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Desenho Técnico - Agronomia 1

UNIDADE I – HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO DESENHO TÉCNICO

1.1. Conceito de desenho técnico

É a linguagem gráfica em que se expressa e registra as idéias e dados


para a construção de máquinas e estruturas. Distingue-se do desenho de
finalidade meramente artística, embora em algumas vezes em desenhos
artísticos, existam elementos do rigor do desenho técnico.
Enquanto que o desenho artístico limita-se a representação de formas
em que predominam as cores, luzes e sombra no desenho técnico limita-se
unicamente ao contorno dos objetos, não só insinuando a sua intenção
mas dando informação exata sobre o mesmo. Ou seja, é uma linguagem
gráfica completa, por meio da qual pode descrever minuciosamente cada
operação e guardar um registro completo do objeto, para reprodução ou
reparos.

1.2. Importância de desenho técnico para os cursos de Engenharia


Agronômica e Engenharia Florestal

Para os profissionais de Engenharia Agronômica e Florestal o desenho


possui também grande importância, pois representa graficamente de forma
técnica e padronizada os empreendimentos, equipamentos, estruturas,
peças, etc. Como exemplo pode-se citar algumas áreas, onde se faz uso do
desenho técnico:
Î Agrimensura (mapas, croquis, representações cartográficas, divisão
de áreas, demarcação de divisas, estradas, etc.);
Î Construções Rurais (galpões, casas, cocheiras, tesouras, sapatas,
tambos, estruturas de irrigação e drenagem, açudes, barragens, etc.);
Î Máquinas e mecanização agrícola (funcionamento de máquinas,
construção de equipamentos, motores, implementos, etc.);
Î Parques e jardins;
Î Climatologia;
Î Olericultura, etc.

1.3. Objetivo do desenho Técnico para os cursos acima.

Proporcionar ao profissional Engenheiro Agrônomo e Engenheiro


Florestal o aporte de todas as técnicas, normas e padrões utilizados em
desenho técnico para que se possa realizar a construção, leitura,
interpretação e dimensionamento de estruturas e equipamentos
agriflorestais.

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UNIDADE II – NORMAS BRASILEIRAS DE DESENHO TÉCNICO

2.1. Finalidade e importância

A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o Fórum


Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de
responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de
Normalização Setorial (ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE),
formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte:
produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e
ONS, circulam para Consulta Pública entre os associados da ABNT e demais
interessados.

NBR 10.647/1989 – Desenho técnico

2.1. Objetivo
Esta Norma define os termos empregados em desenho técnico.

2.2. Definições
Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições de 2.2.1. a
2.2.6.

2.2.1. Quanto ao aspecto geométrico

¾ Desenho projetivo: desenho resultante de projeções do objeto sobre


um ou mais planos que fazem coincidir com o próprio desenho,
compreendendo:

a) vistas ortográficas: figuras resultantes de projeções cilíndricas ortogonais


do objeto, sobre planos convenientemente escolhidos, de modo a
representar, com exatidão, a forma do mesmo com seus detalhes;
b) perspectivas: figuras resultantes de projeção cilíndrica ou cônica, sobre
um único plano, com a finalidade de permitir uma percepção mais fácil da
forma do objeto.

¾Desenho não projetivo: desenho não subordinado à correspondência,


por meio de projeção, entre as figuras que constituem e o que é por ele
representado, compreendendo larga variedade de representações gráficas,
tais como:

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a) Diagrama: desenho no qual valores funcionais são representados em um


sistema de coordenadas;
b) Esquema: figura que representa não a forma dos objetos, mas as suas
relações e funções;
c) Ábaco ou nomograma: gráfico com curvas apropriadas, mediante o qual se
podem obter as soluções de uma equação determinada pelo simples traçado
de uma ou mais retas;
d) Fluxograma: representação gráfica de uma seqüência de operações.
e) Organograma: quadro geométrico que representa os níveis hierárquicos de
uma organização, ou de um serviço, e que indica os arranjos e as inter-
relações de suas unidades constitutivas;
f) Gráfico: representado por desenho ou figuras geométricas. É um conjunto
finito de pontos e de segmentos de linhas que unem pontos distintos.

