You are on page 1of 15

FGV DIREITO SP

MESTRADO PROFISSIONAL

Mecanismos contratuais de solução de impasses em sociedades empresariais -


Deadlock Provisions
Francisco Loureiro Severien

Projeto de pesquisa apresentado ao


Mestrado Profissional da FGV Direito SP,
sob orientação da professora Lie Uema do Carmo

Versão de [11.09.2017]

1. Tema, contexto e delimitação de escopo

No Brasil, aproximadamente dois milhões de empresas são criadas todos os anos. Em


sua maioria, o tipo societário escolhido é o das sociedades limitadas e por ações de capital
fechado. As sociedades por ações têm sua criação, funcionamento e extinção regulados pela Lei
n.º 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), ao passo em que a disciplina das sociedades
limitadas está inserida no corpo do Código Civil de 2002.

Em ambos os diplomas, há regras que estabelecem o quórum de deliberação para


determinadas as matérias que o legislador atribuiu maior relevância para o funcionamento das
sociedades. No entanto, a legislação não prevê soluções eficientes para os casos de empate ou
para os casos em que o quórum legal ou contratualmente previsto para determinada
deliberação social não é atingido. Estes impasses, a que a doutrina estrangeira chama de
deadlocks, não raro resultam na paralisia do funcionamento da empresa e colocam em xeque a
sua própria existência.

Neste contexto, a solução proposta pela legislação societária quase sempre acaba por
submeter a controvérsia à apreciação judicial (Art. 129 da Lei n.º 6.404/76) ou ao
procedimento de dissolução, parcial ou total, da sociedade. Nestes últimos casos (dissolução
total ou parcial), as partes devem se sujeitar ao procedimento de liquidação, no primeiro caso,
e de apuração de haveres, no segundo. Ambos os procedimentos são demorados e custosos.
Além disso, em qualquer dos casos, a paralisia das atividades sociais enquanto não solucionado
o conflito, e a incerteza do resultado dos procedimentos judiciais inaugurados no âmbito
societário, invariavelmente oneram o custo de transação deste tipo de relação contratual e
revelam a ineficiência de nossa regulação a respeito desta matéria.

Neste trabalho, nos propomos a examinar modelos de arranjos contratuais que evitem
que deadlocks societários conduzam os sócios às portas do Poder Judiciário. A aplicação
inteligente de cláusulas de solução de impasses (deadlock provisions), como, por exemplo, a
criação de colegiados deliberativos com membros eleitos previamente e em número impar, a
utilização de cláusulas como as cláusulas de compra e venda (shotguns, russian roulette, put e
call), cláusulas de desempate internas e externas, entre outras, caso bem elaboradas e
introduzidas no ambiente societário no momento da celebração do pacto social (ex-ante),
podem dar agilidade à solução de conflitos, reduzindo o custo de transação e minimizando o
risco de insucesso da sociedade.

O objetivo do trabalho é explorar a prática contratual de elaboração destas disposições


contratuais e avaliar a sua adequação à solução dos conflitos societários mais comuns entre
empresas criadas com perfil de participações igualitárias, ou ainda, aquelas em que a formação
de maiorias é insuficiente para a tomada de decisão sobre determinados temas que exigem, por
lei ou por disposição contratual, quórum qualificado.

A ideia é verticalizar o estudo destas disposições contratuais (deadlock provisions),


contextualizando a sua utilização em outros países como os EUA, Reino Unido, Itália e França,
e examinando a sua adequação à realidade brasileira. Neste percurso, procuraremos identificar
problemas de ordem jurídica (validade e eficácia), assim como de natureza prática relativos à
aplicação destas cláusulas contratuais no ecossistema legal nacional.

Como resultado, espera-se que o trabalho possa servir de inspiração para advogados
que estejam elaborando contratos sociais, estatutos e acordos de sócios, relativos à empresas
com características de participação igualitária ou que, por outras razões, apresentem uma
tendência à formação de impasses entre os sócios (deadlocks). Nesta hipótese, o trabalho
poderá servir como ferramenta de auxilio a estes profissionais, pois terão à disposição um
estudo crítico em que poderão se apoiar na elaboração de cláusulas contratuais que minimizem
os prejuízos resultantes da paralisia societária que resulta de situações de impasse.

2. Modelo de pesquisa

O modelo de pesquisa a ser adotado será predominantemente exploratório de uma


prática jurídica pouco formalizada. A partir da observação empírica de que existem milhares
de empresas no Brasil cujos atos constitutivos (contrato social ou estatutos) ou acordos
parassociais (acordos de sócios e acionistas) não dispõem de mecanismos eficientes de solução
de controvérsias internas, o que se pretende é formular um texto doutrinário que apresente
soluções práticas, de perfil contratual, para a dissolução de impasses.

