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60 horas aula
Conteúdo programático:
Introdução
Educação Ambiental e Cidadania
Educação Ambiental e Cultura
Educação Ambiental Formal
Conteúdo Programático
Técnicas em Educação Ambiental
Três Técnicas de Educação Ambiental
Carta aos Professores
Como Organizar um Passeio à Floresta
Educação Ambiental Não-Formal
Duas Ideias Para Projetos
Educação Ambiental na Empresa
Educação Ambiental Informal
Textos Auxiliares
Agenda 21
Tratado de Educação Ambiental Para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global
Cuidando do Planeta Terra
Meio Ambiente na Constituição Federal
Modelos de Projetos
Bibliografia/Links Recomendados
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Introdução
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estruturas injustas de nossa sociedade, pois devem ser lutas
interligadas e simultâneas, já que de nada adianta alcançarmos
toda a riqueza do mundo, ou toda a justiça social que sonhamos,
se o planeta tornar-se incapaz de sustentar a vida humana com
qualidade.
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– devido ao atual estágio de desenvolvimento existente nas
relações sociais de nossa espécie.
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sociedade civil, funcionam ainda tão precariamente, isso quando
conseguem funcionar. O ensino sobre o meio ambiente deve
contribuir principalmente para o exercício da cidadania,
estimulando a ação transformadora, além de buscar aprofundar
os conhecimentos sobre as questões ambientais de melhores
tecnologias, estimular mudança de comportamentos e a cons-
trução de novos valores éticos menos antropocêntricos. A
educação ambiental é fundamentalmente uma pedagogia de
ação. Não basta se tornar mais consciente dos problemas
ambientais sem se tornar também mais ativo, crítico participativo.
Em outras palavras, o comportamento dos cidadãos em relação
ao seu meio ambiente, é indissociável do exercício da cidadania.
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desses espaços coletivos - que são considerados como terra de
ninguém ou como pertencentes aos governos dos quais não
gostam - também não se mobilizam em sua defesa. Assim, não
há nenhuma sensação de perda diante de uma floresta que deixa
de existir ou de um lago ou manguezal aterrado, pois a população
residente, em sua maior parte, por não ter identidade cultural com
o lugar em que vive, também não se sente parte dele. Esse
fenômeno acontece, hoje, principalmente nas periferias das
grandes cidades brasileiras, onde se concentram milhares de
trabalhadores que usam as cidades apenas para dormir
constituindo-se em mão-de-obra pendular casa-trabalho/trabalho-
casa das grandes cidades. Existe uma grande população, mas
não um grande povo.
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A educação ambiental, à medida que se assume como educação
mais política do que técnica, assume também o processo de
formadora da identidade política e cultural de um povo. Nesse
sentido, alinha-se a todas as lutas e movimentos da sociedade
pela cidadania.
1. Princípios Básicos
O educador ambiental deve procurar colocar os alunos em
situações que sejam formadoras, como por exemplo, diante de
uma agressão ambiental ou de um bom exemplo de preservação
ou conservação ambiental, apresentando os meios de
compreensão do meio ambiente. Em termos ambientais isso não
constitui dificuldades, uma vez que o meio ambiente está em toda
a nossa volta. Dissociada dessa realidade, a educação ambiental
não teria razão de ser. Entretanto, mais importante que dominar
informações sobre um rio ou ecossistema da região é usar o meio
ambiente local como motivador, para que o aluno seja levado a
compreender conceitos como, por exemplo:
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Visão cultural: O meio ambiente não é constituído
apenas pelo mundo natural, onde vivem as plantas e os
animais, mas também pelo mundo construído pelo ser
humano, suas cidades, as zonas rurais e urbanas. Estes dois
mundos relacionam-se e influenciam-se reciprocamente.
Somos resultado dessas duas evoluções, a natural e a
cultural.
Visão político-econômica: O poder não está distribuído
de maneira igual por toda a humanidade, sendo diferente,
portanto, a distribuição das responsabilidades de cada um
pela destruição do planeta e pela construção de um mundo
melhor. Cada cidadão pode e deve fazer a sua parte, mas os
empresários, políticos, administradores públicos, etc., têm
uma responsabilidade muito maior. Atrás de cada agressão à
natureza estão interesses sócio-econômicos e culturais de
nossa espécie, que usa o planeta como se fosse uma fonte
inesgotável de recursos. As relações entre a espécie humana
e a natureza estão em desequilíbrio por que refletem a
injustiça e desarmonia das relações entre os indivíduos de
nossa própria espécie.
Visão ética: A mudança para uma relação mais
harmônica e menos predatória e poluidora com o planeta e
as outras espécies depende de todos, mas especialmente
começa em cada um de nós, individualmente, através de dois
movimentos distintos: um para dentro de nós mesmos e de
nossa família, com adoção de novos hábitos,
comportamentos, atitudes e valores; e outro para a
sociedade em torno de nós, buscando a união com outros
cidadãos para influir em políticas públicas e empresariais que
levem em conta o planeta, a qualidade de vida, a justiça
social.
Logo, por mais que o ensino para o meio ambiente mude de lugar
para lugar, em função das diferentes realidades, alguns princípios
estão presentes praticamente em todas as situações, tais como:
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Defender a natureza, a flora e a floresta, o meio ambiente, a
ecologia. Preservar os ecossistemas e os habitats, combater a
depredação dos recursos naturais, a poluição de mananciais e do
lençol freático. São palavras e conceitos que se tornaram comuns
hoje em dia, mas afinal, do que se trata? É preciso definir o que
se está falando, tomando o cuidado de não cair num tecnicismo
que distancie o aluno da ação transformadora que ele precisa
empreender como cidadão de seu tempo.
Mostre a importância
Por mais sério que seja, ninguém consegue ter a sensação de
importância por uma coisa abstrata, fora de sua realidade. Antes
de se importar com a sobrevivência das outras espécies, o aluno
precisa estar consciente de sua própria importância, sua
capacidade de interferir no meio ambiente e de agir como
cidadão. Afinal, como respeitar espécies consideradas inferiores
se o aluno percebe que não há respeito entre os indivíduos de
sua própria espécie?
