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Universidade Federal de Ouro Preto

Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas


Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas

QUÍMICA GERAL
TEÓRICA

Cursos: Engenharia da Computação


Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica

DOCENTES
a a
Prof . Dr . Karla Moreira Vieira
a a
Prof . Dr . Lucília Alves Linhares Machado

TÉCNICO RESPONSÁVEL
Reginaldo J. M. Moreira

GRADUANDO
Patrick Trevizani Barbosa

João Monlevade - MG
2017
SUMÁRIO
PÁGINA

APRESENTAÇÃO .............................................................................................................................................. 4
UNIDADE 1: CONCEITOS BÁSICOS DE QUÍMICA GERAL
1. INTRODUÇÃO À QUÍMICA ....................................................................................................................... 11
1.1. O que é Química e para que serve?...................................................................................................... 11
1.2. Divisão da Química ............................................................................................................................... 13
2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS................................................................................................................... 13
3. PROPRIEDADES DA MATÉRIA .................................................................................................................. 13
3.1. Propriedades Extensiva e Intensiva ...................................................................................................... 13
3.2. Mol: Quantidade de matéria ................................................................................................................ 14
3.3. Estados Físicos da Matéria ................................................................................................................... 14
3.4. Densidade ............................................................................................................................................. 15
3.5. Ponto de Fusão (P.F.) e de Ebulição (P.E.) ............................................................................................ 15
4. MATÉRIA E SUA CLASSIFICAÇÃO.............................................................................................................. 15
4.1. Substância Pura .................................................................................................................................... 16
4.2. Mistura ................................................................................................................................................. 17
5. TRANFORMAÇÕES OU FENÔMENOS ....................................................................................................... 18
6. OUTRO CONCEITOS IMPORTANTES......................................................................................................... 19
7. PROCESSOS BÁSICOS DE SEPARAÇÃO ..................................................................................................... 19
8. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS................................................................................................................. 23
8.1. Convenções........................................................................................................................................... 23
8.2. Arredondamentos ................................................................................................................................ 24
UNIDADE 1: EXERCÍCIOS DE REVISÃO.............................................................................................................. 25

UNIDADE 2: TABELA PERIÓDICA


1. A TABELA PERIÓDICA MODERNA............................................................................................................. 30
1.1 Estrutura da Tabela Periódica................................................................................................................ 30
1.2. Representação dos elementos ............................................................................................................. 30
2. A PERIODICIDADE NAS CONFIGURAÇÕES ELETRÔNICAS ........................................................................ 31
3. A PERIODICIDADE NAS PROPRIEDADES ATÔMICAS ................................................................................ 31
3.1 Raio Atômico ......................................................................................................................................... 32
3.2 Energia de Ionização .............................................................................................................................. 33
3.3 Afinidade Eletrônica .............................................................................................................................. 33

2
3.4 Eletropositividade.................................................................................................................................. 34
3.5 Eletronegatividade ................................................................................................................................ 34
4. A PERIODICIDADE NAS PROPRIEDADES FÍSICAS ...................................................................................... 35
4.1 Densidades e Pontos de Fusão .............................................................................................................. 35
4.2 Metais e Não-Metais ............................................................................................................................. 36
5. A PERIODICIDADE NAS PROPRIEDADES QUÍMICAS ................................................................................. 36
5.1 Metais .................................................................................................................................................... 36
5.2 Não-Metais ............................................................................................................................................ 36
UNIDADE 2: EXERCÍCIOS DE REVISÃO

UNIDADE 3: LIGAÇÕES QUÍMICAS ................................................................................................................ 41


1 Os gases nobres e a Regra do Octeto ....................................................................................................... 42
2. Ligação Iônica: íons, compostos iônicos e propriedades. ....................................................................... 43
3. Ciclo de Born Haber ................................................................................................................................. 43
4. Ligação Covalente .................................................................................................................................... 48
5. Carga Formal............................................................................................................................................ 49
6. Estruturas de Lewis.................................................................................................................................. 50
7. Geometrias Moleculares
8. Ligação metálica: Mar de elétrons, características e propriedades ........................................................ 52
9. Ligação Secundárias ou Intermoleculares ............................................................................................... 54
9.1 Ligação dipolo-dipolo ............................................................................................................................ 54
9.2 Ligações de Hidrogênio.......................................................................................................................... 55
9.3 Interações dipolo instantâneo-dipolo induzido ..................................................................................... 55
UNIDADE 3 - EXERCÍCIOS DE REVISÃO .......................................................................................................... 56

UNIDADE 4: FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS


1. Ionização e Dissociação ........................................................................................................................... 59
2. Ácidos e Bases ......................................................................................................................................... 60
2.1 Ácidos: Classificação e nomenclatura.................................................................................................... 61
3. Bases: Classificação e nomenclatura ....................................................................................................... 63
4. Óxidos: Definição, classificação e nomenclatura .................................................................................... 64
5. Sais: Definição e nomenclatura ............................................................................................................... 66
6. Hidretos: Nomenclatura .......................................................................................................................... 68
UNIDADE 4: EXERCÍCIOS DE REVISÃO .......................................................................................................... 68

3
UNIDADE 5: ESTEQUIOMETRIA E CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS
1. REAÇÕES QUÍMICAS E BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES QUÍMICAS..................................................... 73
1.1 Reações químicas .................................................................................................................................. 73
1.2 Tipos de reações químicas ..................................................................................................................... 74
2. BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES QUÍMICAS E O MÉTODO DAS TENTATIVAS ...................................... 77
3. MOL E NÚMERO DE AVOGADRO. ............................................................................................................ 77
4. ESTEQUIOMETRIA E ALGUNS CASOS GERAIS. ........................................................................................ 78
4.1 Quando o dado e a pergunta são expressos em massa ........................................................................ 78
4.2 Quando o dado é expresso em massa e a pergunta em volume (ou vice-versa).................................. 79
4.3 Quando o dado é expresso em massa e a pergunta em mols (ou vice-versa) ...................................... 79
4.4 Quando o dado é expresso em massa e a pergunta em número de partículas (ou vice-versa) ........... 79
4.5 Reagente limitante, em excesso, produtos e rendimento de uma reação ........................................... 80
4.6 Análise Dimensional para cálculos estequiométricos ........................................................................... 80
UNIDADE 5: EXERCÍCIOS DE REVISÃO .......................................................................................................... 81

UNIDADE 6: SOLUÇÕES E TITULAÇÃO


1. Propriedades Gerais das Soluções ........................................................................................................... 84
2. Tipos de Soluções .................................................................................................................................... 84
3. Concentração das Soluções ..................................................................................................................... 85
4. Diluição de Soluções ................................................................................................................................ 87
5. Titulação, Titulometria ou Titrimetria ..................................................................................................... 88
5.1 Solução padrão ...................................................................................................................................... 89
5.2 Curva de titulação.................................................................................................................................. 90
5.3 Requisitos para uma Reação Volumétrica ............................................................................................. 91
5.4 Classificação dos Métodos Volumétricos .............................................................................................. 91
UNIDADE 6: EXERCÍCIOS DE REVISÃO .......................................................................................................... 92

UNIDADE 7: CINÉTICA QUÍMICA


1. VELOCIDADE DE UMA REAÇÃO ............................................................................................................... 95
2. LEIS DE VELOCIDADE................................................................................................................................ 97
3. ENERGIA DE ATIVAÇÃO E DEPENDÊNCIA DAS CONSTANTES DE VELOCIDADE EM RELAÇÃO À
TEMPERATURA .......................................................................................................................................... 101
4. FATORES QUE ALTERAM A VELOCIDADE DAS REAÇÕES ....................................................................... 102
5. MECANISMO DE REAÇÃO ...................................................................................................................... 103
6. LEI DE VELOCIDADE E ETAPAS ELEMENTARES....................................................................................... 104

4
7. CATÁLISE ................................................................................................................................................ 105
UNIDADE 7: EXERCÍCIOS DE REVISÃO ......................................................................................................... 105

UNIDADE 8: EQUILÍBRIO QUÍMICO


1. EQUILÍBRIO QUÍMICO ............................................................................................................................ 108
2. EXPRESSÕES PARA A CONSTANTE DE EQUILÍBRIO ................................................................................ 110
3. DESLOCAMENTO DO EQUILÍBRIO QUÍMICO.......................................................................................... 113
UNIDADE 8: EXERCÍCIOS DE REVISÃO ........................................................................................................ 114

UNIDADE 9: EQUILÍBRIO ÁCIDO BASE E pH


1. EQUILÍBRIO IÔNICO EM SOLUÇÃO AQUOSA ......................................................................................... 116
2. EFEITO DO ÍON COMUM........................................................................................................................ 117
3. EQUILÍBRIO IÔNICO ENVOLVENDO SAIS POUCO SOLÚVEIS .................................................................. 119
4. SOLUBILIDADE ENVOLVENDO EQUILÍBRIO QUÍMICO ........................................................................... 120
UNIDADE 9: EXERCÍCIOS DE REVISÃO ........................................................................................................ 122

UNIDADE 10: ELETROQUÍMICA


1.1. Conceitos de agentes oxidante e redutor, número de oxidação ....................................................... 124
1.2. Balanceamento de equações por oxi-redução ................................................................................... 126
1.3 Pilhas e Eletrólise ................................................................................................................................. 129
2.1. PILHA DE DANIEL ................................................................................................................................ 130
2.2. Eletrodo Padrão de Hidrogênio .......................................................................................................... 132
2.3. Eletrólise ............................................................................................................................................. 135
2.3.1. Eletrólise Ígnea ................................................................................................................................ 136
2.3.2. Eletrólise Aquosa ............................................................................................................................. 137
3. Potenciometria ............................................................................................. Erro! Indicador não definido.
3.1. Aplicação.................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
3.2. Vantagens .................................................................................................. Erro! Indicador não definido.
3.3. Equipamento ............................................................................................. Erro! Indicador não definido.
3.4. Processo..................................................................................................... Erro! Indicador não definido.
3.5. Tipos de eletrodos ..................................................................................... Erro! Indicador não definido.
3.6. Propriedades da Membrana ...................................................................... Erro! Indicador não definido.
3.7. Eletrodo de Vidro para medida de pH ....................................................... Erro! Indicador não definido.
3.8. A análise potenciométrica abrange dois métodos importantes. .............. Erro! Indicador não definido.
3.9. Métodos de Detecção do Ponto Final em Titulação Potenciométrica ...... Erro! Indicador não definido.

5
UNIDADE 10: EXERCÍCIOS DE REVISÃO ....................................................................................................... 139
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................... 144

FIGURAS
PÁGINA

UNIDADE 1: CONCEITOS BÁSICOS DE QUÍMICA GERAL


Figura 1.1 Mudança do estado físico da matéria …………………………………………………………………….…….……….14
Figura 1.2 Exemplo de mudança do estado físico de substância pura ………………………………………….………...16
Figura 1.3 Exemplo de mudança do estado físico de mistura ………………………………………………….…………..…17
Figura 1.4 Mudança do estado físico de mistura Eutética ……………………………………………………………..…….…17
Figura 1.5 Mudança do estado físico de mistura Azeotrópica ………………………..……………………………...………17
Figura 1.6 Filtração simples ……………………………….…………………………………………………………………………..………19
Figura 1.7 Filtração à vácuo ………………………………………………………………………………………………….……….….……19
Figura 1.8 Sifonação………………………………………………………………………………………………………………………….……20
Figura 1.9 Decantação …………………………………………………………………………………………………………………..….……20
Figura 1.10 Dissolução Fracionada ………………………………………………………………………………….………………..……21
Figura 1.11 Sublimação……………………………….…………………………………………………………………………………….……21
Figura 1.12 Flotação …………………………………………………………………………………………………………………….….…….21
Figura 1.13 Destilação Simples …………………………………………………………………………………………………….….…….22
Figura 1.14 Destilação Fracionada …………………………………………………………………………………………..……….……22
Tabela 1.1 Substâncias simples e estados
alotrópicos.................................................................................111

UNIDADE 2: TABELA PERIÓDICA


Figura 2.1 Estrutura da tabela periódica ………………………………………………………………………………………….….…29
Figura 2.2 Representação de elementos da tabela periódica ……………………………….………………………………..30
Figura 2.3 Configuração eletrônica grupo 1 e 2 ……………………………….……………………………………………….……30
Figura 2.4 Raio atômico entre dois átomos ……………………………….………………………………………………………..…31
Figura 2.5 Raio atômico ao longo da tabela periódica ………………………………............................…….………….31
Figura 2.6 Energia de ionização ao longo da tabela periódica …………………………........................…….….……32
Figura 2.7 Afinidade Eletrônica na Tabela Periódica ……………………………….……............................…………….33
Figura 2.8 Eletropositividade na Tabela Periódica ………………………………............................…….……………..…33
Figura 2.9 Eletronegatividade na Tabela Periódica ………………………............................………………..………34
Figura 2.10 Densidade dos elementos a 25°C ………………………............................…………….………………….……35

6
Figura 2.11 Ponto de fusão dos elementos …………………………............................………….………………………..…35

UNIDADE 3: LIGAÇÕES QUÍMICAS


Figura 3.1 Distribuição eletrônica dos gases nobres ………………………………............................……………………42
Figura 3.2 Antes e depois da reação entre sódio e cloro ………………………............................…………….………42
Figura 3.3 Rede ou reticulado cristalino …………………………............................………….………………………….……42
Figura 3.4 Ligações iônicos entre Magnésio e o Cloro e entre o Alumínio e o Flúor …………………………….…43
Figura 3.5 Ciclo de Born Haber → NaCl ……………………………….…............................…….…………………..…..……47
Figura 3.6 Compartilhamento de elétrons …………………………………..................................................….………47
Figura 3.7 Representação fórmula molecular, eletrônica e estrutural ……………………………………………………47
Figura 3.8 Exemplo de ligação covalente polar ……………………………….…................................……………………48
Figura 3.9 Exemplo de ligação covalente apolar ……………………………............................…………..……….………48
Figura 3.10 Ligação covalente apolar e polar ………………………………............................……………..………………48
Figura 3.11 Símbolo de pontos de Lewis ……………………………….…............................…………………………………50
Figura 3.12 Geometria molecular de algumas moléculas …………………..............................……………….………51
Figura 3.13 Mar de elétrons………………………………............................…….………………………………………….………52
Figura 3.14 Representação esquemática dipolo-dipolo……………………………............................……….…..……53
Figura 3.15 Representação esquemática de ligações de hidrogênio em tracejado…………......................…54
Figura 3.16 Representação esquemática de ligações dipolo induzido…………………………………………….....….54

UNIDADE 4: FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS


Figura 4.1 NaCl no estado sólido e em solução de água ………………………………............................……..………58
Figura 4.2 NaOH e HCl e a condutividade elétrica……………………………….…...................………….........…………59
Figura 4.3 Formação do sal NaCl (a) e Reação de formação do sal NaCl (b) ……………………………………..……65
Figura 4.4 Nomenclatura dos sais, e exemplos de fórmula e nomes………………………………………………….….66
Quadro 4.1 Nomenclatura de ácidos oxigenados …………………………………………………………………...…….………61
Quadro 4.2 Nomenclatura dos ânions (a) e exemplos de fórmula e nome de ânions (b) ………………………66

UNIDADE 5: ESTEQUIOMETRIA E CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS


Figura 5.1 Reações químicas …………………………………..........................………………………………………....….………72
Figura 5.2 Reação química entre CH4 e O2…………………………….............……………………...............….….….………72
Figura 5.3 Reação de composição ……………………………….……........…………………………………....................………73
Figura 5.4 Reação de Decomposição ………………………………….....…………………………….......................….….……73
Figura 5.5 Reação de Deslocamento …………………………………..........…………………………..................……..………73
Figura 5.6 Reação de Dupla Troca ……………………………….……..............…………………………..............…………..…74

7
Figura 5.7 Exemplo de pesagem de ferro ………………………………............……………………................…….…..……76
Figura 5.8 Exemplo da relação mol e constante de Avogadro …………………………...................……….…….……76

UNIDADE 6: SOLUÇÕES E TITULAÇÃO


Figura 6.1 Formação de uma solução……………………………….…............................…………………………..………… 82
Figura 6.2 Efeito Tyndall em soluções ……………………………….……......................…………………………......……..…82
Figura 6.3 Exemplos de soluções sólidas, líquidas e gasosas …………………………….........................…….………83
Figura 6.4 Exemplo de concentração de solução……………………………….…............………….................………… 83
Figura 6.5 Exemplo de titulação em massa ……………………………….………...............…………….......……….....……85
Figura 6.6 Diluição de uma solução qualquer ……………………………….….................……………...........…….………85
Figura 6.7 Diluição de uma solução qualquer………………............................……...............………………….……… 86
Figura 6.8 Exemplo de titulação……………………………….…............................……............................……..……… 87
Figura 6.9 Representação gráfica dos valores de pH ……………………………….…............................……….………88

UNIDADE 7: CINÉTICA QUÍMICA


Tabela 7.1 Velocidades iniciais para reação de formação do FClO2………………......................………………95

UNIDADE 8: EQUILÍBRIO QUÍMICO


Figura 8.1 Exemplo de velocidade de uma reação ………………………………............................…………..….……106

UNIDADE 9: EQUILÍBRIO ÁCIDO BASE E pH


Quadro 9.1 Relação entre Ka e pKa …………………………………............................……............................….……115
Figura 9.1 Equilíbrio iônico da água………………………………............................……............................…….……115
Quadro 9.2 Relação entre pH e pOH …………………………............................……...........................……….….…116

UNIDADE 10: ELETROQUÍMICA


Figura 10.1 Transformação de energia química em elétrica e vice-versa
……………..................……………….12422
Figura 10.2 Exemplo ligação iônica
………………………………............................…….............................….………12422
Figura 10.3 Exemplo de reação com agente redutor e oxidante
……………………............................…....……12423
Figura 10.4 Exemplo de reação com agente redutor e oxidante
……………………................................………12424
Figura 10.5 Exemplo de reação com agente redutor e oxidante
……………………................................………12425

8
Figura 10.6 Exemplo de reação com agente redutor e oxidante
…………………............................…....………12426
Figura 10.7 Exemplo de reação com agente redutor e oxidante
……………………............................………….12426
Figura 10.8 Exemplo de reação com agente redutor e oxidante…………............................…………….……… 124
Figura 10.9 Exemplo de pilha de Daniel
……………………………….…..........................................................……12428
Figura 10.10 Exemplo de pilha de Daniel
..................................................................................................12429
Figura 10.11 Exemplo de pilha de Daniel
..................................................................................................12429
Figura 10.12 Exemplo de equação global e representação esquemática pilha de Daniel
........................12430
Figura 10.13 Exemplo de eletrodo padrão de hidrogênio
........................................................................12430
Figura 10.14 Exemplo de eletrodo padrão de hidrogênio........................................................................
12431
Figura 10.15 Equação global de Ni e Ag ................................................
...................................................12432
Figura 10.16 Exemplo de eletrólise (a) e diferença entre pilha e eletrólise (b)
........................................12433
Figura 10.17 Exemplo de eletrólise ígnea
.................................................................................................12433
Figura 10.18 Aparelho para realizar eletrólise aquosa
.............................................................................12434
Figura 10.19 Facilidade de descarga de elementos.
..................................................................................12435
Figura 10.20 Eletrólise de uma solução aquosa de
NiCl2............................................................……….......12436
Figura 10.21 Eletrólise de uma solução aquosa de
AgNO3........................................................................12436
Figura 10.22 Eletrólise de uma solução aquosa de KI
.........................................................................12436
Figura 10.23 Eletrólise de uma solução aquosa de Na2SO4.......................................................................124

9
1. APRESENTAÇÃO

A Apostila Química Teórica é um material didático desenvolvido pelas professoras doutoras Lucília
Alves Linhares Machado e Karla Moreira Vieira em colaboração com o aluno Patrick Trevizani
Barbosa (bolsista do Projeto Pró ativa) para ser aplicado nos cursos de Engenharia Elétrica,
Engenharia da Computação e Engenharia de Produção do Instituto de Ciências Exatas e Aplicadas
da UFOP. A apostila é resultado da junção de vários materiais disponíveis na literatura, como livros
já publicados, artigos científicos, revistas, etc. O material contém todos os conteúdos descritos na
ementa da disciplina dos três cursos, aborda também algumas temáticas complementares, além
de conter exercícios para revisão dos conteúdos. Esta é a primeira edição da apostila e foi
elaborada no intuito de proporcionar ao estudante condições para que eles construam
aprendizagens significativas referentes ao conteúdo trabalhado, compreendendo sua importância
relacionada ao componente curricular Química, bem como sua relação com as demais áreas do
conhecimento e com o seu cotidiano. Todo material utilizado para elaboração deste material
estão listados nas referências bibliográficas ao final da apostila.

10
UNIDADE 1: CONCEITOS BÁSICOS DE QUÍMICA GERAL

1. INTRODUÇÃO À QUÍMICA

1.1. O que é Química e para que serve?


A Química estuda a natureza (estrutura atômica e molecular, etc.), as propriedades, a
composição e as transformações da matéria. Vejamos alguns benefícios que a Química pode nos
oferecer:
Os tecidos das roupas que usamos no dia-a-dia são, geralmente, materiais obtidos graças
ao desenvolvimento da Química;
As fibras artificiais (o náilon, o tergal, etc.), as borrachas sintéticas, os plásticos, fazem
parte de um grupo de materiais chamados polímeros;
Os polímeros têm tido inúmeras aplicações: sacos plásticos, toalhas, garrafas, canos
plásticos, revestimentos elétricos, brinquedos, discos, estofamentos, revestimentos de panela;
A Bioquímica tem permitido não apenas conhecer certos mecanismos de funcionamento
do organismo, como influir neles, possibilitando o desenvolvimento da Biologia Molecular e da
Farmacologia, fundamentais ao progresso da Medicina.

11
Nas Engenharias, a Química também tem diferentes atuações. Na Engenharia de
Alimentos a química exerce também papel importante. Por exemplo, a indústria de alimentos
utiliza os chamados “aditivos”: são substâncias capazes de conferir as seguintes características aos
alimentos: - antioxidantes (inibe o processo de oxidação); - conservantes (aumenta a
durabilidade); - estabilizantes (ajuda a manter as emulsões e suspensões); - adoçantes (transmite
sabor doce aos produtos), etc.
Na Engenharia Química o engenheiro trabalha com os processos industriais que empregam
transformações físico-químicas. Ele cria técnicas de extração ou obtenção de matérias-primas, sua
utilização e transformação em produtos químicos e petroquímicos, como tintas, plásticos, têxteis,
papel e celulose. Desenvolve produtos e equipamentos, além de pesquisar tecnologias e processos
mais eficientes e menos agressivos para o meio ambiente.
Na Engenharia Civil, a química tem sua importância na compreensão dos processos de
corrosão, resistência dos materiais, sua composição. Necessário o conhecimento do "arcabouço"
dos materiais utilizados. Para escolher o material a usar deve-se saber os elementos que o compõe
e por quais processos antes passaram. Somente assim podemos ficar certos da eficiência em
isolamento acústico, capacidade calorífica, convecção, flexibilidade, condutância, etc. (Tudo isso
está ligado à química).
Na Engenharia Elétrica, a química é fortemente presente nesse ramo. No caso da cinética
química, essa permite entender a transformação do movimento em energia elétrica, como
exemplo, se pode citar uma reação entre soluções de metais condutores ou semicondutores e um
condutor iônico, ocorrendo a troca de elétrons entre eletrodo e eletrólito, ou seja, transformação
de energia química em energia elétrica. Podendo citar também os processos eletroquímicos que
envolvem pilhas e baterias como também a compreensão do universo quântico que dos
conhecimentos essenciais da química.
Na Engenharia de Produção, a aplicação da química proporcionou o desenvolvimento de
diversas técnicas e formas de manipulação para produção de produtos presentes no cotidiano das
pessoas como no ramo da automação, indústria alimentícia e etc. Pois através da química é
possível conhecer a constituição da estrutura da matéria de determinado equipamento, por
exemplo, permitindo conhecer características e melhor forma de manuseio tornando a produção
mais eficiente. Porém, a aplicação dos conceitos químicos altera dependendo da linha de
produção e seu entendimento ajuda a compreender processos que ocorrem até a fase final do
produto, envolvendo muitas vezes processos físico-químico.