Neste contexto, entendemos que a melhor abordagem para enfrentar o tema é explorar
o ramo do direito societário e contratual em busca das ferramentas que o nosso ordenamento
dispõe para a solução dos problemas anteriormente relatados. Nesta pesquisa, também serão
exploradas as práticas jurídicas afins presentes no ordenamento de outros países,
principalmente nos Estados Unidos da América e Reino Unido, mas também nos países de
tradição continental. A intenção será buscar inspiração em países cuja prática contratual e
societária seja mais consolidada para, na medida do que for compatível com a nossa realidade,
adaptar e sugerir possíveis aplicações práticas na solução de impasses societários no Brasil.

Como o trabalho tem por objetivo apontar de forma crítica soluções contratuais para
controvérsias societárias, é correto afirmar que o objetivo também será o de enfrentar
problemas práticos presentes no cotidiano dos advogados que militam nesta área. Neste
aspecto, a partir da pesquisa exploratória da prática contratual societária, o trabalho servirá ao
propósito de apontar soluções para problemas concretos, daí porque o modelo de pesquisa
adotado será predominantemente exploratório, mas terá componentes de solução de
problemas práticos.

3. Problemas e quesitos

O problema central a ser endereçado pelo trabalho será o enfrentamento de situações


de impasse societário surgidas no ambiente de empresas cuja participação dos sócios é
igualitária, ou, naquelas em que haja um número maior de sócios, não se consiga atingir
maiorias legais e contratuais que viabilizem a tomada de decisão.

Os casos de impasses ou deadlocks formados entre sócios podem ser motivo suficiente
para levar qualquer empresa à uma situação de paralisia. As decisões envolvendo a nomeação
e destituição de administradores, capitalização da sociedade, transformação do tipo societário,
sucessão hereditária, expansão dos negócios via aquisições de outras companhias, mudança do
objeto social (diversificação dos negócios), dedicação dos sócios ao negócio, realização de
investimentos relevantes e a obtenção de empréstimos podem ser motivos de divergência entre
sócios e, portanto, formação de impasses.

Caso os sócios não tenham preparado e pensado em métodos contratuais de solução


destes problemas, a disputa invariavelmente os conduzirá ao Judiciário, cujos problemas de
instabilidade jurisprudencial, corrupção e morosidade contribuirão, na maior parte das vezes,
ao agravamento da crise instalada no ambiente interno da sociedade, com repercussão perante
seus credores, parceiros e empregados.

Há outras hipóteses de impasses, não vinculados à empresas que detenham participação


societária igualitária, mas cuja estrutura de capital possa inviabilizar a construção de maiorias
que atinjam quóruns qualificados exigidos por lei ou contrato para a tomada de determinadas
deliberações sociais.

É a hipótese, por exemplo, do inciso I do Art. 1.076 do Código Civil de 2002, que
estabelece que somente pelo voto de ¾ dos sócios poderá ser deliberada a modificação do
contrato social e a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado
de liquidação das sociedades limitadas.

Neste contexto, o trabalho deverá responder aos seguintes quesitos:

 O tratamento conferido pela legislação societária Brasileira para a solução de


controvérsias envolvendo impasses (deadlocks) entre sócios é adequada e
abrange as principais hipóteses de problemas enfrentados por empresas
nacionais?
 O Poder Judiciário tem sido eficiente no enfrentamento das demandas que lhe
são submetidas? As soluções judiciais são eficientes em termos de custo e tempo?
 Há mecanismos de solução de impasses societários de perfil contratual que
produzam um resultado mais eficiente em termos de custo e tempo? Quais
seriam estes mecanismos?
 Em outros países (EUA e Reino Unido), como se solucionam estas controvérsias?
É possível adaptar os mecanismos adotados nestes países à realidade brasileira?
Estas cláusulas são válidas e eficazes no Brasil?
 Para os principais problemas envolvendo impasses entre sócios (deadlocks), que
cláusulas contratuais (deadlock provisions) apresentam a melhor solução
contratual para a questão?
 Quais os principais riscos, vantagens e desvantagens envolvidos na utilização
destas cláusulas para solução de impasses entre sócios?

4. Justificação da relevância prática e do potencial inovador

O trabalho pretende servir como um texto doutrinário com viés prático, com o objetivo
de verticalizar a análise da aplicabilidade, no país, de deadlock provisions. Neste sentido, o
trabalho poderá servir de importante orientação para advogados que militam na área do direito
societário. Não desconhecemos que existem inúmeros manuais de redação e elaboração de
contratos. Entretanto, não conhecemos algum que seja focado no tema que aqui se pretende
abordar.

Até mesmo no âmbito das grandes empresas nacionais, em que os arranjos societários
são mais sofisticados, não se observa com frequência a aplicação das disposições contratuais
que pretendemos examinar neste trabalho. Neste contexto, entendemos que o aprofundamento
da análise quanto validade e eficácia destas cláusulas pode auxiliar na solução de controvérsias
em empresas de qualquer porte, incluindo as médias e pequenas empresas. Afinal, os impasses
entre sócios podem se manifestar em qualquer tipo de sociedade, independentemente do seu
porte ou tipo.

