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Em face dos direitos materiais violados pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS),
autarquia federal, com endereço à Rua Adolfo Bastos, 520 - Centro – Santo André – SP – CEP:
09041-900, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
I – DA EXPOSIÇÃO FÁTICA
O autor é inscrito nos quadros da Previdência Social como empregado, desde 04/02/1991,
quando começou a laborar na empresa xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, situada na
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, iniciando suas atividades como
ajudante de depósito e posteriormente exercendo a função de motorista de caminhão de gás.
Além dos problemas descritos na CAT referentes ao ombro direito, o autor também foi
acometido de problemas na coluna cervical e lombar, no ombro esquerdo, problemas em
ambos os punhos e cotovelos, no pé direito, apresentando ainda quadro depressivo e psoríase
palmo plantar.
Mesmo com o terrível quadro clinico do autor o seu auxilio doença foi cessado e o mesmo,
para poder garantir seu sustento, foi obrigado a retornar ao trabalho, mesmo sem nenhuma
condição de trabalhar.
Últimos relatórios médicos demonstram que o autor não ter condições de trabalhar e é
portador de TENDINITE EM OMBROS E PUNHOS, BURSITE EM OMBROS, SINDROME DO TUNEL
DO CARPO BILATERAIS, LOMBOCIATALGIA CRONICA, PROTUSÃO DISCAL LOMBAR, PSORIASE
PALMO PLANTAR, PROTUSÃO DISCAL CERVICAL, COM DOR E LIMITAÇÃO FUNCIONAL, e que
durante o tratamento obteve pouco eficácia.
Tanto que no dia 03/05/2011, sofrendo com dores passou pelo pronto atendimento.
Ou seja, o autor apresenta grave quadro de doenças nos membros superiores e na coluna
cervical e lombar.
Saliente-se ainda que o autor teve que ser submetido a tratamento psiquiátrico devido a
quadro de depressão e ainda sofre com o grave problema dermatológico.
Todos os relatórios médicos declinam que o autor está incapacitado para o trabalho, mas o
perito da autarquia ré, não segue o mesmo entendimento.
O que se depreende dos exames e relatórios médicos é que o autor encontra-se totalmente
incapacitado para o trabalho.
Embora o autor apresente todo esse grave quadro clínico lhe está sendo retirado o direito de
receber o auxílio doença durante todo o seu tratamento e até que seja demonstrado o fim da
incapacidade, que somente foi mencionado pelo perito da autarquia ré, sem fundamento em
nenhum documento proveniente dos profissionais que acompanham a saúde do mesmo.
O autor tem problemas na coluna, nos ombros, cotovelos, punhos, entre outros, acometido de
dores quase que insuportáveis.
A perícia da autarquia ré declina que não há incapacidade laborativa, mas em momento algum,
demonstrou ter realizado exame, qualquer que seja para fortalecer tais conclusões, vez que
totalmente discrepantes das conclusões dos médicos e dos exames do autor.
Ora MM. Juiz, se apesar de todos os tratamentos, o autor não obteve melhora em seu quadro
clínico, ao contrário as doenças evoluíram paulatinamente e outras foram aparecendo, resta
evidente que estas não terão mais cura, piorando ainda mais com o passar do tempo e com a
idade do autor.
Que critério de avaliação a perícia da autarquia ré utiliza? O quadro clínico do autor não
apresentou melhoras, mas a perícia informa que não restou demonstrada a incapacidade
laborativa?!
Ora, uma "perícia" nestes moldes não possui o condão de avaliar o verdadeiro estado clínico
do beneficiário, e sim, burlar o regulamento e obrigar o paciente a ocupar novamente as suas
funções laborais como forma de evitar que o órgão de previdência social continue a efetuar os
pagamentos pelo benefício.
Desta forma, verifica-se que houve somente um motivo para a alta imposta e a cassação do
benefício: evitar que mais um beneficiário fizesse jus a seus direitos perante o INSS,
permitindo assim que aquele órgão deixasse de repassar a remuneração mensal até então
paga, restando mais verbas em seus cofres.
Diante dos fatos expostos, vemos com clareza, que o Instituto réu, não está levando a sério a
gravidade das doenças adquiridas e desencadeadas em virtude do ambiente e condições em
que o autor laborava.
Ora Excelência, o autor é portador de doenças das quais temos conhecimento de que não há
cura, pois são crônicas, apenas passíveis de tratamento clinico e fisioterapias para amenizar as
dores que todos os dias são suportadas pelo mesmo.
Ademais, não se pode deixar de levar em consideração que a situação do autor se agravará
ainda mais com o avanço da idade vez que se encontra com sua vida totalmente modificada
pelas doenças adquiridas, devendo contar com a proteção a qual foi destinada à Previdência
Social pela Constituição Federal, em caso de doença e invalidez, de acordo do o art. 201, inciso
I.
Importante ainda, ressalvarmos que o autor apresenta baixo nível de escolaridade, sendo que
seu serviço sempre foi restrito a trabalhos braçais, e que devido a suas atuais circunstâncias de
saúde encontra-se impedido definitivamente de trabalhar.