Estimule a reflexão
A cada ação deve corresponder uma reflexão, pois não é
possível pretender transformar o mundo ou criar uma relação
mais harmônica com a natureza ou os outros indivíduos de nossa
própria espécie baseando-se apenas noacademicismo, onde se
acumula um volume imenso de conhecimentos e informações
sem que isso reverta em melhoria das condições de vida; ou
no tarefismo, onde se procura transformar o mundo pela ação
direta, como se nosso esforço fosse o suficiente para contagiar a
todos. O equilíbrio entre as duas forças deve ser o objetivo de
uma boa educação para o meio ambiente.
Estimule a participação
Uma vez que o aluno já domina um mínimo de conhecimentos
sobre palavras e conceitos e está consciente sobre a importância
de seu papel como agente transformador o próximo passo é a
participação. É no enfrentamento dos problemas de seu cotidiano
que o aluno se formará como cidadão. Além disso, o jovem não
precisa chegar à maioridade ou ter um diploma técnico para só
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então defender seus direitos a um meio ambiente preservado,
pois cada omissão equivale à destruição de mais e mais recursos
naturais, de mais e mais poluição. A mudança deve começar já,
inicialmente através de novas atitudes e comportamentos, mas
logo a seguir procurando engajar-se nas ações da sociedade em
defesa do meio ambiente e da qualidade de vida. Para estimular
os alunos, uma boa técnica é estabelecer parceiras com os
grupos ecológicos comunitários do lugar, convidando-os para se
integrarem ao trabalho na escola.
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caráter interdiciplinar do ensino para o meio ambiente. Outra
possibilidade é sugerir aos pais dos alunos que façam incursões
em finais de semanas ou feriados para realizar estudos do meio
ou investigar e fotografar um problema ambiental, levando no
carro dois, três ou mais coleguinhas dos filhos. E isso nem é uma
proposta absurda, já que muitos pais ajudam os filhos nos
trabalhos escolares, e não deixa de ser um passeio interessante,
além de promover a integração entre pais e alunos, escolas e
comunidade.
Conteúdo Programático
Conteúdo Programático
Língua Portuguesa
Nada é mais estimulante que escrever sobre um tema que está
em evidência, palpitante. Recortes de jornais e revistas, ou o
último programa de televisão sobre ecologia têm o efeito de
estimular a criatividade e a motivação para a escrita. Peça aos
alunos que comentem a matéria jornalística e apontem soluções
concretas para os problemas, escrevam uma carta à autoridade,
uma convocatória para a comunidade, etc. Muito importante é
trabalhar com eles os termos e conceitos que não ficaram claros,
solicitando que consultem dicionários e enciclopédias. Os
passeios ecológicos são ótimos para estimular a escrita, através
da elaboração de relatórios.
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Matemática
As questões ambientais fazem parte do dia a dia dos alunos. O
professor pode propiciar situações de aprendizagem, estimulando
os alunos a pensar sobre quantidades, percentagens, etc.
envolvendo temas ambientais ligados à sua realidade.
Geografia
Professores e alunos podem trocar informações entre si, e
nenhum local propicia melhores estímulos que o rio ou floresta
mais próximos, ou mesmo a praça, usando a técnica do estudo
do meio (página 00), estimulando as formações de mutirões
pedagógicos com as outras disciplinas. A visão crítica dos alunos
contribuirá para transformá-los em agentes de mudança de sua
própria realidade.
Ciências
Acostumados a lidar com as questões da Biologia, Química e Fí-
sica, os professores da área não deveriam encontrar dificuldades
para o ensino do meio ambiente caso tivessem a preocupação
de, primeiro, auxiliar os colegas de outras disciplinas a
"ecologizar" suas aulas e, segundo, adotassem um ensino de
ciências mais próximo da realidade e do interesse dos alunos,
que ultrapasse os conceitos biológicos para incorporar o social,
econômico e político.
História
Estimule os alunos a consultar enciclopédias, ler reflexivamente
os jornais em sala de aula, investigar as relações do passado
com o meio ambiente e projetar essas relações para o futuro.
Trazer para a sala de aula pessoas antigas da comunidade que
possam falar aos alunos sobre como era a vida na comunidade.
Educação Artística
A sucata é um excelente material para ampliar conceitos sobre
reciclagem, sociedade de consumo, desperdício, além de
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estimular a criatividade. Com os materiais que normalmente são
jogados fora pode-se fazer desde brinquedos até máscaras para
dramatizações. Busque a integração com as outras disciplinas.
a) Corrida Ecológica
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O jogador que cair com seu peão numa casa que apresente um
ponto positivo em relação ao meio ambiente, irá avançar algumas
outras casas como prêmio. Mas, se cair em uma das casas de
problemas ambientais será penalizado retrocedendo ou ficando
uma rodada sem jogar.
Saneamento – 3 Lixo – 4
Reflorestamento - 2 Desmatamento – 3
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Você fará perguntas aparentemente despretensiosas, evitando
induzi-los para alguma resposta. Lembre-se que os próprios
participantes constroem o jogo. Você é apenas um facilitador.
tabuleiro
os peões
o dado
os pontos positivos e negativos com os respectivos valores
as 6 casas distribuídas ao longo do percurso.
b) Quebra-cabeça Ecológico
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Com uma tesoura, faça cortes livres produzindo assim um
quebra-cabeça. É claro que neste momento você não vai pedir
para as crianças manusearem a tesoura, pois é perigoso.
c) Jogo do Slide
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interpretam melhor os distintos registros. Pode-se utilizar esta
atividade como um instrumento de realização de um curso,
oficina, conferência, etc.
d) Presente da Natureza
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participante nº 3 continua o jogo escolhendo um presente
embrulhado da mesa ou o presente do participante nº 2 ou ainda,
do participante nº 3.
e) Feira Verde
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Algumas datas que podem ser aproveitadas para implementar a
FEIRA VERDE:
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Para enriquecimento da Feira Verde, você pode implementar o
ECO-RÁDIO. Um pouco de articulação e boa vontade dos
membros da comunidade, são suficientes para fazer funcionar no
dia do evento, uma Rádio Ecológica. É um rádio comum
emprestado por alguém, com fios (doados) interligando algumas
caixas de alto-falantes tocando músicas com temas ambientais e
informações relevantes para a área de meio ambiente,
curiosidades, etc.
a. Estudo do meio
Leva o aluno a estudar os diversos componentes da natureza e
da sociedade, tornando-o mais consciente da realidade em que
se insere. Consiste numa técnica de colocar o aluno em contato
progressivo com todos os elementos do ambiente em que vive e
atua (escola, comunidade, meio físico etc.), através de passeios
ecológicos.
