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Professores
Gérard Grimberg
Daniela Mendes
Fabiana Andrade
Mara Freire1
30 de agosto de 2017
1
Trabalho iniciado por: Eduardo Moraes, Gabriel Duarte, Lucas Moraes, Marcelo
1 Axiomática 1
1.1 Sistemas de Axiomas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Axiomas de Hilbert . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2.1 Axiomas de Incidência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2.2 Modelo de Geometria Euclideana e Não Euclideana . . . 8
1.2.3 Axiomas de Ordem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.2.4 Axiomas de Congruência . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.2.5 Plano de Hilbert . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.2.6 Planos Euclideanos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
1.2.7 Axiomas de Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
1.3 Coordenadas na Geometria Algébrica de Emil Artin . . . . . . . 37
1.3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
1.3.2 Dilatações e Translações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1.3.3 Construção do Corpo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
1.3.4 Introdução às Coordenadas . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
1.3.5 Geometria Am baseada num corpo dado . . . . . . . . . 49
1.3.6 Teorema de Desargues . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
1.3.7 O teorema de Pappus e a Lei Comutativa . . . . . . . . . 54
1.4 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
3
4 SUMÁRIO
Capítulo 1
Axiomática
1
2 CAPÍTULO 1. AXIOMÁTICA
Os axiomas são:
Axioma 1: Coisas que são iguais a uma mesma coisa, são iguais entre si.
Axioma 2: Se iguais são adicionados a iguais, os resultados são iguais.
Axioma 3: Se iguais são subtraídos de iguais, os restos são iguais.
Axioma 4: Coisas que coincidem uma com a outra, são iguais.
Axioma 5: O todo é maior do que qualquer uma de suas partes.
Antes de prosseguir, vale a pena observar alguns trechos do livro dos Ele-
mentos para contrastar a forma da escrita matemática e, também, a forma
como eram redigidas as demonstrações em uma época em que a notação ainda
era sintética em termos recentes. Euclides fez algumas denições para que a
geometria tivesse sentido e pudesse provar suas proposições, no total foram 23
denições, abaixo seguem as cinco primeiras:
Denição 1.2.1 Dizemos que duas retas são paralelas quando elas não possuem
ponto em comum.
P Dado um ponto A e uma reta r, há, no máximo, uma reta que contém A e é
paralela à r.
6 CAPÍTULO 1. AXIOMÁTICA
Z23 = {(0, 0), (1, 0), (2, 0), (1, 2), (2, 2), (2, 1), (0, 1), (0, 2), (1, 1)}
As retas são determinadas por um ponto e uma direção assim, teremos, ao
todo, 12 retas. Por exemplo, a reta
Antes de falarmos mais sobre modelos, é importante ter em mente que ca-
racterísticas precisa ter nosso grupo de axiomas. Uma delas é independência, o
que signica que nenhum deles é consequência dos outros.
1.2. AXIOMAS DE HILBERT 7
Figura 1.7: Modelo que satisfaz ( I1, I3 e P) e que não satisfaz (I2)
Figura 1.8: Modelo que satisfaz ( I2, I3 e P) e que não satisfaz (I1)
Figura 1.9: A soma dos ângulos interiores do triângulo é menor que 180 graus!
ou
{(x, y)R2 |y = ax + b} - retas não-verticais.
ax + by = 0, a, b ∈ R, a2 + b2 6= 0
ax + b + c = 0, a, b, c ∈ R, a2 + b2 6= 0
da esfera.
−−→ −→
Denição 1.2.5 Um ângulo é a união de duas semirretas AB e AC originadas
no mesmo ponto, chamado vértice.
Figura 1.19: Conjunto de pontos que está simultaneamente no interior dos três
ângulos ∠BAC , ∠ABC e ∠ACB
Figura 1.21: C1
C2 Se AB ∼
= CD e AB ∼
= EF , então CD ∼
= EF . Todos os segmentos de reta
são congruentes a eles mesmos. C3 (Adição) A, B e C e
Dados três pontos
uma reta satisfazendo A ∗ B ∗ C e três outros pontos D, E e F em uma reta
satisfazendo D ∗ E ∗ F , se AB ∼
= DE e BC ∼ = EF , então AC ∼
= DF .
Figura 1.22: C3
3. Transitiva: Se AB ∼
= CD eCD ∼= EF , então AB ∼= EF . Isto segue
primeiro usando simetria para mostrar CD ∼= AB , e depois aplicando
C2).