Portanto, parece-nos que se forem atingidos os objetivos do trabalho, ele servirá de


importante ferramenta de auxílio para a formulação de contratos societários por advogados da
área, revelando-se, assim, o seu perfil prático mais relevante.

No que se refere ao potencial inovador, entendemos que o trabalho abordará um tema


ainda pouco explorado tanto na doutrina como na prática corrente do Direito Societário. Isto
porque, apesar dos problemas que se pretende enfrentar se observarem ordinariamente no
dia-a-dia das empresas nacionais, não se tem visto, na prática disseminada, a construção de
soluções contratuais eficientes para estas questões. Queremos crer que esta constatação revela
uma ausência de textos doutrinários de viés prático, que busquem disseminar a utilização de
mecanismos contratuais voltados para a solução de conflitos societários.

Neste contexto, a produção deste trabalho poderá auxiliar na formação de conteúdo


jurídico que dissemine a prática, e, com isso, sirva para incrementar a eficiência na solução das
controvérsias societárias. Neste aspecto, o trabalho pode representar importante traço de
inovação, sobretudo porque o aprofundamento que pretendemos imprimir na sua elaboração
seguramente poderá servir de influencia futura na formulação de contratos sociais e estatutos,
ou acordos de sócios, de empresas, especialmente de médio e pequeno porte.

5. Fontes e métodos de investigação

Inicialmente, pretendemos realizar um trabalho empírico de coleta de dados


envolvendo o perfil das empresas brasileiras e a sua classificação por categorias (EIRELI, LTDA.,
S.A. Fechadas e Abertas). O objetivo é fixar a abrangência do objeto do trabalho em relação ao
ambiente societário nacional. O IBGE contém pesquisas sobre esse assunto, razão pela qual
iniciaremos com a análise desta base estatística.

Partindo deste ponto inicial de informação, buscaremos no Departamento Nacional de


Registro de Comércio – DNRC, na Junta Comercial do Estado de Pernambuco e de São Paulo,
obter dados envolvendo o quantitativo de empresas cuja participação societária seja igualitária
ou cuja divisão do capital social não permita a formação de maiorias qualificadas. Em seguida,
pelo método de amostragem, pretendemos examinar o conteúdo dos atos constitutivos destas
sociedades para poder dimensionar com maior precisão a incidência de cláusulas de solução de
impasses (deadlock provisions) nos referidos atos societários. Caso existam, trataremos de
quantificar e classificar as referidas cláusulas por tipo de matéria que pretendem solucionar e
qual o mecanismo previsto para a solução do conflito.

Em um outro vetor de pesquisa, pretendemos acessar os atos constitutivos e acordos de


acionistas relativos às empresas listadas na BMF&Bovespa. A partir deste material, buscaremos
realizar uma classificação destes acordos levando em consideração os mesmos critérios
utilizados para as empresas não listadas, conforme indicado no item anterior. Também neste
ambiente de pesquisa consultaremos a Comissão de Valores Mobiliários - CVM na tentativa de
examinar os acordos de acionistas que tenham sido arquivados perante o órgão regulador do
mercado de capitais. A ideia é traçar um paralelo entre a incidência de cláusulas de solução de
impasses utilizadas por empresas de pequeno e médio porte em comparação com aquelas
estruturas utilizadas pelas empresas de maior envergadura econômica.

Como último elemento de pesquisa empírica, tentaremos buscar perante o Poder


Judiciário de Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul, dados relacionados à quantidade, tipo e tempo de duração das principais causas
envolvendo disputas societárias. Neste ponto, o objetivo é demonstrar que o caminho judicial
para a solução de controvérsias societárias não é o mais eficiente, porquanto o tempo de
duração dos processos judiciais, associado à imprevisibilidade dos seus resultados aponta para
uma elevação dos custos deste tipo de solução.

Do ponto de vista teórico, utilizaremos como fonte de pesquisa, além da legislação


nacional e estrangeira, a doutrina especializada em contratos e direito societário produzida no
país e no exterior. Observamos que existe uma quantidade razoável de literatura,
especialmente nos EUA e Reino Unido, sobre assuntos correlatos com o objeto do trabalho, fato
que contribuirá para a boa fundamentação da pesquisa.
6. Familiaridade com o objeto, acessibilidade de informações e envolvimento
pessoal

Como profissional atuo na área do direito empresarial, com ênfase no âmbito societário.
Tenho como clientes empresas de médio e pequeno porte, cuja estrutura de formação de capital
social é bastante coincidente com o objeto do estudo. Os problemas que o trabalho pretende
enfrentar são os problemas que os meus clientes vivenciam ou podem vir a vivenciar.