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de entrar em contato com a realidade,
através de seus múltiplos aspectos, de modo objetivo e or-
denado. Conhecer o meio a fim de senti-lo, usá-lo e aproveitá-lo;
reconhecer os aspectos negativos da sociedade, sem
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desenvolver rancores, porém de forma coerente, visando a
superação dos males de forma construtiva.
Planejamento:
Deve ser realizado pelo professor com a participação dos alunos.
É aconselhável um reconhecimento prévio do local a ser
estudado. Com as informações e observações obtidas, os
professores devem analisar as situações e escolher algumas
para discuti-las com os alunos em função de cada disciplina. Para
a coleta de dados tanto vale o relatório, quanto fotografias,
entrevistas, consultas de arquivos etc. Os alunos devem atuar
agrupados em equipes, cientes e preparados para as tarefas a
serem cumpridas.
Execução:
Fazer a coleta de dados, elaborar o trabalho e tirar conclusões.
Cada grupo redigirá um relatório referente à tarefa e se informará
dos relatórios dos outros grupos, a fim de se obter uma visão
global do meio estudado.
Apresentação:
Reunião para grupos exporem e discutirem seus relatórios,
podendo-se usar diversas técnicas de apresentação: maquetes,
slides, fotos, dramatização, painéis, jogral etc.
b. Estudo de caso
Leva o aluno a averiguar com aprofundamento uma situação
particular que constitua principal ameaça ao meio a que pertence
a comunidade e refletir sobre ela, a fim de contribuir para a
solução. Por exemplo: indústria poluidora, fonte fixa de poluição,
depredação ou destruição ambiental etc.
Objetivos
Conhecer melhor o meio através de contato com a realidade;
descobrir aspectos particulares de um caso relevante na co-
munidade através de pesquisa e reflexão; servir de veículo de
integração entre várias disciplinas, séries, escola, comunidade e
meio.
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Metodologia:
Reconhecimento do meio a ser trabalhado para seleção de caso;
averiguação do campo e anotações; contatos necessários
(entidades, pessoas pertinentes ao assunto); planejamento global
da aplicação técnica; elaboração de instrumentos para coleta de
dados; execução do planejamento; análise dos dados coletados;
apresentação dos resultados finais.
Planejamento:
Direcionamento de conteúdo; qual a questão fundamental do
caso? O que será mais enfocado no estudo? Quais os problemas
relacionados e ocasionados por ele? Como isto está afetando o
meio? Quem são os principais prejudicados e beneficiados?
Como se processa e se processou o problema e por quê? Quais
as alterações ocorridas e que poderão ocorrer?
c. Memória viva
Resgate de imagens conservadas na memória, através do relato
de pessoa idosa ou experiente, da comunidade, aos alunos.
Possibilita voltar a sentir sensações de alegria e tristeza de fatos
vividos. É conhecer, recriar, reconstruir e retratar fatos ocorridos
no passado e, com visão crítica e de análise, associar as
mudanças do meio no decorrer do tempo.
Objetivo:
Proporcionar ao aluno a possibilidade de, em contato com o
antigo meio, utilizar o raciocínio abstrato e associar as mudanças
do meio no decorrer do tempo.
Procedimentos:
As pessoas escolhidas para a entrevista com os alunos devem
ter raízes antigas no bairro e apresentar tendência a conversar,
ouvir, dialogar. Ao entrevistado solicita-se; falar onde nasceu e
como foi a infância; descrever a casa, escola, quintal, pomar, o
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trajeto da casa a escola, os professores e colegas, o sistema de
ensino; o bairro como foi criado, o que era o local antes (sítio,
fazenda, chácara etc.), como era a disposição das casas na rua,
no bairro, os recursos que o bairro apresentava quanto às áreas
de uso coletivo como jardins, praças, bosques, parques, áreas
verdes; os rios, riachos, os córregos que passam pelo bairro, se
tinham águas límpidas, peixes; as pessoas os utilizavam para
recreação e abastecimento etc. - e hoje, como está?; os hábitos
alimentares; as festas religiosas e atividades culturais; as
políticas e os políticos como eram e se haviam alguém que se
interessava ou atuava em benefício do meio ambiente; qual a
atividade econômica principal, quais os produtos agrícolas que
existiam e quais perduram até hoje; a atividade industrial
instalada no bairro e quais os benefícios e prejuízos que acar-
retaram no bairro, como barulho, fumaça, poluição etc.; a
atividade comercial instalada no bairro e quais os benefícios e
prejuízos decorrentes com a provável expansão do comércio; os
sistemas e meios de transporte; o sistema de comunicação e
como as pessoas faziam para informar-se. Ressalta-se que não
há necessidade de ter pressa ou qualquer outra linearidade na
prosa.
Apresentação:
É interessante que a realização da Memória Viva seja feita em
conjunto com os estudos de caso e de meio.
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Então, a primeira coisa a fazer diante de uma agressão à na-
tureza é NÃO FICAR CALADO! A Constituição nos garante que
um meio ambiente preservado é direito de TODOS! Precisamos
nos organizar para garantir nossos direitos a um meio ambiente
limpo, para nós e para os que virão depois de nós!
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é ainda pior: "Sábado não é meu dia de trabalho, por tanto não vou me
prejudicar"; ou então: "não tenho tempo".
Como se a conquista dos nossos direitos precisasse de pessoas
desocupadas. Pessoas desocupadas normalmente não se
interessam por coisa alguma, por isso são desocupadas. Tempo
a gente arranja, administrando nossa vida.
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vai descobrir que suas aulas se tornarão muito interessante e
seus alunos bastante motivados.
