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MARISA COSTA
Feira de Santana-BA
2018
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MARISA COSTA
Salvador - BA
2018
Marisa Costa1
RESUMO
INTRODUÇÃO
O contexto da escola inclusiva assim como qualquer outra escola, exige contato direto e
indireto com várias pessoas, como colegas de sala, pais, alunos, professores, comunidade
além de outros funcionários. Essa convivência demanda desenvolvimento de um repertório
para lidar com as especificidades surgidas em tais contextos e relações, assim como, para lidar
com as dificuldades e para possibilitar o estabelecimento de interação mais saudáveis tanto
para os alunos quanto para os professores e ou comunidade escolar.
Nesta perspectiva, este trabalho de pesquisa tem como objetivo geral buscar compreender a
importância da brincadeira no processo de aprendizagem da pessoa com deficiência
intelectual, assim como compreender o ato de brincar conceituando os principais termos
utilizados para designar as brincadeiras e jogos e analisar a importância dos benefícios que o
brincar proporciona no ensino-aprendizagem, além de permitir a socialização e a integração
dos portadores da deficiência intelectual.
Por tanto, As escolas que não estão atendendo alunos com deficiência em suas turmas de
ensino regular se justificam, na maioria das vezes pelo despreparo dos seus professores para
esse fim. Existem também as que não acreditam nos benefícios que esses alunos poderão tirar
da nova situação, especialmente os casos mais graves, pois não teriam condições de
acompanhar os avanços dos demais colegas e seriam ainda mais marginalizados e
discriminados do que nas classes e escolas especiais.
Esta pesquisa foi definida de natureza qualitativa pois, parte do fundamento de que há uma
relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o
objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito Chizzotti
(2001, p. 79). Julgando-se interpretativa com analise documenta bibliográfica com modelo
analítico. A pesquisa documental é muito próxima da pesquisa bibliográfica. O elemento
diferenciador está na natureza das fontes: a pesquisa bibliográfica remete para as
contribuições de diferentes autores sobre o tema, atentando para as fontes secundárias,
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enquanto a pesquisa documental recorre a materiais que ainda não receberam tratamento
analítico, ou seja, as fontes primárias. Essa é a principal diferença entre a pesquisa
documental e pesquisa bibliográfica. No entanto, chamamos a atenção para o fato de que: “na
pesquisa documental, o trabalho do pesquisador (a) requer uma análise mais cuidadosa, visto
que os documentos não passaram antes por nenhum tratamento científico” (OLIVEIRA, 2007:
70). Para Diesing, (1972), o método tem como meta a criação e o desenvolvimento do
conhecimento e não somente sua verificação. Mesmo sabendo que metodologia e métodos são
diferentes, se entrecruzam. Enquanto segundo Sautu (2005, p. 69) os modelos analíticos são
processos, fluxos organizadores. Segundo ela o modelo de análise constitui uma concha
argumentativa de um marco teórico. Os instrumentos utilizados para a materialização do
objetivo desta pesquisa, o de pesquisar a importância do brincar, e do desenvolvimento do
aprender dos portadores de deficiência intelectual. Opta-se pelo instrumento de pesquisa:
publicações periódicas (jornais e revistas), documentos eletrônicos, livros e impressos
diversos. Deve-se ao fato de ser tal recurso considerado em meio eficiente e rápido de
obtenção de dados que podem contribuir efetivamente para a compreensão de importantes
aspectos envolvidos no ensino-aprendizagem, tais como atitudes, crenças, motivação e
preferência. Richards e Lockhart 1995, p.10).
Esta pesquisa encontra-se subdivida em três itens 1. Aspectos legais, perpassa pelas bases
legais que fundamentam a educação Inclusiva nos pais; 2. Aspectos teóricos metodológicos
regido pela lógica de alguns teóricos que escrevem sobre esta temática comungando e
contrapondo a trajetória dos sujeitos enquanto alunos que estão na escola-inclusiva por fim
constata-se a analises dos dados.
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1. Professora do Ensino Fundamental I – Pedagogia. Faculdades Integradas Olga Metting. 2004.
Atualmente professora no espaço de medida socioeducativa (alunos de 12 a 21 anos que estão em privação de
liberdade).
