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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
Prezado capacitando,
Estamos ingressando no Módulo 5 do Curso de Capacitação para Elaboração de Planos
Municipais de Saneamento Básico, na modalidade à distância. De início, gostaríamos de
lhe dirigir algumas perguntas.
Você lembra os temas que foram estudados nos Módulos anteriores? Consegue perceber a
sequência e relação entre os Módulos? Observe nos quadros abaixo e entenda o
desenvolvimento do curso até este momento.
Os quadros acima nos permitem dizer que, para elaborar um Plano de Saneamento Básico,
é preciso entender o histórico, a importância e os aspectos legais que regem esse tema
(Módulo 1). Posteriormente, faz-se o exercício de planejar a elaboração do Plano,
buscando novos elementos e revendo outros que devem ser considerados (Módulo 2).
Estruturado o processo de planejamento, passa-se a delinear a estratégia de mobilização
social que será adotada (Módulo 3). Cumpridas essas etapas, parte-se para a elaboração
do diagnóstico do Plano de Saneamento Básico (Módulo 4).
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
Capacitando,
Assista ao vídeo Apresentação do Módulo 5.
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 5
2. OBJETIVOS DO PLANO DE SANEAMENTO ........................................................................... 6
3. CENÁRIOS .......................................................................................................................... 6
4. METAS............................................................................................................................. 11
5. NECESSIDADES DE INVESTIMENTOS ................................................................................. 15
6. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS .............................................................................................. 17
7. PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES .................................................................................... 20
8. PROPOSTA METODOLÓGICA PARA A ESTRUTURAÇÃO DE DIRETRIZES, PROGRAMAS,
PROJETOS E AÇÕES ................................................................................................................... 25
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 34
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
1. INTRODUÇÃO
O Plano de Saneamento Básico propriamente dito é constituído pelos programas, projetos e
ações, que contemplam as modificações, ampliações e melhorias a serem propostas para os
quatro componentes do saneamento: abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de
resíduos sólidos e manejo de águas pluviais. A eficiência, eficácia e efetividade destas propostas
dependem de uma análise integrada do diagnóstico, do prognóstico, dos recursos disponíveis, da
integração com outras áreas e setores, da legislação, dos interesses e necessidades municipais. A
Universalização deve configurar a grande diretriz para o sistema como um todo, sendo que de
acordo com as características locais, as propostas que serão apontadas pelo Plano, irão
sistematizar o rumo que será dado ao saneamento básico no município. Serão os objetivos, metas,
investimentos, diretrizes, estratégias, programas, projetos e ações, bem como o cronograma, que
permitirão esta organização das propostas do plano, para que sejam as mais práticas possíveis,
permitindo que o município de fato faça a sua parte, contribuindo para a melhoria da qualidade de
vida local, o que invariavelmente também irá contribuir para o sistema de saneamento do País
como um todo.
Mas o que são objetivos, metas, investimentos, diretrizes, estratégias e programas,
projetos e ações?
OBJETIVOS: são enunciados resumidos do que de fato se deseja alcançar com cada projeto, ou
seja, objetivo é o que responde a questão: o que se pretende alcançar?
METAS: são os parâmetros que irão balizar o alcance dos objetivos. As metas declaram o quanto
de fato queremos, como e/ou quando faremos, ou seja, é o elemento que permite inferir
parâmetros de medição ao alcance dos objetivos.
INVESTIMENTOS: são os recursos financeiros necessários para a implementação e execução dos
objetivos e metas almejados.
DIRETRIZES: são instruções que orientam, guiam, direcionam ou norteiam os elementos a serem
planejados. As diretrizes propostas são subdivididas sob dois enfoques: gerais e específicas. As
gerais são aquelas relacionadas com o sistema de saneamento como um todo, enquanto as
específica referem-se a cada um dos quatro setores do saneamento básico.
ESTRATÉGIAS: “caminho, ou maneira, ou ação formulada e adequada para alcançar,
preferencialmente de maneira diferenciada e inovadora, as metas, os desafios e os objetivos
estabelecidos” (OLIVEIRA, 2012).
PROGRAMAS: “é o conjunto de projetos homogêneos quanto a seu objetivo maior” (OLIVEIRA,
2012).
PROJETOS: “é um trabalho com datas de início e término previamente estabelecidas, coordenador
responsável, resultado final predeterminado e no qual são alocados os recursos necessários para
seu desenvolvimento” (OLIVEIRA, 2012).
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
AÇÕES: caracteriza-se pela ação propriamente dita, ou seja, quem, como e de que forma serão
realizadas as atividades.
2. OBJETIVOS DO PLANO DE SANEAMENTO
Todo o processo de planejamento envolve a definição de objetivos, que devem estar em
consonância com os pressupostos sob os quais o Plano será elaborado.
