir-se-á o sistema até que haja
alinhamento entre a arcada dentária superior e a marcação com fita adesiva. Então,
realiza-se insuflação do balão com ar sob pressão de 10 psi ou até que desapareça a
cintura radiológica; deve-se mantê-lo insuflado por 1-2 minutos. Os critérios para
interrupção do procedimento seriam laceração profunda e/ou grande desconforto
relatado pelo paciente. Após tal processo, desinsufla-se o balão (Figura 4), retira-se o
sistema fio-guia e dilatador e realiza-se uma EDA para revisão do esôfago distal e
cárdia para a observação das lacerações.
A técnica de dilatação com balão de Witzel também deve ser precedida pela
realização de EDA para aspiração de conteúdo da câmara gástrica. O balão vestirá o
gastroscópio, e o conjunto será introduzido até a câmara gástrica de modo que a metade
do balão localize-se no estômago. A seguir, procede-se à insuflação com ar iniciando-
se com 100 mmHg, mantendo-a por cerca de 1 minuto, desinsuflando-se em seguida
para avaliação do local. Pode-se acrescer 20 mmHg em cada sessão até a pressão
máxima de 200 mmHg.
Após o procedimento, os pacientes deverão ficar em observação por um período
de 4 a 6 horas em jejum. Observa-se, comumente, a presença de dor retroesternal com
diminuição de intensidade em função do tempo, entretanto, não havendo melhora do
quadro álgico ou aumento de sua intensidade, deve-se realizar um esofagograma com
contraste hidrossolúvel. Na presença de sinais de pneumoperitônio, pneumomediastino
e enfisema subcuâneo, procede-se ao estudo radiológico contrastado. Após o período
de observação e na ausência das complicações citadas anteriormente, o paciente pode
ser liberado com dieta líquida e pastosa para as 24 horas seguintes .
6
Os fatores preditivos para a recorrência dos sintomas são idade menor do que 40-
45 anos, sexo masculino, única sessão de dilatação com balão de 30 mm, pressão do
esfíncter esofágico inferior maior do que 15 mmHg após dilatação, tempo de
esvaziamento prolongado do contraste baritado ao esofagograma .8
As complicações mais comuns da dilatação balonada esofágica são perfuração,
sangramento e aspiração, que ocorrem em 3 e 4% dos pacientes, e a taxa de
mortalidade inerente ao procedimento é menor que 1% .
9,10
Miotomia endoscópica
Referências bibliográficas
Preparação
Tipos de dilatadores
Técnica
Complicações
Estenotomias.
Injeção de corticoide.
Próteses autoexpansíveis removíveis.
Tratamento cirúrgico.
ESTENOTOMIA
Procedimento caracterizado pela incisão radial junto ao anel fibrótico, em quatro
pontos cardinais ou em seis pontos equidistantes com uso de eletrocautério com cateter
tipo estilete.
A incisão radial com eletrocautério, complementada com plasma argônio, junto a
cicatriz marginal mostrou-se efetiva no tratamento das estenoses curtas de anastomose
esofágicas.
INJEÇÃO DE CORTICOIDE
A injeção de corticoide, que é realizada antes ou após a dilatação endoscópica,
utiliza acetato de triancinolona, com quatro punções de 1 mL, na concentração de 10
mg/mL, em quatro sessões com intervalos semanais.
Alguns estudos demonstram que a injeção de acetato de triancinolona melhora a
eficácia do tratamento dilatador, aumenta o diâmetro luminal esofágico e diminui a
necessidade de dilatações subsequentes, sem aumento da morbidade.
Próteses autoexpansivas
Fisiopatologia
Deiscência
Fístula
Abordagem endoscópica
Deiscência
Clipes metálicos.
Adesivos teciduais (cola biológica, cianoacrilato).
Matrizes sintéticas acelulares (Surgisis ).
®
Fístula
Desbridamento
O trajeto fistuloso é revestido por uma capa fibrótica ou até mesmo por epitélio,
que mantém o canal pérvio. A retirada desse tecido deve ser o primeiro passo do
tratamento endoscópico, seja ele qual for: cola biológica, enxerto tecidual (SIS),
cianoacrilato ou clipe. Para tanto, dispõe-se de plasma de argônio, Nd: YAG laser,
escovas esfoliativas ou até mesmo pinças de biópsias. O uso de eletrocautério não
mostrou resultados favoráveis. O desbridamento do trajeto fistuloso também tem o
papel de desencadear a resposta inflamatória, a qual, associada a um substrato de
oclusão, permite preencher a fístula com tecido conjuntivo.
Cola de fibrina
N-butil-2-cianoacrilato
Endoclipes
O uso de endoclipe metálico para o tratamento de fístulas foi divulgado com bons
resultados por Rodella, no entanto, outros autores defendem a associação dos clipes
com adesivos teciduais, principalmente na abordagem de fístulas maiores que 2,0 cm.
De uma forma ou outra, é fundamental desbridar a fístula previamente à colocação
dos clipes, a qual deve ser feita sequencialmente a fim de aproximar as bordas das
fístulas.
Os clipes também podem ser utilizados para fixar o enxerto tecidual (SIS) no
interior do trajeto fistuloso.
Próteses
Conclusão
Abordagem endoscópica
contaminadas. Não produz reação de corpo estranho e induz à repopulação local com
células do receptor em um período de 3 meses. Faz-se um plug desse material em forma
de cone ou corta-se uma tira e a introduz sobre pressão através do orifício fistuloso,
após leve hidratação do tecido com soro fisiológico. No caso de ser introduzido por um
orifício fistuloso externo, recomenda-se a retirada do excesso do Surgisis no meio
®
externo, podendo completar-se sua fixação com um fio tipo cat gut.
Recentes inovações tecnológicas aperfeiçoaram os clipes metálicos e seus
dispositivos de aplicação, tornando-os de fácil manuseio, permitindo seu emprego no
fechamento de fístulas.
É possível ainda encontrar na literatura a utilização de métodos alternativos no
tratamento das fístulas, como o descrito por Hoyos, para o fechamento de uma fístula
colocutânea pós-operatória, aplicando-se dois endoloops no orifício fistuloso interno.
A tática terapêutica não só depende da disponibilidade de equipamentos, mas
também da experiência individual.
Referências bibliográficas
tem sido relatada entre 5 e 12% . Outro fator predisponente importante é a alteração da
6
diospirobezoares.
Exame físico
Exames de imagem
O padrão ouro atual para o diagnóstico é a endoscopia digestiva alta, pois oferece
visualização direta do bezoar e permite intervenção terapêutica. Endoscopicamente, o
fitobezoar normalmente irá ser visualizado como um material amorfo de cor castanha
escura ou verde localizado na região do fundo ou do antro do estômago, e o tricobezoar
pode aparecer negro secundário à oxidação enzimática e de ácido do pelo .
1
TRATAMENTO
O tratamento dos bezoares depende de sua composição, forma, dimensões e
localização, podendo ser clínico, endoscópico ou cirúrgico.
Tratamento clínico
A dissolução química deve ser considerada para os fitobezoares, mas não deve ser
utilizada nos tricobezoares, já que são resistentes à dissolução enzimática.
Celulase pode ser usada com as refeições para degradar a celulose e a
hemicelulose (fibras vegetais e fitobezoares). Ela tem sido utilizada com maior
frequência que a papaína por causa dos efeitos colaterais associados a esta última
como formação de úlceras, perfurações e desenvolvimento de hipernatremia .3
eficaz para dissolver o bezoar gástrico em metade dos casos e, em combinação com
outros métodos endoscópicos, é bem-sucedida em mais de 90% dos casos. Alguns
autores sugerem que esse tratamento deva ser o de escolha para fitobezoares em
decorrência de sua disponibilidade, baixo custo, forma rápida de ação, segurança e
simplicidade na administração .
16
Tratamento endoscópico
Tratamento cirúrgico
Referências bibliográficas
Exame físico: uma avaliação da parede abdominal deve ser realizada antes de
iniciar o procedimento . Devem-se procurar sinais de cirurgias prévias e atentar
3
alimentos, o que aumenta o seu volume e muda o conteúdo de secreções pancreáticas . 10-13
A GEP está indicada para pacientes que necessitam de alimentação enteral por
longo período e que se apresentam incapazes de receber alimentação oral, mas que
apresentam função gastrointestinal adequada. É possível dividir esses pacientes em três
grandes grupos: oncológicos, neurológicos e geriátricos . Atualmente, há uma expansão
15
Contraindicações
Princípios técnicos
7. Com um bisturi número 11, faz-se uma pequena incisão na pele de cerca de 0,5
a 1 cm (estudos relatam menor incidência de infecção periostomal em incisões
menores ou iguais a 5 mm) . 20
8. Uma agulha calibre 14 (com dilatador) é introduzida pela incisão prévia, sob
visão endoscópica, para o interior do estômago.
