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Engenharia de
Produtos
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Engenharia de Produ-
tos, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autô-
nomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as)
uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................... 5
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................................... 7
1.1 Histórico...............................................................................................................................................................................8
1.2 Importância do Desenvolvimento de Produto..................................................................................................10
1.3 Processo de Desenvolvimento de Produto.........................................................................................................11
1.4 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................13
1.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................13
3 INTRODUÇÃO AO APQP.................................................................................................................. 21
3.1 Ciclo de APQP.................................................................................................................................................................22
3.2 Matriz de Responsabilidade de APQP ..................................................................................................................22
3.3 Princípios do APQP ......................................................................................................................................................23
3.4 Organizar a Equipe .......................................................................................................................................................23
3.5 Definir a Abrangência .................................................................................................................................................24
3.6 Equipe a Equipe ............................................................................................................................................................24
3.7 Treinamento....................................................................................................................................................................24
3.8 Envolvimento do Cliente e da Organização........................................................................................................25
3.9 Engenharia Simultânea...............................................................................................................................................25
3.10 Plano de Controle.......................................................................................................................................................25
3.11 Resolução de Problemas .........................................................................................................................................26
3.12 Planos Referentes ao Cronograma.......................................................................................................................26
3.13 Resumo do Capítulo..................................................................................................................................................27
3.14 Atividades Propostas.................................................................................................................................................27
4 FASES DO APQP.................................................................................................................................... 29
4.1 Planejamento e Definição do Programa ..............................................................................................................29
4.2 Projeto e Desenvolvimento do Produto...............................................................................................................32
4.3 Projeto e Desenvolvimento do Processo..............................................................................................................35
4.4 Validação do Produto e Processo ...........................................................................................................................38
4.5 Retroalimentação, Avaliação e Ação Corretiva .................................................................................................39
4.6 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................40
4.7 Atividades Propostas....................................................................................................................................................41
5 ENGENHARIA DE VALOR................................................................................................................. 43
5.1 Função...............................................................................................................................................................................44
5.2 Valor....................................................................................................................................................................................44
5.3 Desempenho...................................................................................................................................................................45
5.4 Classificação das Funções...........................................................................................................................................45
5.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................46
5.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................46
6 QUALIDADE EM PROJETO............................................................................................................. 47
6.1 Sistema de Qualidade em Projetos.........................................................................................................................48
6.2 Confiabilidade.................................................................................................................................................................49
6.3 Ambiente de Operação...............................................................................................................................................50
6.4 Análise de Falhas de Confiabilidade.......................................................................................................................50
6.5 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................50
6.6 Atividades Propostas....................................................................................................................................................50
Prezado(a) aluno(a),
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1 INTRODUÇÃO
Você imagina o que significa produto, servi- “Não há essa coisa de setores de serviços.
ços e a interação entre os dois? Iniciaremos, ago- Apenas em certos setores os componentes de
ra, esses conceitos: serviços são mais importantes ou menos impor-
tantes do que nos demais. Todos atuam em servi-
ços” (LEVITT).
conceito de produto: geralmente, de-
nominado bem ou mercadoria. O pro- “Produto é qualquer coisa que possa ser
duto é algo visível e tangível, que pode oferecida a um mercado para atenção, aquisição,
ser tocado, visto, ouvido, degustado, uso ou consumo, e que possa satisfazer a um de-
por ser composto de materiais físicos sejo ou necessidade.”
e visíveis. Tem cores, tamanho e ocupa “Os produtos incluem objetos físicos, ser-
um espaço. viços, pessoas, locais, organizações, idéias, ou
São exemplos de produtos na nossa combinações desses elementos” (KOTLER; ARMS-
vida cotidiana: alimentos, eletrodomés- TRONG).
ticos, produtos de higiene, móveis em “Produto significa a oferta de uma empresa
geral, máquinas, automóveis etc.; que satisfaz a uma necessidade.”
conceito de serviços: os serviços nem “Um produto pode ser um bem físico, um
sempre são tangíveis e visíveis; não serviço ou uma mistura de ambos” (MCCARTHY;
têm cores, formas ou tamanhos como PERREAULT JR).
