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A Missão Integral da Igreja

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Autor: Josivaldo de França Pereira


Introdução:

Que é missão integral? O que envolve a missão da Igreja a ponto de


investigarmos o que é mito e o que é realidade?

Na procura de respostas para estas e outras perguntas semelhantes é que este


estudo veio a lume. Não é um trabalho original e nem exaustivo. Não é original
porque missão integral já faz parte da discussão teológica da Igreja há algum
tempo. Não é exaustivo porque o número de teólogos, missiólogos e
pensadores que têm escrito e palestrado sobre a missão da Igreja, e em seus
vários aspectos, é enorme. Um bom exemplo da diversidade da missão integral
é o livro A Missão da Igreja, organizado pelo Dr. Valdir Steuernagel em 1994.
Nele nada menos que 27 articulistas tratam da missão integral da Igreja. Mas
existem muitos outros autores que não aparecem no livro de Steuernagel. Além
disso, obras como as de René Padilla e Timóteo Carriker são dignas de nota,
conforme observamos no capítulo sobre o conceito de missão integral da Igreja
na teologia contemporânea. Por causa dessa variedade de autores foi preciso
adotar alguns critérios, vez ou outra mencionados no corpo deste trabalho.

Nosso estudo divide-se em três capítulos principais. O primeiro trata da missão


integral como mito e realidade propriamente dito. Os outros dois são uma
explanação bíblico-teológica e pragmática do primeiro. Nosso objetivo é
mostrar que a Igreja evangélica brasileira só pode ser verdadeiramente
missionária quando no desempenho de sua missão integral.

I. O MITO E A REALIDADE DA MISSÃO INTEGRAL DA IGREJA

1.1. O mito da missão integral da Igreja

O que poderíamos denominar de mito ou mitos na missão integral da Igreja?


Após relativa pesquisa e análise cuidadosa deste assunto, chegamos à
conclusão que dois pontos resumiriam bem o mito de missão integral da Igreja.
O primeiro deles estaria relacionado a um debate que perdura já algum tempo
na igreja evangélica mundial e na brasileira em particular, a saber, a
polarização entre evangelização e a responsabilidade social da Igreja. O
segundo mito estaria diretamente ligado à dicotomia humana, isto é, o ser
humano considerado em partes separadas ao invés do todo. Alguns fatores
que possibilitaram o surgimento desses mitos é o que veremos, também, neste
capítulo.

a. O mito da polarização teológica

Que evangelização e responsabilidade social são verdades bíblicas para a


Igreja de Jesus Cristo não há dúvida, ou pelo menos não deveria haver (*).
Felizmente, a consciência social da igreja brasileira hoje parece ser maior do
que algumas décadas atrás. Entretanto, se por um lado a Igreja vem
melhorando em sua visão social, por outro, ainda não amadureceu tanto em
sua concepção de missão integral, justamente porque ao se discutir prioridades
(estamos falando apenas de evangelização e ação social) a igreja deixa de
fazer bem uma e outra coisa.

_______________

(*) Veja Manfred Grellert (1987, p. 41).

Evangelização e responsabilidade social devem andar juntas como causa e


efeito de uma mesma verdade evangélica. Com isso não queremos dizer que
evangelização e ação social devam ser entendidas como sendo a mesma
coisa. Por outro lado, também não estamos afirmando que sejam duas coisas
diametralmente separadas. “Um ministério integral verdadeiro define a
evangelização e a ação social como funcionalmente separadas, mas
relacionalmente inseparáveis e necessárias para um ministério integral da
igreja” (YAMAMORI, 1998, p. 14).

O relatório da Consulta Internacional realizada em Grand Rapids (EUA),


presidida por John Stott em 1982, concluiu que na questão da primazia entre
evangelização e ação social “a evangelização tem uma certa prioridade. Não
estamos falando em prioridade temporal, mas em prioridade lógica, pois há
situações em que o ministério social precisa vir primeiro” (STOTT, 1983, p. 23).

E na prática?

Na prática, como aconteceu no ministério público de Jesus, estas duas


realidades (evangelização e ação social) são inseparáveis, pelo menos nas
sociedades livres, e raramente teremos de optar entre uma e outra. Em lugar
de estarem em competição, elas se sustentam e fortalecem mutuamente, numa
espiral ascendente de preocupação crescente (STOTT, 1983, p. 23)

A discussão pouco louvável no meio cristão sobre a missão prioritária da Igreja


no mundo também levou o comitê de Lausanne a elaborar uma declaração
sóbria e amadurecida. Diz assim, em seus artigos, o chamado Pacto de
Lausanne: “Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o
ingresso em sua igreja e um serviço responsável no mundo” (O PACTO DE
LAUSANNE, 1983, IV). E ainda:

Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto,


devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela reconciliação em toda a
sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão.
Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção
de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma
dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não
explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de termos
algumas vezes considerado a evangelização e a atividade social mutuamente
exclusivas. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com
Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação,
afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos
parte do nosso dever cristão. (Idem, V) (Grifos nossos)

E mais: “A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na


totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é
morta” (Idem, V).