12
Na Engenharia de Computação conhecer os componentes presentes em circuitos,
microprocessadores entre outros é essencial. E cada um desses elementos necessitam de
conhecimento químico, que está presente nos mínimos materiais como resistências, diodos e
capacitores. Sem o uso de condutores e semicondutores reações eletroquímicas não seriam
possíveis. A química é fundamental por permite conhecer propriedades desses elementos e como
funcionam essas reações
Como se pode constatar, a Química tem proporcionado inúmeros benefícios para a
humanidade. Por outro lado, não podemos também nos esquecer de que muitos processos
químicos são responsáveis pela degradação do ambiente em que vivemos.

1.2. Divisão da Química


Ao longo de sua evolução enquanto CIÊNCIA, a Química subdivide-se em vários campos de
pesquisa: Química Geral, Química Analítica (qualitativa, quantitativa e instrumental), Química
Orgânica, Química Inorgânica, Físico-Química, Química Ambiental, Radioquímica e Química
Industrial.
2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Química é uma Ciência Natural que estuda a natureza da matéria, suas propriedades, suas
transformações e a energia envolvida nesses processos. Quando conceituamos matéria, baseamo-
nos em suas propriedades. Desse modo, Matéria é tudo aquilo que possui massa e ocupa lugar no
espaço, ou seja, possui volume. Exemplo: Água, Madeira, Ferro, etc.
a) Corpo - Porção limitada da matéria, sem utilidade.
b) Objeto - Porção limitada da matéria, com utilidade. Por exemplo, a quebra de um copo de
vidro pode ser descrita como um objeto (copo) que deixa de existir e surgem vários corpos (o copo
fragmentado). Consideramos propriedades as qualidades da matéria que podem ser medidas.

3. PROPRIEDADES DA MATÉRIA

3.1. Propriedades Extensiva e Intensiva


As diversas propriedades da matéria podem ser classificadas em duas categorias: as
extensivas e as intensivas. Propriedades Extensivas são aquelas cujos valores medidos dependem
do tamanho ou extensão da amostra. Exemplo: massa, volume, pressão, etc. Já as Propriedades

13
Intensivas não dependem do tamanho da amostra. Exemplo: densidade, temperatura, ponto de
fusão e ebulição, viscosidade, etc.

3.2. Mol: Quantidade de matéria


É sempre interessante relembrar que o mol é a unidade que expressa a quantidade de
matéria em uma amostra de uma substância qualquer. Assim, foi determinado que 1 mol de C-12
contém 6,022 x 1023 átomos de C-12. Desse modo, é possível estabelecer a seguinte relação: 1 mol
de átomos de C-12 tem massa igual a 12g, e esses 12g contém 6,022 x 1023 átomos. A constante
6,022 x 1023 mol-1 é denominada Constante de Avogadro, em homenagem ao químico italiano
Amadeo Avogadro.
1 mol de espécies = 6,022 x 1023 espécies
Exemplo:
1 mol de átomos de oxigênio corresponde a 6,022 x 1023 átomos de oxigênio, cujo símbolo
é O.
1 mol de moléculas de oxigênio corresponde a 6,022 x 1023 moléculas de oxigênio, cuja
formula é O2.
1 mol de íons Cl- corresponde a 6,022 x 1023 íons cloreto, cujo símbolo é Cl-.
1 mol de elétrons corresponde a 6,022 x 1023 elétrons.

3.3. Estados Físicos da Matéria


Existem três estados físicos mais comuns em que a matéria pode ser encontrada: sólido,
líquido e gasoso (Figura 1.1). Dependendo a temperatura e da pressão, a matéria pode estar em
um desses estados. Alterando a temperatura e/ou pressão é possível passar a matéria de um
estado para outro.
Estado Sólido, a matéria nesse estado físico possui forma e volume bem definidos, isto é,
não dependem do recipiente em que está. Estado Líquido, a matéria nesse estado físico possui
volume definido, porém não possui forma definida. Estado Gasoso, apresenta forma e volume
variável, onde os átomos estão totalmente livres.

14
Figura 1.1: Mudança do estado físico da matéria.

Fusão: passagem do estado sólido para o estado líquido.


Vaporização: passagem do estado líquido para o estado gasoso. Essa passagem pode ocorrer de
três maneiras: Evaporação: quando o líquido passa para o estado gasoso abaixo da temperatura
de ebulição; Ebulição: quando o líquido passa para o estado gasoso na temperatura de ebulição;
Calefação: quando o líquido passa para o estado gasoso acima da temperatura de ebulição.
Liquefação ou Condensação: passagem do estado gasoso para o estado líquido.
Solidificação: passagem do estado líquido para o estado sólido.
Sublimação: passagem direta do estado sólido para o estado gasoso. O processo inverso também
é chamado sublimação.

3.4. Densidade
É a razão entre a massa de um corpo e o volume por ele ocupado.

Fórmula: d (g/cm3)

3.5. Ponto de Fusão (P.F.) e de Ebulição (P.E.)


Temperatura de Fusão ou Ponto de Fusão: É a temperatura na qual, a uma pressão
constante, uma substância pura passa do estado sólido para o estado líquido.
Temperatura de Ebulição ou Ponto de Ebulição: É a temperatura na qual, a uma pressão
constante, uma substância pura passa do estado líquido para o estado gasoso.

4. MATÉRIA E SUA CLASSIFICAÇÃO

15
4.1. Substância Pura
Possui composição uniforme, definida e característica. Logo, apresenta propriedades
também definidas. Exemplo: a água, o ferro, o oxigênio, etc. As Substâncias puras podem ser
classificadas em:
- Substância Simples (ou elemento): Substância fundamental e elementar, ou seja, não pode ser
separada ou decomposta em substâncias mais simples. Exemplo: H2, O3.
- Substância Composta (ou composto): Constituída de átomos de 2 ou mais elementos
combinados segundo uma relação (razão) definida. Exemplo: água (H2O), glicose (C6H12O6)
sacarose (C12H22O11), etc. Os compostos podem ser decompostos em substâncias mais simples.

Pesquisadores determinaram que os átomos podem ligar-se para realizar formação de


moléculas. Exemplo: A água quando submetida a uma eletrólise (uso de eletricidade para
promover reações químicas) se decompõe em duas substâncias simples conforme a equação:
2 H2O(l) → 2 H2(g) + O2(g)
Alotropia – Ocorre quando uma substância simples apresenta-se na natureza em diferentes
espécies, como pode ser visto na Tabela 1.1.

Substância Simples Estados Alotrópicos


C C diamante e C grafite
O O2 (gás oxigênio) e O3 (Gás Ozônio)
S S rômbico e S monoclínico
P P vermelho e P branco
Tabela 1.1: Substâncias simples e estados alotrópicos.
Observação 1: Os estados alotrópicos se diferenciam entre si por suas propriedades.

Substância Pura - Possui ponto de fusão (P.F) e o ponto de ebulição (P.E.) constante na mudança
do estado físico (Figura 1.2).

16
Figura 1.2: Exemplo de mudança do estado físico de substância pura.

Observação 2: As temperaturas de fusão e de solidificação têm o mesmo valor, assim como as de


vaporização e liquefação.

4.2. Mistura
Consiste de duas ou mais substâncias fisicamente misturadas e que pode ser separadas em
seus componentes pode intermédio das diferenças entre suas propriedades físicas. As misturas
podem, por sua vez, ser classificadas em:

- Misturas Homogêneas (ou soluções): São aquelas em que os componentes estão


uniformemente misturados mesmo em uma escala molecular. Exemplo: ar, água + álcool e
soluções de um modo geral.
- Misturas Heterogêneas: São aquelas em que os componentes individuais, embora estejam
misturados, permanecem em diferentes regiões e podem ser diferenciados em escala
microscópica. Exemplo: areia + açúcar
Mistura - Possui ponto de fusão (P.F) e o ponto de ebulição (P.E.) variável na mudança do estado
físico (Figura 1.3).

Figura 1.3: Exemplo de mudança do estado físico de mistura.

17
Mistura Homogênea – Apresenta sempre as mesmas características em toda sua extensão,
apresentando um único aspecto (Monofásico). Exemplo: NaCl + H2O (2 componentes e 1 fase).

- Eutética (S+S): Possui temperatura constante apenas na Fusão (Figura 1.4).

Figura 1.4: Mudança do estado físico de mistura Eutética.

- Azeotrópica (L+L): Possui temperatura constante apenas na ebulição (Figura 1.5).

Figura 1.5: Mudança do estado físico de mistura Azeotrópica.


Mistura Heterogênea - Não apresenta as mesmas características em toda sua extensão,
apresentando vários aspectos (Polifásico). Exemplo: Areia + H2O + Óleo (3 componentes e 3 fases).

5. TRANFORMAÇÕES OU FENÔMENOS

É qualquer acontecimento da natureza, ou seja, o sistema final e inicial estudado é diferente.


a) Físico - A matéria é a mesma antes e após a transformação. Exemplo: Amassar papel, quebrar
um objeto.
b) Químico - A matéria não é a mesma após a transformação. Exemplo: Ferrugem, Azedar do
vinho.

18
6. OUTRO CONCEITOS IMPORTANTES

Sistema ⇒ porção limitada de matéria submetida a uma investigação científica. Exemplo: Sistema
atômico = átomo, sistema molecular = molécula, etc.

Inércia ⇒ resistência que todo sistema material apresenta em mudar o seu estado de movimento.
Quanto maior a massa, maior será a inércia do sistema. Exemplo: o elétron tem uma massa
extremamente pequena, logo sua trajetória pode ser facilmente alterada pela influência de um
agente externo (força).

Força ⇒ agente externo capaz de modificar o estado de movimento de um corpo. Modelo ⇒


versão simplificada do sistema que busca descrever seus aspectos (ou elementos) essenciais.

Energia ⇒ É tudo aquilo que pode modificar a matéria, provocar ou anular movimentos e, ainda,
causar sensações. É a capacidade de se realizar trabalho. Trabalho é realizado quando um corpo é
movimentado contra uma força de oposição ao seu deslocamento. - Tipos de trabalho: mecânico
(quando a força de oposição é mecânica); elétrico (quando a força de oposição é elétrica, etc).
Exemplo: Trabalho mecânico é realizado quando levantamos, por exemplo, um livro de uma mesa,
pois o livro é deslocado contra a força da gravidade (oposição).

7. PROCESSOS BÁSICOS DE SEPARAÇÃO

a) Filtração
A separação, como ilustrado na Figura 1.6, se faz através de uma superfície porosa
chamada filtro; o componente sólido ficará retido sobre a sua superfície, separando-se assim do
líquido que atravessa.

19
Figura 1.6: Filtração simples.

b) Filtração à Vácuo
A filtração à vácuo (Figura 1.7) pode ser acelerada pela rarefação do ar, abaixo do filtro.
Nas filtrações sob pressão reduzida, usa-se funil com fundo de porcelana porosa (funil de
Buchner).

Figura 1.7: Filtração à vácuo.

c) Decantação
Deixa-se a mistura em repouso até que o componente sólido tenha-se depositado
completamente. Remove-se em seguida, o líquido, entornando-se cuidadosamente o frasco, ou
com auxílio de um sifão (sifonação) (Figura 1.8).

20
Figura 1.8: Sifonação.

Para acelerar a sedimentação do sólido, pode-se recorrer à centrifugação. A decantação é


muito utilizada para separar líquidos imiscíveis, ou seja, líquidos que não se misturam. Para isso,
coloca-se a mistura a ser separada em um funil de separação (ou funil de decantação ou funil de
bromo). Quando a superfície de separação das camadas líquidas estiver bem nítida, abre-se a
torneira e deixa-se escoar o líquido da camada inferior, conforme a Figura 1.9.

Figura 1.9: Decantação.

Quando os líquidos não se separam pelo simples repouso, ou o fazem muito lentamente,
submete-se inicialmente a mistura à centrifugação.

d) Dissolução Fracionada
Trata-se a mistura com um líquido que dissolva apenas um dos componentes. Por filtração,
separa-se o componente não dissolvido; por evaporação (ou destilação) da solução, separa-se o
componente dissolvido no líquido. Veja o exemplo na Figura 1.10.

Figura 1.10: Dissolução Fracionada.

e) Sublimação
Só pode ser aplicada quando uma das fases sublima com facilidade. É empregada na
purificação do iodo e do naftaleno (Figura 1.11).

21
Figura 1.11: Sublimação.
f) Flotação
Trata-se a mistura com um líquido de densidade intermediária em relação às dos
componentes. O componente menos denso que o líquido flutuará, separando-se assim do
componente mais denso, que se depositará. O líquido empregado não deve, contudo, dissolver os
componentes. Também é denominado de sedimentação fracionada (Figura 1.12).

Figura 1.12: Flotação.

g) Cristalização Fracionada
A mistura de sólidos é dissolvida em água e a solução é submetida à evaporação. Quando a
solução ficar saturada em relação à um componente, o prosseguimento da evaporação do
solvente acarretará a cristalização gradativa do referido componente, que se separará da solução.
A solução, contendo o componente cuja saturação ainda não foi atingida, fica sobre os cristais do
outro e é chamada água-mãe de cristalização.

h) Destilação Simples

22
Para a separação dos componentes das misturas homogêneas sólido-líquido, recorre-se
comumente a destilação simples. O princípio do processo consiste em aquecer a mistura até a
ebulição; com isso o componente líquido separa-se do sistema sob a forma de vapor, que a seguir
é resfriado, condensando-se, e o líquido é recolhido em outro recipiente (Figura 1.13).

Figura 1.13: Destilação Simples.


i) Destilação Fracionada
Para a separação dos componentes das misturas homogêneas líquido-líquido, recorre-se
comumente à destilação fracionada. Aquecendo-se a mistura em um balão de destilação, os
líquidos destilam-se na ordem crescente de seus pontos de ebulição e podem ser separados. O
petróleo é separado em suas frações por destilação fracionada (Figura 1.14).

Figura 1.14: Destilação Fracionada.


8. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS

Todos os dígitos de uma grandeza medida, incluindo os incertos, são chamados algarismos
significativos. Quanto maior o número de algarismos significativos, maior é a certeza envolvida na
medida.

8.1. Convenções

23
a) Zeros entre dígitos diferentes de zero são sempre significativos.
1.005 kg (quatro algarismos significativos)
1,03 cm (três algarismos significativos)

b) Zeros no início de um número nunca são significativos, simplesmente indicam a posição da


vírgula.
0,02g (um algarismo significativo)
0,0026 cm (dois algarismos significativos)

c) Zeros no final de um nº e após a vírgula são sempre significativos.


0,0200 g (três algarismos significativos)
3,0 cm (dois algarismos significativos)

d) Quando um número termina em zeros mas não contém vírgula, os zeros podem ou não ser
significativos.
130 cm (dois ou três algarismos significativos)
10.300 g (três, quatro ou cinco algarismos significativos)
Por exemplo, uma massa de 10.300 g pode ser escrita em notação exponencial mostrando 3, 4 ou
5 algarismos significativos:

1,03 x 104 g (três algarismos significativos)


1,030 x 104 g (quatro algarismos significativos)
1,0300 x 104 g (cinco algarismos significativos)

8.2. Arredondamentos

a) Na multiplicação e divisão o resultado deve ser informado com o mesmo número de algarismos
significativos da medida com o menor número de algarismos significativos.
Área = (6,221 cm) (5,2 cm) = 32,3492 cm2 arredondamos para 32 cm2

b) Na adição e na subtração o resultado não pode ter mais casas decimais do que a medida com o
menor número de casas decimais.
Uma casa decimal
Três casas decimais
24
Nenhuma casa decimal
Arredonda-se para 105 (zero casas decimais)
20,4
+ 1,322
83
104,722

Adição e subtração: O resultado deve ter o número de dígitos do número (somado/subtraído)


com menor no de casas decimais.
Multiplicação e divisão: O resultado deve ter o nº de dígitos do número (multiplicado/dividido)
com menor número de algarismos significativos.
Se finalizar com número > 5, o número precedente sobre uma unidade
Se finalizar com número < 5, mantém-se o número precedente
Se finalizar com número = 5, se o precedente for par (mantém) e se o precedente for ímpar,
acrescenta uma unidade para torna-lo par.

UNIDADE 1: EXERCÍCIOS DE REVISÃO


CONCEITOS BÁSICOS DE QUÍMICA GERAL

Todos os exercícios numéricos devem ser feitos com as Regras de Algarismos Significativos.

1. Como você demonstraria que o ar é matéria?

2. Por que uma substância pura ao passar do estado sólido para o líquido não sofre variação de
temperatura?

3. Misture um pouco de água e gasolina em um copo transparente e observe. Qual é o tipo de


mistura obtido? Ar e poeira é uma mistura homogênea ou heterogênea? E a mistura água e
clorofórmio?

4. A água mineral com gás, em uma garrafa fechada, é uma mistura homogênea ou heterogênea?
E depois de aberta?

5. O gás do botijão de cozinha é constituído pelos gases butano e propano. De que tipo é essa
mistura? Por que?

25
6. Consultando a tabela periódica dos elementos, indique:
a) o símbolo dos elementos: bário, berílio, gálio, lítio, neônio, zircônio, chumbo.
b) o nome dos elementos com os seguintes símbolos: B, Bi, Ca, Cr, Co, Mg, Mn, Ni, Zn.

7. Determine o número de algarismos significativos das seguintes medidas:


a) 478 cm =
b) 6,01 g =
c) 0,825 cm =
d) 0,043 kg =
e) 1,310 x 1022 átomos =

8. Realize as seguintes operações indicando o número correto de algarismos significativos:


a) 11.254,1 g + 0,1983 g =
b) 66,59 L – 3,113L =
c) 8,16 m x 5,1355 m =
d) 0,0154 kg ÷ 88,3 mL =

9. Responda se as afirmações a seguir descrevem propriedades químicas ou físicas.


a) Gás hélio dentro de um balão tende a vazar após poucas horas.
b) O feixe de luz de uma lanterna vai diminuindo e finalmente se apaga.
c) Suco de laranja congelado é reconstituído.
d) O crescimento das plantas depende da energia do sol em um processo denominado
fotossíntese.
10. Quais das seguintes propriedades são intensivas e quais são extensivas?
a) área
b) cor
c) densidade
d) volume
e) massa
f) temperatura

11. Classifique cada substância como elemento ou composto:

26
a) cloreto de sódio
b) hélio
c) álcool
d) platina
e) água
f) hidrogênio
g) ouro
h) açúcar

12. Expresse os resultados dos cálculos seguintes em notação científica:


a) 0,0095 + (8,5 x 10-3) =
b) 653 ÷ (5,75 x 10-8) =
c) 850.000 - (9,0 x 105) =
d) (3,6 x 10-4) x (3,6 x 106) =

13. Qual o número de algarismos significativos em cada uma das seguintes grandezas:
a) 40,2 g/cm3 =
b) 0,0000003 cm =
c) 70 min =
d) 4,6 x 1019 átomos =

14. Indique o número de prótons, de nêutrons e de elétrons em cada uma das espécies:
a) 40,120Ca prótons = massa = nêutrons = elétrons =
b) 55,826Fe prótons = massa = nêutrons = elétrons =
c) 35,517Cl prótons = massa = nêutrons = elétrons =

15. Agrupe os elementos em pares de propriedades químicas semelhantes:


K, F, P, Na, Cl, N.

16. Dê dois exemplos de:


a) moléculas diatômicas contendo átomos do mesmo elemento;

27
b) moléculas diatômicas contendo átomos de elementos diferentes;
c) molécula poliatômica contendo átomos do mesmo elemento;
d) moléculas poliatômica contendo átomos de elementos diferentes.

17. Indique o número de prótons e de elétrons em cada um dos íons seguintes:


a) K+
b) Mg2+
c) Fe3+
d) Br-
e) Mn2+

18. Quais das seguintes espécies são elementos, moléculas (mas não compostos), compostos (mas
não moléculas) e quais são compostos e moléculas?
a) SO2 e) O i) KBr

b) S8 f) O2 j) S

c) Cs g) O3 k) P4

d) N2O5 h) CH4 l) LiF

19. Dos 115 elementos conhecidos, apenas dois são líquidos à temperatura ambiente (25ºC).
Quais são? Diga quais são os elementos que existem como gases à temperatura ambiente.

20. Como você distingue:


a) Um elemento de um composto?
b) Um elemento de uma mistura?
c) Uma solução de uma mistura heterogênea?
d) Propriedades químicas de propriedades físicas?

21. Defina: mistura eutética e mistura azeotrópica.

28
22. Quais dos itens listados descrevem variações físicas e quais descrevem variações químicas?
a) uma banana amadurece
b) a água evapora
c) um objeto cai de uma janela
d) a comida é digerida

23. Um palito de fósforo é aceso e mantido sob um pedaço de metal frio. São feitas as seguintes
observações. Quais desses acontecimentos são relativos a mudanças físicas e quais são relativos a
mudanças químicas?
a) o palito de fósforo queima;
b) o metal esquenta;
c) a água condensa-se no metal;
d) deposita-se fuligem no metal;

UNIDADE 2: TABELA PERIÓDICA

Químicos no século XIX desenvolveram a tabela periódica arranjando os elementos em


ordem crescente de suas massas atômicas. Porém, houve muitas discrepâncias nas primeiras
versões, e estas foram resolvidas dispondo os elementos em ordem crescente de seus números
atômicos.
A lei periódica refere-se ao fato de que quando os elementos são listados, sequencialmente,
em ordem crescente do número atômico, observa-se uma repetição periódica em suas
propriedades. Essa repetição verificada é a base da estrutura da tabela periódica moderna.

29
1. A TABELA PERIÓDICA MODERNA

A base da estrutura da tabela periódica moderna é a repetição verificada na lei periódica,


sendo que as famílias de elementos com propriedades químicas semelhantes são distribuídas em
colunas verticais chamadas grupos.

1.1 Estrutura da Tabela Periódica


A Figura 2.1 abaixo representa a estrutura da tabela periódica, em que:
Período ⇒ Trata-se das linhas horizontais, e são enumeradas com algarismos arábicos de 1 a 7.
Definem o número de camadas dos elementos.
Grupos ou Famílias ⇒ Trata-se das linhas verticais e refere-se ao número de elétrons da camada
de valência.

Figura 2.1: Estrutura da tabela periódica.

1.2. Representação dos elementos

A classificação dos elementos ocorre em razão de suas propriedades químicas e físicas e


podem ser: metais, ametais, gases nobres, semimetais (metalóides) ou se trata do hidrogênio. E a
tabela periódica é dividida em blocos s, p, d e f, nomes das últimas subcamadas ocupadas (Figura
2.2).

30
Figura 2.2: Representação de elementos da tabela periódica.

2. A PERIODICIDADE NAS CONFIGURAÇÕES ELETRÔNICAS

Ao examinar as configurações eletrônicas de algum grupo, observa-se um padrão de


distribuição. Os elétrons das camadas mais externas de um átomo, os que estão envolvidos nas
ligações químicas, são denominados elétrons de valência. A semelhança na configuração
eletrônica da camada mais externa (valência) é responsável pelo fato de os elementos de um
mesmo grupo apresentarem comportamento químico similar. Essa similaridade pode ser
observada na Figura 2.3 abaixo:

Figura 2.3: Configuração eletrônica grupo 1 e 2.

Quando na camada de valência há 8 elétrons, trata-se de um gás nobre que possui


configuração estável e pouca tendência a reagir. A configuração ns2 np6 é chamada octeto, e a
generalização dessa configuração de especial estabilidade é conhecida como regra do octeto.

3. A PERIODICIDADE NAS PROPRIEDADES ATÔMICAS

31
Algumas propriedades dos átomos apresentam variações periódicas em função do número
atômico.

3.1 Raio Atômico


O raio atômico é metade da distância entre dois núcleos em dois átomos iguais em uma
molécula (Figura 2.4).

(a) (b)
Figura 2.4: (a) Raio atômico entre dois átomos. (b) Raio atômico.