( Observe que a formulação de Hilbert de ( C2) foi uma maneira
inteligente de incluir simetria e transitividade em uma única armação.
1.2. AXIOMAS DE HILBERT 19
Figura 1.23: AE = AB + CD
Proposição 1.2.9
(a) Dados os segmentos AB ∼
= A0 B 0 e CD ∼
= C 0 D0 , então AB < CD se,
0 0
0 0
e somente se, AB <CD.
(b) A relação < dada é uma relação de ordem de segmentos de reta para
congruência, no seguinte sentido:
Demonstração:
a) (=⇒)Sejam os segmentos AB , A0 B 0 , CD e C 0 D0 , tal que AB ∼ = A0 B 0 e
CD ∼= C 0 0
D . Suponhamos que AB < CD . Então existe um ponto E em CD, tal
que AB ∼
0
= CE , sendo que C ∗ E ∗ D . Seja E o único ponto na semirreta, tal que
CE ∼= C 0 0
E . Segue da proposição 0.1.7 que C 0
∗ E 0
∗ D 0
. Consequentemente,
por transitividade de congruência, A B ∼
0 0
= C 0 E 0 , logo A0 B 0 < C 0 D0 .
b)
(i) Dados os segmentos AB , CD e EF . Suponhamos que AB < CD e CD <
EF . Então por denição, existe um ponto X ∈ CD, tal que AB ∼
= CX e existe
1.2. AXIOMAS DE HILBERT 21
Figura 1.27: AB ∼
= CD
−−→ −−→
C4 Dados um ângulo ∠ABC e a semirreta DF , existe uma única semirreta DE ,
em DF tal que ∠BAC ∼
= ∠EDF .
22 CAPÍTULO 1. AXIOMÁTICA
O axioma ( C6) é muito importante, pois ele é independente dos outros axi-
omas. Este axioma é essencial porque nos informa que o plano é homogêneo, ou
seja, que a geometria é a mesma em diferentes lugares no plano.
particular, BC ∼= B 0 C 0 e ∠BCA ∼
= B 0 C 0 A0 .
Agora consideramos os triângulos 4BCD e 4B C D . Assim, AC ∼
0 0 0
= A0 C 0 e
AD = A D e C ∗A∗D e C ∗A ∗D , podemos concluir por (C3) que CD ∼
∼ 0 0 0 0 0
= C 0 D0 .
24 CAPÍTULO 1. AXIOMÁTICA
Proposição 1.2.13
(a) Se α∼
= α0 e β∼
= β0, então α < β ⇐⇒ α0 < β 0 .
(b) A desigualdade dada em relação de ordem de ângulos, até para con-
gruência. Em outras palavras:
Desenhando a reta A0 B 0 ∼
B 0 B 00 ,= AB ∼
temos= A0 B 00 , então por transitivi-
dade A B ∼
0
= A B . Então o triângulo 4A B B 00 é isósceles e assim por (I5),
0 0 00 0 0
0 0 00 0 00 0
os ângulos da base ∠A B B e ∠A B B são congruentes. Consequentemente,
0 0 ∼
B C = B C , assim o triângulo 4C 0 B 0 B 00 também é isósceles, e estes ângulos
00 0
00 0 0 0 00 0
da base ∠B B C e ∠B B C são congruentes. Por adição de ângulos congru-
entes (Proposição 1.2.12) segue que ∠A B C ∼
0 0 0
= A0 B 00 C 0 .
Este último triângulo mostra-se congruente ao 4ABC , assim o ∠A B C ∼
0 00 0
=
∼ 0 0 0
∠ABC . Agora por transitividade de congruência, ∠ABC = ∠A B C , assim
podemos aplicar ( C6) de novo para concluir que os dois ângulos são congruen-
tes.
Figura 1.35: Ângulo externo ∠ACD é maior que o ângulo interno oposto ∠A
Teorema 1.2.1: Todas as proposições de Euclides de I.1 até I.28, exceto I.1
e I.22, podem ser provadas em um plano de Hilbert arbitrário, como explicado
abaixo.
1. Desenhe a reta AC .
Proposição 1.2.18: 0
Seja Γ um círculo com centro O e raio OA, e seja Γ um
0 0 0 0
círculo com centro O e raio O A . Suponha que Γ = Γ como conjunto de
0
pontos. Então O = O . Em outras palavras o centro do círculo é único.