2.2.2. Quanto ao grau de elaboração

a) Esboço: representação gráfica aplicada habitualmente aos estágios iniciais


de elaboração de um projeto, podendo, entretanto, servir ainda à
representação de elementos existentes ou à execução de obras;
b) Desenho preliminar: representação gráfica empregada nos estágios
intermediários da elaboração do projeto, sujeita ainda a alterações e que
corresponde ao anteprojeto;
c) Croqui: desenho não obrigatoriamente em escala, confeccionado
normalmente à mão livre e contendo todas as informações necessárias à sua
finalidade;
d) Desenho definitivo: desenho integrante da solução final do projeto,
contendo os elementos necessários à sua compreensão.

2.2.3. Quanto ao grau de pormenorização

a) Desenho de componente: desenho de um ou vários componentes


representados separadamente;
b) Desenho de conjunto: desenho mostrando reunidos componentes, que se
associam para formar um todo;
c) Detalhe: vista geralmente ampliada do componente ou parte de um todo
complexo.

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2.2.4. Quanto ao material empregado

Desenho executado com lápis, tinta, giz, carvão ou outro material


adequado.

2.2.5. Quanto à técnica de execução

Desenho executado manualmente (à mão livre ou com instrumento) ou


à máquina.

2.2.6. Quanto ao modo de obtenção

a) Original: desenho matriz que serve para reprodução.


b) Reprodução: desenho obtido, a partir do original, por qualquer processo,
compreendendo:
I) cópia - reprodução na mesma escala do original;
II) ampliação - reprodução maior que o original;
III) redução - reprodução menor que o original.

NBR 13.142/1999 – Folha de Desenho – Leiaute e Dimensões

Esta Norma padroniza as características dimensionais das folhas em


branco e pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos.
Esta Norma apresenta também o leiaute da folha do desenho técnico
com vistas a:
a) posição e dimensão da legenda;
b) margem e quadro;
c) marcas de centro;
d) escala métrica de referência;
e) sistema de referência por malhas;
f) marcas de corte.

Estas prescrições se aplicam aos originais, devendo ser seguidas


também às cópias.

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OBS:
a) As Figuras são apresentadas na forma mais simples, servem apenas como
ilustração;
b) Esta Norma considera todos os requisitos para reprodução, inclusive
microfilmagem.

Condições específicas
Î Formatos
¾ Seleção e designação de formatos

a) O original deve ser executado em menor formato possível, desde que


não prejudique a sua clareza;
b) A escolha do formato no tamanho original e sua reprodução são
feitas nas séries mostradas em Formatos da série “A”;
c) As folhas de desenhos podem ser utilizadas tanto na posição
horizontal como na vertical.

¾ Formatos da série "A"

O formato da folha recortada da série "A" é considerado principal (ver


Tabela 2.1).
Designação Dimensões (mm)
A0 841 x 1189 a) O formato básico para
A1 594 x 841 desenhos técnicos é o retângulo de
A2 420 x 594 área igual a 1 m² e de lados medindo
A3 297 x 420 841 mm x 1189 mm, isto é,
A4 210 x 297 guardando entre si a mesma relação
Tabela 2.1 - Formatos da série "A" que existe entre o lado de um
x 1
quadrado e sua diagonal = (Figura
y 2
2.1).
Figura 2.1: Origem dos formatos da série
“A”.

b) Deste formato básico, designado por A0


(A zero), deriva-se a série "A" pela bipartição
ou pela duplicação sucessiva (Figuras 2.2 e
2.3).

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¾ Formato especial

Sendo necessário formato fora dos padrões, recomenda-se a escolha


dos formatos de tal maneira que a largura ou o comprimento corresponda ao
múltiplo ou submúltiplo ao do formato padrão.
Nota: Nas dimensões das folhas pré-impressas, quando não recortadas, deve
haver um excesso de 10 mm nos quatro lados.