os produtos. Na verdade, os serviços Perceba quantas definições e conceitos di-
são atividades especializadas que as ferentes do mesmo assunto. Você já tinha imagi-
empresas oferecem ao mercado. São nado que um conceito como este, tão presente
exemplos de serviços na nossa vida no nosso cotidiano, seria tão complexo e vasto?
cotidiana: propaganda, advocacia, con- Apesar de os autores citados terem visões dife-
sultorias, hospitais, bancos, escolas, uni- rentes do mesmo assunto, podemos notar certa
versidades, clubes, transportes, rádio e uniformidade nas ideias, ou seja, o conceito prin-
televisão, lojas e supermercados etc. cipal, o conteúdo pertinente do assunto, é basica-
mente o mesmo, embora apresentado de manei-
ras diferentes.
Podemos citar, ainda, outros pontos de vis-
ta desse assunto com citações e seus respectivos
autores, como segue: Conceito produtos x serviços: é útil
para o projeto de produto entender as
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características distintas dos produtos Isso diferencia os bens físicos dos servi-
em diferentes níveis, ênfases e graus, ços, que devem ser consumidos à medi-
no que tange aos aspectos físicos e de da que são prestados, bem como revela
serviços. Os consumidores podem fazer a importância do consumidor final e
uma análise dos atributos dos bens fí- seu grau de envolvimento, personalida-
sicos antes de sua aquisição, por meio de e estado de espírito ao consumi-los
de uma prévia experimentação, porque e avaliá-los.
são tangíveis, verificando, assim, as di-
ferenças entre as opções existentes no
Vistos esses conceitos básicos, podemos
mercado. Dependendo da composição
partir para a introdução propriamente dita do as-
desses bens físicos, se não são perecí-
sunto. Será que o seu entendimento mudará após
veis, podem ser estocados e/ou arma-
estudarmos a introdução? Deixemos as dúvidas
zenados, facilitando sua padronização
de lado e partamos para ela.
e, consequentemente, sua produção.
1.1 Histórico
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Desenvolver produtos tem se tornado cada ça, um número maior de decisões já tomadas, po-
vez mais um dos processos-chave para a compe- dem ser invalidadas.”
titividade mercadológica, em virtude dos movi- Note que desenvolver um produto requer,
mentos de aumento da concorrência, das rápi- principalmente, bom senso, fazendo a delicada
das mudanças tecnológicas, da diminuição do balança do custo x benefício ficar o máximo pos-
ciclo de vida dos produtos e da exigência cada sível equilibrada.
vez maior dos consumidores. Tudo isso exige das
empresas maior agilidade, produtividade e alta
Aspectos que Influenciam o Desenvolvimento
qualidade, que dependem da eficiência e eficácia
de Produto
destas no processo.
No início do processo de desenvolvimento
do produto, há a seleção das maiores soluções O processo baseia-se num ciclo projetar-
criativas e o grau de incerteza é bem elevado, -construir-testar, que gera atividades necessa-
mas este vai se diluindo com o tempo. É um de- riamente interativas. É uma atividade multidis-
safio gerenciar essas incertezas que envolvem o ciplinar, com fortes barreiras culturais sobre a
desenvolvimento do produto, em que as decisões integração. Isso porque existe uma grande quan-
de maior impacto têm que ser tomadas no mo- tidade de ferramentas, sistemas, metodologias,
mento em que existe um maior número de alter- soluções etc. desenvolvidas por profissionais e/
nativas e grau de incerteza. ou empresas de diferentes áreas que não intera-
gem entre si. Ainda, existem diversas “visões par-
“As decisões entre alternativas, no início do
ciais” sobre o processo de desenvolvimento de
ciclo de desenvolvimento, são responsáveis por
produtos.
85% do custo do produto final”.