9. Um fio-guia longo é passado através da agulha até atingir o estômago.
Após um fio-guia longo ser passado através da agulha, ao atingir o estômago, ele
será aprendido pelo endoscopista com alça de polipectomia, e a agulha deverá ser
removida.
Remove-se o endoscópio com a alça e o fio irá se apresentar pela cavidade oral,
só então a alça é aberta e o fio-guia liberado.
O fio-guia deve ser fixado na alça da sonda de alimentação e esta deve ser bem
lubrificada. O assistente traciona o fio-guia através do dilatador (que será também
tracionado) pela outra extremidade, e o endoscopista acompanha a passagem da
sonda pela boca até o posicionamento do anteparo na parede gástrica.
A extremidade da sonda é exteriorizada pela parede abdominal e, se houver
resistência, movimentos conjuntos de tração e rotação em sentido anti-horário
poderão ser úteis.
Um anteparo externo é passado pela sonda exteriorizada e fixada na pele para
manter a aproximação das paredes gástrica e abdominal.
A extremidade distal da sonda deverá ser cortada e a via para alimentação fixada.
Após um fio-guia longo ser passado através da agulha, ao atingir o estômago, ele
será aprendido pelo endoscopista com alça de polipectomia, e a agulha deverá ser
removida.
Remove-se o endoscópio com a alça e o fio irá se apresentar pela cavidade oral,
só então a alça é aberta e o fio-guia liberado.
A sonda de alimentação é passada pelo fio-guia, lubrificada e passada pela boca.
O assistente mantém o fio-guia tensionado, enquanto a sonda é introduzida e, ao
emergir pela parede abdominal, ele deverá segurar sua extremidade.
Após a passagem da sonda de alimentação pela pele, o fio-guia é retirado e um
anteparo externo fixado para manter a aproximação das paredes gástrica e
abdominal.
Técnica de punção (Russell)
Complicações e resultados
Quanto ao período em que elas ocorrem, as complicações podem ser precoces (até
15 dias) ou tardias (após 15 dias).
JEJUNOSTOMIAS POR GASTROSTOMIA E DIRETA
O conceito de alimentação pós-pilórica foi desenvolvido ao longo das últimas
décadas e tornou-se parte da rotina das equipes nutricionais em muitos países. Uma
ampla variedade de dispositivos de nutrição pós-pilórica está atualmente disponível,
incluindo diferentes tipos de tubos nasoduodenais e nasojejunais e de jejunostomias .
14
O acesso jejunal por via endoscópica pode ser obtido por duas técnicas:
gastrojejunostomia endoscópica percutânea (GJEP) e jejunostomia endoscópica
percutânea direta (JEPD). A escolha entre uma ou outra técnica vai depender de
indicação clínica, alterações anatômicas, disponibilidade do material e experiência do
endoscopista .
3
Indicações
Contraindicações
Princípios técnicos
Jejunostomia endoscópica por gastrostomia
passar um fio-guia pelo tubo de GEP para dentro do estômago, pelo endoscópio é
passada uma pinça que apreende o fio-guia que é levado até o duodeno, de modo mais
distal possível, e lá é deixado . Sobre esse fio passa-se um tubo de jejunostomia .
14 3
Como esse procedimento é realizado sobre uma GEP, é importante que ela esteja
bem posicionada (há quem sugira colocação do anteparo em antro) , para que se evite a
3
taxas de sucesso têm sido observadas em pacientes com anatomia alterada por cirurgias
prévias, capacidade de transiluminar a parede abdominal, com menor IMC, e a
utilização de fio-guia, procedimento guiado por fluoroscopia e com sedação anestésica
profunda .
36,37
Complicações e resultados
As complicações mais comuns são cólicas abdominais, hiperglicemia, migração
retrógrada da sonda de jejunostomia para o estômago, diarreia relacionada com a
nutrição, dor no local da jejunostomia, extravasamento local, infecção da pele no local
da jejunostomia, pneumoperitônio transitório após a inserção e obstrução da sonda
(principalmente com a GJEP) .3
Referências bibliográficas
variando de 650 a 750 mL para adultos, tendo como vantagem o menor desconforto
inicial, mas com a importante desvantagem de não haver marcador de perfuração do
balão, de forma que o diagnóstico depende da clínica do paciente.
Após a implantação do BIG, observam-se três fases, sendo elas a de 1)
intolerância inicial e pico da perda de peso; 2) queda da efetividade do dispositivo
após 3 a 4 meses, quando atinge platô de perda de peso; e 3) risco aumentado de
complicações após 6 meses, o que define a data como limite para a permanência dele.
Durante o período de permanência do BIG, o paciente deve ser acompanhado
clinicamente e corretamente orientado quanto aos sintomas que possam estar
relacionados a possíveis complicações do tratamento com o balão.
INDICAÇÕES
O BIG originalmente era indicado para perda de peso em pacientes com IMC ≥ 30
que falharam em tentativas clínicas de redução de peso, para amenizar as comorbidades
relacionadas à obesidade e como uma "ponte" para as cirurgias de obesidade nos
pacientes superobesos (IMC ≥ 50) .
5
Implantação do BIG
A inserção do balão deve ser realizada sob anestesia geral, sempre com a
presença de um anestesista. Após o procedimento anestésico, o paciente é colocado em
decúbito dorsal ou lateral esquerdo, faz-se uma EDA para a inspeção da câmara
gástrica e a aspiração de eventual estase.
O balão deve ser introduzido na câmara gástrica a olho nu, avaliando-se em
seguida, endoscopicamente, se o dispositivo ultrapassou o esfíncter inferior do esôfago
e se está bem locado no estômago.
Remove-se o fio-guia da sonda de inserção e conecta-se seringa de 60 mL no
sistema de insuflação. Insufla-se o balão sob visão direta, com cerca de 600 mL de
solução salina (mínimo de 400 mL e máximo de 700 mL) e 2% de azul de metileno.
Cria-se um mecanismo de vácuo, selando-se a válvula e impedindo-se assim o
escape da solução salina. Desconecta-se o sistema, selando-se a válvula do balão com
o vácuo criado. Retira-se, então, com manobra suave, a sonda de inserção do BIG.
Checa-se então, endoscopicamente, se o balão está na posição adequada, ou seja,
locado no fundo gástrico.
Retirada do BIG
A retirada do dispositivo deve ser realizada sob anestesia geral, em razão do risco
aumentado de broncoaspiração tanto de eventuais resíduos quanto do conteúdo líquido
do BIG.
Procedimento de implantação:
– Intercorrências anestésicas.
– Lesão do trato gastrointestinal durante a EDA e durante a passagem do balão
pela trajeto do exame.
Procedimento de retirada:
– Intercorrências anestésicas.
– Broncoaspiração do conteúdo gástrico e do conteúdo do balão.
– Lesão do trato gastrointestinal (p. ex., laceração da cárdia).
Balão:
– Esvaziamento.
– Migração.
– Obstrução pilórica.
Presença de corpo estranho:
– Úlcera gástrica e duodenal.
– Intolerância (vômitos incoercíveis, azia, pirose, dor abdominal).
– Esofagite e gastrite.
– Síndrome de Mallory-Weiss.
– Desidratação.
– Hipocalemia.
RESULTADOS
É considerado um procedimento eficaz quando a perda de peso ultrapassa os 10%
do peso inicial ou perda ≥ 25% do excesso de peso, enquanto a média de perda,
segundo a literatura, é de cerca de 18% do peso total inicial.
Estima-se que cerca de 60 a 80% dos pacientes apresentaram perda significativa
de peso decorrente do uso do BIG .
7
Observa-se que os pacientes que optam por um segundo BIG perdem menos peso
na segunda intervenção em relação à primeira e, após a retirada, recuperam o peso da
mesma maneira e na mesma proporção dos que fizeram uso uma única vez.
Portanto, o BIG é um método seguro e eficaz para a perda temporária de peso, mas
precisa estar acompanhado de mudanças de hábitos alimentares e estilo de vida para ter
efeito permanente.
Referências bibliográficas
Procedimentos técnicos
Geralmente, utiliza-se um balão TTS (trough the scope), pois promove uma força
radial durante a dilatação. Dentre os balões disponíveis, cita-se o CRE (controlled
radial expansion), da Boston, que permite dilatações em três diâmetros diferentes e
progressivos no mesmo balão, com correlação entre o calibre do balão e a pressão
aplicada.
