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CAPÍTULO 3

SISTEMAS DE COMBUSTÍVEL DO MOTOR E MEDIÇÃO DO COMBUSTÍVEL

INTRODUÇÃO formação de bolhas de vapor. Este vapor, preso


ao combustível líquido, pode causar bolha de
O desenvolvimento nas aeronaves tem vapor no sistema.
aumentado as exigências no sistema de combus- A transferência de calor do motor tende
tível, aumentando a instalação, o ajuste e os a causar ebulição do combustível nas linhas e na
problemas de manutenção. bomba. Tal tendência aumenta se o combustí-
O sistema deve suprir combustível para vel no tanque estiver quente.
o carburador ou, então, outro dispositivo de Altas temperaturas de combustível fre-
dosagem em todas as condições de solo ou quentemente combinam com baixa pressão para
vôo; ele deve funcionar apropriadamente nas aumentar a formação de vapor . Isto é mais pro-
constantes trocas de altitudes e em qualquer vável de ocorrer durante uma subida rápida em
clima; deve, também, ser livre de vapor que um dia quente.
resultam das trocas das condições climáticas no Quando a aeronave sobe, a temperatura
solo ou no ar. externa cai, mas a temperatura do combustível
Em pequenas aeronaves, um sistema não cai rapidamente. Se o combustível estiver
simples de alimentação por gravidade é instala- quente durante a decolagem, ele retém este a-
do, consistindo de um tanque para suprir o quecimento, e entra em ebulição mais facilmen-
combustível ao motor. te em grandes altitudes.
Em aeronaves "multimotoras", sistemas As principais causas da turbulência do
complexos são necessários para que o combustí- combustível, são: o deslocamento dentro dos
vel possa ser bombeado, de modo que qualquer tanques, a ação mecânica da bomba acionada
tanque possa alimentar qualquer motor. pelo motor, e subidas em curvas acentuadas nas
Previsões para transferência de combus- linhas de combustível.
tível, de um tanque para outro, também deve ser A agitação do combustível no tanque
incluído na aeronave de grande porte. tende a misturá-lo com ar. Quando esta mistura
passa através das linhas, o ar preso se separa do
Bolha de vapor (vapor lock) combustível, formando bolsas de vapor em mui-
tos pontos, onde existem trocas repentinas na
Normalmente, o combustível permanece direção ou elevações acentuadas.
no estado líquido até ser descarregado no fluxo A turbulência na bomba de combustível
de ar, e então, instantaneamente, troca para va- muitas vezes combina com a baixa pressão na
por. entrada da bomba, para formar um uma bolha de
Sob certas condições, o combustível pode vapor neste ponto.
vaporizar nas linhas, bombas ou outras unida- A bolha de vapor pode ser perigosa o
des. As "bolhas de vapor", formadas pela vapo- suficiente para bloquear o fluxo de combustível,
rização prematura, restringe o fluxo de combus- e parar o motor. Pequena quantidade de vapor,
tível através das unidades que são projetadas na entrada da linha, restringe o fluxo para a
para operar com líquidos ao invés de gases. bomba acionada pelo motor, reduzindo a pres-
O resultado da interrupção total ou par- são de saída.
cial do fluxo de combustível é chamado de “bo- Para reduzir a possibilidade da bolha de
lha de vapor” (vapor lock). vapor, as linhas de combustível são mantidas
As três causas gerais da formação do afastadas das fontes de calor; as curvas e subi-
"bolha de vapor" são: redução da pressão, alta das acentuadas, também, são evitadas. Em adi-
temperatura e excessiva turbulência do com- ção , a volatilidade do combustível é controlada
bustível. na fabricação para que ele não vaporize muito
Em grandes altitudes, a pressão do rapidamente.
combustível no tanque é baixa. Isto diminui o O maior aperfeiçoamento na redução da
ponto de ebulição do combustível e causa a bolha de vapor é a incorporação de bombas de

3-1
reforço (“Booster Pumps") no sistema de com- de combustível do motor, que, usualmente, in-
bustível. Essas bombas mantêm o combustível clui uma bomba acionada pelo motor e um sis-
nas linhas para a bomba acionada pelo motor tema de medição de combustível.
sob pressão. Esta pequena pressão no combustí- Nas aeronaves acionadas por motor al-
vel reduz a formação de vapor e ajuda a mover ternativo, o sistema de calibração do combustí-
a bolha de vapor para fora do sistema. vel consiste de um dispositivo de controle do
A bomba de reforço também libera o ar e do combustível, desde o ponto onde o
vapor do combustível, quando este passa por combustível entra na primeira unidade de con-
ela. O vapor move-se para cima através do trole, até ele ser injetado na seção de sobrecar-
combustível no tanque, e sai através dos tubos ga, ou no tubo de entrada, ou cilindro. Por e-
de ventilação. xemplo: o sistema de medição de combustível
Para prevenir as pequenas quantidades do motor Continental IO-470L consiste numa
de vapor que permanecem no combustível, pre- unidade de controle combustível / ar, bomba
judicando sua medição, eliminadores de vapor injetora, válvula da linha principal de combustí-
são instalados em alguns sistemas, antes do dis- vel, e injetores de descarga de combustível.
positivo de medição, ou são instalados dentro No motor PRATT AND WHITNEY R-
das unidades. 1830-94, o sistema de medição de combustível
consiste de carburador, válvula de alimentação
SISTEMA BÁSICO DE COMBUSTIVEL de combustível e uma bomba de aceleração do
carburador.
As partes básicas do sistema de combus- No último caso, a válvula de alimenta-
tível incluem tanques, bombas de reforço, li- ção de combustível e a bomba de aceleração são
nhas, válvulas seletoras, filtros, bombas aciona- montadas no motor, e são componentes forneci-
das por motor e indicadores de pressão. dos pelo fabricante.
A revisão do capítulo 4, no Livro de O sistema de medição de combustível,
Matérias Básicas, deverá fornecer algumas in- nos motores alternativos atuais, medem o com-
formações referentes a estes componentes. In- bustível em uma pré-determinada razão para o
formações adicionais serão apresentadas no fluxo de ar.
decorrer deste capítulo. O fluxo de ar para o motor é controlado
Geralmente são vários tanques em con- através do carburador ou unidade de controle,
junto com um sistema simples para armazenar o combustível/ar.
volume de combustível necessário.A localização O sistema de medição de combustível
desses tanques depende do projeto do sistema de dos motores com turbina a gás, consiste num
combustível e do projeto estrutural da aerona- jato de combustível controlado, e pode ser a-
ve. primorado através da inclusão de injetores de
De cada tanque, uma linha conduz para a combustível.
válvula seletora. Essa válvula está na cabine de Em alguns motores turboélice, uma vál-
comando para selecionar o tanque, do qual o vula de controle de dados de temperatura (vál-
combustível deverá ser liberado para o motor. vula T.D.) faz parte do sistema de combustível
A bomba de reforço força o combustível do motor.
através da válvula seletora para o filtro da linha A razão de liberação de combustível é
principal. A unidade filtrante, localizada na par- função do fluxo da massa de ar, temperatura de
te mais baixa do sistema, remove água e sujeira entrada do compressor, pressão de descarga do
do combustível. Durante a partida, a bomba de compressor, RPM e pressão na câmara de com-
reforço força o combustível através de uma vál- bustão.
vula de desvio (BYPASS) na bomba, acionada O sistema de medição de combustível
pelo motor para o sistema de medição. Uma vez deve operar satisfatoriamente para assegurar a
que a bomba acionada pelo motor alcance velo- eficiente operação do motor, medida pela po-
cidade suficiente, fecha-se a válvula de desvio, tência de saída, temperatura de operação do
e libera-se o combustível para o sistema de motor, e autonomia da aeronave.
medição com pressão normal. Devido a variações em projetos nos dife-
O sistema de combustível da aeronave rentes sistemas de medição de combustível, o
começa com o tanque, e termina com o sistema desempenho esperado de qualquer parte do e-

3-2
quipamento, assim como as dificuldades que Nas curvas da Figura 3-1 (mistura com-
possam causar, podem ser várias. bustível/ar), nota-se que os melhores requisitos
de potência e economia de mistura
DISPOSITIVOS DE MEDIÇÃO DE COM- ar/combustível, para todos os motores alternati-
BUSTÍVEL PARA MOTORES vos, são aproximadamente os mesmos.
ALTERNATIVOS. Um segundo requisito do sistema de
medição de combustível é para atomizar e dis-
Esta seção explica os sistemas que libe- tribuir o combustível do carburador na massa de
ram a mistura correta de combustível e ar para ar, de maneira que a carga de ar que vai para
as câmaras de combustão do motor. todos os cilindros assegure quantidades simila-
Na discussão de cada sistema, o propó- res de combustível, de modo que a mistura com-
sito geral e os princípios operacionais são acen- bustível/ar chegue a cada cilindro na mesma
tuados, com ênfase particular nos princípios proporção .
básicos de operação. Não serão dados detalhes Os carburadores tendem a manter a mis-
operacionais e instruções de manutenção para tura mais rica em maiores altitudes do que ao
tipos específicos e fabricação de equipamentos. nível do solo, por causa do decréscimo da den-
sidade do fluxo de ar através do venturi do car-
burador para um dado volume de ar por hora
para o motor.
Portanto, é necessário que no controle da
mistura seja providenciada uma mistura pobre
para compensar este natural enriquecimento.
Alguns motores usam carburadores com
controle de mistura operado manualmente. Ou-
tras aeronaves empregam carburadores que,
automaticamente, empobrecem a mistura do
carburador, para em maiores altitudes manter a
mistura combustível/ar adequada.
Os requisitos para uma mistura rica ao
motor de uma aeronave são estabelecidos pela
curva de tração de funcionamento, para deter-
minar a mistura combustível/ar, obtendo o má-
ximo de tração utilizável.
Esta curva (figura 3-2) está dividida em
intervalos de 100 RPM, da marcha lenta para a
velocidade de decolagem.
Figura 3-1 Curvas de mistura combustível / ar.

Para informação necessária e específica


à inspeção ou manutenção de uma instalação
ou unidades em particular, consulta-se as instru-
ções do fabricante.
O requisito básico de um sistema de me-
dição de combustível é o mesmo, indiferente-
mente do tipo de sistema usado ou do modelo
do motor, no qual o equipamento é instalado.
Ele precisa medir o combustível pro-
porcionalmente ao ar, para estabelecer a razão
própria da mistura combustível/ar para o motor
em qualquer velocidade e altitude, na qual o
motor deverá operar. Figura 3-2 Curva de potência por mistura de
combustível / ar

3-3
No limite de tração, o motor deverá ope- Este estado (condição) deve ser muito
rar com a mistura mais pobre, como indicado exato para que o combustível queime com o
nas curvas. oxigênio no ar. Setenta e oito por cento (78%)
Contudo, nas misturas pobres, a tempe- do volume do ar é nitrogênio, o qual é inerte e
ratura na cabeça do cilindro poderá exceder a não participa do processo de combustão; e 21%
temperatura máxima permitida, e a detonação é oxigênio. O aquecimento é gerado pela quei-
poderá ocorrer. ma da mistura de gasolina e oxigênio.
A melhor economia ajustada é estabele- Nitrogênio e gases produzidos pela com-
cida pelo funcionamento das séries de curvas bustão absorvem esta energia calorífica, trans-
através do limite de cruzeiro, como mostrado formando-a em força pela expansão. A propor-
no gráfico 3-3. O ponto inferior (auto-lean) na ção de combustível e ar pelo peso é de extrema
curva mostra a mistura ar/combustível, onde o importância para o desempenho (performance)
mínimo de combustível por cavalo-potência do motor. As características de uma dada mis-
(horsepower) é usado. Neste limite, (período) o tura podem ser medidas em termos de
motor deverá operar normalmente com misturas velocidade da chama e temperatura da combus-
levemente pobres, e deverá, obviamente, operar tão.
com misturas mais ricas do que no ponto inferi- A composição da mistura combustível/ar
or de mistura. é descrita como razão de mistura. Por exemplo,
a mistura com a razão 12 para 1 (12:1) é com-
posta de 12 libras de ar e 01 libra de combus-
tível. A razão é expressa em peso porque o
volume de ar varia muito com a temperatura e a
pressão.
A razão de mistura também pode ser
expressa como decimal. Assim, a razão combus-
tível/ar de 12:1 e a razão combustível/ar de
0,083 descreve a mesma razão de mistura. As
misturas ar e gasolina, rica de 8:1 e pobre de
16:1, deverão queimar em um cilindro do motor.
O motor desenvolve a força máxima, com a
mistura de aproximadamente 12 partes de ar e 1
parte de gasolina.
Do ponto de vista químico, a mistura
Figura 3-3 Curva de consumo especifico de perfeita de combustível e ar para a combustão
combustível deve ser de 0,067lb de combustível para 1 libra
de ar (razão de mistura de 15:1).
Se a mistura usada for mais pobre do Os cientistas chamam esta combinação
que a especificada para o motor em uso, o cilin- química de mistura estequiométrica. Com essa
dro com a mistura mais pobre estará sujeito ao mistura (entregue no tempo suficiente e em tur-
retorno de chama, porque a razão de queima bulência), todo o combustível e todo o oxigênio
muito lenta da mistura pobre resulta na queima do ar devem ser completamente usados no pro-
contínua no cilindro, quando a próxima admis- cesso de combustão. A mistura "estequiomé-
são começar. trica" produz altas temperaturas de combustão,
porque a proporção de calor disponível na mas-
Misturas combustível/ar sa de carga (combustível e ar) é muito grande.
Contudo, a mistura é raramente usada, pois não
Gasolina e outros líquidos combustíveis resulta em maior economia nem em maior po-
não devem queimar totalmente antes de serem tência para o fluxo de ar ou pressão de admis-
misturados com ar. Se a mistura tem a queima são.Se mais combustível for adicionado para a
adequada no cilindro do motor, a razão de ar mesma quantidade de carga de ar, do que a
para combustível deve ser mantida no limite quantidade dada como mistura quimicamente
certo. perfeita, variações de força e temperatura deve-
rão ocorrer.

3-4
A temperatura do gás da combustão de- força, o custo do combustível para manter cada
verá ser reduzida quando a mistura for enri- cavalo-força (Horse-power) por hora (SFC)
quecida; e a força será aumentada até que a também é ao mesmo tempo reduzido. Embora a
razão combustível/ar seja de aproximadamente carga da mistura seja convenientemente enfra-
de 0,0725. Da razão combustível/ar de 0,0725 quecida, esta perda de potência ocorre para uma
até a razão combustível/ar 0,080, a força per- razão menor do que a redução do fluxo de
manecerá essencialmente constante, embora combustível. Esta tendência favorável continua,
continue a queda da temperatura da combustão. até que uma potência de mistura conhecida co-
Misturas com razões combustível/ar de mo a melhor economia, seja alcançada. Esta
0,0725 até razões combustível/ar de 0,080 são razão combustível/ar, o HP necessário, é des-
chamadas misturas de melhor potência, desde envolvido com o menor fluxo de combustível,
que seu uso resulte na maior força para um dado ou, por um aumento do fluxo de combustível
fluxo de ar ou pressão no tubo de admissão. que produz mais força.
Nesta variação da razão combustível/ar, não A razão combustível/ar varia com a
existe o aumento no calor total disponibilizado, RPM e outras condições, mas para tração de
mas o peso de nitrogênio e produtos da com- cruzeiro na maioria dos motores auternativos,
bustão são aumentados através do vapor forma- isto é o suficiente para definir este limite de
do com o excesso de combustível; desse modo, operação da razão combustível/ar, sendo de
o trabalho da massa de carga é aumentado. 0,060 até 0,065 com retardo de ignição, e razão
Em adição, o combustível a mais na car- combustível/ar de 0,055 até 0,061 com avanço
ga (acima da mistura estequiométrica) é aumen- de ignição. Estas razões, combustível/ar, são
tado a velocidade do processo de combustão, mais comumente usadas em aviões onde há
através da providência do fator tempo favorável empobrecimento manual.
a conversão da energia do combustível em for- Abaixo da melhor mistura econômica
ça. para a tração, potência e temperatura continuam
O enriquecimento da razão com- caindo com fluxo de ar constante, enquanto o
bustível/ar acima de 0,080 resulta na perda de SFC aumenta.
força devido a redução da temperatura, como o Quando a razão combustível/ar é redu-
efeito de refrigeração alcançado pelo excesso de zida, a combustão se torna mais fria e lenta,
combustível é o fator favorável para o aumento deste modo, a potência para uma certa pressão
da massa. A temperatura reduzida, e a menor no duto torna-se baixa e antieconômica.
razão de queima, é dirigida para um aumento O efeito da redução de temperatura das
da perda de eficiência da combustão. misturas ricas ou pobres resultam do excesso de
Se, com fluxo de ar constante, a mistura combustível ou ar, acima daquele necessário
for empobrecida abaixo de 0,067 da razão com- para a combustão. A refrigeração interna do ci-
bustível/ar, força e temperatura deverão dimi- lindro é obtida pelo combustível não usado
nuir juntas. Nesta ocasião, a perda de força não quando razões de combustível/ar acima de 0,067
é uma perda, mas uma vantagem. O propósito são usadas.
do empobrecimento é para economizar com- A mesma função é verificada pelo ex-
bustível. cesso de ar, quando razões combustível/ar abai-
O objetivo é para obter a força necessá- xo de 0,067 são usadas.
ria com o menor fluxo de combustível, e permi- Variando a mistura de combustível/ar,
tir que o consumo de ar seja auto controlado. A produz-se variações nas condições operacionais
medição do uso econômico do combustível é do motor afetando potência, temperatura e ne-
chamado SFC (Consumo Especifico de Com- cessidades de ignição. A razão de combustí-
bustível), o qual é lbs de combustível por hora vel/ar para a melhor potência é desejada quando
HP (PPH-HP). Portanto, SFC = lbs com- a maior potência de um dado fluxo de ar é re-
bustível/Hr/Hp. Através do uso desta razão, o de querido. A mistura mais econômica resulta da
combustível nos motores nos vários ajustes de obtenção da potência de saída, obtida com o
força podem ser comparados. fluxo mínimo de combustível. A razão combus-
Quando o empobrecimento for abaixo de tível/ar considerada de maior eficiência opera-
0,067 da razão combustível/ar com um fluxo de cional varia com a velocidade do motor e da
ar constante, nivelado através da diminuição da potência de saída.

3-5
No gráfico que mostra a variação da PRINCÍPIOS DA CARBURAÇÃO
razão combustível/ar (figura 3-1), nota-se que a
mistura é rica nas operações de marcha lenta, na Princípios do Venturi
operação de alta velocidade, e pobre na faixa de
cruzeiro. Na marcha lenta, algum ar ou gás de Os carburadores têm que medir o fluxo
descarga é retido no interior do cilindro, através de ar através do sistema de indução, esta medi-
da tomada de descarga durante a abertura da ção é usada para regular a massa de combustí-
válvula. vel descarregada dentro da massa de ar. A uni-
A mistura que entra no cilindro através dade medidora de ar é o Venturi, que faz uso de
do porte de admissão deve ser suficientemente uma lei básica da física:
rica para compensar este gás ou ar adicional. Na
potência de cruzeiro, as misturas pobres eco- "Quando a velocidade de um gás ou líquido
nomizam combustível e aumentam a autonomia aumenta, a pressão diminui."
do avião.
Um motor funcionando perto da potên- Como mostrado no diagrama de um
cia máxima necessita de uma mistura rica para Venturi simples (figura 3-4), isto é uma "via
prevenir super aquecimento e detonação. Desde de passagem" ou tubo, no qual existe uma pas-
de que o motor seja operado em potência máxi- sagem estreita chamada de garganta. Como a
ma apenas por curtos períodos, o alto consumo velocidade do ar é alta para passar através da
de combustível não é importante. Se o motor é passagem estreita, a pressão cai: nota-se que a
operado com mistura muito pobre, e ajustes são pressão na garganta é menor do que em qual-
feitos para aumentar o volume de combustível, a quer outra parte do Venturi .
potência de saída do motor no início aumenta A queda dessa pressão é proporcional a
rapidamente, até que, gradualmente, a força velocidade, e é usada para medida do fluxo de
máxima é alcançada. Com o aumento adicional ar. O princípio básico de operação da maioria
no volume de combustível, a potência de saída dos carburadores depende da pressão diferenci-
cai gradualmente conforme a mistura é enri- al entre a entrada e a garganta do Venturi.
quecida.
Existem instruções específicas concer- Aplicação do princípio de venturi no carbu-
nentes a razões de mistura para cada tipo de rador
motor sobre várias condições de operação. A
não observação destas instruções poderá resultar O carburador está montado no motor
em baixa performance e frequentes danos para o para que o ar, que vai para os cilindros, passe
motor. Misturas excessivamente ricas resultam através do tubo, que é a parte do carburador
em perda de potência e desperdício de combus- que contém o Venturi. O tamanho e a forma do
tível. Venturi depende das necessidades do motor
Com o motor operando perto da descar- para o qual o carburador é projetado. Um carbu-
ga máxima, misturas muito pobres causaram rador para um motor de alta tração deve ter um
perda de potência e, sob certas condições, sério Venturi GRANDE ou vários PEQUENOS.
aquecimento. Quando o motor é operado com O ar pode ter fluxos altos ou baixos no
mistura pobre, o indicador de temperatura da Venturi, dependendo do projeto do motor e do
cabeça de cilindro deve ser mantido dentro da carburador. Aquele em que o ar passa para bai-
temperatura padrão. xo são conhecidos como carburador de corrente
Se a mistura é excessivamente pobre, descendente, e aquele que o ar passa para cima
poderá ocorrer retorno de chama, através do é chamado carburador de corrente ascendente.
sistema de indução ou parada completa. O re- O ar pode ser dirigido através de um
torno de chama é resultado da queima lenta de tubo de borracha pela colocação de um termi-
uma mistura pobre. Se ainda estiver ocorrendo a nal na boca, e exercendo a ação de sucção. Na
queima, quando a válvula de admissão for aber- verdade, a pressão no interior do tubo é menor,
ta, será dada ignição a nova mistura, e a chama e a pressão atmosférica empurra o ar pela aber-
migrará através da mistura de combustível para tura da extremidade.
o sistema de indução.

3-6
Figura 3-4 Venturi simples.

