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LicenciaturaEstudosArtísticos

Oficina das Artes I


Docente Ricardo Correia

HaroldPinter
Conferência de Imprensa

Trabalho realizado por:


Daniela Lages
Filipa Silva
Harold Pinter
Harold Pinter (1930- 2008) foi um dramaturgo inglês, roteirista, ator, diretor de teatro,
ativista político e poeta. Encontra-se entre os dramaturgos britânicos mais influentes
dos tempos modernos. Em 2005, foi premiado com o Nobel da Literatura. Durante os
seus mais 50 anos de carreira encenou 29 peças originais, 27 roteiros, muitos esboços
dramáticos, trabalhou na rádio e televisão, escreveu poesia, contos, ensaios, discursos e
cartas.
As peças de Pinter muitas vezes envolvem fortes conflitos entre personagens incertas
que lutam pelo domínio verbal e territorial. Estilisticamente, estas obras são marcadas
por pausas e silêncios teatrais, timing cómico, ironia e ameaça. Tematicamente
equívoca, eles levantam questões complexas de identidade individual, oprimidos por
forças sociais, linguagem e vicissitudes da memória. Em 1981, Pinter afirmou que ele
não estava inclinado a escrever peças explicitamente sobre assuntos políticos. Ainda em
meados dos anos 80, ele começou a escrever peças abertamente políticas. Esta "nova
direção" do seu trabalho conduzia-o para o ativismo político e de esquerda que
estimulou o debate crítico adicional sobre o mesmo.

Conferência de Imprensa
"Conferência de Imprensa" foi apresentado pela primeira vez como parte de uma noite
de sketches a 8 de fevereiro e 11 de 2002, no Royal National Theatre, Londres
Imprensa Senhor ministro, antes de ser Ministro da Cultura creio que o senhor foi
chefe da Polícia Secreta.
Ministro Correto. |(Objetivo - Dar a conhecer o entrevistado)
Imprensa Vê alguma contradição entre estes dois papéis?
Ministro Absolutamente nenhuma. Como chefe da polícia secreta tinha a
responsabilidade, especificamente, de proteger e garantir a nossa herança cultural de
forças cuja intenção e subvertê-la. Defendíamo-nos do verme. E ainda nos defendemos.
Imprensa O verme?
Ministro O verme. |(Objetivo – Esclarecer a imprensa sobre as suas funções)
Imprensa Como chefe da Policia Secreta qual era a sua politica em relação às crianças?
Ministro Via-mos as crianças como uma ameaça se – por outras palavras – elas fossem
filhas de famílias sobressias.
Imprensa Então como pôs em prática a sua política em relação a elas?
MinistroRaptávamo-las e educávamo-las como deve ser ou então matávamo-las.
Imprensa Como é que as matavam? Qual era o método adotado?
Ministro Partia-lhes o pescoço.
Imprensa E as mulheres?
Ministro Violá-las. Fazia tudo parte de um processo educativo, percebe. Um processo
cultural.|(Objetivo - Esclarecer sobre as suas práticas enquanto chefe da Polícia Secreta
de forma a manter ordem social)
Imprensa Qual era a natureza da cultura por si proposta?
Ministro Uma cultura baseada no respeito e nas regras da lei.
Imprensa Como vê o seu atual papel de Ministro da Cultura?
MinistroO Ministro da Cultura apoia-se nos mesmos princípios que os guardiães da
Segurança Nacional. Acreditamos numa compreensão saudável, musculada e terna da
nossa herança cultural e das nossas obrigações culturais. Estas obrigações incluem
naturalmente a lealdade ao mercado livre. |(Objetivo - Clarifica quais são os seus ideais,
comparando-os com os dos “guardiães da Segurança Nacional)
ImprensaE a divergência cultural?
MinistroNós subscrevemos a diversidade cultural, temos fé numa troca de pontos de
vista flexível e vigorosa, acreditamos na fecundidade.
Imprensa E a divergência crítica?
Ministro A divergência crítica é aceitável – se for deixada em casa. O meu conselho é o
seguinte – deixem-na em casa. Guardem-na debaixo da cama. Ao lado do penico do
mijo.
Ele ri-se.
É lá que é o lugar dela.
Imprensa Disse no penico do mijo?
Ministro Se não tens cuidado eu ponho-te a cabeça no penico do mijo.
Ele ri-se. Eles riem-se.
Deixem-me esclarecer isto bem. Precisamos da divergência crítica para nos manter nas
pontas dos pés. Mas não a queremos no mercado ou nas avenidas e praças das nossas
grandes cidades. Não a queremos manifestada nas casas das nossas grandes
instituições. Damo-nos por felizes se ela ficar em casa, isso significa que nós podemos
aparecer em qualquer altura e ler o que está debaixo da cama, discuti-lo com o escritor,
dar-lhe pancadinhas na cabeça, apertar-lhe a mão, dar-lhe talvez um pequeno pontapé
no rabo ou nos tomates e deitar fogo a tudo. Através deste método mantemos a
sociedade livre de infeções. Existe, claro, contudo, sempre espaço para a confissão, o
recolhimento e a redenção. |(Objetivo - Deixa claro o seu ponto de vista sobre a
diversidade cultural e a divergência crítica)
ImprensaEntão vê o seu papel como Ministro da Cultura como vital e frutuoso?
MinistroImensamente frutuoso. Acreditamos na bondade inata do vosso manel vulgar e
da vossa maria. É isto que procuramos proteger. Procuramos proteger a bondade
essencial do vosso manel vulgar e da vossa maria vulgar. Vemos isso como uma
obrigação moral. Estamos determinados a protege-los da corrupção e da subversão
com todos os meios que temos à nossa disposição. | (Objetivo – Clarificar que o papel
da ministro é extremamente importante para a comunidade.)
ImprensaSenhor Ministro, obrigado pelas suas palavras francas.
MinistroO prazer foi todo meu. Posso dizer mais uma coisa?
Imprensa (vários) Por favor. Sim. Sim, por favor. Por favor diga. Sim!
Ministro De acordo com a nossa filosofia… aquele que se perde é encontrado.
Obrigado! |(Objetivo – Encerar a conferência de imprensa)
Aplausos. O Ministro acena e sai.