O raio atômico varia de acordo com o arranjo dos elementos na tabela periódica. Diminui da
esquerda para a direita e aumenta de cima para baixo (Figura 2.5). Ao longo do período ocorre
decréscimo do raio atômico, pois os elétrons são adicionados na camada de valência, e
simultaneamente prótons são adicionados ao núcleo aumentando a carga nuclear. Este aumento
atrai todos os elétrons, provocando aproximação com o núcleo e consequentemente diminuição
do raio atômico. E ao longo da família o raio aumenta, de acordo com o aumento do número de
camadas do átomo.

He

Fr

Figura 2.5: Raio atômico ao longo da tabela periódica.

Raio iônico ⇒ É o raio de um ânion ou cátion. O raio iônico influência as propriedades físicas e
químicas de um composto iônico. Como por exemplo: a estrutura tridimensional de um composto
iônico depende das dimensões relativas dos seus cátions e ânions.

32
3.2 Energia de Ionização
Quando um átomo absorve energia em seu estado fundamental, o elétron pode se transferir
de um nível energético quantizado para outro. Energia de Ionização refere-se a energia mínima
necessária para remover um elétron de um átomo isolado, no seu estado fundamental. Na tabela
periódica, a energia de ionização aumenta da esquerda para direita e de baixo para cima (Figura
2.6).
A primeira energia de ionização é menor que a segunda, que por sua vez é menor que a
terceira e assim sucessivamente. Isso se deve ao fato de que cada elétron removido, a atração fica
maior em relação aos prótons.

Figura 2.6: Energia de ionização ao longo da tabela periódica.

3.3 Afinidade Eletrônica


A afinidade eletrônica é a variação da energia envolvida quando um átomo isolado gasoso, no
estado fundamental, recebe um elétron formando um íon negativo. Essa variação pode ser
positiva (processo endotérmico) ou negativa (processo exotérmico). Quanto maior a atração de
um átomo sobre um elétron adicionado a este, maior sua afinidade eletrônica. Cresce à medida
que o raio atômico diminui, ou seja, da esquerda para a direita e de baixo para cima (Figura 2.7).

Figura 2.7: Afinidade Eletrônica na Tabela Periódica.

33
3.4 Eletropositividade
É a tendência de determinado elemento em perder elétrons, tornando-se um cátion em uma
ligação química. Também chamado de caráter metálico, pois os metais possuem maior tendência
de perder os elétrons da camada de valência quando postos em contato com elementos
eletronegativos.

Figura 2.8: Eletropositividade na Tabela Periódica.

A eletropositividade aumenta com o aumento do raio atômico, ou seja, na Tabela Periódica,


a eletropositividade aumenta da direita para a esquerda e de cima para baixo (Figura 2.8).

3.5 Eletronegatividade
A eletronegatividade é uma propriedade periódica dos elementos que indica a tendência
que cada um tem de atrair os elétrons em uma ligação química. Também denominado caráter não
metálico.

Figura 2.9: Eletronegatividade na Tabela Periódica.

Quando consideramos os elementos pertencentes a uma mesma família (mesma coluna), a


eletronegatividade aumenta de baixo para cima. Agora, se considerarmos os elementos

34
pertencentes ao mesmo período (mesma linha) da Tabela Periódica, veremos que a
eletronegatividade cresce da esquerda para a direita (Figura 2.9).
Linus Pauling criou uma escala dos elementos mais eletronegativos, que pode ser de ajuda
para determinar a intensidade da polarização de diferentes ligações:
F > O > N > C? > Br > I > S > P > H
Valores das eletronegatividades: 4,0 > 3,5 > 3,0 > 3,0 > 2,8 > 2,5 > 2,5 > 2,5 < 2,1

4. A PERIODICIDADE NAS PROPRIEDADES FÍSICAS

As propriedades físicas não é muito regular devido a complexa relação de propriedades


como ponto de fusão e densidade com a estrutura.

4.1 Densidades e Pontos de Fusão


As propriedades físicas dos elementos também estão nas leis periódicas. A Figura 2.10
mostra as densidades dos elementos a 25 °C, em função do número atômico. A periodicidade na
densidade é ilustrada através da sucessão de máximos e mínimos em um gráfico, pois diferentes
características estruturais interferem na densidade da substância.

Figura 2.10: Densidade dos elementos a 25°C.

A Figura 2.11 exibe uma periodicidade irregular e relativa aos pontos de fusão dos elementos.

35
Figura 2.11: Ponto de fusão dos elementos.
4.2 Metais e Não-Metais
Os metais são normalmente bons condutores eletricidade e calor. São maleáveis e dúcteis, e
possuem alta refletividade e um brilho característico. Os não-metais tem propriedades diferentes
dos metais: são pobres condutores térmicos e elétricos, no estado sólido são quebradiços, e não
exibem alta refletividade ou brilho metálico.

5. A PERIODICIDADE NAS PROPRIEDADES QUÍMICAS

5.1 Metais
Os metais são a maioria e estão posicionados à esquerda na tabela periódica. É característica
dos átomos metálicos terem baixas energias de ionização e baixas afinidades eletrônicas.
Consequentemente, os metais tendem a formar íons carregados positivamente denominados
cátions.

5.2 Não-Metais
Os não-metais são caracterizados pela alta afinidade eletrônica e alta energia de ionização,
com exceção dos gases nobres. Com isso, em muitas de suas reações, os não metais ganham
elétrons formando íons negativos denominados ânions.

UNIDADE 2: EXERCÍCIOS DE REVISÃO


TABELA PERIÓDICA

36
1. Dois ou mais íons ou, então, um átomo e um íon que apresentam o mesmo número de elétrons
denominam-se espécies isoeletrônicas. Comparando-se as espécies isoeletrônicas F-, Na+, Mg2+, e
Al3+, conclui-se que:
a) a espécie Mg2+ apresenta o menor raio iônico.
b) a espécie Na+ apresenta o menor raio iônico.
c) a espécie F- apresenta o maior raio iônico.
d) a espécie Al3+ apresenta o maior raio iônico.
e) a espécie Na+ apresenta o maior raio iônico.

2. Os elementos que apresentam maiores energias de ionização são da família dos:


a) metais alcalino-terrosos.
b) gases nobres.
c) halogênios.
d) metais alcalinos.

3. Em qual das transformações a seguir, no sentido indicado, a energia envolvida mede o chamado
“potencial de ionização”?
a) Cl-(g) + 1 e- → Cl- (g)
b) 2 Cl(g) → Cl2(g)
c) H+(aq) + OH-(aq) → H2O(l)
d) Na(g) → Na+(g) + 1 e-
e) H+ (aq) + 1e- → ½ H2(g)

4. Qual das opções abaixo apresenta a comparação errada relativa aos raios de átomos e de íons?
a) raio do Na+ < raio do Na
b) raio do Na+ < raio do F-
c) raio do Mg2+ < raio do O2-
d) raio do F- < raio do O2-
e) raio do F- < raio do Mg2+

5. Considerando as propriedades periódicas, indique a alternativa correta:


a) Para elementos de um mesmo período, a primeira energia de ionização é sempre maior que a
segunda.

37
b) Com o aumento do número de camadas, o raio atômico, em um mesmo grupo, diminui.
c) Para íons de elementos representativos, o número do grupo coincide com o número de elétrons
que o átomo possui no último nível.
d) Os elementos com caráter metálico acentuado possuem grande afinidade eletrônica.
e) Para elementos de um mesmo grupo, o volume atômico aumenta com o aumento do número

6. Observe as equações a seguir:


A + energia → A+ + 1 elétron
B + 1 elétron → B- + energia

As propriedades periódicas relacionadas respectivamente com essas equações são:


a) afinidade eletrônica e energia de ionização.
b) energia de ionização e afinidade eletrônica.
c) energia de ionização e eletronegatividade.
d) eletropositividade e eletronegatividade.
e) eletropositividade e afinidade eletrônica.

7. Os elementos que apresentam maiores energias de ionização são da família dos:


a) metais alcalino-terrosos.
b) gases nobres.
c) halogênios.
d) metais alcalinos.
8. Das alternativas abaixo, qual apresenta somente ametais?
a) He, Os, O, B, H
b) He, Ne, Ar, Kr, Xe
c) B, Si, As, Sb, Te
d) Na, Be, Mo, Rb, Ra
e) C, N, P, Br, I, At

9. Associe corretamente as colunas abaixo:


I. Metais alcalinos ( ) Grupo 0
II. Metais alcalino terrosos ( ) Grupo 17 ou VII A

38
III. Calcogênios ( ) Grupo 16 ou VI-A
IV. Halogênios ( ) Grupo 15 ou V-A
V. Família do carbono ( ) Grupo 14 ou IV-A
VI. Família do nitrogênio ( ) Grupo 1 ou I-A
VII. Gases nobres ( ) Grupo 2 ou II-A

10. O bromato de potássio, produto de aplicação controvertida na fabricação de pães, tem como
fórmula KBrO3. Os elementos que o constituem, na ordem indicada na fórmula, são das famílias
dos:
a) alcalinos, halogênios e calcogênios
b) halogênios, calcogênios e alcalinos
c) calcogênios, halogênios e alcalinos
d) alcalinos terrosos, calcogênios e halogênios
e) alcalinos terrosos, halogênios e calcogênios

11. Comparando-se as propriedades periódicas dos elementos que compõem o KCl, assinale os
itens que forem corretos. Dados: K (Z=19) e Cl (Z=17).
01) O potássio possui maior caráter metálico.
02) O cloro possui maior eletronegatividade.
04) O cloro tem maior raio atômico.
08) O potássio tem maior eletroafinidade.
16) O potássio tem maior potencial de ionização.

12. Em um mesmo grupo (ou família) da Tabela Periódica, o raio atômico cresce com o aumento
do número atômico. Isto ocorre porque o número de níveis de energia nos quais se distribuem os
elétrons aumenta de cima para baixo no grupo.

13. Com relação às propriedades periódicas dos elementos, assinale os itens que forem corretos.
01) Em um mesmo período o raio atômico aumenta com o número atômico devido ao aumento da
repulsão eletrostática ocasionada pelo aumento do número de elétrons.
02) Os elementos de maior tamanho (volume) e menor densidade na Tabela Periódica são os
metais alcalinos.

39
04) Em um mesmo período, a energia de ionização aumenta dos metais alcalinos para os gases
nobres, porque o raio atômico diminui neste sentido.
08) Os não metais formam ânions com mais facilidade que os metais porque, em um mesmo
período, estes apresentam uma afinidade eletrônica maior.

14. Com relação às propriedades periódicas dos elementos, assinale a alternativa cujos termos
preenchem CORRETAMENTE os espaços na ordem apresentada:
I - Os raios __________ dos elementos do Grupo 17 são menores que seus respectivos raios
__________.
II - A primeira _________________ de um átomo é sempre um processo ______________.
III - A primeira _________________ de um átomo geralmente é um processo _________________.

a) I – atômicos, iônicos. II – afinidade eletrônica, endotérmico. III – energia de ionização,


exotérmico.
b) I – iônicos, atômicos. II – energia de ionização, exotérmico. III – afinidade eletrônica,
endotérmico.
c) I – iônicos, atômicos. II – afinidade eletrônica, exotérmico. III – energia de ionização,
endotérmico.
d) I – atômicos, iônicos. II – energia de ionização, endotérmico. III – afinidade eletrônica,
exotérmico.

15. A construção da tabela periódica de Mendeleev deu-se pela necessidade de sistematização dos
elementos químicos até então descobertos em meados do século XIX. Um movimento constante
de organização dos elementos químicos impulsionou trabalhos de vários estudiosos da época,
numa tentativa de estruturar a química e conferir-lhe cientificidade. Pela análise da tabela
periódica, faça o que se pede.

a) Explique a diferença da energia potencial do lítio e do flúor, relacionando-a com o raio desses
elementos.

b) Construa e explique a ordem crescente da fila de eletronegatividade dos seguintes elementos:


carbono, bromo, nitrogênio, oxigênio e flúor.

40
c) Preveja o tipo de ligação química e a fórmula química do composto formado por alumínio e
cloro.

UNIDADE 3: LIGAÇÕES QUÍMICAS

No cotidiano, verifica-se que alguns materiais são sólidos (o carvão); outros, são líquidos
(água), alguns conduzem corrente elétrica (metais), outros não (madeira), alguns quebram fácil
(vidro), já alguns não (aço) e assim por diante. Essa grande diferença de propriedades entre os

41
materiais se deve, em grande parte, às ligações existentes entre os átomos (ligações químicas) e a
arrumação espacial.
A ligação química, sendo a interação de dois átomos (ou grupos de átomos), está
intimamente ligada ao rearranjo da estrutura eletrônica, ou melhor, dos elétrons dos átomos
dentro de uma nova molécula. O potencial de ionização e a afinidade eletrônica são duas
propriedades periódicas que podem nos auxiliar a compreendermos a natureza da ligação
química.
A natureza da ligação química dependerá de como acontece o rearranjo dos elétrons na
molécula formada. As ligações químicas estão divididas em primárias e secundárias. As primárias
envolvem a transferência ou o compartilhamento de elétrons e promovem uma junção
relativamente forte dos átomos adjacentes. Exemplo: Ligações Iônicas, Covalentes, Metálicas. Já
as ligações secundárias refere-se a uma atração relativamente fraca entre os átomos (quando
comparadas às ligações primárias), na qual não ocorre qualquer transferência ou
compartilhamento de elétrons. Exemplo: Ligações de van der Waals.

1. Os gases nobres e a Regra do Octeto


Todas as substâncias químicas são formadas por átomos de elementos químicos. Esses
átomos combinados podem ser de um mesmo elemento, ou de dois ou mais elementos.
Dos milhões de substâncias conhecidas, apenas os gases nobres (He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn), nas
condições ambientes, se mostram átomos estáveis isolados, ou seja, não unidos a outros átomos.
E para entender como ocorre as ligações entre átomos, é necessário analisar a eletrosfera dos
gases nobres.
William Kossel e Gilbert Newton Lewis propuseram uma regra para ligação entre átomos, no
ano 1916, conhecida como regra do octeto de elétrons ou regra do octeto: Segundo esta regra
um átomo se encontrará estável quando sua última camada estiver com 8 elétrons (ou 2, caso se
encontre na camada K) (Figura 3.1). Átomos não estáveis, unem-se a outros para obter essa
configuração de estabilidade.

42
Figura 3.1: Distribuição eletrônica dos gases nobres.

2. Ligação Iônica: íons, compostos iônicos e propriedades.


Na Figura 3.2, observa-se que o átomo de sódio cede para o átomo de cloro 1 elétron. Com
isso, ocorre a formação de um íon negativo (ânion Cl-) e um íon positivo (cátion Na+) ambos com o
octeto completo e configuração semelhante a de gás nobre.

Figura 3.2: Antes e depois da reação entre sódio e cloro.

Por possuírem cargas elétricas opostas, os cátions e ânions se atraem e ficam unidos devido
a ligação iônica, como ocorre com o átomo de sódio e cloro que com sua ligação originam o
cloreto de sódio. Na prática, porém, uma reação não envolve somente dois átomos, mas vários
átomos como na Figura 3.3.

Figura 3.3: Rede ou reticulado cristalino.

A ligação iônica é geralmente bastante forte e mantém os íons muito unidos no retículo.
Sendo assim, os composto iônicos são sólidos e possuem geralmente seus pontos de fusão e
ebulição elevados (Figura 3.4).

43
(a)

(b)
Figura 3.4: (a) Ligações iônicos entre Magnésio e o Cloro, (b) e entre o Alumínio e o Flúor.

Algumas das propriedades dos compostos iônicos estão citadas abaixo:


⇒ Possuem estrutura Cristalina;
⇒ São sólidos à temperatura ambiente;
⇒ Ponto de fusão e ebulição elevados;
⇒ Solúveis em solventes polares (exemplo: água);
⇒ São duros – não sofrem arranhões;
⇒ São quebradiços – deformam-se pouco antes da fratura;
⇒ Condutores fracos de calor e eletricidade;
⇒ Ao serem fundidos são bons condutores de eletricidade (íons livres).

3. Ciclo de Born Haber


Um ciclo de Born-Haber é um ciclo que estabelece relações entre várias grandezas
termodinâmicas. Baseia-se na Lei de Hess ,"é possível calcular a variação de entalpia associada a
uma reação química pela soma algébrica das variações de entalpia de outras reações químicas
cujas equações, depois de somadas, dão a equação inicial”, ou seja, numa consequência do 1º
Princípio da Termodinâmica “a variação de entalpia entre um estado inicial e um estado final é
independente do percurso seguido entre os dois estados" (esta propriedade é comum a todas as
funções de estado, como é a entalpia, e funções de estado são propriedades termodinâmicas que
são univocamente definidas pelo estado do sistema).

Os ciclos de Born-Haber (Figura 3.5) têm sido usados, por exemplo, para calcular energias
reticulares, entalpias de dissolução, ou na previsão da estabilidade termodinâmica de um dado
composto, através da sua entalpia de formação.

44
Resumo de alguns conceitos, definições e convenções utilizados em Ciclos de Born-Haber.

3.1. Grandezas relativas ao estado gasoso

Energia de dissociação ou de ligação

É definida no sentido da quebra das ligações: variação de entalpia associada ao processo de


quebra homolítica (isto é, cada átomo fica com um dos dois elétrons que estabeleciam a ligação).

∆ diss Η
AB(g)  → A(g) + B(g)

Energia de ionização

EI : energia que é necessário fornecer para arrancar uma mol de elétrons a um mol de átomos
neutros, ou de íons, no estado gasoso ideal e fundamental, ficando os elétrons arrancados com
uma energia cinética nula).

EI
A(g) → A+(g) + e−

Eletroafinidade

EA : energia libertada quando se adiciona um mol de elétrons a um mol de átomos no estado


gasoso ideal, para formar um mol de íons mononegativos no estado fundamental e também no
estado gasoso ideal. Por tradição, esta energia libertada é dada como positiva, isto é, os valores
tabelados são positivos, o que é contra a convenção termodinâmica; daí o sinal menos no
processo correspondente:

−EA
A(g) + e− → A− (g)

O processo inverso, +EA, corresponde à energia de ionização do íons A−

EI( A − ) = EA
A− (g)    
→ A(g) + e−

3.2. Grandezas que envolvem (ou não) mudança de estado

Entalpia de formação padrão

∆fHº : variação de entalpia envolvida na formação de 1 mol de uma substância a partir dos seus
elementos constituintes nos respectivos estados padrão* a 298,15K.

45
*Estado padrão de uma substância define-se como a forma pura dessa substância à pressão de 1
bar. Embora a temperatura não faça parte desta definição, os valores tabelados costumam refere-
se a 298,15K (25ºC).

∆ H º ( NaCl)
Exemplo: Na(c) + ½ Cl2(g) f   
→ NaCl(c)

Por convenção, ∆fHº (elemento no estado padrão) = 0

Por exemplo, ∆fHº (Cl2, g) = 0 , mas ∆fHº(Cl, g) ≠0, porque o estado padrão do cloro (tal como o
hidrogênio, azoto, oxigênio, e os restantes halogêneos, flúor, bromo e iodo), corresponde à
molécula diatômica.

Entalpia de reação

A variação de entalpia de uma reação, ∆rH, pode calcular-se a partir das entalpias de formação
padrão dos seus produtos e reagentes :

∆rH (variação da entalpia de uma reação) =∑ni∆fHº(produtos) − ∑ ni∆fHº(reagentes)

Por exemplo, consideremos a reação: CH4(g) + 2O2(g) → CO2(g) + 2H2O(l)

∆rH = 2×∆fHº(H2O, l) + ∆fHº(CO2, g) − 2×∆fHº(O2, g) – ∆fHº(CH4, g)

∆rH = 2×∆fHº(H2O, l) + ∆fHº(CO2, g) – ∆fHº(CH4, g)

Entalpia de atomização

∆atomH : variação de entalpia associada ao processo de cisão de todas as ligações de um mol de


moléculas, ficando os átomos resultantes no estado gasoso ideal e com energia cinética nula.


atom H
AB...C(c,l ou g)  → A(g) + B(g) +..... + C(g)

Entalpia de sublimação

∆subH : variação de entalpia associada à conversão de um mol de composto ou elemento cristalino


em um mol de composto ou elemento no estado gasoso.

46
∆ H
A(c) sub
 → A(g)

Entalpia de vaporização

∆vapH : variação de entalpia associada ao processo de conversão de um mol de um composto ou


elemento no estado líquido em um mol de composto ou elemento no estado gasoso.

∆ vapH
A(l)  → A(g)

Entalpia de dissolução

∆dissolH : variação de entalpia associada ao processo de dissolução de um mol de um composto


iônico, ficando os seus íons solvatados em solução.

∆ H
→ A+(soln) + B− (soln)
AB(c) dissol


Entalpia de solvatação (se for em água denomina-se entalpia de hidratação)

∆solvH : variação de entalpia associada ao processo da passagem de um mol de íons no estado


gasoso à solução.

∆ H
A+(g) hid
 → A+(soln)

Energia reticular

Uret ≡ -U (energia que é necessário fornecer para separar 1 mol do cristal iônico nos respectivos
íons no estado gasoso perfeito).

U
→ A+(g) + B− (g)
AB(c) ret

U é a energia das interações eletrostáticas e da repulsão das nuvens electrônicas em um mol do


cristal.

47
Figura 3.5: Ciclo de Born Haber → NaCl.

4. Ligação Covalente
Ao se unirem por compartilhamento de elétrons, dizemos que entre os átomos se
estabelece uma ligação covalente (Figura 3.6). Os grupos de átomos unidos por ligação covalente
são denominados moléculas. As substâncias formadas por moléculas são denominadas
substâncias moleculares. Geralmente este tipo de ligação ocorre entre Ametais.

Figura 3.6: Compartilhamento de elétrons.

Três maneiras distintas de representar uma molécula são a fórmula molecular, a fórmula
eletrônica (ou fórmula de Lewis) e a fórmula estrutural, na qual cada par de elétrons
compartilhado é representado por meio de um tracinho (Figura 3.7).

Figura 3.7: Representação fórmula molecular, eletrônica e estrutural.

48
As ligações covalentes podem ser polares e apolares.
4.1. Ligações covalentes polares: Quando existe diferença de eletronegatividade entre átomos
envolvidos em determinada ligação química (Figura 3.8).

Figura 3.8: Exemplo de ligação covalente polar.

4.2. Ligações covalentes apolares: Quando não existe diferença de eletronegatividade entre
átomos envolvidos em determinada ligação química, mesmo que os átomos sejam muito
eletronegativos (Figura 3.9).

Figura 3.9: Exemplo de ligação covalente apolar.

Figura 3.10: Ligação covalente apolar e polar.

49
4.3. Algumas características das ligações covalentes:

⇒ Observadas entre átomos com pequena diferenças nas suas eletronegatividades;


⇒ São ligações muito fortes;
⇒ As ligações covalentes são direcionais;
⇒ As moléculas possuem em sua maioria formatos tridimensionais com ângulos de ligação.

5. Carga Formal
As cargas formais (CF) indicam uma tendência para o acúmulo de carga elétrica. São úteis
para a discussão da viabilidade das estruturas de Lewis. Podem ser calculadas através da fórmula:
CF = EV – (1/2 EL + ENL)
EV = elétrons de valência
EL = elétrons ligantes
ENL = elétrons não ligantes
A soma das cargas formais dos átomos é igual a carga elétrica da molécula ou íon.
Em relação as cargas formais não são eletrostaticamente favoráveis:
– Cargas iguais em átomos adjacentes;
– Cargas opostas em átomos não adjacentes;
– Cargas múltiplas em qualquer átomo;
– Cargas em desacordo com as eletronegatividades dos átomos.

Exemplo: Carga Formal dos átomos na molécula ClNO

Exemplo: Carga Formal do íon ClO4-. A verdadeira estrutura para o íon ClO4- é um híbrido de
ressonância de quatro estruturas equivalentes.

50
6. Estrutura de Lewis
Para um entendimento através de figuras sobre a localização dos elétrons em um átomo,
representamos os elétrons como pontos ao redor do símbolo do elemento (Figura 3.11).
O número de elétrons disponíveis para a ligação é indicado por pontos desemparelhados.
Esses símbolos são chamados símbolos de Lewis.
Geralmente colocamos os elétrons nos quatro lados de um quadrado ao redor do símbolo do
elemento.