O balão é preenchido com soro – apresentando um insuflador específico com
manômetro acoplado –, passado com auxílio de fio-guia posicionado na área de
estenose sob visão direta do endoscópio até ser insuflado gradualmente, com diâmetros
progressivos, devendo ser mantida a insuflação por cerca de 1 a 3 minutos .
8
Resultados
Da Costa et al. utilizaram dilatação com balão CRE em 105 pacientes com
estenose de anastomose GJ, com sucesso clínico (ausência de disfagia com manutenção
do suporte nutricional) em todos os pacientes. Foram realizadas em média 1,6
dilatações . Um total de 60 pacientes (57%) apresentou resolução da estenose com
1-4
Complicações
Procedimentos técnicos
Complicações
Pouch.
Gastroenteroanastomose.
Estômago remanescente (fístula gastrogástrica – FGG).
Enteroanastomose.
Perfuração da alça.
Formação de abscesso.
Entérica.
Cutânea.
Sepse.
Cronicidade.
Anatomia (ângulo de His e FGG).
ENDOCLIPES
Indicação
Princípios técnicos
Resultados
Complicações
Princípios técnicos
Resultados
Complicações
Indicação
Princípios técnicos
Resultados
maioria necessitando de ao menos duas aplicações. Nos cinco casos em que não
ocorreu fechamento, notou-se redução do orifício fistuloso .
10
Complicações
Princípios técnicos
Resultados
Complicações
Indicações
Princípios técnicos
Resultados
média por 6 semanas. Após 6 semanas, era introduzido um stent plástico (Polyflex ) no
®
Complicações
Referências bibliográficas
Etiopatogenia
Princípios técnicos
Nos casos em que há infecção do porte subcutâneo, não havendo ainda migração
suficiente da banda, pode optar-se por remoção sob anestesia local do porte e ligadura
do tubo conector, antibioticoterapia adequada e remoção endoscópica em um segundo
momento.
Caso seja necessário acelerar o processo de migração da BGA em razão da
sintomatologia importante, é possível fazê-lo ao preencher a BGA com 5 a 8 mL de
solução contrastada, o que permite migração completa em torno de 1 mês após (versus
1 a 7 meses na conduta puramente expectante).
Achados endoscópicos: migração intragástrica parcial ou completa, migração na
cárdia em visão esofágica, migração na região justacárdica em retrovisão, saída de pus
da área da migração e banda livre no estômago apos migração completa.
Remoção endoscópica
Anestesia geral.
Retirada do porte do subcutâneo com amarradura do tubo de conexão com fio
inabsorvível.
Passagem do fio (preferencialmente, 0,025 mm) de corte entre parede gástrica e a
banda, com recuperação do fio por dentro dela até a boca, igualando as pontas.
Passagem do fio através de bainha metálica flexível.
Rotação do sistema de secção da banda, lenta e gradativamente, até a ruptura
completa.
Apreensão da banda com alça de polipectomia e deslocamento dela em direção ao
antro gástrico.
Retirada por meio da cavidade oral, após o uso de antiespasmódico para relaxar o
cárdia.
Complicações
Resultados e complicações
laparoscopia.
EXTRUSÃO DO ANEL DE CONTENÇÃO
O uso do anel de contenção ainda é motivo de controvérsia, sendo que os
defensores advogam melhor resultado a longo prazo em relação à perda de peso, além
da possibilidade de se prevenir a dilatação tardia da via de saída da bolsa gástrica. Em
contrapartida, há relatos de complicações, como migração, deslizamento ou estenose ao
nível da bolsa gástrica.
Remoção endoscópica
Sedação consciente.
Secção com litotriptor ou cortador de banda, como descrito na técnica anterior.
Secção com pinça tesoura: utiliza-se endoscópio de um ou dois canais. Abre-se a
tesoura envolvendo todo o diâmetro do anel, desloca-se o conjunto em sentido
distal e secciona-se o anel com os movimentos repetidos de fechamento.
DESLIZAMENTO DO ANEL DE CONTENÇÃO
Um anel de silicone é empregado na técnica de Fobi-Capella com o intuito de
restringir o volume do pouch gástrico, bem como de sua dilatação a longo prazo.
Existe, no entanto, uma complicação infrequente (em torno de 1% ), que é o
13,14
deslizamento distal desse anel em direção à alça jejunal eferente, o que pode promover
quadros obstrutivos de intensidade variável, dependendo da posição do anel migrado.
Um deslizamento parcial corresponde a quadro clínico de vômitos e eructações
cada vez mais frequentes, tolerância apenas de dieta líquida e perda ponderal
aumentada, ainda permitindo a passagem do aparelho à EDA pela subestenose causada
pelo anel na topografia da anastomose gastrojejunal.
A progressão do quadro leva ao deslizamento completo do anel, com intolerância
a quaisquer tipos de alimentos, perda ponderal importante, desnutrição e desidratação,
com obstrução que impede a progressão do aparelho à EDA pela região gastrojejunal.
circular interno; sinais clínicos de dor abdominal intensa e/ou sinais endoscópicos de
mucosa escura e do odor fétido. Esses sinais são sugestivos de necrose da parede
gastrintestinal, com ou sem perfuração.
Técnica
Complicações e resultados15
Técnica de papilotomia
Pré-corte
Neoplasias ampulares.
Fibrose papilar.
Inacessibilidade à via biliar pelas técnicas descritas anteriormente .
13
Punção suprapapilar
Trata-se de um novo método de acesso ao colédoco distal sem trauma térmico e
mínimo trauma mecânico ocasionado pela dilatação hidrostática balonada do ponto de
punção quando houver necessidade de realização de procedimentos terapêuticos da via
biliar.
O cateter de punção suprapapilar (Artifon-Catheter) é feito à base de polietileno
com agulha de 18 G, tendo sua porção distal recoberta por material metálico flexível
disposto em espiral. Esse cateter apresenta dois portais na extremidade proximal, que
permitem a passagem simultânea do contraste e fio-guia com diâmetro de até 0,035
polegadas.
Com o cateter de punção suprapapilar, realiza-se a punção no ponto relativo ao
terço proximal de uma linha imaginária traçada na região suprapapilar entre a prega
transversal e o óstio da papila duodenal maior. A punção deve ser cuidadosa e sempre
se deve tomar cuidado para se manter alinhado ao eixo do colédoco.
Referências bibliográficas
Alguns estudos afirmam que entre 21 e 34% dos cálculos biliares migram
espontaneamente, apesar de tal condição representar um risco aumentado para a
instalação de pancreatite aguda ou de colangite aguda, se os cálculos impactarem na via
biliar distal. Na maioria do casos de coledocolitíase, os cálculos são identificados
durante a rotina da colangiografia intraoperatória da colecistectomia .
2
TÉCNICA-PADRÃO PARA A EXTRAÇÃO DE CÁLCULOS
A princípio, antibioticoterapia profilática não é necessária para a realização do
procedimento, exceto em casos de colangite e imunossupressão, caso o paciente não
esteja em uso de antibióticos apropriados para o seu contexto clínico .
3
Após canulação da via biliar, realiza-se sua constrastação sob pouca pressão,
analisa-se o calibre da via biliar principal, número, localização e diâmetro dos
cálculos ductais. Na presença de cálculos proximais, evita-se a contrastação completa
das vias intra-hepáticas para a prevenção de migração proximal e impactação com
outros cálculos. Deve-se tomar cuidado com a injeção de bolhas de ar nas vias biliares,
pois poderão representar falso-positivo para a presença de cálculos nas vias biliares.
Em seguida, procede-se a papilotomia endoscópica, seja pela técnica convencional ou
pelas outras técnicas de cateterização difícil. Cálculos maiores devem ser removidos
com cesta de Dormia e os menores com balão extrator. Realiza-se nova contrastação
das vias biliares após varredura eficiente, observando-se o esvaziamento biliar e a
anatomia das vias intra-hepáticas.
A taxa de sucesso de remoção dos cálculos coledococianos é de 85 a 90% e os 10
e 15% remanescentes representam os cálculos difíceis, entidade que é caracterizada
por cálculos com diâmetro maior do que 15 mm (gigantes), alta relação diâmetro do
cálculo/diâmetro da via biliar distal, quaisquer cálculos intra-hepáticos,
coledocolítiase múltipla, cálculos proximais às estenoses biliares e cálculos com
superfícies irregulares .
4
Litotripsia mecânica.
Litotripsia extracorpórea por ondas de choque.
Litotripsia intracorpórea.