Figura 2.3: Formatos derivados


série “A”.

Figura 2.4: Semelhança geométrica dos


formatos Série “A”.

Î Legenda

¾ A posição da legenda deve estar dentro do quadro para desenho de


tal forma que contenha a identificação do desenho (número de registro,
título, origem, etc.); deve estar situado no canto inferior direito, tanto nas
folhas posicionadas horizontalmente como verticalmente.
¾ A direção da leitura da legenda deve corresponder à do desenho. Por
conveniência, o número de registro do desenho pode estar repetido em lugar
de destaque, conforme a necessidade do usuário.
¾ A legenda deve ter 178 mm de comprimento, nos formatos A4, A3 e
A2, e 175 mm nos formatos A1 e A0.

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Î Margem e quadro

¾ Margens são limitadas pelo contorno externo da folha e quadro. O


quadro limita o espaço para o desenho.
¾ As margens esquerda e direita, bem como as larguras das linhas,
devem ter as dimensões constantes na Tabela 2.2.

Tabela 2.2: Largura das linhas e das margens.


Margem (mm) Largura da Linha do Quadrado
Formato
Esquerda Direita conforme a NBR 8403
A0 25 10 1,4 mm
A1 25 10 1,0 mm
A2 25 7 0,7 mm
A3 25 7 0,5 mm
A4 25 7 0,5 mm

¾ A margem esquerda serve para ser perfurada e utilizada no


arquivamento.

Î Marcas de centro

¾ Nas folhas de formatos de série "A" devem


ser executadas quatro marcas de centro. Estas
marcas devem ser localizadas no final das duas
linhas de simetria (horizontal e vertical) à folha.
¾ Os formatos fora de padrões, para serem
microfilmados, requerem marcas adicionais de
acordo com as técnicas de microfilmagem.

Î Escala métrica de referência

¾ As folhas de desenho podem ter impressa uma escala métrica de


referência sem os números, com comprimento de 100 mm no mínimo e em
intervalos de 10 mm.
¾ A escala métrica de referência deve estar embaixo, disposta
simetricamente em relação à marca de centro, na margem e junto ao quadro,
com largura de 5 mm no máximo. Deve ser executada com traço de 0,5 mm
de largura no mínimo e deve ser repetida em cada seção do desenho.

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Î Sistema de referência por malhas

¾ Permite a fácil localização de detalhes nos desenhos, edições,


modificações, etc.
¾ Devem ser executadas com traço de 0,5 mm de largura no mínimo,
começando do contorno interno da folha recortada e estendendo-se
aproximadamente 0,5 mm, além do quadro. A tolerância da posição de ± 0,5
mm deve ser observada para as marcas.
¾ O número de
divisões deve ser
determinado pela
complexidade do desenho e
deve ser par.
¾ O comprimento de
qualquer lado do retângulo
da malha deve ter mais de 25
mm e no máximo 75 mm, e
deve ser executado com
traços contínuos de 0,5 mm
de largura no mínimo.
¾ Os retângulos das malhas devem ser designados por letras
maiúsculas ao longo de uma margem e os numerais ao longo de outra
margem.
¾ Os numerais devem iniciar no canto da folha oposto à legenda no
sentido da esquerda para direita e devem ser repetidos no lado
correspondente.
¾ As letras e os numerais devem estar localizados nas margens,
centralizados no espaço disponível, e as letras escritas em maiúsculo de
acordo com a NBR 8402.
¾ Se o número das divisões exceder o número de letras do alfabeto, as
letras de referência devem ser repetidas (exemplo: AA, BB, etc.)

Î Marcas de corte

Estas marcas servem para guiar o corte da folha de cópias e são


executadas na forma de um triângulo retângulo isósceles com 10 mm de
lado, ou com dois pequenos traços de 2 mm de largura em cada canto.

