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Descobrimento de Fármacos
Novos fármacos→ Combater resistência, tratamento de doenças negligenciadas ou recém-
identificadas, produção de fármacos mais seguros, aperfeiçoar tratamentos já existentes.
Clomipramina
Antidepressivo (tricíclico)
Clorpromazida
Antipisicótico
Planejamento de fármacos
Dose letal da droga para 50% da população (LD 50 ou DL50)
dividida pela dose efetiva mínima para 50 % da população (ED50
ou DE50)
Estratégias:
Existem dois caminhos para o planejamento de fármacos: baseado na estrutura do alvo (leva-
se em conta as interações proteína/ligante) e baseado em ligantes conhecidos (análise
estatística dos grupos importantes para a atividade biológica).
Outro exemplo
Propanolol: molécula altamente lipofílica e não seletiva para receptores β1/β2, atravessa BHE
Metoprolol: retirada de um dos anéis diminui a lipofiicidade aumenta seletividade β1.
Atenolol: adição de grupo hidrofílico diminuiu consideravelmente sua lipofilicidade (↓LogP).
Propanolol
Metoprolol Atenolol
Modificação molecular
Adição de novos substituintes: em geral para aumentar a lipofilia
(–CH3, ésteres e halogênios) ou para aumentar a hidrofilia (-OH, -
NR2, -COOH). Estas alterações ainda podem aumentar a
estabilidade da molécula.
Exemplo: α-tocoferol (vitamina E) e éster de α-tocoferol
Introdução/Remoção de anel: Podem ser feitas mudanças na
conformação e aumento do tamanho global do análogo. É útil no
preenchimento de um fenda hidrofóbica num sítio ativo, fortalecendo a
ligação do fármaco com o alvo. Exemplo: Benzilpenicilina (sensível a β-
lactamase) e Oxacilina (resistente a β-lactamase)
Cortisol
BIOISOSTERISMO
AINES
Aspectos gerais
Ações: Antiinflamatórios, antipiréticos e analgésicos
Protótipo da classe: AAS → associa todas as ações.
Mecanismo de ação: Inibição periférica e central da COX, diminuindo a biossíntese e liberação
dos mediadores da inflamação, dor e febre.
COX
Ciclooxigenase ou Prostaglandina endoperóxido sintase (PGHS)→ glicoproteína homodimérica.
Nas células dos mamíferos existe pelo menos duas isoformas, estruturalmente distintas:
COX1 – Fisíológica: Enzima essencial constitutiva produtora de PGs para manutenção
fisiológica.
COX2 – induzida: Induzida pelo processo inflamatório e interleucinas → IL-1, IL-1, TNFα.
Produção de PGs que medeiam inflamação, dor e febre.
COX3: Possivelmente uma variante da COX1 (derivada do mesmo gene dessa isoforma).
Encontra-se principalmente no SNC e coração. Inibição da COX3 → pode representar o
mecanismo pelo qual os fármacos analgésicos e antipiréticos do tipo AINE desenvolveriam
suas atividades de redução da dor e da febre.
→ Salicilatos
Ácido Acetil Salicílico – AAS
Estabilidade:
Instável em meio aquoso → Hidrólise do
éster, tendo como produto AS novamente,
e devido a isso há a impossibilidade de
comercialização de FF líquidas. Presença de
umidade pode degradar, e liberar ácido
acético (odor de vinagre).
Mecanismo de ação:
→Inibidor inespecífico e irreversível da COX, diminuindo a liberação de PGs → Modificação
covalente da COX pela acetilação da Ser530 da COX1 e Ser516 da COX2. É cerca de 100x mais
potente para a COX1 do que para a COX2.
→Inibição da agregação plaquetária (infarto) → Inibição da COX1 em plaquetas e da formação
de TXA2 (indutor da agregação plaquetária).
→O mecanismo antipirético não está esclarecido totalmente.
→Bem absorvido no TGI - principalmente no estômago e parte superior do intestino (pKa 3,5
do AAS em meio ácido do estomago de pH ~2, logo estará não dissociado).
→10% é eliminado como Ácido salicílico (que é o que resta depois da hidrolise que o AAS
sofre, devido a função dele q é acetilar aqueles resíduos de serina da cox). O resto é eliminado
como metabolito conjugado - 15% como metabólito glucurônico e 75% como ácido salicilúrico.