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São considerados alunos com deficiência aqueles que têm impedimentos de longo prazo, de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com diversas barreiras
podem ter restringida a participação plena e efetiva na escola e na sociedade. Sendo assim, o
atendimento educacional especializado na escola de inclusão, identifica, elabora e organiza
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação
dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas
diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à
escolarização destacando-se a importância das brincadeiras e jogos para o desenvolvimento
do ensino-aprendizagem. Levando-se em conta a probabilidade de ponderar e mostrar aos
alunos, que como sujeitos sociais, eles interagem o tempo todo com os aspectos
socioculturais, por serem também sujeitos ativos no seu processo de aprendizagem, tendo a
capacidade de construir, reconstruir e adequar-se criticamente aos conhecimentos adquiridos.
As escolas regulares com orientação para a educação inclusiva são as mais eficazes
no combate às atitudes discriminatórias, propiciando condições para o
desenvolvimento de comunidades integradas, base da construção da sociedade
inclusiva e obtenção de uma real educação para todos (DECLARAÇÃO DE
SALAMANCA, 1994, p. 09).
Consta na Constituição, que educação é aquela que visa o pleno desenvolvimento humano e o
seu preparo para o exercício da cidadania (art. 205), qualquer restrição ao acesso a um
ambiente marcado pela diversidade, que reflita a sociedade como ela é, como forma efetiva de
preparar a pessoa para a cidadania. Neste aspecto a educação é um principal instrumento
para o desenvolvimento eficaz da pessoa, na busca da oportunidade de desenvolver a
convivência em sociedade, com possibilidades de aumentar sua criatividade e produtividade
dando-lhes acesso a informações que oportunizem a melhoria da qualidade de vida.
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Todas as crianças, jovens e adultos, em sua condição de seres humanos, têm direito
de beneficiar-se de uma educação que satisfaça as suas necessidades básicas de
aprendizagem, na acepção mais nobre e mais plena do termo, uma educação que
signifique aprender a fazer, a conviver e a ser. Uma educação orientada a explorar os
talentos e capacidades de cada pessoa e a desenvolver a personalidade do educando,
com o objetivo de que melhore sua vida e transforme a sociedade (DECLARAÇÃO
DE DAKAR, 2000, p. 01).
Mantoan (2008) afirma que apesar da Educação ser um direito de todo o indivíduo, ela entra
em atrito com a questão da igualdade de oportunidades, porque essa igualdade não se
compatibiliza com os ideais inclusivos: muitas vezes, ela está a serviço da exclusão, uma vez
que as diferenças não são consideradas.
Desta forma, o atendimento direcionado a educação especial na escola regular legalmente traz
segurança a pessoa com dificuldades intelectuais no sentido da garantia do seu direito a
educação de qualidade na perspectiva de incluir-se para assim, compreender-se enquanto
sujeito; e abranger seus conhecimentos, onde possa conter oportunidades e envolver-se no
contexto social a partir de implicações por estar inserido em um grupo diferenciado.
O ser humano nasce e cresce com a necessidade de brincar, sendo uma das atividades mais
importantes na vida do indivíduo. Por meio das brincadeiras, sabe-se que a criança trabalha as
O brincar, segundo pesquisadores, é uma necessidade que toda criança tem. É, também, uma
pensamento e a ação; um ato instintivo voluntário; uma atividade exploratória, que auxilia as
da fantasia e da imaginação, adquirindo, assim, experiências que irão contribuir para a vida
adulta, experimentando inúmeras sensações que poderão ser usadas na vida cotidiana. Ao
brincar, a criança pensa, reflete e organiza-se internamente para aprender aquilo que ela quer,
precisa, necessita. Está no seu momento de aprender; isso pode não ter a ver com o que a
Para Oliveira (2000) o brincar não significa apenas recrear, é muito mais, caracterizando-se
como uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e
com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se
estabelecem durante toda sua vida. Assim, através do brincar a criança pode desenvolver
capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda
propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade,
motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.
Neste sentido Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que “Quando brinca, a criança prepara-se a
vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e
social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas. ” Assim,
destaca-se que quando a criança brinca, parece mais madura, pois entra, mesmo que de forma
simbólica, no mundo adulto que cada vez se abre para que ela lide com as diversas situações.
VYGOTSKY (1998) admite que no começo da vida de uma criança, os fatores biológicos
superam os sociais, só depois, aos poucos, a integração social será o fator decisivo para o
desenvolvimento do seu pensamento. No entanto, ele se 8 opõe às teorias onde o
desenvolvimento se divide em estágios individuais. Para ele, inicialmente, as respostas que as
crianças dão ao mundo são determinadas pelos processos biológicos. Mas, na constante
mediação com adultos ou pessoas mais experientes, os processos psicológicos mais
complexos, típicos do homem começam a tomar forma. Assim, é pela interação social que as
funções cognitivas do mesmo são elaboradas.