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NBR 10.582/1988 – Apresentação da Folha para Desenho Técnico

Esta Norma fixas as condições exigíveis para a localização e disposição


do espaço para desenho, espaço para texto e espaço para legenda, e
respectivos conteúdos, nas falhas de desenhos técnicos.

A folha para o desenho deve conter:


a) espaço para desenho;
b) espaço para texto;
c) espaço para legenda.

Î Espaço para desenho

¾ Os desenhos são dispostos na ordem horizontal e vertical.


¾ O desenho principal, se houver, é colocado acima e à esquerda, no
espaço para desenho.
¾ Os desenhos são executados, se possível, levando em consideração o
dobramento das cópias do padrão de desenho, conforme formato A4.

Î Espaço para texto

¾ Todas as informações necessárias ao entendimento do conteúdo do


espaço para desenho são colocados no espaço para texto e escritas conforme
NBR 8402.
¾ O espaço para texto é colocado a direita ou na margem inferior do
padrão de desenho.
¾ Quando o espaço para texto é colocado na margem inferior, a altura
varia conforme a natureza do serviço.
¾ A largura de espaço para texto é igual a da legenda ou no mínimo
100 mm.
¾ O espaço para texto é separado em colunas com larguras
apropriadas de forma que possível, leve em consideração o dobramento da
cópia do padrão de desenho, conforme formato A4.

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¾ O espaço para texto deve conter as seguintes informações:


a) explanação;
b) instrução;
c) referência;
d) localização da planta de situação;
e) tábua de revisão.

A) Explanação

Informações necessárias a leitura de desenho tais como:


a) símbolos especiais;
b) designação;
c) abreviaturas; e
d) tipos de dimensões.

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B) Instruções

Informações necessárias a execução do desenho. Quando são feitos


vários são feitas próximas a cada desenho e as instruções gerais são feitas
no espaço para texto, tais como:
a) lista de material;
b) estado de superfície;
c) local de montagem e;
d) número de peças.

C) Referências

Informações referentes a outros desenhos e/ou outros documentos.

D) Localização da planta de situação

A planta de situação é localizada de forma que permaneça visível


depois de dobrada a cópia do desenho conforme padrão A4 e, inclui os
seguintes dados:
1) planta esquemática com marcação da área construída, parte da
construção etc.: a seta norte é indicada;
2) planta esquemática da construção com marcação
de área, etc.

E) Tábua de revisão

A tábua de revisão é usada para registrar a correção alteração e/ou


acréscimo feito no desenho depois dele ter sido aprovado pela primeira vez. A
disposição da tábua de revisão e as dimensões em mm é conforme a Figura a
seguir e, as informações contidas na tábua de revisão são as seguintes:

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a) designação da revisão (nº ou letra que determina a seqüência da revisão);


b) referência da malha (NBR 10068);
c) informação do assunto da revisão;
d) assinatura do responsável pela revisão; e
e) data da revisão.

Î Legenda

A legenda é usada para informação, indicação e identificação do


desenho e deve ser traçada conforme a NBR 10068.
As informações contidas na legenda são as seguintes:
a) designação da firma;
b) projetista, desenhista ou outro, responsável pelo conteúdo do desenho;
c) local, data e assinatura;
d) nome e localização do projeto;
e) conteúdo do desenho;
f) escala (conforme NBR 8196);
g) número do desenho;
h) designação da revisão;
i) indicação do método de projeção (conforme NBR 10067);
j) unidade utilizada no desenho conforme a NBR 10126.
¾ A legenda pode, além disso, ser provida de informações essenciais
ao projeto e desenho em questão.
¾ O número do desenho e da revisão são colocados juntos e abaixo, no
canto direito do padrão de desenho.

2.2. Modo de dobrar as folhas de Desenho Técnico

NBR 13.142/1999 – Desenho Técnico – Dobramento de cópia

Esta Norma fixa as condições exigíveis para o dobramento de cópia de


desenho técnico.