“O custo de modificação aumenta ao longo
do ciclo de desenvolvimento, pois a cada mudan-
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sido apontada como determinante principal do negócio, mostrando que tem um impacto maior
sucesso comercial, mas a percepção dela por par- sobre o nível do retorno sobre o investimento,
te do cliente pode não ser igual à do fabricante. sendo mais eficaz para aumentar a participação
A qualidade percebida (avaliações feitas pelos no mercado do que um preço mais baixo.
clientes quanto à qualidade do produto ofere- As percepções de estilo, principalmente
cido pelo fornecedor em relação às ofertas dos para produtos de grande apelo emocional, apre-
concorrentes) é o fator único e mais importante sentam uma forte relação com a percepção da
que afeta o desempenho em longo prazo de um qualidade.
Prezado(a) aluno(a),
2. Cite pelo menos uma situação em que se encontra uma “mistura” de produto e serviço.
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2 CICLO DE VIDA DO PRODUTO
O objetivo de toda empresa, nos primeiros podemos citar o da lâmina de barbear Sensor Ex-
estágios do ciclo de vida do produto, é estimular cel lançada pela Gillette alguns anos atrás. A Excel
a demanda para a entrada no novo mercado. Os tinha uma característica inovadora: cinco faixas
produtos, nesse estágio, frequentemente apre- emborrachadas, colocadas na frente da lâmina,
sentam novas características técnicas para uma que esticam a pele e tornam o barbear mais suave
categoria de produto. Entre inúmeros exemplos, e confortável.
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As vendas no setor continuam a crescer na primeira vez. As empresas podem aumentar suas
fase inicial do estágio de maturidade, mas, poste- vendas e participação de mercado somente à
riormente, atingem um patamar, quando, então, custa dos concorrentes. Enquanto a competição
as encomendas dos clientes potenciais começam se acirra, os concorrentes tendem a reduzir os
a diminuir. A essa altura, um grande número de preços, em uma tentativa de atrair novos compra-
concorrentes já entrou no mercado e os lucros dores. Embora uma redução de preço possa ser o
da empresa começam a diminuir à medida que a método mais fácil de induzir compras adicionais,
concorrência fica mais acirrada. Na verdade, tudo também é uma das providências mais simples de
se resume ao lucro. Um produto precisa dar lucro serem imitadas pelos concorrentes. A redução de
para a empresa. preços resulta na diminuição dos rendimentos de
No estágio de maturidade, as diferenças en- todas as empresas do setor, a menos que se gere
tre os produtos concorrentes diminuem à propor- um acréscimo de vendas suficiente para compen-
ção que os concorrentes descobrem as caracterís- sar as perdas do faturamento de cada item ven-
ticas promocionais e de produto mais desejadas dido.
pelos consumidores. As campanhas promocio- A atenção do marketing no estágio de ma-
nais enfatizam as diferenças entre produtos con- turidade é frequentemente direcionada a manter
correntes e a competição entre marcas fica mais a participação de mercado por meio de maior
intensa. Algumas empresas diferenciam seus pro- diferenciação do produto e a encontrar novos
dutos concentrando-se em atributos como quali- compradores. Além disso, um importante fator na
dade, confiabilidade e serviço. estratégia da empresa nesse estágio é reduzir o
Nesse estágio do ciclo de vida, os produ- custo total de marketing ao melhorar a eficiência
tos disponíveis superam a demanda setorial pela promocional e de distribuição.
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2.5 Eliminação
Uma estratégia de marketing comum en- O conceito de ciclo de vida do produto tam-
volve a tomada de providências a fim de prolon- bém pode ser aplicado a estilos, modas e modis-
gar ao máximo o ciclo de vida do produto, o que mos.
pode ser feito pelos gerentes de marketing bem
no início do estágio de maturidade. Estilo: é um modo básico e distinto
Os ciclos de vida do produto podem ser de expressão. Por exemplo, os estilos
prolongados indefinidamente por meio de ações aparecem em moradias (colonial, cam-
concebidas para aumentar a frequência de uso pestre, rústico), em roupas (formal, es-
pelos clientes atuais, assim como aumentar o nú- portiva) e na arte (realista, surrealista,
mero de usuários do produto, descobrir novos abstrata).
usos e/ou mudar o tamanho das embalagens, ró- Moda: é um estilo correntemente acei-
tulos ou qualidade do produto. to ou popularizado em certa área. Por
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exemplo, as roupas justas da década de mo, atinge seu auge em pouco tempo
1970 foram substituídas pelas roupas e tende a atrair um número limitado
mais soltas e largas da década seguinte. de seguidores. Alguns exemplos são:
A moda tende a experimentar um cres- pedras de estimação, bonecas, ioiôs e
cimento lento, permanecendo popular bambolê. Os modismos não sobrevi-
durante algum tempo e declinando vem muito tempo, ou porque normal-
gradualmente. mente não satisfazem uma forte neces-
Modismo: é a moda que entra rapida- sidade, ou porque não a satisfazem de
mente, é adotada com grande entusias- forma adequada.