Para definir os rumos do saneamento no município, inicialmente é primordial que sejam definidos
estes objetivos que, por sua vez, devem estar alinhados aos princípios fundamentais citados no
art. 2º da Lei 11.445/07, que são: universalização, equidade, integralidade, intersetorialidade,
sustentabilidade, participação e controle social.
Dentre estes fundamentos, destaca-se a universalização como sendo o principal elemento a ser
bem caracterizado pelos objetivos em todos os setores do saneamento. Segundo a Lei nº
11.445/07, o Plano Municipal de Saneamento Básico deve definir os “objetivos e metas de curto,
médio e longo prazo para a universalização, admitidas soluções graduais e progressivas,
observando a compatibilidade com os demais planos setoriais” (inciso II do art. 19).
Para orientar a definição do objetivo geral, sugere-se a seguinte questão:
O que queremos ou precisamos alcançar/desenvolver na área do saneamento no nosso
município?
3. CENÁRIOS
Conforme você já viu no Módulo 2, a etapa de prognóstico é fundamental ao processo de
planejamento, visto que é a partir dela que o plano propriamente dito será formulado. Essa etapa
possibilita que o gestor analise a atual situação do município, identifique o cenário futuro
desejável e proponha ações para que os objetivos sejam alcançados.
É recomendável que sejam elaborados diferentes cenários futuros, considerando distintas
possibilidades. Através destes elementos é que o município terá condições de traçar estratégias
convenientes para que se cumpram os objetivos.
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
Os programas, projetos e ações, que são elementos estruturantes da etapa de prognóstico, serão
desenvolvidos somente para o cenário escolhido, buscando minimizar os impactos negativos e
potencializar os impactos positivos.
Para facilitar sua compreensão, vamos agora apresentar um exemplo. A combinação da
informação da projeção populacional de um dado município (Figura 1), com a projeção do
consumo per capita de água tratada e a avaliação dos cenários projetados (Quadro 1), embasará a
elaboração das propostas de ação.
Na
Figura 2 são apresentados os resultados da estimativa para o consumo de água tratada pela
população, para os três cenários elaborados: otimista, intermediário e pessimista. Para chegar a
este valor multiplicou-se o tamanho da população e estimativa de crescimento da mesma, pelo
consumo médio de 150 litros por habitante por dia.
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
Figura 2 – Gráfico de projeção de consumo de água tratada para 2035 para os três cenários adotados,
considerando o crescimento da população com consumo médio de 150 l/h/d
Depois de elaborados faz-se a avaliação dos cenários. Uma breve descrição dos cenários está
apresentada no Quadro 1.
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
Todos os cenários, conforme você observou no Quadro 1, demandarão necessidades e ações para
adequação do sistema de abastecimento público. O cenário otimista, por exemplo, talvez
demande apenas a implementação de um programa de redução de perdas, enquanto que o
cenário pessimista poderá demandar a necessidade de construção de um novo barramento para
captação de água, associado também a um programa de redução de perdas.
Importante dizer que a finalidade dos cenários estratégicos não é apenas predizer como será o
futuro, mas principalmente proporcionar condições para que os responsáveis pela gestão
municipal entendam melhor quais são e como se comportam as tendências atuais, bem como
identificar previamente quais serão as consequências destas tendências em longo prazo
(OLIVEIRA, 2012).
Sendo assim, a utilização de cenários pode ser utilizada tanto como ferramenta de debate para
melhor compreensão do meio externo que afeta nossas ações, como forma de enfocar um
resultado, atuando então para se precaver quanto às alterações externas.
Para que seja possível escolher entre esses cenários futuros aquele que estará mais próximo do
cenário real, é necessário conversar novamente com quem mais conhece os problemas locais: a
população. Cabe aqui, tanto para elaboração de novos cenários com base em demandas da
população, quanto para escolha destes, mobilizar a sociedade a fim de que ela, assim como no
diagnóstico, auxilie na definição do cenário futuro e nas consequentes diretrizes de ação.
No Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) os cenários foram elaborados com base na
evolução mais recente dos indicadores macroeconômicos e socioambientais, tendo sido
consultados 80 especialistas, em duas rodadas, empregando a técnica do Método Delphi1. Ao final,
com uma análise cruzada entre a situação possível de cada indicador ao longo do tempo, foram
estabelecidos três cenários, denominados Cenário 1, Cenário 2 e Cenário 3, conforme pode ser
visto na
Figura 2. Neste planejamento, de nível estratégico e nacional, definiu-se como referência para a
política de saneamento básico do País o Cenário 1. Este cenário indica um futuro possível e, até
certo ponto, desejável, constituindo o ambiente para o qual se desenvolve o planejamento e suas
diretrizes, estratégias, metas, investimentos e procedimentos de caráter político-institucional
vislumbrados como necessários para alcançar o planejado.