Litotripsia mecânica
com a falha do procedimento são impactação do cálculo na via biliar e cálculos com
diâmetro maior que 2 cm .
9
Este procedimento baseia-se na fragmentação dos cálculos por ondas sonoras que
se propagam na água em que o paciente fica imerso, gerados por energia elétrica. É
imprescindível a presença de um dreno nasobiliar ou dreno de Kehr para a injeção de
contraste iodado e a localização do cálculo por radioscopia, além de ser fonte do
direcionamento preciso das ondas sonoras. É necessária a realização de sedação
consciente e a antibioticoterapia profilática. Geralmente, realizam-se duas sessões com
intervalo de 1 dia para se obter uma fragmentação eficiente. No intervalo das sessões,
realiza-se irrigação abundante das vias biliares com soro fisiológico para diminuir a
incidência de impactação dos fragmentos dos cálculos no interior das vias biliares (2
L/dia).
É indicada para pacientes de alto risco cirúrgico, após falha na litotripsia
mecânica, em cálculos gigantes da via biliar principal, cálculos impactados, cálculos
inacessíveis com cesto de Dormia, cesto de Dormia impactado ou fraturado, cálculos
proximais a estenose cicatricial do colédoco e cálculos intra-hepáticos de difícil
abordagem .
4
Litotripsia intracorpórea
Esta modalidade pode ser realizada por via endoscópica ou percutânea sob
controle fluoroscópico e a fragmentação dos cálculos pode ser pelo método eletro-
hidráulico ou a laser, utilizando-se o sistema mother/baby scope para a visualização
direta do alvo. Ambos os métodos são realizados sob o controle fluoroscópico, pois
possuem marcadores radiopacos que auxiliam no posicionamento ideal para o
bombardeio do cálculo.
O método eletro-hidráulico baseia-se no princípio da emissão de microfaíscas por
dois eletrodos coaxiais isolados na ponta de um cateter flexível que, quando disparado,
gera ondas de pressão no meio aquoso adjacente ao alvo para a fragmentação dos
cálculos.
O sistema a laser é dotado de sistema óptico que detecta a interface tecido-cálculo
para a prevenção de lesões teciduais durante o disparo do laser e o probe do laser
propriamente dito, que irá fragmentar os cálculos por energia térmica .
12,13
Referências bibliográficas
drenagem. Por essas vias são possíveis nove abordagens (seis para o ducto biliar e três
para o ducto pancreático) (Tabela 1, Figura 1).
NOMENCLATURAS
Atualmente, existem inúmeras nomenclaturas para os mesmos procedimentos. Em
um levantamento de diversos artigos sobre o assunto, foram encontrados mais de 120
nomes e 30 siglas diferentes para descrever os tipos de drenagem ecoguiada. Na Tabela
2, percebem-se as diversas variantes .
31
QUANDO OPTAR PELA DRENAGEM ECOGUIADA?
Durante a realização da CPRE, o endoscopista pode encontrar dificuldades que
impeçam a conclusão do exame (Tabela 3).
estenose, pode-se optar por passar uma prótese anterogradamente após dilatação da
fistula gastro-hepática . Essa fístula irá se fechar espontaneamente.
7
Acesso extra-hepático
Esta via de acesso pode ser realizada através do duodeno ou antro, sendo
realizada uma punção ecoguiada do ducto biliar comum por uma agulha e passagem do
fio-guia anterogradamente através da papila . Em caso de sucesso da passagem do fio-
8,9
guia, é possível realizar a técnica RV. No entanto, geralmente, é realizada uma CDS
descompressiva com a colação de uma prótese (Figura 2).
8,4
Acesso pancreático
Esta via pode ser realizada, acessando-se o ducto pancreático através da parede
posterior gástrica ou bulbo duodenal . Da mesma maneira que os acessos anteriores, o
10,11
(Tabela 4). Apesar da maioria dos casos ter utilizado próteses plásticas, já existem
relatos de casos com utilização de SEMS . As complicações relativas aos
13
procedimentos tiveram uma taxa de 15,62% para as CDS, e 14,28% para as CGS,
sendo elas peritonite biliar, vazamento de bile, pneumoperitônio e dor abdominal
intensa .
14
A DBUSE associada à técnica RV foi relatada por Kim et al. em 2010, com 15
16
ecoguiada, tendo obtido sucesso na drenagem em 21 deles. Após essa série, foi relatado
por Maranki et al. em 2009 um estudo de CPRE ecoguiada em que foram descritos 49
4
pacientes, com uma taxa de sucesso em torno de 84% e de complicação em 16% dos
casos.
Referências bibliográficas
Eritema.
Edema/perda usual do padrão vascular.
Granularidade da mucosa.
Friabilidade/sangramento espontâneo.
Pseudopólipos.
Erosões.
Ulcerações.
Alguns outros achados que reforçam o diagnóstico de doença de Crohn são: reto
normal, presença de vasculatura normal adjacente à área afetada, enquanto na RCU
existe perda de vascularização e friabilidade. O acometimento isolado do íleo terminal
é muito sugestivo de doença de Crohn.
Retossigmoidoscopia flexível
Pode ser utilizada em casos de necessidade diagnóstica, nos quais a colonoscopia
é considerada de alto risco, como na colite fulminante. Em pacientes com diagnóstico
estabelecido, pode definir atividade da doença e é útil na avaliação de sobreposição,
como colite por citomegalovírus e Clostridium difficile ou colite isquêmica quando
houver exacerbações da doença.
O envolvimento do trato digestivo alto ocorre em até 13% dos pacientes com
doença de Crohn, podendo envolver esôfago, estômago e duodeno, ajudando no
diagnóstico. Entretanto, quando ocorre acometimento alto, a doença está geralmente
presente em outros locais como íleo, cólon ou região perianal. Assim, a endoscopia
digestiva alta não é recomendada rotineiramente em todos os pacientes com doença de
Crohn. Outras indicações de endoscopia digestiva alta com biópsias incluem
associação com doença celíaca, enterite eosinofílica, deficiência imune comum
variável e neoplasias de intestino delgado.
Cápsula endoscópica
Enteroscopia
Pode ser usada para avaliar pacientes com acometimento de doença de Crohn do
intestino proximal ao médio. Suas limitações incluem a inabilidade de examinar todo ou
a maior parte do intestino delgado, desconforto e as potenciais complicações relatadas
ao próprio instrumento ou associado ao overtube. A principal utilidade da enteroscopia
é a realização de biópsias vistas radiologicamente ou por cápsula endoscópica.
Ultrassonografia endoscópica
A dilatação com balão tem sido investigada em pacientes com doença de Crohn
que apresentam estenoses no intestino delgado, no cólon e em anastomoses. A maioria
dos estudos é retrospectiva, e a principal medida de sucesso é o alívio de sintomas e a
possibilidade de evitar e postergar a cirurgia. O alívio dos sintomas pode ser obtido
em 50 a 66% dos pacientes em acompanhamento de 7 a 38 meses. A injeção de
corticoides na estenose, no momento da dilatação, pode melhorar os resultados.
Terapia endoscópica com dilatação também pode ser usada em estenoses de bolsa
ileal.
Complicações da terapia endoscópica incluem perfuração e sangramento.
Referências bibliográficas
Uma varidade de métodos endoscópicos tem sido utilizada para tratar a PCA, a
maioria deles direcionada para o manejo da hemorragia, embora possa ter benefícios
adicionais para outros sintomas. O objetivo dos tratamentos endoscópicos é conseguir o
controle do sangramento com consequente melhora na qualidade de vida, reduzindo a
necessidade de reposição de ferro, transfusões de sangue, internamentos hospitalares
resolvendo os sintomas de anemia e sangramento intestinal baixo. Há relato de algum
benefício com terapia endoscópica usando heater probe, laser, eletrocoagulação
bipolar, entre outras, no entanto, às custas de elevado número de complicações. Os
métodos térmicos de ablação parecem ser eficazes e seguros. A coagulação com plasma
de argônio é o método preferido por seu melhor perfil de segurança. O uso de formol
via retal parece ser eficaz, mas, possivelmente, tem maior taxa de complicações. Novos
métodos de ablação endoscópica têm sido descritos recentemente, como a ablação por
radiofrequência ou crioterapia, as quais possibilitam maior área de tratamento por
aplicação.
O tratamento deve ser baseado no padrão e na severidade dos sintomas. Nenhuma
terapia específica é necessária em pacientes cujo sintomas são leves; em 35% dos
pacientes com pequeno sangramento retal houve resolução do quadro dentro de 6
meses. Em contraste, pacientes com quadro clínico mais grave podem evoluir com
prognóstico desfavorável, necessitando de várias abordagens.