2.2.1. Referências normativas:


As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem
citadas neste texto, constituem prescrições para esta Norma. As edições

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indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como toda


norma está sujeita a revisão, recomenda-se àqueles que realizam acordos
com base nesta que verifiquem a conveniência de se usarem as edições mais
recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação das
normas em vigor em um dado momento.
NBR 10068:1987 - Folha de desenho - Leiaute e dimensões - Padronização
NBR 10582:1988 - Apresentação da folha para desenho técnico -
Procedimento
NBR 10647:1989 - Desenho técnico – Terminologia

2.2.2. Definições:
Para os efeitos desta Norma aplicam-se as definições da NBR 10647.

Requisitos gerais
— O formato final do dobramento de cópias de desenhos formatos A0, A1, A2
e A3 deve ser o formato A4;
— As dimensões do formato A4 devem ser conforme a NBR 10068 (210 x
297mm);
— As cópias devem ser dobradas de modo a deixar visível a legenda (NBR
10582);
— O dobramento deve ser feito a partir do lado direito, em dobras verticais,
de acordo com as medidas indicadas nas figuras 1 a 4;
— Quando as cópias de desenho formato A0, A1 e A2 tiverem que ser
perfuradas para arquivamento, deve ser dobrado, para trás, o canto superior
esquerdo, conforme as figuras 1 a 4;
— Para formatos maiores que o formato A0 e formatos especiais, o
dobramento deve ser tal que ao final esteja no padrão do formato A4.

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Figura 1: Forma de dobramento e dimensões (mm) para a folha tamanho A0.

Figura 2: Forma de dobramento e dimensões (mm) para a folha tamanho A1.

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Figura 3: Forma de dobramento e dimensões (mm) para a folha tamanho A2.

Figura 4: Forma de dobramento e dimensões (mm) para a folha tamanho A3.

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2.3. Escalas usadas em Desenho Técnico

DEFINIÇÃO

Escala é a relação entre a medida de um objeto ou lugar


representado no papel e sua medida real.

Sejam:

D = um comprimento tomado no terreno, que denominar-se-á distância real


natural.

d = um comprimento homólogo no desenho, denominado distância prática.

Como as linhas do objeto e as do desenho são homólogas, o desenho


que representa o objeto é uma Figura semelhante a dele, logo, a razão ou
relação de semelhança é a seguinte:

d
D

A esta relação denomina-se ESCALA.

2.3.1. Grandes e pequenas

A relação d/D pode ser maior, igual ou menor que a unidade, dando
lugar à classificação das escalas quanto a sua natureza, em três categorias:

- Na 1ª, ter-se-á d > D (ex: peças mecânicas)


- Na 2ª, ter-se-á d = D;
- Na 3ª categoria, que é a usada em Cartografia, Topografia e Geodésia, a
distância gráfica é menor que a real, ou seja, d < D.
É a escala de projeção menor, empregada para reduções, em que as
dimensões no desenho são menores que as naturais ou do modelo.

2.3.2. ESCALA NUMÉRICA

Indica a relação entre os comprimentos de uma linha no desenho e o


correspondente comprimento real, em forma de fração com a unidade para
numerador.
1 D
E= onde N=
N d

1 d
Logo, E = E=
D/d D

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Sendo:
E = escala;
N = denominador da escala ou módulo escalar;
d = distância medida no desenho;
D = distância real (do objeto, peça, estrutura, etc.).
Com isso chega-se a igualdade:

1 d
=
N D

As escalas mais usadas em Topografia são: 1:1.000, 1:2.000, 1:5.000 e


1:10.000. Essas são grandes escalas, também denominadas de topográficas.
Exemplo: na escala 1:5.000, significa que 1cm no mapa corresponde a
5.000 cm ou 5m, no terreno.

OBS: Uma escala é tanto maior quanto menor for o denominador.


Ex: 1:5.000 é maior que 1:10.000

2.4. Linhas Usadas em Desenho Técnico

NBR 8.403/1984 – Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas –


Larguras das linhas

Esta Norma fixa tipos e o escalonamento de larguras de linhas para


uso em desenhos técnicos e documentos semelhantes.