Caro(a) aluno(a),
O objetivo deste capítulo foi apresentar os conceitos sobre o ciclo de vida do produto, desde a sua
criação, desenvolvimento, até sua fase de eliminação ou de prolongamento da vida útil. Cabe lembrar
que existem marcas de produtos que se tornam definição de alguns itens, como, por exemplo, a Gillette,
a Xerox, a Bombril, entre outras. Por vezes, a aceitação do produto é tão boa que ele perdura por vários
anos, mudando o formato, o conceito, mas mantendo o nome, que se torna a marca.
Este capítulo deu uma boa noção da complexidade do processo de planejamento do produto, que
foi brevemente introduzido no capítulo anterior.
“Os achocolatados mudaram suas características originais e ganharam versões light e até enri-
quecidas com soja ou fibras.”
“Antes, a pomada Minancora era vendida só em farmácias, mas atualmente é fácil encontrá-la
em salões de beleza ou em barbeiros como creme de massagem facial.”
“O fabricante Biscoitos Globo passou a vender seus produtos nas praias, pontos de ônibus e
semáforos, além dos supermercados.”
2. Com base na ilustração do ciclo de vida de um produto, estabeleça um comparativo dos riscos
existentes entre o sucesso de um produto e o sucesso de um negócio no que se refere aos lu-
cros.
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3 INTRODUÇÃO AO APQP
Atenção
Para associar um documento, é necessário
que o anterior esteja fechado (publicado).
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O primeiro passo é determinar um res- nicação entre os membros envolvidos. Ela deve
ponsável pelo projeto de APQP. Além disso, uma incluir representantes de diferentes funções, tais
equipe multifuncional deve ser estabelecida para como: engenharia, manufatura, controle de ma-
assegurar um planejamento efetivo da qualidade terial, compras, qualidade, recursos humanos,
do produto. A equipe é a chave de todo e qual- vendas, assistência técnica, fornecedores e clien-
quer planejamento bem-sucedido, haja vista que tes, conforme apropriado.
a principal dificuldade de um projeto é a comu-
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3.7 Treinamento
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São descrições por escrito dos sistemas de produção: uma documentação abran-
controle de peças e processos. Os planos de con- gente das características do produto/
trole específicos englobam três fases distintas, a processo, controles de processo, testes
saber: e sistemas de medição que ocorrerão
durante a produção em série.
protótipo: uma descrição das medições
dimensionais e testes de material e de-
sempenho que ocorrerão durante a
construção do protótipo;
pré-lançamento: uma descrição das
medições dimensionais e testes de
material e desempenho que ocorrerão
após a construção do protótipo e antes
da produção em série;
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Caro(a) aluno(a),
O objetivo deste capítulo foi introduzir os conceitos de APQP, que é uma série de procedimentos e
técnicas usados para gerenciar a qualidade produtiva. Assim, definiu desde o ciclo de planejamento do
produto até a resolução dos problemas do produto final, o que corresponde basicamente à estruturação
de cada item determinante do planejamento do produto.