Os casos em que o esôfago distal é revestido por epitélio colunar sem metaplasia
intestinal não eram considerados EB e, sim, esôfago revestido por epitélio colunar, mas
convém lembrar que até 20% ou mais dos casos de esôfago revestido por epitélio
colunar têm diagnóstico de metaplasia intestinal em exames subsequentes, o que indica
a coexistência de mosaicos de células metaplásica do cárdicas, fúndicas e
intestinalizadas nesses pacientes .
3,4
É importante mencionar também a situação na qual o aspecto endoscópico da
transição esofagogástrica é normal, mas a biópsia revela metaplasia intestinal. Essa
entidade denomina-se metaplasia intestinal na transição esofagogástrica e não deve ser
interpretada como EB , todavia, alguns investigadores consideram-na a forma mais
1,3,4
1. Pinçamento diafragmático.
2. Extremidade proximal das pregas gástricas (JEG).
3. A junção escamocolunar (JEC – linha Z), mantendo o esôfago parcialmente
insuflado e a cavidade gástrica desinsuflada.
(perfuração, hemorragia, dor), que varia conforme a técnica e os custos, que não são
baixos. O tratamento por terapia fotodinâmica, por exemplo, requer várias sessões,
necessitam de altas doses de IBP, exames de acompanhamento e não há garantia que
previna contra o câncer, cuja prevalência não é muito elevada .16
com diminuição e padrão heterogêneo de coloração sugerem NIE de alto grau, câncer
ou mesmo inflamação no EB . 22
Outro estudo realizado por Kara et al. analisou 28 pacientes com EB, comparando
a eficácia da cromoendoscopia com índigo carmim e NBI com endoscopia de alta
definição, na detecção de adenocarcinoma precoce e NIE de alto grau. A sensibilidade
da cromoendoscopia com índigo carmim e NBI na detecção de adenocarcinoma
precoce e displasia de alto grau foram 93% e 86% respectivamente, sem diferença
estatisticamente significativa. Embora o fato do NBI e a cromoendoscopia detectarem
maior número de lesões, essas técnicas não foram superiores à endoscopia de alta
definição na identificação de pacientes com adenocarcinoma precoce e displasia de
alto grau .
29
A NIE de alto grau, por outro lado, quase que invariavelmente progride para o
carcinoma invasivo, apesar de poder permanecer inalterada por vários anos . 1,3,17,18
A análise conjunta dos estudos, considerando apenas casos operados por NIE de
alto grau em acompanhamento, sem lesão macroscópica evidente, demonstrou que 40%
apresentou adenocarcinoma na peça ressecada. Estima-se que cerca de 5 a 60% dos
pacientes manifestarão câncer durante período de vigilância de 1 a 7 anos . 1,3,17,18
Tratamento cirúrgico
Dois grandes estudos sobre acompanhamento de pacientes com NIE de alto grau
merecem destaque. O realizado na Universidade de Washington, conduzido por Levine
et al., estudou 50 pacientes com NIE de alto grau: 14 apresentaram diagnóstico de
câncer no exame subsequente e foram operados. Sete pacientes com neoplasia
intraepitelial de alto grau foram operados, porém, nenhum deles apresentava câncer na
peça ressecada. Os 29 pacientes remanescentes foram seguidos por exame endoscópico
e biópsias até a confirmação de câncer. Sete apresentaram câncer e foram operados,
mas nenhum tinha metástases em linfonodos e a mortalidade foi de 0%. Os outros 22
pacientes foram acompanhados por mais 18 meses e nenhum deles desenvolveu
câncer .
37,38
O estudo conduzido por Schnell et al. acompanhou 72 pacientes com (NIE) de alto
grau pelo período médio de 9,4 anos. Onze pacientes desenvolveram adenocarcinoma e
foram submetidos à cirurgia.
Dezessete faleceram por causas não relacionadas à adenocarcinoma, e os outros
44 pacientes foram mantidos em programa de acompanhamento. O estudo constatou que
a maioria dos pacientes com NIE de alto grau não desenvolveu câncer, mesmo após
vários anos de acompanhamento . Schnell et al. defendem a hipótese de que a maioria
37,38
dos casos de NIE de alto grau permanece inalterada durante meses, não necessitando de
indicação cirúrgica imediata, mas de acompanhamento. Recomendam, portanto, exames
endoscópicos e biópsias seriadas com intervalo de 3 meses, nos casos de NIE de alto
grau. Se o resultado for negativo por dois exames sucessivos e não houver sinal de
lesão macroscópica (elevação/depressão/erosão), o acompanhamento pode ser
espaçado para exame endoscópico anual.
Outros investigadores, por outro lado, sugerem que a ressecção endoscópica da
lesão, precedida ou não por ultrassonografia endoscópica, seria a conduta ideal nos
casos de NIE de alto grau, pois permitiria análise e estadiamento anatomopatológico
completo da peça .
2,5
não tratar EB não displásico, cursar com fotossensibilidade cutânea por cerca de 1
mês e formar estenose esofágica em cerca de 30% dos casos . 32,33
Ablação por radiofrequência: tratamento por meio do contato direto com eletrodos
à mucosa esofágica, seguido da liberação de energia por radiofrequência. O
sistema utilizado (HALO ) permite controle da profundidade de penetração da
®
importantes com essa técnica são raras, mas há um relato de caso de perfuração
esofágica .
36
e/ou sincrônicas, que pode ocorrer em até 20% conforme a série, indicando a
necessidade de vigilância permanente ou, mais recentemente, investigadores têm
39
Referências bibliográficas
Estadiamento
Referências bibliográficas
homens e nona entre as mulheres) e em 95% dos casos representados pelo carcinoma de
células escamosas, entretanto, vêm aumentando as ocorrências de adenocarcinoma
associado ao esôfago de Barrett.
Diagnóstico
Ecoendoscopia
Broncoscopia
Tratamento endoscópico
Indicação
Os stents metálicos possuem vários tamanhos e formas (Figura 2); são compostos
por nitinol (liga metálica de níquel e titânio). Existem três variedades de próteses
metálicas: as descobertas, as parcialmente recobertas e as totalmente recobertas.
A vantagem dos stents recobertos é que eles resistem ao crescimento intrínseco do
tumor e podem ser removidos ou realocados, mas possuem maior taxa de
migração, principalmente quando são totalmente recobertos . Estes também podem
5
Resultados
Dilatação esofágica
Pode ser feita por balão hidrostático TTS ou por velas de polivinil (Savary), ®
Diagnóstico
Ecoendoscopia
Marcadores sorológicos
Videolaparoscopia
Tratamento endoscópico
Indicações e contraindicações
São constituídas por nitinol (liga metálica entre níquel e titânio), que confere
maleabilidade ao stent, que pode ser descoberto, parcialmente recoberto ou totalmente
recoberto.
Existem stents com diversos diâmetros (18 a 27 mm) e comprimentos (60 a 120
mm).
Técnica
Resultados e complicações
da dieta ocorrem mais rapidamente nos pacientes que receberam prótese, quando
comparados aos que foram submetidos à cirurgia de derivação
(gastroenteroanastomose). Cerca de 15 a 40% dos pacientes necessitam de
reintervenção em razão da recorrência dos sintomas, provavelmente causada por
crescimento da neoplasia ou carcinomatose peritoneal.
Em geral, falha técnica ocorre quando o fio-guia não progride pela estenose ou
quando existem dificuldades anatômicas.
As complicações podem ocorrer durante ou após o procedimento e são mostradas
na Tabela 1.
DOUDENO
Introdução
Diagnóstico
Tratamento endoscópico
1. Edge SB, Byrd DR, Compton CC, et al. (eds.). American Joint Committee on
Cancer Staging Manual. 7 ed. New York: Springer; 2010. p.103.
th
Sinal da prega em ponte: quando uma prega da mucosa normal avança sobre a base
ou a superfície do abaulamento.
Sinal da tenda: quando a mucosa se eleva após preensão com pinça, mostrando
que está desprendida da lesão.
Sinal da almofada: consistência macia ao toque com a pinça.
A técnica de polipectomia deve ser indicada nas lesões menores que 2 cm,
polipoides ou pediculadas e advindas da camada muscular da mucosa ou submucosa.
Nessa técnica, a base da lesão é alçada e ressecada, podendo-se utilizar primeiramente
a ligadura elástica nos casos de difícil acesso, como na pequena curvatura e parede
posterior do corpo gástrico. Nas lesões mais profundas, há aumento considerável do
risco de perfuração e ressecção incompleta, devendo essa técnica ser evitada quando
ocorre acometimento da muscular própria.