2.4.1. Largura das linhas

Corresponde ao escalonamento 2 , conforme os formatos de papel


para desenhos técnicos. Isto permite que na redução e ampliação por
microfilmagem ou outro processo de reprodução, para formato de papel
dentro do escalonamento 2 , se obtenham novamente as larguras de linhas
originais, desde que executadas com canetas técnicas, instrumentos
normalizados, ou através de programas gráficos.

9 A relação entre as larguras de linhas largas e estreita não deve ser


inferior a 2;
9 As larguras das linhas devem ser escolhidas, conforme o tipo,
dimensão, escala e densidade de linhas no desenho, de acordo com o

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seguinte escalonamento: 0,13; 0,18; 0,25; 0,35; 0,50; 0,70; 1,00; 1,40 e 2,00
mm;
9 Para diferentes vistas de uma peça, desenhadas na mesma escala,
as larguras das linhas devem ser conservadas.

2.4.2. Espaçamento entre linhas

O espaçamento mínimo entre linhas paralelas (inclusive a


representação de hachuras) não deve ser menor do que duas vezes a largura
da linha mais larga, entretanto recomenda-se que esta distância não seja
menor do que 0,70 mm.

2.4.3. Código de cores em canetas técnicas (Penas)

As canetas devem ser identificadas com cores de acordo com as


larguras das linhas, conforme segue abaixo:
a) 0,13 mm - lilás;
b) 0,18 mm - vermelha;
c) 0,25 mm - branca;
d) 0,35 mm - amarela;
e) 0,50 mm - marrom;
f) 0,70 mm - azul;
g) 1,00 mm - laranja;
h) 1,40 mm - verde;
i) 2,00 mm - cinza.

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2.4.4. Tipos de linhas

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UNIDADE IV – INSTRUMENTOS DE DESENHO TÉCNICO

4.1. Escolha dos instrumentos

Na escolha dos instrumentos e materiais para desenho, deve-se


sempre primar em adquirir os que possuem melhor qualidade na praça. Para
quem espera executar trabalhos profissionais, é um grande erro comprar
instrumentos de qualidade inferior. Algumas vezes o principiante é tentado a
adquirir instrumentos baratos para a aprendizagem, na expectativa de
comprar outros melhores mais tarde. Um bom conjunto de aparelhos
durará, razoavelmente cuidados, toda uma existência.

Lista de instrumentos e materiais mais utilizados em desenho técnico:

1) Um estojo com compasso composto;


2) Prancheta;
3) Régua T;
4) Esquadros de 45° e 60°;
5) Escalímetro ou régua milimetrada;
6) Lápis de desenho: 6H, 2H, 1B, 3B;
7) Estilete (para realizar o correto apontamento do lápis, na espessura
que se deseja realizar o traço);
8) Borracha macia para lápis;
9) Papel opaco para desenho;
10) Papel transparente para desenho;
11) Fita adesiva com baixa aderência;
12) Transferidor.

4.2. Conservação

Para aumentar-se a vida útil dos instrumentos devemos manuseá-los


com o máximo cuidado possível e armazena-los sempre em seus estojos. A
limpeza da régua, dos esquadros e do transferidor deve ser feita sempre com
água e sabão neutro. Nunca utilizar substâncias corrosivas ou derivados de
petróleo.

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Precauções mínimas que devem ser seguidas:


¾ Evitar choques ou queda dos instrumentos;
¾ Nunca desenhar com a aresta inferior da régua T;
¾ Não colocar qualquer das extremidades na boca;
¾ Nunca trabalhar com o lápis com ponta grossa;
¾ Nunca azeitar as articulações do compasso;
¾ Nunca traçar uma linha voltando para traz;
¾ Nunca passar a borracha por todo o desenho depois de terminado;
¾ Deve-se limpar a mesa antes de começar os trabalhos;
¾ Manter os instrumentos sempre limpos.