Este contexto profissional me permite ter como laboratório a minha própria prática
profissional. Também acredito que o primeiro beneficiário do resultado do trabalho serei eu
mesmo, uma vez que as soluções contratuais que pretendo propor como resultado do trabalho
serão de grande valor para a formulação dos contratos que são demandados do meu escritório.
Por essa razão, entendo que o meu envolvimento pessoal com a matéria será um móvel que
contribuirá com o direcionamento prático do trabalho, além de garantir que eu não precise
mergulhar em assuntos totalmente novos ao meu cotidiano para elaborar o texto.

As informações que servirão de base empírica para o trabalho estão acessíveis em fontes
públicas (IBGE, Juntas Comerciais, BMF&BOVESPA, CNJ, Tribunais de Justiça), razoavelmente
sistematizadas e cujo acesso é possível pela internet. Tenho bom trânsito no âmbito do
Judiciário Pernambucano e perante a JUCEPE, de sorte que não acredito que terei dificuldades
em acessar as bases de dados destes órgãos para pesquisa. No estado de São Paulo talvez
encontre mais dificuldade. Entretanto, acredito que seja possível obter as informações
necessárias com esforço razoável, até porque são públicas e acessíveis a todos.

Quanto à pesquisa doutrinária e teórica, os textos relativos ao objeto do trabalho estão


disponíveis através dos canais ordinários de pesquisa acadêmica, razão pela qual não creio que
haverá dificuldades intransponíveis neste aspecto. Naturalmente, o exame de eventuais
acordos de sócios de companhias fechadas será um desafio, pois a regra é que estes contratos
permaneçam cerrados no ambiente privado dos sócios. Acredito, no entanto, que não será um
obstáculo à boa fundamentação empírica do texto.

7. Indicação de literatura especializada e obras de referência

A bibliografia para a realização do trabalho partirá da leitura de livros e artigos


especializados, nacionais e estrangeiros, que tratem de acordos de acionistas, métodos de
solução de controvérsias societárias e contratos. Como bibliografia preliminar, apontamos os
seguintes textos:

a) ASCARELLI, Tullio. Problemas das sociedades anônimas e direito comparado.


Campinas: Bookseller, 2001.
b) PRADO, Viviane Muller e VILLELA, Renato. Sociedades limitadas com
participações igualitárias: quando a saída é a solução. Revista de Direito
Empresarial – RDEmp. V. ano 13 n.1 Jan/Abr. 2016. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
c) CRAVEIRO, Mariana Conti. Contratos entre sócios: interpretação e direito
societário. São Paulo: QuartierLatin, 2013.
d) CRAVEIRO, Mariana Conti. Alguns aspectos jurídicos do desinvestimento nas
operações de private equity. In SOUZA JUNIOR, Francisco Satiro (Coord.).
Mercado de Capitais. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 91-117.
e) COX, Marcelo Dourado. Deadlock Provisions. Resolução contratual e conflitos
societários. São Paulo: Almedina, 2017.
f) CAMINHA, Uinie e LIMA, Juliana Cardoso. Contrato incompleto: uma perspectiva
entre direito e economia para contratos de longo termo. Rev. direito GV vol.10 nº.1
São Paulo Jan./June 2014.
g) LANDEO, Claudia M. e SPIER, Kathryn E. Shotguns and Deadlocks, 31 Yale Journal
on Regulation, 31/143, 2014.
h) BULGARELLI, Waldírio. Questões de Direito Societário. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1983.

8. Sumário preliminar

Introdução

Na introdução trataremos de contextualizar o problema a ser abordado. Esta


contextualização será composta pelo resultado das pesquisas empíricas realizadas perante as
Juntas Comerciais consultadas, o IBGE, BMF&Bovespa e do Poder Judiciário. Espera-se que após
essa pesquisa empírica seja possível identificar claramente os problemas mais recorrentes
originados pela falta de definição, nos contratos de sociedade, de mecanismos de solução de
impasses (deadlock provisions).

Também na introdução, e como resultado dos dados empíricos coletados, será possível
delimitar quais os problemas (impasses societários) mais frequentes enfrentados pelas
sociedades que serão objeto de estudo, de sorte que estes problemas sirvam de ponto de
partida para o desdobramento do trabalho.

1. Principais causas de impasse entre sócios (Deadlocks)

Neste item, a proposta é discorrer sobre as principais causas de conflitos entre sócios,
apontando as razões de sua gênese e as repercussões negativas que eles podem ter para o bom
funcionamento da sociedade.

1.1 Desacordos relativos à investimentos

Grande parte dos desentendimentos entre sócios brotam do desalinhamento de


objetivos e de valores empresariais que cada sócio imputa em relação à sociedade. Ainda que
estes objetivos e valores estejam alinhados, há também hipóteses em que a situação financeira
de cada um seja desigual, de forma que as decisões relativas à realização de investimentos na
sociedade, por vezes podem causar inúmeras controvérsias e impasses. Aportar recursos
próprios, fontes de financiamento, venda de ativos, reinvestimento dos lucros, são apenas
alguns temas que pode gerar incontáveis controvérsias entre sócios e representar a paralisia
da sociedade quando o consenso não é atingido.