O fluxo de ar que passa através do sis- Figura 3-5 Ação aceleradora.


tema de indução ocorre da mesma maneira.
Quando o pistão move o eixo de atuação no Medição e descarga de combustível
sentido da admissão, a pressão no cilindro é
reduzida. Na ilustração é mostrada a descarga do
O ar é lançado através do carburador e é combustível na corrente de ar (figura 3-6),
admitido na tubulação principal para o cilindro, localizada na entrada através da qual o
devido a maior pressão na entrada do carbura- combustível entra no carburador, vindo da
dor. Mesmo um motor supercarregado com alta bomba mecanicamente acionada ( acionada
pressão no duto principal, será mantida baixa pelo motor ).
pressão.
A pressão atmosférica na entrada de ar,
empurra- o através do carburador para a entrada
supercarregada.
A válvula aceleradora está localizada
entre o Venturi e o motor.
Ligações mecânicas conectam esta vál-
vula com a manete de aceleração na cabine de
comando.
Através dos meios de aceleração, o flu-
xo de ar para os cilindros é regulado e controla
a potência de saída do motor. (Esta é a válvula
de aceleração no carburador de seu automóvel Figura 3-6 Descarga de combustível
que abre quando você "pisa no pedal do acele-
rador".) A válvula de agulha operada por bóia
Na verdade, quanto mais ar é admitido regula o fluxo através da entrada, e esta via
para o motor, o carburador automaticamente mantém o nível correto na câmara de combus-
supre a gasolina adicional, suficiente para tível. Este nível deve ficar ligeiramente abaixo
manter a correta razão combustível/ar.A válvula da saída do injetor de descarga, para prevenir
aceleradora faz uma pequena obstrução na pas- transbordamento quando o motor não estiver
sagem do ar quando está em paralelo com o funcionando.
fluxo. Esta é a posição totalmente aberta. A O injetor de descarga é localizado na
ação aceleradora é ilustrada na figura 3-5. garganta do Venturi, no ponto onde ocorre a
Nota-se que a restrição no fluxo de ar é maior queda de pressão quando o ar passa atra-
maior quanto mais fechada estiver a válvula. vés do carburador para os cilindros do motor.
Portanto, são duas pressões diferentes atuando
no combustível no carburador - a baixa pressão

3-7
no injetor de descarga e a alta pressão ( at- baixa e deverá ocorrer uma pequena queda na
mosférica) na câmara de flutuação. pressão.
A alta pressão na câmara de flutuação Consequentemente, o diferencial de
força o combustível através do injetor de des- pressão não é suficiente para operar o sistema
carga para a massa de ar. Se o acelerador ( principal de medição, e nenhum combustível é
válvula de aceleração) é totalmente aberto para descarregado para o sistema. Por este motivo, a
aumentar o fluxo de ar para o motor, haverá maioria dos carburadores possui um sistema de
uma grande queda de pressão na garganta do marcha lenta para suprir combustível nas baixas
Venturi. Por causa da alta pressão diferencial, a velocidades do motor.
descarga de combustível é aumentada em pro- O sistema de aceleração supre o motor
porção ao aumento do fluxo de ar. Se o acelera- com combustível extra durante o aumento na
dor é movido no sentido da posição potência do motor. Quando o acelerador é aber-
"FECHADA", o fluxo de ar e o fluxo de com- to para obter mais tração do motor, o fluxo de ar
bustível diminuem. através do carburador aumenta. O sistema prin-
O combustível deve passar através do cipal de medição neste momento aumenta a
jato medido (figura 3-6) para chegar ao injetor descarga de combustível.
de descarga. O tamanho deste jato determina a Durante a aceleração rápida, o aumento
razão da descarga de combustível para cada do fluxo de ar é rápido num tempo curto, não
pressão diferencial. Se o jato é substituído por sendo suficiente para aumentar a descarga de
um maior, o fluxo de combustível aumentará, combustível na razão correta de mistura com o
resultando em uma mistura rica. Se um jato me- novo fluxo de ar. Através do suprimento extra
nor é fornecido, isto deverá diminuir o fluxo de de combustível durante este período, o sistema
combustível e empobrecer a mistura. de aceleração previne o empobrecimento da
mistura e permite uma aceleração uniforme.
SISTEMAS DO CARBURADOR O sistema de controle de mistura deter-
mina a razão de combustível para o ar na mistu-
Para proporcionar ao motor operação ra. Através de meios de controle na cabine de
sobre várias cargas e diferentes velocidades, comando, o mecânico, piloto ou mecânico de
cada carburador possui seis (6) sistemas: vôo podem selecionar a razão de mistura ajus-
tando para as condições operacionais. Em adi-
1 - Medidor principal; ção a estes controles manuais, muitos carbura-
2 - Marcha lenta; dores possuem controles automáticos de mistura
3 - Acelerador; para que a razão combustível/ar, uma vez sele-
4 - Controle de mistura; cionada, não troque com as variações na densi-
5 - Corte de lenta; dade do ar. Isto é necessário, porque o avião
6 - Potência de enriquecimento ou economi- sobe e a pressão atmosférica diminui, corres-
zador. pondendo a diminuição no peso do ar que passa
Cada um desses sistemas possui uma através do sistema de indução.
função definida, podendo atuar sozinho com O volume, contudo, permanece constan-
um ou mais de um dos outros. te, o carburador tende a manter a mesma massa
O sistema de medição principal fornece de combustível para este ar rarefeito, como para
combustível para o motor em todas as velocida- o ar mais denso ao nível do mar. Deste modo, a
des acima de marcha- lenta. tendência natural desta mistura é tornar-se rica
O combustível descarregado por este sis- quando o avião ganhar altitude. O controle au-
tema é determinado pela queda de pressão na tomático de mistura previne isto através da re-
garganta do Venturi. dução da razão da descarga de combustível,
Um sistema em separado é necessário para compensar esta diminuição da densidade
para a marcha lenta, porque o sistema principal do ar.
de medição não é confiável nas velocidades O carburador possui um sistema de corte
muito baixas do motor. Nas baixas velocidades de lenta para que o combustível possa ser corta-
o acelerador está perto de fechado. Como resul- do na parada do motor. Este sistema, incorpora-
tado, a velocidade do ar através de Venturi é do ao controle manual de mistura, corta a des-
carga do combustível do carburador completa-

3-8
mente, quando a manete de controle de mistura máximo de força e ajudar a refrigeração do mo-
é colocada na posição " IDLE CUT OFF ". tor.
Em alguma discussão do sistema de O sistema de enriquecimento automático
corte de lenta, esta questão usualmente vem a causa a troca necessária na razão combus-
tona. Porque o motor de um avião é parado a- tível/ar. Essencialmente, isto é uma válvula que
través do corte de combustível e não pelo siste- é fechada para as velocidades de cruzeiro, e
ma de ignição? Para responder esta questão, é aberta para suprir combustível a mais para a
necessário que se examine o resultado de ambos mistura nas operações com alta potência.
os métodos. Se a ignição é desligada com o Através deste aumento do fluxo de com-
carburador mantendo o suprimento de bustível nas altas trações, o sistema de enrique-
combustível, a nova mistura combustível/ar cimento é atualmente um meio de economizar
continua a passar através do sistema de indução combustível. Sem este sistema, seria necessário
para os cilindros, e com isto o motor demora a operar o motor com mistura rica durante toda a
parar. Se o motor estiver excessivamente variação de potência. A mistura deve ser tão
quente, esta mistura de combustível pode conti- rica quanto necessário na velocidade de cru-
nuar queimando através de pontos quentes nas zeiro, para assegurar uma operação segura na
câmaras de combustão, e o motor pode manter- tração máxima.
se funcionando ou funcionando irregularmente. O sistema de enriquecimento de potência
Novamente, a mistura pode passar para fora do é chamado de "economizador" ou um "compen-
cilindro sem ser queimada, mas ser inflamada sador de potência ".
no tubo quente de escape. Apesar dos vários sistemas, que devem
Frequentemente, contudo, o motor pode- ser discutidos separadamente, o carburador fun-
rá ter uma parada aparentemente normal, mas ciona como uma unidade. O fato de um sistema
ter mistura de combustível nas passagens de estar em operação não necessariamente previne
indução, nos cilindros e nos sistemas de descar- o funcionamento de outro.
ga. Esta é uma condição insegura, desde que o Ao mesmo tempo que o sistema princi-
motor possa se manter funcionando irregular- pal de medição descarrega combustível em pro-
mente após ter parado, causando sérios danos porção para o fluxo de ar, o sistema de controle
para alguém perto da hélice. de mistura determina se a mistura resultante
Quando o motor é cortado por meio do deverá ser RICA ou POBRE.
sistema de corte de lenta, as velas de ignição Se o acelerador for bruscamente aberto,
continuam a centelhar na mistura ar/combustível os sistemas de aceleração e enriquecimento de
até que a descarga de combustível do carburador potência atuam para adicionar combustível ao
cesse. Isto apenas deverá evitar que o motor que está sendo descarregado, através do sistema
pare com mistura de combustível nos cilindros. principal de medição.
Alguns fabricantes de motor sugerem
que pouco antes das hélices pararem de girar, o TIPOS DE CARBURADOR
acelerador seja totalmente aberto para que os
pistões possam bombear ar fresco através do Na discussão dos princípios básicos do
sistema de indução, dos cilindros, e do sistema carburador, o combustível era mostrado arma-
da descarga. Após o motor estar completamente zenado na cuba de bóia, e descarregado pelo
parado, a chave de ignição é retornada para a injetor localizado na garganta do Venturi. Com
posição "OFF". adição de alguns poucos detalhes para torná-lo
O sistema de enriquecimento de potência mais viável, isto torna o sistema principal de
automaticamente aumenta o volume de combus- medição em um carburador tipo BÓIA.
tível da mistura durante a operação com alta Este tipo de carburador, completo com
potência. Desta maneira, é possível fazer a vari- sistemas de marcha lenta, acelerador, controle
ação da razão combustível/ar necessária para as de mistura, corte de marcha lenta, e sistemas de
diferentes condições operacionais. Nas veloci- enriquecimento, é provavelmente o mais comum
dades de cruzeiro, misturas pobres são desejá- de todos os tipos de carburador.
veis por razões econômicas, enquanto em alta Contudo, o carburador tipo bóia possui
potência a mistura deve ser rica para obter o várias desvantagens. Em primeiro lugar, é só

3-9
imaginar o efeito que a operação brusca tem zido na massa de ar. Isto frequentemente ocorre
sobre a ação da bóia. Em segundo lugar, o fato naqueles sistemas onde o combustível é injetado
que este combustível deve ser descarregado em na corrente de ar do acelerador do carburador,
baixa pressão, conduzindo uma vaporização como no caso dos carburadores tipo bóia.
incompleta, e dificultando a descarga de com- Motores que empregam "SPINNER" ou
bustível em alguns tipos de sistemas sobrecarre- impelidor de injeção de combustível estão livres
gados. A principal desvantagem do carburador deste tipo de gelo, exceto aqueles que possuem
de bóia, contudo, é sua tendência a congela- aletas de curva ( para trocar a direção do fluxo)
mento. na entrada para o impelidor. Neste tipo, o gelo
Desde que o carburador de bóia deva pode ser depositado nas aletas de curva. Gelo de
descarregar combustível no ponto de baixa pres- refrigeração pode ser formado em temperaturas
são, o injetor de descarga deve estar localizado de ar acima de 100ºF em torno da maior varia-
na garganta do Venturi e a válvula aceleradora ção nas condições de umidade da atmosfera,
deve estar no motor ao lado do injetor de des- igual a umidade relativa favorável abaixo de
carga. Isto quer dizer que a queda de temperatu- 100%. Geralmente, o gelo da evaporação do
ra, devido a vaporização do combustível, tem combustível tenderá a acumular-se no injetor de
lugar dentro do Venturi. Como resultado, o distribuição do combustível, nas aletas de curva,
gelo forma-se rapidamente no Venturi e na vál- e em qualquer protuberância no carburador. Este
vula aceleradora. tipo de gelo pode baixar a pressão do duto prin-
O carburador tipo pressão, descarrega o cipal, interferir com o fluxo de combustível, e
combustível na massa de ar a uma pressão bem afetar a distribuição da mistura.
acima da atmosférica. Isto resulta na melhor O gelo na borboleta do acelerador é for-
vaporização, e permite a descarga do combustí- mado no lado traseiro, usualmente quando a
vel na massa de ar do motor ao lado da válvula borboleta está parcialmente na posição
aceleradora. "FECHADA". A precipitação de ar através e ao
Com o injetor de descarga localizado redor da válvula de borboleta causa baixa pres-
neste ponto, a queda da temperatura devido a são no lado traseiro. Isto determina uma pressão
vaporização do combustível se dá após o ar ter diferencial, com a qual temos o efeito de refri-
passado a válvula aceleradora neste ponto, onde geração na carga combustível / ar. Umidade
o aquecimento do motor tende a compensar o congelada nesta área de baixa pressão é coleta-
problema. Portanto, o perigo do combustível da como gelo.
vaporizado congelar está praticamente elimina- O gelo da borboleta tende a acumular-se
do. na passagem restrita. A ocorrência de uma pe-
Os efeitos da rápida atuação e do ar irre- quena quantidade de gelo pode causar uma re-
gular nos carburadores tipo pressão são negli- dução no fluxo de ar e no duto principal de
genciáveis, desde que as câmaras permaneçam pressão. Um acumulo grande de gelo pode cau-
preenchidas (cheias) sobre todas as condições sar trancamento dos aceleradores e uma condi-
operacionais. ção de ficarem inoperantes. Gelo nos ace-
leradores raramente ocorrem em temperaturas
CONGELAMENTO DO CARBURADOR acima de 38ºF.
O gelo de impacto é formado através da
Existem três (03) classificações gerais presença de água na atmosfera em forma de
de congelamento de carburador que são comuns neve, chuva ou líquido de refrigeração, que é
para todas as aeronaves: condensado nas superfícies que chegam a tem-
peraturas abaixo de 30ºF. Devido aos efeitos de
(1) gelo na evaporação do combustível inércia, o gelo de impacto se forma perto da
(2) gelo na borboleta do acelerador superfície que troca a direção do fluxo de ar.
(3) gelo de impacto Este tipo de gelo pode formar-se na curva in-
terna, no filtro do carburador e nos elementos de
Gelo na evaporação do combustível, ou medição. O mais perigoso gelo de impacto é
gelo na refrigeração é formado por causa da aquele que se forma no filtro do carburador e
diminuição na temperatura de ar, resultante da causa um rápido estrangulamento do fluxo de ar
evaporação do combustível após ele ser introdu- e da potência. Em geral, o perigo do gelo de im-

3-10
pacto existe apenas quando ele se forma-se nos Mecanismo da bóia
bordos de ataque da estrutura do avião.
Sob certas condições, o gelo pode entrar A câmara de flutuação está colocada
no carburador em estado comparativamente entre o suprimento de combustível e o sistema
seco, não aderindo ao filtro ou paredes; por isso, de medição do carburador. A câmara de flutua-
não afetando o fluxo de ar do motor ou a pres- ção fornece um nível de combustível aproxima-
são do duto principal. damente constante para o injetor principal de
Este gelo pode entrar no carburador e, descarga.
gradualmente, obstruir passagens, e afetando Este nível é usualmente em torno de 1/8
suas características de medição. de polegada abaixo dos orifícios no injetor prin-
cipal de descarga.
O nível de combustível deve ser mantido
CARBURADORES TIPO BÓIA ligeiramente abaixo dos orifícios de saída do
injetor de descarga, para manter a correta quan-
Um carburador tipo bóia consiste essen- tidade de fluxo de combustível, e para prevenir
cialmente de uma passagem principal de ar, vazamento de combustível pelo injetor quando o
através da qual o motor extrai seu suprimento de motor estiver parado.
ar, um mecanismo para controle de quantidade O nível do combustível na câmara de
de combustível descarregado em relação ao flu- flutuação é mantido aproximadamente constan-
xo de ar, e um modo de regulagem da quantida- te, por meio de uma válvula de agulha operada
de da mistura combustível / ar liberado para os pela bóia e uma sede.
cilindros do motor. A sede da agulha é usualmente feita em
As partes essenciais do carburador tipo bronze.
bóia estão ilustrados na figura 3-7 . Estas partes A válvula de agulha é construída de aço
são: duro, ou pode ter uma seção de borracha sintéti-
ca, a qual serve de sede. Com a câmara de flutu-
ação sem combustível, a bóia cai para a parte
inferior da câmara e mantém a válvula de agu-
lha totalmente aberta.
Quando o combustível é admitido da
linha de suprimento, a bóia se eleva, fechando a
válvula quando o combustível chega ao nível
pré-determinado.
Quando o motor está funcionando e o
combustível está sendo arrastado para fora da
câmara de flutuação, a válvula assume uma po-
sição intermediária até que a abertura da válvula
seja suficiente para suprir a quantidade de com-
bustível suficiente e manter o nível constante.
Com o combustível no nível correto, a
razão de descarga é controlada corretamente
Figura 3-7 Carburador tipo bóia. pela velocidade do ar, através do carburador e
da pressão atmosférica, na parte superior do
(1) O mecanismo da bóia e sua câmara. combustível na câmara de flutuação.
A ventilação, ou pequena abertura, na
(2) O sistema principal de medição. parte superior da câmara de flutuação, libera o
ar para entrar ou sair da câmara quando o nível
(3) O sistema de marcha lenta.
de combustível se eleva ou cai.
(4) O sistema de controle de mistura. Esta passagem de ventilação é aberta pa-
ra a tomada de ar do motor; deste modo, a pres-
(5) O sistema de aceleração. são do ar na câmara é sempre a mesma da exis-
(6) O sistema economizador. tente no ar de admissão.

3-11
Sistema principal de medição trada atua no ar que passa através da garganta
do carburador. Devido a esta diferença na pres-
O sistema principal de medição fornece são entre a atmosfera e o duto principal de ad-
combustível para o motor em todas as velocida- missão, o ar deverá fluir da entrada de ar através
des acima da marcha- lenta, e consiste de: da garganta do carburador para o duto principal
de admissão. O volume do fluxo de ar depende
(1) Venturi do grau de abertura do acelerador.
Quando o ar flui através do Venturi, sua
(2) Jato principal de medição velocidade aumenta. Esta velocidade cria uma
(3) Injetor principal de descarga área de baixa pressão na garganta do Venturi.
(4) Passagem direcional para o sistema de mar- O injetor de descarga de combustível é exposto
cha lenta para esta baixa pressão.
(5) Válvula de aceleração (borboleta) Visto que a câmara de flutuação é venti-
lada para a pressão atmosférica, uma pressão
Visto que a válvula aceleradora controla baixa ao redor do injetor de descarga é criada.
a massa do fluxo de ar através do Venturi do Esta diferença de pressão, ou força de medição,
carburador, ela pode ser considerada a maior é que causa o fluxo de combustível do injetor de
unidade no sistema principal de medição, assim descarga.
como nos outros sistemas do carburador. O combustível sai do injetor como uma
Um típico sistema principal de medição fina névoa (atomizado), e minúsculas partículas
é ilustrado na figura 3-8. de combustível da névoa rapidamente se vapori-
O Venturi executa 3 funções: zam no ar.
A força de medição na maioria dos car-
(1) Dosa a mistura combustível / ar buradores é aumentada quando a abertura do
acelerador é aumentada. Uma queda de pressão
(2) Diminui a pressão no injetor de descarga de pelo menos 0,5 pol de Hg é necessária para
(3) Limita o fluxo de ar em tração máxima elevar o combustível no injetor de descarga, até
o nível onde ele será descarregado na massa de
ar.
Nas baixas velocidades do motor, quan-
do a força de medição é consideravelmente
reduzida, o combustível liberado para o injetor
de descarga deve diminuir se uma sangria de ar
( jato de medição de ar) não estiver incorporada
ao carburador.
A redução do fluxo de combustível em
relação ao fluxo de ar é devido a dois fatores:

(1) O combustível tende a aderir às paredes do


injetor de descarga, e ocorrem precipitações
de grandes gotas ao invés da névoa fina, e

Figura 3-8 Sistema principal de medição. (2) Uma parte da força de medição é ne-
cessária, para elevar o nível de combustível
O injetor de descarga de combustível do nível da câmara de flutuação, para a saí-
está localizado na garganta do carburador, de da do injetor de descarga.
modo que sua abertura fique na passagem de
combustível, entre a câmara de flutuação e o O princípio básico de sangria de ar pode
injetor de descarga, para limitar o fluxo de com- ser explicado através de diagramas simples,
bustível quando a válvula aceleradora estiver como mostrado na figura 3-9. Em cada caso, o
totalmente aberta. Quando o eixo de manivelas mesmo grau de sucção é aplicado no tubo verti-
é girado com o acelerador do carburador aberto, cal colocado no recipiente do líquido. A sucção
a baixa pressão criada no duto principal de en- aplicada na parte superior do tubo é suficiente

3-12
para manter o líquido a uma distância em torno dade do motor, ou potência de força, pela regu-
de 1 polegada, acima da superfície. lagem do fluxo de ar para o motor.
A válvula é um disco que pode girar
num eixo, de modo a abrir ou fechar a passagem
de ar do carburador. Quando mais de uma vál-
vula aceleradora (borboleta) é necessária, elas
podem ser colocadas no mesmo eixo de acelera-
ção ou em eixos separados. No último caso, é
necessário testar a uniformidade de abertura ou
sincronização.

Figura 3-9 Princípio da sangria de ar. Sistema de marcha lenta

Se um pequeno furo é feito no lado do Com a borboleta do carburador fechada


tubo, acima da superfície do líquido, como na nas velocidades de marcha lenta, a velocidade
opção "B", e a sucção é aplicada, bolhas de ar de ar através do venturi é tão baixa que não po-
deverão entrar no tubo; e o líquido deverá ser de arrastar o combustível suficiente do injetor
arrastado para cima, em uma série contínua de principal; este fato pode parar a atomização do
pequenas bolhas ou gotas. Portanto, sangria de combustível completamente. Contudo, a baixa
ar entra no tubo e reduz parcialmente a força, pressão (sucção do pistão) existe no motor ao
tendendo a retardar o fluxo de líquido através do lado da borboleta.
tubo. Contudo, uma abertura grande no fundo Para permitir que o motor opere em
do tubo efetivamente previne que algum volume marcha lenta, uma passagem de combustível é
de sucção seja exercido no orifício de sangria de incorporada para a descarga de combustível de
ar ou ventilação. uma abertura na área de baixa pressão, próximo
Similarmente, o orifício de sangria de ar, da borda da borboleta do carburador . Esta aber-
que está muito grande em proporção a medida tura é chamada jato de marcha lenta. Com a
do tubo, deve reduzir a sucção disponível para borboleta aberta o suficiente, de modo que o
levantar o líquido. Se o sistema é modificado injetor principal de descarga esteja operando, o
através da colocação de um furo calibrado no combustível não sai do sistema de marcha len-
fundo do tubo, e o ar é tomado abaixo do nível ta. Tão logo a borboleta é fechada, o suficiente
do combustível através de um tubo de sangria para parar a atomização do injetor principal de
de ar, há uma divisão entre o ar e o líquido no descarga, o combustível flui do sistema de mar-
tubo, como mostrado na opção "C". cha lenta.
No carburador, uma pequena sangria de
ar é introduzida no injetor de combustível, ligei-
ramente abaixo do nível. O terminal da abertura
do ar de sangria está no espaço atrás da parede
do venturi, onde o ar é relativamente sem mo-
vimento.
A baixa pressão na ponta do injetor não
apenas arrasta o combustível da câmara de flu-
tuação, mas também arrasta o ar de trás do ven-
turi.
O ar sangrado para o sistema principal
de medição de combustível, diminui a densidade
deste, e destrói a tensão da superfície. Isto resul-
ta em melhor vaporização e controle da descar-
ga de combustível, especialmente nas baixas Figura 3-10 Sistema de marcha lenta.
velocidades do motor.
Uma sangria de ar separada, conhecida
O acelerador, ou válvula borboleta, está
como ar de sangria de marcha lenta, é incluída
localizado na parte inferior do tubo de Venturi.
como parte do sistema de marcha lenta. O
Isto proporciona um meio de controle da veloci-

3-13
funcionamento é o mesmo que o da sangria de
marcha-pincipal. Um mecanismo de ajuste de
mistura de lenta é também incorporado. Um
sistema típico de marcha-enta é ilustrado na
Figura 3-10.

Sstema de controle de mistura

Quando a altitude aumenta, o ar fica


menos denso. Em uma altitude de 18.000 pés, o
ar possui apenas a metade da densidade que
tinha ao nível do mar. O pé cúbico de espaço Figura 3-12 Sistema de controle tipo sucção
contém apenas a metade do mesmo ar a 18.000 traseira.
pés do que ao nível do mar. Um cilindro de mo-
tor cheio de ar a 18.000 pés contêm apenas a Com o sistema tipo agulha, o controle
metade do oxigênio, se comparado ao cilindro manual é fornecido através de uma válvula de
cheio de ar ao nível do mar. agulha na base da câmara de flutuação (figura 3-
A área de baixa pressão criada pelo ven- 11). Esse sistema pode ser aumentado ou dimi-
turi é mais dependente da velocidade do que da nuído através de um controle de ajuste na cabine
densidade do ar. A ação do venturi arrasta o de comando. Movendo o controle para "RICH",
mesmo volume de combustível através do inje- abre-se a válvula de agulha totalmente, o que
tor de descarga, em baixas ou em altas altitudes. permite que o fluxo de combustível seja irrestri-
Por este motivo, a mistura é enriquecida quando to para o injetor. Movendo o controle para
a altitude aumenta. Isto pode ser superado ma- "LEAN", fecha-se uma parte da válvula, e res-
nualmente, ou com um controle automático de tringe-se o fluxo de combustível para o injetor.
mistura. O sistema tipo sucção traseira é o mais
Nos carburadores tipo bóia existem dois usado. Nesse sistema (figura 3-12) um certo
(2) tipos de mecanismos controlados manual- volume de baixa pressão do venturi atua acima
mente da cabine, são em geral usados para con- do combustível na câmara de flutuação, até que
trolar as misturas combustível/ar: o tipo agulha isto se oponha a baixa pressão existente no inje-
e o tipo sucção traseira. Os dois (2) tipos são tor principal de descarga. Uma linha atmosféri-
ilustrados na figura 3-11 e 3-12. ca, incorporando uma válvula ajustável, abre a
entrada para a câmara da bóia.
Quando a válvula está completamente
fechada, a pressão do combustível na câmara de
flutuação e no injetor de descarga são quase
equalizados; e o fluxo de combustível é reduzi-
do para o máximo de mistura pobre. Com a vál-
vula totalmente aberta, a pressão do combustível
na câmara de flutuação é maior; e a mistura de
combustível é enriquecida.
O controle da mistura é feito ajustando-
se a válvula entre estes dois extremos. O qua-
drante na cabine de comando é usualmente mar-
cado "LEAN", perto do batente traseiro; e
"RICH", no batente dianteiro. A posição extre-
ma traseira é marcada com "IDLE CUT OFF" e
é usada quando o motor é cortado.
Nos carburadores tipo bóia, equipados
com controle de mistura tipo agulha, ao colocar
Figura 3-11 Sistema de controle de mistura tipo o controle de mistura na posição de "CORTE
agulha. DE LENTA", a válvula de agulha acomoda-se

3-14
na sua sede, cortando o fluxo de combustível
completamente.
Nos carburadores equipados com con-
trole de mistura tipo succção traseira, uma linha
exclusiva de "CORTE DE LENTA", que con-
duz para um extremo de baixa pressão no lado
do motor da válvula aceleradora, está in-
corporada. (ver a linha pontilhada na figura 3-
12).
O controle da mistura é ligado a essa li-
nha quando é colocado na posição "IDLE
CUTOFF", abrindo outra passagem que co-
manda o pistão de sucção. Quando o controle
da mistura é colocado em outras posições, faz
com que a válvula abra a passagem, conduzindo
para a atmosfera.
Ao parar o motor com tal sistema, fecha- Figura 3-13 Sistema de aceleração.
se a válvula aceleradora, e coloca-se a chave da
mistura na posição "IDLE CUTOFF". O acele- Sistema economizador
rador (borboleta) é mantido fechado até que o
motor tenha parado de girar, voltando a abrir o Para um motor desenvolver o máximo de
acelerador completamente. potência, com o acelerador totalmente aberto, a
mistura de combustível deve ser mais rica do
Sistema de aceleração que a do Cruzeiro. O combustível adicional é
usado para refrigerar o motor e prevenir detona-
Quando a válvula aceleradora é aberta ção.
rapidamente, um grande volume de ar precipita- Um economizador é, essencialmente,
se através da passagem de ar do carburador. uma válvula que é fechada para se colocar abai-
Contudo, a quantidade de combustível que está xo de 60 a 70% da razão de potência. Esse sis-
misturada com o ar é menor que a quantidade tema, assim como o sistema de aceleração, é
normal; devido a razão de resposta lenta do sis- operado pelo controle de aceleração.
tema principal de medição. Como resultado, Um sistema economizador típico é mos-
depois da rápida abertura do acelerador, a mis- trado na figura 3-14, consiste de uma válvula de
tura combustível/ar empobrece momentanea- agulha que começa na abertura, quando a válvu-
mente. la aceleradora chega a um determinado ponto
Para vencer esta tendência, o carburador perto da posição de abertura máxima.
é equipado com uma pequena bomba de com-
bustível, chamada bomba de aceleração. Um
tipo comum de sistema de aceleração, usado no
carburador de bóia, é ilustrado na figura 3-13.
Esse sistema consiste de uma bomba de
pistão simples, operado através de haste pelo
controle do acelerador, e uma linha abrindo no
sistema principal de medição ou na garganta
perto do venturi.
Quando o acelerador é fechado, o pistão
se move para baixo, e o combustível enche o
cilindro.
Se o pistão é empurrado para frente, len-
tamente, ele vaza através de uma passagem para
a câmara de flutuação; mas se for empurrado Figura 3-14 Sistema economizador tipo válvula
rapidamente, irá emitir uma carga de com- de agulha.
bustível, e enriquecer a mistura no Venturi.