4.3. Manejo

O manejo correto dos instrumentos será apresentado em aula prática.

UNIDADE V – TEORIA ELEMENTAR DO DESENHO PROJETIVO

A totalidade dos dados fornecidos por um profissional da área da


engenharia inclui a representação da forma do objeto e a indicação do
tamanho de cada um de seus detalhes. O desenho projetivo trata da
representação exata das formas dos objetos.
Quando se vê um objeto de um ponto qualquer, tem-se, em geral, uma
idéia clara de sua forma porque:
1° - se vê quase sempre mais de um lado;
2° - os efeitos de luz e sombra revelam-nos algo de sua configuração;
3° - sendo olhado com ambos os olhos o efeito estereoscópio auxilia-nos na
compreensão de suas formas e dimensões.
Em desenho técnico, o terceiro ponto não é considerado, pois o objeto
é representado como se fosse visto por um só olho. Os efeitos de luz e
sombra só são representados em casos específicos.

9.1. Projeção ortogonal

“É o método de representar a forma exata do objeto por meio de


duas ou mais projeções sobre planos que geralmente se encontram
segundo ângulos retos, baixando-se perpendiculares do objeto aos
planos.”

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Os métodos de representação em desenho técnico, segundo a ABNT –


NBR 10067, se ressumem a dois diedros: o 1° e o 3° diedro.

Figura - 1° Diedro Figura - 3° Diedro

A denominação das vistas pode ser visualizado na figura a seguir:

a) vista frontal (a);


b) vista superior (b);
c) vista lateral esquerda (c);
d) vista lateral direita (d);
e) vista inferior (e);
f) vista posterior (f).

Posição relativa das vistas no 3º diedro:


Fixando a vista frontal (A) conforme a Figura a seguir, as posições
relativas das outras vistas são as seguintes:
a) vista superior (B), posicionada abaixo;
b) vista lateral esquerda (C), posicionada à direita;
c) vista lateral direita (D), posicionada à esquerda;
d) vista inferior (E), posicionada acima;
e) vista posterior (F), posicionada à direita ou à esquerda, conforme a
conveniência.

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9.2. Escolha das vistas

9.2.1. Vista principal

A vista mais importante de uma peça deve ser utilizada como vista
frontal ou principal. Geralmente esta vista representa a peça na sua posição
de utilização.

9.2.2. Outras vistas

Quando outras vistas forem necessárias, inclusive cortes e/ou seções,


elas devem ser selecionadas conforme os seguintes critérios:
a) usar o menor número de vistas;
b) evitar repetição de detalhes;
c) evitar linhas tracejadas desnecessárias.

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9.2.3. Determinação do número de vistas

Devem ser executadas tantas vistas quantas forem necessárias à


caracterização da forma da peça, sendo preferíveis vistas, cortes ou seções
ao emprego de grande quantidade de linhas tracejadas.

9.2.4. Vistas especiais

9.2.4.1. Vista fora de posição

Não sendo possível ou conveniente representar uma ou mais vistas na


posição determinada pelo método de projeção, pode-se localizá-las em outras
posições, com exceção da vista principal.

9.2.4.2. Vista auxiliar

São projeções parciais, representadas em planos auxiliares para evitar


deformações e facilitar a interpretação.

9.2.4.3. Elementos repetitivos

A representação de detalhes repetitivos pode ser simplificada.

9.2.4.4. Detalhes ampliados

Quando a escala utilizada não permite demonstrar detalhe ou cotagem


de uma parte da peça, este é circundado com linha estreita contínua,
conforme a NBR 8403, e designado com letra maiúscula, conforme a NBR
8402. O detalhe correspondente é desenhado em escala ampliada e
identificada.

Prof. Adriano Luis Schünemann - 2007


Desenho Técnico - Agronomia 25

9.3. Emprego das linhas;


9.4. Alfabeto das linhas segundo a ABNT.
5.2. Traçado de circunferências e elipses.

Prof. Adriano Luis Schünemann - 2007

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