Segundo Ferreira (2003), o ato de brincar possibilita o desenvolvimento da criança e
integralmente do ser humano integral nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e
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cognitivo. Para tanto, se faz necessário conscientizar os pais, educadores e sociedade em geral
sobre a ludicidade que deve estar sendo vivenciada no processo educacional, que o brincar faz
parte de uma aprendizagem prazerosa não sendo somente lazer, mas sim, um ato de
aprendizagem. Neste contexto, o brincar na educação proporciona ao aluno estabelecer regras
constituídas por si e em grupo, contribuindo na integração do indivíduo na sociedade.
O brincar faz parte dos primeiros atos da criança. Desde o nascimento a criança descobre o
mundo brincando, seja através do contato com seu próprio corpo, seja pela referência dos seus
pais. A brincadeira é a oportunidade de desenvolvimento onde a criança experimenta,
descobre, inventa, exercita e ainda confere suas habilidades. O brincar estimula a curiosidade,
a iniciativa e a auto-confiança. Também proporciona aprendizagem, desenvolvimento da
linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção. Os jogos e brincadeiras são
estimuladores da cognição, afeição, motivação e criatividade.
De acordo com VYGOTSKY (1998), a arte de brincar pode ajudar a criança com
necessidades educativas especiais a desenvolver-se, a comunicar-se com os que a cercam e
consigo mesma. Através dos jogos e brincadeiras a criança com deficiência intelectual pode
desenvolver a imaginação, a confiança, a auto-estima, o auto-controle e a cooperação. Os
jogos e brincadeiras proporcionam o aprender fazendo, o desenvolvimento da linguagem, o
senso de companheirismo e a criatividade.
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Para Mafara (2008), Educar através do lúdico contribui e influencia na formação da criança e
do adolescente com deficiência intelectual, favorecendo um crescimento sadio, pois
possibilita o exercício da concentração, da atenção e da produção do conhecimento;
promovendo ainda, a integração e a inclusão social. Para ela a criança deficiente intelectual,
com a ajuda do brinquedo, terá a possibilidade de relacionar-se melhor com a sociedade na
qual ela convive, já que o brinquedo busca o desenvolvimento cognitivo e oportunidades de
crescimento e amadurecimento. Também através do jogo comprova-se a importância dos
intercâmbios afetivos e interpessoais das crianças entre elas mesmas ou com os adultos (pais e
professores).
Ainda Mafara (2008), A utilização do jogo como recurso didático pode contribuir para o
aumento das possibilidades de aprendizagem da criança com deficiência intelectual, pois
através desse recurso, ela poderá vivenciar corporalmente as situações de ensino e
aprendizagem, exercendo sua criatividade e expressividade, interagindo com outras crianças,
exercendo a cooperação e aprendendo em grupo.
O jogo possibilita à criança deficiente mental aprender de acordo com seu ritmo e
suas capacidades. Há um aprendizado significativo associado à satisfação e ao êxito,
sendo este a origem da autoestima. Quando esta aumenta, a ansiedade diminui,
permitindo à criança participar das tarefas de aprendizagem com maior motivação.
O uso do jogo também possibilita melhor interação da criança deficiente mental com
os seus coetâneos normais e com o mediador IDE (2008).
A validação será realizada a um mínimo de dois livros, Depois desta validação serão
realizadas as análises seguido de uma narrativa onde se indica o objetivo do estudo e o
contexto dos alunos com deficiência intelectual Optou-se pela realização da interpretação dos
instrumentos utilizados na pesquisa para facilitar a análise das mesmas, sendo possível levar a
um tratamento qualitativo.
Elege-se a amostra não probabilística, pois, ela não generaliza. Trata-se de uma eleição de
forma intencional, em que o pesquisador seleciona os membros da população mais acessíveis
que, neste caso, serão eleitas matérias predefinidas em cada uma das várias categorias. Desta
forma, a temática abordada deve identificar novos percursos acerca da importância do brincar,
e do desenvolvimento do aprender dos portadores de deficiência intelectual. A escolha da
pesquisa bibliográfica deu-se pelo fato da oportunidade de Produzir o trabalho a partir do
maior número possível de material bibliográfico publicado; assim como estudar trabalhos que
dizem respeito ao tema explorado, ou seja, compartilhar com ideias que realmente sejam
pertinentes; para ampliar a pesquisa, fazendo uso não somente de livros técnico-científicos,
mas recorrer também a outra fonte.