Factos Questões
Ministro da Cultura que já foi Chefe da Quando? Como? Quanto tempo? Onde?
Policia Secreta
Raptou e matou crianças que via como Porquê que as via como ameaça? Como
ameaça (filhas de famílias subversivas) as matava?
Para as matar partia-lhes o pescoço
Violava as mulheres Quem eram estas mulheres? Porque as
violava?
Fazia tudo parte de um processo Que processo era este? Em que é que
educativo consistia?
A natureza da sua política era baseada no Que respeito era esse? Que tipo de leis?
respeito e nas regras da lei
Como ministro da Cultura segue os Que valores são esses? Desde quando os
mesmos valores que seguia como Chefe segue? Porque é que os segue?
da Policia Secreta
A divergência crítica aceita-se, se for O que o ministro acha da divergência
deixada em casa crítica? Porque que é que a divergência
crítica afeta o ministro e as instituições?
O ministro acha o seu papel frutuoso Porque é que o acha? Qual é o seu
contributo?
De acordo com a filosofia do ministro Porque que é que o ministro termina
“aquele que se perde é encontrado” com esta declaração?

Ministro é um sujeito arrogante, pretensioso e presunçoso no entanto muito claro


sobre o seu ponto de vista político (o que nos levou a querer que pertence-se a um
Estado Totalitário – pela força e pressão que exerce sobre a imprensa), a imprensa
perde o seu estatuto informativo e tal como num estado totalitário avança de acordo
com os ideias que lhe são incutidos o que está claro pelas perguntas e questões que
estão colocadas em cena, como estas fossem combinadas, por isso optamos por esta
solução mais irrealista de uma conferencia de imprensa, onde esta esta subjugadas ao
poder do Ministro e a sua função deixa de ser clarificar o “povo” sobre o ministro em
questão mas a de elevar ainda mais o mesmo e mantê-lo no topo.

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