Evangelização e responsabilidade social são partes integrantes da missio Dei,


portanto, inseparáveis e indispensáveis na missão integral da Igreja de Jesus
Cristo no mundo e para o mundo (*).

Façamos, a seguir, uma rápida apresentação de dois grandes movimentos que


contribuíram negativamente para o distanciamento da Igreja de sua missão
integral.

O evangelho social e a teologia da libertação

A influência perniciosa e nefasta do liberalismo teológico do século XX, em


particular das teologias do evangelho social e da libertação, foi um dos fatores
que colaboraram para a polarização entre evangelização e a ação social no
meio ______________

(*) Para um argumento interessante contra este reducionismo evangélico (a


polarização teológica ente evangelização e ação social) veja Manfred Grellert
(1987, pp. 41-43).

evangélico. O esforço de se combater a teologia do evangelho social e depois


a teologia da libertação (por causa da ênfase social à parte do evangelho
bíblico e de uma filosofia marxista, principalmente desta última), provocou um
mal-estar na igreja brasileira. Resultado: No afã de se preservar o espiritual, a
Igreja acabou se equivocando e não enxergou a mensagem social autêntica
que o mesmo evangelho oferecia.

Se de um lado as teologias liberais mencionadas cometeram o pecado do


social sem espiritualidade, a igreja evangélica brasileira, por outro lado, pecou
na espiritualidade sem encarnação. Contudo, há de se admitir que, por sua
vez, tanto o evangelho social quanto a teologia da libertação provocaram uma
reação positiva na Igreja. A Igreja foi levada a refletir seus valores, dando uma
reviravolta considerável nessa história toda. Hoje em dia, boa parte das igrejas
brasileiras está envolvida em trabalhos sociais, e sem qualquer preocupação
de ser rotulada e perseguida por isso, como ocorria em tempos atrás.
b. O mito da dicotomia humana

Ver o indivíduo completo, não dictomizado, é uma necessidade urgente em


nossos dias, conforme veremos no decorrer deste estudo. Um dos maiores
males cometidos na igreja evangélica brasileira de hoje é limitar o conceito de
salvação, achando que Cristo veio salvar apenas a alma do homem ou da
mulher.

O ser humano – homem ou mulher – é um todo e deveria sempre ser visto


assim, como o é pela Bíblia. Partindo da perspectiva bíblica, o ser humano
poderia ser definido como sendo ‘uma comunidade integrada de corpo e alma’
(STOTT, 1989, p. 38). Entretanto, a ausência da compreensão do indivíduo
como ser integral, pela própria Igreja, tem levado a mesma a desvalorizar não
somente o ser humano na sociedade, como também o próprio evangelho para
o qual ela foi chamada a proclamar no mundo, pois, como salientou muito bem
Manfred (1987, p. 59), “só existe fidelidade na evangelização quando existe
fidelidade na missão integral da igreja”.

Veremos a seguir que pelo menos três fatores contribuíram negativamente


para o surgimento do mito da dicotomia humana, isto é, o platonismo, a
influência missionária européia e norte-americana e a teologia sistemática.

As influências platônica, missionária e da teologia sistemática

Norman L. Geisler (1985, p. 154) observa que parte do descuido do “homem


total” tem sua origem na ênfase platônica não-cristã sobre a dualidade do ser
humano. “Esta ênfase foi dirigida pelos cristãos na Idade Média e tem sido
transmitida para o presente”. Em síntese o platonismo argumenta que o ser
humano é essencialmente um ser espiritual e que apenas tem conexão
funcional com um corpo que, na melhor das hipóteses, é um impedimento e, na
pior, um grande mal. A correção deste erro está no ensino bíblico acerca da
unidade essencial do ser humano.