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Método Delphi: envolve a aplicação de questionários que devem ser respondidos sem que haja interação direta dos componentes
do grupo questionado. As questões são feitas de forma sequencial e os resultados são tabulados. Ocorrendo consenso entre as
respostas, o processo finaliza. Não ocorrendo, as divergências são representadas aos questionados que podem reformular, ou
melhor, debater seus pontos de vista. Desta maneira, são feitas consultas sucessivas até a identificação dos pontos conflitantes e
obtenção do consenso (SANTOS, 2004, p. 161).
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
“O Cenário 1 projeta o Brasil em 2030 como um país saudável e sustentável, com maior taxa de
crescimento econômico (4,0%) compatível com uma relação dívida/PIB decrescente, com forte
integração externa e mercado interno em expansão, com significativos avanços do Estado na gestão
de suas políticas e ações, com crescimento do patamar dos investimentos do setor público e do setor
privado, com expressiva melhoria dos indicadores sociais, com redução das desigualdades urbanas e
regionais e recuperação da qualidade do meio ambiente.”
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
ATENÇÃO
Os cenários construídos para o Plansab (BRASIL, 2014b) podem servir como referência a ser
adotada pelo seu município na elaboração do Plano de Saneamento Básico, sempre com o
foco sobre a realidade local e a melhoria da qualidade de vida da população.
4. METAS
As metas declaram o quanto queremos, como e/ou quando faremos, ou seja, é o elemento que
permite inferir parâmetros de medição ao alcance dos objetivos. Devem ser pensadas de forma a
contemplar os quatro componentes do saneamento e a gestão do sistema como um todo. Além
disso, devem ser apresentadas para todo o território e também para unidades menores, a critério
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
de cada município, tais como regiões administrativas, comunidades rurais, bacias hidrográficas,
distritos e sede, dentre outros.
As metas devem estar vinculadas aos objetivos já apresentados. Os objetivos são enunciados
resumidos do que de fato se deseja alcançar com cada projeto, enquanto que as metas são os
parâmetros que irão balizar o alcance desses objetivos. Ou seja, objetivo é o que responde a uma
questão do tipo: o que queremos alcançar ou fazer? Já a meta declara o quanto de fato queremos,
como e/ou quando faremos, ou seja, é o elemento que permite inferir parâmetros de medição ao
alcance dos objetivos. De forma comparativa podemos pensar em um jogo de arco e flecha, onde
o objetivo simplesmente é o de acertar um alvo. Agora, para este objetivo, é possível estabelecer
uma meta, como, por exemplo, a de acertar esse alvo exatamente em seu centro com no máximo
5 tentativas, em um tempo não superior a 20 minutos.
O estabelecimento de metas consiste em um processo sistemático, onde todas as partes
envolvidas discutem e concordam acerca das metas a serem atingidas, bem como se estas estão
sendo cumpridas e se continuam sendo viáveis dentro dos cenários atuais. Nesse processo, uma
meta pontual, como por exemplo, a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto, deve
estar de acordo com as metas globais, como o aumento dos índices de esgoto tratado no
município.
Uma característica importante sobre as metas é que devem ser claras e mensuráveis, ou seja,
fornecendo condições para que sejam realizadas as medições sobre seu atendimento total ou
parcial. Assim, apenas “construir uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)” não fornece
subsídios suficientes para que seja elaborado um plano de ação. Uma meta mais coerente seria a
“construção de uma ETE capaz de tratar 50 % do esgoto produzido na região norte da cidade, em
um prazo de 4 anos”. Essa meta deixa claro o objetivo a ser atingido, como quantificá-lo e o
horizonte temporal para cumpri-lo, possibilitando o debate de como isto será realizado.
No Plansab foram estabelecidas metas de curto, médio e longo prazo – 2018, 2029 e 2033,
respectivamente – com base em 23 indicadores selecionados, apresentados no Quadro 3.
Para esses indicadores foram estabelecidas metas progressivas de expansão e qualidade dos
serviços, para as cinco macrorregiões e para o País.