A strip biopsy é indicada nos tumores superficiais e consiste na utilização do
aparelho de duplo canal, por meio de duas pinças, uma para apreender a lesão e outra
para tracioná-la. A seguir, usa-se uma alça diatérmica para ressecção .
2
Referências bibliográficas
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57
TRATAMENTO ENDOSCÓPICO DA OBSTRUÇÃO BILIAR
Everson Luis de Almeida Artifon
Eduardo Guimarães Hourneaux de Moura
Paulo Sakai
INTRODUÇÃO
Nas últimas duas décadas, o importante desenvolvimento da tecnologia
endoscópica, associada às intervenções percutâneas da radiologia intervencionista, tem
oferecido uma opção segura à terapêutica cirúrgica das lesões obstrutivas, benignas e
malignas, das vias biliares.
A terapêutica endoscópica contribui com a documentação imagenológica, o
diagnóstico anatomopatológico e a intervenção definitiva, com resultados similares e
em alguns casos melhores do que o tratamento cirúrgico.
A disponibilidade da intervenção endoscópica ou da radiologia intervencionista,
na drenagem biliar de etiologia benigna ou maligna, permite o preparo do paciente para
a intervenção cirúrgica ou paliação definitiva.
O objetivo deste capítulo será tratar sobre as estenoses biliares de etiologias
benignas e malignas, assim como os aspectos técnicos direcionados ao objetivo comum
do tratamento endoscópico e de radiologia intervencionista: a drenagem biliar.
ESTENOSES BILIARES BENIGNAS
Etiologia e diagnóstico
A causa mais comum das estenoses benignas é a lesão iatrogênica do ducto biliar.
Nas colecistectomias por via aberta, as lesões ocorrem em cerca de 0,1-0,5% e nas
laparoscópicas em 0,25-1%. Embora os traumas cirúrgicos diretos sejam os
responsáveis pela maioria das estenoses, outras possíveis causas são as lesões
isquêmicas microvasculares e a inflamação adjacente pelo uso de cauterização
monopolar para hemostasia.
Clinicamente, apresenta-se como icterícia, com colúria e acolia fecal, dor
epigástrica e às vezes em hipocôndrio direito, febre e calafrios. No pós-operatório, a
apresentação clínica depende do tipo de lesão e pode ser dividida em dois grupos. Nos
casos de pacientes com fístula biliar, nos quais não foi colocado dreno abdominal, a
bile se acumula no espaço sub-hepático, formando coleção (bilioma) ou abscesso.
Geralmente, a icterícia não é observada, porque não há colestase, podendo ou não
haver sinais de sepse. Já em pacientes com estenose biliar, a icterícia é sinal clínico
dominante, podendo ocorrer precocemente em até 25% dos casos, porém podem ser
descobertas até 20 anos após o procedimento inicial.
As estenoses pós-operatórias são classificadas por Bismut-Strasberg:
Pancreatite crônica
Em cerca de 45% dos pacientes com pancreatite crônica, está presente a estenose
do ducto biliar comum. Em muitos casos, são assintomáticos.
O maior problema da pancreatopatia crônica é o processo de fibrose
parenquimatosa cefálica, levando a estenose circunferencial e regular da porção
intrapancreática do colédoco. Manifesta-se, inicialmente, com icterícia e dor
abdominal e, nessas condições, já traduz clinicamente uma estenose acentuada.
Inicialmente, a opção de tratamento é transferida ao endoscopista, que opta, na
maioria das vezes, pela drenagem biliar com passagem de prótese plástica calibrosa
pela estenose. Em cerca de 50% dos casos, há recidiva na estenose, por isso o
tratamento cirúrgico com anastomose bilioentérica ainda é considerado o melhor
tratamento definitivo da doença.
Catalano et al. compararam um grupo de pacientes com pancreatite crônica e
19
estenose biliar tratado com prótese plástica biliar e outro grupo com várias próteses
(quatro a cinco próteses), sendo o último grupo superior por apresentar melhora mais
rápida dos valores laboratoriais, aumento do diâmetro da estenose e maior benefício a
longo prazo.
Fístula biliar
Tumores periampulares
Indicações
Tipos de próteses
São usados, atualmente nas vias biliares, dois tipos de próteses: metálicas e
plásticas.
As próteses plásticas são fáceis de serem colocadas, com baixo custo unitário,
podendo ser reposicionadas mais facilmente, sobretudo quando se utiliza o acesso
endoscópico. Porém, possuem algumas desvantagens, como maior incidência de
migração, colangite, sepse biliar, oclusão (sais biliares, coágulos ou tumor) e ulceração
da parede do duodeno (extremidade distal em contato com a mucosa). O
posicionamento endoscópico das próteses plásticas é o preferido na maioria das
práticas profissionais, sendo outras técnicas indicadas, quando não houver sucesso por
esse método terapêutico.
As próteses metálicas existentes no mercado mundial são compostas por vários
tipos de ligas metálicas. As mais utilizadas têm em sua composição elgiloy (composto
de níquel, cobalto, magnésio, ferro, carbono e berílio), nitinol (composto de níquel e
titânio) e aço inoxidável. Essas próteses metálicas podem ter uma cobertura (recobertas
ou revestidas) de politetrafluoretileno (PTFE) ou podem ser utilizadas sem cobertura
(não recobertas ou revestidas). Quanto a sua colocação, podem ter dois tipos:
autoexpansíveis ou expansíveis por balões. As expansíveis por balões são usadas para
tratar estenoses – obstruções curtas e intra-hepáticas, sendo colocadas com maior
precisão. Já as autoexpansíveis são mais utilizadas no tratamento das estenoses –
obstruções, da via biliar extra-hepática, por serem mais flexíveis durante a sua
expansão e acomodação; têm sido amplamente utilizadas pela sua flexibilidade e por
estarem disponível em comprimento longo o suficiente para tratar a maioria das lesões.
Tem por objetivo revestir a via biliar com a prótese, por todo segmento afetado pela
doença.
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58
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE LESÕES CÍSTICAS DO
PÂNCREAS
Everson Luiz de Almeida Artifon
Fred Olavo Aragão Andrade Carneiro
Dalton Marques Chaves
Marcelo Magno de Freitas Sousa
DEFINIÇÃO
Lesões císticas pancreáticas podem ser encontradas durante a avaliação de
pacientes com dor abdominal e pancreatite, porém são cada vez mais achados
incidentais de exames de imagem abdominal por causas inespecíficas .
1
Essas lesões podem ser divididas em pseudocistos, cistos não neoplásicos e cistos
neoplásicos, que incluem cistoadenoma seroso, cistoadenoma mucinoso e neoplasia
mucinosa papilar intraductal. Sabe-se ainda que outros tumores pancreáticos também
podem conter espaços císticos ou regiões de degeneração cística, como neoplasia
sólida pseudopapilar, tumor endócrino cístico e até adenocarcinoma ductal .
2
semelhança, elas são diferenciadas por meio de suas características clínicas, achados
ecoendoscópicos, citológicos e da análise do conteúdo líquido em seu interior (Tabela
1).
Dentre os exames de imagem, a tomografia computadorizada com cortes finos é a
forma mais utilizada no diagnóstico de lesões císticas, podendo fornecer informações
sobre a localização no parênquima pancreático, relação com vasos e influenciar a
estratégia terapêutica. A ressonância nuclear magnética pode ser uma alternativa para
melhor avaliação da anatomia ductal e é opção nos casos de alergia ao contraste
iodado.
Pseudocisto pancreático
lesão cística somente deve ser diagnosticada como pseudocisto se houver um exame de
imagem prévio demonstrando sua ausência.
A ausência de um epitélio interno é o que distingue o pseudocisto de uma lesão
cística verdadeira, pois sua parede é formada por um tecido fibroso e de granulação
originados de um processo inflamatório. Eles podem ser únicos ou múltiplos, e a
maioria dos pseudocistos possui comunicação com o sistema ductal pancreático,
contendo altos níveis de amilase e lipase.
A maior parte dos pseudocistos tem resolução espontânea, contudo podem ocorrer
complicações agudas, como infecção, rotura e sangramento; ou complicações crônicas,
como obstrução biliar, trombose de veia esplênica ou porta e dificuldade no
esvaziamento gástrico. Nesses casos, o tratamento de drenagem cirúrgica, percutânea
ou endoscópica está indicado.
Cistos pancreáticos não neoplásicos
para o tratamento cirúrgico das IPMN de ductos secundários, com seu manejo clínico
dependendo do grau de acometimento do ducto pancreático principal ou secundário, da
presença de componente sólido, da ocorrência de calcificações e do tamanho do cisto
(Figura 5).
