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Mais resumo

Este fenômeno se dá antes mesmo do começo do século XX, o Estado assume


o papel de promover o bem estar de seus cidadãos, através de políticas públicas de prote
ção social. No entanto, somente após o período pós-guerra é que de fato estesEstados
tornaram-se de fato mais atuantes na promoção de inserção de seus cidadãos.A autora
promove uma reflexão quanto às dimensões destas politicas em paísescom capitalismo
mais desenvolvido, antevendo no entanto a dimensão que este
modo politico econômico poderá ser pensado para a América Latina, possibilitando aide
ntificação de indícios de seguridade social para nos países periféricos.Arretche,
identifica alguns estudos que nortearão seu artigo, chamando a atenção para os que
foram desenvolvidos não durante o período em que o WELFARE STATEapresentava-
se mais vigoroso, e sim posteriormente, quando dava sinal de crise nosistema em suas
politicas de inserção e seguridade social, ou seja, pós década de 80.Longe de promover
um ordenamento em seu estudo de delimitação de autores,levando-se em consideração
os trabalhos desenvolvidos por estes, consideradosrelevantes e que tenham
sistematizado suas teorias a respeito do fenômeno daconstituição dos WELFARE
STATE, Arretche preocupa-se em contornar o enfoquedestas teorias classificatórias e
procura focar e distinguir as correntes que originaram osWELFARE STATE e as razões de
sua expansão. Levando-se em consideração asidiossincrasias dos Estados contemporâneos
e suas instituições.

1. Argumentos segundo os quais os condicionantes da emergência


edesenvolvimento do welfare state são predominantemente de ordem econômica

1.1. O welfare state é um desdobramento necessário das mudanças postasem


marcha pela industrialização das sociedades
Para Arretche, quanto a concepção explicativa há um núcleo comum naargumentação
do processo de industrialização sobre as formas de intervenção estatal.

Isto envolve graus diferenciados de programas sociais de Welfare. Notadamente, vê-


semaiores desenvolvimentos de WELFARE STATE em países que os níveis
deindustrialização, bem como o alto grau de desenvolvimento burocrático, permitem
umincremento maior de programas sociais e a emergência dos WELFARE STATE.Para
se explicar o surgimento de tais modelos de WELFARE STATE, foinecessário o
surgimento de "padrões mínimos, garantidos pelo governo, de renda,nutrição, saúde,
habitação e educação para todos os cidadãos, assegurados como umdireito político e não
como caridade
.”
(1) É condição sinequa non que o grau deindustrialização seja coadunante com os gastos
sociais, sendo o primeiro em essência produtor de riqueza.Se levarmos em consideração
apenas o fator de industrialização, alguns paísesdeveriam apresentar equânimes quanto
sua estrutura e estratificação social, porém estefator se torna insuficientes quando
verificados índices dos programas sociais e seusdesdobramentos.É interessante verificar
a analise dos hábitos e da qualificações dos trabalhadoresquando a autora se debruça
sobre o processo produtivo que os trabalhadores sãosubmetidos em razão da
mecanização. Sendo que à medida que se percebe aimportância do processo produtivo
através da industrialização, implica ainda maiorcomplexidade da divisão social do
trabalho. Estas mudanças em larga escala, tambémforam percebidas no núcleo
familiar.Segundo Arretche, para alguns autores(2), o desenvolvimento de
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um WELFARESTATE tem fraca relação com o modelo politico, seja ele (liberal-
democratico,totalitário, populista ou oligárquico), além do sistema econômico é
irrelevante quanto aodesenvolvimento de programas de proteção social.Ainda sobre o
grau de desenvolvimento do WELFARE STATE, a autora chamaa atenção quanto ao
que difere os aspectos dos programas sociais nos EUA, o fenômenode seguridade social
neste país, embora excessivamente industrializado, se mostramodesto quando
comparados a outras nações de industrialização desenvolvida. Estefenômeno talvez se
apresente desta maneira por forte resistência cultural daquele país

legitimação...” a legitimação no caso, são as condições que uma classe é possibilitada de


acumular em detrimento de outra.Para o autor,

o gasto estatal sob a forma de Capital Social é indispensável àexpansão do investimento
e consumo privados. Por sua vez, o aumento da
atividade privada, por seu caráter irracional, gera a demanda por gasto estatal sob a form
a deDespesas Sociais.