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
A7 Número de prestadoras que cobram pelo serviço de abastecimento de água / Total de prestadores [PNSB 2008]
Número de domicílios urbanos e rurais servidos por rede coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários
E1
/ Total de domicílios [Censo 2010]
Número de domicílios urbanos servidos por rede coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários / Total
E2
de domicílios urbanos [Censo 2010]
Número de domicílios rurais servidos por rede coletora ou fossa séptica para os excretas ou esgotos sanitários / Total de
E3
domicílios rurais [Censo 2010]
E4 Índice de tratamento de esgoto coletado (Volume de esgoto coletado tratado / Volume de esgoto coletado) [PNSB 2008]
Número de domicílios (urbanos e rurais) com renda até três salários mínimos mensais que possuem unidades
E5
hidrossanitárias / Total de domicílios com renda até 3 salários mínimos mensais [Censo 2010]
Número de prestadoras de serviço que cobram pelos serviços de esgotamento sanitário / Total de prestadoras [PNSB
E6
2008]
Número de domicílios urbanos atendidos por coleta direta (porta-a-porta) de resíduos sólidos / Total de domicílios
R1
urbanos [Censo 2010]
Número de domicílios rurais atendidos por coleta direta (porta-a-porta) e indireta de resíduos sólidos/Total de domicílios
R2
rurais [Censo 2010]
R3 Número de municípios com presença de lixão/vazadouro de resíduos sólidos / Total de municípios [PNSB 2008]
R4 Número de municípios com coleta seletiva de RSD / Total de municípios [PNSB 2008]
R5 Número de municípios que cobram taxa de resíduos sólidos / Total de municípios [PNSB 2008] (2)
Número de municípios com inundações e/ou alagamentos na área urbana nos últimos cinco anos/Total de municípios
D1
[PNSB 2008]
Número de municípios com estrutura única para tratar da política de saneamento básico / Total de municípios [Munic
G1
2011]
Número de municípios com Plano de Saneamento Básico (abrange os serviços de abastecimento de água, esgotamento
G2 sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas) / Total de
municípios [Munic 2011]
Número de municípios com serviços públicos de saneamento básico fiscalizados e regulados / Total de municípios
G3
[Estimativa] (3)
Número de municípios com instância de controle social das ações e serviços de saneamento básico (órgãos colegiados) /
G4
Total de municípios [Munic 2011]
(1)
As informações entre colchetes referem-se às fontes para os valores iniciais do indicador
(2)
Trata-se de indicador construído a partir da PNSB. Gestões deverão ser realizadas junto ao IBGE para que as informações a
serem futuramente levantadas se alinhem ao previsto no PNRS e contribuam para a substituição do indicador para: “municípios
com cobrança por serviços de RSU, sem vinculação com o IPTU”.
(3)
Os valores foram estimados e não baseados nos sistemas de informação, em função da limitação que apresentam para a
estimativa dessa linha de base: a Munic aborda a regulação e fiscalização indicando se há “definição do órgão responsável pela
regulação e fiscalização”, não implicando que os serviços estejam sendo efetivamente regulados e fiscalizados. A base de
informações dos levantamentos da Abar, por sua vez, não contemplam o universo dos municípios.
Legenda
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
2008 51 86 89 19 16 73
R3. % de municípios com presença de 2018 0 0 0 0 0 0
lixão/vazadouro de resíduos sólidos 2023 0 0 0 0 0 0
2033 0 0 0 0 0 0
2008 18 5 5 25 38 7
R4. % de municípios com coleta seletiva de 2018 28 12 14 36 48 15
RSD 2023 33 15 18 42 53 19
2033 43 22 28 53 63 27
2008 11 9 5 15 15 12
R5. % de municípios que cobram taxa de 2018 39 30 26 49 49 34
resíduos sólidos 2023 52 40 36 66 66 45
2033 80 61 56 100 100 67
2008 41 33 36 51 43 26
D1. % de municípios com inundações e/ou
2018 -- -- -- -- -- --
alagamentos ocorridos na área urbana, nos
(3) 2023 -- -- -- -- -- --
últimos cinco anos
2033 11 6 5 15 17 5
2011 30 42 19 31 37 46
G1. % de municípios com estrutura única 2018 43 48 32 46 50 51
para tratar da política de saneamento básico 2023 52 52 41 58 60 54
2033 70 60 60 80 80 60
G2. % de municípios com Plano Municipal 2011 5 4 2 6 8 4
de Saneamento Básico (abrange os serviços 2018 32 28 27 36 37 28
de abastecimento de água, esgotamento 2023 51 45 44 57 58 45
sanitário, limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos e drenagem e manejo de 2033 90 80 80 100 100 80
(4)
águas pluviais urbanas)
G3. % de municípios com serviços públicos 2018 30 20 20 40 40 20
de saneamento básico fiscalizados e 2023 50 40 40 60 60 50
regulados 2033 70 60 60 80 80 60
2011 11 8 9 11 11 15
G4. % de municípios com instância de
2018 36 31 32 40 39 36
controle social das ações e serviços de
2023 54 47 48 60 59 50
saneamento básico (órgãos colegiados)
2033 90 80 80 100 100 80
(1) Para o indicador A4 foi prevista a redução dos valores de 2010 em desconformidade com a Portaria nº 2.914/11, do MS, em 15%, 25% e 60%
revisões do Plano, deverão ser progressivamente incorporados elementos do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres
Naturais.
(4) As metas para os indicadores de gestão referenciam-se no Decreto Presidencial nº 7.217, de 21 de junho de 2010, que regulamenta a Lei nº
11.445/2007.
ATENÇÃO
Os indicadores e as metas propostas para o Plansab podem servir como balizadoras para os
municípios, lembrando sempre que devem estar em conformidade com a realidade
diagnosticada.
5. NECESSIDADES DE INVESTIMENTOS
A partir da definição das metas, pode-se prever os investimentos em obras, recursos humanos,
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
acordo com a capacidade de endividamento do município, quando for o caso. Para isto, o Plano se
configura como peça fundamental, demonstrando que o município está organizado em termos de
planejamento e, assim, está apto a se candidatar como tomador dos recursos disponíveis.
6. DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS
As diretrizes gerais do Saneamento Básico constituirão as bases para o funcionamento e
organização municipal ou regional, sendo que o alicerce legal nacional é formado por dois
documentos principais que expressam os elementos essenciais à sua organização:
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
ATENÇÃO
É atribuição dos municípios organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, os serviços públicos de interesse local, dentre os quais está incluído o
saneamento básico, conforme previsto no art. 30, inciso V da Constituição Federal.
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
Das macrodiretrizes elaboradas derivaram-se 137 estratégias, que deverão ser estritamente
observadas na execução da Política Federal de Saneamento Básico, como no cumprimento das
metas estabelecidas, programas, planos e ações durante a vigência do Plansab.
ATENÇÃO
Como foi abordado no diagnóstico, nas diretrizes e estratégias, bem como nas demais
etapas (programas, projetos e ações) devem ser apontadas soluções para o acesso aos
serviços pelos usuários de baixa renda.
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
objetivos e metas
Diretrizes e Estratégias
Vinculados
Programas, projetos e ações
Cronograma
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
devem ser providos de objetivos e de metas, vinculados a todos os estudos que os precederam.
Conforme a proposta do Plansab (BRASIL, 2014b), os programas devem ser consistentes e
articulados, com estrutura que induza o respeito ao planejamento, uma vez que a ausência de
uma formulação adequada para os programas definitivamente inibe a execução da política do
planejamento desenvolvido. No âmbito do Plansab, a preocupação central está em fazer com que
os diversos agentes executores se reconheçam nos programas e se mantenham motivados a
contribuir para o êxito da política pública de saneamento básico. Outra preocupação é que os
programas garantam materialidade à visão estratégica do Plano assim como, já citado
anteriormente, haja a valorização dos princípios definidos na Lei nº 11.445/07. Outro importante
elemento a ser orientador dos programas é o adequado balanceamento entre medidas
estruturais e medidas estruturantes, com a valorização destas últimas, premissa central para a
lógica dos investimentos planejados no âmbito do Plano Nacional de Saneamento Básico (BRASIL,
2014b).
No Plansab foram previstos três programas para a operacionalização da Política Federal de
Saneamento Básico:
Programa 1: Saneamento básico integrado
Programa 2: Saneamento rural
Programa 3: Saneamento estruturante
A proposta de um número reduzido de programas baseia-se no princípio, da máxima convergência
das ações dos diversos atores institucionais com atuação em saneamento básico, consolidado
durante a elaboração do Plansab. A estratégia de três programas, que se iniciem legitimados pelo
Plano Nacional e se tornem fortes, reconhecidos e, principalmente, perenes, poderá garantir
eficiência e estabilidade na execução da Política.
O Plano Nacional de Saneamento Básico coloca ainda, a importância de definição de critério de
seleção e hierarquização das demandas aos Programas. Os critérios propostos que poderão ser
considerados na seleção dos projetos incluem:
pertencimento a área ou comunidade eleita para focalização;
solicitação voltada para área de risco para desastres e intervenção claramente orientada
para a redução desse risco;
solicitação por consórcio público, por esquema de parcerias entre entes federados ou
outros arranjos institucionais que demonstrem ganhos de escala na gestão e, ou, na
prestação do serviço;
pedido que considere a integralidade das ações de saneamento básico;
município com baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), com elevados
indicadores de enfermidades evitáveis pelo saneamento e com grave condição de
insalubridade ambiental;
pedido de medida estrutural articulado com um conjunto coerente de medidas
estruturantes;
previsão de ações intersetoriais coerentes;
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
Por fim, de acordo com a realidade local de cada município já diagnosticada, com os cenários
propostos, definidas as diretrizes e estratégias, serão propostos os programas, projetos e ações
para buscar as adequações e melhorias desejadas. Importante ainda que estas sejam
acompanhadas de instrumentos que permitam o acompanhamento, avaliando e, quando
necessário, ajustando os rumos das ações. Neste sentido, a elaboração de um cronograma
consolidando todos os programas, projetos e ações, torna-se uma peça essencial. Assim, como
também a elaboração de relatórios periódicos que ilustrem ao gestor o andamento de cada uma
das ações planejadas.
O indicado é que para cada ação, com sua meta específica, haja uma clara identificação da sua
necessidade de ocorrência no tempo, através de um cronograma. Assim, esta peça se torna uma
ferramenta estratégica para o acompanhamento da execução do Plano de Saneamento como um
todo.
Através de relatórios e acompanhamento das ações realizadas no município, o gestor poderá
avaliar ao final de um semestre, por exemplo, se as ações previstas para este período foram
concretizadas e quais as ações que deverão ser postas em prática no próximo semestre. Seguir o
cronograma permitirá que as ações sejam efetivadas em um sequência lógica e que a execução
das metas futuras não sejam comprometidas.