Proposição 1.2.19: Seja Γ um círculo com centro O e raio OA. A reta per-
pendicular ao raio OA, passando pelo ponto A (exceto no ponto A) é tangente
ao círculo e está inteiramente fora do círculo. Reciprocamente temos que, se a
reta l é tangente a Γ em A, então é perpendicular à OA. Em particular, para
qualquer ponto A do círculo, existe uma única reta tangente ao círculo naquele
ponto.
Demonstração: Seja l OA até A. Seja B qualquer
a reta perpendicular a
outro ponto na reta l. 4OAB , o ângulo externo em A é
Então no triângulo
um ângulo reto, logo os ângulos em O e em B são menores que um ângulo reto
(I.16). Segue de (I.19) que OB > OA, logo B está fora do círculo. Então l
encontra Γ somente no ponto A, portanto é uma reta tangente.
Demonstração: e A
Já foi visto que se eles não são tangentes, então O, O0
não são colineares e eles se encontram em um ponto B . Devemos mostrar que
não existe intersecção de pontos mais adiante. Se D é um terceiro ponto em
Γ e Γ0 , então OD ∼
= OA e O?D ∼= O?A, logo por (I.7), D deve ser igual a A ou B .
4OEB ∼ = 4O0 EB . Segue que os ângulos em B são iguais, logo eles são ângulos
retos, assim BE é igual a reta l e assim E está em l e Γ.
Teorema 1.2.4 (Teoria das paralelas): A teoria das paralelas de Euclides, isto
é, as proposições (I.29 - I.34), se mantêm em qualquer plano de Hilbert com
(P), portanto, em qualquer plano Euclidiano.
Artin
1.3.1 Introdução
Na Geometria Analítica, um ponto do plano é representado como um par orde-
nado de números reais (x, y), uma reta por uma equação linear e uma cônica por
uma equação quadrática. Essa Geometria permite reduzir qualquer problema
geométrico para um problema algébrico. Mas a interseção de uma reta com um
círculo sugere ampliar o sistema introduzindo um novo plano cujos pontos são
pares ordenados de números complexos.
Denição 1.3.1 Se l e m são duas retas tais que l = m ou que nenhum ponto
P incide em l e m, então chamamos l e m de paralelas e escrevemos l k m. Se
m e l não são paralelas, escrevemos l 6k m. Se l 6k m, então existe pelo menos
um ponto O que incide em l e m.
Axioma 1. Dados dois pontos distintos P e Q, existe uma única reta l tal que
P incide em l e Q incide em l. Vamos escrever l = P + Q.
Axioma 2. Dado um ponto P e uma reta l, existe uma única reta m tal que
P incide em m e tal que m k l.
Exemplos:
2. A transformação identidade.
1.3. COORDENADAS NA GEOMETRIA ALGÉBRICA DE EMIL ARTIN41
é único e igual à P + σP .
Devemos assumir a partir de agora que uma dilatação é não singular a menos
que digamos o oposto. A denição de uma dilatação então pode ser simplicada
para: sempre que P 6= Q temos que σP 6= σQ e P + Q k σP + σQ.
1.3. COORDENADAS NA GEOMETRIA ALGÉBRICA DE EMIL ARTIN43
Demonstração:
1. Suponha que τ1 e τ2 possuem direções diferentes. Pelo teorema 1.3.5 a
translação τ1 τ2 τ −1 tem a mesma direção de τ2 , logo a mesma direção de τ1 τ2−1 .
−1 −1
Se τ1 τ2 τ τ2 6= 1,então τ1 τ2 τ −1 τ2−1 tem a mesma direção de τ2 . Mas τ1 e
τ2 τ τ2 tem a mesma direção de τ1 , então τ1 τ2 τ −1 τ2−1 também tem a di-
−1 −1
−1 −1
reção τ1 . Isso é uma contradição, logo τ1 τ2 τ τ2 = 1, o que mostra que
τ1 τ2 = τ2 τ1 . 2. Suponha que τ1 e τ2 possuem a mesma direção. Pela su-
posição, existe uma translação τ3 cuja direção é diferente da duas. Logo,
τ1 τ3 = τ3 τ1 . A translação τ2 τ3 também tem uma direção diferente de τ1 ,
−1
por outro lado τ2 τ2 τ3 = τ3 tem a mesma direção. Também sabemos que
τ1 (τ2 τ3 ) = (τ2 τ 3)τ1 = τ2 (τ3 τ1 ) = τ2 (τ1 τ3 ). De τ1 τ2 τ3 = τ2 τ1 τ3 , temos que
44 CAPÍTULO 1. AXIOMÁTICA
τ1 τ2 = τ2 τ1 .