Neoplasias sólidas pseudopapilares
Indicações
Técnica
Técnica transpapilar
Técnica transmural
Esta técnica de drenagem é obtida pela colocação de uma ou mais próteses através
da parede gástrica ou duodenal.
A avaliação ecoendoscópica antes da drenagem pode ser feita para reduzir as
chances de complicação, definindo a melhor topografia para a punção e a drenagem da
coleção . A inviabilidade da realização da ecoendoscopia não significa a suspensão
30,35-38
Complicações
Resultados
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59
PÓLIPOS COLORRETAIS
Sergio Carlos Nahas
Vinicius Leite de Castro
Afonso Henrique da Silva e Sousa Júnior
Paulo Roberto Arruda Alves
André Luiz de Oliveira Novaes
INTRODUÇÃO
Pólipo corresponde à estrutura tecidual que se projeta acima da superfície da
mucosa em qualquer área do trato digestivo, de forma regular e circunscrita, resultando
em proeminência em seu lúmen.
Macroscopicamente, classifica-se em planoelevado, séssil, subpediculado e
pediculado. Em relação ao tamanho, os pólipos variam de 1 mm até mais de 10 cm,
sendo classificados como gigante (> 40 mm), grande (20 a 40 mm), médio (5 a 20 mm)
e pequeno (< 5 mm) .
1
Pólipos hiperplásicos
Pólipos inflamatórios
Pólipos submucosos
Pólipos hamartomatosos
Pólipos serrilhados
A vigilância das lesões de cólon direito ainda precisa ser melhor definida, frente
ao grande numero de trabalhos que associam diretamente as lesões serrilhadas com
CCR, a impossibilidade de prever o momento do surgimento de displasia de alto grau e
a pequena diferença de tamanho entre lesões com ou sem displasia de alto grau.
Tumores neuroendócrinos
Pólipos retais distais podem ser vistos na anuscopia ou palpados durante o toque
retal. Já os pólipos retais pediculados podem prolapsar pelo reto, causando
enterorragia e incômodo, não devendo ser confundidos com botão hemorroidário ou
papila hipertrófica.
Colonoscopia
Possui boa capacidade de detectar pólipos de grande tamanho (> 1,5 cm), mas
pode deixar de identificar os menores, em especial os menores do que 5 mm. Pelo fato
exposto e por sua incapacidade terapêutica ou de realização de biópsia, ele não é
exame de escolha.
Colonoscopia virtual
Técnica mais recente que permite a avaliação morfológica do cólon com utilização
dos recursos da tomografia computadorizada. Possui resultados semelhantes à
colonoscopia na detecção de neoplasias avançadas; entretanto, tem a desvantagem de
não poder realizar terapêutica ou biópsia no momento do exame.
TRATAMENTO
Por existir a possibilidade de malignização, todos os adenomas ou potenciais
adenomas devem ser removidos, assim como os grandes pólipos hiperplásicos do cólon
proximal que podem corresponder a adenomas serrilhados. Grandes pólipos juvenis ou
em pacientes com Peutz-Jeghers também devem ser removidos. Pequenos pólipos
hiperplásicos do cólon distal e do reto não têm indicação de polipectomia, assim como
prolapsos mucosos e pólipos inflamatórios.
O tamanho do pólipo não representa uma contraindicação, mas requer cuidados
especiais. Pólipos com suspeita de acometimento da camada submucosa, invasivos e
pouco diferenciados, cuja elevação por injeção salina da camada submucosa é
impossível (nonlifting sign), não têm tratamento endoscópico, mas sim cirúrgico.
Polipectomia endoscópica
Diminutos pólipos (< 5 mm) podem ser tratados com remoção utilizando pinças de
biópsia a frio. Essa técnica é reservada preferencialmente para lesões que caibam entre
as conchas da pinça, tornando possível a ressecção em um único fragmento .6
Pólipos pequenos, < 10 mm, podem ser ressecados a frio, com segurança e
sangramento insignificante.
Polipectomia difícil
Lesões planas com tamanho > 20-30 mm, que ocupam mais de um terço da
circunferência da parede ou que se estendem além de duas pregas ou haustrações.
Pólipos com pedículos espessos e porção cefálica > 20 mm.
Lesões no cólon sigmoide espástico ou no limite do alcance do aparelho.
Lesões que envolvem ou circundam o óstio apendicular.
Ressecção cirúrgica
Síndrome de Gardner
Síndrome de Turcot
Síndrome de Peutz-Jeghers
Síndrome de Cowden
Síndrome de Cronkhite-Canadá
Referências bibliográficas
As lesões tipo 0 II-b são extremamente raras no cólon e assim pouco descritas em
casuísticas realizadas.
O diagnóstico das lesões II-c necessita de um detalhado exame da mucosa para
caracterização desse tipo de lesão, valorizando alterações de cor, retrações e
apagamento de vasos de submucosa. O padrão de criptas encontrado é do tipo IIIs na
parte central e do tipo I ou II, nas bordas .
6
Deve-se ter atenção especial com as lesões deprimidas pelo maior índice de
invasão submucosa, mesmo em lesões relativamente pequenas, quando comparadas às
lesões elevadas ou polipoides. São particularmente de difícil detecção e a ressecção
endoscópica não deve ser realizada quando se suspeita de invasão maciça da
submucosa.
Diante de uma lesão ressecada ou biopsiada com possível necessidade de cirurgia
posterior em que seja difícil a localização precisa no ato operatório, é recomendado
realizar a tatuagem.
Mucosectomia
Complicações
Referências bibliográficas
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se, para 2012, 30.140 casos
novos, sendo 14.180, em homens e 15.960 em mulheres. Em 2010, foram 13.344
mortes, sendo 6.452 homens e 6.892 mulheres .
2
Nos países com alta incidência, o CCR tem sido considerado um problema de
saúde pública. No mundo, anualmente, são diagnosticados cerca de 1 milhão de novos
casos, o que corresponde a 9,4% de todos os tumores malignos . Atualmente, ocupa a
1
Hematoquesia/enterorragia.
Mudança de hábito intestinal.
Obstrução intestinal.
Perda ponderal.
Anemia.
Dor abdominal.
Massa abdominal palpável.
Existe um impacto dos sintomas sobre o prognóstico . Isso equivale a dizer que os
19
Sabe-se que em torno de 15% dos pacientes com carcinoma colorretal podem
apresentar obstrução , sendo que o carcinoma é a causa mais comum de obstrução do
11
Deve-se realizar a colonoscopia completa sempre que uma lesão suspeita para
CCR for encontrada, pois em cerca de 3 a 5% dos casos podem ocorrer tumores
sincrônicos . Em virtude das razões técnicas, em 5% dos casos a colonoscopia
12
Enema baritado.
Pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF).
Retossigmoidoscopia flexível.
Colonoscopia completa.
Radiografia (RX) de tórax/tomografia computadorizada (TC) de tórax.
TC de abdome e pelve.
Desidrogenase láctica (DHL)/fosfatase alcalina.
Antígeno carcinoembriônico (CEA).
Colonografia por TC.
Ecoendoscopia baixa ou ressonância magnética.
PET-CT.
Depósitos de tumor.
Taxa de regressão tumoral (pós-neoadjuvância).
Análise do gene KRAS.
Instabilidade microssatélite.
Invasão perineural.
Margens circunferenciais de ressecção.
São fatores de risco para recidiva: tumores pouco diferenciados, menos de doze
linfonodos na peça cirúrgica, tumores com células em anel de sinete, antígeno
carcinoembrionário (CEA) elevado .
3
TRATAMENTO
A cirurgia com padrões de ressecção oncológica é o tratamento primário,
fornecendo o estadiamento definitivo por meio da peça cirúrgica. É preciso sempre
excluir a possibilidade de carcinomatose, ressecar doze cadeias linfonodais, com
margens de 5 cm. A ressecção da peça deve ser em bloco e incluir a ligadura do
pedículo vascular principal do segmento acometido .
1
Existem duas importantes indicações para o uso do stent: tratamento paliativo para
doença neoplásica disseminada e descompressão pré-operatória . 20
uso de miniprobes.
Quando comparado à EE, a colonoscopia possui sensibilidade de 98% e
especificidade de 64% no diagnóstico correto de lesão com localização intramural.
Especialmente no caso de lipomas, que são a lesão subepitelial mais prevalente, a
colonoscopia tem sensibilidade de 40% apenas, contudo com especificidade de 98,8% . 2
Lipomas
Tumores carcinoides
São um subtipo de tumores neuroendócrinos, isto é, com capacidade potencial de
produzir hormônios e peptídeos. São oriundos das células enterocromafins do intestino.