1.2 Saída de sócios e desinvestimento

A saída de sócios, sejam eles sócios investidores ou que efetivamente participam da


gestão da sociedade, é um tema que gera controvérsias por vezes infindáveis. Normalmente os
mecanismos de solução de controvérsias dessa natureza não são claramente previstos nos
contratos, de sorte que não é raro que disputas em torno da possibilidade de saída de sócios da
sociedade, e, especialmente, da quantificação dos haveres do sócio que se retira, acabem
chegando ao Judiciário, prejudicando a sobrevivência da própria empresa.

1.3 Morte e incapacidade superveniente de sócio – relação com herdeiros –


sucessão em vida

A morte de sócios, a relação dos sócios remanescentes com herdeiros do falecido ou


incapaz, e a sucessão em vida dos sócios também são temas pouco tratados ou mal disciplinados
em contratos de empresas de pequeno e médio porte, em que boas práticas de governança são
pouco observadas.

1.4 Venda de participações e entrada de novos sócios

A venda de participações societárias também são causa de tensão entre sócios. Cláusulas
de preferência mal elaboradas, acordos de bloqueio quanto à entrada de sócios e a ausência de
disposições a respeito desta matéria são frequentes e causam impasses recorrentes.

1.5 Eleição e destituição de administradores (diretores) e conselheiros

Questão fundamental para o bom funcionamento de uma sociedade é a manutenção de


uma estrutura diretiva alinhada com os objetivos dos sócios. Não raro, os próprios sócios são
os diretores da sociedade, atuando em conjunto ou isoladamente. Em ambas as hipóteses, há
fontes de problemas graves. Impasses na eleição ou destituição de administradores podem
levar empresas à quebra muito rapidamente.

2. Cláusulas de solução de controvérsia (deadlock provisions)

Neste item do trabalho, o objetivo será elaborar uma descrição analítica de cláusulas
contratuais que possam arquitetar mecanismos de solução de controvérsias entre sócios. Cada
subitem corresponderá a uma cláusula, que deverá ter seu conteúdo descrito de forma analítica
e crítica. Neste contexto, trataremos de examinar toda a extensão do conteúdo das cláusulas
sugeridas, problematizando a sua aplicação à luz do ordenamento jurídico brasileiro. Serão
realizados testes de validade e eficácia destas provisões contratuais, bem como exame
comparativo de seu grau de eficiência em confronto com outras formas de solução judicial de
controvérsias societárias.
2.1 Cláusula de formação de colegiados decisórios (conselhos, mediadores
ou árbitros)

Uma forma eficiente de evitar ou solucionar impasses societários é a criação de órgãos


colegiados com atribuições deliberativas dentro da estrutura de gestão das sociedades.
Obviamente, a hipótese mais comum é formação de conselhos de administração, criados com
membros apontados pelos sócios em número ímpar. É usual que empresas de grande porte,
sejam elas constituídas sob o tipo limitada ou por ações, prevejam em seus atos constitutivos
ou estatutos a formação de conselhos de administração. Dentre os poderes associados ao
respectivo conselho, pode ser atribuído o de arbitrar impasses existentes entre os sócios.

Alternativamente à formação de conselhos de administração aos quais também se


podem atribuir poderes para arbitrar impasses societários, existe a possibilidade de formação
de colegiados ad hoc, sem outras funções de gestão na companhia, mas tão somente de deliberar
acerca de impasses. Nestas hipóteses, o contrato social ou estatuto, ou ainda o acordo de sócios,
poderia prever que em caso de impasse dos sócios quanto à uma determinada deliberação, cada
sócio nomearia um mandatário (árbitro) e os mandatários, presumivelmente em número par,
elegeriam um presidente a quem caberia desempatar eventual deliberação.

Por outro giro, numa cláusula mais simples, os sócios poderiam, desde a formação da
sociedade, ou no próprio acordo de sócios, indicar um árbitro, que, isoladamente resolveria a
questão sujeita ao impasse, desempatando eventual deliberação.

Todas estas modalidades de disposição têm vantagens e desvantagens a depender do


ângulo pela qual sejam examinadas. O seu uso pode vir associado à outras cláusulas que
regulem o direito e a forma de saída do sócio ou grupo de sócios insatisfeitos com a deliberação
da sociedade. A sua validade e eficácia no âmbito do direito brasileiro também podem ser objeto
de discussão, conforme será detalhadamente esmiuçado no contexto deste trabalho.

2.2 Golden shares, voto qualificado ou de qualidade

É possível que os sócios, no ato de formação da sociedade ou em acordos parassociais


definam que para a aprovação de um determinado rol de matérias de interesse da sociedade,
sejam atribuídos a um sócio ou a um grupo de sócios poderes de voto afirmativo ou de veto
diferenciados dos demais integrantes da sociedade. Denominadas com frequência pela
doutrina estrangeira como golden shares, são ações ou quotas a que os sócios atribuem poderes
políticos de maior relevo, dada a importância dos sócios que as detêm, seja pelo fato de terem
fundado a companhia ou por manterem uma posição estratégica para atuar no interesse do
negócio. Aos detentores destas ações ou quotas, é conferido o direito de desempatar uma
determinada deliberação ou mesmo de vetar alguma, ainda que se tenha formado uma maioria
de consenso em torno dela.