3-15
Como o acelerador continua a abrir, a
válvula de agulha abrirá, e um combustível adi-
cional fluirá através dela. Esse combustível adi-
cional suplementa o fluxo do jato principal de
medição diretamente para o injetor principal de
descarga.
Um sistema economizador, operado por
pressão, é mostrado na figura 3-15. Este tipo
possui uma cápsula selada localizada no com-
partimento interno. O compartimento é ventila-
do para o duto principal de pressão do motor.
Quando a pressão do duto chega a um certo va-
lor, a cápsula é comprimida e abre a válvula na
passagem de combustível no carburador, suple-
mentando a quantidade normal de combustível
que é descarregada através do injetor principal.

Figura 3-16 Sistema economizador do tipo suc-


ção traseira.

O combustível medido é acompanhado por um


posicionamento relativo entre um dos cantos do
rasgo na cavidade da válvula medidora, e um
dos cantos do rasgo na luva de medição. Mo-
vendo o controle de mistura, para reduzir o ta-
manho do rasgo, obtém-se uma mistura pobre
para compensação de altitude.

Figura 3-15 Sistema economizador operado por CARBURADORES DE INJEÇÃO DE


pressão. PRESSÃO

Outro tipo de economizador é o sistema Os carburadores de injeção de pressão


de sucção traseira mostrado na figura 3-16. A são distintamente diferentes dos carburadores
economia de combustível em Cruzeiro é pro- tipo bóia, sendo assim, eles não têm incorporada
porcionada pela redução da pressão efetiva de uma ventilação na câmara de flutuação ou pic-
atuação no nível de combustível, no comparti- kup de sucção do injetor de descarga, localizado
mento da bóia. Com a válvula aceleradora na no tubo de venturi. Em lugar disso, um sistema
posição de Cruzeiro, a sucção é aplicada na câ- de pressurização de combustível é fornecido, e
mara de flutuação através de um orifício eco- fechado da bomba combustível do motor para
nomizador, e através do jato e do canal econo- o injetor de descarga.
mizador tipo sucção traseira. O venturi serve apenas para criar uma
A sucção, assim aplicada na câmara de pressão diferencial, a fim de controlar a quanti-
flutuação, opõe-se a sucção do injetor aplicada dade de combustível para o jato, medido em
pelo venturi. O fluxo de combustível é reduzido, proporção ao fluxo de ar para o motor.
desse modo empobrecendo a mistura para a e-
conomia em Cruzeiro. Carburador de injeção típico
Outro tipo de sistema de controle de
mistura usa uma válvula medidora, que é livre O carburador de injeção é um me-
para girar em uma luva de medição estacionária. canismo hidromecânico, empregando um siste-
O combustível entra nos sistemas princi- ma de alimentação fechada, da bomba de com-
pal e de lenta, através de um rasgo feito na luva bustível para o injetor de descarga. Esse carbu-
de mistura (mixture sleeve). rador mede o combustível através do jato, de

3-16
acordo com a massa de fluxo de ar, e através do
corpo da aceleradora, descarregando sob pres-
são positiva.
A ilustração na figura 3-17 representa
um carburador do tipo pressão simplificado.
Para ser melhor entendido são mostradas apenas
as partes básicas.
Nota-se que as duas pequenas passagens,
uma conduzindo a entrada de ar do carburador
para o lado esquerdo do diafragma flexível; e o
outra, da garganta do venturi para o lado direito
do diafragma.
Quando o ar passa através do carburador
para o motor, a pressão na direita do diafragma
é liberada por causa da queda da pressão na
garganta do venturi. Como resultado, o dia-
fragma move-se para a direita, abrindo a válvula
de combustível.
A pressão da bomba acionada pelo mo-
tor força o combustível através da abertura da Figura 3-17 Carburador tipo pressão.
válvula para o injetor de descarga, onde será
pulverizado na massa de ar. A distância da a- Essa baixa pressão é ventilada para o la-
bertura da válvula de combustível é determinada do de baixa pressão do diafragma de ar (câmara
pela diferença entre as duas pressões atuantes “B”, figura 3-18 ), no conjunto regulador. Os
no diafragma. Essa diferença de pressão é tubos de impacto do carburador sentem a pres-
proporcional ao fluxo de ar através do são do ar de entrada e o direcionam para o con-
carburador. Portanto, o volume de fluxo de ar trole automático de mistura, que mede a densi-
determina a razão do combustível de descarga. dade do ar.
O carburador tipo injeção de pressão é Do controle automático de mistura, o ar
composto das seguintes unidades: é direcionado para o lado de alta pressão do
diafragma (câmara “A”). A pressão diferencial
(1) Corpo do acelerador . das duas câmaras, que atuam sobre o diafragma
(2) Controle automático de mistura. de ar, é conhecida como a força de medição do
ar que abre a válvula "POPPET" de combustí-
(3) Unidade Reguladora. vel.
(4) Unidade de controle de combustível; algu- O corpo do acelerador controla o fluxo
mas são equipadas com um adaptador. de ar com as válvulas aceleradoras; estas podem
ser de tipo retangular ou em forma de disco,
Corpo do acelerador dependendo do projeto do carburador.
As válvulas são montadas em um eixo,
O corpo do acelerador contém as válvu- que é conectado por haste na válvula de lenta, e
las de borboleta, o venturi principal, venturi de no controle de aceleração na cabine de coman-
apoio e tubos de impacto. Todo o ar que entra do. O acelerador possui um batente de curso
nos cilindros deve fluir através do corpo do ace- para a válvula aceleradora e um ajuste que regu-
lerador; por isso, este é o controle de ar e o meio la a velocidade de marcha lenta do motor.
de medição. O fluxo de ar é medido pelo volu-
me e peso, assim como a quantidade própria de Unidade reguladora
combustível, que pode ser adicionada para man-
ter a demanda do motor em todas as condições. O regulador (figura 3-18) é uma unida-
Como o ar flui através do venturi, sua de controlada por diafragma, e dividido em cin-
velocidade é aumentada, e sua pressão é co câmaras, contendo dois diafragmas regulado-
diminuída (princípio de BERNOULLI). res e o conjunto da válvula "POPPET".

3-17
A câmara “A” tem pressão regulada da válvula "POPPET", permitindo que mais com-
entrada de ar. A câmara “B” é o reforço de bustível entre na câmara “D”.
pressão do venturi. A câmara “C” contém com- A pressão na câmara “C” é mantida
bustível medido com pressão controlada pelo constante em 5 P.S.I. (10 P.S.I. na mesma insta-
injetor de descarga, ou pela válvula de alimen- lação) pelo injetor de descarga, ou pela válvula
tação de combustível. impelidora de alimentação de combustível. Por
A câmara “D” contém combustível não esse motivo, o conjunto do diafragma e a válvu-
medido com pressão controlada pela abertura da la "POPPET" deverão se mover na direção da
válvula "POPPET". A câmara “E” tem a pressão abertura, até que a pressão na câmara “D” che-
da bomba de combustível, controlada pela vál- gue a 5 1/4 P.S.I. Sob essas pressões, há uma
vula de alívio de pressão da bomba de combus- condição balanceda do conjunto de diafragma
tível. O conjunto da válvula "POPPET" é conec- com uma queda de pressão de 1/4 P.S.I., ao
tado por uma haste aos dois diafragmas princi- redor dos jatos na unidade de controle de com-
pais de controle. bustível (AUTO-RICO ou AUTO-POBRE).

Unidade de controle de combustível

A unidade de controle de combustível


(figura 3-19) é fixada no conjunto do regulador,
e contém todos os jatos e válvulas de medição.
As válvulas de lenta e de enriquecimento de
força, junto com as lâminas de controle de mis-
tura, selecionam as combinações de jatos para
as várias ajustagens, sendo, AUTO-RICO,
AUTO-POBRE e CORTE DE LENTA.

Figura 3-18 Unidade reguladora.

O filtro de combustível do carburador,


localizado na entrada da câmara “E”, é uma fina
malha filtrante, através da qual todo o combus-
tível deve passar quando entra na câmara “D”.
O filtro deve ser removido e limpo nos interva-
los previstos.
O propósito da unidade reguladora é Figura 3-19 Unidade de controle de combustí-
ajustar a pressão do combustível para o lado de vel.
entrada dos jatos, medidos na unidade de con-
trole. Se o injetor de pressão (pressão de câ-
Essa pressão é automaticamente regula- mara “C”) elevar-se para 5 1/2 P.S.I., o conjunto
da de acordo com a massa do fluxo de ar para o do diafragma de balanceamento deverá ser ele-
motor. vado, e o conjunto de diafragma deverá se mo-
Tomando-se como referência a figura 3- ver para abrir a válvula "POPPET", restabele-
18, assume-se que para ser dado o fluxo de ar cendo a pressão necessária de 5 3/4 P.S.I. na
em libras/hora através do corpo do acelerador e câmara “D”.
venturi, a pressão negativa de 1 / 4 P.S.I. é esta- Desse modo, a pressão diferencial de 1/4
belecida na câmara “B”. P.S.I. entre a câmara “C” e a câmara “D” é rees-
Isto tende a mover o conjunto do diafragma e a tabelecida, e a pressão cai ao redor dos jatos de
válvula "POPPET" na direção de abertura da medição, e deverá permanecer a mesma.

3-18
Se a pressão de entrada do combustível é em que o "VAPOR VENT" é instalado, ele se
aumentada ou diminuída, o fluxo de combustí- eleva para a parte superior da câmara, deslocan-
vel dentro da câmara “D” tenderá a aumentar do o combustível e baixando seu nível.
ou diminuir com a troca de pressão, fazendo Quando o nível de combustível chega a
com que ocorra o mesmo com a câmara “D”. uma predeterminada posição, a bóia (que flutua
Isto elevará a condição de equilíbrio previamen- no combustível ) puxa a válvula do "VAPOR
te estabelecida, e a válvula "POPPET" e o con- VENT" para a posição fechada sobre sua sede,
junto do diafragma, responderão através do mo- permitindo que o vapor na câmara escape atra-
vimento para aumentar ou diminuir o fluxo para vés do assentamento da ventilação de vapor, da
reestabelecer a pressão diferencial de 1/4 P.S.I.. linha de conexão, e retornando para o tanque de
Quando as lâminas de controle de mistu- combustível.
ra são movidas de AUTO-POBRE para AUTO- Se a válvula de "VAPOR VENT" tranca
RICO, ou vice-versa, selecionam os diferentes na posição fechada, ou a linha de ventilação do
ajustes dos jatos, que podem cortar uma ou duas "VAPOR VENT" para o tanque de combustível
entradas ou saídas do sistema, ocasionando a for obstruída, a ação de diminuição de vapor
mudança do fluxo de combustível. Contudo, cessará. Isto fará com que o vapor aumente
quando a posição da mistura é alterada, o dia- dentro do carburador e, por extensão, passe atra-
fragma e o conjunto da válvula "POPPET" serão vés dos jatos medidores com o combustível.
reposicionados para manter a pressão diferenci- Com o tamanho dado ao jato medidor do
al, estabelecida de 1/4 P.S.I. entre as câmaras carburador, a medição do vapor deverá reduzir a
“C” e “D”, mantendo a diferencial estabelecida quantidade do combustível medido. Isto deverá
através dos jatos. causar a saída de uma mistura combustível/ar
Sob baixos ajustes de potência (baixos pobre, usualmente intermitente.
fluxos de ar), a diferença de pressão criada pelo Se a válvula de "VAPOR VENT" trancar
venturi reforçador não é suficiente para acomo- em aberta, ou a bóia da "VAPOR VENT", ali-
dar uma regulagem consistente de combustível. nhar com o combustível e afundar, um fluxo
Por isso, uma mola de lenta, mostrada na figura contínuo de combustível e vapor ocorrerá atra-
3-18, é incorporada ao regulador. vés da linha de ventilação. Isto é importante
Assim que a válvula "POPPET" move-se para detectar esta condição, com o fluxo de
em direção à posição fechada, ela contacta a combustível do carburador suprindo o tanque
mola de lenta. A mola mantém a válvula que pode causar o transbordamento com o resul-
"POPPET" fechada e fora do seu assentamento, tado do aumento de consumo de combustível.
o bastante para fornecer mais combustível ne- Para se testar o sistema de ventilação,
cessário para a lenta. Esta mistura potencial- desconecta-se a linha do "VAPOR VENT" onde
mente super-rica é regulada pela válvula de len- é fixada no carburador, ligando a bomba refor-
ta. çadora de combustível ( BOOSTER PUMP ), ao
Na velocidade lenta, a válvula de lenta mesmo tempo que se observa a conexão da
restringe o fluxo de combustível para a quanti- "VAPOR VENT" no carburador. Move-se o
dade apropriada. Nas altas velocidades, esta é controle de mistura do carburador para "AUTO-
retirada da passagem de combustível e não pos- RICH"; então retorna-se para corte de lenta (
sui efeito de medição. IDLE CUT
Sistemas de eliminação de vapor OFF ).
(VAPOR VENT) são instalados nestes carbura- Quando a bomba de combustível ( FUEL
dores para eliminar o vapor de combustível, BOOSTER PUMP ) é ligada, deverá ocorrer
criado pela bomba, aquecido no compartimento uma ejeção inicial de combustível e ar, seguidos
do motor, e a queda de pressão através da vál- pelo corte com não mais do que um constante
vula "POPPET". gotejamento da conexão de ventilação. Nas ins-
O "VAPOR VENT" é localizado na en- talações onde a sangria é fixada na câmara “D”,
trada do combustível (Câmara “E”), ou em al- é conectada para a "VAPOR VENT" na entrada
guns modelos de carburadores em ambas as de combustível por uma curta linha externa, e
câmaras “D” e “E”. logo haverá uma ejeção inicial de combustível e
O sistema de "VAPOR VENT" opera da ar, seguidos por um contínuo e pequeno jato de
seguinte maneira: quando o ar entra na câmara combustível. Se não houver fluxo, a válvula

3-19
estará trancada em “fechado”; se houver fluxo fluxo de combustível nas regulagens de
constante, estará trancada em “aberto”. baixa potência (variação de lenta).
O propósito da unidade de controle de
combustível é medir e controlar o fluxo de (2) O controle manual de mistura é uma válvu-
combustível para o injetor de descarga. A uni- la tipo disco rotativo, consistindo de um
dade básica consiste de três (03) jatos e quatro disco redondo estacionário com “ports”
(04) válvulas dispostas em série, paralelo, e condutores do jato auto-pobre e jato auto-
série-paralelo (Veja a figura 3-19). rico, e dois pequenos orifícios de ventila-
Esses jatos e válvulas recebem combus- ção. Outra parte rotativa, parecida com uma
tível sob pressão da unidade reguladora, e então, folha de trevo, é soldada no disco estacio-
o combustível que vai para o injetor de descarga nário através de uma mola de tensão, e gira
é medido. A válvula de controle manual de mis- ao redor dos portes neste disco, através da
tura controla o fluxo de combustível. Pelo uso manete de controle manual de mistura. To-
do tamanho próprio dos jatos, e regulando a dos os portes e ventilações são fechados na
pressão diferencial através dos jatos, a quanti- posição de "IDLE CUT OFF". Na posição
dade correta de combustível é liberada para o "AUTO LEAN", os portes do jato auto-
injetor de descarga, dando a razão combustí- pobre e dois orifícios de ventilação estão
vel/ar desejada nas várias ajustagens de potên- abertos. O porte do jato auto-rico permane-
cia. Deve ser relembrado que a pressão de en- ce fechado nesta posição. Na posição
trada para os jatos está sob a unidade regulado- "AUTO-RICH", todos os portes estão aber-
ra e a pressão de saída é controlada pelo injetor tos. As posições do disco da válvula são
de descarga. mostradas na figura 3-20. As três (03) posi-
Os jatos são, na unidade básica de con- ções da manete do controle manual de mis-
trole de combustível, auto-rico e auto-pobre, e tura tornam isto possível para selecionar a
jato de enriquecimento de potência. O fluxo mistura pobre ou a mistura rica, ou para
básico de combustível é o necessário para fazer parar o fluxo de combustível inteiramente.
funcionar o motor com mistura pobre, e é medi- A posição "IDLE CUT OFF" é usada para
do pelo jato auto-pobre. dar partida ou parar o motor. Durante a par-
O jato auto-rico adiciona o combustível tida, o combustível é suprido através do
suficiente no fluxo básico para obter o enrique- "PRIMER".
cimento lento da mistura, então, teremos a me-
lhor mistura para a tração quando o controle (3) A válvula reguladora de abastecimento é
manual de mistura é colocado na posição uma pequena válvula tipo "POPPET", loca-
"AUTO-RICH". lizada na passagem de combustível que a-
As quatro válvulas da unidade básica de limenta a câmara "C" da unidade regulado-
controle de combustível são: ra, com pressão de combustível medida. Em
corte de lenta (IDLE CUT OFF), a parte li-
(1) Válvula de agulha de lenta sa da rampa de subida do ressalto, com a
(2) Válvula de enriquecimento de potência haste da válvula e a mola, fecham a válvula.
(3) Válvula reguladora de enchimento Isto proporciona um meio de cortar
(4) Controle manual de mistura (SHUTTING OFF) o fluxo de combustível
para a câmara "C" e, desse modo, propor-
As funções destas válvulas são: cionando um corte de lenta (IDLE CUT
OFF) positivo.
(1) A válvula de agulha de lenta mede o com-
bustível na variação de lenta apenas. Ela é (4) A válvula de enriquecimento de potência é
uma válvula agulha redonda e perfilada, ou outra válvula tipo "POPPET". Ela está em
uma válvula cilíndrica, colocada em série paralelo com os jatos de AUTO-POBRE e
com todos os outros meios de medição da AUTO-RICO, mas está em série com o jato
unidade básica de controle. A válvula de de enriquecimento de potência. Esta válvula
agulha de lenta é conectada por haste ao ei- inicia a abertura no começo de variação da
xo de aceleração, para que seja restrito o tração . Ela é aberta pela pressão de com-
bustível não medida, sobrepondo a pressão

3-20
de combustível medida e a tensão da mola. Esta é uma lei básica de hidráulica, onde
A válvula de enriquecimento de potên- o montante de fluido que passa através de um
cia continua orifício varia de acordo com o seu tamanho; e a
pressão cai através dele. Os mecanismos inter-
nos automáticos e o controle de mistura atuam
juntos para determinar o tamanho efetivo da
passagem do medidor, através da qual o com-
bustível passa. Os mecanismos internos, jatos
fixos, e válvula de enriquecimento de potência
variável, não estão sujeitos ao controle externo
direto.

Controle automático de mistura (AMC)

Consiste de um conjunto de cápsulas,


agulha calibrada e uma sede. O propósito do
controle automático de mistura é compensar as
trocas na densidade do ar, devido as trocas na
temperatura e altitude.
O controle automático de mistura con-
tém uma cápsula metálica, selada em 28" de Hg,
de pressão absoluta, que responde as trocas na
pressão e temperatura. Na ilustração (Figura 3-
Figura 3-20 Posição dos discos da válvula de 21), nota-se que o controle automático de mistu-
controle de mistura manual. ra está localizado na entrada de ar do carbura-
dor. Como a densidade do ar muda, a expansão
totalmente aberta e, durante toda a variação e contração da cápsula move a agulha na linha
de potência, até que o fluxo combinado a- da atmosfera.
través da válvula e o jato AUTO-RICO ex-
ceda aquele jato de enriquecimento de for-
ça. Neste ponto, o jato de enriquecimento
de força supera o jato medido, e mede o
combustível através da saída da variação de
força.

(5) Carburadores equipados, com injeção de


água são modificados pela adição de uma
válvula e um jato de derivação. A válvula e
o jato de derivação estão em série um com
o outro, e em paralelo com o jato de enri-
quecimento de potência.
O carburador controla o fluxo de com-
bustível através da variação de dois fatores bá- Figura 3-21 A unidade automática de mistura.
sicos.
A unidade de controle de combustível, Ao nível do mar, a cápsula é
atuando como uma válvula redutora de pressão, contraída, e a agulha não está obstruindo a pas-
determina a pressão medida em resposta para a sagem atmosférica. Quando a aeronave sobe e a
força de medição. pressão atmosférica diminui, a cápsula se ex-
A unidade reguladora, com efeito, varia pande, inserindo a agulha, distanciando na pas-
o tamanho do orifício, através do qual faz a me- sagem atmosférica e restringindo o fluxo de ar
dição da força de pressão do combustível. para a câmara "A" da unidade reguladora (Figu-
ra 3-18).

3-21
Ao mesmo tempo, o ar vaza lentamente Dois outros difusores instalados em al-
da câmara "A" para a câmara "B", através de guns motores são acionadores de anel
uma pequena sangria (muitas vezes referido (SLINGER RING) usados com a válvula de
como sangria de sucção traseira, ou sangria de alimentação de combustível, e o anel SPINNER
controle de mistura). usado com a válvula de descarga de injeção tipo
A razão com que o ar vaza através desta SPINNER.
sangria é em torno da mesma em grandes alti- A bomba de aceleração é usada para
tudes, assim como ao nível do mar. Portanto, a compensar o atraso inerente do fluxo de com-
agulha restringe o fluxo de ar para a câmara bustível durante a aceleração rápida do motor.
"A", a pressão do lado esquerdo do diafragma
de ar diminui; como resultado, a válvula PO- Sistemas de carburador de injeção de pressão
PPET move-se em direção a sua sede, reduzindo
o fluxo de combustível para compensar a dimi- O carburador tipo pressão, semelhante
nuição da densidade do ar. ao carburador tipo bóia, contém um sistema
O controle automático de mistura pode principal de medição, um de lenta, um sistema
ser removido e limpo, verificando que o selo de acelerador, um de controle de mistura (tanto
chumbo no ponto de ajuste não tenha problema. MANUAL como AUTOMÁTICO), um sistema
de corte de lenta, e um sistema de
Unidade adaptadora enriquecimento de força. Uma representação
esquemática de um carburador tipo injeção-
O próposito do adaptador está no carbu- pressão, série PD, é ilustrado na Figura 3-22.
rador. Esta unidade também pode conter o inje-
tor de descarga e a bomba de aceleração (veja a
figura 3-22).
Nos motores que usam válvulas de ali-
mentação de combustível, o injetor de descarga
é eliminado desde que a válvula de alimentação
sirva para o mesmo propósito, e seja construída
dentro do motor.
Onde a válvula de descarga de injeção
do "SPINNER" é usada no lugar do injetor de
descarga, a bomba de aceleração é normalmente
instalada no lado do corpo do acelerador, e o
adaptador nada mais é do que o espaçador, não
possuindo partes móveis.
O injetor de descarga é uma válvula car-
regada por mola (SPRING-LOADED) que man-
tém a pressão no combustível medido. Antes do Figura 3-22 Adaptador.
combustível poder passar através do injetor de
descarga, uma pressão suficiente deve ser apli- Sistema principal de medição
cada contra o diafragma para sobrepujar a ten-
são da mola, que está do lado do ar do dia- Talvez a mais conhecida característica
fragma. do sistema principal de medição é a de venturi
O diafragma quando levanta, arrasta a duplo (DOUBLE VENTURI). Na figura 3-23,
válvula que está fixada a seu corpo, e o combus- nota-se que a abertura inferior do venturi au-
tível é pulverizado para fora do injetor. A segu- mentador é perto da garganta do principal. Por-
rança para o injetor é o difusor que é projetado tanto causa uma aceleração no fluxo de ar atra-
para permitir a distribuição e atomização do vés do venturi reforçador e, consequentemente,
combustível dentro da massa de ar. uma queda ainda maior de pressão na sua gar-
Existem três tipos de difusores usados na ganta. Como resultado, uma grande diferencial
montagem do adaptador do injetor de descarga - de pressão e uma grande força de medição de ar
Tipo “RAKE”, “BAR” e “BOW TIE”. são obtidas.

3-22
Para fazer uso dessa força de medição, a O injetor de descarga atua como uma
garganta do venturi reforçador e a entrada para válvula de alívio para manter a pressão relati-
o venturi principal são conectadas para as câma- vamente constante, indiferente do volume de
ras de ar do carburador. combustível que seja descarregado. A pressão
Há duas destas câmaras de ar, "A" e "B". deste combustível medido atua no lado esquerdo
Câmaras "C" e "D" são câmaras de combustível. do diafragma.
As passagens da câmara "B" para a garganta do O combustível admitido para a câmara
venturi reforçador (BOOST VENTURI) pode "D" através da válvula "POPPET" (válvula de
ser facilmente percorrida. A outra passagem é pistão) exerce pressão contra o lado oposto do
menos direta. Isto conduz da câmara "B" para o diafragma.
espaço atrás do venturi principal. Os tubos de A pressão do combustível não medido
impacto ventilam esse espaço para a pressão na na câmara "D" varia com a posição da válvula
entrada de ar do carburador. Em alguns sistemas "POPPET" (pistão), e com a razão de descarga
de indução, a pressão na entrada de ar do carbu- do combustível. Durante a operação do motor,
rador é levemente acima da atmosférica por ela é maior do que na câmara "C". Portanto,
causa do efeito de compressão (RAM EFFECT). existem duas forças atuando na válvula
Se houver um turbo ou outro super carregador "POPPET":
na cabeça do carburador, a entrada de pressão é
consideravelmente maior que a atmosférica, sob (1) Uma força no diafragma de ar (diferença de
certas condições operacionais. pressão entre as câmaras “A” e “B”) ten-
Em todos os sistemas, a queda da pres- dendo a abrir a válvula; e
são na garganta do venturi reforçador é propor-
cional ao fluxo de ar. Isto causa uma redução (2) A força no diafragma de combustível (dife-
na posição da câmara "B". Desse modo, a pres- rença de pressão entre as câmaras “D” e
são nas duas câmaras de ar são diferentes, pres- “C”) tendendo fechar a válvula. A válvula
são de impacto na câmara "A" e sucção do ven- "POPPET" move-se na direção da posição
turi reforçador na câmara "B". aberta até que a pressão do combustível na
Essa diferença de pressão é uma medida câmara "D" seja bastante alta para fazer a
do fluxo do ar. força de balanceamento, que é alcançada
O diafragma da câmara de ar move-se quando a descarga de combustível e o fluxo
em direção da baixa pressão (para a direita), de ar estão na proporção correta.
abrindo a válvula POPPET (válvula a pistão).
Isto permite que o combustível, enviado para a Para prevenir que o ar no combustível
entrada do carburador sob pressão da bomba perturbe a medição do carburador, existe um
acionada pelo motor entre na câmara "D". separador de vapor na entrada do combustível.
Este combustível passa através da uni- Uma pequena bóia e uma válvula de
dade de controle para o injetor de descarga, on- agulha são posicionadas no separador de vapor
de ele força a válvula para fechar-se sobre sua na câmara.
sede, pulverizando na massa de "ar". A pressão Quando não temos vapor na câmara, a
na linha de descarga do combustível é determi- bóia é levantada e mantém a válvula de agulha
nada pelo ajuste do injetor. fechada.
A pressão na qual a bomba acionada pe- Quando há um acúmulo de vapor, o ní-
lo motor libera o combustível para o carburador vel de combustível na câmara cai, abaixando a
varia com os diferentes modelos, −embora ela bóia até que a válvula de agulha abra.
esteja sempre bem acima da regulagem da des- Os vapores, então, escapam através da
carga do injetor. linha de ventilação para um dos tanques de
A câmara "C" é abastecida de combustí- combustível.
vel com a mesma pressão que a da linha de des- Esta ação não é apenas um processo de
carga. A função da câmara "C" é permitir que o abertura e fechamento, é também um processo
combustível seja descarregado sob pressão, e onde a válvula de agulha toma uma posição
compensar as variações de pressão na linha de intermediária, permitindo que o vapor escape
descarga. tão rapidamente quanto acumula.