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
CRITÉRIOS DE
ORÇAMENTO
PROGRAMA CONCEPÇÃO OBJETIVO PÚBLICO-ALVO AÇÕES PRIORIZAÇÃO
*
SUGERIDOS
Existência de Plano
Municipal de
Atendimento Saneamento Básico
da população
Existência de Plano
rural, povos
de Gestão Integrada de
indígenas e
Resíduos Sólidos
comunidades Financiar
Existência de
tradicionais, medidas para
instâncias de controle
no conjunto abastecimento
social para fiscalização
das de água Administrações
Possíveis ações do recurso público
necessidades potável, municipais
para: Existência de
dos esgotamento Consórcios ou
População consórcios, parcerias
componentes sanitário e prestadores de
R$ 22,7 rural entre entes federados
Programa 2: do limpeza urbana serviços públicos
bilhões Povos ou arranjos
Saneamento saneamento e manejo de Instâncias de
(recursos não- indígenas institucionais para a
rural básico, resíduos sólidos gestão para o
onerosos) Quilombolas gestão e prestação dos
integrados e educação saneamento rural
Reservas serviços
com o ambiental para como cooperativas e
extrativistas Existência de
Programa o saneamento associações
programa efetivo de
Territórios da em áreas rurais comunitárias
redução de perdas no
Cidadania e e de
sistema de
com o comunidades
abastecimento de água
Programa de tradicionais
Desenvolvime Projetos de medidas
nto Rural estruturais articulado
Sustentável, com estruturantes
entre outros Municípios com
indicadores críticos de
salubridade ambiental
Existência de Plano
Municipal de
Saneamento Básico
Existência de Plano
de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos
Existência de
Apoio à gestão instâncias de controle
Ações
dos serviços social para fiscalização
estruturantes de
com vistas à Financiar do recurso público
apoio à gestão
sustentabilida medidas Existência de
Ações
de para o estruturantes Titulares, consórcios, parcerias
estruturantes de
adequado com vistas à consórcios e outras entre entes federados
apoio à
atendimento melhoria da modalidades de R$ 65 bilhões ou arranjos
prestação de
Programa 3: populacional e gestão e gestão (principalmen institucionais para a
serviços
Saneamento com o olhar prestação de Prestadores te com gestão e prestação dos
Ações
estruturante para o serviços e de públicos recursos não- serviços
estruturantes de
território forma a Gestores onerosos) Existência de
capacitação e
municipal e qualificar os Entidades de programa efetivo de
assistência
para a investimentos ensino e pesquisa redução de perdas no
técnica
integralidade em medidas sistema de
Desenvolvime
das ações de estruturais abastecimento de água
nto científico e
saneamento Cumprimento de
básico tecnológico
metas locais e
regionais
Atendimento de
metas de desempenho
operacional
Municípios com
indicadores críticos de
salubridade ambiental
* Valores referentes a dezembro de 2012. Recursos de agentes federais, conforme disponibilidade orçamentária
24
MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
Apresenta-se aqui uma proposta que pode servir como exemplo, de acordo com a realidade de
cada município, para o encaminhamento e elaboração de suas diretrizes, programas, projetos e
ações para o Plano Municipal de Saneamento. Esta proposta é a consolidação da metodologia
utilizada pelos autores na elaboração de Planos Ambientais Municipais para localidades com até
30.000 habitantes, situadas na região nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, e se encontra
disponível em trabalho publicado por Gimenez, Peresin e Schneider (2011).
ATENÇÃO
Prezado capacitando, a metodologia que está sendo apresentada é apenas uma sugestão.
Você tem liberdade para analisá-la, adequá-la, ou até mesmo substituí-la, caso esta não se
mostre aplicável na elaboração do Plano de Saneamento do seu município.
Primeiramente deve estar claro que será a partir de um diagnóstico, elaborado com a participação
da população do município de forma efetiva, que se garantirá o sucesso das ações planejadas.
Assim, aqui traremos alguns exemplos que refletem uma situação hipotética a fim de ilustrar uma
metodologia possível de ser aplicada na organização do Plano de Saneamento, não
subentendendo-se que seja o suficiente para tal, sem as devidas leituras das realidades locais.
Lembrando-se dos elementos anteriormente já vistos, temos que a partir das diretrizes gerais e
específicas elencadas para o saneamento do município, serão propostos os programas, projetos e
ações respectivos, todos devendo estar vinculados a metas e objetivos claros e factíveis. Na
linguagem do planejamento nas áreas de administração, dizemos que as diretrizes são
desdobradas em tantos programas quantos forem necessários, que os programas, por sua vez são
também desdobrados em tantos projetos quanto forem necessários, e, na mesma linha de
raciocínio, cada projeto são desdobrados em tantas ações quantas forem necessárias.