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A discussão com os alunos dos lugares a serem visitados bem
como outros preparativos já serão motivo suficiente para sensibili-
zar os alunos sobre temas do currículo. Basta ficar atento para as
oportunidades que irão surgindo. É importante preparar os alunos
antes para o que você pretende que observem durante o passeio,
em função do roteiro e objetivos. A floresta a ser visitada deve ser
a mais próxima possível da comunidade. Não ajuda muito fazer
viagens que só complicam e encarecem o passeio, para
conhecer outras realidades distantes dos alunos.
Solicite Autorização
É necessário estar devidamente autorizado tanto em nível dos
pais dos alunos, quanto da direção da escola. Caso o passeio
seja numa área de proteção ambiental, não esqueça de também
pedir autorização ao órgão responsável pela guarda da área, bem
como informar-se dos horários e até solicitar um técnico que
conheça bem aquela área para orientar o passeio.
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esparadrapo, pomada anestésica, band-aid, algodão, atadura,
amônia - para picadas de insetos, protetor contra queimaduras do
sol, repelente, anti-alérgicos, analgésicos, álcool, tesoura, pinça,
faca ou canivete etc.); fósforos etc.
Planeje Antes
Programe bem o horário: tempo de viagem, hora para
concentração, saída, paradas para lanche, retorno etc. Lembre-
se que na mata escurece mais cedo. Planeje paradas
estratégicas, em função das características locais, para aulas ao
ar livre sobre temas curriculares. Por isso é aconselhável uma
visita prévia do professor. Procure fazer um mapeamento das
trilhas e sempre vá acompanhado por alguém que conheça o
local, de preferência algum grupo ecológico que atue na área,
para já ir fazendo a integração escola-comunidade. O transporte
pode ficar ao encargo de cada aluno se o local do passeio for
perto, não sendo necessário ônibus ou algum esquema especial.
Combine um ponto onde todos possam chegar de ônibus. Daí em
diante é andar à pé. Pode ser uma boa oportunidade para ensinar
seus alunos a se portarem civilizadamente nas vias públicas.
Prepare os Alunos
Em função de cada uma das disciplinas, o que você pretende que
seus alunos observem? Comece uns 15 dias antes a preparar o
passeio com os alunos, falando sobre temas do currículo para
explicar o que pode vir a ser observado durante a estada na
floresta. É como utilizar o meio ambiente como laboratório vivo
para as observações da natureza. É muito importante orientar
seus alunos sobre a maneira correta de portar-se na floresta. Ela
é a casa das árvores e dos animais. A gente não costuma jogar
lixo na casa dos outros quando vai visitá-los. A única coisa que
podemos deixar numa floresta são pegadas. As únicas coisas
que podemos tirar são fotografias (exceção aos materiais mortos
para o museu ou trabalhos de arte a serem coletados com
critério).
Relaxe e Aproveite
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Essa visita proporciona um clima de ensino e aprendizagem moti-
vador. Preste atenção nos seus alunos, no brilho dos olhos, no
interesse por tudo em volta. Você está vendo os homens e
mulheres que estarão, amanhã, cuidando dos destinos do
planeta. Deles talvez dependa a sobrevivência da própria floresta
que visitam. Não se preocupe só em ensinar. Procure aprender
também com seus alunos. Ver o mundo pelos olhos das crianças
e dos jovens. Um exercício que pode ser revigorante.
a. CAPA
Título: Dê um título ao projeto que já deixe claro o principal ob-
jetivo. Pode ser um título pequeno, uma ou duas palavras, com
um subtítulo que identifique o objetivo a ser alcançado.
b. DESCRIÇÃO DO PROJETO
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Importância do projeto quanto ao tratamento do problema ou assunto em
questão:
O leitor deve sentir que o problema pode ser tratado com su-
cesso, num razoável período de tempo, com os recursos disponí-
veis e que o projeto fará uma diferença mensurável no sentido de
resolver ou melhorar o problema.
Objetivos
Situe os objetivos do projeto.
Método/Plano de Ação:
Defina os métodos que serão usados durante o projeto. Faça
também um cronograma indicando, antecipadamente, as datas
para as ações do projeto. A metodologia deve descrever como os
objetivos serão alcançados. Verifique se ficou clara a conexão
entre os objetivos do seu projeto e os métodos propostos, evite
redundâncias.
c. CONTINUIDADE DO PROJETO
Como os fundos são limitados, muitos doadores não estão inte-
ressados em financiar projetos que representem esforços isola-
dos de conservação. Ao contrário, eles buscam projetos bem vin-
culados, com estratégias a longo prazo. E importante, portanto,
demonstrar que haverá uma continuidade do projeto e que existe
um compromisso verdadeiro entre a sua instituição a outros en-
volvidos na implementação de recomendações, planos, estraté-
gias, materiais, etc., resultantes do projeto. Indique se você
pretende participar da continuidade do projeto, ou quem será o
novo encarregado (indivíduo ou instituição).
d. RECURSOS HUMANOS
Defina, de maneira breve, os antecedentes de cada indivíduo e
que papel cada um deles desempenha nas diferentes fases do
projeto. O curriculum vitae de cada indivíduo deve ser anexado
ao projeto.
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e. ORÇAMENTO
Certifique-se de que tenha feito uma lista com a quantia total
necessária para o projeto. Forneça uma lista detalhada das
despesas por categorias (ex.: recursos humanos, viagens,
materiais de consumo, equipamentos, etc.).
f. REFERÊNCIAS
Forneça nomes, endereços e telefones de 3 pessoas compe-
tentes para rever sua proposta e suas qualificações para ser o
responsável pelo projeto.
g. APÊNDICES
- Curriculum vitae e lista de publicações do pessoal que parti-
cipará do projeto.
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- Carta de endosso de instituições locais, agências go-
vernamentais, apoio de autoridades internacionais bem conheci-
das, etc.