3-23
Sistema de marcha lenta dição está em operação. Por causa da baixa
velocidade do ar através do venturi, contudo, a
No carburador tipo pressão, o combus- pressão diferencial no diafragma de ar não é
tível segue o mesmo caminho em marcha lenta, suficiente para regular o fluxo de combustível.
como é feito quando o sistema principal de me-

Figura 3-23 Representação esquemática de um carburador de injeção de pressão, série PD.

Em vez disso, a mola de lenta na câmara Nas altas velocidades, a válvula é reti-
"D" segura a válvula pistão (POPPET) fechada rada da passagem de combustível e não temos o
sobre a sede, para admitir combustível da entra- efeito de medição.
da do carburador durante as operações em velo-
cidades lentas. O encarte na figura 3-23 mostra Sistema de aceleração
como a válvula de lenta mede o combustível da
câmara "D" para o injetor de descarga. A válvu- A bomba de aceleração é inteiramente
la é conectada para a haste aceleradora, da automática em operação. Na ilustração da figura
mesma maneira que ela regula o fluxo de com- 3-24, nota-se que a passagem de vácuo conecta
bustível durante os primeiros poucos graus de a câmara da bomba de vácuo com a passagem
abertura do acelerador. de ar do lado da válvula aceleradora do motor.

Figura 3-24 Bomba de aceleração de simples diafragma.

3-24
A pressão de ar no lado do motor da vál- de combustível para compensar o decréscimo na
vula de aceleração varia com a posição do ace- densidade do ar.
lerador. Quando o acelerador está perto Na ilustração do controle manual de
de fechar e, restringindo o fluxo de ar para o mistura, figura 3-23, nota-se que o combustível
motor, a pressão é baixa devido a sucção do entra na unidade de controle da câmara "D",
pistão. No desenho esquerdo, o acelerador está passa através deste, e sai para o injetor de des-
perto da posição fechada, e, como resultado, a carga. O caminho do combustível através da
baixa pressão na câmara de vácuo causará ao unidade de controle é determinado pela válvula
diafragma mover-se para a direita. Isto compri- tipo folha de trevo. O disco móvel desta válvula
me a mola e armazena o combustível do lado é girado da cabine de comando através da ma-
esquerdo do diafragma. nete de controle de mistura, que é ligada a ma-
Quando o acelerador é aberto, a pressão nete no carburador.
no lado do motor da válvula aceleradora aumen-
ta. Como resultado, a baixa pressão na câmara
de vácuo é perdida, e a mola move o diafragma
para a esquerda, descarregando o combustível
armazenado durante o ajuste de baixa do acele-
rador. Esse combustível é adicionado para que o
sistema principal de medição compense o súbito
aumento no fluxo de ar e forneça uma acelera-
ção uniforme.
Sistema de controle de mistura

O sistema de controle de mistura con-


tém unidades operadas automatica e manual-
mente.
O controle automático de mistura varia a
pressão do ar na câmara "A" para compensar as
mudanças na densidade do ar. O controle manu-
al de mistura fornece para seleção a razão com- Figura 3-25 Sistema de controle automático da
bustível/ar adequada para as condições opera- mistura.
cionais do motor.
O controle automático de mistura con- A posição que o disco móvel assume
tém cápsulas metálicas seladas, que respondem quando o controle na cabine de comando é ajus-
as mudanças na pressão e temperaturas. Quan- tado para auto-pobre é mostrada na figura 3-26.
do a densidade do ar muda, a expansão e con- Nota-se a grande abertura no disco fixo que é
tração da cápsula move a agulha na linha da parcialmente descoberto. Isto permite que o
atmosfera. combustível liberado para a unidade de controle
Ao nível do mar, a cápsula se contrai e a da câmara "D" passe através do jato medido
agulha é retirada da passagem atmosférica. Ver auto-pobre, o canal auto-pobre, e a abertura no
a figura 3-25 na condição ao nível do mar. disco fixo para dentro da linha de descarga.
Quando o avião sobe e a pressão atmosférica
diminui, a cápsula expande, inserindo a válvula
agulha na passagem atmosférica, restringindo o
fluxo de ar para a camara "A". Ao mesmo tem-
po, o ar vaza lentamente da câmara "A" para a
câmara "B" através de uma pequena sangria.
Portanto, quando a agulha restringe o
fluxo do ar, para dentro da câmara "A", a pres-
são no lado esquerdo do diafragma de ar dimi-
nui, e como resultado, a válvula "POPPET" Figura 3-26 Controle manual da mistura em
(Pistão) move-se de sua sede, reduzindo o fluxo auto pobre.

3-25
A razão do fluxo depende do tamanho turas, cortando completamente a descarga de
do jato e da pressão do combustível da câmara combustível.
"D". A válvula tipo folha de trevo não faz o
efeito de medição desde que a abertura no disco
fixo seja maior do que o jato de medição.
Na figura 3-27 nota-se que, no ajuste de
"AUTO-RICH", o disco móvel não cobre duas
aberturas adicionais no disco fixo. O combustí-
vel, então, flui para dentro da linha de descarga
através de ambos os jatos, automático pobre e
automático rico. Portanto, para cada pressão, o
Figura 3-28 Corte de lenta no controle de mis-
fluxo de combustível aumenta e enriquece a
tura manual.
mistura fornecida para o motor.
Sistema de enriquecimento de potência

O sistema de enriquecimento de potência


está ilustrado na figura 3-29.

Figura 3-27 Controle manual de mistura ajuste


"auto-rich".

Em todos os ajustes de misturas, a posi-


ção do disco móvel determina quais jatos deve-
rão medir o combustível. A descarga de com- Figura 3-29 Sistema de enriquecimento de
bustível depende do tamanho e número de jatos, potência.
através do qual o combustível pode passar, e na
pressão do combustível que é determinada pela Nota-se que a válvula de enriquecimento
queda de pressão no venturi do carburador. de potência é operada por diafragma. A câmara
Nos ajustes de "AUTO-LEAN" e da esquerda do diafragma é conectada a câmara
"AUTO-RICH" do controle manual de mistura, "D". A passagem conecta a câmara da direita
o controle automático varia a pressão de com- com o canal de empobrecimento automático.
bustível com as trocas na densidade do ar. Por- Portanto, a pressão do combustível medido (a
tanto, durante a operação "AUTO-LEAN" e pressão no injetor de descarga e na câmara "C"),
"AUTO-RICH", a razão de descarga do com- atua no lado direito do diafragma.
bustível depende de três (03) fatores: (1) o Nas baixas velocidades do motor, a pres-
volume do fluxo de ar através do venturi, (2) a são do combustível medido mais a força da
densidade do ar, e (3) do ajuste do controle ma- mola segura a válvula em sua sede. Como a
nual de mistura. válvula "POPPET" (Pistão) abre mais nas altas
velocidades do motor, a pressão na câmara "D"
Sistema de corte de marcha lenta aumenta. Quando esta pressão, atuando no
lado esquerdo do diafragma, é alta o suficiente
Ao parar o motor, a manete de controle para vencer as forças combinadas da mola e da
manual de mistura na cabine de comando deve pressão do combustível medido, a válvula de
ser colocada em corte de lenta (IDLE CUT enriquecimento de potência abre. Nota-se, en-
OFF). Isto gira a válvula tipo folha de trevo para tão, o aumento do fluxo de combustível no inje-
a posição correspondente. Como mostrado na tor de descarga, para fornecer uma mistura rica
figura 3-28, o disco móvel cobre todas as aber- à operação em alta potência de saída.

3-26
CARBURADORES SÉRIES PS "STROM- A pressão de ar que chega é transmitida para a
BERG" câmara "A" da parte de regulagem do carbura-
dor e para a descarga de sangria principal no
O carburador série "PS" é de baixa pres- jato de descarga principal de combustível.
são, cuba simples, carburador tipo injeção. O injetor de descarga consiste em um
O carburador consiste, basicamente, de diafragma carregado por mola (SPRING-
uma seção de ar, seção de combustível e o inje- LOADED), conectado a válvula injetora de des-
tor de descarga; todos montados juntos para carga, que controla o fluxo do combustível inje-
formar um completo sistema de medição de tado no jato de descarga principal.
combustível. Este carburador é similar ao tipo Aqui, ele é misturado com ar para
pressão-injeção; por esse motivo, os princípios executar a distribuição e a atomização da massa
operacionais são os mesmos. de ar que entra no motor.
Neste tipo de carburador (Figura 3-30) a Nos carburadores série PS, como nos
medição é executada na base da massa do fluxo carburadores de pressão-injeção, a mola do re-
de ar. O ar fluindo através do venturi principal gulador tem uma tensão fixa, que tenderá a
cria uma sucção na garganta do venturi que é manter a válvula "POPPET" (Pistão) aberta du-
transmitida para a câmara "B", na parte princi- rante as velocidades de lenta, ou até a pressão
pal reguladora do carburador, e para o lado de da câmara "D" equalizar aproximadamente 4
ventilação do diafragma do injetor de descarga. P.S.I.

Figura 3-30 Diagrama esquemático de um carburador da série PS.

3-27
A mola do injetor de descarga possui um Nas posições de baixo fluxo de ar, a se-
ajuste variável que, quando ajustado para man- ção delgada da válvula converte-se no jato pre-
ter 4 P.S.I., resultará na condição de balance- dominante do sistema, controlando o fluxo de
amento de pressão de 4 P.S.I. na câmara "C" do combustível para o regime de lenta.
conjunto do injetor de descarga, e 4 P.S.I. na Como a válvula se move para a posição
câmara "D". Isto produz uma queda zero atra- de Cruzeiro, uma seção reta na válvula estabe-
vés dos jatos principais com fluxo zero de lece um orifício fixo, cujo efeito controla a mis-
combustível. tura de Cruzeiro.
No fluxo de ar obtido, se a sucção criada Quando a válvula é colocada totalmente
pelo venturi é equivalente a um quarto de libra aberta (FULL-OPEN) pela válvula aceleradora,
(1/4 POUND), este decréscimo de pressão é o jato é puxado completamente para fora da
transmitido para a câmara "B" e para o lado de sede, e o tamanho da sede torna-se o controlador
ventilação do injetor de descarga. do jato. Este jato é calibrado para misturas de
Desde que a área do diafragma de ar potência (TAKE OFF POWER) e decolagem.
entre as câmaras "A" e "B" sejam duas vezes a Uma válvula de enriquecimento de po-
grandeza que existe entre as câmaras "B" e "D"; tência controlada por fluxo de ar pode também
e a redução de l/4 de libra de pressão na câmara ser usada com este carburador. Isto consiste de
"B" deva mover o conjunto do diafragma para a uma mola tensionada, e uma válvula de medi-
direita, abrindo a válvula "POPPET". Entretan- ção operada por diafragma. Referência a figura
to, a redução de pressão no lado da ventilação 3-31 para uma vista esquemática de uma válvula
do conjunto injetor de descarga causará a redu- de enriquecimento de potência tipo fluxo de ar.
ção da pressão total de 4 LBS para 3 3/4 LBS. Um lado do diafragma está exposto a
A maior pressão do combustível medido pressão do combustível não medido e, o outro
(4 l/4 LBS) resulta num diferencial através da lado, para a sucção do venturi mais a tensão da
cabeça de medição de um quarto de libra (por mola.
um quarto de libra de pressão diferencial criado Quando a pressão diferencial ao redor
pelo venturi). do diafragma estabelece uma grande força sufi-
A mesma razão da queda de pressão ciente para comprimir a mola, a válvula deverá
através do jato para a sucção do venturi aplicar- abrir e suprir um volume adicional de combustí-
se-á durante toda sua extensão. Qualquer au- vel para o circuito, medido em adição ao com-
mento ou diminuição na pressão de entrada de bustível suprido pelo jato principal de medição.
combustível tenderá a perturbar o
balanceamento nas várias câmaras, da maneira
já descrita.
Quando isto ocorre, o conjunto do diafragma no
regulador principal de combustível reposiciona-
se para reestabelecer o balanceamento.
O controle de mistura, se operado manu-
al ou automaticamente, compensa o enriqueci-
mento em altitudes através da sangria de pressão
do ar de impacto dentro da câmara "B", desse
modo, aumentando a pressão (diminuindo a
sucção) na câmara "B".
O aumento da pressão na câmara "B"
tende a mover o diafragma e a válvula Figura 3-31 Válvula de enriquecimento de po-
"POPPET" em direção da posição fechada, des- tência tipo fluxo de ar.
se modo, restringindo o fluxo de combustível
para corresponder proporcionalmente a diminu- Bomba de aceleração
ição da densidade do ar na altitude.
A válvula de lenta e o jato economizador A bomba de aceleração é um conjunto
podem ser combinados em um conjunto. A uni- de diafragma carregado por mola (SPRING-
dade é controlada manualmente pelo movimento LOADED), localizado no canal de medição do
do conjunto da válvula. combustível com o lado oposto do diafragma

3-28
ventilado para o lado do motor da válvula acele- A aceleração é também melhorada por
radora. causa da ação positiva do sistema de injeção.
Com este arranjo, a abertura da válvula Em adição, a injeção direta de combustível me-
aceleradora resulta na rápida diminuição da suc- lhora a distribuição de combustível, reduzindo o
ção. Esta diminuição permite que a mola es- superaquecimento dos cilindros, frequentemen-
tenda e mova o diafragma da bomba de acelera- te causado pela variação na mistura devido a
ção. A ação do diafragma e da mola desloca o distribuição desigual.
combustível na bomba de aceleração, forçando- O sistema de injeção de combustível
o para fora do injetor de descarga. também proporciona uma melhor economia de
O vapor é eliminado da parte superior do combustível do que um sistema em que a mistu-
combustível principal na câmara "D" através de ra, para a maioria dos cilindros, deva ser mais
um furo de sangria, então, através de uma linha rica do que a necessária para aquele cilindro
de ventilação retorna para o tanque principal de com mistura mais pobre, que operará mais a-
combustível do avião. propriadamente.
Os sistemas de injeção de combustível
Controle manual de mistura variam em seus detalhes de construção, disposi-
ção e operação. Os sistemas de injeção de com-
O controle manual de mistura fornece bustível BENDIX e CONTINENTAL serão
um meio de correção do enriquecimento em discutidos nesta seção. Eles serão descritos para
altitude. Ele consiste de uma válvula de agulha prover o entendimento dos princípios operacio-
e a sede, que formam uma sangria ajustável en- nais envolvidos. Para detalhes específicos de
tre a câmara "A" e a câmara "B". A válvula po- algum sistema, consulta-se as instruções do fa-
de ser ajustada para fechar a sangria da sucção bricante para o equipamento envolvido.
do venturi, mantendo a correta razão combustí-
vel/ar quando o avião ganha altitude. Sistema de injeção de combustível "Bendix"
Quando a manete de controle de mistura
é movida para a posição "IDLE CUT OFF", um O sistema de injeção de combustível
ressalto (CAM) na haste atua o "braço embala- série "BENDIX RSA" consiste de um injetor,
dor" (ROCKER ARM), que move o pistão in- divisor de fluxo e injetor de descarga de com-
terno de corte de lenta contra a manete livre na bustível. É um sistema de fluxo contínuo que
câmara "A". A manete comprime a mola do mede o consumo do ar do motor, e usa força do
diafragma do regulador para aliviar toda a ten- fluxo de ar para controlar o fluxo de combustí-
são do diafragma entre as câmaras "A" e "B". vel para o motor.
Isto permite que a pressão de combustível mais
a força da mola da válvula "POPPET" forçe Injetor de combustível
para fechar a válvula "POPPET", parando o
fluxo de combustível. Colocando a manete de O conjunto do injetor de combustível
controle de mistura em corte de lenta "IDLE consiste de: (1) uma seção de fluxo de ar; (2)
CUT OFF", também posiciona a válvula de uma seção reguladora; e (3) uma seção medido-
controle de mistura para fechado ("OFF") em ra de combustível. Alguns injetores de combus-
sua sede, e permite medir a sucção com a san- tível são equipados com uma unidade de contro-
gria do carburador fechada (BLEED OFF). le automática de mistura.

Seção de fluxo de ar
SISTEMAS DE INJEÇÃO DIRETA DE
COMBUSTÍVEL O consumo do fluxo de ar do motor é
medido pela sensibilidade da pressão de impac-
O sistema de injeção direta de combus- to e pressão na garganta do venturi no corpo do
tível possui muitas vantagens sobre o sistema acelerador. Essas pressões são ventiladas para
convencional de carburador. Há menos perigo os dois lados do diafragma de ar.
de formação de gelo, desde que a queda na tem- O movimento da válvula aceleradora
peratura devido a vaporização do combustível causa a mudança no consumo de ar do motor,
tenha lugar no/ou perto do cilindro.

3-29
resultando na troca da velocidade do ar no ven-
turi. A seção reguladora consiste de um dia-
Quando o fluxo de ar através do motor fragma de combustível que se opõe a força de
aumenta, a pressão na esquerda do diafragma é medição de ar.
reduzida (Figura 3-32) devido a queda de pres- A pressão de entrada do combustível é
são na garganta do venturi.Como resultado, o aplicada em um dos lados do diafragma de
diafragma move-se para a esquerda, abrindo a combustível; e a pressão medida do combustível
válvula de esfera. Esta pressão diferencial é é aplicada no outro lado. A pressão diferencial
referida como força de medição de ar. em torno do diafragma de combustível é cha-
Seção reguladora mada de força de medição do combustível.

Figura 3-32 Seção de fluxo de ar do injetor de combustível.

A distância de abertura da válvula de IDLE SPRING) é incorporada para manter uma


esfera é determinada pela diferença entre a pres- pressão diferencial constante de combustível.
são atuante nos diafragmas. Essa diferença na Isto permite um fluxo final adequado no regime
pressão é proporcional para o fluxo de ar através de lenta.
do injetor. Portanto, o volume do fluxo de ar
determina a razão do fluxo de combustível. Seção de medição de combustível
Sob baixos ajustes de potência, a dife-
rença na pressão criada pelo venturi é insufici- A seção de medição de combustível,
ente para acomodar uma regulagem consistente mostrada na figura 3-33, é fixada na seção de
do combustível. Uma determinada mola de re- medição de ar, contendo um filtro de entrada de
tenção de marcha lenta (CONSTANT-HEAD combustível, uma válvula de controle manual de

3-30
mistura, uma válvula de lenta e o jato principal o combustível para os cilindros individuais são
medidor. divididos em lenta pelo divisor de fluxo.

Figura 3-33 Seção de medição de combustível Figura 3-34 Divisor de fluxo.


do injetor. Como o fluxo de combustível através do
Em alguns modelos de injetores, o jato regulador é aumentado acima dos requisitos de
de enriquecimento de força está também locali- lenta, a pressão é aumentada nas linhas dos inje-
zado nesta seção. O propósito da seção de medi- tores. Essa pressão abre totalmente a válvula
ção de combustível é medir e controlar o fluxo divisora de fluxo, e a distribuição de combustí-
de combustível para o divisor de fluxo. vel para o motor torna-se função dos injetores
de descarga.
Divisor de fluxo O manômetro de pressão, calibrado em
libras-por-hora de fluxo de combustível pode
O combustível medido é liberado da ser usado como medidor de fluxo de combustí-
unidade de controle para o divisor de fluxo vel, com o sistema de injeção do "BENDIX
pressurizado. Essa unidade mantém o combustí- RSA". Esse manômetro é conectado ao divisor
vel medido sob pressão, divide-o para os vários de fluxo, sentindo a pressão sendo aplicada no
cilindros em todas as velocidades do motor, e injetor de descarga. Essa pressão é diretamente
corta (desliga) as linhas individuais dos injeto- proporcional ao fluxo de combustível, e indica a
res quando o controle é colocado em corte de potência de saída do motor e o consumo de
lenta (IDLE CUT OFF) . combustível.
Com referência ao diagrama es-
quemático na figura 3-34, a pressão do combus- Injetores de descarga de combustível
tível medido entra no divisor de fluxo através do
canal que permite ao combustível passar no di- Os injetores de descarga de combustível
âmetro interno da agulha do divisor de fluxo. (figura 3-34) são de configuração sangria de ar.
Na velocidade lenta, a pressão do com- Há um (01) injetor para cada cilindro, localiza-
bustível do regulador deve aumentar para supe- do na cabeça do cilindro. O injetor de saída é
rar a força da mola aplicada ao diafragma e ao direcionado para o porte de admissão. Cada
conjunto da válvula. Isto move a válvula para injetor incorpora um jato calibrado.
cima até o combustível poder passar através do O tamanho do jato é determinado pela
"anular" da válvula para o injetor de combustí- pressão de entrada do combustível disponível e
vel. Desde que o regulador meça e libere uma pelo fluxo máximo de combustível requerido
quantidade fixa de combustível para o divisor de pelo motor. O combustível é descarregado para
fluxo, a válvula deverá abrir apenas o necessário dentro de um ambiente nas câmaras de pressão
para passar a quantidade aos injetores. Em lenta, de ar dentro do conjunto injetor. Antes de en-
a abertura requerida é muito pequena; portanto, trar na válvula individual de admissão da câma-
ra, o combustível é misturado com ar para aju-
dar na atomização do combustível.

3-31
linha de retorno de vapor. Esta linha carrega o
Sistema de injeção de combustível Continen- vapor de volta para o tanque de combustível.
tal Ignorando o efeito da altitude ou condi-
ções do ar ambiente, o uso da descarga positiva,
O sistema de injeção de combustível na bomba acionada pelo motor, significa que
Continental injeta combustível diretamente no trocas na velocidade do motor afetam o fluxo
porte da válvula de admissão na cabeça de cada total da bomba proporcionalmente.
cilindro. Desde que a bomba tenha maior capaci-
O sistema consiste de uma bomba injeto- dade do que a necessária para o motor, a recir-
ra de combustível, uma unidade de controle, um culação interna é necessária. Pelo arranjo de um
duto e um injetor de descarga de combustível; orifício calibrado e uma válvula de alívio no
ele é do tipo fluxo contínuo, que controla o flu- caminho (curso), a pressão liberada pela bomba
xo de combustível para se igualar ao fluxo de ar é também mantida na proporção de velocidade
do motor. do motor. Estas provisões asseguram uma pres-
O sistema fluxo contínuo permite o uso são adequada, e liberam combustível para todas
de uma bomba tipo palheta rotativa, que não ne- as velocidades operacionais do motor.
cessita de sincronização (regulagem) com o Uma válvula unidirecional (CHECK
motor. VALVE) é usada para que a pressão da bomba
"BOOST", para o sistema possa derivar
Bomba de injeção de combustível (BYPASS) a bomba acionada pelo motor para a
partida.
A bomba de combustível é de desloca- Esta característica também suprime a
mento positivo, tipo palheta rotativa, com um formação de vapor sobre altas temperaturas am-
eixo fusível para conexão com o sistema de a- bientes do combustível. Além disso, permite o
cionamento de acessórios do motor. É adiciona- uso de uma bomba auxiliar como fonte de pres-
da uma válvula de alívio tipo diafragma, carre- são de combustível no caso de eventual falha da
gada por mola (SPRING-LOADED). A câmara bomba acionada pelo motor.
da válvula de alívio tipo diafragma é ventilada
para a pressão atmosférica. A vista seccional de Unidade de controle combustível/ar
uma bomba de injeção de combustível é mos-
trada na figura 3-35. A função do conjunto de controle de
combustível/ar é controlar o ar de admissão do
motor, e ajustar a pressão de combustível medi-
do para a adequada razão combustível/ar. Esta
unidade está montada no duto de entrada; e, sua
válvula borboleta, posicionada através do con-
trole de aceleração no avião, controla o fluxo de
ar para o motor (Veja a figura 3-36).
O conjunto desta unidade é fundido em
alumínio que contém o eixo e um conjunto de
válvula borboleta. O tamanho do furo de fundi-
ção é projetado para o tamanho do motor, e não
é usado venturi ou outra restrição.