Por isso faz jus o autor ao restabelecimento do auxílio doença acidentário e a sua imediata
conversão em aposentadoria por invalidez, ou à concessão do benefício que Vossa Excelência
entender por mais adequado ao caso em análise, face as conclusões do laudo pericial, ante a
utilização do brocardo da mihi factum, dabo tibi jus (dei-me o fato que te dou o direito), vez
que o Juiz pode decidir utilizando-se do Princípio Jura Novit Curia, (o Juiz Conhece o Direito),
adequando o fato ao direito, sem ferir nenhum Princípio inerente a sua investidura, com o
devido pagamento dos atrasados e das diferenças desde a verificação da incapacidade, vez que
o autor encontra-se total e permanentemente incapaz de exercer atividade que lhe garanta a
subsistência.
II – DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
Encontra-se o autor em total desamparo, sem assistência da Previdência Social e sem dela
receber o numerário referente ao benefício suspenso de modo unilateral e sumário.
O autor tentou resolver a situação na esfera administrativa com o pedido de reconsideração,
não logrando êxito, restando-lhe somente a busca da tutela através do Poder Judiciário para
fazer valer o seu direito.
A exposição dos fatos, bem como a prova documental acostada, não deixa qualquer dúvida do
direito do autor em perceber o benefício pleiteado, e cuidando-se de prestação de cunho
alimentar, fundado o receio de dano irreparável ou de difícil reparação repousa no risco do
quadro de saúde do autor agravar-se.
Quanto ao fumus boni juris, este resta demonstrado quando da verificação do quadro clínico
do autor, uma vez que todos os documentos provam estar este incapacitado ao trabalho,
contrariando o que decidiu os peritos do Instituto réu, perícias as quais desrespeitaram as
normas técnicas para verificação do estado clínico do autor, eis que sequer houve realização
de um exame laboratorial aprofundado.
Com este resultado o autor foi compelido a retornar ao trabalho, mesmo sentindo fortes
dores, o que, por si só já autoriza a concessão da medida liminar ora pleiteada.
Evidente também o abuso de direito por parte do réu, que resta demonstrado quando o perito
preposto daquele órgão decide pela cassação do auxílio doença do autor mesmo encontrando-
se acometido por sérias complicações, todas demonstradas em laudos médicos apresentados
pelo mesmo, seguido dos exames modernos que foram realizados.
Quanto aos danos de difícil reparação estes já iniciaram, pois o autor encontra-se incapacitado
ao trabalho, com fortes dores, mas obrigada a trabalhar para sustentar a si próprio e a sua
família que dele dependem, agravando com isso sua saúde.
Comprovados tais fatos, a liminar pleiteada deve ser concedida, uma vez que a antecipação de
tutela nestes casos já é prática constante dos Tribunais como abaixo se vê:
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. PRESENÇA DOS REQUISITOS
ESSENCIAIS PARA A CONCESSÃO DA TUTELA. I - Após a cessação do pagamento do benefício de
auxílio-doença, em 03/11/2007 e em 11/02/2008, o ora agravado pleiteou
administrativamente a prorrogação da referida prestação, momentos em que lhe foram
negadas tais pretensões, vez que as perícias médicas realizadas concluíram pela inexistência de
incapacidade para o trabalho. Não trata do procedimento conhecido como alta programada. II
- O recorrido, nascido em 18/04/1964, apresenta quadro de radiculopatia lombar por
discopatia degenerativa e protussões discais e lombo-ciatalgia esquerda residual de difícil
controle, evidenciadas neuro-radiologicamente, sem melhora desde 2001, encontrando-se, ao
menos temporariamente, impossibilitado para o trabalho, nos termos do atestado médico. III -
O autor esteve em gozo de auxílio-doença no período de 10/07/2003 a 02/08/2007, todavia, o
atestado médico produzido em 20/02/2008, indica que sua incapacidade laboral continuou a
existir, demonstrando, assim, que, apesar de cessada a concessão do benefício, a situação
anterior permaneceu inalterada. IV - A plausibilidade do direito invocado pela parte autora
tem o exame norteado pela natureza dos direitos contrapostos a serem resguardados. V -
Havendo indícios de irreversibilidade para ambos os pólos do processo, é o juiz, premido pelas
circunstâncias, levado a optar pelo mal menor. In casu, o dano possível ao INSS é
proporcionalmente inferior ao severamente imposto àquele que carece do benefício. VI -
Deverá ser providenciado novo exame na esfera administrativa, sem prejuízo da perícia judicial
a que será submetido o agravado (Relatora Marianina Galante – TRF 3ª Região – AGRAVO DE
INSTRUMENTO – 337091 – 8ª Turma – Processo nº 2008.03.00.020489-1 – SP).” (grifamos)
“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - Acidente do Trabalho - Sentença extra petita – Não configuração
- Concessão do benefício adequado ao grau de incapacidade verificado em perícia médica -
Possibilidade - Precedentes do Superior Tribunal de Justiça - Preliminar rejeitada.