Gincana da Reciclagem
É preciso esclarecer que lixo não existe. O que se chama de lixo
é só matéria prima fora do lugar. O objetivo da gincana da
reciclagem e projetos de coleta seletiva do lixo não é motivar os
alunos a lidarem com materiais recicláveis. Este é o alvo
secundário. O objetivo principal é, através do envolvimento dos
alunos nos projetos, estimular a reflexão crítica sobre a
sociedade de consumo, baseada da superexploração ilimitada de
recursos naturais limitados, no desperdício, no descartável, no
supérfluo. Por isso é fundamental que a gincana da reciclagem
seja o tema interdisciplinar de mutirões pedagógicos que
envolvam todas as disciplinas. Cada professor, dentro das
especificidades de sua disciplina, deve explorar ao máximo, em
sala de aula, o tema da gincana, estimulando os alunos a re-
fletirem criticamente sobre a questão do lixo diante do meio
ambiente e da sociedade consumista e desperdiçadora em que
vivemos.
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a seleção de materiais e impressão de circulares e manuais
sobre como fazer a coleta seletiva de lixo, para distribuição entre
os pais dos alunos e outras escolas.
+++
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A campanha tem três momentos principais: o da divulgação, que
pode ser através de palestras; o da entrega do termo de
responsabilidade, onde cada aluno assume o compromisso pela
árvore adotada, que deverá ser assinado pelo pai ou responsá-
vel; e a entrega da muda, quando o aluno receberá ainda um di-
ploma de Amigo da Natureza. Esse envolvimento é fundamental
para criar-se vínculos entre o aluno e a árvore. Como tarefa de
aula, pode ser pedido que o aluno mantenha um caderno para
anotar o desenvolvimento de sua árvore, inclusive com desenhos,
registrando as mudanças ao longo das estações do ano, bem
como a ocorrência de pragas, animais, etc. Tais observações
serão ótimas motivadoras para aulas sobre estudos dos vegetais
e suas partes, seres vivos, interação entre vegetais e animais,
poluição etc.
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ter uma amiga para sempre, afinal, dentre todos os seres vivos, as
árvores são as que têm vida mais longa.
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O segundo público-alvo da empresa é a comunidade vizinha. Ela
é a primeira a ser ouvida pela imprensa e políticos quando
acontece algum problema na empresa ou imediações. Não
adianta adotar a política de "comprar" as lideranças da comuni-
dade, pois em momento de crise, quando a imagem da empresa
corre risco, estas lideranças tendem a ficar ao lado da
comunidade, pois poderão ser substituídas por outras.
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Educação Ambiental Informal
EDUCAÇÃO AMBIENTAL INFORMAL
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Como Utilizar o Jornal em Sala de Aula
Textos Auxiliares
Tudo está relacionado entre si
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dado a entender que desejava adquirir o território da tribo. Quase
150 anos atrás, quando nem mesmo haviam inventado o termo
ecologia, um índio já ensinava os mais profundos conceitos
ecológicos, válidos até hoje. Foi a leitura deste texto, na década
de 80, que me fez decidir pela defesa do meio ambiente.
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nho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vi-
vos respiram o mesmo ar - animais, árvores, homens. Não parece que o
homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo,
ele é insensível ao mau cheiro.
Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição. O homem branco deve
tratar os animais como se fossem irmãos. Sou um selvagem e não
compreendo que possa ser certo de outra forma. Vi milhares de bisões
apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco, que os
abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo
como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso do que um
bisão que nós, índios, matamos apenas para sustentar a nossa própria
vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais
acabassem, os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo
quanto acontece aos animais pode afetar os homens. Tudo está
relacionado entre si. Tudo quanto fere a terra fere também os filhos da
terra.
Os nossos filhos viram seus pais humilhados na derrota. Os nossos
guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota
passam o tempo em ócio, e envenenam o corpo com alimentos doces e
bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os
nossos últimos dias - eles não são muitos. Mas algumas horas, até
mesmo uns invernos, e nenhum dos filhos das grandes tribos que
viveram nesta terra ou que tem vagueado em pequenos bandos nos
bosques, sobrará para chorar sobre os túmulos. Um povo que um dia foi
tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
De uma coisa sabemos que o homem branco talvez venha um dia a
descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julgas, talvez, que O podes
possuir da mesma maneira como desejas possuir a nossa terra. Mas não
podes. Ele é Deus da humanidade inteira. E quer o bem igualmente ao
homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. E causar
dano à terra é demonstrar desprezo pelo seu Criador. O homem branco
também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças.
Continua poluindo a tua própria cama e hás de morrer uma noite,
sufocado nos teus próprios dejetos! Depois de abatido o último bisão e
domados todos os cavalos silvestres, quando as matas misteriosas fede-
rem à gente - onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as
águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinhas da torre, à
caça do fim da vida e o começo da luta para sobreviver...
Talvez compreenderíamos se conhecêssemos com que sonha o homem
branco, se soubéssemos quais esperanças transmite a seus filhos nas
longas noites de inverno, quais visões do futuro oferece às suas mentes
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para que possam formar os desejos para o dia de amanhã. Mas nós
somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E
por serem ocultos, temos de escolher o nosso próprio caminho. Se
consentirmos, é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez
possamos viver os nossos últimos dias conforme desejamos. Depois que
o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da
sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu
povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos
como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te
vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a
como nós a protegíamos. Nunca esqueças como era a terra quando dela
tomaste posse. E com toda a tua força, o teu poder, e todo o teu coração
conserva-a para teus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma
coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por
ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum.
Agenda 21
Agenda 21
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doença e o analfabetismo de todo o mundo; e que estão
causando a contínua deterioração dos ecossistemas de que de-
pendemos para a vida na Terra.
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o Reduzir os índices de analfabetismo adulto para no
mínimo a metade de seus níveis de 1990, com atenção
particular para as mulheres.
o Sancionar as recomendações da Conferência Mundial
de Educação para Todos (Atendendo às Necessidades
Básicas de Aprendizado), realizada na Tailândia em março
de 1990.
o Fornecer educação ambiental e de desenvolvimento
desde a idade da escola primária até a idade adulta.
o Integrar os conceitos de meio ambiente e desenvolvi-
mento, incluindo demografia, em todos os programas
educacionais, com ênfase particular na discussão de
problemas ambientais em um contexto local.
o Criar uma comissão nacional, representativa de todos
os interesses ambientais e de desenvolvimento, para dar
consultoria sobre educação.
o Envolver as crianças em estudos locais e regionais
sobre saúde ambiental, incluindo água potável segura,
saneamento, alimentos e ecossistemas.
o Promover cursos universitários interdisciplinares em
campos que têm impacto sobre o meio ambiente.
o Promover programas de educação de adultos
baseados em problemas locais relacionados ao meio
ambiente e ao desenvolvimento.