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4 FASES DO APQP
A meta de qualquer programa de produto clientes internos e/ou externos. Alguns métodos
é atender às necessidades do cliente e proporcio- para obter essas informações são:
nar, simultaneamente, um valor competitivo. O
estágio inicial do processo de APQP é assegurar a) pesquisa de mercado:
que as necessidades e expectativas do cliente se- entrevistas com clientes;
jam claramente compreendidas.
questionários e pesquisas com
clientes;
Voz do Cliente
teste de mercado e relatórios de po-
sicionamento de mercado;
A “voz do cliente” engloba reclamações, re- estudos de qualidade e confiabilida-
comendações, dados e informações obtidos de de de novos produtos;
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As análises críticas do projeto são reuniões Os planos de controle do protótipo são des-
periodicamente agendadas, conduzidas pela en- crições das medições dimensionais e testes de
genharia de projeto da organização, que devem material e de funcionamento que ocorrem duran-
incluir as outras áreas afetadas. Esse tipo de análi- te a construção do protótipo. A manufatura das
se é um método efetivo para prevenir problemas peças do protótipo é uma excelente oportunida-
e mal-entendidos; também fornece um mecanis- de para a equipe e o cliente avaliarem o quanto o
mo para monitorar o andamento, relatar à gerên- produto ou serviço atinge os objetivos da voz do
cia e obter a aprovação do cliente, conforme ne- cliente. É responsabilidade da equipe de APQP da
cessário. organização analisar criticamente os protótipos
Essas análises são uma série de atividades para:
de verificação que vão além de uma simples en-
genharia. No mínimo, as revisões de projeto de- assegurar que o produto ou serviço
vem incluir uma avaliação de: atenda às especificações e aos dados
registrados no relatório, conforme ne-
considerações sobre os requisitos do cessário;
projeto/funcionais; assegurar que seja dada atenção espe-
metas formais de confiabilidade e con- cífica às características especiais do pro-
fiança; duto e processo;
ciclos de rendimento dos componen- usar dados e experiência para estabele-
tes/subsistemas/sistemas; cer os parâmetros do processo prelimi-
resultados de simulações por computa- nar e requisitos de embalagem;
dor e de testes de bancada; comunicar ao cliente quaisquer preo-
DFMEA; cupações, desvios e/ou impactos no
custo.
análise crítica dos esforços do projeto
para manufaturabilidade e montagem;
falhas de teste; Desenhos de Engenharia
progresso da verificação do projeto.
O projeto do cliente não isenta a equipe
de APQP da organização da responsabilidade de
A principal função das análises críticas é
analisar criticamente os desenhos de engenha-
acompanhar o progresso da verificação do proje-
ria, que podem incluir as características especiais
to. A organização deve acompanhar esse progres-
(normas governamentais e de segurança) que de-
so por meio do uso de um formulário de planeja-
vem ser descritas no plano de controle. Quando
mento e relatório, conhecido por alguns clientes
não houver desenhos de engenharia do cliente,
como Plano e Relatório de Verificação do Projeto
os desenhos de controle deverão ser analisados
(DVP&R), que constitui um método formal para
criticamente pela equipe para determinar quais
assegurar a:
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Requisitos para Dispositivos de Medição/ propriedade do projeto por parte do cliente não
Equipamentos de Teste exclui a obrigação da organização de avaliar sua
viabilidade. A equipe deve estar convencida de
Os requisitos para dispositivos de medição/ que o projeto proposto pode ser manufaturado,
equipamentos de teste também podem ser iden- montado, testado, embalado e entregue na quan-
tificados nesta etapa. A equipe de APQP da orga- tidade suficiente e dentro do prazo, com um cus-
nização deve adicionar esses requisitos ao cro- to aceitável para o cliente. O consenso da equipe
nograma. O progresso deve ser monitorado para de que o projeto proposto é viável deve ser docu-
assegurar que o prazo necessário seja atendido. mentado, com todas as questões em aberto que
requerem uma resolução, e apresentado à gerên-
cia para obter o seu suporte.
Comprometimento da Equipe com a
Viabilidade e Suporte da Gerência
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Matriz de Características
A equipe de APQP da organização deve
assegurar que as instruções do processo propor-
Uma matriz de características é uma técni- cionem a compreensão adequada e detalhes sufi-
ca analítica recomendada para mostrar a relação cientes para todo o pessoal que tenha responsabi-
entre os parâmetros do processo e as estações de lidade direta pelo funcionamento dos processos.
