Relatório experimental Quimica Forense – QUI0376

Luminol, propriedades quimiluminescentes e exame residuográfico utilizando

rodizonato de sódio

Gabriela Deconti, Caroline Ribeiro, Gisele Deconto

Universidade de Caxias do Sul

Departamento de Química e Física

Introdução Desvantagens: Ao reagir, destruir o

Na definição mais primitiva, a
sorologia seria o "estudo de soros". O soro
é a parte do sangue ou da linfa que
permanece líquida depois que seu
componente principal foi submetido a um
processo de coagulação. Manchas de
sangue em um local de crime podem
revelar muito acerca de sua natureza: a
dinâmica dos fatos, de que modo o agressor
chegou e deixou o local, que tipo de
instrumento utilizou para cometer o delito.
Os vestígios deixados na cena do crime
ficam expostos a diversos fatores que
podem comprometer sua conservação,
desde aqueles do próprio ambiente, como
chuva, calor e umidade, até a manipulação
humana com a intenção de encobri-los para
dificultar sua localização pela polícia e a
consequente descoberta do fato.
É importante, dessa forma, identificar o
que pode ou não ser sangue no local do
crime. Para isso, existem os chamados
testes presuntivos. Exames presuntivos de
sangue são geralmente catalíticos,
envolvem o uso de agente oxidante, como
o peróxido de hidrogênio [H2O2(aq)] e um
indicador que muda de cor (ou
luminescente) e que sinaliza a oxidação
catalisada pela hemoglobina como se fosse
uma enzima peroxidase.
Apresentam vantagens e reação química, que leva à produção de
desvantagens:
Vantagens: Altamente sensível (detecta
quantidades mínimas). Limitações: elas
não são específicas (Reage com outros
elementos que chamamos de falsos
positivos). Falsos positivos: oxidantes
químicos como sais de cobre e níquel,
plantas, peroxidases, substâncias de
origem animal: pus, saliva, tecidos.
sangue como evidência, isso significa que,
se não houver amostra suficiente, ela não
poderá mais ser usada para outra análise.
Para determinar a origem humana, é
realizado um teste imunológico. Uma
extração do conteúdo da mancha é feita e é
colocada em contato para reagir por
métodos especiais de imunodifusão com
um anti-soro conhecido como globulina
anti-humana. Se a reação é positiva,
manifesta-se por uma reação de
precipitação, que é a reação química de
identificação do antígeno na amostra, com
o anticorpo específico.
A quimiluminescência caracteriza-se pela
emissão de luz através de uma reação
química. A técnica de caracterização de
sangue com luminol é um exemplo de
processo quimiluminescente. Quando este
tipo de reação ocorre em seres vivos, temos
a bioluminescência.
Esquematicamente, uma reação
quimiluminescente pode ser pensada como
o inverso de uma reação fotoquímica.
Nesta última, uma determinada substância,
ao absorver um fóton, atinge um estado
eletrônico excitado e, através de uma
reação química, forma-se um produto no
estado eletrônico fundamental. Já em uma
reação quimiluminescente, ocorre uma
uma substância no estado eletrônico
excitado, que, pelo decaimento para o
estado eletrônico fundamental, emite luz.
O 5-amino-2,3-di-hidro-1,4-
ftalazinadiona, mais conhecido por
luminol, é um composto que, sob
determinadas condições, pode fazer parte

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de uma reação quimiluminescente. Uma
das formas de obtê-lo é a partir do ácido 3-
nitroftálico, conforme mostra a figura:
Figura 1: Síntese do Luminol
Sua sensibilidade pode chegar a
1/1.000.000.000, mesmo em locais com
azulejos, pisos cerâmicos ou de madeira, os
quais tenham sido lavados. A eficácia do
produto é tão grande que é possível a
detecção de sangue mesmo que já tenham
se passado seis anos da ocorrência do
crime.
Figura 2: Exemplo de um ambiente sem e
com luminol (esquerda) e as marcas de um
calçado realçadas pela quimiluminescência
do luminol
A reação de luminol com peróxido de
hidrogênio em água necessita de um
catalisador redox. Uma grande variedade
de metais de transição pode ser usada para
este fim. No caso do teste para a presença
de sangue, este catalisador é o íon do
elemento ferro que está presente nos
grupos ‘heme’ da hemoglobina.
Esse catalisador oxida o luminol em
diazoquinona, a qual sofre ataque pelo
ânion de peróxido de hidrogênio, formando
o endo-peróxido. Este último perde
nitrogênio (uma molécula muito estável) e
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forma o diânion do ácido 3-aminoftálico no
estado excitado, o qual decai para o estado
fundamental, proces-so acompanhado pela
emissão de radiação por fluorescência do
3-aminoftalato com comprimento de onda
de aproximadamente 431 nm.
Figura 3: Mecanismo esquemático da
oxidação de luminol por peróxido de
hidrogênio em meio aquoso, catalisado
por metais de transição.
Objetivos
Identificar e observar as
características do luminol como reagente
quimiluminescente e do rodizonato de
sódio.
Materiais e Métodos
-Instrumentos: Balança analítica; medidor
de pH; lupa; agitador magnético.
- Reagentes e vidrarias: Solução aquosa de
rodizonato de sódio a 0,1% (m/v); tampão
de ácido tartárico (1,5g) com bitartarato de
sódio (1,9g) em 1L de água destilada (pH=
2,8); carbonato de chumbo; cloreto de
antimônio; nitrato de bário; água destilada;
borrifador; fitas adesivas; papel filtro;
béqueres de 50 mL; espátulas; balão
volumétrico de 1 L; vidros de relógio;
cotonetes.
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- Borrifou-se as fitas com solução tampão