47
O aperfeiçoamento é um dos instrumentos mais eficazes para
promover e facilitar a transição para um mundo mais sustentável.
Deve ter como foco específico o emprego, com o objetivo de
suprir falhas em conhecimentos e habilidades, de modo a ajudar
o indivíduo a se envolver em um trabalho ligado ao meio
ambiente e ao desenvolvimento.
48
papel central da educação na formação de valores e na ação so-
cial. Nos comprometemos com o processo educativo
transformador através de envolvimento pessoal, de nossas
comunidades e nações para criar sociedades sustentáveis e
eqüitativas. Assim, tentamos trazer novas esperanças e vida para
nosso pequeno, tumultuado mas ainda assim belo planeta.
I. Introdução
49
conduta pessoal, assim como harmonia entre os seres humanos
e destes com outras formas de vida.
50
9. A educação ambiental deve recuperar, reconhecer, respeitar,
refletir e utilizar a história indígena e culturas locais, assim como
promover a diversidade cultural, lingüística e ecológica. Isto
implica em uma revisão da história dos povos nativos para
modificar os enfoques etnocêntricos, além de estimular a
educação bilíngüe.
51
III. Plano de Ação
52
8. Fazer circular informações sobre o saber e a memória popula-
res; e sobre iniciativas e tecnologias apropriadas ao uso dos
recursos naturais.
53
17. Buscar alternativas de produção autogestionária apropriadas
econômica e ecologicamente, que contribuam para uma melhoria
da qualidade de vida.
54
2. Estimular e criar organizações, grupos de ONGs e Movimentos
Sociais para implantar, implementar, acompanhar e avaliar os
elementos deste Tratado.
55
3. Profissionais de educação interessados em implantar e imple-
mentar programas voltados a questão ambiental tanto nas redes
formais de ensino, como em outros espaços educacionais.
VI. Recursos
56
3. Propor políticas econômicas que estimulem empresas a desen-
volverem e aplicarem tecnologias apropriadas e a criarem
programas de educação ambiental parte de treinamentos de pes-
soal e para a comunidade em geral.
57
que leve uma vida sustentável. Todos os meios de comunicação devem
colaborar com esses planos.
A educação ambiental de crianças e adultos deve ser ampliada e
integrada ao ensino formal de todos os níveis. Os currículos e metodo-
logias didáticas, assim como o material disponíveis aos professores,
terão de ser reexaminados.
Deverá haver maior apoio ao treinamento para o desenvolvimento
sustentável. É urgentemente necessária maior quantidade de trabalhado-
res e orientadores na assistência a fazendeiros, pescadores, extravistas,
artesãos, classes pobres urbanas e rurais e muitos outros grupos dentro
da sociedade, para que passem a usar os recursos naturais de forma
sustentável e mais produtiva. As entidades de assistência ao de-
senvolvimento devem dar alta prioridade a essa questão.
Ao final do século, as entidades de assistência ao desenvolvimento
deverão ter duplicado o seu apoio à educação e treinamento ambiental,
em relação aos níveis de 1990. Todos os países deverão ter incorporado
o ensino ambiental aos seus currículos escolares e adotado planos
nacionais para promover a vida sustentável.
Capítulo VI
DO MEIO AMBIENTE
58
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético
do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e mani-
pulação de material genético;
59
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos
Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos
ecossistemas naturais.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 3.o Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm
direito à educação ambiental, incumbindo:
61
II - a garantia de democratização das informações ambientais;
III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica
sobre a problemática ambiental e social;
IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e
responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente,
entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor
inseparável do exercício da cidadania;
V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País,
em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de
uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos
princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia,
justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;
VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a
tecnologia;
VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos
e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Seção I
Disposições Gerais
62
§ 1.o Nas atividades vinculadas à Política Nacional de Educação
Ambiental serão respeitados os princípios e objetivos fixados por
esta Lei.
Seção II
Da Educação Ambiental no Ensino Formal
63
I - educação básica:
a) educação infantil;
b) ensino fundamental e
c) ensino médio;
II - educação superior;
III - educação especial;
IV - educação profissional;
V - educação de jovens e adultos.
Seção III
Da Educação Ambiental Não-Formal
64
Art. 13. Entendem-se por educação ambiental não-formal as
ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da
coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e
participação na defesa da qualidade do meio ambiente.
CAPÍTULO III
DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
65
Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na esfera
de sua competência e nas áreas de sua jurisdição, definirão
diretrizes, normas e critérios para a educação ambiental,
respeitados os princípios e objetivos da Política Nacional de
Educação Ambiental.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
66
Modelos de Projetos
MODELOS DE PROJETOS
Este projeto foi implantado pelo autor na Rede Escolar Pedro II, na
Cidade do Rio de Janeiro, com o patrocínio do UNIBANCO ECOLOGIA.
Envolveu cerca de 1.000 professores e 10 mil alunos.
1. TÍTULO:
LIXO - O EXEMPLO COMEÇA NA ESCOLA
2. OBJETIVOS:
Implantar a coleta seletiva de lixo nos prédios da rede escolar do
Pedro II, compreendendo nove unidades.
3. LOCALIZAÇÃO:
Cidade do Rio de Janeiro
4. DURAÇÃO:
6 meses
5. PARCERIAS:
Rede escolar do Pedro II e WM Reciclagem
67
1. Implantar sistema de coleta seletiva de lixo nas nove unidades
da rede escolar do Pedro II.
IV. DESENVOLVIMENTO
O projeto Lixo - O exemplo começa na escola consiste na implan-
tação do sistema de coleta seletiva de lixo nos nove prédios das
unidades escolares da rede Pedro II, localizada na cidade do Rio
de Janeiro. Em cada unidade, próximo à cantina, serão instalados
recipientes coloridos para coleta de papel, plástico, metal, vidro,
que além de coletar o lixo, funcionarão como sinalizadores do
projeto e instrumentos de sensibilização e educação ambiental.