manufatura. Essas instruções devem ser desenvolvidas a partir
das seguintes fontes:
FMEAs;
planos de controle;
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parâmetros de processo;
especialização e conhecimento dos Suporte da Gerência
processos e produtos por parte da or-
ganização; A equipe de APQP da organização deve
requisitos de manuseio; programar uma análise crítica formal idealizada
operadores do processo. para reforçar o comprometimento da gerência
na conclusão da fase de projeto e desenvolvi-
mento do processo. Essa análise é fundamental
As instruções do processo para os proce- para manter a alta gerência informada e obter o
dimentos padrões de operação devem ser divul- seu apoio para auxiliar na solução de quaisquer
gadas e incluir parâmetros de ajuste, tais como: assuntos em aberto. O suporte da gerência inclui
velocidade das máquinas, alimentadores, tempos a confirmação do planejamento e o fornecimento
dos ciclos e ferramental, bem como devem estar de recursos e pessoal para atender à capacidade
acessíveis aos operadores e supervisores. Infor- requerida.
mações adicionais sobre a preparação das ins-
truções do processo podem ser encontradas nos
requisitos específicos do cliente apropriado.
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A corrida piloto de produção deve ser con- Estudo Preliminar de Capacidade do Processo
duzida usando o ferramental de produção, equi-
pamentos de produção, ambiente de produção
O estudo preliminar de capacidade do pro-
(incluindo operadores de produção), instalações,
cesso deve se desenvolver com base nas carac-
dispositivos de medição da produção e taxa de
terísticas identificadas no plano de controle. O
produção.
estudo fornece uma avaliação da prontidão do
A validação da efetividade do processo de processo para produção.
manufatura começa com a corrida piloto de pro-
dução. Normalmente, a quantidade mínima para
Aprovação de Peça de Produção
uma corrida piloto de produção é estabelecida
pelo cliente, mas ela pode ser excedida pela equi-
pe de APQP da organização. O objetivo da aprovação de peça de pro-
Seus outputs (produtos) são usados para: dução é fornecer evidências de que todos os re-
quisitos do registro do projeto de engenharia
e requisitos de especificações do cliente sejam
estudo preliminar de capacidade do
compreendidos de forma adequada pela orga-
processo;
nização e de que o processo de manufatura tem
análise dos sistemas de medição;
o potencial de produzir um produto consistente
demonstração da taxa de produção; com tais requisitos durante a produção, na taxa
revisão do processo; de produção cotada.
testes de validação da produção;
aprovação de peça de produção; Teste de Validação da Produção
avaliação da embalagem;
First Time Capability (FTC); Os testes de validação da produção refe-
aprovação do planejamento da quali- rem-se aos testes de engenharia que validam que
dade; os produtos manufaturados de acordo com os
amostras de peças de produção; processos e ferramentas de produção atingem os
padrões estabelecidos pela engenharia do clien-
amostra mestre (conforme necessário).
te, incluindo os requisitos de aparência.
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O planejamento da qualidade não termina produto ou serviço neste estágio. Dados variáveis
com a validação do processo e a instalação. Este e do tipo atributo devem ser avaliados. As orga-
é um estágio de manufatura de componente em nizações que implementarem integralmente um
que o resultado pode ser avaliado quando todas processo de APQP efetivo estarão numa posição
as causas comuns e especiais de variação estão melhor para atender aos requisitos do cliente, in-
presentes. Também é o momento de avaliar a cluindo as características especiais especificadas
efetividade dos esforços do APQP. Os planos de por ele.
controle de produção são a base para avaliar o
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Caro(a) aluno(a),
O objetivo deste capítulo foi esmiuçar as cinco fases componentes do APQP, explicando cada uma
detalhadamente, bem como as suas subdivisões. Detalhou-se, passo a passo, como se faz o controle do
planejamento de um determinado produto, minimizando erros, eliminando custos desnecessários e tor-
nando o produto viável economicamente.
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Engenharia de Produtos
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5 ENGENHARIA DE VALOR
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Canadá: Brasil:
•• inserção por meio de consultores. •• 1964: aplicação inicial na Singer do
Brasil;
Europa: •• 1971: Mercedes-Benz, Bendix, Phil-
•• 1964: fundação da Value Enginee- lips e Volkswagen;
ring Ltd. •• 1984: é criada a Associação Brasilei-
ra de Engenharia e Análise de Valor
Alemanha: (ABEAV).