Figura 3.11: Símbolo de pontos de Lewis.

7. Geometrias Moleculares
Modelo de Repulsão de Pares de Elétrons no Nível de Valência (VSEPR). Desenvolvido por
Gillespie e Nyholm em 1957. A geometria molecular descreve o arranjo espacial do átomo central
e dos átomos ligados diretamente a ele (Figura 3.12).

Número de Coordenação Total (NCT) = número de pares ligantes (PL) + número de pares não
ligantes (PNL) ao redor do átomo central.
Ex.: H2O
NCT = PL + PNL
NCT = 2 + 2 = 4

Os PNL são mais volumosos que os PL.


Somente elétrons das ligações σ são contados como pares ligantes (PL).

Regras para determinara geometria de moléculas e íons:


1. Fazer a estrutura de Lewis.

51
2. Determinar o NCT.
3. Verificar o número de PL e o número de PNL.
4. Repulsão de pares eletrônicos: PNL–PNL > PNL–PL > PL–PL.
5. Repulsão quanto aos ângulos: 90° > 120° > 180°.
6. Inicialmente considerar somente as repulsões a 90°.
7. Optar pela geometria onde a repulsão entre os pares eletrônicos seja a menor possível.
8. Cada ligação dupla ou tripla é contada como uma única ligação.

Os pares eletrônicos da camada de valência de um átomo tendem a se orientar de maneira


que sua energia total seja mínima. Isto significa que eles ficam tão próximos quanto possível do
núcleo e ao mesmo tempo ficam o mais afastado possível entre si, a fim de minimizar as repulsões
inter eletrônicas.

Figura 3.12: Geometria molecular de algumas moléculas.

8. Ligação metálica: Mar de elétrons, características e propriedades


Os núcleos dos elementos classificados como metais não exercem uma atração grande
sobre os elétrons da sua última camada. O que permite alta tendência a perder elétrons. Com
isso, um metal sólido é constituído por átomos metálicos em posições ordenadas com seus
elétrons de valência livres para se movimentarem por todo o metal. Assim, há um “amontoado”
organizado de íons metálicos positivos mergulhados num “mar de elétrons” livres. É o chamado
modelo do mar de elétrons, que explica a condutividade elétrica dos metais (Figura 3.13).

52
Figura 3.13: Mar de elétrons.

8.1. Ligas metálicas


São misturas sólidas de dois ou mais elementos, sendo que a totalidade (ou pelo menos a
maior parte) dos átomos presentes é de elementos metálicos. Por exemplo, a liga mais utilizada
no cotidiano é o aço, que é produzido nas siderúrgicas, sendo que o seu principal constituinte é o
metal ferro (98,5%). Seus outros constituintes são carbono (de 0,5 a 1,7%) e traços de Si (silício), S
(enxofre) e P (fósforo). O aço produz as mais diversas ligas metálicas, destinadas às mais diversas
aplicações. Uma dessas ligas é o aço inox, que é formado por 74% de aço, 18% de cromo e 8% de
níquel. Mais ligas metálicas são mostradas a seguir:
Ouro 18 quilates (75% de ouro, 13% de prata e 12% de cobre). Principais propriedades: é
macio, pode ser facilmente riscado, mantém o brilho do ouro, possui dureza adequada para a
joia e durabilidade.
Bronze (67% de cobre e 33% de estanho). Sua principal propriedade é resistência ao desgaste,
sendo muito usado para produzir sinos, medalhas, moedas e estátuas.
Latão (95 a 55% de cobre e de 5 a 45% de zinco). Principal propriedade: alta flexibilidade,
podendo ser usado em instrumentos musicais de sopro, como trompete, flauta, saxofone etc.,
peças de máquinas, produção de tubos, armas e torneiras.
Amálgama (70% de prata, 18% de estanho, 10% de cobre e 2% de mercúrio). Principais
propriedades: resistência à oxidação (corrosão) e maleabilidade. Muito usada em obturações
nos dentes.
Solda (67% de chumbo e 33% de estanho). Principal propriedade: baixo ponto de fusão. É usada
em solda de contatos elétricos.

8.2. Propriedades dos metais:


⇒ Sólidos a temperatura ambiente;

53
⇒ Maleáveis (lâminas) dúcteis (fios);
⇒ Brilho metálico;
⇒ Conduzem eletricidade sólidos e líquidos (elétrons deslocalizados);
⇒ Resistentes ao calor: Altos PF(>500ºC) e PE;
⇒ Bons condutores térmicos e elétricos;
⇒ Baixa Energia de Ionização.

9. Ligação Secundárias ou Intermoleculares


As ligações intermoleculares, também chamadas de forças de van der Waals, surgem de uma
atração eletrostática entre nuvens de elétrons e núcleos atômicos. São fracas, se comparadas às
ligações covalentes ou iônicas. As forças intermoleculares são o resultado das atrações
eletrostáticas entre as moléculas que compõem uma substância. Essas forças podem ser a
interação dipolo-dipolo (ocorre entre moléculas polares - HCl, CO, H2O), interação dipolo
induzido (ocorre entre moléculas apolares - O2, CO2, CH4) e a ligação de hidrogênio (presente
exclusivamente nas moléculas contendo as ligações F-H, O-H e N-H). As forças intermoleculares
são mais fracas do que as forças intramoleculares (ligações químicas), mas fortes o suficiente para
governar certas propriedades das substâncias, tais como: mudança de estado físico (fusão,
ebulição, sublimação etc.), tensão superficial, viscosidade, capilaridade etc.

9.1 Ligação dipolo-dipolo


A molécula de HCl, devido à diferença de eletronegatividade entre H e Cl, é polar. Sua
extremidade negativa atrai a extremidade positiva de outra molécula vizinha, o mesmo ocorrendo
com sua parte positiva, que interage atrativamente com a parte negativa de outra molécula
vizinha (Figura 3.14). Essa força de atração entre os dipolos das moléculas é chamada de
interação dipolo permanente-dipolo permanente, interação dipolo-dipolo ou, ainda, interação
dipolar.

Figura 3.14: Representação esquemática dipolo-dipolo.

54
9.2 Ligações de Hidrogênio
Os átomos dos elementos flúor (F), oxigênio (O) e nitrogênio (N) são pequenos muito
eletronegativos. Quando ligados a um átomo de hidrogênio, haverá uma grande polarização dessa
ligação. Isso quer dizer que o polo positivo formado no átomo de hidrogênio será muito intenso.
Devido à intensidade desse polo, o átomo de hidrogênio interage com o par de elétrons de outra
molécula vizinha. Essa interação entre moléculas recebe o nome de ligação de hidrogênio (ou,
numa denominação mais antiga, ponte de hidrogênio) (Figura 3.15). Trata-se de uma interação
mais forte do que as do tipo dipolo-dipolo.

Figura 3.15: Representação esquemática de ligações de hidrogênio em tracejado.

9.3 Interações dipolo instantâneo-dipolo induzido


Uma molécula apolar possui uma nuvem de elétrons em contínuo movimento. Se durante
uma pequena fração de segundo, essa nuvem eletrônica estiver um pouco mais deslocada para
um dos extremos da molécula, pode-se dizer que foi criado um dipolo instantâneo, ou seja, por
um instante apareceram dois polos na molécula.
A extremidade positiva desse dipolo atrai os elétrons da molécula vizinha, na qual, também
aparece um dipolo, chamado de dipolo induzido, provocado pela primeira molécula (Figura 3.16).
Esses dois dipolos, o instantâneo e o induzido, se atraem como no caso dos dipolos permanentes.
A diferença é que essa situação dura apenas uma fração de segundo. As atrações desse tipo são
mais fracas do que entre dipolos permanentes. Elas ocorrem em todas as substâncias, polares ou
apolares. Apesar de fracas, são o único tipo de interação intermolecular que ocorre entre as
moléculas das substâncias apolares. Essas interações podem ser chamadas também de forças de
van der Waals.

Figura 3.16: Representação esquemática de ligações dipolo induzido.

55
UNIDADE 3 - EXERCÍCIOS DE REVISÃO
LIGAÇÕES QUÍMICAS
1. Classifique as ligações nos seguintes compostos como predominantemente covalente ou iônica:
CsBr, MgO, NO, SF4, BaI2, CS2, OF2, HI, KI

2. Em qual das transformações a seguir, no sentido indicado, a energia envolvida mede o chamado
“potencial de ionização”?
a) Cl-(g) + 1 é → Cl-(g)
b) 2 Cl(g) → Cl2(g)
c) H+(aq) + OH-(aq) → H2O(l)
d) Na(g) → Na+(g) + 1 e-
e) H+(aq) + 1e- → ½ H2(g)

3. Dois ou mais íons ou, então, um átomo e um íon que apresentam o mesmo número de elétrons
denominam-se espécies isoeletrônicas. Comparando-se as espécies isoeletrônicas F-, Na+, Mg2+, e
Al3+, conclui-se que:
a) a espécie Mg2+ apresenta o menor raio iônico.
b) a espécie Na+ apresenta o menor raio iônico.
c) a espécie F- apresenta o maior raio iônico.
d) a espécie Al3+ apresenta o maior raio iônico.
e) a espécie Na+ apresenta o maior raio iônico.

4. Considere dois elementos, A e B, com números atômicos 6 e 8. Qual será a fórmula de Lewis e o
tipo de ligação para o composto formado entre esses elementos?

5. Escreva as fórmulas de Lewis dos seguintes compostos:


a) H2CO3 b) NaNO3
6.

56
Representa uma substância:
a) Iônica, de fórmula NaN3
b) Molecular, de fórmula NaN
c) Molecular, de fórmula N2Na3
d) Iônica, de fórmula Na3N
e) Iônica, de fórmula Na3N3

7. Assinale a alternativa a seguir que só apresenta substâncias formadas por ligações metálicas:
a) Au, Pt, N2 e Zn.
b) Al, Cgrafita, Ag, Au.
c) Au, O2, Zn, P4.
d) Ag, Al, Cu, Au.
e) S8, NaCl, SF6, Cu.

8. A propriedade que todo metal possui de conduzir calor deve-se:


a) à ruptura das ligações metálicas.
b) à existência de elétrons livres.
c) à existência de prótons livres.
d) ao núcleo dos átomos dos metais, que possui um número muito grande de prótons.
e) ao ponto de fusão baixo.

9. O grupo de átomos que é encontrado na forma monoatômica pelo fato de serem estáveis é:
a) Halogênios
b) Calcogênios
c) Metais Alcalinos Terrosos
d) Metais Alcalinos
e) Gases Nobres

10. Para que átomos de enxofre e potássio adquiram configuração eletrônica igual à de um gás
nobre, é necessário que: dados: S (Z = 16); K (Z = 19).

57
a) o enxofre receba 2 elétrons e que o potássio receba 7 elétrons.
b) o enxofre ceda 6 elétrons e que o potássio receba 7 elétrons.
c) o enxofre ceda 2 elétrons e que o potássio ceda 1 elétron.
d) o enxofre receba 6 elétrons e que o potássio ceda 1 elétron.
e) o enxofre receba 2 elétrons e que o potássio ceda 1 elétron.
11. Um composto iônico é geralmente formado a partir de elementos que possuem:
a) energias de ionização muito distintas entre si.
b) elevadas energias de ionização.
c) raios atômicos semelhantes.
d) elevadas afinidades eletrônicas.
e) massas atômicas elevadas.

12. Assinale a alternativa que apresenta composto com ligação química essencialmente iônica?
a) NaI b) CO2 c) HCl d) H2O e) CH4

13. As ligações químicas predominantes entre os átomos dos compostos H2S, PH3 e AgBr são:
a) iônica, covalente e iônica.
b) covalente, iônica e iônica.
c) iônica, covalente e covalente.
d) covalente, covalente e iônica.
e) iônica, iônica e covalente.

14. No cianeto de potássio (KCN), há ligações:


a) iônica e covalentes simples.
b) iônica e covalente dupla.
c) iônica e covalente tripla.
d) metálica e covalente tripla.
e) metálica e iônica.

15. Indique a molécula que não possui ligações polares:


a) H2O
b) HCl

58
c) O2
d) CH4
e) CHCl3

UNIDADE 4: FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS

As substâncias químicas são agrupadas em dois conjuntos: as orgânicas e as inorgânicas.


Essa distinção é antiga e iniciou-se com a crença de que as substâncias presentes nos seres vivos
(por exemplo, proteínas, gorduras) só podiam ser produzidas por organismos e jamais em
laboratório. Tais substâncias foram denominadas orgânicas e as demais inorgânicas. No século XIX
essa crença ruiu graças a inúmeras evidências experimentais e assim concluiu-se que substâncias
inorgânicas são aquelas que não possuem carbono em sua composição.
As principais funções químicas abordadas serão: ácidos, bases, sais e óxidos; mas para esse
estudo é de fundamental importância esclarecermos os conceitos de ionização e dissociação.

1. Ionização e Dissociação
O NaOH e o HCl quando puros não são capazes de conduzir corrente elétrica, mas quando
dissolvidos em água passam a conduzir. Para entender essa afirmação, primeiramente deve-se
considerar que a corrente elétrica é um fluxo ordenado de cargas elétricas. No caso do NaOH,
este possui íons portadores de cargas elétricas que no estado sólido ficam em suas respectivas
posições no retículo cristalino iônico do composto. Enquanto o HCl gasoso é formado por
moléculas e, por isso, não conduz corrente elétrica.
Mas o NaOH, quando dissolvido em água, sofre o processo de dissociação iônica. Que é a
separação dos íons que ocorre quando uma substância iônica se dissolve em água (Figura 4.1).

59
Figura 4.1: NaCl no estado sólido e em solução de água.

Com a dissociação iônica, passa a existir na solução de NaOH, íons livres para se movimentar
e conduzir corrente elétrica. Todas as substâncias iônicas, ao se dissolverem em água, sofrem o
processo de dissociação iônicas e entres essas substâncias iônicas estão as bases, do qual o NaOH
faz parte.
O HCl, se trata de uma substância molecular pois a ligação em o H e o Cl é covalente,
portanto, ele não possui íons e não pode sofrer dissociação iônica. Ao dissolver HCl em água
ocorre o processo de ionização, sendo que as moléculas de HCl são quebradas ao entrar em
contato com a água, originando íons.

Devido à ionização, o HCl quando dissolvido na água permite o surgimento de íons livres
para conduzir a corrente elétrica (Figura 4.2).

Figura 4.2: NaOH e HCl e a condutividade elétrica.

2. Ácidos e Bases
Segundo Arrhenius, ácidos são compostos que em solução aquosa se ionizam, produzindo
íon positivo apenas cátion hidrogênio(H+). Enquanto Bases são compostos iônicos em que meio
aquosos se dissociam liberando apenas ânions hidroxila (OH+).

Mas esses conceitos possuem limitações:

60
a) Restrito a soluções aquosas.

b) Incapaz de prever:

⇒ caráter de ácidos não hidrogenados;


⇒ bases sem hidroxilas.
O conceito de Bronsted-Lowry diz que a ácidos são espécies doadoras de prótons (H+), enquanto
as bases são espécies receptoras de prótons (H+).

Exemplo: HCl + H2O H3O+ + Cl-

Na reação direta da equação o H+ é transferido do HCl para a água e na reação inversa o H+ é


transferido do H3O+ para o íon Cl-

2.1. Ácidos: Classificação e nomenclatura


Os ácidos podem ser divididos em dois grupos: Os que contêm oxigênio (oxigenados) e os
que não contêm oxigênio (não oxigenados). A regra geral de formulação dos ácidos é a seguinte:

ou seja:

⇒ Classificação dos ácidos


a) De acordo com o número de hidrogênios ionizáveis
Monoácidos: na ionização, a molécula produz apenas 1 H+ (HCl, HNO3 etc.)
Diácidos: na ionização, a molécula produz 2 H+ (H2SO4 etc.).
Triácidos: na ionização, a molécula produz 3 H+ (HClO3 etc.).
Tetrácidos: na ionização, a molécula produz 4 H+ (H4P2O7 etc.).

b) De acordo com a presença ou não de oxigênio na molécula


Hidrácidos: não contêm oxigênio (HCl, HBr etc.).

61
Oxiácidos: contêm oxigênio (HNO3, H2SO4 etc.).

c) De acordo com o grau de ionização


Ácido fraco: α < 5%
Ácido médio: 5 ≤ α ≤ 50 %
Ácido forte: α > 50%
Fortes: HCl, HBr e HI
Médio: HCl
Fracos: H2CO3

⇒ Nomenclatura dos ácidos

a) Ácidos não oxigenados (ou hidrácidos)

As substâncias HF, HCl, HBr, HI, H2S e HCN são gasosas em condições ambientes. Para
denominar esse tipo de ácido, escreve-se o nome do elemento, seguido da terminação ídrico.

HF ácido fluorídrico HBr ácido bromídrico


H2S ácido sulfídrico HCN ácido cianídrico
HCl ácido clorídrico HI ácido iodídrico

b) Ácidos oxigenados (ou oxiácidos)

A várias formas de ensinar a dar nomes para os principais ácidos com oxigênio. A
considerada mais prática requer que se conheça a fórmula de seis ácidos:

HNO3 ácido nítrico H2SO4 ácido sulfúrico


HClO3 ácido clórico H3PO4 ácido fosfórico
Como se nota, todos os nomes terminam em ico. Sendo assim, acrescentando ou retirando
oxigênios, se consegue a fórmula de outros ácidos (Quadro 4.1).

62
Quadro 4.1: Nomenclatura de ácidos oxigenados.
3. Bases: Classificação e nomenclatura
No caso das bases ou hidróxidos, o OH- é o responsável pelas suas propriedades. De modo
geral, as bases são formadas por um metal, que constitui o radical positivo, ligado invariavelmente
ao OH-.

ou seja:
⇒ Classificação das bases

a) De acordo com o número de hidroxilas (OH-)


Monobases: possuem apenas uma hidroxila. Exemplo: NaOH
Diabases: possuem duas hidroxilas. Exemplo: Ba(OH)2
Tribases: possuem três hidroxilas. Exemplo: Al(OH)3
Tetrabases: possuem quatro hidroxilas. Exemplo: Pb(OH)4

b) Quanto ao grau de dissociação:


Fortes: bases dos grupos - 1A e 2A.
Fracas: as demais, inclui - NH4OH

c) Quanto a volatilidade:
Voláteis: NH4OH - baixo PE

⇒ Nomenclatura das bases

63
a) Quando o elemento forma apenas uma base

NaOH - hidróxido de sódio


NH4OH - hidróxido de amônio

b) Quando o elemento forma duas bases

Exemplos:
Fe(OH)3 - hidróxido férrico ou hidróxido de ferro lll
Fe(OH)2 - hidróxido ferroso ou hidróxido de ferro ll
Sn(OH)4 - hidróxido estânico ou hidróxido de estanho IV
Sn(OH)2 - hidróxido estanoso ou hidróxido de estanho ll

4. Óxidos: Definição, classificação e nomenclatura


Óxidos são compostos binários sendo que o oxigênio é o elemento mais eletronegativo.
Outra definição é que óxidos são compostos binários do oxigênio com qualquer outro elemento
químico exceto o flúor.

ou seja:

Os sais podem ser divididos em dois grupos, sendo eles óxidos moleculares quando o
elemento ligado ao oxigênio é ametal. E óxidos iônicos quando o elemento ligado ao oxigênio é
um metal.

⇒ Classificação e nomenclatura dos óxidos

a) Óxidos Básicos

Óxidos básicos são óxidos que reagem com a água, produzindo base, ou reagem com um ácido,
produzindo sal e água.

64
Nomenclatura dos óxidos básicos

Quando o elemento é formado apenas por um óxido:

Na2O - óxido de sódio


CaO - óxido de cálcio

Quando o elemento forma dois óxidos:

Outra forma:

Fe2 O3 - óxido férrico ou óxido de ferro lll


FeO - óxido ferroso ou óxido de ferro ll

Pode-se ainda quando o elemento forma dois ou mais óxidos

Fe2O3 - trióxido de diferro


FeO - (mono) óxido de (mono) ferro

b) Óxidos ácidos ou anidridos

Óxidos ácidos ou anidridos são óxidos que reagem com a água, produzindo um ácido, ou
reagem com uma base, produzindo sal e água.
Nomenclatura dos óxidos ácidos

65
SO3 - anidrido sulfúrico
SO2 - anidrido sulfuroso

c) Óxidos anfóteros: Óxidos anfóteros podem se comportar como óxido básico, ora como óxido
ácido. E a nomenclatura é idêntica ao dos óxidos básicos. Exemplo: ZnO, SnO.

d) Óxidos indiferentes ou neutros: são óxidos que não reagem com água, nem com ácidos nem
com bases. Exemplo: CO (monóxido de carbono), NO (óxido nítrico).

Óxidos Importantes

a) Monóxido de Carbono (CO): Queima de combustível (petróleo) e processos industriais.

b) Dióxido de Enxofre (SO2): Queima de petróleo ou carvão; produção de ácido sulfúrico.

c) NO e NO2: Queima de combustível (petróleo); Produção de fertilizantes; Explosivos; Produção


de ácido nítrico.

5. Sais: Definição e nomenclatura


São compostos formados junto com a água, em uma reação de um ácido com uma base de
Arrhenius. Com isso, se pode dizer que o sal é um composto iônico que possui cátion proveniente
de uma base e ânion de um ácido (Figura 4.3).

(a)

(b)
Figura 4.3: Formação do sal NaCl (a) Reação de formação do sal NaCl (b).

66
⇒ Nomenclatura dos sais
Nomenclatura dos ânions

Para um sal receber um nome, é preciso saber o nome do ânion presente no sal. Essa
nomenclatura dos ânions é dada no quadro abaixo:

(a)

(b)

Quadro 4.2: Nomenclatura dos ânions (a), e exemplos de fórmula e nome de ânions (b).

Sais Normais: fórmulas e nomenclatura

A nomenclatura dos sais é dada da seguinte forma:

Na figura abaixo alguns exemplos,

67
Figura 4.4: Nomenclatura dos sais, e exemplos de fórmula e nomes.

6. Hidretos: Nomenclatura
Trata-se de compostos inorgânicos hidrogenados, que apresentam o hidrogênio como o
elemento mais eletronegativo, ou seja, ou seja ânion ne nox = -1.

Exemplos: NaOH, CaH2.

⇒ nomenclatura dos Hidretos

Hidreto + de + (nome do elemento)

NaH – Hidreto de Sódio


CaH2 – Hidreto de Cálcio

UNIDADE 4: EXERCÍCIOS DE REVISÃO


FUNÇÕES INORGÂNICAS

1. Os nomes dos ácidos oxigenados a seguir são, respectivamente:

HNO2 HClO3 H 2SO 4 H 2SO3 H 3PO 4

a) Nitroso, clórico, sulfúrico, sulfuroso e fosfórico.

b) Nítrico, clorídrico, sulfuroso, sulfúrico e fosfórico.

68
c) Nítrico, hipocloroso, sulfúrico, sulfuroso e fosforoso.

d) Nitroso, perclórico, sulfuroso, sulfúrico e fosfórico.

e) Nítrico, cloroso, sulfuroso, sulfúrico e hipofosforoso.