REA
Grupo carboxilato: Grupamento farmacofórico. Modulação da acidez -
substituição bioisistérica amida → salicilamida, ↓ atividade AI.
Anel aromático: Orto-hidroxila é essencial para a atividade (OH nas
posições meta e para extinguem a atividade). Adição de halogênios:
↑potência e ↑toxicidade. Substituições na posição 5: ↑atividade AI (ex
difunisal).
A gastrotoxicidade é explicada devido a inibição da produção de PGE2, que é o único
mecanismo fisiológico de down regulation da secreção gástrica, enquanto outros mecanismos
ativadores da bomba de H+K+ATPase estimulam a secreção ácida no lúmen. Devido a isso, é
contraindicado para pacientes com úlcera gástrica.
REA
Hidrogênio ácido (posição 4) é o que está entre duas carbonilas (grupo β-dicarbonil) →
essencial para a atividade antiinflamatória, e perda desse H acarreta em perda da atividade AI.
O fato de estar ao lado de um grupo alquila (CnH2n+1), potencializa a atividade antiinflamatória.
→ Derivados arilalcanóicos
Centro de acidez (Ác. Carboxílico) no carbono adjacente à uma superfície plana (fenil).
Modulam a biossíntese de PG pela inibição das enzimas COX1 e COX2 em níveis variados de
seletividade. São divididos em duas classes: derivados do ácido arilpropiônico e derivados do
ácido arilacético.
Ibuprofeno Diclofenaco
Protótipo dos Derivados do Protótipo dos Derivados do
Ácido Arilpropriônico Ácido arilacético
۞Derivado Arilpropiônico: gênese a partir do difunisal e indometacina
→Ibuprofeno:
→ Mecanismo de ação: Inibidor potente da COX (não seletivo)→ A metila (próxima ao AC.
Carboxílico) realiza interações hidrofóbicas com os aminoácidos Tyr355 e Val116 do sítio ativo
da enzima. O grupo α-metil também influencia na orientação do anel aromático.
→ Eliminação: metabolismo principalmente hepático→ biotransformação em metabolitos
inativos mais hidrossolúveis, pelo conjunto de enzimas CYP2C9 e CYP2C19, ou ser excretado
sem alteração (forma hidrossolúvel)
→ Possui um centro quiral. Comercializado na forma racêmica R e S, sendo o isômero S mais
ativo (in vivo ocorre bioconversão R → S).
→ Possui um pKa de 4,4, maior que o do AAS, o que acarreta menor irritação gastrointestinal
que o AAS, mas ainda é contra-indicado para pacientes com úlcera.
Cetoprofeno:
Modificação molecular “Me tooI”:
manteve-se o grupo farmacofórico
do ibuprofeno,
۞Derivados heteoarilpropiônico
→ Cetorolaco: grupo α-metil está fusionado em anel pirrol. É um
analgésico potente (semelhante a opióide), mas possui a
atividade antiinflamatória moderada (ausência da metila, que
está fusionada).
→ Protótipo: Indometacina.
→ Indometacina: possui um
anel indol. Inibidor Não
seletivo da COX, mais potente
que o AAS (porém menos
potente que o diclofenaco).
Possui elevados índices de
distúrbios gastrointestinais e elevados efeitos colaterais
no SNC.
Metabolismo: hepático – conjugação com ácido
glicurônico e hidroxilação pela CYP2C9 (principal
metabólito inativo).
→ Sulindaco
→ Nabumetona
→ Único derivado arilacético não ácido, pois é um pró-farmaco neutro
que é convertido a ácido. Este fato torna o fármaco menos agressivo ao
TGI.
→ Metabólito ativo: 6MNA – após metabolização, possui um grupo
carboxílico, responsável pelo efeito antiinflamatório.
→Etodolaco
۞Derivados antranílicos
São derivados bioisostericos nitrogenados do AS. Derivados
antranílicos são provenientes do Acido fenâmico. Em relação aos
salicilatos, não apresentam vantagens como antiinflamatório e
analgésicos.
→ Ácido Mefenâmico: usado como analgésico para dores
moderadas.