Além da influência platônica, os missionários europeus e norte-americanos que


aqui estiveram parece que não conseguiram passar adiante a idéia da missão
integral. Nossa herança missionária é deveras espiritualista. O que é facilmente
percebido nas mensagens bíblicas e hinos que os missionários nos legaram.
Porém, isso não quer dizer que não houve qualquer tipo de envolvimento
social, pelo contrário, a história da igreja brasileira registra dignos exemplos de
missionários como Robert e Sarah Kalley, Ashbell Green Simonton e outros,
que desempenharam um papel social muito grande em nosso país. Mas então,
por que a igreja evangélica brasileira de modo geral não herdou a totalidade da
visão desses bons exemplos de missionários, e durante tanto tempo vem
caminhando lentamente na questão social? Pelo menos por três razões
principais: Uma delas tratamos há pouco, isto é, a omissão da Igreja, até hoje
sentida, por causa daquela reação ao evangelho social e à teologia da
libertação. Outra razão é que a maioria dos missionários estrangeiros que aqui
chegaram tendia para a corrente do evangelho individual (KRIEGER, In
Teses,1988, pp. 39,40). Isso explica, embora não justifique, é claro, nosso
espiritualismo desencarnado no campo social; o que, de certa forma, contribuiu
para a difusão do evangelho social e principalmente da teologia da libertação
em nosso país. Uma terceira razão foi observada pelo missiólogo norte-
americano Timóteo Carriker, quando diz que boa parte dos missionários
europeus e norte-americanos que aqui estiveram “realizaram o trabalho, ora
nobre e sacrificial, ora dominador e paternalista, mas, com raríssimas
exceções, não transmitiam a mesma visão missionária para as igrejas
autóctones. Assim, deixaram a impressão de que missões é coisa que o Brasil
recebe e não que faz (CARRIKER, 1993, p. 55). (Grifo nosso) (*)

Outro fator que infelizmente tem colaborado para a dicotomia humana é a


teologia sistemática, independente de sua linha confessional. Embora a
teologia sistemática seja uma tentativa interessante de organizar em um ou
mais compêndios conceitos e pensamentos religiosos variados, é preciso ter
cautela ______________

(*) Veja também MACEDO FILHO (In TESES, 1988, p. 33).

com a mesma. Bruce A. DEMAREST, em seu artigo Teologia Sistemática (In


EHTIC1990, p. 515), faz uma advertência importante:

Alguns consideram a teologia sistemática como um depósito eterno e


inalterável de verdades divinas. Embora as Escrituras sejam invioláveis, novos
entendimentos teológicos e reformulações são necessários a cada geração.
Primeiro: porque à medida que a linguagem e as formas culturais mudam, o

conjunto da verdade cristã deve ser vestido em roupagens contemporâneas a


fim de permanecer inteligível; e segundo: porque novas questões e problemas
continuam a surgir para desafiar a igreja. Por isso, de tempos em tempos, o
texto bíblico precisa ser reinterpretado e reaplicado ao contexto moderno.

No estudo da natureza do ser humano na teologia sistemática, na análise da


questão corpo, alma e/ou espírito, e em seus conceitos dicotômicos e
tricotômicos,

perdeu-se de vista a perspectiva bíblica de que somos um todo. E, certamente,


isto tem sido um dos fatores prejudiciais na compreensão da missão da Igreja.

1.2. A realidade da missão integral da Igreja

Em contrapartida ao mito da teologia de missão integral da Igreja,


destaquemos dois fatores que, em nossa opinião, expressam bem a realidade
dessa missão.

a. A missão da Igreja é holística e diaconal

Por mais óbvia que pareça esta afirmação, sabemos que a ortopraxia da
missão integral não é tão óbvia como deveria ser. Não é fácil inculcar na
cabeça do nosso povo que o envolvimento da Igreja deve ser total. Não só no
que se refere ao indivíduo, mas também à criação de Deus em geral. Onde
está, por exemplo, a consciência ecológica da Igreja? (*)
Além disso, a Igreja como sal da terra e luz do mundo deve fazer a diferença
nos vários setores da sociedade, principalmente no socorro aos menos
favorecidos.

A injustiça social, verdadeira afronta contra a imagem e semelhança de Deus,


tem solapado nosso país e a Igreja muitas vezes tem se afastado como se
nada tivesse com isso. É verdade que a Igreja não é uma instituição político-
partidária que deva defender qualquer bandeira política. É mais que isso. Ela é
uma instituição divina supra partidária. Por isso mesmo, tem o dever ético e
moral de ser mais justa do que qualquer governo ou partido político pretenda
ser. Conforme salientou Jorge GOULART (1941, p. 229), a Igreja “não prega
uma forma de governo, mas cria uma consciência democrática, à luz dos
conceitos de liberdade, de dignidade humana, de respeito ao próximo e,
sobretudo, de amor a Deus e à humanidade”

Os cristãos foram postos no mundo para ser a consciência da sociedade, como


diria Orlando COSTAS (1979, p. 102). A Igreja deve ser a voz do que clama no
deserto a fim de fazer a diferença no mundo. Precisa deixar o monte da
transfiguração (entenda-se contemplação) e descer até ao sopé onde se
encontram os excluídos. Uma opção preferencial pelos pobres? E por que não?
O evangelho é para todos, porém, somente o pobre precisa ser atendido
também em suas necessidades básicas prioritárias, por causa da má
distribuição de renda de nosso país, como resultado de uma política social
opressora.