2. Indique a equação de ionização ou dissociação total dos compostos relacionados a seguir e dê o


nome as substâncias.

a) HNO3

Nome:__________________________________Equação:_________________________________

b) H2SO3

Nome:__________________________________Equação:_________________________________

c) NaOH

Nome:__________________________________Equação:_________________________________

d) Al(OH)3

Nome:__________________________________Equação:_________________________________

e) H2SO4

Nome:__________________________________Equação:_________________________________

f) KOH

Nome:__________________________________Equação:_________________________________

g) Fe(OH)3

Nome:__________________________________Equação:_________________________________

3. Dê o nome dos óxidos abaixo e classifique-os segundo os critérios: básico, ácido, anfótero,
neutro.

a) CO2:

Nome:________________________________Classificação:________________________________

b) Cl2O6:

69
Nome:________________________________Classificação:________________________________

c) CO:

Nome:________________________________Classificação:________________________________

d) Al2O3:

Nome:________________________________Classificação:________________________________

4. Escrever a equação representativa do processo de neutralização. Escrever também o nome do


sal resultante:

a) ácido clorídrico + hidróxido de potássio


b) ácido sulfúrico + hidróxido de cálcio
c) ácido fosfórico + hidróxido de sódio
d) ácido carbônico + hidróxido de ferro II
e) ácido iodídrico + hidróxido de cobre II
f) ácido bromídrico + hidróxido de chumbo IV
g) ácido nítrico + hidróxido de bário

5. São citados abaixo, diversos compostos entre eles ácidos, bases, e outros. Agrupe nas
respectivas colunas os ácidos e as bases:

ÁCIDOS BASES

70
HCN, Mn(OH)4 , Cr(OH)2 , HNO3, NaOH, Al(OH)3,
H2SO4, AuOH, HCl, HI, NaCl, CO2, CaCO3, KBr, NO,
Ca(OH)2, Mg(OH)2, Fe(OH)3, H2S, H3PO4,HClO3,

6. Quais os respectivos nomes dos ácidos e das bases do exercício anterior:

7. Complete as reações de neutralização abaixo, devidamente balanceadas e fornecendo o nome


do sal formado em cada.

a) Ca(OH)2 + H3PO4 → _____________________________________________Nome do sal:_____________________

b) NaOH + H2S → _____________________________________________Nome do sal:_________________________

c) Ca(OH)2 + HNO3 → _____________________________________________Nome do sal:______________________

d) KOH+H2SO4 → _____________________________________________Nome do sal:_________________________

e) Ba(OH)2 + H2CO3 → _____________________________________________Nome do sal:_____________________

8. Dê as fórmulas das substâncias:


a) hidróxido de lítio e) ácido hipofosforoso
b) hidróxido de magnésio f) ácido fosforoso
c) hidróxido de níquel III g) ácido metabórico

71
d) hidróxido de prata h) ácido pirossulfúrico

9. Ao dissociar em água destilada o ácido fosfórico (H3PO4), resultam, como cátion e ânion:

a) 3H+(aq) e PO43- (aq)


b) PO (aq) e 3H-(aq)
c) PO (aq) e H+(aq)
d) 2H+(aq) e PO (aq)
e) 3H+(aq) e HPO(aq)

10. Assinale a alternativa que apresenta dois produtos caseiros com propriedades alcalinas.

a) Sal e coalhada.
b) Leite de magnésia e sabão.
c) Bicarbonato e açúcar.
d) Detergente e vinagre.
e) Coca-cola e água de cal.

11. Na reação SO2 + NaOH (excesso) forma-se:


a) Na2SO3
b) NaHSO3
c) Na2S
d) Na2SO4
e) Na2S2O3

12. Sobre o ácido fosfórico, são feitas cinco afirmações seguintes:


I) Tem forma molecular H3PO4 e fórmula estrutural
II) É um ácido triprótico cuja molécula libera três íons H+ em água.
III) Os três hidrogênios podem substituídos por grupos orgânicos formando ésteres.
IV) É um ácido tóxico que libera, quando aquecido, PH3 gasoso de odor irritante.
V) Reage com bases para formar sais chamados fosfatos.

Dessas afirmações, estão correta:


a) I e II, somente.

72
b) II, III, IV, somente.
c) I e V, somente.
d) III e V, somente.
e) I, II, III e V, somente.

13. Considere o texto abaixo, sobre o vidro.

O vidro comum, também conhecido como vidro de cal--soda, é produzido pela reação de areia
(dióxido de silício), óxido de sódio, cal (óxido de cálcio) e óxido de alumínio. No entanto, na
composição do vidro cristal, entram apenas a sílica e o dióxido de chumbo, cuja combinação
confere mais brilho e maior massa ao produto. Indique a alternativa que apresenta as fórmulas
corretas para as substâncias químicas destacadas, na ordem em que aparecem no texto.

a) NaOH, Ca(OH)2, Al(OH)3, Si(OH)2 e Pb(OH)2

b) SiO2, Na2O, CaO, Al2O3 e PbO2

c) SiO, NaO, CaO, AlO e PbO

d) SO2, Na2O, Ca2O, Al2O3 e CuO

e) SiO2, NaOH, Ca2O, AlO3 e PbO2

UNIDADE 5: ESTEQUIOMETRIA E CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS

1. REAÇÕES QUÍMICAS E BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES QUÍMICAS

1.1 Reações químicas

Reações químicas podem ser definidas como um processo no qual uma ou mais substâncias
se transformam em uma ou mais substâncias novas. Possuem duas partes, que são os reagentes e
produtos. Veja Figura 5.1 que se segue.

73
Figura 5.1: Reações químicas.

A matéria não pode ser perdida em nenhuma reação química. A Figura 5.2 ilustra bem essa
afirmação.

Figura 5.2: Reação química entre CH4 e O2.

Para escrever equações químicas é necessário:


a) Identificar os reagentes e os produtos.
b) Conhecer as fórmulas dos reagentes e dos produtos.
c) Os reagentes ficam do lado esquerdo da equação e os produtos do lado direito da equação.
d) Estabelecer os coeficientes da equação.
1.2 Tipos de reações químicas
Reações de Composição ou de Adição

Neste tipo de reação um único composto é obtido a partir de dois compostos.

Exemplo:

Figura 5.3: Reação de composição.

74
Reações de Decomposição ou Análise

Ocorre quando a partir de um único composto são obtidos outros compostos.

Exemplo:

Figura 5.4: Reação de Decomposição.

Reações de Deslocamento ou de Substituição

Acontece quando uma substância simples reage com uma substância composta para formar outra
substância simples e outra composta.

Exemplo:

Figura 5.5: Reação de Deslocamento.

Reações de Dupla Troca

Uma reação é de dupla troca quando há dois reagentes e dois produtos, todos substâncias
inorgânicas compostas, e ocorre uma espécie de “troca”.

Exemplo:

Figura 5.6: Reação de Dupla Troca.

Reações de Combustão

75
As reações de combustão são bastante comuns em nosso cotidiano e são também muito
importantes, pois elas interferem na evolução de vários setores de nossa sociedade, sendo que o
homem foi aprendendo a utilizá-las conforme a necessidade. Por exemplo, o alimento que
comemos é preparado por meio da combustão do gás de cozinha, que é formado em grande parte
por gás butano (C4H10), ou por meio da combustão de lenha, carvão e outros combustíveis sólidos.
A combustão é caracterizada por três partes necessárias:

1. Combustível: material oxidável que é consumido, isto é, reage com o oxigênio, pegando fogo.
Os combustíveis podem ser sólidos (carvão, madeira, papel), líquidos (gasolina, etanol e
óleo diesel) e gasosos (gás butano, gás metano);
2. Comburente: geralmente é o oxigênio do ar (O2(g)), que pode estar na forma pura ou misturado
com outros gases, como acontece no caso do ar. Se não houver suprimento de oxigênio suficiente
no ar, a reação não ocorre. No ar, temos cerca de 20% de O2(g), e o limite para que haja combustão
é 9% para o carvão e 16% para os demais combustíveis.
3. Energia (calor): para que a reação de combustão se inicie, é necessária uma fonte de ignição,
como uma faísca. Depois que a reação se inicia, a energia liberada na forma de calor providencia a
energia necessária para que a reação continue até que todo o combustível ou comburente
tornem-se escassos.
Existem dois tipos de combustão, a completa e a incompleta, veja os produtos de cada uma:
Combustão Completa: Os produtos formados são dióxido de carbono (CO2(g)) e água
(H2O(v)). Esse tipo de reação ocorre quando há um suprimento suficiente de oxigênio. No caso da
combustão de hidrocarbonetos, ocorrem a ruptura total da cadeia carbônica e a oxidação total
dos átomos de carbono. Isso significa que o Nox (número de oxidação dos átomos de carbono)
aumenta, atingindo o valor máximo. Veja os exemplos abaixo, em todos os casos são formados
CO2(g) e H2O(g), e o Nox do carbono passa de -4 para + 4:
Combustão completa do gás metano:
CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + 2 H2O(g) + calor
Combustão completa do gás butano:
2 C4H10(g) + 13 O2(g) → 8 CO2(g) + 10 H2O(g) + calor

Combustão Incompleta: Os produtos formados podem ser monóxido de carbono (CO(g)), água
(H2O(v)) ou fuligem (C(s)). O suprimento de oxigênio é insuficiente para consumir todo combustível.

76
Quando se forma o monóxido de carbono, o Nox do carbono passa de -4 para +2, e quando o
produto é a fuligem, o Nox do carbono passa de -4 para zero. Observe:
Combustões incompletas do metano:
CH4(g)+3/2O2(g)→CO(g)+2H2O(g)
CH4(g) + O2(g) → C(s) + 2 H2O(g)
Combustões incompletas do butano:
C4H10(g) + 9 O2(g) → 8 CO(g) + 10 H2O(g)
C4H10(g) + 5 O2(g) → 8 C(g) + 10 H2O(g)

2. BALANCEAMENTO DE EQUAÇÕES QUÍMICAS E O MÉTODO DAS TENTATIVAS

O balanceamento por tentativa consiste em colocar coeficientes nas substâncias reagentes


e produtos para que cada elemento tenha o mesmo número de átomos nos reagentes e nos
produtos.
Abaixo, algumas regras práticas:

1ª) Começar com o elemento que apareça apenas uma vez tanto nos reagentes como nos
produtos.
2ª) Começar com o elemento de índices maiores.
3ª) Eleito o elemento de índices maiores, utilizá-los nos coeficientes das substâncias do membro
oposto.
4ª) Adotar o mesmo procedimento com todos os elementos restantes.
5ª) Conferir o número de átomos de cada elemento nos dois membros da equação.
6ª) Os coeficientes devem ser os menores números inteiros possíveis
7ª) Normalmente deixar O e H por último.

3. MOL E NÚMERO DE AVOGADRO.

O átomo é tão pequeno que não é possível “trabalhar”, “pesar” etc. um único átomo. Com
isso os químicos procuraram uma quantidade de átomos que pudesse ser “pesada” em balanças
comuns. Então foi considerada uma quantidade de átomos que pesada, fornecesse em gramas, o
mesmo número estabelecido como massa atômica. Por exemplo, na Figura 5.7, o caso do ferro:

77
Figura 5.7: Exemplo de pesagem de ferro.

O mesmo raciocínio é para moléculas, íons etc. Na figura acima, essas N partículas foi dado o
nome de mol.
Mol é a quantidade de matéria de um sistema que contém tantas entidades elementares
quantos átomos existem em 0,012 kg de carbono-12. E o N para chegar ao conceito de mol é de
aproximadamente 6,02 x 1023 partículas/mol, e esse valor foi nomeado de constante de Avogadro
em homenagem ao químico italiano Amadeo Avogadro, que intuiu que esse valor era constante,
só que apenas técnicas mais modernas permitiram determinar seu valor numérico. Veja o
exemplo na Figura 5.8.

Figura 5.8: Exemplo da relação mol e constante de Avogadro.

4. ESTEQUIOMETRIA E ALGUNS CASOS GERAIS.

A estequiometria ou cálculo estequiométrico é o cálculo das quantidades de reagentes e/ou


produtos das reações químicas feito através das leis das reações e executado com ajuda das
equações químicas correspondentes.

4.1 Quando o dado e a pergunta são expressos em massa

Calcular a massa de óxido cúprico obtida a partir de 2,54 g de cobre metálico (massas
atômicas: O = 16; Cu = 63,5).

Equação balanceada: 2 Cu + O2 → 2 CuO

Informação da equação: 2 mols de Cu 2 mols de CuO

78
2 . 63,5 g ____________ 2 . 79,5 g
2,54 g _____________ X

X = 3,18 g de CuO.
4.2 Quando o dado é expresso em massa e a pergunta em volume (ou vice-versa)
Calcular o volume de gás carbônico obtido, nas condições normais de pressão e
temperatura, por calcinação de 200 g de carbonato de cálcio (massas atômicas: C = 12; O = 16; Ca
= 40).
Equação balanceada: CaCO3 → CaO + CO2

Informação da equação: 1 mol de CaCO3 1 mol de CO2

100 g ____________ 22,4 L (CNPT)


200 g _____________ X

X = 44,8 L de CO2 (CNPT)

4.3 Quando o dado é expresso em massa e a pergunta em mols (ou vice-versa)


Quantos mols de ácido clorídrico são necessários para produzir 23,4 gramas de cloreto de
sódio? (Massas atômicas: Na = 23; Cl = 35,5)
Equação balanceada: HCl + NaOH → NaCl + H2O

Informação da equação: 1 mol de HCl 1 mol de NaCl

1 mol ___________ 58,5 g


X _____________ 23,5 g

X = 0,4 mol de HCl

4.4 Quando o dado é expresso em massa e a pergunta em número de partículas (ou vice-versa)
Quantas moléculas de gás carbônico podem ser obtidas pela queima completa de 4,8 g de
carbono puro? (Massa atômica: C = 12)

Equação balanceada: C + O2 → CO2

Informação da equação: 1 mol de C 1 mol de CO2

12 g ____________ 6,02 . 1023 moléculas


4,8 g _____________ X

79
X = 2,4 . 1023 moléculas de CO2

4.5 Reagente limitante, em excesso, produtos e rendimento de uma reação


Em alguns casos, os reagentes não estarão presentes em quantidades estequiométricas em
determinados problemas. Com isso, ao final da reação alguns reagentes ainda estarão presentes
(em excesso).
Reagente limitante: o reagente consumido primeiro é o limitante.
Reagente em excesso: reagente presente em quantidade superior àquela necessária para reagir
com dada quantidade do reagente limitante.
Impurezas: Ocorre quando a amostra de uma substância contém outras espécies que não são de
interesse naquele momento. É necessário saber o teor, pois estas não formam produtos.

Rendimento de uma reação


Rendimento Teórico: quando todo reagente limitante é consumido e transforma-se em produtos.
Quantidade máxima de produto obtida.
Rendimento Real: É sempre menor que o rendimento teórico (100%). É a quantidade real de
produto que se forma.
Rendimento Real
x 100
Rendimento Teórico

4.6 Análise Dimensional para cálculos estequiométricos


O raciocínio proporcional é utilizado em muitos vários momentos cotidianos das pessoas,
como no simples ato de fazer um bolo sendo que caso a pessoa precise dobrar a receita, basta
dobrar os ingredientes presentes na receita. Em química ocorre casos semelhantes, mas de forma
mais complexa e saber usar técnicas como da análise dimensional podem facilitar muitos casos
que possam surgir.
Quando se multiplica qualquer valor por 1, o produto é o próprio valor e quando dividimos
um número por ele mesmo temos como resposta 1. Essas afirmações são a base da análise
dimensional. Abaixo, a aplicação desses conceitos:

0,9000 )*+,-. / 1 0,9000 )*+,-.

80
1 mol de bórax dividido por 1 mol de bórax é igual a 1.
1 012*+,-.
0,9000 )*+,-. / 0,9000 )*+,-.
1 012*+,-.
Sabendo que a massa molar do bórax é 381,38 g/mol, sendo 1 mol de bórax = 381,38 g
pode-se substituir no denominador da fração anterior.
1 012*+,-.
0,9000 ) *+,-. / 0,002360 012*+,-.
381,38 ) *+,-.

Como percebe-se, a unidade de ) *+,-. dividido por ) *+,-. , no numerador da fração


anterior resulta em 1 e portanto pode-se “cancelar” estas unidades resultando, como unidade
final apenas mol de bórax. Caso fosse caso contrário:

381,38 ) *+,-.
0,3000 012 *+,-. / 114,4 ) *+,-.
1 012*+,-.

UNIDADE 5: EXERCÍCIOS DE REVISÃO


CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS

1. Realize o balanceamento das seguintes reações por tentativa e erro.


a) C2H6O + O2 → CO2 + H2O
b) Na2CO3 + HCl → NaCl + H2O + CO2
c) C6H12O6 → C2H6O + CO2
d) C4H10 + O2 → CO2 + H2O
e) FeCl3 + Na2CO3 → Fe2(CO3)3 + NaCl
f) NH4Cl + Ba(OH)2 → BaCl2 + NH3 + H2O

2. Quantos moles de carbono são necessários para se combinar 4,87 moles de cloro para formar a
substância C2Cl6? R: x = 1,62 mols de C

3.Quantos moles de carbono estão contidos em 2,65 mols de C2Cl6?R: x = 5,30 mols de C

4. Quantos moles de Si estão contidos em 30,5 gramas de Si? R: x = 1,09 mols de Si

81
5. Quantos moles de cálcio são necessários para reagir com 2,50 mols de Cl para produzir o
composto CaCl2? R: x = 1,25 mols de Ca

6. Quantos gramas de Ca devem reagir com 41,5 g de Cl para produzir CaCl2? R: x = 23,44 g de Ca

7. Qual é a massa de um átomo de cálcio? R: x = 6,66 x 10-23 g de Ca

8. Qual é a massa de 0,250 mols de carbonato de sódio? R: x = 26,5 g Na2CO3

9. Quantos moles de carbonato de sódio existem em 132 g de carbonato de sódio?


R: x = 1,24 mols Na2CO3

10. Dê a composição centesimal do clorofórmio CHCl3? R: % C = 10,06; %H = 0,844 % Cl = 89,09

11. Calcule a massa de ferro em uma amostra de 10,0g de ferrugem Fe2O3? R: x = 6,99 g Fe

12. Uma amostra de gás de cor castanha (poluente do ar) contém 2,34g de N e 5,34g de O. Qual a
fórmula mínima do composto? R: Fórmula Mínima: NO2

13. Um líquido incolor cuja fórmula empírica é NO2 tem um peso molecular de 92,0. Qual a sua
fórmula molecular? R: Fórmula Molecular: N2O4

14. Quantos moles de oxigênio são necessários para queimar 1,80 mols de C2H5OH de acordo com
a equação balanceada? R: x = 5,40 mols de O2 C2H5OH + 3 O2 → 2 CO2 + 3 H2O

15. Quantos moles de água serão formados quando forem produzidos 3,66 mols de CO2 durante a
combustão do C2H5OH? R: x = 5,49 mols de H2O

16. Zinco e enxofre reagem para formar sulfeto de zinco, uma substancia usada para recobrir as
paredes internas dos tubos de imagem de TV. A equação para a reação é: Zn + S → ZnS. Quantos
gramas de ZnS podem ser formados quando 12,0g de Zn reagem com 6,50g de S? Qual é o
reagente limitante? Quanto e qual elemento permanecerá sem reagir?

82
17. Quantos gramas de NaOH existem em 50,0 cm3 de solução de NaOH 0,400M?
R: x = 0,800 g NaOH

UNIDADE 6: SOLUÇÕES E TITULAÇÃO

As soluções são muito importantes no cotidiano. O ar por exemplo é uma solução de vários
gases, em que predominam N2 e O2. A água do mar é uma solução de vários sais, muitos alimentos
como leite, café etc. Um aspecto importante é conhecer numa solução a proporção entre
quantidade de substância dissolvida (soluto) e quantidade da que está dissolvendo (solvente).

83
1. Propriedades Gerais das Soluções

As soluções podem ser definidas como misturas homogêneas de duas ou mais substâncias.
Nas soluções, o componente em menor quantidade recebe o nome de soluto, enquanto o
componente predominante é chamado de solvente. A Figura 6.1 a seguir ilustra a formação de
uma solução, pela adição do solvente (água) ao soluto (açúcar).

Figura 6.1: Formação de uma solução.

Uma forma de saber se uma solução é verdadeira é através do efeito Tyndall. Sendo que
quando se trata de uma solução verdadeira, esta deixa passar um feixe de luz sem deixar rastro
dentro da solução. O que não ocorre em soluções coloidais e suspensões (Figura 6.2).

Figura 6.2: Efeito Tyndall em soluções.

2. Tipos de Soluções

As soluções tem várias formas de serem classificadas. Uma delas é classificar entre soluções
sólidas, líquidas e gasosas. Outra forma é a mostrada na figura abaixo:

84
Figura 6.3: Exemplos de soluções sólidas, líquidas e gasosas.

Soluções Moleculares: Neste caso o soluto não se modifica quimicamente ao se dissolver.


Exemplo: soluções de glicose, iodo e ureia.

Soluções iônicas: Essas soluções sofrem o processo de dissociação. Exemplo: Solução de NaCl.
A formação de íons em solução é também o caso para muitos solutos formados por moléculas,
mas que dentro do solvente se ionizam. Exemplo: HCl em água.

3. Concentração das Soluções


A concentração pode ser definida como a relação entre a quantidade de soluto (massa,
número de mols, volume, etc.) e a quantidade de solução. Veja a exemplificação na Figura 6.4 a
seguir.

Figura 6.4: Exemplo de concentração de solução.

Concentração Molar (M) ou (C): É a razão entre o número de mols do soluto (n) e o volume, em
litros (V), da solução.

85
9 012
8 ;9<=>=?@: 1; 8
: 2<BC1

O número de mols de soluto pode ser obtido através do volume e da molaridade de uma solução.

9 D / :

0 )C>0>@
9 ;9<=>=?@: )
88 0>@@> 012?E;2>CF G
012

Concentração Comum: É a razão entre a massa, em gramas, do soluto(m) e o volume, em litros


(V), da solução.
0 )C>0>@
D ;9<=>=?@:
: 2<BC1

Concentração Molal: É a razão entre o número de mols do soluto(n) e a massa do solvente, em


Kg, da solução.
9 012
8 ;9<=>=?@: 1; F0G
0 H)

Fração Molar: É a razão entre o número de mols do soluto(n) e o número total de mol dos
componentes (1+2+3...) da solução.

9J
IJ ;9<=>=?@: @?0 ;9<=>=?@.
9J K 9L K 9M …

IJ K IL K IM … 1

Porcentagem Molar: É a razão entre o número de mols do soluto(n) e o número total de mol dos
componentes (1+2+3...) da solução.

9J
%IJ / 100 ;9<=>=?@: ?0 % =? 012.
9J K 9L K 9M …

IJ K IL K IM … 100%

Título ou % em massa: É a razão entre a massa, em gramas, do soluto (0J ) e a massa, em gramas,
da solução (m) (Figura 6.5).

86
0J 0J
Q ;9<=>=?@: @?0 ;9<=>=?@.
0 0J K 0L

Q% Q. 100

Figura 6.5: Exemplo de titulação em massa.

Título em volume ou % em volume: É a razão entre a volume, em mL, do soluto (:J) e o volume,
em mL, da solução (V).

:J :J
Q ;9<=>=?@: @?0 ;9<=>=?@.
: :J K :L

QR % QR . 100

4. Diluição de Soluções

Diluir uma solução significa adicionar a ela uma porção do próprio solvente puro (Figura 6.6).

Figura 6.6: Diluição de uma solução qualquer (1).

9S 9T

DS / :S DT / :T

Sendo que DS e :S , trata-se da concentração inicial e volume inicial, respectivamente. E DT e :T a


concentração final e volume final, respectivamente (Figura 6.7).

87
Figura 6.7: Diluição de uma solução qualquer (2).

5. Titulação, Titulometria ou Titrimetria

É o processo no qual se mede quantitativamente a capacidade de uma substância se


combinar com outra. A titulação consiste em adicionar controladamente, por intermédio de uma
bureta, uma solução (titulante) sobre outra solução (titulado) que normalmente está em um
erlenmeyer até que a reação se complete (Figura 6.8). Uma das soluções tem que ter a
concentração exatamente conhecida e a concentração da outra solução é determinado por
comparação. O ponto onde ocorre o fim da reação é chamado ponto de equivalência ou ponto
final teórico. O fim da titulação deve ser identificado por alguma mudança no sistema que possa
ser perceptível ao olho humano ou a algum equipamento de medida. Nas titulações visuais usa-se
um reagente auxiliar, o indicador, que deverá provocar uma mudança visual na solução que está
sendo titulada, devido a uma reação paralela deste com o titulante. O ponto onde isto ocorre é
denominado ponto final da titulação. Em uma titulação ideal o ponto final coincide com o ponto
de equivalência. Na prática, no entanto, ocorre uma pequena diferença entre esses dois pontos
que representa o erro da titulação. O indicador e as condições experimentais devem ser
selecionados de modo que a diferença entre o ponto final e o ponto de equivalência seja tão
pequena quanto possível. Os métodos volumétricos podem ser classificados em diretos ou
indiretos:
a) Método direto ou titulação direta: por este método a espécie a ser determinada reage
diretamente com a solução padrão.