No brasil, podemos denominar este tipo de arranjo como votos de qualidade ou


qualificados. A utilização deste tipo de cláusula tem por objetivo principal a proteção os
interesses de determinados sócios, que por diversas razões reservam para si poderes de maior
relevância na deliberação de matérias estratégicas de interesse social da companhia. No
entanto, caso bem calibrada, a atribuição de poderes de desempate ou de veto a um ou outro
acionista, inclusive de forma alternada, e para a deliberação de matérias mais importantes de
interesse da sociedade, pode representar uma maneira inteligente de dissolver impasses sem
prejudicar o regular funcionamento da sociedade.

2.3 Shotguns Clauses (Russian Roulette, Texas Shoot-out e Mexican Shoot-


out)

Há hipóteses, no entanto, em que os impasses são insolúveis, ou os sócios não


concordam em submeter suas deliberações ao crivo de órgãos colegiados ou árbitros indicados
para esta finalidade. Nos casos em que a solução consensual é impossível e o impasse
demonstra tamanha gravidade que prejudica a própria continuidade da sociedade, a saída de
um dos sócios pode ser a melhor solução em termos de velocidade e eficiência.

O direito americano é rico na utilização deste tipo de disposição. Inclusive, há


precedentes judiciais determinando que a solução de deadlocks societários se dêem mediante
a implementação de alguma cláusula de saída, seja pela compra da participação de um sócio
pelo outro, seja pela venda de uma parcela majoritária do capital a um terceiro e até mesmo a
sua alienação total do negócio. Pelo efeito drástico que elas produzem (a saída de um ou mais
sócios da sociedade), bem como pelo fato de que elas são ativadas mediante a implementação
de algum mecanismo de gatilho (opção formada a partir de determinada condição previamente
estabelecida), a prática contratual atribuiu a este tipo de disposição a alcunha de shotgun clause.

As cláusulas shotgun estão inseridas no contexto das ofertas de compra e venda de


participações societárias (buy-or-sell offers), e tem como principal característica a definição
rápida e justa do preço de um conjunto de quotas ou ações formulada por seus próprios
detentores e não por um terceiro. Em geral, a característica comum de uma cláusula shotgun
pressupõe que um sócio ofereça ao outro uma oferta de compra de suas ações ou quotas de
capital, dando ao sócio que recebe a oferta a opção de vendê-las pelo preço ofertado ou de
comprar a participação do ofertante pelo mesmo valor.

As cláusulas shotgun admitem inúmeras variações, que gravitam em torno tanto


circunstâncias de fato que autorizam a sua execução (condições), quanto em relação à forma de
implementação do mecanismo de posicionamento das ofertas de uma parte para a outra. As
mais comuns são as denominadas Russian Roulette, Texas Shoot-out e Mexican Shoot-out. Esta
última também denominada de Dutch-Auction Clause.

Na Russian Roulette, uma vez implementada a condição que confere a um dos sócios o
direito de promover a sua execução, inicia-se o procedimento mediante o envio à outra parte
de uma oferta de compra de sua participação. A parte que recebe a oferta pode aceitá-la,
concordando em se retirar da sociedade pelo valor e condições propostas ou se obrigar a
adquirir a participação do ofertante nas mesmas condições da oferta.
É uma cláusula que obriga o ofertante a calibrar sua proposta na busca de uma avaliação
justa do ativo, levando em conta a sua perspectiva sobre o negócio. Isto porque, nesta
modalidade de cláusula, somente uma das partes fornece a sua avaliação do ativo, vinculando-
se a ela, tanto para compra, como para venda. Este mecanismo pressupõe que o ofertante
formalize sua proposta com base em um valor equilibrado para a aquisição da participação da
outra parte, principalmente porque ele poderá ter que vender a sua participação pelo mesmo
valor sugerido para compra.

A lógica indica que o ofertante não avaliará a participação da outra parte por um valor
muito abaixo do que efetivamente vale o ativo, sob pena de estimular o outro a adquiri-lo nestas
condições. Pela razão diametralmente oposta, também se supõe que a proposta não deva conter
um preço muito superior ao valor do ativo, pois nesta hipótese a parte ofertante poderá estar
se obrigando a pagar mais do que o valor justo da participação objeto da disputa.

A cláusula de compra e venda denominada de Texas Shoot-out, prevê um formato


semelhante àquele habitualmente encontrado nas cláusulas Russian Roulette. A diferença
reside no fato de que ambas as partes em disputa devem trocar envelopes lacrados contendo
uma proposta para aquisição da participação societária da parte contrária. Aqui, quem
apresentar a proposta mais alta deve comprar a participação do outro pelo preço de sua própria
oferta.