•• independentemente da utilização
por filiais de empresas internacio-
nais, houve um movimento gover-
5.1 Função
5.2 Valor
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5.3 Desempenho
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Caro(a) aluno(a),
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6 QUALIDADE EM PROJETO
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6.2 Confiabilidade
Quadro 3 – Desempenho.
Parâmetro Descrição
Tempo médio entre falhas Tempo médio entre falhas sucessivas de um produto reparável.
Taxa de falha Número de falhas por unidade de tempo.
Tempo médio para falhas de um produto não reparável ou tempo médio para a
Tempo médio para falha
primeira falha de um produto reparável.
Tempo médio entre
Tempo médio de um tipo específico de ação de manutenção.
manutenções
Eficácia do sistema Proporção em que um produto satisfaz as exigências do usuário.
Vida b10 Vida durante a qual 10% dos produtos teriam falhado.
Reparos/100 Número de reparos por 100 horas de operação.
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Elder André Zuin
Caro(a) aluno(a),
O objetivo deste capítulo foi a introdução do conceito de qualidade do projeto, pois, com o aumen-
to da complexidade do projeto, mais tecnologia e planejamento são necessários para a confecção das
ideias/produtos. Introduzimos, ainda, o conceito de sistema de qualidade e confiabilidade dos produtos.
Veja a quantidade de teoria e informações que existem por trás de um único produto, seja de tecnologia
complexa ou não.
1. Cite pelo menos um exemplo em que o cliente percebe que um produto comprado apresenta
uma falha.
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RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS
CAPÍTULO 1
1. Esse cenário é muito próximo do exemplo citado no produto ampliado – self service no posto
de gasolina –, ou seja, são serviços extras que vão além do que o cliente espera.
CAPÍTULO 2
1. São exemplos de exploração final de um produto, ou seja, antes de finalizar o ciclo do produto,
ocorre uma “injeção de ânimo” para aproveitar ao máximo a oportunidade final.
2. Tanto em uma quanto em outra situação, nota-se claramente que, no início, há necessidade
de um capital de giro para alavancar o produto/negócio e, nesse momento, não há lucro, mas,
pelo contrário, prejuízo. Com o aumento das vendas e divulgação do negócio, inicia-se um
período de diminuição dos prejuízos, passando pelo ponto neutro e iniciando o lucro propria-
mente dito. Essa fase é uma das mais críticas e pode estabelecer um ponto final no sonho de
um empreendedor.
CAPÍTULO 3
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Elder André Zuin
CAPÍTULO 4
1. Este é um caso típico em que o cliente sabe o que deseja (voz do cliente), porém não consegue
transmitir a informação de maneira adequada, sendo que a empresa também tem a mesma
dificuldadedecomunicação.Nessescasos,oAPQPconseguesolucionaroproblemadecomu-
nicação, sendo aplicado passo a passo, na íntegra.
2. Paraendossarotrabalhorealizadopelaequipe,atestarquetodasasetapasforamcumpridase
documentar o avanço das fases.
CAPÍTULO 5
2. Ovaloraumentaemduassituações:peloaumentodafunçãoepelareduçãodocusto.Oponto
ótimoéatingidoquandoessasduassituaçõesocorrem.Quandoumaououtraocorre,também
há aumento do valor, porém não em seu máximo.
CAPÍTULO 6
1. Umdefeitoapresentadopeloprodutoduranteoperíododegarantia.Umrecallcompropagan-
danaTV,internete/ourádiochamandoosconsumidorespararepararousubstituiroproduto.
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REFERÊNCIAS
NUNES,P.Engenhariadevalor.2008.Disponívelem:<http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/
engenharia_de_valor.htm>. Acesso em: 6 set. 2013.
RAZIA, L. APQP – Advance Product Quality Planning. 2013a. Disponível em: <http://www.apqp.com.br/>.
Acesso em: 26 ago. 2013.
______. Fases do APQP – Advance Product Quality Planning. 2013b. Disponível em: <http://www.apqp.
com.br/fases-apqp/>. Acesso em: 1 set. 2013.
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