Figura 3-35 Bomba de injeção de combustível. Conjunto de controle de combustível

O combustível entra na roda em espiral O corpo do controle de combustível é


do separador de vapor. Aqui o vapor é separado feito em bronze para melhor ação de rolamento
pelo movimento espiral até que, apenas o com- com as válvulas de aço inoxidável.
bustível líquido, seja liberado para a bomba. Sua furação central contém uma válvula
O vapor é puxado para a parte superior medidora em uma extremidade e uma válvula de
do centro da roda espiral por uma pequena pres- controle de mistura na outra extremidade. Cada
são do jato de combustível, e direcionado para a
3-32
válvula rotativa de aço inoxidável inclui uma controle de mistura com esta passagem determi-
ranhura que forma a câmara de combustível. na o montante do combustível, que será retorna-
O combustível entra na unidade de con- do para a bomba. Através da conexão da válvula
trole através de um filtro e passa para a válvula medidora com o ar de aceleração, o fluxo pró-
medidora (Figura 3-37). prio de combustível é proporcional ao fluxo de
A válvula rotativa possui uma aresta de ar para a correta razão combustível/ar.
forma excêntrica na parte externa do terminal da O controle de nível é montado no eixo
face. A posição do excêntrico no porte de libe- da válvula de controle de mistura, e conectado
ração do combustível controla o combustível, ao controle de mistura na cabine de comando.
que é passado para a válvula do duto principal e
para os injetores. Válvula do duto principal de combustível

A válvula do duto principal de combus-


tível (Figura 3-38) contém uma entrada de com-
bustível, uma câmara diafragma e portes de saí-
da para as linhas dos injetores individuais.
Um diafragma carregado por mola opera
a válvula no orifício central do corpo. A pressão
de combustível fornece a força para mover o
diafragma.
Quando a válvula é abaixada contra a
sede sobreposta no corpo, as linhas de combus-
tível para os cilindros são fechadas.
A válvula é furada para a passagem do
combustível da câmara do diafragma para sua
base, e uma válvula de esfera é instalada dentro
da válvula. Toda a entrada de combustível deve
passar através de uma fina tela instalada na câ-
mara do diafragma.

Figura 3-36 Unidade de controle combustível /


ar.

Figura 3-37 Conjunto de controle de combustí- Figura 3-38 Conjunto da válvula do duto prin-
vel. cipal de combustível.
O porte de retorno de combustível é co-
nectado à passagem de retorno do centro do Da válvula de controle de injeção, o
plugue medidor. O alinhamento da válvula de combustível é liberado para a válvula do duto

3-33
principal, que fornece o ponto central para a Uma proteção é fixada por pressão no
divisão do fluxo de combustível para os cilin- corpo do injetor, e se estende ao redor da maior
dros individuais. parte da tela do filtro, mantendo aberto próxima
Na válvula do duto principal, um dia- ao topo. Isto proporciona tanto proteções mecâ-
fragma levanta ou abaixa a válvula de imersão nicas como trocas repentinas na direção do flu-
para abrir ou fechar, simultaneamente, os portes xo do ar e, assim, mantém a sujeira e o material
de suprimento de combustível para cada cilin- estranho fora do injetor.
dro. MANUTENÇÃO DE CARBURADORES
Injetores de descarga de combustível
Os procedimentos de remoção poderão
Os injetores de descarga de combustível variar, tanto com os tipos de carburador, quanto
estão localizados na cabeça do cilindro, com sua com o tipo de motor que está sendo usado. Ge-
saída direcionada para o porte de entrada. O ralmente estes procedimentos deverão ser muito
corpo do injetor, ilustrado na figura 3-39, con- parecidos, independente do tipo de carburado-
tém um orifício central de passagem com um res. Algumas precauções gerais são discutidas
corpo rebaixado em cada extremidade. abaixo.
Antes de se remover o carburador, é
preciso que a válvula de corte de combustível
(ou seletora) esteja fechada. Desconecta-se as
hastes de controle do acelerador misturando-as,
e frenando a válvula aceleradora na posição
fechada.
Desconecta-se a linha de entrada de
combustível e todo o retorno de vapor, indi-
cador de pressão e linhas de partida (PRIMER
LINES).
A figura 3-40 ilustra os pontos de insta-
lação das conexões em um carburador típico. Se
o mesmo carburador é para ser reinstalado, não
se altere o ajuste dos controles de aceleração e
mistura. Remove-se a entrada e o adaptador da
entrada do ar, assim como os filtros de ar e jun-
tas do carburador.
Figura 3-39 Injetor de descarga de combustível.

A extremidade inferior é usada como


câmara para a mistura do combustível/ar antes
da atomização chegar ao injetor. O corpo su-
perior contém um orifício removível para cali-
bragem dos injetores.
Os injetores são calibrados em várias
faixas e, todos os injetores fornecidos para um
motor, têm o mesmo ajuste e são identificados
por uma letra estampada no sextavado do corpo
do injetor.
Furos radiais de passagem conectam a
parte superior alargada com a saída do corpo do
injetor. Esses furos entram no corpo rebaixado
acima do orifício e puxam o ar através de uma
tela cilíndrica, fixada ao redor do corpo do inje- Figura 3-40 Pontos de conexão na instalação
tor. do carburador.

3-34
As porcas e arruelas que seguram (fi- O fluxo de combustível é desligado, a
xam) o carburador ao motor são removidas. entrada e saída de ventilação do vapor são fe-
Quando se remove uma parte do carburador, é chados, e o carburador abastecido para aguardar
preciso ter a certeza de que nada caiu dentro do no mínimo 8 horas. Isto é necessário para man-
motor. ter os diafragmas encharcados, e devolver-lhes
Remove-se o carburador, imediatamente, a flexibilidade para o grau que devem ter,
instala-se uma cobertura de proteção no flange quando a unidade for originalmente calibrada.
de montagem do carburador para prevenir que Aperta-se os parafusos de montagem do
pequenas partes ou material estranho caia dentro carburador com valores especificados na tabela
do motor. de limite de torque conforme o manual de ma-
Quando houver perigo de material estra- nutenção. Qualquer outras porcas ou parafusos
nho entrar nas linhas de combustível durante a que possam haver na instalação do carburador,
instalação ou remoção do carburador, elas são são apertadas e frenadas antes de conectar as
cobertas com fitas. manetes de controle de aceleração e mistura.
Após o carburador ter sido fixado no motor,
Instalação do carburador verifica-se as manetes de controle de mistura e
aceleração na unidade quanto a liberdade de
Verifica-se no carburador a frenagem movimento, antes de conectar os cabos ou has-
apropriada antes da instalação no motor. Todos tes de controle.
os tampões de transporte devem ser removidos Verifica-se as linhas de ventilação de
das aberturas do carburador. vapor do carburador para o tanque de combustí-
Remove-se a cobertura protetora do vel do avião quanto a restrição por bloqueio
flange de montagem do carburador no motor, através da linha.
colocando a junta no flange de montagem na
posição. Em alguns motores, passagens de san- Regulagem dos controles do carburador
gria são incorporadas na espera de montagem. A
junta deve ser instalada, tal que o furo de san- Conecta-se e ajusta-se o carburador ou
gria, esteja alinhado com a passagem no flange os controles de aceleração e equipamento de
de montagem. medição de combustível quanto ao total movi-
Inspeciona-se as passagens de indução mento do acelerador, que é obtido com o cor-
quanto a presença de qualquer corpo estranho respondente movimento total do controle na
antes da instalação do carburador. cabine de comando. Em adição, verifica-se e
Tão logo o carburador seja colocado na ajusta-se as hastes de controle do acelerador
posição no motor, fecha-se e frena-se as válvu- para que o "BATENTE-MOLA" (SPRING-
las aceleradoras na posição, até que o restante BACK) no quadrante do acelerador no avião seja
da instalação esteja completo. igual em ambas posições: "FULL OPEN" e
Onde for praticável, o filtro do compar- "FULL CLOSED". Qualquer excesso, di-
timento do carburador é colocado em posição minuindo ou aumentando as hastes de controle
para ajudar a eliminar a possibilidade de objetos ou cabos, devem ser corrigidos.
estranhos entrarem no sistema de indução. Quando da instalação de carburadores ou
A respeito da instalação de carburador, equipamento de medição de combustível, ajus-
que usa diafragmas para controlar o fluxo de ta-se o mecanismo de controle de mistura para
combustível, conecta-se as linhas de combustí- prover um montante igual de "BATENTE-
vel, abastecendo o carburador com combustível. MOLA" (SPRINGBACK). Em ambos os termi-
Para isto, liga-se a bomba de combustível nais do quadrante de controle "RICH" e
(BOOSTER), e move-se o controle de mistura "LEAN", na cabine de comando, quando o con-
para a posição de "IDLE CUT OFF". trole de mistura no carburador ou equipamento
O fluxo é contínuo, até que o combustí- de medição de combustível é movido através do
vel que flua da válvula dreno do limite máximo.
"SUPERCHARGER" esteja livre de óleo. O que Onde controles de mistura com batente
indica que o óleo preservativo foi eliminado do forem usados, regula-se o mecanismo de contro-
carburador. le para que a posição determinada no quadrante

3-35
de controle no avião deva coincidir com as po- nunca com temperaturas que se aproximam da
sições correspondentes no carburador ou equi- máxima permitida.
pamento de medição de combustível. O ajuste da mistura de lenta é feito na
Em todas os casos verifica-se os contro- válvula de controle de combustível de lenta. Isto
les adequados de posicionamento em ambas as não deve ser confundido com o ajuste do baten-
posições "ADVANCE" e "RETARD". As folgas te de velocidade de lenta. A importância do a-
ou perdas nas hastes de controle ou cabos são juste da mistura de lenta não pode ser superten-
corrigidas. Todos os controles devem estar ajus- sionado.
tados apropriadamente para eliminar a possibili- A operação ótima do motor em baixas
dade de perdas por vibração durante a operação. velocidades pode ser obtida apenas quando a
mistura combustível/ar apropriada é liberada
Ajuste das misturas de marcha lenta para cada cilindro do motor. Misturas de lenta,
excessivamente ricas, e a resultante combustão
Excessivamente ricas ou pobres as mis- incompleta são responsáveis por mais falhas nas
turas de lenta resultam em combustão imcom- velas que qualquer outra causa simples. Mistu-
pleta no cilindro do motor, com resultante for- ras de lenta excessivamente pobre resultam em
mação de depósitos de carvão nas velas de ig- falhas de aceleração. Para maior ajuda, os efei-
nição, e subsequente falha nas velas. Em adição, tos do ajuste da mistura combustível/ar no mo-
as excessivas misturas de lenta, ricas ou pobres, tor melhoram a operação em limite de cruzeiro.
são necessárias para o táxi de velocidades de Em um motor que possui carburador
marcha lenta alta (HIGH IDLE), como resultan- convencional, a mistura de lenta é verificada
te de altas velocidades de táxi, e excessivo uso através do empobrecimento manual da mistura
dos freios. Cada motor deve ter a mistura de com o controle de mistura na cabine de coman-
lenta no carburador ajustada para a instalação do. Move-se o controle de mistura do carbura-
do motor em particular, para se obter melhor dor lenta e suavemente em direção e posição de
operação. "IDLE CUT OFF" ao mesmo tempo, ob-
Motores que são adequadamente ajusta- servando o manômetro de pressão do duto prin-
dos não terão problemas com operação de vál- cipal para determinar se a pressão deste diminui
vula, compressão de cilindro e ignição; o que antes de aumentar assim que o motor pare de
concerne a mistura de lenta do carburador, man- funcionar. A mistura ótima é obtida quando a
terá a lenta na RPM, descrita por indefinidos pressão do duto principal diminui imediatamen-
períodos sem aumento de carga, superaqueci- te, precedida pelo aumento de pressão no duto
mento, ou falha de vela. principal quando o motor para de funcionar.
Se o motor não responder ao ajuste para O montante do decréscimo deverá variar
a mistura de lenta com o resultado de caracterís- com a construção e modelo do motor e instala-
ticas estáveis, de lenta previsiveis não descritas, ção. Como regra geral, o montante de pressão
indica que alguma outra fase de operação do no duto principal deverá diminuir aproximada-
motor não está correta. Em tais casos, determi- mente l/4" (um quarto de polegada).
na-se a causa da dificuldade, corrigindo-a. Nas instalações que não usam um ma-
Em todas as instalações do avião, onde nômetro no duto principal de pressão, será ne-
manômetros de pressão do duto principal são cessário observar o tacômetro para uma indica-
usados, haverá um fornecimento consistente da ção de troca de RPM.
indicação de troca de força em velocidade de Com mais instalações, a mistura de lenta
lenta, maior que o tacômetro. Por este motivo, o deverá ser ajustada para prover uma razão de
manômetro de pressão do duto principal é utili- RPM antes para diminuir, quando cortar o mo-
zado quando se ajusta a mistura combustível/ar tor.
de lenta. A mistura de lenta e velocidade, em Este aumento de RPM deverá variar de
todos os tipos de motores alternativos, são ve- 10 a 50 RPM, dependendo da instalação.
rificadas e ajustadas. Seguindo o momentâneo aumento da
Os ajustes de mistura de lenta são feitos RPM, a velocidade do motor deverá começar a
com a temperatura na cabeça do cilindro em cair. Imediatamente, o controle de mistura para
valores normais (em torno de 150° a 170° C) e trás ("AUTO RICO"), é movido para prevenir
que o motor corte completamente.

3-36
Nos motores com injeção de combustí- A mistura de lenta continua sendo veri-
vel direta, a troca de mistura durante o empo- ficada e ajustada, até que as verificações termi-
brecimento manual com o controle de mistura é nem propriamente. Durante este processo, é
usualmente tão rápido que é impossível notar necessário mover o batente de velocidade de
qualquer aumento momentâneo na RPM, ou lenta completamente para fora de seu curso, e
diminuição da pressão no duto principal. Por manter a velocidade do motor na RPM desejada
este motivo, nesses motores, a mistura de lenta é através dos meios de aceleração. Isto deverá
ajustada ligeiramente mais pobre que a melhor eliminar a necessidade de frequentes reajustes
tração, sendo verificada através do enriqueci- do batente de lenta, assim como a mistura de
mento da mistura com o "PRIMER". lenta para melhorar e aumentar a sensibilidade
Para a verificação da mistura de lenta na da velocidade. Depois de cada ajuste, o motor é
instalação da injeção de combustível, primeiro liberado para um rápido funcionamento em alta
ajusta-se o acelerador para obter a velocidade de RPM. Isto evita falha das velas que, certamente,
lenta apropriada. Então, momentaneamente por outro lado, será causada pela mistura de
comprime-se a chave do "PRIMER" enquanto lenta incorreta.
observa-se o tacômetro e o manômetro de pres- Depois do ajuste da mistura de lenta,
são do duto principal. Se a mistura de lenta está verifica-se várias vezes para determinar defini-
correta, o combustível adicionado através do tivamente que a mistura está correta e permane-
"PRIMER" deverá causar um momentâneo au- ce constante nas repetidas trocas de alta tra-
mento na velocidade do motor, e uma momentâ- ção
nea queda na pressão do duto principal. Se o retornando para a lenta. Qualquer inconsistência
aumento na velocidade do motor, ou a diminui- de lenta no motor, antes de disponibilizar o avi-
ção da pressão no duto, exceder os limites espe- ão para serviço, é corrigida.
cificados para uma instalação em particular, a Nos carburadores tipo injeção
mistura de lenta é muito pobre (muito pobre em STROMBERG, e nas unidades de controle prin-
relação a melhor potência). Se a RPM cair cipal de injeção direta de combustível, a haste
totalmente quando a mistura é enriquecida com de controle de lenta, localizada entre a haste da
o "PRIMER", a mistura de lenta está muito válvula e a manete de controle de lenta no eixo
rica. do acelerador, incorpora uma bucha colocada
Antes de se verificar a mistura de lenta em cada extremidade (Veja figura 3-41).
em qualquer motor, ele á aquecido até que a
temperatura do óleo e da cabeça do cilindro
esteja na temperatura normal.
O controle da hélice é mantido para um
aumento de RPM, ajustando através do processo
completo de aquecimento do motor, verificando
a mistura, e fazendo o ajuste de lenta. O contro-
le de mistura, em "AUTO-RICH" é mantido
exceto pelo empobrecimento manual, requerido
na verificação da mistura de lenta nos carbura-
dores que equipam os motores.
Quando usando o "PRIMER" para veri- Figura 3-41 Mecanismo de ajuste da mistura
ficação da mistura de lenta nos motores com em marcha lenta, dos carburadores
injeção de combustível, simplesmente aperta-se de injeção Stromberg.
o botão de "PRIMER"; por outro lado, um adi- O parafuso deve estar apertado, e ter as
cional muito grande de combustível deverá ser arruelas onduladas e conjuntos de buchas. Em
introduzido, e uma indicação satisfatória deverá adição, ele não deve ter folga entre a haste e a
ser obtida através da mistura de lenta quando manete. Se houver alguma folga no terminal da
ajustada para muito pobre. haste, misturas erradas poderão ocorrer.
Se a verificação da mistura de lenta Se a suficiente variação de mistura não
revelar que está muito pobre ou muito rica, o pode ser obtida pelo ajuste normal de mistura de
fluxo de combustível de lenta é aumentado ou lenta na injeção do carburador STROMBERG,
diminuído, como necessário. disconecta-se a haste do terminal da válvula de

3-37
lenta pela remoção do parafuso e arruela auto Sistema completo
frenante.
Então, para maior alteração na mistura, O sistema é inspecionado quanto ao uso,
gira-se para fora ou para dentro (para fora para danos ou vazamentos. Todas as unidades devem
enriquecer, para dentro para empobrecer). Uma estar seguramente fixadas e frenadas.
volta no parafuso equivale a 13 Nós, ou Os tampões de drenos ou válvulas do
"CLICKS", no ajuste de lenta normal. sistema de combustível devem ser abertos e
verificados quanto a presença de sedimentos ou
Ajuste de velocidade de marcha lenta água.
O filtro e o alojamento (SUMP) devem
Depois de ajustar a mistura de lenta, o ser também verificados quanto a sedimentos,
batente de "IDLE" é recomposto para a RPM de água ou limo. Os filtros ou telas, incluindo a-
lenta, especificada no manual de manutenção do queles que provêm dos medidores de fluxo e
avião. bombas auxiliares, devem estar limpos e livres
O motor deve estar aquecido e verificado de corrosão.
quanto a um mau funcionamento do sistema de Os controles devem ser verificados
ignição. quanto a liberdade de movimento, segurança de
Após terminado qualquer procedimento bloqueio e liberdade de danos devido a aqueci-
de ajuste no carburador, coloca-se para funcio- mentos. As ventilações de combustível devem
nar o motor, com aproximadamente metade da ser verificadas quanto ao correto posicionamen-
razão normal de velocidade para liberar o mo- to e liberdade quanto a obstrução; de outra ma-
tor. neira, o fluxo de combustível ou a pressão de
Alguns carburadores são equipados com combustível pode ser afetado.
parafusos excêntricos para ajuste da RPM de Os drenos do gargalo de abastecimento
lenta; outros usam um parafuso carregado por devem ser verificados quanto a liberdade de
mola para limitar o fechamento da válvula ace- obstrução.
leradora. Se as bombas "BOOSTER" estão insta-
Em ambos os casos, o ajuste do parafuso ladas, o sistema deve ser verificado quanto a
é necessário para aumentar ou diminuir a RPM, vazamentos através da operação das bombas.
com o acelerador retardado contra o batente. Durante esta verificação, o medidor de ampera-
Abre-se o acelerador para liberar o mo- gem ou medidor de carga deve ser lido, e a lei-
tor; fecha-se o acelerador e mantém-se a RPM tura de todas as bombas, onde aplicável, deve
para estabilizar. Esta operação é repetida até que ser aproximadamente a mesma.
a velocidade de lenta seja obtida.
Tanques de combustível

MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO DO Todos os painéis aplicáveis no revesti-


SISTEMA DE COMBUSTÍVEL mento, ou estrutura do avião, devem ser remo-
vidos; e os tanques devem ser inspecionados
quanto a corrosão nas superfícies externas,
A inspeção da instalação do sistema de quanto a segurança de fixação e o ajuste correto
combustível consiste basicamente de um exame nos fixadores e cordas de fixação. Verifica-se os
do sistema em conformidade das necessidades suportes e conexões quanto a vazamentos ou
do projeto, junto com testes funcionais para falhas.
provar a correta operação. Alguns Tanques de combustível fabrica-
Desde que existam consideráveis varia- dos de liga leve são equipados com cartuchos
ções nos sistemas de combustível usados nos inibidores, para reduzir os efeitos da corrosão
diferentes aviões, não procuraremos fazer uma combinados e conduzidos através do combustí-
descrição de nenhum sistema em detalhes. É vel e da água.
importante que as instruções do fabricante para Onde aplicável, o cartucho deve ser ins-
o avião sejam seguidas quando forem realizadas pecionado e renovado em determinados perío-
as funções de inspeção e manutenção. dos.

3-38
Linhas e fixadores Válvula seletora

As linhas devem estar devidamente fixa- Gira-se as válvulas seletoras, e verifica-


das, e as porcas e braçadeiras seguramente aper- se quanto a operação livre, excessiva trepidação
tadas. Para se apertar braçadeiras de mangueira e corretos pontos de indicação. Se a trepidação
com o torque apropriado, usa-se torcômetro. é excessiva, verifica-se o mecanismo de opera-
Se esta ferramenta não está disponível, ção quanto as junções gastas, falta de pinos e
aperta-se a braçadeira com uma ferramenta ma- orelhas de acionamento quebrados. Qualquer
nual. (Ref. Livro Matérias Básicas, Capítulo 5). parte defeituosa é substituída.
Se a braçadeira não vedar com o torque especí- Os sistemas de cabos de controle são
fico, ela é substituída. Depois da instalação da inspecionados quanto a desgastes, roldanas da-
nova mangueira, as braçadeiras são verificadas e nificadas, ou rolamentos de roldanas gastos.
apertadas, se necessário.
Quando a verificação diária pára de ce- Bombas
der, inspeciona-se as braçadeiras em intervalos
menos frequentes. Durante uma inspeção de bombas
A mangueira é substituída se a capa tiver ("BOOSTER") auxiliares, verifica-se as seguin-
sido separada, se ela apresentar excessiva dila- tes condições: (1) operação apropriada; (2) va-
tação, ou se estiver enrijecida. zamentos e condição das conexões elétricas e de
Permanentes impressões da braçadeira e combustível; e (3) desgaste das escovas.
rachaduras no tubo, ou na cobertura de arma As linhas de dreno devem estar livres de
zenamento, indicam excessiva dilatação. As obstruções, dobradas ou com restrições. É preci-
mangueiras que entraram em colapso são substi- so que a bomba seja acionada pelo motor quanto
tuídas, como resultado do desalinhamento de a vazamentos e segurança dos montantes. Veri-
suportes ou linhas. fica-se, também, as linhas de ventilação e dreno
Algumas mangueiras tendem a alargar- quanto a obstruções.
se nas extremidades além das braçadeiras. Isto
Filtros das linhas principais
não é uma condição insatisfatória a não ser que
haja vazamento. Drena-se a água e sedimentos do filtro
Bolhas podem se formar na cobertura da linha principal a cada inspeção de pré-vôo.
externa de borracha sintética da mangueira. Es- A tela é removida e limpa em períodos especifi-
sas bolhas não afetam necessariamente o seu cados no Manual de Manutenção do Avião. Par-
uso. Quando a bolha é descoberta, ela é furada tículas de borracha são frequentemente avisos
logo após ser removida do avião. Se o fluido prematuros de deterioração de mangueira. Veri-
(óleo, combustível ou hidráulico) emergir do fica-se quanto a vazamentos e danos nas gaxe-
furo da bolha, condena-se a mangueira. Se ape- tas.
nas ar emergir, é feito um teste de pressão.
Se não ocorrer vazamento de fluido, a Indicadores de quantidade de combustível
mangueira pode ser considerada como utili-
zável. Furos na cobertura externa podem permi- Se o indicador visual (SIGHT GAGE) é
tir a entrada de elementos corrosivos, como á- usado, o vidro tem que ficar claro e sem vaza-
gua, que poderá atacar a fiação de cobertura e, mentos nas conexões. As linhas de condução
finalmente, resultar em sua falha. Por esta ra- quanto a vazamentos e segurança nas fixações
zão, furação na cobertura externa da mangueira, devem permanecer.
que a expõe para os elementos, devem ser evita- Os indicadores mecânicos são verifica-
dos. dos quanto a liberdade de movimento do braço
A superfície externa da mangueira pode da bóia, e a apropriada sincronização do pon-
desenvolver pequenas rachaduras, usualmente teiro com a posição.
pequenas e curtas, que são causadas pela ação Nos indicadores elétricos, ou eletrônicos,
do tempo na superfície. O conjunto da manguei- o indicador e as unidades do tanque precisam
ra pode ser considerado como utilizável, desde ficar montados, e suas conexões elétricas aper-
que estas rachaduras não penetrem para a pri- tadas.
meira lona.

3-39
Indicador de pressão de combustível Sistema de injeção de água para motores
convencionais
Verifica-se o ponteiro para tolerância
zero e excessiva oscilação; a cobertura de vidro, São poucos os que ainda estão sendo
quanto a perda das marcações de limitações; e usados, mas o sistema de injeção de água dispo-
as linhas e conexões quanto a vazamentos. Não nibiliza mais tração, que será obtida do motor
deve haver obstrução na ventilação. em potência de decolagem. O carburador ( ope-
rando em ajustes de alta tração) libera mais
Sinal de aviso de pressão combustível do que o motor realmente precisa.
O empobrecimento da mistura deverá
Inspeciona-se a instalação quanto a se- produzir mais força; contudo, o combustível
gurança de montagem e condição das conexões adicional é necessário para prevenir supera-
de ar, combustível e elétrica. quecimento e detonação.
Verifica-se a lâmpada através da pressão Com a injeção de um fluido anti deto-
da chave de teste; a operação que liga a chave nante, a mistura pode ser mais empobrecida do
da bateria; e o aumento de pressão com a bomba que àquela que produz a máxima tração, e a
"BOOSTER", observando a pressão que deverá vaporização da mistura água/álcool, que provê a
apagar a luz. Se necessário, ajusta-se o meca- refrigeração formada pelo suprimento em ex-
nismo de contato.’ cesso de combustível. (Figura 3-42).

Figura 3-42 Diafragma esquemático de um típico sistema ADI.