A lógica desta modalidade de disposição está em garantir àquele sócio que mais enxerga
valor na companhia que se mantenha em seu controle. Esta é uma premissa objetiva e que tem
por pressuposto racional uma avaliação de risco do sócio. O acionista que está disposto à
empregar mais dinheiro na obtenção do controle do negócio, provavelmente estará mais
disposto à correr riscos controlados para recuperar o seu investimento, e, com isso, teria mais
condições de administrar de forma eficiente a companhia.

Por outro lado, este tipo de disposição pode estimular a formulação de propostas que
superem em muito o valor justo da companhia, ocasionando eventuais problemas de liquidez
do ofertante vencedor. A elaboração da cláusula deve deixar clara a estrutura de pagamento do
preço pela aquisição, caso seja diferente da modalidade à vista. Nesta hipótese, também é
importante que se predeterminem as estruturas de garantias oferecidas pelo comprador, com
vistas a minimizar o risco de inadimplemento das obrigações assumidas por ele em favor do
vendedor.

Em sentido ligeiramente diferente do que a Texas Shoot-out, a Mexican Shoot-out clause


ou Dutch Auction clause, pressupõe a mesma mecânica de troca de propostas com envelopes
fechados. Entretanto, ao invés de atribuir ao sócio que a presentar a proposta mais alta o direito
de adquirir a participação da outra parte pelo valor mais alto, a disposição obriga o sócio que
apresentou a proposta mais baixa a vender sua participação pela proposta que ele mesmo fez
(a mais baixa).

A racionalidade desta disposição caminha no sentido de não penalizar o sócio cuja


proposta seja mais arrojada em termos de preço. Isto porque, o pressuposto neste tipo de
arranjo é o de que ambas as propostas ofertadas são justas. Portanto, aquele que demonstrou
maior apetite e enxergou maior valor na companhia deve ser beneficiado com o direito de
adquirir a participação do outro sócio que avaliou o ativo de maneira mais conservadora.
Seguindo a lógica ligeiramente invertida àquela prevista nas cláusulas Texas Shoot-out, a Dutch
Auction também parece ter o efeito de elevar a avaliação do ativo, contendo, entretanto, uma
solução mais justa, pois deixa de atribuir um prêmio injustificado ao sócio que demonstrar
menor interesse no controle do negócio.

No curso deste trabalho, serão problematizadas tanto as questões de ordem jurídica


envolvendo a utilização destas cláusulas no contexto brasileiro (validade e eficácia), como
também as questões de ordem prática, como, por exemplo, a necessidade de recurso à via
judicial para implementar a sua execução em caso de recusa por parte de qualquer dos
contratantes.

2.4 Put, Call e venda conjunta (problemas quanto à avaliação econômica


dos ativos)

Mais conhecidas do que as cláusulas anteriormente examinadas, as opções de compra e


venda (put e call options) pressupõem uma obrigação de uma das partes de vender ou de
comprar determinado ativo, durante lapso temporal definido, a partir da implementação de
uma determinada condição, ou a partir de um período ou data determinada. As cláusulas put e
call, servem à vários propósitos, dentre os quais o de proporcionar a alienação de participações
societárias a um custo predeterminado ou determinável mediante a aplicação de fórmulas
definidas em caráter antecedente.

Neste sentido, o cláusula put revela em favor de uma das partes o direito de obrigar a
parte contrária a adquirir a sua participação, de acordo com os critérios de preços previamente
definidos. Já a cláusula call, dá a uma das partes o direito de obrigar a outra a lhe vender a sua
participação também de acordo com critérios de valoração da companhia formulados de
maneira antecipada.

Por sua vez, também existe a possibilidade de que, em caso de impasse (deadlock), as
partes decidam alienar em conjunto a sua participação a um terceiro. Em geral são outorgados
mandatos aos representantes de cada uma das partes para que busquem no mercado potenciais
interessados na aquisição conjunta da participação dos sócios envolvidos no impasse.

Todas estas modalidade de solução de saída de sócios esbarram em problemas sérios


que envolvem os critérios de avaliação do ativo objeto de alienação. Tanto nas opções put e call,
quanto na venda conjunta, o segredo para uma execução expedita e eficiente dos ajustes
formulados é ter clareza nos critérios indicativos de preço, bem como nas condições que
servem de pressuposto para o exercício da opção. A intenção é minimizar comportamentos
desleais ou oportunistas de sócios detentores de opções desta natureza, impondo a venda de
participações com prejuízo ao adquirente, ou a compra com extrema vantagem deste em
desfavor do vendedor.
Problemas como o que ocorreu com a Petrobras no caso da compra da refinaria de
Pasadena são exemplos de cláusulas put mal construídas, cuja execução resultou em graves
prejuízos aos seus acionistas. No entanto, cláusulas desta natureza, bem calibradas e
construídas de maneira objetiva e clara, podem dar velocidade e eficiência à solução de
deadlocks societários.