Em cada sala de aula haverá duas vasilhas, uma para materiais
recicláveis e outra para o restante. Os responsáveis pelo sistema
de coleta em cada escola recolherá diariamente os materiais
recicláveis, limpando-os e separando-os, acondicionando em
sacos e guardando-os na própria unidade, no local combinado,
para posterior recolhimento pela empresa compradora de
materiais recicláveis (WM), nas datas combinadas. A WM
fornecerá as vasilhas para as salas de aula, e trocará os resíduos
por algo de interesse dos alunos, a combinar com cada unidade
escolar. A sensibilização dos alunos para o projeto será feita
pelos professores das próprias unidades escolares, prevendo-se
a exibição de vídeos sobre reciclagem e palestras, com afixação
de cartazes sobre a coleta seletiva em cada sala de aula e
distribuição de uma cartilha colorida, que ensina o que separar,
como fazer, qual a importância. O Projeto prevê uma etapa de
consolidação, com a realização de Seminário ao final de seis
meses, com os pais, alunos, professores para divulgação dos
resultados, apresentação de vídeo do projeto e distribuição de
prêmios as unidades escolares, turmas e funcionários que mais
se destacarem.
68
V. PRODUTOS DO PROJETO
- Cartilha formato 21x28, ilustrada colorida,
- Cartaz duplo ofício, colorido
VII. CUSTOS
Os recursos solicitados ao PATROCINADOR visam atender aos
seguintes itens:
69
2. Despesa Direta: Este item prevê a aquisição, pelo PATROCINA-
DOR, de 100 sacos resistentes para armazenamento do material
selecionado e aquisição e instalação dos nove recipientes para
coleta seletiva junto às cantinas.
3. Material Didático e de Divulgação: Este item prevê a cartilha de
educação ambiental para distribuição aos alunos e cartaz de di-
vulgação.
4. Documentação: Este item prevê a produção de um vídeo sobre o
projeto com o objetivo de motivar para a participação no projeto e
estimular sua multiplicação, além de fotos para relatórios e
imprensa.
1. TÍTULO:
CAMPANHA ADOTE UMA ÁRVORE
2. OBJETIVO:
70
Contribuir para a estabilidade de área de encosta sujeita a risco
junto à comunidade carente, com o reflorestamento de mudas de
árvores nativas de mata atlântica, exóticas e frutíferas.
3. LOCALIZAÇÃO GEO-GRÁFICA
Morro do Vital Brasil, no município de Niterói, no Estado do Rio
de Janeiro.
4. DURAÇÃO:
6 meses
5. PARCERIAS:
Prefeitura Municipal de Niterói, Associação dos Engenheiros
Florestais - RJ; FAMERJ: UERJ; Instituto Vital Brasil.
II. OBJETIVOS
1. Estabilizar encosta sujeita a deslizamento, junto à comunidade
carente, com o plantio de árvores nativas de mata atlântica, exó-
ticas e frutíferas, com mão de obra remunerada da própria
comunidade e participação voluntária de crianças da
comunidade.
III. DESENVOLVIMENTO
71
O Projeto da Campanha Adote Uma Árvore possui duas ações
complementares, a saber:
1) Produção das mudas, plantio e manutenção das mudas;
72
O preparo do terreno será feito em parceria Prefeitura-Comuni-
dade local, em regime de mutirão, com os seguintes objetivos: 1)
limpeza e roçada; 2) Drenagem do terreno; 3) Abertura de covas;
4) Marcação, dimensionamento e abertura das cores; 5) Calagem
e adubação; 6) Plantio; 7) Manutenção das mudas.
73
3. Contribuição para a melhoria da qualidade de vida no local,
com atuação de pássaros, melhoria no microclima, melhoria na
paisagem.
V. CUSTOS:
Os recursos solicitados ao PATROCINADOR visam atender aos
seguintes itens.
1. Pessoal
Será necessário a contratação de três trabalhadores comunitários
da própria localidade que trabalharão em tempo integral no pro-
jeto, seja como mudeiros, seja auxiliando na integração do
projeto com a comunidade e na manutenção das mudas
plantadas.
2. Despesa Direta
Além dos gastos com implantação do viveiro, será necessária a
aquisição um número de mudas para o plantio inicial, até que o
viveiro fique pronto.
4. Documentação
Será necessário recursos para a produção de um vídeo sobre o
projeto, garantindo não só a motivação dos participantes como a
multiplicação para outras comunidades, além da produção de
fotos para relatórios e imprensa.
74
(foto)
I. TÍTULO:
AMIGO DA NATUREZA
II. DEFINIÇÃO
Conjunto de projetos interligados destinados ao público escolar
de 5ª a 8ª séries de 1º Grau, nas áreas periféricas e de expansão
da empresa patrocinadora, bem como ao público consumidor,
frequentador da empresa. Visa contribuir com nova imagem da
empresa junto ao público consumidor ou usuários, bem como
desenvolver ou aprimorar a consciência ambiental através de
ações práticas.
75
A gincana terá a duração de um mês, iniciando no primeiro e
terminando no último dia do mês escolhido. O papel coletado
deverá ser acondicionado em sacos, com o número da turma, e
guardado em pátio guarnecido da própria escola. A turma poderá
coletar papel e alumínio de qualquer local, desde sua própria
residência, como na de vizinhos, até em empresas. Ao término do
mês, papel e alumínio serão pesados na presença dos repre-
sentantes das turmas. A turma que somar o maior número de
quilos será a vencedora, tendo direito a receber 50 por cento dos
valores que resultam a venda do material. Os outros 50 por cento
serão entregues à Escola para providenciar a compra de galões
para implantação da coleta seletiva na escola, e material para
circular aos pais e panfletos explicativos aos alunos sobre a
coleta seletiva de lixo.
76
aos melhores trabalhos interescolares, será feita em solenidade
especial, com a presença dos diretores da empresa, que também
adotarão árvores.
77
acontecer acidentes, etc., com espaço para o padrinho escrever
nome e características da muda, copiando da cinta. A entrega
das mudas será feita na solenidade de entrega dos prêmios da
Gincana do Papel e dos Concursos.