São encontrados com maior frequência em mulheres afrodescendentes na faixa etária
mediana de 65 anos, no cólon direito e íleo terminal, junto à válvula ileocecal, com
incidência de aproximadamente 0,2-2 casos/100.000 habitantes ao ano. A incidência no
cólon esquerdo e no reto é de aproximadamente 0,1-0,31/100.000 habitantes ao ano.
Podem ser classificados de acordo com o quadro clínico como funcionantes,
exibindo a síndrome carcinoide (diarreia e dor abdominal, rash cutâneo e doença
valvar cardíaca), com alta incidência de metástases hepáticas (10% das lesões do
intestino delgado e cólon direito), e como não funcionantes.
Os tumores neuroendócrinos do cólon geralmente têm estádio avançado e, em
decorrência de suas características colonoscópicas, são falsamente diagnosticados
como adenocarcinomas. No reto, a maior parte das lesões é menor que 1 cm, limitada à
submucosa, com crescimento muito lento, sem exibir sintomatologia por vários anos.
São diagnosticados ao acaso ou durante protocolos de investigação de metástases
hepáticas. Tumores maiores que 1 cm geralmente são metastáticos e as lesões
jejunoileais são as que possuem pior prognóstico em relação às metástases.
Leiomiomas
maioria ocorre no estômago (44%), seguido por intestino delgado (29,4%) e cólon e
reto (23,5%) .
9
Schwannomas
Linfangiomas
Pneumatose intestinal
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63
ENDOSCOPIA DIGESTIVA PEDIÁTRICA
Manoel Ernesto Peçanha Gonçalves
Silvia Regina Cardoso
Diamari Caramelo Ricci Cereda
INTRODUÇÃO
O exame endoscópico em crianças é de fácil execução, apresenta baixa morbidade
e poucas complicações, contribuindo de forma definitiva para o diagnóstico, o
tratamento e o acompanhamento evolutivo de várias doenças do trato digestório.
A endoscopia pediátrica teve seu início no final do século passado com a
utilização de instrumentos rígidos e, até o início dos anos 1960, restringia-se à remoção
de corpos estranhos e à dilatações de estenoses. Após o advento da fibra óptica nos
anos 1960, dos videoendoscópios nos anos 1990, do aperfeiçoamento dos instrumentos
utilizados para procedimentos terapêuticos e do refinamento de aparelhos e técnicas
anestésicas, a endoscopia pediátrica se expandiu, sendo hoje um exame fundamental na
prática clínica . Pode ser realizado em pacientes de todas as faixas etárias, mesmo em
1
Vômitos, regurgitações.
Disfagia.
Odinofagia.
Dor abdominal.
Baixo ganho pôndero-estatural.
Investigação de anemia refratária a tratamentos habituais.
Investigação de irritabilidade.
Cianose relacionada à alimentação.
Investigação de recusa alimentar.
Diagnóstico e acompanhamento evolutivo de esôfago de Barrett.
Diagnóstico e acompanhamento evolutivo da doença celíaca.
Suspeita de doença do enxerto versus hospedeiro.
Suspeita de doenças infecciosas do trato gastrointestinal.
Diagnóstico e acompanhamento evolutivo da hipertensão portal.
frango, madeira, plástico, vidro e pequenos objetos metálicos, podem não ser
diagnosticados ao exame radiológico, sendo necessário o exame endoscópico para o
diagnóstico e o possível tratamento .
8
(Quadro 4).
A passagem de sonda nasogástrica é realizada quando há lesões graves, para a
drenagem gástrica de alívio e para a alimentação precoce em casos selecionados,
lembrando que a sua permanência por longo tempo em crianças nem sempre é possível.
A alimentação deve ser mantida por nutrição parenteral, na impossibilidade de dieta
por vias oral e enteral .
18,19
que podem cursar com hemorragia digestiva alta varicosa na infância são a atresia de
vias biliares e a trombose de veia porta, seguidas por hepatopatias de outras
etiologias . Durante os eventos hemorrágicos, o exame deve ser realizado de
28
com baixa morbidade, sendo a de Gauderer e Ponsky a mais utilizada em nosso meio . 39
Tratamento de malformações
crianças pequenas, debilitadas e que irão realizar o preparo colônico com soluções de
manitol ou polietilenoglicol devem fazer o preparo em esquema hospitalar.
Está indicado, de modo geral, para o diagnóstico e o tratamento de doenças que
acometem ou modificam a mucosa cólica. A prevalência das doenças que levam ao
exame variam de acordo com a idade da criança. Recém-nascidos e lactentes
submetidos à colonoscopia têm alta prevalência de doenças “alérgicas”, geralmente
ocasionadas por reações à proteína alimentar, principalmente a proteína do leite de
vaca. Em pré-escolares e escolares, os pólipos juvenis representam a principal doença.
Já em escolares maiores e adolescentes, cresce a probabilidade de doença intestinal
inflamatória e sangramentos provocados por poliposes . 40,41
então, várias casuísticas foram publicadas, porém com número restrito de crianças
envolvidas, o que fez com que só recentemente tenha se tornado um procedimento
aceito nesse grupo etário . Na atualidade, pelo desenvolvimento de técnicas
44
Referências bibliográficas
Nas últimas duas décadas, vários exames de imagem tornaram possível o estudo
das vias biliares e do pâncreas. A tomografia computadorizada (TC) de abdome tem-se
tornado exame rotineiro no estudo diagnóstico do câncer biliar e do pâncreas. Método
não invasivo, a TC helicoidal é capaz de obter imagens da glândula pancreática no
momento de maior realce do parênquima, em que o meio de contraste está no seu
suprimento arterial (fase arterial), quando então se procura definir a presença da
neoplasia. Nesse momento, procuram-se metástases hepáticas e invasão venosa,
avaliando-se a ressecabilidade da lesão .
3
ser buscados. A utilização de sondas de alta frequência (de 7,5 e 12 MHz) aumenta a
resolução da imagem. Além da identificação das camadas do tubo digestivo, permite a
avaliação de órgãos vizinhos, de vasos e cadeias linfáticas, situados num raio de até 8
cm do eixo perpendicular do probe em frequência de 5 MHz.
Do ponto de vista técnico, a ecoendoscopia pode ser dividida em radial e setorial.
No primeiro tipo, a sonda ultrassonográfica realiza movimentos rotatórios,
perpendicularmente ao eixo do tubo de inserção do endoscópio, obtendo cortes
transversais – semelhantes àqueles da TC. É dependente do operador para aquisição e
interpretação das imagens e é um exame mais invasivo que a TC e menos que a CPRE.
A ecoendoscopia setorial é a imagem bidimensional gerada pela estimulação de
cristais estacionários, montados sobre a superfície da sonda, em geral convexa, que
emite feixe sonoro setorial. Permite a punção com agulha fina e outros procedimentos
terapêuticos de estruturas adjacentes ao tubo digestivo .
7
O EXAME
Habitualmente, os exames de ecoendoscopia que são realizados no Serviço de
Endoscopia Gastrointestinal do HC-FMUSP utilizam um ecoendoscópio de fibra óptica,
visão oblíqua de 55 e transdutor mecânico radial com frequências de 7,5 e 12,0 MHz.
o
dor em abdome superior há mais de 1 ano, surtos de pancreatite aguda sem causa
definida, início abrupto de diabetes melito em não obesos, acima de 50 anos e sem
história de endocrinopatia) geralmente apontam para grupo com doença avançada.
Reconhece-se que os pacientes portadores de pancreatite crônica apresentam risco
relativo 9,5 vezes maior para neoplasia de pâncreas . Indivíduos tabagistas apresentam
10
risco relativo para câncer exócrino, de 1,4 a 2,3 vezes maior que a população geral.
Estima-se que até 20% dos pacientes acometidos por adenocarcinoma ductal
pancreático apresentam teste de tolerância à glicose ou mesmo diabetes melito cerca de
2 anos antes do diagnóstico da neoplasia .
11,12
lembrar que, quando um tumor invade determinada estrutura vascular, isso não significa
necessariamente que a lesão seja irressecável.
A ecoendoscopia, além de detectar a lesão pancreática, pode aferir a presença das
veias porta e mesentérica superior, e com menor acurácia, da artéria mesentérica
superior e do tronco celíaco. Yasuda em 1988, Snady em 1990 e Rösch em 1991
aferiram em estudos a acurácia superior da ecoendoscopia na avaliação da invasão do
eixo mesentérico-portal em relação à ultrassonografia convencional, TC convencional e
angiografia . 7,21,22
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