_______________

(*) Para uma compreensão importante sobre a responsabilidade da Igreja com


a natureza, veja Francis A. Schaeffer (Poluição e morte do homem) e Norman
L. Geisler (O cristão e a ecologia).

Quando se coloca o pobre e o rico lado a lado, em se tratando de benefícios a


serem recebidos, o primeiro sempre sai perdendo. É preciso sim que os pobres
desse mundo recebam um tratamento preferencial porque foi assim que Deus
os tratou na Bíblia, como veremos mais adiante.

Orlando Costas via nesta dimensão diaconal ou encarnacional da Igreja “a


intensidade de serviço que a igreja presta ao mundo, como prova concreta do
amor de Deus” (COSTAS, 1994, p. 113). E ainda:

Esta dimensão envolve o impacto que o ministério reconciliador da igreja


exerce sobre o mundo, o seu grau de participação na vida, conflitos, temores e
esperanças da sociedade e a medida em que seu serviço ajuda a aliviar a dor
humana e a transformar as condições sociais que têm condenado milhões de
homens, mulheres e crianças à pobreza. Sem esta dimensão a igreja perde
sua autenticidade e credibilidade, pois somente na medida em que conseguir
dar visibilidade e concreticidade à sua vocação de amor e serviço ela pode
esperar ser ouvida e respeitada. (COSTAS, 1994, pp. 113,4).

b. A missão da Igreja é bíblica


Quando dizemos que a missão integral da Igreja é bíblica, significa que ela (a
missão integral da Igreja) não é uma filosofia cega ou um modismo passageiro.
A missão da Igreja não é filosofia e muito menos modismo. É uma verdade
bíblica que precisa ser resgatada e praticada em sua totalidade. A Bíblia não
existe para o deleite de nossa mente carnal. A Bíblia não incentiva nenhum blá-
blá-blá teórico desinteressado. A Bíblia é doutrina e prática. A opção por
apenas um desses seus aspectos (doutrina ou prática) causará profunda
ojeriza em Deus. Sua Palavra é um todo, como um todo deve ser a missão
integral de Sua Igreja.

A integralidade da Igreja é bíblica e se baseia na missão integral de Deus. A


missão integral da Igreja é ampla, assim como é ampla a missão integral de
Deus, visto que a dimensão dessa missão é vertical e horizontal. O
compromisso da Igreja com Deus (vertical) resulta nela um compromisso com a
criação em geral e com o ser humano em particular (horizontal). Não é por
acaso que GRELLERT (1987, p. 22) resumiu a missão intergral da Igreja em
“comunhão, adoração, edificação, evangelismo e serviço”.

No capítulo 2 desse estudo falaremos um pouco mais sobre a base bíblica da


missão integral da Igreja.

II. A BASE BÍBLICA E TEOLÓGICA DA MISSÃO INTEGRAL DA IGREJA

2.1. A missão integral na Bíblia

A missão integral tem raízes bíblicas profundas. Tetsunao YAMAMORI (1998,


p. 15) salienta:

Tanto no Antigo como no Novo Testamentos a Bíblia ordena à igreja que


ministre à pessoa como um todo. Isto quer dizer que se deve atender tanto às
necessidades físicas como às espirituais, que estão inseparavelmente
relacionadas, ainda que sejam separadas em termos funcionais.

No capítulo anterior mencionamos que a missão integral da Igreja é ampla. Isso


é verdade. Por isso mesmo nosso objetivo agora será tratar, à luz da Bíblia,
apenas de um dos aspectos da missão integral, isto é, aquele que está
diretamente relacionado à pessoa do indivíduo ou, mais especificamente, aos
pobres deste mundo. “Nada é mais claro na Bíblia do que ser Deus o campeão
dos pobres, dos oprimidos e dos explorados”. (BRYANT, 1988, p. 56).

Segue abaixo uma abordagem resumida sobre o assunto.

a. No Antigo Testamento

Se folhearmos as páginas do Antigo Testamento veremos que existe uma clara


opção preferencial de Deus pelos pobres e oprimidos. Isto não significa que
Deus faça acepção de pessoas ou de classe social. De modo algum! Mas com
certeza Ele olha de maneira especial para aqueles que não têm vez, que não
têm voz. Só no AT nós temos 300 referências sobre causas, realidade e
conseqüências da pobreza. Vinte e cinco palavras hebraicas para falar do
oprimido, do humilhado, do desesperado, do que clama por justiça, do fraco, do
desamparado, do destituído, do carente, o pobre, a viúva, o órfão, o
estrangeiro. Em Isaías 58.3-8, quando o povo de Deus pergunta: “Por que é
que nós oramos e jejuamos e tu não nos respondes?”, Deus diz: “É porque
vocês jejuam e oram para a iniqüidade, vocês estão oprimindo os pobres, e
seus próprios operários, e o jejum que eu quero, é que vocês cortem as
ligaduras da impiedade, é que ajam com justiça em relação aos
desamparados”. Veja também Isaías 1.17; 10.1,2.