88
b) Método indireto ou Titulação indireta ou Titulação de retorno ou Contratitulação: esse
método consiste em adicionar um excesso, exatamente conhecido, da solução padrão ao analito e
depois determinar a parte desse excesso que não reagiu com outra solução padrão. É usado,
principalmente, quando a velocidade da reação direta não é compatível com a titulação ou
quando a amostra não é solúvel em água, mas é solúvel no reagente da titulação direta ou ainda
quando não se tem indicador adequado à titulação.
Titulante: Reagente ou solução, cuja concentração é conhecida.
Titulado: Composto ou solução, cuja concentração é desconhecida.

Figura 6.8: Exemplo de titulação.

5.1 Solução padrão


Solução padrão é aquela cuja concentração é conhecida com grande exatidão. A exatidão
da solução padrão limita a exatidão do método analítico. Uma solução padrão pode ser obtida de
duas maneiras: a) pelo uso de um padrão primário como soluto; b) pela padronização de uma
solução de concentração aproximadamente conhecida (padrão secundário). Padrões primários
são reagentes que preenchem todos os requisitos dos reagentes analíticos além de conter uma
quantidade conhecida, aproximadamente 100% da substância principal. São frequentemente
preparados e purificados por métodos especiais. Um bom padrão primário deve preencher as
seguintes condições: a) ser 100% puro, embora 0,01 a 0,02% de impurezas seja tolerável, se
exatamente conhecidas; b) ser estável ao ar, isto é, não ser higroscópico (não absorver umidade),
nem eflorescente (não perder água de hidratação), não absorver oxigênio, nem gás carbônico. c)
ser estável às temperaturas de secagem. Os padrões primários devem ser sempre secados antes
da pesagem exceto quando o padrão é um hidratado; d) ter boa solubilidade no meio da
titulação; e) ter peso equivalente elevado de modo que o erro relativo associado à pesagem seja
minimizado.

89
As soluções de padrões primários devem ser preparadas pela dissolução de uma massa
exatamente pesada (balança analítica) do soluto em um volume definido (balão volumétrico)
permitindo, assim, que a sua concentração seja exatamente calculada. O número de padrões
primários é muito restrito e frequentemente tem se recorrer aos padrões secundários. A
concentração exata dessas soluções é determinada por comparação com soluções de padrões
primários, via titulação. Essa operação é denominada padronização. Por isso, essas soluções
podem ser preparadas sem muito rigor com o uso de béqueres, provetas e balanças semi-
analíticas.

Exemplo de Reagente padrão primário em titulações: Biftalato de potássio.

Requisitos de um padrão primário:


- alta massa molar: erro relativo associado a pesagens é minimizado;
- solubilidade no meio de titulação;
- disponível, custo acessível;
- composição não deve variar com umidade;
- ausência de água de hidratação;
- estabilidade ao ar;
- alta pureza.

Exemplo de Reagente padrão secundário em titulações: NaOH. Um reagente padrão secundário é


um composto que permite preparar uma solução titulante, porém sua concentração é
determinada através da comparação (padronização) contra um padrão primário.

5.2 Curva de titulação


A curva de titulação é uma representação gráfica que mostra a variação do logaritmo de
uma concentração crítica com a quantidade de solução titulante adicionada. O logaritmo dessa
concentração crítica sofre uma variação brusca nas imediações do ponto de equivalência e isto é o
que permite o uso da técnica para fins quantitativos (Figura 6.9).

90
Figura 6.9: Representação gráfica dos valores de pH.

5.3 Requisitos para uma Reação Volumétrica


Para ser empregada em uma análise volumétrica uma reação deve satisfazer as seguintes
condições: a) deve ocorrer uma reação simples que possa ser expressa por uma equação química;
a substância a ser determinada deverá reagir completamente com o reagente adicionado em
proporções estequiométricas e equivalentes; b) a reação deve ser praticamente instantânea ou
proceder com grande velocidade de tal modo que o equilíbrio seja imediatamente estabelecido a
cada adição do titulante; c) deve haver uma mudança de energia livre marcante conduzindo à
alteração de alguma propriedade física ou química da solução no ponto de equivalência; d) deve
haver um indicador que, por mudanças de propriedades físicas (cor ou formação de precipitado),
defina nitidamente o ponto final da titulação.

5.4 Classificação dos Métodos Volumétricos


Os métodos volumétricos podem ser classificados em quatro classes e diferem entre si em
aspectos tais como tipo de equilíbrio, classe de indicadores, natureza dos reagentes, classe de
padrões primários e definições de peso equivalente.

1) Volumetria ácido-base: Muitos compostos, orgânicos ou inorgânicos, se comportam como


ácidos ou bases (segundo a teoria de Brönsted-Lowry) e podem ser titulados com uma solução de
um ácido ou de uma base fortes. Os pontos finais dessas titulações são facilmente detectados
mesmo como uso de indicadores visuais. A acidez e a basicidade de muitos ácidos e bases
orgânicas pode ser aumentada se a titulação for conduzida em meio não-aquoso. O resultado é
um ponto final mais nítido além de ácidos e bases muito fracos poderem ser titulados.

2) Volumetria de precipitação: Nesse caso há formação de um sal pouco solúvel entre o reagente
e o analito. Os indicadores visuais também podem ser usados.

91
3) Volumetria de complexação: Nas titulações complexiométricas o reagente é um agente
complexante e forma com o analito (um íon metálico) um complexo solúvel. O reagente é,
normalmente, um agente quelante. Os indicadores podem ser usados para formar um complexo
fortemente colorido com o metal.

4) Volumetria de oxidação-redução: As titulações redox envolvem a reação entre um agente


oxidante e um agente redutor. Deve haver uma grande diferença entre as capacidades de oxidar e
de reduzir desses reagentes para se obter pontos finais bem definidos.

UNIDADE 6: EXERCÍCIOS DE REVISÃO


SOLUÇÕES, DILUIÇÃO E TITULAÇÃO

Soluções e Diluição

1. Evapora-se totalmente o solvente de 250 mL de uma solução aquosa de MgCl2 de concentração


8,0 g/L. Quantos gramas de soluto são obtidos? R: 2,0 g

2. Uma solução foi preparada misturando-se 20 g de um sal em 200 g de água. Considerando-se


que o volume da solução é igual a 200 mL, determine sua densidade em g/mL e g/L. R = 1,1 g/mL
= 1100 g/L

3. 420 mL de uma solução aquosa foram preparados pela adição de uma certa massa de NaOH a
400 mL de água. Determine a massa de soluto presente nessa solução. (Dados: densidade da
solução = 1,19 g/mL; densidade da água = 1,0 g/mL). R = 99,8 g NaOH

4. Calcule a massa, em gramas, do solvente contido em uma bisnaga de xilocaína a 2% e massa


total 250 g. R = 245 g solventes

5. Observe o frasco abaixo que contém uma solução aquosa de ácido sulfúrico (H2SO4), utilizada
em laboratório, e responda às questões a seguir, sabendo que o volume da solução contida no
frasco é 2,0 L.

92
a) Qual o número de mol do soluto presente nessa solução? R = 0,2 mol ácido sulfúrico
b) Determine a massa de soluto presente nessa solução. R = 19,6 g ácido sulfúrico
c) Qual é o volume dessa solução que contém 0,01 mol de H2SO4? R = 0,1 L = 1000 mL
d) Calcule a massa de soluto presente em 500 mL dessa solução. (Dado: massa molar do H2SO4 =
98 g/mol). R = 4,9 g ácido sulfúrico

6. Em 100 mL de um soro sanguíneo humano, há 0,585 g de cloreto de sódio (NaCl). A


concentração em quantidade de matéria deste sal no sangue é, em mol/L: (Dado: NaCl = 58,5
g/mol). R = 0,1 mol NaCl M = 00,1 mol/L

7. Qual é a molaridade de uma solução aquosa de etanol (C2H6O) de concentração igual a 4,6 g/L?
(Dado: massa molar do etanol = 46 g/mol). R = 0,1 mol/L

8. A uma amostra de 100 mL de NaOH de concentração 20 g/L foi adicionada água suficiente para
completar 500 mL. A concentração, em g/L, dessa nova solução é igual a? R = 4,0 g/L

9. Se adicionarmos 80 mL de água a 20 mL de uma solução 0,1 mol/L de hidróxido de potássio,


obteremos uma solução de concentração molar igual a? R = 0,02 mol/L

10. Como proceder para preparar um litro de uma solução de um sal de concentração 0,5 g/L
dispondo de outra solução, do mesmo sal, de concentração 2,5 g/L?

11. Diluição é uma operação muito empregada no nosso dia-a-dia, quando, por exemplo,
preparamos um refresco a partir de um suco concentrado. Considere 100 mL de determinado suco
em que a concentração do soluto seja de 0,4 mol/L. O volume de água, em mL, que deverá ser
acrescentado para que a concentração do soluto caia para 0,04 mol/L, será de? R = V = 1000 mL
VH2O= 900 mL

93
Titulação
1. Uma solução de 0,252 g de ácido nítrico é titulada com uma solução de NaOH 0,25 mol/L.
Quantos mL da solução básica são necessários para neutralizar completamente o ácido? (Dados:
massas molares: HNO3 = 63 g/mol e NaOH = 40 g/mol). R: 0,016 L = 16 mL

2. Que volume de solução 0,1 mol/L de HCℓ neutraliza completamente 200 mL de solução 0,5
mol/L de KOH? R: V = 1 L = 1000 mL

3. O hidróxido de sódio, NaOH, neutraliza completamente o ácido sulfúrico, H2SO4, de acordo com
a equação: 2 NaOH + H2SO4 → Na2SO4 + 2 H2O O volume, em litros, de uma solução de
H2SO4 1,0 mol/L que reage com 0,5 mol de NaOH é. x = 0,25 L

4. Para sua completa neutralização, uma amostra de vinagre de 5,0 mL consumiu 25 mL de uma
solução que contém 0,20 mol/L de hidróxido de sódio. Supondo que o único componente ácido do
vinagre seja o ácido acético (H3CCOOH), calcule a massa, em gramas, do ácido contida em 1 L de
vinagre. R: 60 gramas

5. 10 g de hidróxido de sódio impuro são dissolvidos em água suficiente para 500 mL de solução.
Uma alíquota de 50 mL dessa solução gasta, na titulação, 15 mL de ácido sulfúrico 0,5 molar. Qual
a porcentagem de pureza do hidróxido de sódio inicial? R: 60%

6. Um estudante verifica que 20 mL de hidróxido de potássio (KOH) 0,3 molar são necessários para
neutralizar uma amostra de 30 mL de ácido clorídrico (HCl). Determine a molaridade do HCl.
R: M = 0,2 mol/L

7. Qual o volume de Mg(OH)2 0,4 molar necessário para neutralizar 80 mL de ácido clorídrico (HCl)
1,5 molar? R: V = 150 mL

8. Para realizar a titulação de 20 mL de hidróxido de sódio (NaOH) de molaridade desconhecida,


foram utilizados 50 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) 0,2 molar. Qual a molaridade do hidróxido de
sódio? R: M = 1,0 mol/L

94
UNIDADE 7: CINÉTICA QUÍMICA

1. VELOCIDADE DE UMA REAÇÃO

A área da química que estuda as velocidades com que ocorrem as reações químicas é
chamada cinética química. A palavra cinética sugere movimento ou mudança. Mas a palavra aqui,
no contexto de nosso estudo, refere-se à velocidade de uma reação, isto é, à variação da
concentração de um reagente ou de um produto com o tempo (mol*L-1/s).
Sabemos que qualquer reação pode ser representada por uma equação geral do tipo:
Reagentes → Produtos
Esta reação nos diz que, no decurso da reação, reagentes são consumidos enquanto
produtos são formados. Assim, podemos seguir o progresso da reação, medindo tanto a
diminuição da concentração dos reagentes quanto o aumento da concentração dos produtos.
Analisando o progresso de uma reação simples, na qual as moléculas do reagente A são
convertidas em moléculas do produto B.
A→B
Podemos exprimir a velocidades dessa reação em termos da variação da concentração com
o tempo. Assim, para a reação acima temos:
Velocidade = - ∆[A]/ ∆t ou Velocidade = ∆[B]/ ∆t
Em que ∆[A] e ∆[B] são as variações de concentração (em molaridade) durante o intervalo de
tempo ∆t. Como a velocidade de uma reação é uma quantidade positiva, torna-se necessário
introduzir um sinal negativo na equação de velocidade para tornar a velocidade positiva. Por outro
lado, a velocidade de formação do produto não necessita do sinal de menos, uma vez que ∆[B] é
uma quantidade positiva (a concentração de B aumenta com o tempo).
Para reações mais complexas, deve-se ter o cuidado ao se escrever as expressões para a
velocidade da reação. Vejamos o exemplo abaixo:
2A→B
Para cada mol de B formado são consumidos 2 mols de A, isto é, a velocidade com que A é
consumido é duas vezes a velocidade de formação de B. Escrevemos a velocidade da reação como:

95
Velocidade = - 1/2∆[A]/ ∆t ou Velocidade = ∆[B]/ ∆t
Em geral para a reação: a A + b B → c C + d D a velocidade é dada por:
Velocidade = - 1/a∆[A]/ ∆t = - 1/b∆[B]/ ∆t = 1/c∆[C]/ ∆t = 1/d∆[D]/ ∆t
OBSERVAÇÃO: Dependendo da natureza da reação, há maneiras diferentes de se medir a
velocidade da reação. Exemplos:

1. Em soluções aquosas, o bromo molecular reage com o ácido fórmico (HCOOH) de acordo com a
equação.
Br2(aq) + HCOOH(aq) → 2H+(aq) + 2Br-(aq) + CO2(g)
O bromo molecular tem a cor marrom avermelhado. Todas as outras espécies na reação são
incolores. À medida que a reação avança, a concentração do Br2 decresce regularmente e a cor
desaparece gradualmente. Assim, a variação de concentração (que se evidencia pela intensidade
da cor) pode ser monitorada com um espectrofotômetro. A velocidade da reação pode ser
monitorada por um gráfico de concentração de bromo versus tempo. A velocidade de reação em
um momento particular é obtida pela inclinação da tangente ∆[Br2] / ∆t naquela instante.
Considerando que geralmente a velocidade é proporcional à concentração do reagente, não causa
surpresa que o valor da velocidade diminua à medida que a concentração de bromo diminui.

2. Se um dos produtos ou reagentes for gasoso, podemos encontrar a velocidade da reação


utilizando um manômetro. Para ilustrar isso, consideremos a decomposição do peróxido de
hidrogênio.
2 H2O2(l) → 2H2O(l) + O2(g)
Nesse caso, a velocidade de decomposição pode ser determinada seguindo a velocidade de
liberação do oxigênio com um manômetro. A pressão do oxigênio pode ser facilmente convertida
em concentração, usando a equação dos gases ideais.
PV=nRT
P = n/V RT = MRT
P = MRT
MRT = P
M = P/RT
A velocidade da reação, que é medida pela velocidade de produção do oxigênio, pode ser
escrita do seguinte modo.
Velocidade = ∆[O2]/ ∆t = 1/RT ∆P/∆t

96
3. Se uma reação consume ou gera íons, sua velocidade pode ser medida monitorando a
condutância elétrica. Se o íon H+ é o reagente ou o produto, a velocidade pode ser determinada
medindo-se o pH da solução em função do tempo decorrido.
2. LEIS DE VELOCIDADE
O efeito da concentração do reagente sobre a velocidade de uma reação pode ser estudado
determinando-se como a velocidade inicial depende das concentrações iniciais.
Vamos verificar as três medidas da velocidade da reação, para a reação abaixo (Tabela 7.1):
F2(g) + 2 ClO2(g) → 2 FClO2(g)
[F2] (M) [ClO2] (M) Velocidade Inicial (M/s)
1. 0,10 0,010 1,2 x 10-3
2. 0,10 0,040 4,8 x 10-3
3. 0,20 0,010 2,4 x 10-3
Tabela 7.1: Velocidades iniciais para reação de formação do FClO2.

Observando as linhas 1 e 3, podemos ver que se duplicarmos [F2] mantendo constante


[ClO2], a velocidade da reação duplica. Podemos concluir que a velocidade é proporcional (α) a
[F2]. Do mesmo modo, os dados das linhas 1 e 2 mostram que a uma quadruplicação de [ClO2],
mantendo [F2] constante, corresponde uma quadruplicação da velocidade, portanto a velocidade
também é diretamente proporcional a [ClO2]. Essas observações estão contidas na seguinte lei de
velocidade.
Velocidade α a [F2] [ClO2]
Velocidade = K [F2] [ClO2]
O termo K é a constante de velocidade, que é a constante de proporcionalidade entre a
velocidade de uma reação e a concentração dos reagentes. Essa equação é conhecida como a lei
de velocidade, que exprime a relação da velocidade de reação com a constante de velocidade e
com as concentrações dos reagentes.
A constante de velocidade pode ser calculada com base na concentração dos reagentes e da
velocidade inicial. Assim: K = velocidade / [F2] [ClO2]
Para a reação geral do tipo: aA + bB → cC + dD
A lei de velocidade assume a forma: velocidade = K [A]x [B]y
Conhecendo os valores de x, y e k, bem como as concentrações de A e B, podemos usar a lei
de velocidade para calcular a velocidade da reação.

97
A soma dos valores das potências de todas as concentrações dos reagentes que aparecem
na lei de velocidade é conhecida como ordem de reação global.
Para a expressão da Lei de velocidade mostrada, a ordem global da reação é dada por x + y.
Observe que a ordem de uma reação é sempre dada pela concentração dos reagentes e nunca
pela concentração dos produtos.
A ordem de reação nos permite apreciar melhor a influência da concentração dos reagentes
na velocidade.
Suponha que, para uma certa reação, x = 1 e y = 2. A lei de velocidade para a reação é:
velocidade = K [A] [B]2. Essa reação é de 1ª ordem em relação a A, de 2ª ordem em relação a B e
de 3ª ordem global (1+2 = 3).
Consideremos no início [A] = 1,0 M e [B] = 1,0 M. A lei de velocidade nos diz que se
duplicarmos a concentração de A de 1,0 M para 2,0 M mantendo [B] constante, a velocidade da
reação também duplicará.

Para [A] = 1,0M velocidade1 = K(1,0 M) (1,0 M)2 = K(1,0 M3)


Para [B] = 2,0M velocidade2 = K(2,0 M) (1,0 M)2 = K (2,0 M3)
Portanto, velocidade2 = 2 velocidade1

Se duplicarmos a concentração de B de 1,0M para 2,0M mantendo constante [A], a


velocidade de reação aumentará quatro vezes em decorrência do fator 2 no expoente:
Para [B] = 1,0M velocidade1 = K (1,0M) (1,0M)2 = K(1,0M3)
Para [B] = 2,0M velocidade2 = K (1,0M) (2,0M)2 = K(4,0M3)
ou seja, velocidade2 = 4velocidade1
Para uma reação particular x = 0 e y = 1, então a lei de velocidade é:
Velocidade = K [A]0 [B] = K [B]
Essa reação é de ordem zero em relação a A, de primeira ordem em relação a B e de
primeira ordem global. Assim, a velocidade dessa reação é independente da concentração de A.

- Relação entre a concentração do reagente e o tempo


As expressões da lei da velocidade nos permite calcular a velocidade de uma reação,
conhecendo-se a constante de velocidade e as concentrações dos reagentes. As leis de velocidade

98
podem ainda ser convertidas em equações que nos permite determinar a concentração de
reagentes em qualquer instante, durante o decorrer de uma reação.

- Reações de 1ª ordem
Uma reação de 1ª ordem é aquela cuja velocidade depende da concentração de reagente
elevada à potência unitária. Em uma reação de 1ª ordem do tipo:
A → produto
A velocidade é dada por: velocidade = - ∆[A]/ ∆t
Sabemos que: velocidade = K[A]
Assim: - ∆[A]/ ∆t = K[A]
Logo, K = - ∆[A]/[A] . 1/∆t
Unidades: s-1

Vejamos:
- ∆[A]/ ∆t = K[A]
- d[A]/dt = K[A]
d[A]/[A] = - kdt
Integrando entre t = 0 e t = t, obtemos: ln [A]t – ln [A]0 = - Kt ou ln [A]t/[A]0 = - Kt
[A]0 e [A]t são as concentrações de A nos instantes t = 0 e t = t.
A equação pode ser rearranjada como: ln [A]t – ln [A]0 = -Kt
ln [A]t = -Kt + ln [A]0
y = mx + b
Assim, se representarmos graficamente ln [A]t em função do tempo t (y em função de x)
obtemos uma linha reta com uma inclinação igual a –K.

- Meia vida de uma reação


A meia vida de uma reação t1/2 corresponde ao tempo necessário para que a concentração
de um reagente diminua para metade do seu valor inicial. Podemos obter a expressão que nos dá
a meia vida para uma reação de 1ª ordem da seguinte forma:
t = 1/K ln [A]0/[A]t
t 1/2= 1/K ln 2 = 0,693/K

99
A equação acima nos diz que a meia vida de uma reação de primeira ordem é independente
da concentração inicial do reagente. Assim, o tempo necessário para que a concentração de
reagentes diminua de 1,0M para 0,50 M, ou de 0,10M para 0,050M é o mesmo. A medida da meia
vida de uma reação de primeira ordem é uma das maneiras de determinar a sua constante de
velocidade.

- Reações de 2ª ordem
Uma reação de 2ª ordem é uma reação cuja velocidade depende da concentração de um
reagente elevado ao quadrado ou das concentrações de dois reagentes diferentes, cada uma delas
elevada à primeira potência. As reações de 2ª ordem mais simples envolvem apenas um tipo de
molécula reagente:
A → produto
Em que: velocidade = -∆[A]/ ∆t
Com base na lei de velocidade: velocidade = K [A]2
K = velocidade/ [A]2

Outro tipo de reação de 2ª ordem é: A + B → produto


E a lei de velocidade é dada por: velocidade = K [A] [B]

A reação é de 1ª ordem em relação a A e também de 1ª ordem em relação a B, logo a sua


ordem global é 2. Fazendo a integral, obtemos a seguinte expressão para as reações de 2ª ordem
do tipo:
A → produtos
1/[A]t = 1/[A]0 + Kt
A equação para a meia vida de uma reação de 2ª ordem, considerando [A]t = [A]0/2
1/[A]0/2 = 1/[A]0 + Kt1/2
Resolvendo para t1/2: t1/2 = 1/K[A]0
Observe que a meia vida de uma reação de 2ª ordem é inversamente proporcional à concentração
inicial de reagentes.

Reações de 1ª e de 2ª ordem são as mais comuns. Reações de ordem zero são raras. Para uma
reação de ordem zero:

100
A → produto
A lei e velocidade são dadas por: velocidade = K [A]0 → velocidade = K
Assim, a velocidade de uma reação de ordem zero é uma constante, independentemente
das concentrações de reagentes. Reações de 3ª ordem e de ordem superior são muito complexas
e não serão abordadas aqui.