Assim, esta proposta metodológica parte da codificação de cada diretriz, geral e específica,
proposta para o plano municipal de saneamento, que, serão então desdobradas em seus
respectivos programas e projetos, todos também como uma codificação sequencial. Esta
codificação permitirá, ao fim, a elaboração e vinculação ao cronograma, que servirá de
instrumento de controle para o andamento do plano. Para facilitar o entendimento de como estão
relacionadas às diretrizes, com os programas e projetos, foram elaboradas fichas de programa e
fichas de projeto.
Vamos ver como são propostas estas fichas? Mas antes disso, vamos entender um pouco mais
detalhadamente esta proposta de codificação. Para isto, veja o quadro a seguir onde são
apresentadas as siglas e códigos para as diretrizes, programas e projetos.
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
ENTENDENDO A CODIFICAÇÃO
Propõe-se que cada diretriz geral seja codificada sequencialmente com as letras ordenadas
do alfabeto: A, B, C, D, etc. Vinculados às diretrizes gerais, teremos programas, projetos e
ações que intervêm sobre o sistema de saneamento como um todo, e assim sugerimos a
utilização da sigla SS – Sistema de Saneamento. Vinculadas às diretrizes específicas para os
serviços de saneamento, propomos a seguinte codificação para cada setor:
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
Perceba que as diretrizes gerais exemplificadas estão embasadas nos pressupostos estabelecidos
pela legislação. Entretanto, é de suma importância verificar a adequação dessas diretrizes com a
realidade local de fato, incluindo e excluindo tópicos que estejam conectados com os anseios do
município ou região, em promover a mudança da realidade em busca de uma melhor qualidade de
vida a sua população.
Agora vamos ver quadros exemplos para as diretrizes específicas, ou seja, contemplando cada um
dos setores do saneamento.
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
Quadro 11 - Exemplos de diretrizes específicas e desdobramento em programas e projetos para o manejo de águas
pluviais
DIRETRIZES ESPECÍFICAS E DESDOBRAMENTO EM PROGRAMAS E PROJETOS PARA O MANEJO DE ÁGUAS
PLUVIAIS
Diretriz A - Garantir a universalização dos serviços de manejo de águas pluviais
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
Visando organizar a apresentação dos programas e projetos de forma a gerar uma ferramenta
para a gestão estratégica do município no setor de saneamento, apresenta-se aqui a proposição
da elaboração de fichas orientadoras. As fichas indicam objetivamente as ações a serem
desenvolvidas para se lograr êxito com a implantação do Plano. São propostos dois tipos de fichas:
FP1 – aquelas que contemplarão os programas;
FP2 – aquelas que contemplarão os projetos.
As fichas de programas – FP1 – serão identificadas pelo seu título e por um código localizador,
seguidos de suas justificativas para implantação e respectivos projetos vinculados. Em síntese,
conterão as seguintes informações:
TÍTULO: campo onde é apresentada a denominação do programa;
JUSTIFICATIVA: campo onde se argumenta sobre a necessidade e importância do
desenvolvimento do programa;
CODIFICAÇÃO: campo onde se insere um código identificador do programa,
sugestivamente composto pela sigla desse programa dada pela diretriz adotada e pelo
serviço de saneamento que será alvo dessa iniciativa, além de um ou mais números que
indicam a ordem de execução;
PROJETOS VINCULADOS: campo onde constam os códigos e títulos dos projetos a serem
desenvolvidos com vistas a cumprir o programa como um todo, sendo que esses códigos já
se vinculam ao código do programa, cada qual seguido de uma numeração exclusiva;
OBSERVAÇÕES: campo destinado a conter advertências e lembretes que sejam
fundamentais para a execução do programa.
As fichas dos projetos, FP2, vinculam-se com as fichas dos programas e contêm: título do projeto,
sua codificação (sigla), seus objetivos e uma descrição mais detalhada das ações previstas para a
sua consecução. Quanto aos elementos alusivos às metas, apresentam campo para destacar os
resultados esperados, bem como o orçamento previsto e sua data estimada de início e de fim.
Ainda, deve-se indicar nas fichas de projetos quem é ou quem são os responsáveis pelo
andamento das ações e a equipe de trabalho prevista. Juntamente com o orçamento previsto,
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
Compreendida a estruturação da FP1, vamos para o modelo da FP2, ficha de projeto, onde na
Figura 5 se apresenta um modelo e exemplo desta estrutura proposta. Na FP2, detalha-se cada um
dos projetos. Ela deve conter todas as informações que o município julgar pertinente para a plena
execução de cada projeto. A ficha aqui apresentada é mero modelo, preenchida a título de
exemplo, sendo que pode ser adaptada e deve ser preenchida de acordo com a realidade de cada
município. Nesta ficha propõe-se que estejam contidas as seguintes informações:
TÍTULO DO PROJETO: campo onde se indica a denominação do projeto, a mesma que já
consta no programa ao qual o projeto está vinculado.
CÓDIGO DO PROJETO: campo onde consta a codificação do projeto, também
correspondendo ao código já estabelecido para o projeto vinculado na ficha do programa.