Operando nesta melhor mistura para potência, e a pressão máxima do duto principal
tração, o motor desenvolve mais força, nivelado pode ser aumentada.
através da pressão do duto principal e ajuste de
RPM sem variação. Em adição a isto, a pressão SISTEMA DE COMBUSTÍVEL PARA
do duto principal pode ser aumentada para o MOTORES A TURBINA - REQUISITOS
ponto que poderá causar detonação sem injeção GERAIS
da mistura água/álcool.
Desse modo, o aumento da tração com a O sistema de combustível é um dos as-
injeção anti detonante é duplamente vantajosa: o pectos mais complexos do motor de turbina a
motor pode ser operado na mistura de melhor gás. A variedade dos métodos usados para aten-

3-40
der as mais variadas necessidades do motor a energia deve ser fornecida para a turbina acima
turbina, fazem com que a carburação do motor do que é necessário para manter a RPM cons-
convencional se torne simples na comparação. tante. Contudo, se o fluxo de combustível au-
É possível aumentar ou diminuir a mentar muito rapidamente, uma mistura super
potência, para ser obtida a tração requerida a rica poderá ser produzida, com a possibilidade
qualquer condição operacional. Nos aviões e- de uma "RICH BLOWOUT". Motores Turboja-
quipados com turbina, este controle é provido to, Turbofan e Turboélice são equipados com
pela variação do fluxo de combustível para as uma unidade de controle de combustível que
câmaras de combustão. Contudo, aviões turboé- satisfaz automaticamente as necessidades do
lice podem usar hélices de passo variável; deste motor.
modo, a seleção de tração é alcançada através de Através de necessidades básicas aplica-
duas variáveis controláveis, o fluxo de combus- véis, geralmente para todos os motores de turbi-
tível e o ângulo da pá da hélice. na a gás, o meio com o qual os controles indivi-
A quantidade de combustível fornecida duais de combustível necessitam não podem ser
deve ser ajustada automaticamente para corrigir convenientemente generalizados.
as trocas na pressão ou temperatura ambiente. Cada fabricante de unidade de controle
Se a quantidade de combustível se tornar exces- de combustível tem sua própria peculiaridade de
siva em relação a massa do fluxo de ar através reunir as demandas para o motor.
do motor, a limitação de temperatura das palhe-
tas da turbina pode ser excedida, ou poderá pro- CONTROLE DE COMBUSTÍVEL DOS
duzir a queda de pressão do compressor (com- JATOS
pressor stall), e, uma condição de corte do mo-
tor por mistura rica, referida como "Rich Blo- Os controles de combustível podem ser
wout". divididos em dois grupos básicos: (1) Hidrome-
Essa condição ocorre quando o volume cânico; e (2) Eletrônico.
de oxigênio no ar de suprimento não é suficiente O controle de combustível eletrônico é
para manter a combustão, e quando a mistura é uma combinação dos dois grupos básicos. A
resfriada abaixo da temperatura de combustão maioria dos controles de combustível em uso
através do excesso de combustível. No outro são do tipo completamente hidromecânico.
extremo, o corte por mistura pobre, "Lean die- Indiferentemente do tipo, todos os con-
out", ocorre se a quantidade de combustível é troles de combustível executam essencialmente
reduzida proporcionalmente abaixo da quanti- as mesmas funções, apenas alguns sensores a
dade de ar. mais nos motores variam dos outros.
O sistema deve liberar combustível para O controle de combustível sente a posi-
a câmara de combustão, não apenas na quanti- ção da manete de potência , RPM do motor,
dade certa, mas também na condição certa, para cada uma das pressões de entrada do compres-
satisfazer a combustão. Os injetores de com- sor ou temperatura, e pressão de queima ou
bustível formam parte do sistema de combustí- pressão de descarga do compressor.Essas varia-
vel, e atomizam ou queimam o combustível que ções afetam o volume de tração que o motor
deverá ser eficiente. O sistema deve, também, poderá produzir pela demanda do fluxo de com-
suprir combustível para que o motor possa ser bustível.
facilmente colocado em funcionamento no solo
Controle hidromecânico
e no ar.
Estes são os meios que deverão injetar o Os controles dos jatos de combustível
combustível dentro das câmaras de combustão, são dispositivos complexos. Os tipos hidrome-
em condições para queimar, quando o motor cânicos são compostos por governadores de
estiver sendo operado lentamente pela sistema velocidade, sistema de servos, válvulas piloto e
de partida. Essa combustão deve ser sustentada luvas, sinal de retorno ou meios de verificação,
até que o motor seja acelerado para sua veloci- e sistemas de medição. Em adição, os controles
dade normal. eletrônicos de combustível incorporam amplifi-
Outra condição crítica que o sistema de cadores, termopares, relés, sistemas servo-
combustível deve responder ocorre durante uma elétricos, chaves e solenóides.
aceleração rápida. Quando o motor é acelerado,

3-41
Cada controle de combustível deve ser Controle eletrônico
estudado para poder ser entendido. Um sistema
de controle eletrônico de combustível e um ou- Os principais componentes do sistema
tro típico de controle de combustível hidrome- "Temperature datum" do Turboélice (
cânico serão discutidos. Para informações espe- ALLISON 501-D13) são as válvulas T.D., o
cíficas necessárias para inspeção ou manutenção coordenador, controle de combustível, SPEED
de instalações particulares, ou da unidade, con- SENSITIVE CONTROL, válvula DRENO do
sulte as instruções do fabricante, devem ser con- duto de combustível, e o ELETRONIC
sultadas. TEMPERATURE DATUM CONTROL.

Figura 3-43 Esquema do sistema de combustível do motor allison 501-d13.

“Temperature datum valve” la T.D., em resposta aos sinais do controle ele-


trônico associado. A rotação do motor é aplica-
A válvula de controle de dados de tem- da através de uma engrenagem de redução para
peratura (figura 3-44) ou válvula T.D. (Tempe- o pino de acionamento da válvula medidora;
rature Datum Valve) é o meio de ajuste fino no esta determina a percentagem de combustível
fluxo do sistema de combustível do motor, entre que deve ser ajustado (TRIMMED) do supri-
o controle principal e o duto de combustível. mento de combustível do motor e do derivado
A DATUM VALVE, opera em conjunto para as bombas.
com o controle eletrônico associado da válvula A válvula pressurizadora está localizada
T.D., ajusta o combustível fornecido do contro- imediatamente acima da saída de combustível
le principal para manter a temperatura pré- da válvula T.D., ela é carregada por mola para
selecionada na entrada da turbina. manter uma pressão residual no sistema de
A válvula consiste de um venturi, uma combustível. O lado de baixa pressão da válvula
válvula reguladora, uma válvula medidora com pressurizadora é ventilada através de uma saída
um conjunto de luvas e uma válvula pressuriza- de sangria, para derivar a pressão da saída da
dora. A válvula T.D. apresenta um parafuso de bomba "BOOSTER".
batente variável, atuado através de uma válvula A sangria de saída minimiza os efeitos
solenóide e de um pistão de acionamento. Isto da variação de pressão do combustível na ope-
limita a quantidade total de fluxo de combustí- ração da válvula pressurizadora. O parafuso de
vel do motor que pode ser reduzido. batente variável permite a redução no fluxo de
A válvula reguladora mantém uma pres- combustível nominal para o motor. O batente é
são ao redor do orifício da válvula medidora, posicionado através do pistão de acionamento.
proporcional a quantidade montante de combus- A válvula solenóide de duas posições direciona
tível que está sendo suprido para a válvula T.D. o fluido sob pressão para o pistão de aciona-
A válvula medidora é posicionada por mento, para estabelecer uma tomada de posição
suas luvas e orifícios através do motor da válvu- do parafuso batente.

3-42
Figura 3-44 diagrama esquemático da válvula T.D.

Venturi e válvula reguladora liza a pressão na garganta do venturi do lado


oposto do diafragma da válvula reguladora, um
Combustível medido sob pressão, do orifício regulado deriva o excesso de combustí-
controle principal, ao sair entra na válvula T.D. vel do motor que é estabelecido pela válvula
através de um venturi. A pressão de combustível reguladora. Simultaneamente, a queda de pres-
na garganta do venturi é uma amostra para pro- são apropriada pela regulagem fina do supri-
ver um sinal de pressão, inversamente propor- mento de combustível na garganta do venturi é
cional, para o volume de combustíel que entra conseguido em torno do orificio da válvula me-
na válvula T.D. didora. Nesta condição balanceada, a elevação
O combustível sob pressão na garganta de pressão da entrada da garganta do venturi
do venturi é aplicado para um lado do diafragma para a saída do venturi equaliza a queda de
da válvula reguladora, para prover uma força de pressão em torno do orifício da válvula medi-
posicionamento da válvula, inversamente pro- dora.
porcional ao fluxo de combustível através da Quando a válvula medidora está na posi-
entrada do venturi. ção "NULL", aproximadamente vinte por cento
O combustível da saída do venturi é ca- (20%) do total do combustível medido e suprido
nalizado diretamente para a válvula pressuriza- pela válvula T.D., é retornado para as bombas
da na saída da T.D. A válvula medidora faz o do motor.
ajuste fino do combustível em excesso do fluxo
de combustível do motor, e direciona este com- Válvula medidora (metering valve)
bustível em excesso para a válvula reguladora.
O combustível sob pressão na saída do venturi A válvula medidora é reposicionada em
flui para a válvula medidora e, através do orifí- seu orifício da posição "NULL" para variar a
cio dessa válvula, para a válvula reguladora. percentagem de combustível ajustado do venturi
Este combustível é derivado através da abertura de combustível na válvula T.D., desse modo
da válvula para a saída de derivação da entrada ajustando o montante de combustível liberado
da bomba do motor. Simultaneamente, a pressão para as câmaras do motor.
medida derivada é reduzida até que chegue a A válvula medidora é acionada em am-
equalizar a pressão da garganta do venturi no bas as direções para "PUT ou TAKE" da posi-
lado oposto do diafragma. ção "NULL", de acordo com a necessidade de
Quando a pressão medida derivada equa- temperatura do motor.

3-43
A válvula medidora posiciona sinais que Operação do motor
são enviados para o controle eletrônico associa-
do que sente as temperaturas no motor. A válvula medidora é posicionada em
Quando a válvula medidora é acionada seus orifícios através de um motor bifásico com
na direção de seu orifício, move-se na direção a válvula T.D. A voltagem de operação do mo-
de "PUT" para reduzir o fluxo de retorno. Isto tor é fornecida pela operação do controle eletrô-
faz com que o fluxo de combustível para as nico em combinação com a válvula T.D. A fase
câmaras do motor seja aumentado acima de da voltagem suprida para o motor determina a
cem por cento (100%), nominal de alimentação, direção da rotação do motor e o subsequente
quando a válvula medidora está na posição movimento da válvula medidora. A fase de vol-
"NULL". tagem, em curso, é determinada pelo tipo de
Simultaneamente, a pressão de retorno é correção de temperatura requerida, isto é, o flu-
reduzida, permitindo que a pressão na garganta xo de combustível do motor precisa ser aumen-
do venturi seja também reduzida pela abertura tado para aumentar a temperatura, ou precisa ser
da válvula, através da qual o combustível é de- reduzido para abaixar a temperatura.
rivado para as bombas do motor. A RPM do motor é transmitida através
O orifício da válvula medidora fechando de engrenagens de redução para a engrenagem
pode continuar até que os contatos da válvula de acionamento da válvula medidora em uma
atinjam o batente máximo de "PUT". O batente das extremidades do eixo. A extremidade oposta
máximo de "PUT" é ajustado durante a calibra- do eixo-pino é soldada a um tubo que carrega o
ção da válvula T.D. pino de acionamento da válvula medidora. Este
Quando a válvula medidora é acionada tipo de construção de "EIXO-PINO" provê um
para fora do seu orifício de assentamento, ela se eixo de torção, que reduz o choque mecânico no
move na direção de "TAKE" para aumentar o trem de engrenagens de redução e no motor, se
fluxo da garganta do venturi para o retorno, a válvula medidora é acionada contra algum
causando uma redução do fluxo de combustível batente.
para as câmaras do motor, abaixo daquele nor-
malmente fornecido quando a válvula medidora Operação do motor gerador
está na posição "NULL".
Concomitantemente, a pressão de retor- O motor da válvula T.D. possui um ge-
no é aumentada para mover o diafragma da vál- rador acoplado no eixo do motor. Enquanto o
vula reguladora contra a pressão na garganta do motor está acionando a válvula medidora para
venturi, desse modo, aumentando a abertura da trocar a posição da válvula, este gerador acopla-
válvula reguladora através da qual o combustí- do produz voltagem A.C., proporcional a velo-
vel é retornado para as bombas do motor. A cidade do motor.
abertura do orifício da válvula medidora pode A voltagem A.C. é o retorno para o con-
continuar até que a válvula medidora faça baten- trole eletrônico associado. A fase desta volta-
te, no variável "TAKE STOP". gem A.C. é determinada pela direção da rotação
O batente variável "TAKE STOP" permi- do motor/gerador.
te ser acionado através da válvula T.D. O fluxo A magnitude da voltagem A.C. é pro-
de combustível para o motor pode ser reduzido porcional a velocidade de rotação. Desse modo,
permitindo a proteção de temperatura máxima o retorno da voltagem provê um sinal de troca
do motor durante a partida. de razão, enviando ao controle eletrônico a ra-
Quando a velocidade do motor atinge e zão que a válvula medidora é movimentada.
excede um valor pré-selecionado, a válvula so- Com o controle eletrônico, esta volta-
lenóide da válvula T.D. é desenergizada. A gem amortece, ou reduz, o sinal de erro de tem-
ação da válvula solenóide reposiciona o batente peratura, que inicia a rotação do motor. A razão
variável de "TAKE". de redução do sinal de erro é proporcional a
O fluxo de combustível pode então ser razão em que o motor gerador está girando. A
reduzido o suficiente para diminuir qualquer redução do sinal de erro causa a correspondente
condição de super aquecimento durante a opera- redução da variação de fase da voltagem suprida
ção do motor. para o motor da válvula T.D.

3-44
O sinal desviado de erro lança a ação pa- O potenciômetro no coordenador é acionado do
ra obter a estabilidade da válvula T.D., pela re- eixo da manete de força através de um conjunto
dução da força de inércia, sem perda do torque de engrenagens.
sob condições de perda de sustentação. Deste Acima de certa posição nominal do co-
modo, a temperatura de entrada da turbina apro- ordenador, o potenciômetro esquematiza a tem-
xima-se do valor correto, a voltagem para o mo- peratura de entrada da turbina através do envio
tor é reduzida e o motor estola. Quando o motor de sinal elétrico, da temperatura desejada para o
estola, a válvula medidora deverá ser devida- controle da T.D.
mente reposicionada para prover a temperatura A chave no coordenador é atuada através
correta do fluxo de combustível. de um ressalto no eixo da manete de tração,
para transferir a função de controle de T.D. do
.Freio do motor limitador de temperatura para o controlador de
temperatura, em certa posição nominal do coor-
Um freio operado por solenóide está denador.
incorporado no eixo de saída do motor, entre o
motor e a caixa de engrenagem redutora. O freio
é desacoplado quando o solenóide é energizado, CONTROLADOR DE COMBUSTÍVEL
e acoplado quando o solenóide é desernegizado.
A voltagem de operação do freio é controlada O controlador de combustível está mon-
pelo motor do avião e circuito de controle ele- tado no alojamento de acionamento de acessó-
trônico. Quando o solenóide do freio é desener- rios, e ligado mecanicamente ao coordenador. O
gizado e o freio acoplado, a pressão de mola controle de combustível é projetado para execu-
segura a sapata do freio contra o disco, no eixo tar as seguintes funções:
de transmissão de força através do freio.
Esta ação previne que o motor nivele a (1) Prover os meios para variação do fluxo de
rotação através do ajuste do variador de fase combustível para permitir a seleção de for-
suprida para o motor. Quando o solenóide é ça que é coordenada entre o ângulo das pás
energizado e o freio liberado, a armadura do da hélice e a RPM do motor.
freio, no qual a sapata é localizada, é levantada
contra a força de mola no alojamento do sole- (2) Regular a razão do combustível medido
nóide. Isto libera a força do eixo de transmissão, durante a aceleração para prevenir excesso
permitindo que a rotação do motor seja aplicada de TIT.
para a caixa de engrenagem de redução.
(3) Controlar a razão do combustível medido
COORDENADOR durante a desaceleração do motor para pre-
venir o seu apagamento (FLAME OUT).
O coordenador está fixado na face trasei-
ra do controlador de combustível, e possui alo- (4) Controlar o motor e a velocidade de RPM
jamentos do eixo da manete de tração, discrimi- da hélice para o limite de operação do go-
nador mecânico, eixo de corte manual de com- vernador da hélice. Isto inclui tração
bustível, chaves e ressaltos atuadores, potenci- "REVERSA", baixa RPM de operação no
ômetro seletor de temperatura, potenciômetro solo, lenta de vôo e alta RPM e lenta de so-
acionador de engrenagens e fiação elétrica ne- lo.
cessária.
A unidade coordena a hélice, o controle (5) Prover meio de proteção do motor durante
eletrônico de "Temperature Datum" e o controle condições de disparo, através de redução
de combustível; ela recebe sinais através da has- do fluxo de combustível e TIT.
te da manete de tração e da manete de emer-
gência na cabine de comando, e transmite estes (6) Prover o esquema do início do fluxo de
sinais para o controlador de combustível e o combustível que, em conjunto com válvula
regulador da hélice através de um sistema de T.D. previne super aquecimento e “surge”
manetes e hastes. no compressor.

3-45
(7) Compensar as mudanças na densidade do A válvula de corte, que pode ser manual
ar, causadas pelas variações de temperatura ou eletricamente controlada, é atuada através de
e pressão na entrada de ar do compressor. uma ligação mecânica e um atuador elétrico. O
corte mecânico está combinado com a entrada
(8) Prover os meios de corte de fluxo de com- da ligação de controle de emergência. Mas, am-
bustível, elétrica e manualmente. bos, devem estar na posição "OPEN" para per-
O controle de combustível sente a pres- mitir o fluxo de combustível.
são de entrada do compressor, temperatura da Durante a partida do motor, a válvula
entrada do compressor e RPM do motor. Usan- operada permanece fechada até que o motor
do esses três fatores e o ajuste da manete de chegue a velocidade onde atua o controle de
tração, o controle de combustível mede o volu- sensibilidade de velocidade (SPEED
me apropriado de combustível através do limite SENSITIVE CONTROL) para abrir a válvula
de operação do motor. moto operada, permitindo o fluxo de combustí-
Sistemas compensadores de pressão e vel para o motor.
temperatura são projetados para manter constan-
te a temperatura da entrada da turbina (TIT),
quando as condições de entrada do compressor CONTROLE SENSITIVO DE
variarem. VELOCIDADE
O controle de combustível é projetado
para enriquecer a mistura, depois que as neces- O controle de sensibilidade de veloci-
sidades nominais do motor são acomodadas a dade (figura 3-45) é montado na base do tacô-
válvula T.D., que deriva parte do controle de metro na caixa de acessórios. Ele contém três
saída quando estiver na posição "NULL". Este chaves (SW) que são atuadas a certas velocida-
excesso de fluxo para a válvula T.D. lhe dá a des através de contrapesos centrífugos.
capacidade de adicionar tão melhor quanto sub- Durante a partida, uma chave (SW) a-
trair o combustível, para manter a temperatura ciona o combustível e a ignição, colocando em
pré-fixada pelo potenciômetro do coordenador e paralelo os elementos da bomba de combustível,
o controle da válvula T.D. O controle inclui energizando o sistema de enriquecimento de
uma válvula de corte para interromper o fluxo combustível (PRIMER) da partida quando está
de combustível ao motor. atuado, e fechando a válvula dreno.

Figura3-45 Controle sensitivo de velocidade.

3-46
VÁLVULA DRENO DA LINHA operação do motor. O que se torna segurança
PRINCIPAL DE COMBUSTÍVEL (DRIP) máxima da temperatura de operação do motor.
Durante a limitação de operação, a
O combustível de saída da válvula T.D. temperatura do motor é resguardada de exceder
é conectado para o duto principal de combustí- este valor através do sistema de controle da vál-
vel. O duto principal consiste de seções de man- vula T.D.
gueiras flexíveis, blindadas com malhas de aço, A temperatura de limite normal é efe-
que conectam a parte inferior do motor para a tuada através de todo o curso de variação da
válvula dreno. manete de tração, abaixo do ângulo em que o-
Essas seções conectam diretamente para corre uma super posição de comando de opera-
os injetores de combustível. Uma válvula dreno ção, e sempre que a chave de controle na cabine
operada por solenóide, e carregada por mola, é do avião é movida para a posição "LOCKED",
localizada na parte inferior no duto principal de como durante o pouso do avião.
combustível. Isso é projetado para drenar o A temperatura limitadora de partida é
duto principal quando a pressão de combustível efetiva apenas durante a partida do motor e da
cair abaixo de certo volume, enquanto o motor operação acima da velocidade pré-selecionada.
estiver parado para prevenir que o combustível O valor da temperatura do limite de partida é
fique gotejando dentro das câmaras. menor do que o limite normal de temperatura.
Durante o ciclo de partida, a válvula é O limite de temperatura de partida pro-
fechada através da energização do solenóide, tege o motor de temperaturas transitórias exces-
que é mantida fechada pela pressão do combus- sivas durante a partida do motor.
tível, vindo do duto principal quando o motor A temperatura de referência é projetada
está funcionando. de acordo com o ângulo da manete de tração,
controlando a variação de operação do motor. O
OPERAÇÃO DO SISTEMA valor da temperatura de referência é projetado
de acordo com a necessidade de tração do mo-
O sistema de controle da T.D. é essenci- tor.
almente um sistema servo. Deste modo, a ope- Tanto a temperatura limite como a tem-
ração do sistema é baseada em algum erro, ou peratura controlada de operação são seleciona-
variação para determinar as condições de tem- das pelo motor e chaves no avião. As chaves do
peratura do motor. O controle eletrônico da T.D. motor incluem: a chave de sensibilidade de ve-
sente qualquer erro de temperatura, e envia um locidade; e dois interruptores atuados pela ma-
sinal de correção para o servo-motor bifásico na nete de tração no coordenador do motor. A cha-
válvula T.D. associada. ve do avião atuada pelo piloto é a chave de con-
A referência para que as temperaturas do trole do sistema T.D.
motor sejam comparadas é estabelecida pelo As chaves do motor selecionam o valor
controle eletrônico. Essa referência é equivalen- limite de temperatura, "NORMAL ou
te a milivoltagem para o gerador do termo- PARTIDA" e troca o sistema de controle T.D.
couple do motor para uma temperatura determi- de operação limite para operação controle.
nada. A chave seletora de sensibilidade de
Qualquer variação entre a referência do velocidade seleciona a referência desejável para
gerador de milivoltagem do termocouple causa limitação de partida (START LIMITING) duran-
um sinal de correção de erro, −para ser mandado te a partida inicial do motor.
para o servo-motor da válvula T.D. O controle eletrônico permanece na con-
Três diferentes referências nas condições dição de limitador de partida, até que a chave de
de temperatura são usadas durante a operação velocidade abra. Quando a chave de velocidade
do sistema T.D. abrir, o controle eletrônico é comandado para a
Essas condições são limites normais, li- operação de limitação normal de temperatura.
mite de partida, e controle. O valor de tempera- As chaves (SW) atuadas pela manete de
tura de referência de controle é projetado em tração estabelecem o ângulo destas, que vão
função do ângulo da manete de tração. sobrepujar o limite de temperatura para ocorrer
A temperatura de referência do limite o controle da temperatura de operação.
normal é disponível em todas as condições de

3-47
Nos ângulos da manete de tração meno- Isto provê combustível para as câmaras
res que o ponto de ultrapassagem, (CROSS de combustão em pressão e volume necessários,
OVER) essas chaves mantêm o controle de T.D. −para manter o desempenho do motor progra-
no limite operacional. Depois que o ângulo de mado pela posição da manete de tração. Ao
ultrapassagem é atingido e ultrapassado, elas mesmo tempo, limita o fluxo de combustível
realinham oQuando a chave de controle de T.D. para manter as condições operacionais.
está na posição "LOCKED", é comandada de O JFC 12-11 é um controlador de com-
partida para o limite normal de operação. bustível totalmente mecânico para o motor Tur-
Quando a chave está colocada na posi- bojato PRATT AND WHITNEY. O diagrama
ção "AUTOMATIC" outra condição ocorre. O esquemático de operação é mostrado.
sistema de controle da T.D. é trocado da opera- O propósito do JFC é medir combustível para o
ção de controle para limite sempre que a chave motor, para controlar a RPM, prevenir supera-
de controle da T.D. é movida para a posição quecimento e excesso de combustível, ou parada
"LOCKED". do motor por falta de combustível.
Isto é conseguido pelo suprimento de si-
CONTROLE HIDROMECÂNICO DE nais da RPM do motor (N2) e pressão de quei-
COMBUSTÍVEL ma (PB). O controle, então, projeta fluxo de
combustível (Wf) em Libras/Hora, para manter
O JFC ( Jet Fuel Control ) projeta a o motor funcionando no ajuste desejado através
quantidade de fluxo de combustível necessária da manete de potência, e dentro dos limites ope-
para o motor Turbojato. racionais do motor.

Figura 3-46 Diagrama da operação do controlador de combustível JFC12-11.