Procedimento Experimental ph 2,8;
-Após a secagem das fitas, borrifou-se as
mesmas com solução de rodizonato de
1) Teste de quimiluminescência do sódio;
luminol -Após a secagem observou-se os resíduos
de coloração laranja.
-Colocou-se em um béquer 40 ml de
solução de luminol com 2ml de solução
aquosa de hidróxido de sódio e 18 ml de Discussão e resultados
água deionizada;
-Em outro béquer colocou-se 4 ml de 1) Teste de quimiluminescência do
solução aquosa de ferrocianeto de potássio luminol
(3%); 4 ml de solução aquosa de peróxido
de hidrogênio (3%); 32 ml de água; Ao misturarmos a solução A contendo
-Misturou-se a solução A com a solução B luminol, solução aquosa de hidróxido de
e identificou-se a cor azul neon resultante sódio e agua deionizada, com a solução B
de quimiluminescência do luminol;
contendo ferrocianeto de potássio e
-Por ultimo colocou-se uma amostra de
sangue em contato com a solução A e peroxido de hidrogênio podemos observar
novamente presenciou-se a propriedade as propriedades quimiolumisncetes do
quimiluminescente da solução. luminol, pois a solução apresentou-se azul
neon, extremamente brilhante e com muita
2) Exame residuográfico utilizando luz. Conforme a figura abaixo:
rodizonato de sódio em Ph tamponado
Para esta reação acontecer, além do
-Sobre um vidro relógio adicionou-se 1ml luminol, são necessárias para a ocorrência
das soluções de antimônio e chumbo de quimiluminescência um reagente
separadamente; oxidante (Peroxido de hidrogênio) e
-Borrifou-se uma pequena quantidade de normalmente um catalisador (ferrocianeto
solução tampão. de potássio). A reação mostra-se mais
-Com o auxilio de um agitador magnético eficiente em meio básico, podendo ser feita
evaporou-se o solvente; em solventes próticos (normalmente água
-Após a secagem do mesmo borrifou-se ou neste caso hidróxido de sódio).
uma solução de rodizonato de potássio e
logo após a solução secou com a
temperatura ambiente;
- Preparou-se uma solução de nitrato de
bário;
- Com o auxilio de um cotonete, aplicou-se
uma pequena quantidade desta solução na
mão de um colega;
-Após secou-se a mão com o auxilio de um
papel toalha;
-Coletou-se o resíduo restante com uma fita
adesiva;
- Fixou-se a fita em papel filtro e depois
fixou-se o mesmo em um vidro relógio
deixando a parte contaminada em contato Figura 1 – Reação do Luminol
com o vidro;
(Fonte: arquivo pessoal)

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Logo após usamos a solução de

luminol para a detecção do sangue, e
imediatamente o tecido contendo sangue
mostrou-se luminoso ao reagir com a
solução, isso se deve ao fato de que
presente nas hemácias, está a hemoglobina
que contém íons de ferro em seu grupo e
agem com o catalisador necessário para
desencadear a reação quimiluminescente
do luminol.

Figura 2.1- Soluções dos metais após

serem evaporados em chapa de
aquecimento. (Fonte: arquivo pessoal)

Figura 1.1 – Reação quimiluminescente

do luminol com sangue. (Fonte: arquivo
pessoal)

2) Exame residuográfico utilizando

rodizonato de sódio em Ph tamponado

Ao final do procedimento
obtivemos um resultado diferente para
cada solução de metal utilizada. Para a
solução de Cu(NO3)2 a coloração obtida foi
de vermelho sangue, para a de
Ni(NO3)2, SbCl4 e para o ZnSO4 a
coloração foi de amarelo alaranjado. Já
para a solução de Pb(NO3)2 a coloração foi
vermelho, e por fim, para a solução de
Ba(NO3)2 a coloração obtida foi laranja.
Esses resultados podem ser visualizados
nas imagens 1 e 2, que estão a seguir.
Figura 2.2 Soluções após serem
pulverizadas com solução de rodizonato
de sódio. (Fonte: arquivo pessoal)
Após ser adicionado nitrato de
bário na mão de um colega, e a fita ser
grudada a um papel filtro e após, a um
vidro relógio. Pode-se notar que a solução
de rodizonato de sódio que foi adicionada,
em poucos segundos tornou-se da cor
amarela alaranjada, como pode-se observar
na Imagem 3.

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Figura 2.3 - Análise da mão de um

colega. (Fonte: arquivo pessoal)

Conclusão

O Luminol cumpriu seu papel,

como esperado, tornando as amostras que
continham sangue luminescentes. Assim
como, o rodizonato de sódio, mostrou sua
capacidade complexante, quando entrou
em contato com os metais utilizados no
segundo experimento, mostrando assim, a
sua utilização nos exames residuográficos.

Bibliografia

CHEMELLO, E.- Ciência Forense:

Manchas de Sangue-Química
Virtual.2007.

ROSSI, Adriana e FERREIRA, Ernesto-

Química Nova- A Quimiluminescência
como ferramenta analítica: do
mecanismo a aplicações da reação do
luminol em métodos cinéticos de análise-
Vol. 25, Nº 6. São Paulo. Instituto de
Química, 2002.

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