3. ENERGIA DE ATIVAÇÃO E DEPENDÊNCIA DAS CONSTANTES DE VELOCIDADE EM RELAÇÃO À


TEMPERATURA

À exceção de um número muito pequeno de casos, as velocidades de reação aumentam com


a elevação da temperatura. As reações químicas ocorrem como consequência de colisões entre as
moléculas dos reagentes. Aplicando a teoria das colisões à cinética química, será então de esperar
que a velocidade de reação seja diretamente proporcional ao número de colisões moleculares, ou
seja, à frequência das colisões moleculares.
Velocidade α número de colisões/s
A teoria das colisões admite que, sempre que uma molécula A colide com uma molécula B,
ocorre reação. Contudo, nem todas as colisões conduzem à formação de produtos. Se cada colisão
binária conduzisse à formação de produtos, então a maioria das reações seria concluída quase
instantaneamente. Na prática, verificamos que as velocidades das reações diferem de várias
ordens de grandeza. Isso significa que, em muitos casos, a ocorrência de colisões por si só não
garantem que a reação ocorra.
Do ponto de vista energético, existe um valor mínimo de energia de colisão, abaixo do qual
não pode haver reação. Postula-se que, para que possam reagir, as moléculas que colidem tem de
possuir uma energia cinética igual ou superior à energia de ativação (Ea). Essa energia de ativação
é a energia mínima necessária para que se inicie dada reação química. Se essa energia não for
suprida, as moléculas se mantém intactas e a colisão não produz nenhuma transformação. Uma
espécie transitória formada pelas moléculas de reagente, como resultado da colisão, antes da
formação do produto é dita complexo ativado (estado de transição) que é o arranjo de mais alta
energia no caminho dos reagentes até os produtos. Mesmo se uma colisão tem energia suficiente,
ela pode não levar a uma reação; os reagentes devem também estar corretamente orientados
uns em relação aos outros para que a colisão seja efetiva.

101
Como a energia cinética das moléculas depende da temperatura, a constante de
velocidade de uma reação é muito dependente da temperatura. A relação entre k e a temperatura
é dada pela equação de Arrhenius: K = Ae-Ea/RT. Ea é a energia de ativação da reação (KJ/mol), K é a
constante dos gases (8,324 J/K mol), T é a temperatura absoluta e e a base dos logaritmos
naturais. O termo A é chamado fator de frequência; ele relaciona o número de colisões que estão
favoravelmente orientadas para a reação.
A equação de Arrhenius é frequentemente usada na forma logarítmica:
ln K = ln Ae -Ea/RT
ln K = ln A – Ea/RT
Assim, um gráfico de ln K versus 1/T produz uma reta com inclinação – Ea/R.

4. FATORES QUE ALTERAM A VELOCIDADE DAS REAÇÕES


São os que alteram o número de colisões efetivas ou eficazes por unidade de tempo. Dentre
eles, podemos citar:

a) Concentração:
Quanto maior a concentração, maior será a probabilidade de haver colisão efetiva entre as
partículas. Consequentemente, maior será a velocidade da reação. “A cada temperatura, a
velocidade de uma reação é diretamente proporcional ao produto das concentrações molares dos
reagentes, elevadas a expoentes determinados experimentalmente.”
b) Temperatura:
Aumentando-se a temperatura, ocorre um aumento da energia cinética das moléculas
reagentes, aumentando, assim, a velocidade das colisões efetivas acarretando o aumento da
velocidade da reação.
c) Superfície de contato:
Quanto maior a área de contato entre os reagentes, maior a quantidade de colisões efetivas
ou eficazes e como consequência, maiores é a velocidade da reação.
d) Pressão:
Reduzindo o volume, diminui-se a distância entre as moléculas, aumentando, assim, o
número de colisões. Consequentemente, aumentaremos a pressão e a velocidade da reação. Logo:
↓ volume, ↑ número de colisões, ↑pressão, ↑ velocidade da reação
e) Catálise:

102
Os catalisadores orientam as colisões para que elas deem origem à reação. Assim sendo,
ocorre uma diminuição da energia de ativação, aumentando a velocidade da reação.

• Nos seres vivos, as enzimas atuam como catalisadores altamente específicos.


• Catalisadores são substâncias capazes de acelerar uma reação sem sofrerem alteração, isto
é, podem participar do mecanismo da reação, porém, do jeito que entra como reagente, sai como
produto da mesma forma e na mesma quantidade. Um catalisador acelera a reação, mas não
aumenta o seu rendimento, isto é, produz a mesma quantidade de produto, mas num período de
tempo menor (aumenta a velocidade da reação).
• O catalisador não altera o ∆H da reação.
• Um catalisador acelera tanto a reação direta quanto a inversa, pois diminui a energia de
ativação de ambas.

5. MECANISMO DE REAÇÃO
Uma reação química global balanceada não nos dá grande informação sobre o modo como
se processa realmente determinada reação química. Em muitos casos, essa equação não é mais
que a soma de um conjunto de reações simples geralmente chamadas etapas elementares ou
reações elementares, que representam a progressão da reação global em nível molecular. A
sequência de etapas elementares que conduzem à formação do produto denomina-se mecanismo
de reação.
Como exemplo de um mecanismo de reação vamos considerar a reação entre o óxido de
nitrogênio e o oxigênio:
2NO(g) + O2(g) → 2NO2(g)
Sabe-se que a colisão entre 2 moléculas de NO e uma molécula de O2 não resulta
diretamente a formação do produto, pois a espécie N2O2 é detectada durante o decorrer da
reação. Vamos admitir que a reação se dá por uma sequência de 2 etapas elementares:
2 NO(g) → N2O2(g)
N2O2(g) + O2(g) → 2NO2(g)
Espécies como o N2O2 são chamadas de intermediárias uma vez que aparece no mecanismo
da reação, mas não aparecem na equação química global balanceada. Lembre-se de que uma
espécie intermediária é sempre formada em uma das etapas elementares iniciais e consumida
posteriormente em outra etapa elementar.

103
A molecularidade de uma reação é definida como o número de moléculas que sofrem
reação em uma etapa elementar. Essas moléculas podem ser do mesmo tipo ou tipos diferentes.
Reações bimoleculares são aquelas em que estão envolvidas duas moléculas. Uma reação
unimolecular é uma etapa elementar em que participa apenas uma molécula de reagente. Poucas
reações trimoleculares que envolvem a participação de três moléculas em uma etapa elementar,
são conhecidas, em virtude do fato de um encontro simultâneo de 3 moléculas ser muito menos
provável que uma colisão bimolecular.

6. LEI DE VELOCIDADE E ETAPAS ELEMENTARES

Em uma reação elementar, a ordem da reação, relativamente a cada um dos reagentes,


coincide com o coeficiente estequiométrico desse reagente na equação química que descreve essa
etapa. Em geral, a simples observação da global da equação balanceada não é suficiente para
podermos concluir se a reação ocorre tal como a equação sugere, ou se, pelo contrário, ocorre por
meio de uma sequência de reações elementares.
Para uma reação que tem mais que uma etapa elementar, a lei de velocidade para o
processo global é dada pela etapa determinante da velocidade de uma reação, que é a etapa
mais lenta da sequência de etapas que conduz à formação de produtos.
Exemplo: a decomposição do peróxido de hidrogênio mostra como se pode elucidar os
mecanismos de reação por meio de estudos experimentais. Essa reação é facilitada pela presença
de íons iodeto (I-). A reação global é descrita por:
2 H2O2(aq) → 2 H2O(l) + O2(g)

A lei de velocidade é dada por: velocidade = K [H2O2] [I-]

A reação é de primeira ordem em relação a H2O2 como em relação a I-. Verifica-se que a
decomposição do H2O2 não ocorre em uma única etapa elementar correspondente à equação
global. Se tal acontecesse, a reação seria de segunda ordem em relação a H2O2. Além disso, o íon I-
que não aparece na equação global da reação surge na expressão da lei de velocidade. Podemos
reproduzir a lei de velocidade obtida experimentalmente, admitindo que a reação ocorra em duas
etapas elementares, sendo cada uma delas bimolecular.
Etapa 1: H2O2 + I- → H2O + IO-
Etapa 2: H2O2 + IO- → H2O + O2 + I-

104
Velocidade = K1 [H2O2] [I-]
IO- é um intermediário da reação e I- atua como catalisador da reação.

7. CATÁLISE
Um catalisador é uma substância que aumenta a velocidade de uma reação sem ele próprio
sofrer variação química. Ele fornece assim um mecanismo diferente para a reação, que tem uma
energia de ativação mais baixa. O catalisador pode reagir e formar um intermediário, mas é
regenerado em uma etapa subsequente da reação. Um catalisador acelera uma reação,
proporcionando um conjunto de etapas elementares mais favoráveis do ponto de vista cinético
em alternativa às etapas que ocorrem na sua ausência.
Um catalisador homogêneo é o que está na mesma fase que os reagentes. Um catalisador
heterogêneo tem fase diferente dos reagentes.

Catálise Homogênea: os reagentes e o catalisador estão dispersos em uma única fase, em geral,
líquida. -
I (aq)
Ex: H2O2(aq) H2O(l) + 1/2O2(g)

Catálise Heterogênea: os reagentes e o catalisador encontram-se em fases diferentes.

Pt(s)
Ex: Ex: H2O2(aq) H2O(l) + 1/2O2(g)

Catálise Enzimática: as enzimas atuam como catalisadores biológicos.

Autocatálise: é um tipo de reação na qual um dos produtos formados atua como catalisador. Um
exemplo é a reação que ocorre entre o cobre (Cu) e o ácido nítrico (HNO3). Inicialmente, a reação
ocorre lentamente; porém, à medida que o óxido de nitrogênio (NO) é formado, ele age como
catalisador, aumentando violentamente a velocidade da reação.

UNIDADE 7: EXERCÍCIOS DE REVISÃO


CINÉTICA QUÍMICA

105
1. Considere a seguinte reação química: N2(g) + O2(g) NO2 (g), expresse a lei de velocidade para
essa reação. Triplicando a concentração (mol/L) de gás nitrogênio e duplicando a concentração
mol/L de gás oxigênio e mantendo as demais condições constantes, o que se observa para a
velocidade da reação?
2. A relação a seguir mostra a variação da concentração de uma substância A, em função do
tempo, em uma reação química: aA + bB → cC + dD
t (min) 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0
[A] mol/L 11,0 7,0 4,3 3,0 2,0 1,0 0,5 0,3 0,2

Qual será o valor da velocidade média da reação correspondente ao intervalo entre 4 e 14


minutos?

3. A formação do dióxido de carbono pode ser representada pela equação: C(s) + O2(g) → CO2(g). Se
a velocidade de formação do CO2 for de 4 mol/minuto, o consumo de oxigênio, em mol/minuto,
será:

4. Assinale a sentença falsa:


a) Quanto maior for a energia de ativação de uma reação, maior será a sua velocidade.
b) Quando uma reação ocorre em várias etapas, a etapa mais lenta é a etapa determinante da
velocidade da reação.
c) A velocidade de uma reação química depende das concentrações molares dos reagentes.
d) A velocidade de uma reação química aumenta com a temperatura.

5. Explique como cada um dos itens abaixo, aumenta a velocidade de reação:


a) aumento de temperatura
b) utilização de enzima

6. Experimentalmente, observou-se que a velocidade de formação da substância C, através da


reação: 2 A(g) + B(g) → C(g) é independente da concentração de B e quadruplica quando a
concentração de A é dobrada. A expressão da velocidade (V) da reação, sendo K a constante de
velocidade, é? Qual a ordem de reação em relação a cada um dos reagentes consumidos?

106
7. A combustão do butano corresponde à equação: C4H10 + 6,5 O2 → 4 CO2 + H2O. Se a velocidade
da reação for 0,05 mol de butano por minuto, determine a velocidade de formação do CO2.

8. A amônia é um produto básico para a produção de fertilizante. Ela é produzida em alta pressão
conforme uma reação básica. Apresente esta reação. Se a velocidade de produção de amônia foi
medida como V = ∆[NH3]/∆t com V = 2,0 x 10-4 mol/L s, a velocidade da reação em termos de
consumo de N2 será?

9. Escreva a reação de combustão do butano. Se houver consumo de 4 mols de butano a cada 20


minutos de reação, o número de mols de CO2 produzido em 1 hora é? 3. Acredita-se que a
decomposição em fase gasosa do óxido nitroso N2O ocorra em duas etapas elementares:
Etapa 1: N2O → N2 + O
Etapa 2: N2O + O → N2 + O2

A lei de velocidade encontrada experimentalmente é V = K [N2O].


a) Escreva a equação que mostra a reação global;
b) Indique o intermediário de reação;
c) o que se pode afirmar acerca das velocidades relativas das etapas 1 e 2?

10. Quando a concentração de um reagente é dobrada, por qual fator seria aumentada a
velocidade da reação, se a ordem em relação àquele reagente fosse:
a) 1
b) 2
c) 3
d) ½

107
UNIDADE 8: EQUILÍBRIO QUÍMICO

1. EQUILÍBRIO QUÍMICO
Descreve o estado no qual as velocidades das reações direta e inversa são iguais e as
concentrações dos reagentes e dos produtos se mantém inalteradas ao longo do tempo. São
poucas as reações que ocorrem em um único sentido. A maior parte das reações é reversível, em
maior ou menor extensão. No início de um processo reversível, a reação se dá no sentido da
formação dos produtos. Logo que se formam algumas moléculas de produtos, começa o processo
inverso, isto é, começa a se formar moléculas de reagentes a partir de moléculas de produtos.
Quando as velocidades das reações direta e inversa forem iguais e as concentrações dos reagentes
e dos produtos não variarem com o tempo, atinge-se o Equilíbrio Químico (Figura 8.1).

Figura 8.1: Exemplo de velocidade de uma reação.

Equilíbrio Químico: é o estado no qual as velocidades das reações direta e inversa se


igualam.
Um equilíbrio químico envolve diferentes substâncias como reagentes e produtos. O
equilíbrio entre duas fases da mesma substância é dito Equilíbrio Físico, porque as transformações
que ocorrem são processos físicos. Exemplo: A vaporização da água em um sistema fechado em
certa temperatura é um Equilíbrio Físico.
H2O(l) → H2O(g)
O número de moléculas que deixa a fase líquida é igual ao número de moléculas que volta
para a fase líquida.

108
Reações Reversíveis: São aquelas que se processam simultaneamente nos dois sentidos.
Exemplos de reações reversíveis:
2 NO2(g) N2O4(g)
H2(g) + I2(g) 2 HI(g)
N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g)

- Equilíbrio Homogêneo e Heterogêneo


Equilíbrio Homogêneo: equilíbrio que ocorre em reações nas quais todos os reagentes e produtos
formam um sistema homogêneo. Isso pode acontecer em sistemas gasosos, ocorrem também em
soluções e mesmo em equilíbrios iônicos. Exemplo:
H2(g) + I2(g) 2 HI(g)
N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g)
CH3COOH(aq) + C2H5OH(aq) CH3COOC2H5(aq) + H2O(l)
HCl(aq) H+(aq) + Cl-(aq)

Equilíbrio Heterogêneo: equilíbrio que ocorre em reações nas quais os reagentes e produtos
formam um sistema heterogêneo. Envolve em geral, substâncias sólidas e gasosas. Exemplo:
C(s) + O2(g) 2 CO2(g)
Fe2O3(s) + CO(g) 2 Fe2O(s) + CO2(g)

- Grau de equilíbrio
É o quociente entre a quantidade de um reagente (em mols) que realmente reagiu, até o
equilíbrio, e a quantidade inicial de mols desse reagente.
α = Quantidade de mols que reagiu/Quantidade inicial de mols
α100% = 100 α
0<α<1 e 0 < α10% < 100%

- Constante de equilíbrio

K1

Observando à reação reversível: CO(g) + NO2(g) CO2(g) + NO(g)


K2

Velocidade da Reação Direta: Velocidade1 = K1 [CO] [NO2]

109
Velocidade da Reação Inversa: Velocidade2 = K2 [CO2] [NO]

No equilíbrio, quando não ocorrem mais alterações as duas constantes devem ser iguais.
Velocidade1 = Velocidade2
K1 [CO] [NO2] = K2 [CO2] [NO]
K1/K2 = [CO2] [NO] / [CO] [NO2]
K1 e K2 são constantes a uma certa temperatura e a razão entre elas também é uma constante,
que é igual à constante de equilíbrio Kc dada por:
K1/K2 = Kc = [CO2] [NO] / [CO] [NO2]
Kc é dependente da temperatura, pois é uma constante que provém do quociente de duas
quantidades que são constantes a certa temperatura, ou seja, K1/K2. Se K >> 1, o equilíbrio se
desloca para direita favorecendo os produtos, se K << 1, o equilíbrio se desloca para esquerda,
favorecendo reagentes.

Outro Exemplo: Observe a reação reversível entre NO e N2O4


A reação é dada por: N2O4(g) 2NO2(g)
gás incolor marrom escuro

Constante de Equilíbrio: Kc = [NO2]2/[ N2O4] = 4,63 x 10-3

Expressão de Kc para uma Reação Genérica


Considere a Reação Reversível: a A + b B cC+dD
As letras a, b, c, d são os coeficientes estequiométricos das espécies A, B, C e D.
A constante de equilíbrio da reação é: Kc = [C]c [D]d/[A]a[B]b.

Essa é a expressão da Lei da Ação das Massas ou Lei de Guldberg Waage


A constante de equilíbrio em função das concentrações em mol/L é dada pelo produto das
concentrações dos produtos dividida pelo produto das concentrações dos reagentes, ambos
elevados aos respectivos coeficientes estequiométricos.

2. EXPRESSÕES PARA A CONSTANTE DE EQUILÍBRIO

110
- Equilíbrios Homogêneos
Reações em que todas as espécies envolvidas se encontram na mesma fase. Exemplo:
Dissociação do N2O4
N2O4(g) 2NO2(g)
A constante de equilíbrio é: Kc = [NO2]2/[ N2O4]. Kc é chamada de concentração das espécies
expressa em mols/L.
As concentrações dos reagentes e produtos também podem ser expressas em função das
suas pressões parciais. À temperatura constante a pressão P de um gás está relacionado com a
concentração desse gás em mol/L. PV = nRT
Para o sistema em equilíbrio: N2O4(g) 2NO2(g)
Kp = P2NO2/PN2O4
Kc e Kp não são iguais, pois as pressões parciais dos reagentes e dos produtos não são iguais
às suas concentrações expressas em mols/L.

- Relação entre kc e kp
Considere o equilíbrio na fase gasosa: a A(g) b B(g)
a e b são coeficientes estequiométricos
Kc = [B]b/[A]a e Kp = PBb/PAa
Considerando um comportamento de Gás Ideal: PV = nRT
Logo: PAV = nART PA = nART
V
PBV = nBRT PB = nBRT
V
Substituindo temos: KP = PBb/PAa
KP = (nBRT/V)b/(nART/V)a
KP = (nB/V)b/(nA/V)a (RT)b-a

nB/V e nA/V tem agora unidade em mol/L podendo serem substituídos.


Kp = [B]b (RT)∆n
[A]a
Kp = Kc (RT)∆n

111
∆n = b – a; que é o número de mols de produto no estado gasoso menos o número de mols
de reagente no estado gasoso. Sendo as pressões em geral expressas em atm, a constante dos
gases R é dada por 0,0821 L. atm/K mol.
Logo, Kp = Kc (0,0821 T)∆n
Em geral, Kp ≠ Kc exceto quando ∆n = 0. Nesse caso, Kp = Kc (0,0821 T)∆n
Kp = Kc (0,0821 T)0
Kp = K c
- Equilíbrios Heterogêneos
Reações reversíveis envolvendo reagentes e produtos em fases diferentes. Exemplo:
Quando se aquece carbonato de cálcio em um recipiente fechado, atinge-se o equilíbrio.
CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g)
Os dois sólidos e o gás constituem 3 fases distintas.
Kc = [CaO] [CO2]/[CaCO3]
No entanto, neste caso os termos [CaCO3] e [CaO] são constantes, pois a concentração de
um sólido, como a sua densidade, é uma propriedade intensiva (não depende da quantidade de
substância presente). Logo, Kc = [CO2]
Vê-se então que Kc não depende das quantidades de CaCO3 e CaO desde que elas estejam
presentes no equilíbrio. Assim, podemos expressa: Kc = [CO2] e Kp = PCO2

- Forma de k e equação de equilíbrio

REGRAS IMPORTANTES SOBRE O MODO DE ESCREVER CONSTANTES DE EQUILÍBRIO


1. Quando a equação da reação reversível for escrita no sentido oposto, a constante de
equilíbrio é o inverso da constante de equilíbrio original.

N2O4(g) 2 NO2(g)
Kc = [NO2]2/[ N2O4]

2 NO2(g) N2O4(g)
Kc’ = [ N2O4]/ [NO2]2
Kc’ = 1/Kc ; Kc = 1/Kc’ ; Kc. Kc’ = 1
2. O valor de K depende também da forma como se balanceia a equação de equilíbrio.

112
½ N2O4(g) NO2(g)
Kc’ = [ NO2]/ [N2O4]1/2

N2O4(g) 2 NO2(g)
Kc = [NO2]2/[ N2O4]
Vemos que: Kc’ = Kc1/2

3. DESLOCAMENTO DO EQUILÍBRIO QUÍMICO

É toda e qualquer alteração da velocidade da reação direta ou da reação inversa,


provocando modificações nas concentrações das substâncias e levando o sistema a um novo
estado de equilíbrio.
Quando a velocidade da reação direta aumenta A + B C + D, dizemos que o
equilíbrio está deslocado para a direita. Ao contrário, quando o equilíbrio está se deslocando para
a esquerda, a velocidade da reação inversa é que se encontra aumentada A + B C + D.
Fatores externos que podem deslocar um equilíbrio são: i) alteração na concentração de
um dos participantes da reação; ii) alteração da pressão total do sistema; iii) alteração da
temperatura do sistema.

- Princípio de Le Chatelier
Quando um fator externo age sobre um sistema em equilíbrio, este se desloca no sentido
de minimizar tal perturbação.

Influência da concentração dos participantes no equilíbrio


Exemplo: CH3COOH(l) + C2H5OH(l) CH3COOC2H5(l) + H2O(l)
Adição de Reagente A reação é forçada a produzir maior quantidade de produtos
(deslocamento para a direita).
A reação é forçada a produzir maior quantidade de reagente (deslocamento para esquerda).
Adição de um produto

Retirada de um Reagente A reação é forçada a produzir maior quantidade dos


próprios reagentes (deslocamento para a esquerda).

113
A reação é forçada a produzir maior quantidade dos próprios produtos (deslocamento para
direita). Retirada de um produto

Influência da Pressão Total sobre o sistema


Exemplo: 1 N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g)

O aumento da pressão total desloca o equilíbrio para o lado do menor volume (para o lado da
menor quantidade total de mols).
A diminuição da pressão total desloca o equilíbrio para o lado do maior volume
(para o lado da maior quantidade total de mols).

Influência da Temperatura
Exemplo: 1 N2(g) + 3 H2(g) 2 NH3(g) ∆H = - 109,5 KJ

O aumento da temperatura desloca o equilíbrio no sentido endotérmico.


A diminuição da temperatura desloca o equilíbrio no sentido exotérmico.

Influência do Catalisador
Um catalisador diminui a Energia de ativação e, por isso, aumenta a velocidade da reação.
Quando a reação é reversível, a influência do catalisador se faz sentir tanto na reação direta como
na reação inversa. Aumentando por igual as velocidades das reações direta e inversa, o catalisador
diminui o tempo necessário para atingir o equilíbrio, mas não altera o próprio estado de equilíbrio,
isto é, não altera o rendimento obtido no processo nem o valor das constantes de equilíbrio (Kc e
Kp).

UNIDADE 8: EXERCÍCIOS DE REVISÃO


EQUILÍBRIO QUÍMICO

1. A constante de equilíbrio para a reação genérica: A + B 2C é Kc = 3,4 x 104. Qual a


constante de equilíbrio para a reação escrita como:
a) 2A + 2B 4C
b) ½ A + ½ B C

114
2. O poluente dióxido de enxofre converte-se em trióxido de enxofre por reação com oxigênio:
2 SO2(g) + O2(g) 2 SO3(g) ∆Hº = + 57,2 kJ
Sobre esse equilíbrio, realizado em recipiente fechado, explique qual o efeito de:
a) Adicionar SO2?
b) Remover O2?
c) Aumentar a temperatura?
d) Aumentar a pressão?
3. Um mol de H2 e 1 mol de I2 são misturados. As substâncias reagem e, após certo tempo, chega-
se a um equilíbrio, em que se constata a presença de 0,22 mols de H2 residual. Qual é a constante
de equilíbrio Kc nessas condições?

4. Em um frasco fechado, a única reação que ocorre é: SO2(g) + ½O2(g) SO3(g) + 3,5 kcal. Sugira
três meios pelos quais a concentração de SO3(g) pode ser aumentada.