3-48
Duas manetes de controle estão disponí- combustível é necessário, e, por este motivo, a
veis. A manete de tração controla a RPM do razão combustível/ar será constante (Wf / Pb ).
motor durante toda as operações de aceleração e A medição de fluxo de ar através do mo-
reverso. tor é dada pela pressão de queima (Pb). A pres-
Uma manete de corte do combustível são de queima é uma medição desigual do fluxo
controla, através da operação do corte de com- de ar, sendo usada para programar o fluxo de
bustível. O sinal da válvula "DUMP" do duto combustível durante a desaceleração, prevenin-
principal tem a sequência própria. do um corte do motor por falta de combustível.
Quando a manete de potência é movida Durante a aceleração, o fluxo de ar é
para um ajuste selecionado, uma certa percenta- programado em função da RPM e a pressão de
gem de força disponível é esperada do motor. queima, para prevenir uma parada por enrique-
A tração resulta da aceleração conferida cimento (BLOW OUT) de ar, ou supe-
a massa de ar, fluindo através do motor. Conse- raquecimento por excesso de combustível.
quentemente, qualquer variação da densidade do A curva de equilíbrio de um motor, con-
ar através de trocas de pressão ou temperatura forme a figura 3-47, indica o trabalho que o
afetarão a tração devido a mudança na massa do controle de combustível deve fazer.
fluxo de ar. O fluxo de combustível durante a partida
No limite da operação do motor ao nível é limitado pela linha de aceleração, e deverá
do mar para a altitude, as variações de pressão cair para o valor necessário de operação de lenta
atmosférica têm um maior efeito na densidade quando a RPM do motor aumentar.
do ar do que a mudança na temperatura ambien- A diminuição para o fluxo de combustí-
te. vel ocorre ao longo do declínio da curva, que é
Por qualquer condição constante de ope- uma característica governada de fabricação
ração do motor (massa do fluxo de ar através dentro do controle de combustível para um me-
do motor constante), um volume definido de lhor controle de RPM, sem aumento de pressão.

Figura 3-47 Condições de operação do motor (curva de equilíbrio).

A posição da manete de tração varia a manete de tração é movida para frente. O fluxo
compressão da mola de velocidade para sele- de combustível aumenta rapidamente no início
cionar o ajuste próprio do declínio da curva... e, então, mais gradualmente, de acordo com o
Para acelerar de lenta para máxima, a programa de aceleração que deverá resguardar

3-49
as condições de alta pressão e super aquecimen- outro lado, para o efeito combinado da pressão
to do motor. da descarga da válvula aceleradora e a força da
Pouco antes do máximo ser atingido, o mola pré-regulada, para manter a queda de pres-
fluxo de combustível começa a decrescer ao são desejada em torno da válvula aceleradora.
longo da linha de declínio para que o nível de A força da mola é ajustada para permitir
RPM não chegue ao máximo sem afogar. a compensação para uso de vários combustíveis.
Para a desaceleração da potência, o fluxo Com uma queda de pressão constante em
de combustível cai rapidamente para o progra- torno da válvula aceleradora, o fluxo através
ma mínimo, e retorna para lenta. dela deverá ser proporcional a área de seu ori-
Embora a razão do fluxo mínimo de ficio.
combustível seja mostrado através de linha reta Qualquer excesso de combustível acima
na Figura 3-47, o fluxo de combustível varia do requerido, para manter a pressão diferencial
com a pressão de queima e, deste modo, é mais ajustada, é derivado de volta para a seção entre
alta na RPM de máxima do que na RPM de len- estágios da bomba de suprimento. O orifício de
ta. alijamento na passagem para a válvula regula-
dora de pressão minimiza vibração da válvula.
DESCRIÇÃO DO CONTROLE DE COM-
BUSTÍVEL Válvula aceleradora

Operação do sistema de medição A válvula aceleradora, figura 3-48, é a


válvula medidora principal. E consiste em uma
O combustível é fornecido para a entra- mola tensionada e uma válvula de contorno ci-
da da unidade de controle, vindo dos tanques do líndrico, que se move com um flape em um ori-
avião através de uma série de bombas de refor- ficio.
ço.
O combustível é passado através de telas
e filtros no sistema de combustível do avião,
antes de ir diretamente para o controle de com-
bustível.
O combustível entra no porte de entrada
da unidade de controle, e passa através de uma
tela filtro de 200 MICRONS (figura 3-48).
Se o filtro se obstruir, permitirá que o
combustível não filtrado o derive, devido a ten-
são de mola, e a válvula será levantada de sua
sede se a pressão diferencial em torno da tela for
maior de 25 a 30 PSID. Algum combustível que
passar através do filtro comum é filtrado dire-
tamente.
Todo o combustível de alta pressão usa-
do nas válvulas e servos do controle de combus-
tível passa através do filtro fino. Esse filtro é
uma tela de 35 MICRONS e é também carrega-
do por mola. Se ocorrer um entupimento, o
combustível não filtrado deverá derivar do filtro
quando a pressão diferencial for de 10 a 17
PSID.

Válvula reguladora de pressão

O diafragma da válvula reguladora de


pressão, mostrado na figura 3-48, é exposta em Figura 3-48 Sistema de medição.
um lado para a pressão de saída da bomba e, no

3-50
Essa válvula controla o fluxo principal vula dreno do duto principal e dos dutos do mo-
de combustível, que vem da bomba do motor tor.
para os injetores de combustível.
Assim, uma pressão diferencial constan- Válvula piloto e operação da válvula acelera-
te é mantida em torno da válvula aceleradora dora
através da válvula reguladora de pressão.
Cada posição da válvula representa um O sinal de pressão que atua a válvula de
definido fluxo de combustível, indiferentemente corte e pressão mínima origina-se da válvula
da pressão de descarga da válvula aceleradora. piloto e operação da aceleradoras (Figura 3-49).
Um fluxo mínimo positivo de ajuste é feito na Em adição a este sinal de pressão, a válvula
válvula aceleradora. A válvula é carregada por piloto e a operação da válvula aceleradora fa-
mola para a sua posição de fluxo mínimo, mas zem duas outras funções. O porte desta válvula
nunca fecha completamente. determina a sequência destas funções. Essa vál-
A mola da válvula aceleradora a move vula piloto é posicionada através de um ressalto,
na direção para diminuir o fluxo, e a ação com- montado no eixo rotativo da manete de corte na
binada da pressão do servo do compressor e do cabine.
servo do governador move a válvula na direção Em operação ou na posição "ON", a vál-
para aumentar o fluxo. vula piloto direciona a alta pressão de combus-
A saída da válvula aceleradora direciona tível para a válvula de pressurização e "DUMP"
o combustível medido para a pressão mínima e do motor, onde ela trabalha contra a mola para
a válvula de corte. manter a válvula "DUMP" fechada. Como ante-
O combustível medido também atua do riormente mencionado, o lado da mola da válvu-
lado da mola da válvula reguladora de pressão, e la, de corte de pressão mínima, é exposto para a
é liberado para a válvula piloto, onde ele pode cavidade do dreno do corpo, mantendo o fluxo
derivar para o dreno, quando a manete de corte de baixa pressão da válvula aceleradora para
de combustível é colocada na posição "OFF". forçar a abertura. A terceira função da válvula
piloto, e a operação da válvula aceleradora, é
Válvula de pressão mínima e de corte para bloquear a linha de derivação do ar de im-
pacto.
A válvula de corte e pressão mínima é Quando a manete de corte de combustí-
uma válvula tipo "lançadeira", atuada para cima vel é movida para a posição "OFF", a válvula
em um lado pela pressão de descarga da válvula piloto é reposicionada pelo resssalto. Primeiro, a
aceleradora; e do outro pela combinação da for- linha de derivação de ar de impacto é aberta. A
ça da mola, tanto pela alta pressão de combus- válvula piloto, operada pela válvula aceleradora,
tível durante o corte, como pela pressão do dre- também direciona a alta pressão de combustível
no do corpo do J.F.C. durante a operação nor- para o lado da mola da válvula de corte e pres-
mal. são mínima; assegurando o fechamento da vál-
A mola também mantém a válvula fe- vula.
chada após o corte do motor. Durante a opera- A válvula mantém a linha de pressão
ção normal, quando o lado da válvula é jogado para a válvula "DUMP" e pressurizadora do
para cima pela pressão do dreno do corpo, se a motor, para drenar para dentro da cavidade do
pressão de descarga da válvula aceleradora cair corpo, permitindo que a mola abra a válvula; e
abaixo de um valor pré-regulado, ela deverá se qualquer combustível no duto principal do mo-
mover na direção da posição "CLOSED", res- tor seja drenado.
tringindo o fluxo do controle de combustível, Durante o corte do motor em vôo, o ar
até que a pressão de descarga da válvula acele- de impacto do motor, e a bomba de combustível,
radora aumente novamente para o valor pré- continuam a operar. Desde que o fluxo externo
ajustado. Isto assegura que pressão suficiente do controle de combustível seja cortado, a saída
seja mantida disponível para operação dos ser- da bomba deve ser aliviada. Isto não pode ser
vos e válvulas. feito pela válvula de alivio da bomba (1000 PSI)
O fluxo de combustível medido vem da ou pelo controle de combustível. Para evitar as
válvula de corte e pressão mínima para a saída condições de alta carga na bomba e alta tempe-
do controle de combustível, e então para a vál- ratura que acompanham a operação da válvula

3-51
de alívio, a função de derivação é feita com o combustível é estabelecido através da válvula
controle de combustível em pressão mínima. cilíndrica.
A linha de derivação de ar de impacto A figura 3-50 é uma representação es-
traz pressão de combustível medido ( pela vál- quemática do sistema de computação. As unida-
vula aceleradora) para um porte no alojamento des que compõem esse sistema e sua operação
da válvula piloto e de aceleração. Se a válvula são descritas nos parágrafos seguintes.
piloto é posicionada para cortar o fluxo de com-
bustível para o motor, a pressão do combustível Conjunto servo de pressão de queima
medido é sangrada através da linha de derivação
e do alojamento da válvula piloto, para a baixa Os conjuntos de controle do servo de
pressão da cavidade do corpo. pressão de queima controlam a posição do ser-
A diminuição da pressão do combustível vo.
medido também reduz a força do lado da mola A posição do servo de pressão do com-
do diafragma regulador de pressão. Isto mantém pressor provê a entrada para a multiaplicação
a válvula reguladora totalmente aberta, deri- das ligações que atuam sobre a válvula acelera-
vando a saída da bomba. dora. O conjunto queimador consiste em duas
Se um corte do motor é feito durante a cápsulas, uma que é ventilada para a pressão da
condição de alta pressão (posição de manete em câmara e outra que é evacuada.
máxima tração), um orifício na linha de deriva- As duas cápsulas estão instaladas, dia-
ção de ar de impacto é colocado, para que a metralmente opostas, em uma estrutura rígida,
pressão na cavidade do corpo não possa aumen- com seus terminais móveis conectados em uma
tar para valores que possam danificar o controle haste comum.
de combustível. Se a pressão de queima aumenta durante
a operação, a cápsula esquerda se distende. Esse
Operação do sistema de computação movimento é transmitido através da manete,
conectada para a haste da cápsula, movendo a
Através do posicionamento da válvula válvula piloto no servo de pressão do compres-
principal de medição, o sistema de computação sor.
seleciona um fluxo de combustível para cada O movimento da válvula piloto direcio-
condição operacional do motor. Esse fluxo de na alta pressão de combustível para a câmara
servo do governador.

Figura 3-49 Válvula piloto atuada pela aceleração.

3-52
A seção transversal da válvula servo do
governador é maior que o terminal da câmara
servo que está na extremidade oposta, o qual é
atuado para cima pela alta pressão de combustí-
vel. Por este motivo, o aumento de pressão na
câmara causa o movimento na válvula servo do
governador, deste modo trocando a entrada da
ligação da multiaplicação da válvula acelerado-
ra. Assumindo que o servo do governador é
estacionário, um aumento na pressão de queima
deverá causar um aumento no fluxo de combus-
tível. Quando o servo de pressão do compressor
se move, a passagem de combustível aberta pelo
movimento da válvula piloto é gradualmente
fechada, até que o servo, seguido pelo acompa-
nhamento da válvula piloto, assuma nova posi-
ção de equilíbrio. Se a pressão de queima
diminui, a cápsula contrai, movendo a válvula
piloto para que a câmara servo do governador
seja drenada para a pressão do corpo. A alta
pressão de combustível atuando no terminal da
área menor do servo da válvula do governador,
movimenta-o, portanto, há uma mudança na
Figura 3-50 Sistema de computação.
entrada para a ligação de multiaplicação da vál-
vula aceleradora. Assumindo que o servo do
Se, devido a mudança da pressão do
governador é estacionário, a diminuição da
servo, a força exercida através desta pressão na
pressão de queima causa uma diminuição no
extremidade da área maior do governador servo
fluxo de combustível. A pressão da válvula ser-
é maior que aquela exercida pela alta pressão na
vo do compressor se move para uma nova posi-
extremidade oposta, o servo do governador mo-
ção de equilíbrio, e isto é acompanhado nova-
ve-se e, através da ligação de multiaplicação,
mente pela válvula piloto.
mantém a válvula aceleradora para o curso em
direção a diminuição de fluxo. Inversamente, se
Servo do governador
a força exercida pela pressão do servo é menor
do que a exercida pela alta pressão, o gover-
O servo do governador controla o fluxo
nador servo se move e aciona a válvula acele-
de combustível com a função de ajustar a velo-
radora na direção de aumentar o fluxo. O fluxo
cidade do motor, levando em consideração do
de combustível do servo para o servo do
CIT (Compressor Inlet Temperature) e as limi-
governador é controlado por
tações operacionais do motor.
(1) governador de velocidade; e
O servo do governador (Figura 3-50)
(2) (2) pela válvula piloto limitadora de
atua sobre a válvula aceleradora através da liga-
temperatura e "SURGE".
ção de multiaplicação, em conjunto com o servo
de pressão do compressor.
SISTEMA DE PROGRAMAÇÃO DE
Para uma discussão da operação do ser-
COMBUSTÍVEL
vo do governador, deverá ser assumido que a
válvula servo de pressão do compressor é esta-
Regulagem do governador de velocidade
cionária. O governador servo é uma válvula
"lançadeira", que atua com alta pressão de com-
A regulagem do governador de veloci-
bustível em uma pequena área da extremida-
dade (Figura 3-51) controla a posição do servo
de do servo de pressão da válvula piloto do go-
do governador, − ele é um governador tipo cur-
vernador de velocidade atuando na outra
va permanente centrífugo, acionado pelo rotor
extremidade.
de alta velocidade do motor (N2), através de um

3-53
trem de engrenagens. Quando a velocidade do te, quando a velocidade do motor diminui, os
motor aumenta, os contrapesos centrífugos ten- contrapesos centrífugos se movem para dentro e
dem a se mover para fora, levantando a válvula a válvula piloto é abaixada.
piloto de seu ajuste de velocidade. Inversamen-

Figura 3-51 Sistema de programação.

A manete de tração na cabine de coman- o combustível de alta pressão para o servo do


do posiciona os ressaltos de ajuste de velocida- governador, através da válvula "OVERRIDE
de na unidade de controle de combustível, para CHECK".
manipular o sistema de manetes e, desse modo, O servo se move para cima, causando a
controlar a compressão da mola de velocidade. diminuição da razão combustível/ar. Como a
Esta, exerce força na válvula piloto de regula- posição do governador servo é alterada, a mane-
gem de velocidade. te se move em torno do ponto de pivotamento.
A condição de "ON SPEED" indica que O movimento da manete altera a compressão da
a força da mola de velocidade e a força dos con- mola de velocidade, que força a válvula piloto,
trapesos centrífugos estão iguais. enquanto o "centrífugo" de RPM força o balan-
Quando a RPM excede àquela que a ma- ceamento dos contrapesos, resultando na condi-
nete de tração ajustou, os contrapesos centrífu- ção de equilíbrio "ON SPEED".
gos do governador de velocidade se movem Inversamente, se a RPM do compressor
para fora, levantando a válvula piloto. Isto mede de "ALTA" é mais baixa do que a demanda re-

3-54
guladora da manete de tração, os contrapesos se motor deve continuar até que o motor possa
movem para dentro, permitindo a pressão do acelerar além da velocidade de auto sustentação.
servo do governador drenar para a pressão de Quando a manete de corte está sendo
reforço. Isto permite qua a alta pressão de com- avançada para a posição "ON", os procedimen-
bustível no terminal oposto do servo desloque-o tos de aceleração devem ser os seguintes: (1) a
para baixo, aumentando a razão combustível/ar. manete de tração deve ser levada para o aumen-
O reposicionamento da manete altera a to máximo do fluxo de combustível; e (2) o res-
força da mola de velocidade. salto de ajuste posiciona a haste de velocidade
Os contrapesos e a força da mola de ve- até que a mola do ajuste do governador seja
locidade irão novamente equilibrar para a con- comprimida além da força necessária, para con-
dição "ON SPEED". trabalançar a força centrífuga dos contrapesos.
As condições operacionais não são cons- Na partida, os contrapesos estão girando
tantes. Portanto, a posição da curva de equilí- tão lentamente que a força da mola de velocida-
brio pode mudar. (Esta curva é ilustrada na figu- de é maior que a força dos contrapesos, e o ajus-
ra 3-47). te de velocidade da válvula piloto é movido para
As características de declínio da regula- baixo. Isto expõe a linha de pressão do gover-
gem de velocidade do governador são utilizadas nador servo para o dreno do corpo; e a alta pres-
para prover novas regulagens - "ON SPEED". são na extremidade oposta do servo do governa-
Por exemplo, a densidade do ar pode pressionar dor aciona o servo para baixo, aumentando o
o compressor do motor, causando um decrésci- fluxo de combustível. Essa ação é representada
mo de velocidade. E, neste caso, a força dos pelos pontos 1 e 2 na figura 3-47.
contrapesos é menor do que a força da mola de
velocidade, e a válvula piloto se move para bai- Válvula de limite de temperartura e "surge"
xo, aumentando o fluxo de combustível. Isto
corrige a queda na RPM. A válvula limitadora (figura 3-51) so-
A manete diminui a força da mola de brepuja a ação do governador de velocidade
velocidade na válvula piloto. A manete ajusta durante as rápidas acelerações, para assegurar
levemente para baixo a RPM final, quando o que o "SURGE" e os limites operacionais de
sistema vai para "ON SPEED" para uma nova temperatura do motor não sejam excedidos.
condição de equilíbrio. A posição da válvula piloto limitadora é
As condições operacionais podem causar controlada através de uma haste. A haste é atua-
um aumento de velocidade no motor. da pela posição do servo do governador, pela
O fluxo de combustível é diminuído RPM do motor e pela temperatura de entrada do
para esta condição, mas a manete reajusta o go- compressor.
vernador de velocidade para a condição "ON Durante o estado de operação constante,
SPEED", e aumenta, ligeiramente, a RPM. uma passagem através da válvula limitadora
As características de declínio de curva está aberta entre o governador de velocidade e o
indiretamente controlam a temperatura máxima governador servo, mantendo um fluxo de
da turbina através da limitação da RPM desta. combustível com o qual o governador servo
poderá ser controlado pelo governador de
Partida velocidade.
Durante as rápidas acelerações, a válvula
piloto limitadora é movida para restringir ou
Durante a partida, um volume apropria- bloquear esta passagem.
do de combustível deve ser suprido, para asse- A pressão é, deste modo, medida em
gurar que ela seja rápida e, durante algum tem- torno do piso da válvula piloto limitadora, que
po, mantenha as temperaturas na entrada da deverá mover o servo do governador para con-
turbina dentro dos limites especificados. trolar o fluxo de combustível numa razão má-
Quando o motor parte, a manete de corte xima segura.
de combustível não é movida até aproximada- Quando o motor atingir a RPM ajustada,
mente 12 a 16% da RPM que é indicada no ta- o governador de velocidade deverá dirigir o
cômetro. Nesta velocidade, a manete de corte é combustível de alta pressão para o servo do go-
movida para a posição "ON". A velocidade de vernador, para diminuir o fluxo de combustível.
ignição está agora sendo obtida, mas o giro do

3-55
Desde que a passagem através da válvu- cilíndrica inclinada posiciona a válvula “surge”
la piloto limitadora possa ser bloqueada, uma e a limitadora de temperatura.
válvula unidirecional é mantida para que o A outra superfície do ressalto não é usa-
combustível em alta pressão possa ser derivado do no controle de combustível JFC-12-11. O
da passagem bloqueada, chegando ao governa- ressalto 3D e a unidade de translação são mos-
dor servo, e diminuindo o fluxo de combustível tradas na figura 3-52.
para evitar um excesso de velocidade. Quando o A RPM do motor é sentida pelos contra-
servo do governador se move para diminuir o pesos centrífugos, e aciona a unidade sensível
fluxo de combustível, a válvula piloto limitado- de velocidade através do motor por um trem de
ra retornará à posição operacional de "STEADY engrenagens.
STATE". A válvula piloto é balanceada entre uma
mola fixa e as forças dos contrapesos.
Ressalto tridimensional e unidade de trans- Os contrapesos não movem o ressalto
lação 3D diretamente, ele é posicionado através de
outro ressalto 3D do servo de translação, conec-
Os ressaltos tridimencionais operam tado ao primeiro ressalto.
através de hastes para prover uma limitação de O servo do ressalto possui uma alta pres-
velocidade de "SURGE" para a válvula são de combustível (7 a 50 PSI), atuando em sua
"SURGE", limitação de temperatura e uma en- menor área durante todo tempo.
trada de força para a mola do governador de A área maior do servo do ressalto 3D,
velocidade. tanto é atuado para cima pela alta pressão do
O ressalto 3D são realmente dois ressal- combustível da bomba do motor, ou é ventilado
tos em um eixo comum. para o dreno do corpo de controle de combustí-
vel.
Quando a velocidade do motor aumenta,
os contrapesos se movem para fora. A força
dos contrapesos, mais a mola de retorno, mo-
vem a válvula piloto para baixo, comprimindo a
mola fixa. A válvula piloto abre o porte da área
maior do servo do ressalto 3D.
Quando a pressão do servo na câmara é
direcionada para o dreno da cavidade do corpo,
a alta pressão de combustível atua na área me-
nor, levantando o ressalto do pistão do servo e o
ressalto superior.
Como o ressalto se translada (move-se
verticalmente), a força na mola de retorno é
diminuida. Isto aumenta a força em cadeia, em
oposição a força dos contrapesos. O resultado é
que a própria válvula piloto retorna para a posi-
ção neutra, e o servo do ressalto pára de mover-
se.
Quando a velocidade do motor é redu-
zida, a força fixa da mola força os contrapesos
para dentro, permitindo que se desloque a vál-
vula piloto para cima. Isto dirige a alta pressão
de combustível para a câmara do servo do res-
salto.
Figura 3-52 Unidade de translação e ressalto 3d. O servo e o ressalto se movem para bai-
xo. Como o ressalto se movimenta, o aumento
Dois ressaltos cilíndricos (CAMS) foram da força da mola de retorno traz para neutro a
mecanizados em sua superfície. Uma superfície válvula piloto.

3-56
Proteção do motor contra disparo (over- clínio do governador reduzem a razão combus-
speed) tível/ar, quando a velocidade do compressor
aumenta até que a operação de equilíbrio é al-
Se o sinal de RPM para o controle de cançada no ponto nove (9).
combustível é rompido, o ajuste de velocidade
do governador deverá reagir através das condi- Desaceleração do motor
ções existentes de baixa velocidade do motor. A
mola de velocidade força a válvula piloto para Quando a desaceleração é desejada, a
baixo, e alija a pressão do servo do governador; manete de potência na cabine de comando é
este último solicita mais combustível, que tende retardada, reduzindo a compressão na mola de
a causar disparo do motor. velocidade.
O ressalto 3D desloca a válvula piloto, A válvula piloto de velocidade do go-
que também é posicionada pelo sinal de RPM. vernador se move para cima (da força centrífu-
Com o sinal de RPM interrompido, a mola fixa ga); e alta pressão de combustível é dirigida
empurra a válvula piloto para cima. para o lado de baixo do servo do governador
Alta pressão de combustível é dirigida através da válvula "unidirecional”. O governa-
através da válvula piloto, e força o ressalto ser- dor servo é movido para cima à razão mínima,
vo e o 3-D para baixo, na posição 0% de RPM. representado pelo ponto dez (10) na figura 3-47.
O ressalto circular de 0% de RPM provê um O fluxo de combustível do ponto dez/onze
conhecido fluxo constante de combustível. Esta (10/11) é determinado pela posição do servo de
ação previne o programa de excesso de combus- pressão do compressor.
tível, protegendo o motor contra disparo, se o A pressão de queima programa o fluxo
acionamento do controle de combustível falhar. de combustível como se o motor perdesse RPM,
continuando até que a própria válvula acelera-
Aceleração do motor dora se encaminhe contra o batente de fluxo
mínimo, onde ela pode fechar sem problema.
O programa de aceleração é mostrado Esses são os pontos onze e doze na curva
nos pontos 4,5,6,7,8 e 9 na figura 3-47. ( 11 e 12). O limite de fluxo mínimo representa
O posicionamento do servo do governa- a condição mínima de auto sustentação do mo-
dor é similar àquele do programa de partida. Em tor. A razão combustível/ar mínima é projetada
"lenta", o motor é operado na extremidade es- para evitar o apagamento por pouco com-
querda da curva de equilíbrio do ponto quatro bustível nas áreas.
(4). Para iniciar a aceleração, a manete de tração
na cabine de comando é movida na direção SISTEMA DE REARME COM INJEÇÃO
"TAKE OFF", causando um imediato salto no DE ÁGUA
fluxo de combustível.
Quando a manete de tração é movida, o
ressalto de ajuste aumenta a carga na mola de Em dias quentes, a tração é reduzida por
velocidade. Esse aumento causa um outro au- causa da diminuição na densidade do ar. Isto
mento de velocidade na válvula piloto do go- pode ser compensado através da injeção de água
vernador para mover-se para baixo, permitindo na entrada do compressor ou no alojamento do
a pressão certa para dreno, da extremidade de difusor; baixando a temperatura e aumentando
área maior do servo do governador. A alta pres- a densidade do ar.
são na extremidade oposta força o servo do go- Um contator (Micro Switch) no controle
vernador para baixo, aumentando a razão com- de combustível é atuado pelo eixo de controle,
bustível/ar. quando a manete de tração é movida para posi-
Esta ação é representada entre os pontos ção de tração máxima.
quatro e cinco ( 4 e 5 ). A injeção de água reajusta a velocidade
O programa de combustível, durante a do servo (figura 3-53), recalibrando a velocida-
aceleração dos pontos cinco e oito ( 5 e 8 ), é de ajustada para valores mais altos durante a
similar para a operação discutida sobre a partida injeção de água.
com a manete de potência ajustada em "lenta". Sem este ajustamento, o controle de
Após o ponto oito (8), as características de de- combustível iria diminuir a RPM para que ne-

3-57
nhum adicional de tração fosse realizado duran- de controle de combustível é atuada. Quando a
te a injeção. água é disponível, uma porção é direcionada
para o reajuste de velocidade do servo.