Axioma 4a: Dados dois pontos P e Q, existe uma translação τP Q que move P
até Q: τP Q (P ) = Q.
Demonstração:
1. (τ1 τ2 )α+β = (τ1 τ2 )α (τ1 τ2 )β = τ1α τ2α τ1β τ2β = τ1α τ1β τ2 ατ2β
(como T é comuta-
2. (τ1 τ2 )α.β = (τ1 τ2β )α = (τ1β τ2β )α = (τ1β )α (τ2β )α = τ1α.β τ2α.β
3. 0 + α = α : τ 0+α = τ 0 τ α = 1.τ α = τ α .
Demonstração:
1. Suponha que σ exista. Seja Q um ponto qualquer e seja a translação τP Q .
Então: τPαQ = στP−1
Q . Aplicamos essa transformação ao ponto P , lembrando que
α −1
P é ponto xo de σ : τP Q (P ) = στP Q σ (P ) = στP Q (P ) = σ(Q). Logo,
α
τQR (σ(Q)) = σ(R) (1.2)
Demonstração:
−1
τ α = 1 e α 6= 0. Aplicando α−1 : (τ α )α =
Suponha que
−1
1α ou τ = 1. Suponha agora que τ α = τ β . Multiplicando por τ −β temos
τ α τ −β = τ β τ −β e τ α−β = 1. Se α 6= β , então τ = 1.
τP Q = τ2β τ1α . Mas τP Q é o nosso τ. τ1α τ2β = τ1γ τ2 δ , então τ1α−γ = τ2β−δ .
Se
α−γ α−γ
Se τ1 6= 1, então o lado esquerdo de τ1 = τ2β−δ tem a direção de τ1 , o
α−γ
lado direito, a direção τ2 , o que não é possível. Então τ1 = 1. τ2β−δ = 1. O
teorema 1.3.11 mostra que α = γ e β = δ.
Nós estamos prontos agora para introduzir coordenadas. Na geometria comum
elas são descritas pela seleção de uma origem O, e desenhando dois eixos de
coordenadas e marcando `pontos de unidade' em cada um dos eixos. Nós preci-
samos fazer exatamente o mesmo. Nós selecionamos um ponto O como origem
e duas translações τ1 6= 1, τ2 6= 1 com traços diferentes. O signicado de τ1 e τ2
se segue: O τ1 -traço através de O e o τ2 -traço através de O devem ser pensados
como as coordenadas dos eixos e os dois pontos τ1 e τ2 como os pontos de
unidade. Façamos agora P ser qualquer ponto. Escreva a translação τQP na
forma τQP =τ τ η . Com , η e k únicos e designando para P o par (, η) como
1 2
η
coordenadas. Se inversamente , η seja um par dado então τ1 τ2 é uma trans-
lação que leva O a um certo ponto P então τQP =τ τ η , e este ponto P terá as
1 2
coordenadas (, η) dadas. Nós escrevemos P = (, η).
Para P = OP nós temos τ00 = 1 = τ10 τ20 então a origem tem coordenadas
(0, 0).
Para (1, 0) nós temos τ11 τ20 = τ1 = τQP entãoτ1 (0) dessa forma é de fato o
ponto único do primeiro eixo e de forma similar τ2 (0) o único ponto sobre o
segundo eixo. Deixe agora l ser alguma reta, P = (α, β) um ponto sobre l e
τ = (τ1γ τ2δ ) a translação 6= 1 que tem l como um traço. Deixe Q = (, η) ser
1.3. COORDENADAS NA GEOMETRIA ALGÉBRICA DE EMIL ARTIN49
a) γ 6= 0. t = xγ −1 − αγ −1 e conseqüentemente y = xγ −1 δ + β − αγ −1 δ .
Então
Desta forma, y = xm + b.
Reciprocamente, se y = xm + b, para x = t, y = tm + b, e nós teremos a forma
paramétrica com y = 1, δ = m, α = 0, β = b.
SeQ − P não foi feito múltiplo de A, nós talvez não possamos resolver esta
equação − as duas reta não se intersectam, elas são paralelas. Se Q − P = δA
é múltiplo de A, então Q = P + δA e a reta Q + uA se torna P + (u + δ)A. Se
u está sobre K , então façamos u + δ e nós vemos que as duas reta são iguais e,
consequentemente, paralelas novamente.
Nós vemos agora: duas retas P + tA e Q = uB são paralelas se e apenas se
B + γA. Um feixe de retas paralelas consiste das retas P + tA para um A xado
se deixarmos P variar sobre todos os pontos.