Acidente do trabalho - Doença - LER/DORT – Nexo causal e incapacidade parcial e permanente
- Comprovação - Auxílio-acidente devido Procedência.
Acidente do Trabalho - Auxílio-acidente – Termo inicial - Dia seguinte ao da cessação do
auxílio-doença.
Acidente do Trabalho - Benefício - Atualização das prestações em atraso - Lei n° 8.213/91 e
alterações. Processo Civil - Honorários advocatícios - Base de Cálculo - 15% das prestações
vencidas até a prolação da sentença - Aplicação da Súmula n° 111, do STJ.
Juros moratórios - Cômputo - A partir da citação, de forma englobada sobre as prestações até
então vencidas e após decrescentemente, mês a mês - Adoção dos índices previstos para os
impostos devidos à Fazenda Nacional - Aplicação do art. 406,do Código Civil.”( Apelação nº
994. 09.258605-7, da Comarca de Guarulhos, em que são; apelantes INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL INSS. e JUÍZO 'EX-OFFICIO sendo apelado KARINA LIGIA RUIZ- Relator Adel
Ferraz – Data do Julgamento:06/04/2010). (grifei)
Desta forma caberá a Vossa Excelência em observância aos fatos adequar o direito cabível,
concedendo ao autor o benefício previdenciário mais correto, sendo assim caso não seja
cabível o restabelecimento do auxilio – doença ou da aposentadoria por invalidez, deverá ser
concedido ao autor o auxilio – acidentário.
IV – DA JUSTIÇA GRATUITA
O autor não tem condições de arcar com as despesas processuais sem prejuízos ainda maiores
ao seu sustento e ao de sua família, até porque apresenta gastos com medicamentos e seu
tratamento. Ademais seria injusto cobrar do mesmo as custas e despesas processuais, vez que
somente vem a porta da judiciário pleitear direito que lhe está sendo tolhido pela ré.
Diante disso, bem como pelo fato de se tratar de questão previdenciária, requer sejam
concedidos os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, assim como assegura a Lei 1.060/50.
V – DOS REQUERIMENTOS
Ante todo o exposto requer:
1-) A concessão dos benefício da JUSTIÇA GRATUITA, por não ter condições de arcar com as
despesas processuais sem prejuízo ao sustento próprio e ao de sua família, nos termos da Lei
1060/50;
2-) A concessão de MEDIDA LIMINAR inaudita altera pars, para que a autarquia ré providencie
o imediato restabelecimento do benefício (AUXÍLIO DOENÇA ACIDENTÁRIO) cassado, desde 21
de fevereiro de 2011, pois é mais que evidente que o não recebimento do mesmo, acarretará
prejuízos irreparáveis ao autor – tendo em vista que o benefício tem unicamente caráter
alimentar - até o trânsito em julgado do presente feito, mas caso esse não seja implementado
de imediato que pelo menos seja este concedido após a realização da perícia judicial;
3-) A citação da Autarquia-ré, na pessoa de seu representante legal, para que conteste,
querendo, no prazo legal, sob pena de revelia e confissão, bem como para que junte aos autos
cópia do processo administrativo referente a todos os benefícios pleiteados pelo autor, quer
deferidos, quer indeferidos;
4-) Que a presente ação seja JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE, nos seguintes termos:
a-) A confirmação da liminar restabelecendo o AUXÍLIO DOENÇA ACIDENTÁRIO ao autor,
cessado desde a data de 21 de fevereiro de 2011, bem como, sua imediata transformação em
Aposentadoria por Invalidez, devendo ser determinado o pagamento das parcelas vencidas a
partir da data que cessou o benefício requerido, bem como a diferença entre o auxílio doença
e a aposentadoria por invalidez desde a constatação da incapacidade permanente pela perícia,
tudo devidamente corrigido desde o respectivo vencimento e acrescido de juros de mora
incidentes até a data do efetivo pagamento, sob pena astreintes a ser arbitrado por Vossa
Excelência, mas caso esse não seja Vosso Nobre entendimento que determine a manutenção
do benefício de auxílio doença até que o autor apresente condições de trabalho ou que a ré
promova a reabilitação profissional do segurado com sua recolocação no mercado de trabalho
OU;
b-) Em sendo o caso, que Vossa Excelência determine a concessão do benefício previdenciário
mais adequado às condições do autor ou seja o auxílio acidentário;
c-) A condenação da autarquia ré ao pagamento das custas processuais e dos honorários
advocatícios no importe de 20% do valor total da condenação.
Protesta o autor pela produção de provas por todos os meios em direito admitidos,
especialmente a pericial, com a realização de perícia médica por perito de confiança deste
juízo a qual deve ser determina com a máxima urgência, para que seja constatada a
incapacidade laborativa do autor e todas as demais que se fizeram necessárias.
Dá a causa para os efeitos fiscais o valor de R$ R$ 30.838,32 (trinta mil oitocentos e trinta e
oito reais e trinta e dois centavos).
Termos em que,
Pede deferimento.
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QUESITOS