2.5 Divisão de ativos

A avaliação de ativos das companhias objeto de processos decisórios em que se


materializam deadlocks são uma fonte importante de problemas, e, não raro, o maior obstáculo
na solução destes impasses. O processo penoso de apuração dos haveres mediante
levantamento de balanços específicos, relativos à participação de sócio dissidente ou que
pretende se retirar da sociedade em caso de desentendimento com os demais sócios, pode ser
abreviado a partir da utilização de regras simples de divisão e escolha dos ativos e passivos da
companhia.

Parece óbvio, mas é intuitivo que as pessoas procurem ser tanto mais justas quanto
maior seja o risco de que elas próprias se sujeitem aos reflexos de suas escolhas. Esta lógica é
bastante exacerbada na formulação das cláusulas Shotgun, em especial a Russian Roulette e a
Mexican shoot-out (Dutch Auction). Nestas disposições, a parte que está obrigada a formular
uma proposta de aquisição para a participação da outra é instada à fazê-lo a partir de um
standard de “justeza” tanto simples, quanto eficaz. É o padrão de equilíbrio que a parte deseja
para si que deve prevalecer, uma vez que a avaliação realizada pode servir tanto para submeter
a parte contrária, como também, ao arbítrio desta, submeter o ofertante a aceitar a sua própria
oferta.

Num cenário econômico ideal e altamente eficiente, em que não houvesse escassez de
recursos, seja da poupança dos próprios sócios, seja através de fontes de financiamento
abundantes e competitivas, não restam dúvidas de que as cláusulas Shotgun representam
modalidades altamente eficazes de solução de impasses societários. Entretanto, no mundo real,
em especial no ambiente econômico nacional, os recursos são escassos e existem hipóteses em
que a solução de controvérsias societárias (deadlocks) pela aplicação das cláusulas Shotgun são
inexequíveis pela absoluta falta de funding dos respectivos sócios.

Neste contexto, a alternativa mais eficiente pode ser a divisão dos ativos e passivos da
companhia entre os sócios. Há, no entanto, um problema óbvio embutido nesta solução. Num
contexto em que os sócios não se entendem quanto aos objetivos da sociedade, seria
improvável que passassem a concordar quanto à divisão dos ativos da sociedade.
Invariavelmente a solução desaguaria no Poder Judiciário através da propositura de uma ação
de dissolução da sociedade.

Como alternativa eficaz, entendo que seria possível estipular, no contrato social ou num
acordo de sócios, uma regra contratual que previsse que numa situação de impasse, um dos
sócios seria eleito para fazer a divisão dos ativos e passivos da sociedade, enquanto ao outro
caberia a prerrogativa de escolher entre uma das partes. De forma mais direta, um divide e o
outro escolhe. O sócio incumbido de fazer a divisão dos ativos seria instado a executar a divisão
de forma racional, imbuído do sentimento de justiça e equilíbrio, porque ele não saberia qual
das partes o outro sócio poderia escolher. Sua inclinação natural seria no sentido de dividir a
companhia em partes iguais, deixando de privilegiar qualquer uma delas, pois o resultado da
escolha da outra parte poderia lhe atribuir a titularidade de uma ou outra indistintamente.

Logicamente, assim como as demais disposições contratuais, este mecanismo enfrenta


problemas de execução que serão igualmente examinados no curso deste trabalho.

3. Análise crítica de adequação das cláusulas de solução de controvérsias

A partir do exame dos impasses mais frequentes e das cláusulas de solução de


controvérsias apontadas, pretendemos fazer uma análise crítica de riscos, vantagens e
desvantagens quanto à aplicação de cada cláusula em relação a cada uma das hipóteses de
controvérsia arroladas. Assim, será possível traçar uma relação de adequação entre o
mecanismo contratual idealizado e a situação em que ele pode ser útil para solucionar
problemas concretos.

4. Conclusão e recomendações práticas

Na conclusão do trabalho, serão endereçadas as recomendações práticas para orientar


os operadores quanto à utilidade concreta dos mecanismos de solução contratual de
controvérsia abordados ao longo do trabalho.

Também pretendemos elaborar um anexo contendo exemplos de cláusulas contratuais


que sirvam de inspiração para que os profissionais da área empresarial elaborem atos
societários contendo estas disposições, contribuindo assim, com a facilitação da disseminação
do que acreditamos ser uma boa prática jurídica no âmbito societário.

10. Cronograma com estimativa de horas

2017 2018 2019


Atividade 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 H
[Leitura da [90]
bibliografia]
[Leitura de [30]
julgados]
Leitura dos [30]
acordos de
acionistas
encontrados em
pesquisa
[Redação do [20]
capítulo 1]
[Redação do [20]
capítulo 2]
[Redação do [20]
capítulo 3]
[Conclusão da [20]
redação]
[Revisão] [20]
[Depósito] [–]

You might also like