Ezequiel 16.49 afirma que o pecado de Sodoma, além do orgulho, da vaidade e


da imoralidade era que aquela cidade, sendo rica e abastada, nunca atendeu o
pobre e o necessitado. Se olharmos na legislação do povo de Deus no Velho
Testamento, veremos que o objetivo de toda a legislação era que não
houvesse miseráveis e injustiçados no meio do povo de Israel.

b. No Novo Testamento

Jesus Cristo é a revelação máxima da missão integral de Deus no mundo. No


início de seu ministério terreno o Senhor Jesus deixou bem clara a sua missão
quando declarou: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu
para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e
restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos, e
apregoar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19). O cuidado de Jesus com os
pobres e marginalizados é enorme. “Nós nunca encontramos Jesus Cristo de
dedo apontado contra os pobres e marginalizados, mas enfrentando
exatamente aqueles que oprimiam o povo, quer pelo sistema religioso, quer
pelo sistema econômico, ou sistema político de sua própria época”. (MACEDO
FILHO, 1988, p. 35).

Em Mateus 4.23 lemos também: “Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando


nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de
doenças e enfermidades entre o povo”. E ainda em Mateus (cap. 25) notamos
que além da questão do se “fazer igualmente a Cristo”, a nossa atitude para
com os desfavorecidos deste mundo será um critério importante de julgamento
no Juízo Final.

Os apóstolos deram continuidade ao tema da missão integral de Jesus em


seus ministérios. Veja por exemplo Atos 5 e 6.

Em Jerusalém as três colunas do colégio apostólico (Pedro, Tiago e João)


recomendaram a Paulo e a Barnabé que não se esquecessem dos pobres, “o
que também me esforcei por fazer”, diz o apóstolo em Gálatas 2.10.

Várias igrejas foram orientadas por cartas a agirem com a mesma visão de
integralidade bíblica dos apóstolos. Destacamos, dentre outras, as igrejas de
Corinto (II Co 8 e 9), da Galácia (Gl 6.2-10) e das doze tribos da dispersão (Tg
2. 1-7,14-26; 5.1-6).

2.2. A missão integral na teologia contemporânea


O número de teólogos que escreveram e escrevem sobre a missão integral da
Igreja não é pequeno. Um bom exemplo disso é a obra do Dr. Valdir
Steuernagel em que ele reúne nada menos que 27 autores. Falar do trabalho
de cada um desses autores, sem considerar outro tanto que Steuernagel não
menciona, seria simplesmente impossível para as dimensões do nosso
trabalho. Estou tomando, então, a liberdade de selecionar apenas dois deles, a
saber, Timóteo Carriker e René Padilla, e explico porquê. Em primeiro lugar,
nossos dois teólogos são duas das maiores autoridades mundiais sobre a
missão integral da Igreja. Em segundo lugar, cada um deles escreveu um livro
com o mesmo título (Missão Integral) com cerca de 300 páginas cada. Em
terceiro lugar, vale a pena conferir a ênfase e a abordagem distintas que
ambos conferem em seus respectivos livros acerca da missão integral da
Igreja.

a. O conceito de Timóteo Carriker

O livro de Timóteo Carriker é uma teologia bíblica de missões. Seu objetivo é


ressaltar as diversas dimensões, na palavra de Deus, da identidade e tarefa
missionárias do povo de Deus (1992, p. 11). A seguir exporemos alguns dos
principais conceitos da missão integral de Carriker.

No Antigo Testamento Javé é o Deus soberano sobre toda a sua criação. Esta
imagem de Deus está no coração do Novo Testamento também. Um Deus
soberano e misericordioso é o ator último das parábolas de Jesus. É este Deus
salvador que alcança além das leis judaicas. Sua aproximação do homem
exige a atitude de conversão. O seu reino tem um escopo universal até
cósmico. Os marginalizados, mulheres, samaritanos, e gentios recebem a
misericórdia de Deus.

Deus tem um plano salvífico que alcança tanto judeu quanto gentio, e Ele vai
cumpri-lo. A confiança no cumprimento do seu plano dá a igreja motivação para
perseverar até o fim.