→ Ácido Flufenâmico: tópico para dores ortomusculares.
→ Ácido Meclofenâmico: AI 25x mais potente que AC. Mefenamico.
Ácido Flufenâmico
Enolato. é estabilizado
ela N-aril carboxamida
→ Piroxicam
→ Meloxican
Bioisóstero do Piroxicam, com anel tiazol. Possui ação mais específica para COX2, diminuindo
os efeitos indesejáveis (uma vez que a COX2 é induzida em processos inflamatórios). Mais
potente que piroxicam, diclofenaco e nimesulida e mais seguro que piroxicam.
A COX2 não é somente induzina por processos inflamatórios. Sob condições normais a
COX2 é encontra nos tecidos do endotélio vascular, rins e cérebro, sendo constitutiva nesses
tecidos. A principal fonte de Prostaciclína (PGI2) in vivo é a COX2, sendo responsável pela
agregação plaquetária e indução da vasodilatação. Inibidores da COX2 tem pouco ou nenhum
efeito sobre o TXA2. Com isso, compostos seletivos COX2 têm efeitos prótrombóticos,
aumentando o risco de eventos cardiovasculares (infartos) → Motivo da retirada do refecoxibe
do mercado pela Merk, após 5 anos de comercialização.
→ Nimesulida
A ação mais específica na COX2 diminui os efeitos indesejáveis. Além de ser mais potente que
piroxicam e diclofenaco.
FARMACOS ANTI-HISTAMÍNICOS E AGENTES ANTIALÉRGICOS
Histamina: amina biogênica, principal mediador de reações alérgicas e anafilaxia. Está
localizada nos tecidos em todo o organismo, mas em maiores concentrações no pulmão, pele,
TGI e SNC, e armazenada nos mastócitos e basófilos.
Histamina
Molécula hidrofílica, constituída por anel imidazólico e de um grupo amida ligados por uma
cadeia alquilica, produzida a partir da descarboxilação da histidina.
REA
Anti-histamínicos.
Antagonistas competitivos ou agonistas inversos.
Anti-histaminicos H1 → tratamento de respostas alérgicas e inflamatórias.
Anti-histaminicos H2 → Tratamento de ulcera péptica e doenças relacionadas.
ANTI-H1
1ª Geração
→ Derivados da etilenodiaminas
Estrutura básica:
→ Derivados
da
Etanolamina:
Estrutura básica:
→ Derivados alquilaminas
Estrutura básica:
Menos sedativos e menor atividade anticolinérgica e antiemética.
isômeros R.
REA
→ Derivados da piperazina
Estrutura básica:
Alta ação antiemética e anticolinérgica, ainda com efeitos sedativos.
→ Derivados tricíclicos
Estrutura básica:
ANTI-H1 – 2ª GERAÇÃO
Efeitos antialérgicos: antagonista periférico e seletivo H1. Não sedantes: mais hidrofílicos
(compostos anfóteros), não penetram significativamente na BHE
Menor efeito anticolinpergico e pouca ação antiemética
Longa duração de ação → dissociação do receptor é lenta.
→ Loratadina e desloratadina:
→ Fármacos Anti H2
Antagonistas do receptor H2: inibem a produção gástrica pela competição reversível com a
histamina no RH2
→ Cimetidina primeiro fármaco
com este alvo.
→ Ranitidina
Anel furano
→ Famotidina
Anel tiazol
→ Fármacos H+/K+ATPase
Mecanismos de ação:
São pró-fármacos, requerem ativação em meio ácido. Após ativação (processo catalisado por
próton) o composto reage, por ligação covalente, com grupos -SH de cisteínas do domínio
extracelular da H+/K+ -ATPase. Ligação à cisteína 813 é essencial para a inibição da produção
ácida.
Derivados tioimidazólicos
ANALGÉSICOS E ANTIPIRÉTICOS
Sem efeito AI.
→ PARACETAMOL
Derivado da anilina
pKa = 9,0 -9,5 → MUITO MENOS ACIDO QUE O AAS mas com atividade analgésica comparada.
Inibe a síntese de PG a nível central → COX3 (dor e febre / SNC), por isso possui pouca ação
antiinflamatória, por possuir mais afinidade a COX3 do que a COX1 (periférica).