Para O`Connor o desempenho do Estado e a dimensão de seus programassociais,
quando analisa os EUA, passam necessariamente entre às
necessidades previdenciárias ou militares. Sendo que ele aponta que o excedente, pelo
menos umagrande parcela, geralmente é destinado a um dele, a depender do
desenvolvimentohistórico específico de cada país.Identificada a importância de se
produzir excedentes, o autor passa a defender oaumento dos programas sociais através
da lógica da expansão capitalista, colocando-sede lado a questão da luta de classes que
não é aqui considerada como elementoexplicativo da dinâmica do fenômeno
analisado.Para Claus Offe: 1972, o desenvolvimento do capitalismo gera
problemassociais de desagregação nas relações de trabalho bem como em sua
convivência social.Logo para Offe, o desenvolvimento dos Welfare State surge
como formacompensatória do desenvolvimento industrial e do capitalismo.Mais que
funcional os Welfare State mostra-
se como “desdobramento necessário
da dinâmica de evolução destas sociedades, uma vez que há pequena margem para
escolhas”. Segundo Offe.

2. Os condicionantes da emergência e desenvolvimento do


welfare state
sãopreponderantemente de ordem política2.1. O
welfare state
é resultado de uma ampliação progressiva de direitos:dos civis aos políticos, dos
políticos aos sociais

Para Arretche, não há como começar em falar em cidadania sem mencionar os


trabalhos de T.H. Marshall, em seu trabalho “Cidadania e Classe Social” onde expõe
sua preocupação quanto a desigualdade econômica e a crescente igualdade
política,debruçando-se sobre o caso inglês para demonstrar que através de uma política
socialefetiva, através do uso instrumental das políticas públicas (igualdade política),
é possível chegar a também uma igualdade econômica.Para isso Marshall enumera três
direitos essenciais em uma sociedade
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que procura o desenvolvimento de sua cidadania. São eles: os direitos civis, os direitos
políticos e também os direitos sociais. Sendo este último relacionados a participação
nariqueza socialmente produzida.Vale lembrar que quanto mais direitos são
conquistados pela sociedade, e estaganha de fato a dimensão de cidadania, estas conquistas
são explicadas pelauniversalização e consequentemente a ampliação das camadas sociais.Seguindo os
passos de Marshall, a escola francesa em Rosanvallon, 1981,esclarece que o

Estado de Bem-Estar revela uma versão do contrato social, contratoeste celebrado entre
os indivíduos e entre estes e o Estado. Tal contrato revela aformação progressiva de
uma representação ampliada do indivíduo, representação estaque contempla suas
dimensões econômica e social. Sob o signo da economia política eda laicização da
sociedade, o Estado de Bem-Estar exprime a idéia de substituir aincerteza da proteção
religiosa pela certeza da proteção estatal.

Corroborando com os estudos de Rosanvallon, François Ewal
d ( L’etat
providece, 1986), desenvolve no campo jurídico, no sentido de complementar a obra
deJ J. Rousseau no Contrato Social, o desafio de promover o contrato de
solidariedade,que segundo ao autor

...a possibilidade de que o indivíduo esteja sujeito a acidentes e, portanto, a riscos
imprevistos é um elemento constitutivo da vida social, mas o acidenteé sobretudo o
produto da sorte, do destino, diante do qual o indivíduo deve cultivar a
virtude moral da previdência.”

2.2. O welfare state é resultado de um acordo entre capital e trabalhoorganizado,


dentro do capitalismo

Alguns autores divergem quanto ao processo de desenvolvimento do Welfare


State, porém em análise prévia, considerando variáveis analíticas do fenômeno do Welf
areState. Onde a
“ provisão estatal de serviços sociais e regulação estatal de atividades privadas. Tais
atividades abarcariam fundamentalmente a seguridade social, a regulaçãodas condições
de trabalho, a escolaridade da população e a legislação urbana”
.
2.3. Há diferentes welfare states: eles são resultado da capacidade de
mobilizaçãode poder da classe trabalhadora no interior de diferentes matrizes de
poder
A defesa das políticas sociais é próprio do processo de constituição da
classetrabalhadora, onde os objetivos históricos de emancipação passa
peladesmercadorização da força-de-trabalho. Neste sentido o processo redistributivo
dasdesigualdades próprias do mercado constitui-se como elemento fundamental
nainstitucionalização do pleno emprego através de pressões dos movimentos
operários.Os elementos constitutivos de uma classe organizada e que através
deinstrumentos legítimos de pressão no sentido de fortalecer o grau de investimentos
naárea social, fez-se com que fortalecesse a concepção social-democrata da
reformasocial. Além disso, pode-se dizer que a


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implementação de políticas sociais foiexpressão de conflitos distributivos, conflitos


estes que opuseram a esquerda e a direitaem cada país analisado.

Além disso, quando avaliamos os recursos de poder político da classetrabalhadora são
avaliados principalmente pelo grau de organização sindical e pela forçada esquerda no
parlamento. Pois o peso e assentos no parlamento por partidossocialistas e pelo controle
do gabinete no Parlamento em um período relevante detempo, poderia reforçar as
políticas sociais a serem adotadas, e a classe trabalhadora severia na condição de ator
social no processo de transformação

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