VINCULADO AO PROGRAMA: campo onde se faz uma chamada ao código e ao programa
ao qual esse projeto específico está vinculado.
PRIORIDADE DE EXECUÇÃO: campo onde se estabelece um nível de prioridade para cada
projeto específico, podendo ser classificado como: imediato, curto, médio ou longo prazo.
Esse item será importante para compor o cronograma de execução, identificando
temporalmente a ação e seu nível de prioridade. Na definição dos níveis de prioridade,
deve-se considerar que o Plano Municipal de Saneamento Básico é elaborado para um
horizonte de 20 anos, devendo ser revisado em prazo não superior a 4 (quatro) anos,
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
prioridade de execução.
OBSERVAÇÕES: campo onde podem ser expressas informações importantes para a
execução do projeto.
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
Por fim, temos a proposição do cronograma, como sendo uma peça fundamental para orientar o
acompanhamento e fiscalização da execução das ações, dos projetos e dos programas previstos
pelo Plano Municipal de Saneamento Básico. A palavra “cronograma” vem do grego kronos e
grama, que significam, respectivamente, “tempo” e “medida”. Assim, cronograma significa “a
medida do tempo”, ou seja, é o instrumento que contribui para verificarmos o andamento das
ações ao longo do tempo.
Nos planos de saneamento, o cronograma geral tem por objetivo facilitar o acompanhamento do
gestor quanto às ações previstas para a efetivação de todos os programas e projetos.
Através de relatórios e acompanhamento das ações realizadas no município, o gestor poderá
avaliar ao final de um semestre, por exemplo, se as ações previstas para este período foram
realizadas e quais as ações que deverão ser realizadas no próximo semestre. Seguir o cronograma
permitirá que as ações sejam realizadas em um sequência lógica e que a execução das metas
futuras não sejam comprometidas.
O cronograma caracteriza-se por ser uma planilha onde constam todos os programas e projetos,
os períodos em que deverão ser executados e as respectivas prioridades. As codificações adotadas
nas fichas de programas (FP1) e de projetos (FP2) serão adotadas diretamente no cronograma,
como forma de ajudar na organização das informações e criar um sistema que agilize e facilite a
busca indexada para avaliar o andamento das ações. Um exemplo de cronograma pode ser visto
no Quadro .
Quadro 12 - Exemplo de cronograma
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
PRIORIDADE DE
PROGRAMAS PROJETOS
EXECUÇÃO 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º
sem sem sem sem sem sem sem sem sem sem sem sem sem sem
A.AA-1.1
Setorização da rede
IMEDIATO
de abastecimento
REDUÇÃO DE PERDAS NO SISTEMA DE ABASTECIMENTO
de água
A.AA-1.2
Substituição de CURTO
redes antigas e PERMANENTE
precárias
A.AA-1.3
A.AA-1
Detecção e reparo
de trechos com IMEDIATO
perdas físicas de PERMANENTE
água no sistema de
abastecimento
A.AA-1.4
Manutenção e
substituição dos MÉDIO
sistemas de
medição
A.AA-2.1
AMPLIAÇÃO DO SISTEMA
Ampliação da
MÉDIO
capacidade de
A.AA-2
reservação
A.AA-2.2
Adequação da
MÉDIO
estação de
tratamento de água
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CURSO A DISTÂNCIA – PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO
A.AA-2.3
Ampliação da
CURTO
cobertura de redes
de abastecimento
Caro capacitando!
Neste módulo, tratamos das etapas de formulação dos objetivos, cenários, metas,
investimentos, diretrizes e estratégias, além dos programas, projetos e ações. São etapas
fundamentais para definir o rumo do saneamento a ser dado ao município. Em cada etapa
foi descrita a metodologia e as propostas apresentadas no Plano Nacional de Saneamento
Básico . Ao final do módulo foi descrita uma proposta metodológica para a estruturação de
programas, projetos, ações e cronograma, que poderá ser adequada para a realidade de
cada município.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010. Regulamenta a Lei no 11.445, de 5 de janeiro
de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e dá outras providências.
DOU, Brasília, 2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/Decreto/D7217.htm>. Acesso em: 10 dez. 2010.
______. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento
básico; altera as Leis nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666,
de 21 de junho de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio
de 1978; e dá outras providências. DOU, Brasília, 2007. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso em: 25 out.
2012.
______. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Básico. Panorama do
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MÓDULO 5 - PLANEJANDO O FUTURO DO SANEAMENTO
Saneamento Básico no Brasil. Visão estratégica para o futuro do saneamento básico no Brasil.
Volume nº VI. 2014a. Disponível em: <
http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/PlanSaB/panorama/vol_06_miolo.pdf>.
Acesso em: 22 out. 2014.
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Saneamento Básico – PLANSAB. 2014b. Disponível em: <
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OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia,
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SANTOS, R. F. dos. Planejamento ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2004.
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