A igreja, contudo, não fica passiva em relação à soberania de Deus.


Reconhecer que a missão é essencialmente de Deus, missio Dei, não significa
que a participação da igreja na evangelização mundial tem pouca significância.
Muito pelo contrário, a missio Dei exige os missiones eclesiae. São
praticamente dois lados da mesma moeda.

O Deus da Bíblia é o Deus que age na história. Não é principalmente


apresentado como um conceito ou idéia, uma doutrina que podemos elaborar.
Ele é, acima de tudo, pessoal e age nos eventos e experiências concretas das
nossas vidas. Deus não se restringe a uma dimensão mística da nossa vida.
Atua através do êxodo, do dilúvio e do cativeiro no Velho Testamento, todos
eventos históricos até “seculares”. Ele atua através da vida humana do seu
filho Jesus, através da sua morte e ressurreição, eventos bem visíveis que
fazem parte da nossa história.

É na nossa história humana que Deus se revela e o faz com movimento para
frente. Percebemos, através da história, a sua conclusão. Assim, a perspectiva
cristã da história é essencialmente escatológica. A humanidade está indo na
direção do cumprimento, julgamento e salvação, e este movimento entrou na
sua fase final com a ressurreição de Cristo. Hoje é o dia da salvação.

b. O conceito de René Padilla

A abordagem de René Padilla é mais teológica e menos bíblica. Por “mais


teológica” queremos dizer que os argumentos de Padilla estão mais na área
das idéias, o que não diminui, de modo algum, o valor da obra dele. Por
“menos bíblica” queremos afirmar que o livro de Padilla não é uma teologia
bíblica nos moldes do livro de Timóteo Carriker, porém, seus princípios são
eminentemente bíblicos. Apesar de não termos o objetivo de comparar os dois
autores, vale ressaltar que as aplicações de Padilla são mais contextualizadas
que as de Carriker.

Padilla desenvolve seu tratado em termos de desafios. Diz ele que o maior
desafio que a igreja enfrenta atualmente é o desafio da missão integral (1992,
p. 139).

O desafio da missão integral, por sua vez, subdivide-se em outros três, a saber:
O desafio da evangelização e do discipulado, o desafio da colaboração e da
unidade e o desafio do desenvolvimento e da justiça. Seus argumentos
principais são os seguintes:

Um conceito um tanto romântico da obra missionária impulsionou as missões a


concentrarem seu esforço em pequenas tribos nas selvas, esquecendo-se das
cidades. A “explosão urbana” é um fenômeno mundial. A missão urbana,
portanto, é uma prioridade em todas as partes. Lá, na cidade, com todo seu
poder desumanizante, vê-se com clareza a necessidade de um evangelho com
poder para transformar a totalidade da vida. Num mundo que está se
urbanizando rapidamente, a cidade é, sem dúvida, o símbolo do desafio que a
evangelização e o discipulado colocam para a igreja.

Porque há um mundo, uma igreja e um evangelho, a missão cristã não pode


ser outra coisa que missão realizada em colaboração mútua. Chegou o
momento de encontrar maneiras de reduzir a distância entre as igrejas no
Ocidente e no Terceiro Mundo. Já há experiências úteis que estão sendo
levadas a cabo com este propósito, mas é necessário fazer muito mais para
desenvolver modelos de solidariedade acima das barreiras políticas,
econômicas, sociais e culturais, e para estimular a colaboração mútua entre as
igrejas.

O desafio que a igreja encara no campo de desenvolvimento hoje é


fundamentalmente o desafio de um desenvolvimento humano, no contexto da
justiça. Fazem falta modelos de missão plenamente adaptados a uma situação
marcada por uma distância abismal entre ricos e pobres. Os modelos de
missão baseados na riqueza do Ocidente solidarizam-se com esta situação de
injustiça e condenam as igrejas do mundo pobre a uma permanente
dependência. No final das contas, portanto, são contraproducentes para a
missão.
O desafio tanto para os cristãos no Ocidente como para os cristãos nos países
subdesenvolvidos é criar modelos de missão centrados num estilo de vida
profético, modelos que apontem para Jesus Cristo como Senhor da totalidade
da vida, à universalidade da igreja e à interdependência dos seres humanos no
mundo.