Nossas análises tem mostrado que pode existir pelo menos uma reta contendo
dois pontos distintos. Façamos agora P 6= Q serem dois pontos distintos. Então
Q − P 6= 0 então P + t(Q − P ) é uma reta. Parat = 0 nós temos P , para t = 1
nós temos Q como pontos nesta reta. Então o axioma 1 é vericado.
Se P + tA é uma reta dada e Q um ponto dado, então Q + uA é uma reta
paralela e contém Q (para u = 0). Nossa discussão mostra a unicidade. Este
é o axioma 2. Os pontos A = (0, 0), B = (1, 0), C = (0, 1) não são colineares:
A reta A + t(B − A) = (t, 0) contém A e B , mas não C . Axioma 3 os contém.
Considere a seguir a transformação que se segue σ : selecione α ∈ k e qualquer
vetor C . Ponha
X =X +C (1.5)
¯ η̄
A translação τ1 τ2 enviará a origem ao ponto P . A prescrição foi a de sinalizar
as coordenadas para o ponto P . Nós vemos, portanto, que P = (, η) recebe
meramente as coordenadas (¯
, η̄) se nós as basearmos em k̄ . Isto signica que
as coordenadas são as mesmas.
52 CAPÍTULO 1. AXIOMÁTICA
Observação: Existem certos casos triviais nos quais este teorema é obviamente
verdadeiro:
uma dilatação, então é claro que τ será a translação desde que todos os traços
tenham se transformado em paralelos e a prova estará completa (o caso Q = Q0
é trivial - a identidade é a transformação).
Façamos U, V serem dois pontos distintos. Uma das retas Q + Q0 , R + R0 , S + S 0
0
não conterá U e V e nós assumiremos que Q + Q é esta reta então nós usaremos
Q.Q0 0
τ para computar imagens. Se U + V k Q + Q , então U + V contém tam-
0 0 0
bém U e V . Nós podemos, consequentemente, assumir que U + V 6k Q + Q .
Então U e V estão na mesma posição de nossos prévios R e S para os quais nós
0 0
provamos que R + S k R + S . Isto naliza a prova.
Por causa dos teoremas 1.3.15 e 1.3.16 nossa geometria é frequentemente cha-
mada de geometria Desarguesana, nosso plano é o plano Desarguesano. O teo-
rema de Desargues é outra interpretação geométrica dos axiomas 4a e 4b.
Q + R0 k σ1 Q + σ1 R0 = Q0 + σ1 σ2 R = Q0 + S,
R + Q0 k σ2 R + σ2 Q0 = R0 + σ2 σ1 Q = R0 + T.
Para ter σ1 σ2 = σ2 σ1 é necessário e suciente ter σ1 σ2 Q = σ2 σ1 Q ou
σ1 σ2 Q = T . Desde que σ1 σ2 Q esteja em l, isto é determinado por Q + R k
σ1 σ2 Q + σ1 σ2 R = σ1 σ2 Q + S . E nós vemos que Q + R k T + S é a condi-
ção para a comutatividade. Nós podemos agora esquecer σ1 e σ2 e olhar para
0 0
a conguração. T em l e S em m são determinados por Q + R k Q + S
0 0
e Q + R k R + T . E agora nós devemos ter Q + R k T + S . Seis retas
1.3. COORDENADAS NA GEOMETRIA ALGÉBRICA DE EMIL ARTIN55
1.4 Exercícios
←→ ←→
6. Mostre que se AB é o diâmetro de uma circunferência e AC é um ponto
sobre a circunferência, então o ângulo ∠ACB é reto.
14. Seja ABCD um quadrilátero qualquer. Mostre que a gura formada pelos
pontos médios dos lados de ABCD é um paralelogramo.
1.4. EXERCÍCIOS 59
15. Sejam l, m e n três retas paralelas. Suponha que elas determinem dois seg-
mentos iguais AB e BC sobre uma transversal. Mostre que os segmentos
DE e EF sobre outra transversal também são iguais.
21. Mostre que se dois segmentos são iguais e paralelos, suas extremidades são
os vértices de um paralelogramo.
22. Mostre que os ângulos da base de um triângulo isósceles são iguais. Mostre
também a recíproca desta armação.
23. Mostre que duas retas concorrentes possuem os ângulos no ponto de en-
contro iguais entre si.
25. Mostre que o maior lado de um triângulo é oposto ao maior ângulo. Mostre
também a recíproca desta armação.
27. Dado uma circunferência, construa com régua e compasso o ponto repre-
sentado pelo centro.
61