MANUTENÇÃO DO CONTROLE DO
COMBUSTÍVEL DOS JATOS

O reparo do controle do jato de combus-


tível é muito limitado. Os reparos permitidos na
pista são de substituição do controle e ajustes
após serviços. Esses ajustes são limitados para a
RPM de lenta e ajustes de velocidade máxima,
comumente chamada "TRIMMING" do motor.
Ambos os ajustes são feitos no limite normal de
operação.
Durante o "Trimming" do motor, o con-
trole de combustível é verificado quanto a RPM
de lenta, máxima, aceleração e desaceleração.
Os procedimentos usados para verificar o con-
trole de combustível variam, dependendo do
avião e da instalação do motor.
O motor é "ajustado" de acordo com os
procedimentos do manual de manutenção, ou
revisão, para cada motor em particular. Em ge-
ral, o procedimento consiste na obtenção da
temperatura do ar ambiente e da pressão baro-
métrica na pista ( não ao nível do mar). Deve-se
obter a temperatura real, lida e comparada, do ar
que deverá entrar no motor. Usando essas leitu-
ras, a pressão de descarga da turbina desejada, e
lida, é computada de cartas publicadas no ma-
nual de manutenção.
O motor é operado em tração máxima
(ou no controle de combustível no batente de
Figura 3-53 Sistema de rearme com injeção de "TRIM") por um período suficiente de tempo,
água. para assegurar-se que está completamente esta-
bilizado.
O servo é uma válvula "SHUTTLE" que Cinco minutos é o período usualmente
é atuada para cima pela pressão de água durante recomendado para a estabilização. Uma verifi-
a injeção de água. cação deve ser feita para se assegurar de que
O movimento do servo desloca uma as válvulas de sangria de ar do compressor estão
manete na operação da haste de ressalto para a totalmente fechadas, e que todos os acessórios
mola de velocidade no governador, aumentando acionados por sangria de ar (como a curva
a força da mola e a calibragem. "TRIM") não estão sendo corrigidos.
Devido a resultante RPM ser maior Quando o motor estiver estabilizado,
enquanto a água está fluindo, o aumento da tra- uma comparação é feita, a pressão de descarga
ção durante a injeção da água é assegurado. da turbina (ou EPR) é computada para determi-
Se o sistema de injeção de água não é nar o volume aproximado de calibragem neces-
armado na cabine de comando, ou, se não hou- sária.
ver disponibilidade de água, nada acontece Se uma calibragem é necessária, o con-
quando a chave de injeção de água na unidade trole de combustível do motor é então ajustado

3-58
para obter a pressão de descarga da turbina de- obter um jato satisfatório no injetor, assim como
sejada, ou "EPR", no manômetro. Imediatamen- apurada regulagem de combustível.
te, seguindo o ajuste do controle de combustí- As bombas de combustível para motores
vel, a leitura do tacômetro é observada e grava- turbojato são geralmente do tipo engrenagem e
da. O fluxo de combustível e as leituras de tem- de descarga, positiva ou pistão.
peratura dos gases de descargas também devem O termo descarga positiva ( Positive
ser medidos. Displacement) significa que a engrenagem, ou o
Nos motores Pratt and Whitney, que pistão, deverão suprir uma quantidade fixa de
usam compressor duplo, é observado a leitura combustível para o motor a cada revolução das
do tacômetro de N2, em seguida corrigido pela engrenagens da bomba ou cada golpe do pistão.
velocidade parcial por meios da curva de tempe- Essas bombas de combustível podem ser
ratura/RPM. divididas em duas categorias distintas de siste-
A observação da leitura do tacômetro é ma: descarga constante; e descarga variável. O
dividida pela velocidade percentual do "TRIM" seu uso depende da regulagem do fluxo de com-
obtida da curva. O resultado é um novo ajuste bustível para o controle.
de velocidade em percentagem do motor, corri- Isto tanto pode ser uma válvula de alívio
gido para a temperatura do dia STANDARD ( de pressão (unidade barométrica) para uma des-
59F ou 15°C). A nova velocidade de ajuste na carga constante das bombas (tipo engrenagem)
RPM pode ser calculada, quando a RPM lida como um método para regular a saída do com-
no tacômetro for 100%. bustível nas bombas de descarga variável (tipo
Esse valor pode ser obtido no manual do pistão).
motor apropriado. Se todos estes procedimentos
tiverem sido concluídos satisfatoriamente, o Bomba de descarga constante
motor foi calibrado.
O ajuste fino do motor deve sempre ser As bombas tipo engrenagem possuem
conduzido sob condições precisas e controla- aproximadamente a mesma característica nas
das, com o avião virado para o vento. O controle linhas de fluxo, onde houver necessidade de
preciso é necessário para assegurar a manuten- flutuação de combustível em condições de vôo
ção de nível mínimo de tração sobre a qual o ou ar ambiente.
desempenho do avião é baseado. Portanto, a bomba de capacidade ade-
Em adição, o controle preciso do ajuste quada a todas as condições operacionais dos
fino do motor contribui para melhorar em ter- motores deverá ter excesso de capacidade acima
mos, como o máximo tempo entre revisões e o do limite de operação.
tempo mínimo fora de operação, devido as ne- Esta é a caracteristica que requer o uso
cessidades de manutenção do motor. Motores de uma válvula de alívio de pressão para descar-
jamais devem ser ajustados se existirem condi- regar o excesso de combustível. Uma típica
ções de gelo. bomba tipo engrenagens, de descarga constante,
é ilustrada na figura 3-54. O impelidor, que é
COMPONENTES DO SISTEMA DE acionado a uma maior velocidade que os ele-
COMBUSTÍVEL DO MOTOR mentos de alta pressão, aumentam a pressão do
combustível de 15 a 45 PSI, dependendo do
Bombas principais de combustível (acionadas aumento da velocidade do motor. O combustível
pelo motor) é descarregado do elemento da bomba ( impeli-
dor ) para a engrenagem dos elementos de alta
As bombas principais de combustível pressão.
liberam um suprimento contínuo, a uma pressão Cada um desses elementos descarrega
apropriada em todo o tempo durante a operação combustível através de uma válvula unidirecio-
do motor do avião. nal para um porte de descarga comum. Os ele-
As bombas de combustível, acionadas mentos de alta pressão liberam aproximadamen-
pelo motor, devem ser capazes de liberar o má- te 51 "galões" por minuto a uma pressão de des-
ximo de fluxo necessário em alta pressão, para carga de 850 PSIG.

3-59
Figura 3-54 Bomba de combustível acionada pelo motor.

Seções de lâminas são incorporadas no A duplicação das bombas aumenta a se-


sistema de acionamento de cada elemento. Des- gurança em operação, especialmente durante as
te modo, se um elemento falhar o outro continua decolagens e pousos.
a operar. A válvula unidirecional previne a cir- Na descarga positiva, a bomba tipo im-
culação através do elemento inoperante. Um pacto variável incorpora um rotor, um pistão,
elemento pode suprir combustível suficiente um governador de velocidade máxima, e o me-
para manter velocidades moderadas do avião. canismo da válvula de alívio.
Uma válvula de alívio é incorporada no
porte de descarga da bomba. Essa válvula abre Aquecedor de combustível
com aproximadamente "900 PSI", e é capaz de
derivar o total do fluxo as "960 PSI". Isto O sistema de combustível de motores de
permite que o excesso de combustível turbina a gás são muito sucetíveis a formação
necessário para a operação do motor seja de gelo nos filtros de combustível.
recirculado. A derivação do combustível é Quando o combustível nos tanques do
dirigida para o lado de entrada dos dois avião resfriarem a 32°F, ou abaixo, a água resi-
elementos de alta pressão. dual do combustível tende a congelar quando
Bomba de descarga variável está em contato com a tela do filtro.
O aquecedor de combustível (Fuel Hea-
O sistema da bomba de descarga variá- ter) opera como um trocador de calor. O aque-
vel difere do sistema de descarga constante. A cedor pode usar ar sangrado ou óleo de lubrifi-
descarga da bomba é trocada para manter a va- cação do motor como fonte de aquecimento.
riação necessária no fluxo de combustível; isto Este tipo de formação é chamado um
é, a quantidade de combustível descarregada da trocador “ar para líquido”, e o último tipo é co-
bomba pode ser feita para variar em qualquer nhecido como trocador de “líquido para líqui-
velocidade. do”.
Com uma bomba de fluxo variável, a A função do aquecedor é proteger o sis-
aplicação da unidade de controle de combustível tema de combustível do motor da formação de
pode, automatica e precisamente, regular a pres- gelo. Contudo, estando o gelo formado, o aque-
são da bomba e liberar para o motor. cedor pode também ser usado para descongelar
Onde as bombas de descarga variáveis a tela do filtro de combustível.
são instaladas, duas bombas similares são ne- Em algumas instalações, o filtro de
cessárias, conectadas em paralelo. Cada uma combustível é equipado com uma chave de a-
pode transmitir a pressão, se a outra em paralelo larme de queda de pressão, que ilumina uma luz
falhar durante as operações normais. Neste tem- de aviso no painel de instrumentos da cabine de
po, uma bomba pode ser insuficiente para man- comando. Se o gelo começar a se formar
ter a força necessária. na superfície do filtro, a pressão através dele
deverá lentamente cair.

3-60
Quando a pressão chegar a um valor pré- mento sensível termostático no aquecedor de
determinado, a luz de aviso acenderá. Os siste- combustível, para abrir ou fechar o ar ou a vál-
mas de degelo de combustível são projetados vula de corte do óleo. O aquecedor de combus-
para serem usados intermitentemente. O contro- tível que tem operação automática é ilustrado na
le do sistema pode ser manual, através de uma figura 3-55.
chave na cabine de comando, usando um ele-

Figura 3-55 Aquecedor de combustível.

Filtros de combustível tipo de filtro de fácil obstrução; por este motivo,


uma válvula de derivação (Bypass) é necessária
Um filtro de baixa pressão é instalado como fator de segurança.
entre o suprimento dos tanques e o sistema de O papel do microfiltro é fazer um traba-
combustível do motor, para proteger a bomba de lho completo de remoção de material estranho,
combustível acionada pelo motor e vários outros especialmente necessário entre o tanque de
mecanismos de controle. Um filtro adicional de combustível e o motor.
alta pressão é instalado entre a bomba e o con-
trole de combustível, para proteger o controle de
contaminações.
Os três tipos mais comuns de filtros em
uso são: o micro filtro, filtro de tela tipo colméi-
a, e o filtro tipo malha peneira. O uso individual
de cada um desses filtros é ditado pela necessi-
dade do tratamento de filtragem em cada lugar.
O micro filtro (Figura 3-56) tem a maior
ação de filtragem de qualquer tipo de filtro até o
presente momento e, como o nome diz, a razão
é em "MICRONS" ( um micron é a milésima
parte de um milímetro). A porosidade do mate-
rial de celulose, frequentemente usado na cons-
trução dos cartuchos filtros, é capaz de remover
material estranho medindo de 10 a 25
MICRONS. As pequenas passagens tornam este Figura 3-56 Filtro de combustível do avião.

3-61
O material de celulose (Papel) também de combustível antes dos filtros das bombas de
absorve água, prevenindo que esta passe através alta pressão.
das bombas. Se a água conseguir passar através O tamanho da malha deste tipo de filtro
do filtro, que acontecerá quando o filtro come- varia de acordo com o propósito para o qual este
çar a ser saturado com água, ela pode, e causará, será usado.
rápido dano ao elemento de trabalho da bomba e
da unidade de controle (desde que estes ele- Injetores de combustível e duto principal de
mentos dependam somente do combustível para combustível
sua lubrificação).
Para reduzir os danos produzidos pela Embora os injetores de combustível se-
água nas bombas e unidades de controle, perio- jam uma parte integral do sistema, seu projeto é
dicamente é imperativa a verificação e substitu- rigorosamente ligado ao tipo de câmara de com-
ição dos elementos do filtro. Se, diariamente o bustão, na qual eles serão instalados.
combustível dos alojamentos dos tanques e dos Os injetores levam combustível à área de
filtros de baixa pressão for drenado muitos pro- combustão em alta atomização, para que a
blemas com filtros serão eliminados. Não se queima seja completada igualmente, no menor
pode deixar de prevenir a manutenção indevida tempo e espaço possível.
das bombas e unidades de controle de com- É muito importante que o combustível
bustível. seja igualmente distribuído e melhor centrado
A maior grandeza (capacidade filtrante), na área da chama com os queimadores. Isto é
usada nos filtros, é a malha 200 e a de 35 para excluir a formação de qualquer ponto quen-
MICRONS. Elas são usadas nas bombas e con- te nas câmaras de combustão, e para prevenir e
trole de combustível; e, entre a bomba e o con- expansão da chama através da câmara.
trole de combustível, onde a remoção de partí- Os tipos de injetores de combustível
culas de tamanho micrométricas for necessária. variam consideravelmente entre os motores,
Esses filtros, usualmente feitos de uma fina ma- embora a maior parte do combustível seja inje-
lha de fio de aço, são uma série de camadas. tado na área de combustão sob pressão, através
O filtro tipo colméia (Figura 3-57) pos- de pequenos orifícios nos injetores. Os dois
sui um elemento substituível, que é feito em tipos de injetores de combustível geralmente
discos de camada de tela de bronze, latão, aço usados são das configurações simples e a dupla.
ou material similar. Esse tipo de filtro é capaz
de remoção de partículas tamanho micrométri-
cas, e também possui resistência para alta pres-
são. O filtro tipo tela de malha é o mais comum,
usado em motores de combustão interna para
todos os tipos de combustível e de óleo.

Figura 3-58 Injetor simples.

O injetor duplo usualmente requer um


duto duplo e uma válvula pressurizadora ou
divisora de fluxo, para dividir os fluxos primá-
rio e principal, mas o injetor simples requer a-
penas um duto simples para liberação adequada
de combustível.
Os injetores de combustível podem ser
Figura 3-57 Filtro colméia. construídos para serem instalados de várias ma-
neiras. Os dois métodos usados freqüentemente
Hoje em dia, motores turbojato estão são: (1) montagem externa, onde a espera de
usando esse filtro em unidades onde a ação fil- montagem é providenciada para fixação dos
trante não é muito crítica, assim como em linhas injetores no alojamento ou no cotovelo de en-
trada de ar com o injetor próximo ao domo; ou

3-62
(2) montagem interna na linha do domo, no qual A passagem furada no injetor mantém a
a cobertura do alojamento da câmara deve ser direção do combustível através da segunda tela
removida para a substituição ou manutenção do dentro da câmara primária.
injetor. Os portes de entrada para a câmara são
furados para causar uma mudança brusca na
Injetor de combustível simples direção do combustível ao entrar na câmara,
conferindo um movimento rotativo para o com-
O injetor de combustível simples foi o bustível.
primeiro tipo de injetor usado em motores O movimento rotativo do combustível
turbojato, e foi substituído em muitas estabelece o ângulo e ajuda a atomização do
instalações pela injetor duplo, que combustível para melhor combustão. O combus-
proporcionava melhor atomização nas partidas tível da câmara é descarregado através do bico
e em velocidades lentas. primário do atomizador para dentro da câmara
O injetor simples (figura 3-58) está sen- de combustão.
do usado para uma determinada condição, ele
consiste de um bico injetor, um inseridor, e um Princípio de operação
filtro feito de uma fina malha de tela e um su-
porte. Quando a pressão do combustível atin-
gir aproximadamente 90 PSIG, ela abre o divi-
Injetor duplo de combustível sor de fluxo, e o combustível é direcionado para
dentro da segunda passagem furada na haste. O
O injetor duplo de combustível é o inje- combustível da passagem secundária é direcio-
tor mais usado em motores de turbina a gás. nado para dentro da câmara.
Como mencionado anteriormente, seu uso re- O combustível rotativo da câmara se-
quer uma divisora de fluxo, mas ao mesmo cundária é descarregado, através do bico injetor
tempo ele oferece uma atomização desejável, secundário, para dentro da câmara de combus-
para a combustão ao redor de uma larga faixa tão. A figura 3-60 ilustra um atomizador de um
de pressões de operação. Um injetor deste tipo é típico injetor duplo.
ilustrado na figura 3-59 .

Figura 3-59 Injetor de combustível duplo.

Divisor de fluxo
Figura 3-60 Jato do injetor duplo.
Um divisor de fluxo em cada injetor cria
um suprimento de combustível primário e se- Uma pequena quantidade de ar é jogada
cundário, os quais são descarregados separada- para fora da massa de ar principal pela estrutura
mente, e os bicos e atomizadores concêntricos, ao redor do bico injetor, para refrigerar. Em
desse modo, proporcionando uma atomização adição, o fluxo de ar de refrigeração ajuda a
no ângulo adequado para todos os fluxos de combustão pelo retardamento da acumulação
combustível. dos depósitos de carvão na face do injetor, e,
O combustível chega na entrada do inje- por providenciar, algum ar para a combustão, o
tor e passa através da tela. qual ajuda a conter o fogo no centro da câmara.

3-63
Válvula pressurizadora e de drenagem combustão; outro problema é o depósito de bor-
ra depois da evaporação, em alguns lugares co-
A vávula pressurizadora de combustível mo: duto principal e injetores de combustível.
é usualmente necessária em motores que possu- Em alguns instantes, o duto principal de
em injetores de combustível duplo, para dividir combustível é drenado através de uma unidade
o fluxo para dentro dos dutos primário e princi- individual, conhecida como válvula "DRIP” ou
pal. “DUMP". Este tipo de válvula pode operar atra-
Nos fluxos de combustível, necessários vés da pressão diferencial, ou também pode ser
para a partida e marcha lenta de vôo, todo o operada por solenóide.
combustível passa através da linha primária. A válvula dreno da câmara de combus-
Quando há o aumento do fluxo de combustível, tão drena todo combustível que se acumula na
a válvula começa a abrir para a linha principal, câmara após cada parada do motor; ou drena
até que o fluxo máximo da linha esteja passsan- combustível que foi sendo acumulado durante
do aproximadamente 90% de combustível. uma falsa partida. Se a câmara de combustão é
As válvulas de pressurização de combus- tipo caneca, o combustível será drenado pela
tível deverão, usualmente, apanhar o com- gravidade através dos tubos de chama ou tubos
bustível na parte fronteira do duto principal, interconectores, até serem colhidos da parte
dando um corte positivo. inferior da câmara, onde são fixados com linhas
Este corte previne que o combustível fi- para a válvula dreno.
que gotejando no duto principal e, através das Se a câmara de combustão é do tipo anu-
injetoras de combustível, eliminando o maior lar, o combustível deverá simplesmente drenar
grau de pós-queima e carbonização dos injetores através dos orifícios de ar na câmara, e acumu-
de combustível. lar no reservatório na parte inferior do aloja-
A carbonização ocorre porque as tempe- mento, que está conectado para a linha dreno.
raturas na câmara de combustão se tornam mais Depois que o combustível acumula na
baixas, e o combustível não é completamente linha, a válvula dreno o mantém para ser drena-
queimado. do, −quando a pressão dentro do duto principal
Um típico exemplo deste arranjo na vál- ou nos queimadores houver sido reduzida para
vula pressurizadora e "DUMP" é usado no mo- perto da pressão atmosférica.
tor “PRATT and WHITNEY J.T3”. Esta válvula É imperativo que esta válvula seja man-
executa duas funções maiores, como indicado tida trabalhando em boas condições, para drenar
através de seu nome: (1) durante a operação do o combustível acumulado em cada parada do
motor ela divide o fluxo de combustível medido motor.
em duas porções, primário e secundário, como De outro modo, uma partida quente, du-
requerido para a atomização nos injetores de rante a próxima tentativa, ou uma pós-queima,
combustível; (2) no corte do motor provê um depois do corte, é possível que ocorra.
sistema de drenagem que conecta o duto princi-
pal de combustível para um dreno no exterior. UNIDADE INDICADORA DE
Um divisor de fluxo executa, essencial- QUANTIDADE DE COMBUSTÍVEL
mente, a mesma função que a válvula pressuri-
zadora. Isto não é raro para unidades que execu-
tam funções idênticas para terem diferente no- As unidades de quantidade de com-
menclatura entre motores. bustível variam de uma instalação para outra.
Um contador ou indicador de combustível, mon-
Válvulas dreno tado no painel de instrumento, é eletricamente
conectado a um medidor de fluxo instalado na
As válvulas dreno são unidades usadas linha de combustível do motor.
para drenagem de combustível de vários com- O contador de combustível, ou totaliza-
ponentes do motor, onde o combustível acumu- dor, é similar em aparência a um odômetro de
lado é mais propenso a apresentar problemas na automóvel. Quando o avião é abastecido, o con-
operação. tador é manualmente ajustado para o número
É um problema, com risco de fogo, a total de libras de combustível em todos os tan-
possibilidade de acumulação na câmara de ques.

3-64
Quando o combustível passa através do duzido com sua queima. Contudo, a eficiência
elemento medidor do indicador de fluxo, ele da combustão do álcool é normalmente baixa.
envia impulsos elétricos para o contador de O valor de aquecimento do álcool metí-
combustível. Esses impulsos atuam o mecanis- lico ou etílico é apenas em torno da metade do
mo do contador de combustível, a fim de que o querosene ou gasolina.
número de libras, que passa para o motor, seja A maior parte do fluxo da mistura álco-
subtraído da leitura original. ol/ar não passará pela zona de combustão, onde
Desse modo, o contador mostra continu- as temperaturas são bastante altas para suportar
amente a quantidade total de combustível, em eficientemente a combustão da fraca mistura
libras, remanescente no avião. Contudo, existem álcool/ar. Poucos motores usam injeção de água
certas condições que poderão fazer com que a atualmente.
indicação do contador de combustível não seja
confiável.
Operação do sistema de injeção de água
Qualquer jateamento de combustível é
indicado no contador, e considerado disponível
para o uso. Qualquer combustível que vaze do Um típico sistema duplo de injeção de
tanque, assim como o montante da linha de água é ilustrado na figura 3-61.
combustível do medidor de fluxo, não são con- O sistema duplo significa, atualmente,
tados. dois sistemas independentes. Um sistema injeta
água na seção de entrada do compressor do mo-
INJEÇÃO DE ÁGUA tor; e a potência é grandemente aumentada atra-
vés do efeito do aumento da massa do fluxo de
A sensibilidade dos motores a turbina ar.
para com a temperatura de entrada do compres- O outro sistema injeta água dentro do
sor, resulta em uma apreciável perda de tração alojamento do difusor do motor. Este sistema
disponível, ou força no alojamento do motor a aumenta consideravelmente a tração através do
jato, em um dia quente. princípio de refrigeração, que permite altos
Em alguns momentos, é necessário o fluxos de combustível.
aumento da tração de saída. A injeção de água é O sistema de injeção de água é projetado
um meio de aumentar a tração do motor. Isto para operação dupla, em temperaturas ambien-
reduz as temperaturas da seção quente, e o fluxo tes acima de 5°C (40°F).
de combustível pode ser aumentado, obtendo-se Em temperaturas acima de 5°C, a inje-
grande tração por este meio. ção na entrada do compressor não deve ser usa-
O aumento de tração é particularmente da por causa do perigo da entrada de gelo que
desejável na decolagem, quando um motor de poderá ocorrer.
avião é solicitado para a maior resposta de for- A água do sistema do tanque do avião é
ça. Por isso, o sistema de injeção de água é pro- dirigida para as duas válvulas de corte, que go-
jetado para funcionar apenas em alta tração do vernam o fluxo para os dois controles de inje-
motor. O efeito sobre a tração do motor depende ção de água.
do tipo de refrigerante usado, a proporção dos As válvulas de corte são armadas através
ingredientes, e a quantidade do fluxo do refrige- da atuação de uma chave na cabine de comando.
rante. A(s) válvula(s) seletora(s) abrem ou fecham no
Para uma refrigeração efetiva, um líqui- momento que um sinal elétrico da chave do con-
do com uma alta temperatura de vaporização é trole de injeção de água for recebido.
necessário.A água é o refrigerante mais deseja- Com a manete de tração avançada para a
do. O álcool é adicionado ocasionalmente em posição de decolagem, a chave de controle de
variadas proporções, para baixar o ponto de injeção de água supre um sinal "OPEN" para a
congelamento do refrigerante ou para eliminar (s) válvula (s) de corte selecionadas. Inversa-
a necessidade de um enriquecimento, separado mente, quando a manete de tração é retardada
da mistura de combustível, que pode ser neces- abaixo do ponto de acionar a água, a chave su-
sário se apenas água pura for usada. pre um sinal "CLOSE" para a(s) válvula(s) de
Quando o álcool é adicionado, algum pe- corte. Da válvula de corte aberta flui a água para
queno volume adicional de tração pode ser pro- os controles de injeção.

3-65
Figura 3-61 Sistema típico de injeção de água

Desde que o sistema de injeção de água seja e, é então, direcionada para um duto principal
usado apenas quando a tração estiver ajustada divisor, do qual é atomizada dentro do aloja-
para o máximo, ou perto do máximo, os contro- mento do divisor.
les não fazem variação nem medem o fluxo de Quando o sistema de injeção de água não
água. Em lugar disto, eles mantém uma pressão está em uso, a válvula unidirecional também
constante de saída através de um orificio fixo, não estará, prevenindo que o ar com alta tempe-
deste modo mantendo o fluxo de água constante ratura de descarga do compressor retorne pela
para o motor. A água do controle de injeção da tubulação do sistema de injeção de água.
entrada do compressor é direcionada para um Válvulas dreno, localizadas abaixo das
duto principal, e atomizado diretamente dentro válvulas de corte de água, drenam as linhas de
do compressor neste ponto. água do motor quando o sistema de injeção é
Do controle do alojamento do difusor a desligado; desse modo, evitando que a água
água passa através de uma válvula unidirecional congele nestas linhas.

3-66

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