III. OS DESAFIOS E IMPLICAÇÕES DA MISSÃO INTEGRAL DA IGREJA

3.1. Desafios da missão integral da Igreja

Observamos no capítulo anterior que René Padilla apresenta a missão integral


da Igreja em termos de desafios. Entretanto, sua abordagem é ampla, no
sentido de envolver a missão da Igreja num âmbito mundial ou, no mínimo, na
América Latina. Os desafios que agora mencionaremos tratam da igreja
brasileira em solo brasileiro. Dividimo-nos em duas partes distintas, isto é, os
desafios sociais e os desafios eclesiais.

a. Os desafios sociais da Igreja

Não são poucos e nem pequenos os problemas sociais brasileiros. A igreja


evangélica brasileira tem desafios enormes nesta área. Porém, de início é
preciso que encaremos com seriedade e maturidade o dilema de até onde
podemos e devemos nos envolver nestes desafios. Que a igreja evangélica
brasileira não deve se esquivar de sua missão integral, é o nosso comum
acordo com a declaração de Lausanne:

Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a
ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que
evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever
cristão.

É preciso sim que a Igreja seja a consciência da sociedade e a voz profética


que denuncia os desmandos desta mesma sociedade. Não devemos, como
Igreja de Cristo, partir para a ignorância e violência, mas podemos e devemos
fazer confrontações sociais sérias. Confrontação não é violência. Robert C.
Linthicum (1996, pp. 171,2) explica:

Há muita confusão sobre a natureza da confrontação e da violência.


Confrontação é simplesmente a atividade entre seres humanos na qual eles
discordam, e devido a esta discordância, estão desafiando uns aos outros. A
palavra significa literalmente “testa-a-testa” – isto é, as testas colocadas
fisicamente uma contra-a-outra. É um encontro face a face, direto, procurando
o fim da resolução.

Por outro lado, violência é o exercício da força física, a fim de ganhar uma
disputa. Enquanto a confrontação é verbal, a violência é física. De uma forma
mais profunda, essas palavras não são sinônimas, e sim antônimas, pois, em
sua própria natureza, um ato de violência é a indicação de que a confrontação
falhou. A confrontação boa e eficaz nunca deve levar à violência, mas à
resolução do problema.
É nesse espírito de verdadeira confrontação que a Igreja deve encarar seus
desafios sociais, com propostas terapêuticas para uma sociedade enferma.
Portanto, empenhemos-nos pela dignidade do povo brasileiro. Reivindiquemos,
pois, os seus e os nossos direitos: Saúde, segurança, educação, trabalho e
salário digno.

E até onde podemos e devemos ir nesta questão toda? Até onde os direitos
sejam verdadeiramente assegurados, o amor ao próximo evidenciado, a moral
dignificada, o evangelho e o bom testemunho não sejam prejudicados e,
sobretudo, o nome de Jesus seja glorificado.

O governo tem (e como tem!) suas culpas e responsabilidades, mas não


podemos ficar indiferentes ao que ocorre em nossa volta, simplesmente
criticando por criticar o governo. Pesa (e como pesa!) sobre o povo de Deus
também a responsabilidade pelo bem-estar social do nosso país.

b. Os desafios eclesiais da Igreja

Certamente um dos maiores desafios da igreja brasileira na atualidade é


vencer seus próprios desafios. Tentarei explicar esta minha tese.

Os desafios sociais da igreja brasileira não são combatidos e vencidos como


deveriam porque falta vontade eclesiástica por parte da mesma. Ou porque a
liderança não se empenha, ou porque os liderados não se envolvem na obra. O
certo é: Se não chegarmos a um consenso; se não juntarmos forças, jamais
sairemos do lugar comum. Continuaremos marcando passo, salgando a nós
mesmos e iluminando nossos umbigos.

Uma lição é preciso aprender com a igreja de Jerusalém. A igreja de Jerusalém


estava consciente de sua missão no mundo. Era uma igreja unida em seus
propósitos e se amava de verdade. Internamente ela estava pegando fogo,
desejosa de pregar o evangelho, em obediência ao mandado de Cristo. Porém,
externamente os desafios eram humanamente insuperáveis. Pilatos, Herodes e
muita gente se levantaram contra a Igreja de Deus. Então a Igreja orou: “agora,
Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem
com toda a intrepidez a tua palavra, enquanto estendes as mãos para fazer
curas, sinais e prodígios por intermédio do nome do teu santo Servo Jesus” (At
4.29,30).

E Deus atendeu ao clamor de sua Igreja (At 4.31). Atendeu porque a Igreja
deixou de lado seus próprios interesses para servir ao mundo. Hoje, o que
muito se vê, à nível de igreja local, é a própria igreja criando obstáculos para
não fazer a obra do Senhor. Externamente desfruta-se de uma liberdade
religiosa como nunca se viu, mas internamente muito de nossas igrejas estão
enfermas, quando na verdade eram elas que deveriam estar curando!

A seguir daremos duas sugestões práticas para que esse quadro sombrio
possa se reverter.