III. JUSTIFICATIVA
O Programa de Educação Ambiental AMIGO DA NATUREZA visa
transmitir não só conhecimentos, mas sobretudo práticas. A
adoção da árvore como motivador principal do Programa é
especialmente oportuna. O papel produzido a partir da celulose
extraída dos vegetais, constitui-se em cerca de 40 por cento do
lixo urbano. Todo esse material tem sido desperdiçado, quando
poderia ser reaproveitado facilmente e com enormes benefícios
tanto para a natureza quanto para a economia. Na reciclagem de
papel não é necessário plantar, cortar, fazer cavacos e cozinhar
quimicamente as árvores. Logo, a fabricação de papel novo a
partir do velho é muito mais barata e menos poluente. Para fazer
uma tonelada de papel novo são gastos 100 mil litros de água e
cinco mil quilowatts por hora de energia elétrica. Na reciclagem
esses números caem para 2.000 mil litros de água e 2.500
quilowatts por hora de energia. Os lucros ambientais são enor-
mes. O processo de reciclagem de papel causa 74 por cento
menos poluição do ar e 35 por cento menos poluição da água,
além de gerar cinco vezes mais empregos. E, muito importante
para o Programa,cada tonelada reaproveitada de papel, evita o corte
de 40 novas árvores.
78
As árvores, por sua vez, desempenham um papel muito especial
na manutenção da vida sobre o planeta. Elas são as maiores
entre todas as plantas e as que têm vida mais longa. Estão na
base da cadeia alimentar, contribuem para a manutenção do
clima, suas copas diminuem a velocidade dos ventos, as raízes
retêem o solo impedindo a erosão e ainda auxiliam na captação
de água pelos lençóis subterrâneos, diminuem os ruídos, produ-
zem sombra, alimentos, dão abrigos aos animais, entre muitas
outras utilidades. Devido a esse conjunto de importância, s
árvores são objeto da preocupação de toda a população, que
começa agora a despertar, com cada vez mais intensidade, para
a necessidade da preservação da natureza e das árvores em
particular.
IV. OBJETIVOS
a) Geral
Estimular novos hábitos, atitudes e comportamentos que
conduzam a um relacionamento mais harmônico entre nossa
espécie, as outras espécies, o meio ambiente e o planeta como
um todo, através de ações práticas baseadas na reciclagem e
reaproveitamento de materiais, poupando recursos naturais, e na
arborização urbana.
b) Específicos
Estimular o reaproveitamento de papel e, por extensão, a coleta
seletiva de lixo; estimular a criatividade e a reflexão sobre os pro-
blemas ambientais urbanos; promover a arborização urbana e,
por extensão, a proteção ao verde público; transferir
conhecimentos sobre a reciclagem de papel claro e sua
transformação em cartões comemorativos; associar a imagem da
empresa patrocinadora com a de "Amigo da Natureza".
79
VI. DESENVOLVIMENTO
O Programa de Educação Ambiental AMIGO DA NATUREZA di-
vide-se em três fases principais: preparação, divulgação e im-
plantação.
FASE 1 - PREPARAÇÃO
1. Reuniões nas escolas, empresa e comunidade para expor o
Programa e coletar sugestões, aperfeiçoar conteúdo, criar
expectativa para a implantação;
- audiovisual
- livro do professor
80
5. Palestra para funcionários da empresa patrocinadora sobre o
Programa e sua importância, o papel social da empresa, o papel
de cada funcionário:
FASE 2 - DIVULGAÇÃO
1. Reunião nas escolas com professores, corpo pedagógico e di-
reção para apresentação do projeto e do material didático e de
divulgação, estabelecimento de tarefas da escola, eleição de
responsável da escola junto ao Programa, estabelecimento de
cronograma de implantação, distribuição do material didático.
FASE 3 - IMPLANTAÇÃO
1. Supervisionar Gincana da reciclagem e acompanhar realização
dos concursos de frases e cartazes nas escolas, em conjunto
com cada responsável indicado pela Direção da Escola pra
coordenar os trabalhos na Escola, participando, inclusive do juri
que escolherá os melhores trabalhos;
81
2. Distribuir termos de compromisso, providenciar mudas, entre-
gar mudas adotadas com certificado de adoção e manual de
instrução;
Bibliografia/Links Recomendados
82
ambiental e extensao rural. Revista da EMATER. Rio
Grande do Sul. -Porto Alegre : EMATER/RS, Porto Alegre,
2001. v. 2, n.2. – p. 43-51.
CARVALHO. Isabel Cristina de Moura. A invenção
ecológica: narrativas e trajetórias da educação
ambiental no Brasil. Porto Alegre: Editora da UFRGS,
2001. 229 p. (Coleção Novos Estudos Rurais)
CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Em direção ao
mundo da vida: interdisciplinaridade e educação
ambiental. Brasília: IPE, 1998.102p. (Cadernos de
Educação Ambiental, 2)
CARVALHO, Vilson Sérgio de. Educação ambiental e
desenvolvimento comunitário. Rio de Janeiro, RJ: WAK,
2002.
COIMBRA, José de Ávila Aguiar. O outro lado do meio
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DIETZ, Lou Ann; TAMAIO, Irineu, . Aprenda fazendo :
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DIAS, G. F. Atividades interdisciplinares em EA. São
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DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e
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FERNANDES, V. A natureza como sala de aula. Folha do
Meio Ambiente, Brasília, Forest Cultura Viva e Promoções
Ltda, v. 9, n. 86, p. 910, set.2000
GRÜN, Mauro. Ética e Educação Ambiental: a conexão
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GUTIÉRREZ, Francisco; PRADO, Cruz. Ecopedagogia e
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IBAMA. Educação para um futuro sustentável: uma
visão transdisciplinar para ações compartilhadas /
UNESCO. Brasília: Ed. IBAMA, 1999. 118 p.
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ISAIA, Enise Bezerra Ito (org). Reflexões e práticas para
desenvolver a educação ambiental na escola. Santa
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ZEPPONE, Rosimeire M.O. Educação Ambiental: teorias
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84