Neste sentido, situo a concepção de pesquisa acerca da educação, enquanto campo de
conhecimento e de intervenção, constituindo terremos extremamente produtivos e
promissores, caracterizados pela diversidade e pluralidade teórica e práticas, assim como pela
multiplicidade das formas de brincar destes alunos. Para isso, recorro às contribuições de
alguns autores que possam contribuir para o desenvolvimento deste estudo: Sautu (2005, p.
34), concebe a investigação social como uma formação de conhecimento que se caracteriza
pela construção de evidencias empíricas, elaboradas a partir da teoria aplicada à regra de
procedimento explicito. Para ele a metodologia está conformada por procedimentos e métodos
para a construção das evidencias empíricas. Essa se apoia nos paradigmas e nas suas funções
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Para Morin (1995), o objeto e o sujeito, abandonados cada um a si próprio, são conceitos
insuficientes... surgindo o grande paradoxo: sujeito e objeto são indissociáveis. (p. 61), de tal
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forma que, sujeito e objeto constituem-se mutuamente. Não se busca mais um distanciamento
entre conhecedor e objeto, pois a ligação indissolúvel entre eles passa a ser pressuposta.
Neste sentido os jogos e brincadeiras são instrumentos metodológicos através dos quais os
educadores de crianças com necessidades educativas especiais podem estimular o seu
desenvolvimento cognitivo, afetivo, social, moral, linguístico e físico-motor; como também
propiciar aprendizagens curriculares específicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para concluir este artigo, faz-se necessário retornar aos objetivos iniciais da pesquisa e assim,
verificar se foi possível responder aos questionamentos propostos. Acredita-se que tanto foi
possível responder as indagações, como trazer contribuições teórico-metodológicas que
poderão subsidiar novas investigações que tenham a temática: A importância da brincadeira
no processo de aprendizagem da pessoa com deficiência intelectual. Respondendo ao objetivo
geral no que diz respeito a importância do brincar e do desenvolvimento do aprender, dos
portadores de deficiência intelectual. Percebeu-se neste estudo que a brincadeira provoca o
desenvolvimento individual da criança, ajudando a estabelecer limites e fazer com que elas
percebam que as normas sociais existem para serem usadas, a assumir comportamentos mais
avançados que aqueles vivenciados no cotidiano, aprofundando o seu conhecimento sobre as
dimensões da vida social.
Assim como compreender o ato de brincar conceituando os principais termos utilizados para
designar as brincadeiras e jogos; é brincando que a criança aprende a respeitar regras, a
ampliar o seu relacionamento social e respeitar a si mesmo e ao outro. Por meio de um
universo lúdico, a criança começa a expressar-se com maior facilidade, ouvir, respeitar e
discordar de opiniões, exercendo sua liderança e sendo liderados e compartilhando sua alegria
de brincar e participar ativamente do jogo proposto. Este deve ter suas ações sempre criadas e
recriadas para que sejam sempre uma nova descoberta, e sempre se transforme em um novo
jogo. Em contrapartida, em um ambiente sério e sem motivação, os educandos acabam
evitando expressar seus pensamentos e sentimentos e a realizar qualquer atividade com medo
de serem constrangidos.
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REFERÊNCIAS
ANTUNES, Celso. O jogo infantil: falar e dizer, olhar e ver, escutar e ouvir. Petrópolis, RJ:
Vozes 2003 fascículo 15.
CARVALHO, A. M. C. et al. (Org.). Brincadeira e cultura: viajando pelo Brasil que brinca.
São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992.
CRAIDY, Carmem Maria, KAERCHER, Gladis E. (Org.). Educação infantil: pra que te
quero? Porto Alegre: Artmed, 2001.
Chizzotti, Antonio (2011). Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez.
Diesing, Paul. Patterns of Discovery in the Social Sciences. Londres: Routledge & Kegan
Paul, 1972.
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OLIVEIRA, Vera Barros de (Org.) O brincar e a criança do nascimento aos seis anos.
Petrópolis, RJ: Voxes 2010.
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Sautu, Ruthh; Bonilo, Paula; Dalle, Pablo; Elbert, Rodolfo (2005). A construção do marco
teórico na investigação social. Em publicação: manual de Metodologia. Construção
do marco teórico, formulação dos objetivos e eleição da metodologia. CLACSO,
Coleção Campus Virtual Buenos Aires, Argentina. ISBN.987-1183-32-1.