3.2. Implicações da missão integral da Igreja


As implicações que aqui abordaremos não deixam de ser verdadeiros desafios
para a igreja brasileira, porém, entendemos que estes desafios são implicações
naturais para uma igreja que queira verdadeiramente cumprir sua missão
integral.

a. A revisão de estruturas não-funcionais

O que muito tem contribuído para um mau desempenho da Igreja em sua


missão integral é a falta de estruturas que funcionem. Estruturas enrijecidas
pelo tradicionalismo matam ou impedem a visão de uma igreja.

A quebra de paradigmas é uma das coisas fundamentais para que a estrutura


de uma igreja se torne funcional. Às vezes é preciso muita coragem para
mudar certos parâmetros que já não funcionam mais. À primeira vista parece
fácil mudar aquilo que se tornou obsoleto, mas não é tão simples assim. Antes
é preciso mudar a mentalidade dos acomodados e principalmente dos
saudosistas, daqueles que confundem inovação com inovacionismo, tradição
com tradicionalismo. O que está “matando” muito crente novo (e velho também)
é a igreja não-funcional, que se limita a suas atividades internas, fechada em
quatro paredes.

Contudo, por uma questão de prudência e respeito àqueles que não pensam
como nós, é preciso que os paradigmas sejam quebrados aos poucos. As
idéias devem ser amadurecidas no meio da comunidade, sem atropelos, mas
progressivamente.

Uma coisa aprendi em meus poucos anos de ministério pastoral: Se a igreja


não comprar a nossa idéia, não será por meio de decreto conciliar que
conseguiremos qualquer êxito. Um diálogo franco, aberto e amigável é a chave
do sucesso.

b. A reafirmação do compromisso missionário

Aquelas igrejas que um dia receberam orientação missionária, se não forem


constantemente lembradas daquele compromisso, rapidamente minguarão.

E como revitalizar uma igreja que começou com tanto entusiasmo por missões
e de repente esfriou? Em primeiro lugar é preciso reconscientizar a igreja de
sua missão no mundo. Em segundo lugar é preciso conscientizá-la de que ela
está no mundo para servir o mundo integralmente.

Se a igreja chegou a se empolgar com missão algum dia, é sinal que ela tem
potencial para fazer, com a graça de Deus, o que fez antes. Sermões e estudos
bíblicos missionários, filmes específicos como As Primícias, Etal e Atrás do Sol,
além do auxílio de uma boa agência ou junta missionária, com certeza
produzirão novo alento. Geralmente a frieza por missões acontece por causa
da rotina. Uma vez que o mal foi detectado é necessário que seja combatido
com atividades variadas.
O mais importante é que a igreja seja cientificada de que sua missão no mundo
é integral. Evangelizar não é simplesmente distribuir folhetos como alguns
pensam, mas sim, atender o indivíduo na totalidade de suas necessidades. Por
isso mesmo, a Igreja nunca deveria deixar se levar pela prática do paternalismo
e assistencialismo paliativos, porém, deveria partir sempre para uma ação
social transformadora, do indivíduo e da sociedade, para a honra e glória de
Deus Pai.

Cada igreja deve refletir sobre sua motivação em praticar evangelismo e ação
social, e todas as atividades nestas direções devem estar debaixo do serviço a
Deus em primeiro lugar (A. C. BARRO, sem data, p. 5). O ponto de partida é o
parâmetro bíblico e o contexto da igreja local.

Conclusão:

A missão integral da Igreja é basicamente evangelização e ação social.


Dizemos “basicamente” porque a missão integral da Igreja é na verdade
universal. Abrange vários aspectos. Evangelizar é a sua qualidade primordial. A
Igreja que troca a evangelização por qualquer outra responsabilidade social
está fora de propósito e, portanto, descaracterizada como igreja de Jesus
Cristo. Por outro lado, que nenhuma igreja pense ser mais espiritual porque
optou pela evangelização. Concordamos que uma igreja possa fazer uma
opção temporária entre evangelizar e assistir ao necessitado, mas nunca uma
opção permanente. A verdadeira espiritualidade do povo de Deus se expressa
em sua integralidade. A mesma igreja que proclama as boas novas do reino
deve ser a mesma que estende a mão ao necessitado.

Missão integral é uma realidade bíblica. Os mitos não fazem sentido quando
são resultados baratos de um reducionismo evangélico, polarização entre
evangelização e ação social, e quando se deixa de contemplar o indivíduo em
sua totalidade. Os mitos (pelo menos os que aqui estudamos) deturpam a
missão integral da Igreja.

Se queremos atentar para o ensino bíblico, então devemos almejar por uma
igreja brasileira autêntica, que não seja ela mesma um mito, mas a realidade
bíblica de uma missão integral em nossa sociedade.

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