5. Escreva a expressão da constante de equilíbrio em termos de concentração e de pressão.


Encontre uma expressão que relacione Kc e Kp.
a) 2 NH3(g) N2(g) + 3 H2(g) b) 2 BaO2(s) 2 BaO(s) + O2(g)

6. Escreva a expressão de Kp e Kc para o equilíbrio abaixo. Encontre a expressão que mostra a


relação entre Kp e Kc para esse equilíbrio.
2CO(g) + 1O2(g) 2CO2(g)

7. A expressão da lei do equilíbrio K = 1/[O2]3 pertence a qual das reações abaixo? Justifique.
a) 3 H2(g) + 3 O2(g) 6 NO(g)
b) 2 Al2O3(g) 4 Al(S) + 3 O2(g)
c) C3H6O3(l) + 3 O2(g) 3 CO2(g) + 3 H2O(l)
d) 2 NO(g) + O2(g) 2 NO2(g)
e) 4 Al(s) + 3 O2(g) 2 Al2O3(s)

8. Um frasco bem fechado, de vidro incolor e resistente, contém, em fase gasosa, HI (incolor) em
equilíbrio com H2 (incolor) e I2 (violeta):

115
2 HI(g) H2(g) + I2(g) ∆Hº = -53,0 kJ
O que se pode prever sobre a intensidade da cor violeta se esse frasco for colocado num ambiente
mais:
a) Quente?
b) Frio?

9. Em um recipiente de 1L são introduzidos 5,0 mols de N2O4(g) que se transformam em NO2.


Atingido o equilíbrio restam no sistema 1,3 mols de reagente. Calcule Kc.
UNIDADE 9: EQUILÍBRIO ÁCIDO BASE E pH

1. EQUILÍBRIO IÔNICO EM SOLUÇÃO AQUOSA


Equilíbrio Iônico é o caso particular de equilíbrio químico em que aparecem íons. Os íons
estão presentes em toda solução aquosa.
Exemplo: no soro fisiológico, há os íons Na+, numa concentração de 0,9%.
Dos equilíbrios iônicos em solução aquosa, um dos mais importantes é o que ocorre na ionização
de ácidos e bases.
Exemplo: HCN H+ + CN-
NH4OH NH4+ + OH-
Como ocorre em qualquer equilíbrio, aqui também serão definidos um grau de equilíbrio
(α) e uma constante de equilíbrio (Kc) que agora tem nomes particulares: grau de ionização e Ki
constante de ionização (Ka para ácidos ou Kb para bases).

Grau de Ionização: α = quantidade de mols dissociados/quantidade inicial de mols

HCN H+ + CN-
Ka = [H+] [CN-]/ [NH4OH]

NH4OH NH4+ + OH-


Kb = [NH4+] [OH-]/[NH4OH]

ELETRÓLITO FORTE
Valor de α próximo de 100%

116
Valor numérico de K é alto, numerador >>> denominador

ELETRÓLITO FRACO
Valor de α próximo de 0%
Valor numérico de K é baixo, numerador <<< denominador

EXEMPLO
Ka pKa
+ - 7
HCl H + Cl 1,0 x 10 Forte - 7,0
HNO2 H+ + NO2- 4,7 x 10-4 Fraco 3,3
HCN H+ + CN- 4,9 x 10-10 Muito Fraco 9,3
Quadro 9.1: Relação entre Ka e pKa.

pKa = - log Ka
pKb = - log Kb
Quanto menor Ka, maior pKa

Lei de Diluição de Ostwald: O grau de ionização de um eletrólito aumenta, tendendo para 100% à
medida que a solução se dilui.
Relaciona o grau de ionização com o volume (diluição) da solução.

2. EFEITO DO ÍON COMUM


Corresponde a uma aplicação do Princípio de Le Chatelier aos equilíbrios iônicos. Exemplo: Ácido
Fraco em solução Aquosa
HCN H+ + CN-
Ka = [H+] [CN-]/[HCN]
Se adicionarmos à solução o sal NaCN derivado do próprio ácido: NaCN Na+ + CN-
Essa dissociação é total, pois o sal é eletrólito forte e produz íon CN-, que é comum ao
ácido. O aumento de [CN-] desloca o equilíbrio HCN H+ + CN- no sentido do HCN, isto é,
diminui a ionização do ácido HCN.

Efeito do Íon Comum: é a diminuição da ionização de um ácido ou base fraca, por influência de um
sal do próprio ácido ou base. É o deslocamento da posição de equilíbrio de um eletrólito, causado

117
pela adição de um segundo eletrólito (em geral mais forte) possuidor de um íon em comum com o
primeiro.

- Equilíbrio iônico da água / pH e pOH


A água pura se ioniza segundo a equação: H2O H+ + OH-
O processo é bem melhor explicado pela auto ionização da água

Figura 9.1: Equilíbrio iônico da água.


Equilíbrio iônico da água: - grau de ionização (α)
- constante de ionização K = [H+] + [OH-]/[H2O]
Ionização da água pura é muito baixa. α = 1,81 x 10-9
K = 1,81 x 10-16

K [H2O] = [H+] + [OH-] = 1,81 x 10-16


constante
Esse produto é dito Produto Iônico da Água (KW)
Considerando dH2O = 1g/mL
1 L água pesa 1000g
Logo: n = m/M = 1000/18 = 55,5 mols de água
[H2O] = 55,5 mol/L
Kw = K [H2O]
Kw = 1,81 x 10-16 . 55,5
Kw = 1,00 x 10-14 (25ºC) Produto Iônico da Água

Em água pura
Na ionização: H2O H+ + OH- , 1 mol de H+ forma-se junto com 1 mol de OH-. Temos [H+] + [OH-]
e sendo Kw = [H+] [OH-] = 10-14
[H+] = [OH-] = 10-7
pH = - log [H+]
pOH = - log [OH]
pH + pOH = 14
pH = pOH = 7,0

118
pH < 7,0 ácido pOH > 7,0 ácido
pH = 7,0 neutro pOH = 7,0 neutro
pH > 7,0 básico pOH < 7,0 básico
Quadro 9.2: Relação entre pH e pOH.

- Equilíbrio Heterogêneo
1. Equilíbrio Físico: envolvem fenômenos físicos - Exemplo: H2O(l) H2O(v)
2. Equilíbrio Químico: envolvem reações químicas - Exemplo: CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g)

Lei da ação das massas ou lei de Gudberg Waage


Expressões de Kc e Kp só valem para sistemas homogêneos. Não podemos aplica-las a um
sistema heterogêneo, considerado no seu todo. Podemos aplica-la a cada uma das fases (porção
homogênea) que constitui o sistema heterogêneo.
Observação: a fase que melhor se aplica à Lei da ação das massas é a fase gasosa, pois ela
reúne o maior número de substâncias (os gases e os vapores dos sólidos e dos líquidos existentes
no equilíbrio).
Exemplo: CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g)
Reação na fabricação da cal e do cimento
Reação que ocorre a aproximadamente 1000ºC
Realizado em recipiente fechado, torna-se reversível:
Kp = PCaO PCO2/PCaCO3 Kp = PCO2
PCaO e PCaCO3: representam as pressões máximas de vapor dos sólidos CaO e CaCO3. Esses
valores são muito pequenos, são valores constantes a uma dada temperatura.

IMPORTANTE: Ao escrever a fórmula de Kp, podemos omitir os sólidos (e líquidos, eventualmente


existentes), fazendo constar apenas gases.

3. EQUILÍBRIO IÔNICO ENVOLVENDO SAIS POUCO SOLÚVEIS

- Reações de Precipitação
É um dos tipos mais comuns de reações que ocorrem em soluções aquosas. Caracteriza-se
pela formação de um produto insolúvel ou precipitado. Um precipitado é um sólido insolúvel que
se separa da solução. As reações de precipitação envolvem geralmente compostos iônicos.

119
Exemplo: quando uma solução aquosa de nitrato de chumbo [Pb(NO3)2] é adicionada a
uma solução aquosa de KI ocorre formação de um precipitado amarelo de iodeto de chumbo
(PbI2).

Pb(NO3)2(aq) + 2KI(aq) PbI(aq) + KNO3(aq)


(o nitrato de potássio fica em solução)

- Solubilidade
A formação de um precipitado depende da solubilidade do soluto que é definido como a
máxima quantidade de soluto que pode ser dissolvido em certa quantidade de solvente a dada
temperatura. As substâncias classificam-se como: solúveis, pouco solúveis, insolúveis.

- Produto de solubilidade
A questão da dissolução de sólidos em líquidos é de grande importância nos laboratórios e
indústrias químicas, pois sabe-se que as reações ocorrem mais facilmente quando os reagentes
sólidos estão em solução.
Há substâncias muito solúveis em certo solvente
Outras são pouco solúveis
Existem ainda aquelas insolúveis

4. SOLUBILIDADE ENVOLVENDO EQUILÍBRIO QUÍMICO


É o produto das concentrações molares dos íons constituintes elevadas aos respectivos
coeficientes estequiométricos na equação de equilíbrio. Kps é a constante do produto de
solubilidade que indica a solubilidade de um composto iônico.

EXEMPLO: Imaginemos um sólido como o sulfeto ferroso (FeS) em um recipiente com água.
Ocorre nesse sistema dois processos espontâneos:
1. Dissolução e Dissociação do sólido
FeS(s) Fe2+aq + S2-aq
2. Reação Inversa de Precipitação

120
Fe2+aq + S2-aq FeS(s)
No início, o processo de dissolução ocorre com uma velocidade Vd (velocidade de
dissolução) maior que a velocidade Vp (velocidade de precipitação). Com o passar do tempo, Vd
diminui e Vp aumenta, até se igualarem. Esse é o instante em que a solução se torna saturada e no
qual é atingido o equilíbrio de dissolução.
FeS(s) Fe2+(aq) + S2-(aq)

- CONCEITO DE PRODUTO DE SOLUBILIDADE


O equilíbrio acima é um equilíbrio heterogêneo. Kc = [Fe2+] [S2]/ [FeS]
Kc [FeS] = [Fe2+] [S2]
Kps = [Fe2+] [S2]

Enquanto existir FeS precipitado (corpo de fundo), a concentração de FeS ([FeS]) em fase aquosa é
constante, pois se trata de uma solução saturada.
Exemplo: CaFe Ca2+ + 2F-
Kps = [Ca2+] [F-]2
Kps = 4,9 x 10-11

Quanto menor o valor de Kps, menos solúvel será a substância


BaAb Abb+ + bAa-
Kps = [Bb+]a [Aa-]b

PRODUTO DE SOLUBILIDADE (Kps): é o produto das concentrações em mol/L dos íons existentes
em uma solução saturada, estando cada concentração elevada à potência igual ao respectivo
coeficiente estequiométrico na equação de dissociação iônica correspondente.

- PREVISÃO DAS REAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO

EXEMPLO: Observe a reação: FeS Fe2+ + S2-


Kps = [Fe2+] [S2-]
Kps = 5 x 10-18

121
1. Se numa dada solução, as quantidades dos íons Fe2+ e S2- forem tão pequenas que,
multiplicando [Fe2+] e [S2-], o produto for menor que, dizemos que a SOLUÇÃO NÃO ESTÁ
SATURADA, logo, NÃO HÁ PRECIPITAÇÃO.

EXEMPLO: [Fe2+] = 2 x 10-10 mol/L


[S2-] = 2 x 10-10 mol/L [Fe2+] [S2] = 4 x 10-20 < 5 x 10-18
Essa solução é Não Saturada (Não há Precipitação)

1. Se as concentrações de [Fe2+] e [S2-] forem aumentando, chegará o instante em que o produto


[Fe2+] [S2-] se tornará igual ao valor Kps. Nesse instante a SOLUÇÃO ESTARÁ SATURADA, isto é, ela
terá alcançado o LIMITE DE SOLUBILIDADE.

2. Se continuarmos aumentando as concentrações de Fe2+ ou de S2- ou de ambas, de modo que


[Fe2+] [S2-] tente ultrapassar o valor de Kps, começará a ocorrer PRECIPITAÇÃO DO FeS.

EM RESUMO: PARA UMA REAÇÃO GENÉRICA


BA B+ + A-
Quando [B+] [A-] < Kps Solução Não Saturada
Quando [B+] [A-] = Kps Solução Saturada (é quando começa a precipitação)
Quando [B+] [A-] > Kps Ocorre precipitação até voltarmos à situação da solução saturada

UNIDADE 9: EXERCÍCIOS DE REVISÃO


EQUILÍBRIO ÁCIDO BASE

1. Escreva o equilíbrio de transferência de prótons para os seguintes ácidos em solução aquosa e


identifique para cada um os pares ácido-base conjugados:
a) HCN b) H2SO4

2. Classifique o comportamento da água, em cada uma das reações abaixo, segundo o conceito
ácido-base de Bronsted-Lowry. Justifique.
a) HCl(aq) + H2O(l) H3O+(aq) + Cl−(aq)

122
b) NH3(aq) + H2O(l) NH4+(aq) + OH−(aq)

3. Qual é o pH de uma solução de ácido clorídrico (HCl) 5,0 x 10−3 M. R: 2,3

4. Determine [H3O+], [OH-], pH, pOH para cada um dos seguintes casos:
a) água pura R : [H3O+]=10-7, [OH-]=10-7, pH=7, pOH=7
b) CH3COOH 0,1M R: [H3O+]=1,31x10-3, [OH-]=7,6x10-12, pH=2,88, pOH=11,12
c) HCl 0,1M R: [H3O+]=0,1, [OH-]=1x10-13, pH=1, pOH=13
5. No vinagre ocorre o seguinte equilíbrio:
CH3COOH(aq) + H2O(l) H3O+(aq) + CH3COO-(aq)

Que efeito provoca nesse equilíbrio a adição de uma substância básica? Justifique a sua resposta.

6. O grau de dissociação iônica do ácido acético, em solução 0,02 mol/L é de 3% a 25ºC. Calcule a
constante de ionização do ácido acético a 25º C. R: Ki = 1,8x10-5

7. A análise feita durante um ano de chuva na cidade de São Paulo forneceu uma valor médio de
pH igual a 5,0. Comparando-se esse valor com o pH da água pura, percebe-se que a [H+] na água
da chuva é, em média, quantas vezes maior ou menor?

8. Considere uma solução aquosa de um ácido, cujo valor da constante de ionização é 1,6x10-7, a
20ºC. Determine o grau de ionização do ácido sabendo que a solução é 0,0001 mol/L. R: α = 4%

9. A partir da constante de ionização do ácido acético que é igual a 1,8 x 10-5, o grau de ionização
de uma solução 0,02 M do referido ácido é: justifique mostrando os cálculos.

a) 2% b) 4% c) 3% d) 8% e) 20% R: c) 3%

123
UNIDADE 10: ELETROQUÍMICA

A eletroquímica é a parte da química referente ao estudo da transformação de energia


química em energia elétrica e vice-versa (Figura 10.1). A transformação ocorre através das reações
químicas entre os elementos presentes na reação, onde um elemento perde elétrons e outro
elemento ganha elétrons. Todos os processos envolvem reações de oxidação e redução.

Figura 10.1: Transformação de energia química em elétrica e vice-versa.

1.1. Agentes oxidante e redutor e número de oxidação

As transformações químicas podem ser divididas em dois grandes grupos:


a) Reações nas quais os elementos participantes não têm alterados seus números de
oxidação; são reações sem oxirredução.
b) Reações nas quais um ou mais elementos têm alterados seus números de oxidação; são
reações com oxirredução.
Durante a formação de uma ligação iônica (Figura 10.2), um dos átomos cede
definitivamente elétrons para o outro.
Exemplo:

Figura 10.2: Exemplo ligação iônica.

124
Com isso, o sódio sofreu oxidação (perda de elétrons) e o cloro sofreu redução (ganho de
elétrons). Evidentemente, os fenômenos de oxidação e redução são simultâneos e caracterizam a
chamada reação de oxi-redução ou redox. São essas trocas de elétrons que explicam os
fenômenos da Eletroquímica. Então, resumidamente:
Oxidação: É a perda de elétrons
Redução: É o ganho de elétrons
Reação de oxi-redução: É quando há transferência de elétrons
No caso da Figura 2, a oxidação do cloro foi causada pelo cloro. Por isso, nesse caso o cloro é
chamado de agente oxidante ou simplesmente oxidante, e a redução do cloro foi causada pelo
sódio que é denominado agente redutor ou simplesmente redutor.
Conceitos de oxidante e redutor não são exclusivos dos elementos químicos. Eles podem ser
estendido às substâncias cujos átomos recebem ou cedem elétrons (Figura 10.3).

Figura 10.3: Exemplo de reação com agente redutor e oxidante.

Nesse caso FeCl2 é denominado redutor, pois esse composto encerra um átomo de ferro que
irá ceder um elétron para o cloro. Resumindo:

Oxidante: É o elemento ou substância que causa oxidações (ele próprio irá reduzir-se).

Redutor: É o elemento ou substância que causa reduções (ele próprio irá oxidar-se).

Número de oxidação: O Número de Oxidação (NOX) de um elemento químico é a carga que ele
recebe em uma reação química. Por exemplo, no H2SO4 o H ficará com carga +1 (cada átomo de
hidrogênio), o S (enxofre) com +6, e o O com uma carga de -2 (cada átomo de oxigênio). Para
saber qual é o NOX de um átomo dentro de uma molécula, devemos seguir algumas regras:

1. Todos os metais alcalinos, hidrogênio (H) e prata (Ag) terão nox = +1;
2. Metais alcalinos terrosos, zinco (Zn) => nox = +2;
3. Alumínio (Al) => nox = +3;
4. Oxigênio (em qualquer parte da molécula) => nox = -2;
5. Calcogênios (somente se aparecerem na extremidade direita da fórmula) => nox = -2;
6. Halogênios (somente se aparecerem na extremidade direita da fórmula) => nox = -1;

125
7. Íons compostos => nox igual a carga do íon (por exemplo, PO4-3 terá NOX = -3);
8. Soma de todos os NOX de uma molécula sempre será ZERO;
9. Soma do NOX em íon sempre será a própria carga do íon;
10. Elementos isolados e substâncias simples => nox = ZERO.

Exemplos:
HCl
Hidrogênio se enquadra na regra 1: nox +1
O cloro não se enquadra a nenhuma regra, porém, a soma de todos os NOX da molécula é iqual a
ZERO (regra 8).
Então: nox H + nox Cl = 0 => 1 + x = 0, logo o NOX de Cl é -1.
HClO
Hidrogênio => nox +1
Cl => não há regra que se aplica
Oxigênio => nox -2
nox H + nox Cl + nox O = 0 , logo 1 + x + (-2) = 0, logo o NOX do Cloro será +1

Observação: um átomo que não se encaixe as regras (como o Cloro), não precisa ter o mesmo
NOX em todas as moléculas. Acima notamos que no HCl, ele tem NOX = -1, e no HClO, tem nox +1.

CaCO3
Neste caso, precisamos multiplicar o nox, das regras, pelo número de átomos do elemento na
molécula.
NOX oxigênio = -2.3 (porque são 3 átomos de oxigênio!)
NOX Ca => alcalino terroso = +2
Para descobrir o NOX do Carbono: (-2.3) + 2 + X = 0 → -6 + 2 + X = 0
Logo o NOX do carbono será +4.

1.2. Balanceamento de equações por oxi-redução

No balanceamento das equações de oxi-redução a ideia principal é tornar o número de


elétrons cedidos pelo redutor igual ao número de elétrons recebidos pelo oxidante (Figura 10.4).

126
Figura 10.4: Exemplo de reação com agente redutor e oxidante.

Cada átomo de zinco perde dois elétrons e cada íon H+ recebe um elétron. E o número de
elétrons perdidos ou recebidos é obtido pelo módulo da variação do número de oxidação dos
elementos, representado por Δ.
Esquematicamente, ocorre o seguinte:

Sendo que Δ, realizou-se o correto balanceamento, que permitiu expressar a conservação


dos átomos, como também, dos elétrons.

1º Exemplo

Primeiramente, é importante determinar o número de todos os elementos presentes, tanto


nos reagentes e produtos.

Figura 10.5: Exemplo de reação com agente redutor e oxidante.

Esquematicamente, ocorre o seguinte:

Com isso, colocando o coeficiente 3 na frente do H2S e o coeficiente 8 na frente do HNO3, é


garantido que o balanceamento expresse que o número de elétrons perdidos é igual ao número
de elétrons recebidos.

127
O restante do balanceamento é simples, resultando em:

3 H2S + 8 HNO3 → 3 H2SO4 + 8 NO + 4 H2O


2º Exemplo

Determinando o número de oxidação de todos os elementos, é observado que o bromo e do


cloro variam:

Figura 10.6: Exemplo de reação com agente redutor e oxidante.

Nesse caso, o índice de atomicidade do bromo na molécula do Br2 é 2, o que significa que o
número de átomos de bromo no primeiro membro será o dobro do valor do coeficiente que
colocar no Br2.

Balanceando resulta:

Simplificando:

Br2 + 5 HClO + H2O → 2 HBrO3 + 5 HCl

3º Exemplo

Analisando a reação abaixo, percebe-se que o cobre e o nitrogênio variam.

Figura 10.7: Exemplo de reação com agente redutor e oxidante.

128
Nesse caso, o complicador é o fato de os átomos de nitrogênio que vão do HNO3 para o NO2
é que sofrem redução. E não o do HNO3 para Cu(NO3)2 não sofre oxidação nem redução.

Esse problema é resolvido através da contabilidade de elétrons.

Portanto, colocando o coeficiente 1 na frente do cobre e o 2 na frente do NO2. O número de


elétrons perdido é igual ao número de elétrons recebidos.

Cu + 4 HNO3 → Cu(NO3)2 + 2 NO2 + 2 H2O

1.3 Pilhas e Eletrólise

Mergulhando-se uma lâmina de zinco numa solução aquosa de sulfato de cobre, CuSO4,
depois de alguns minutos teremos a lâmina coberta com uma camada de cobre metálico
(avermelhado) e a solução terá CuSO4 e um pouco de ZnSO4. A solução inicial azul aos poucos se
torna incolor. Houve uma reação de deslocamento que também é de oxi-redução (Figura 10.8):

Figura 10.8: Exemplo de reação com agente redutor e oxidante.

O zinco sofre oxidação, pois perde dois elétrons. O cobre sofre redução, pois ganha 2
elétrons. Oxidação e redução são sempre simultâneas. Temos, então as semi-reações:

129
Zn0 → Zn2+ + 2e-
Semi-reação de oxidação (Zn0 é redutor - sofreu oxidação)
Cu2+ + 2e- → Cu0
Semi-reação de redução (Cu2+ é oxidante - sofreu redução)

OXIDAÇÃO ↔ perda de elétrons ↔ aumento do Nox


REDUÇÃO ↔ ganho de elétrons ↔ redução do Nox

2.1. PILHA DE DANIEL


Pilhas eletroquímicas são sistemas que produzem corrente elétrica contínua e baseiam-se
nas diferentes tendências para ceder e receber elétrons das espécies químicas. As primeiras
aplicações importantes da eletricidade provieram do aperfeiçoamento das pilhas voltaicas
originadas pelo cientista e professor inglês John Daniel, em 1836. A pilha de Daniel (Figura 10.9) é
constituída de uma placa de Zinco (Zn) mergulhada em uma solução de ZnSO4 e uma placa de
Cobre (Cu) mergulhada em uma solução de CuSO4. As duas soluções são ligadas por uma ponte
salina, ou por uma parede porosa. Os elétrons sempre saem do ânodo e vão para o cátodo
espontaneamente, através do fio condutor. Elétrons não sabem nadar. Os íons caminham através
da solução.

Figura 10.9: Exemplo de pilha de Daniel (1).

Quando o sistema é acionado, ou seja, ligando-se a lâmina de Zn à lâmina de Cu, por um fio
condutor, haverá passagem de um fluxo de elétrons da lâmina de zinco para a lâmina de cobre
através deste fio. Durante a reação de oxidação, a lâmina de zinco vai se corroendo e diminui de
peso; aumenta a concentração de Zn2+ na solução favorecendo um desequilíbrio de cargas. Para

130
equilibrar o sistema uma parte dos cátions da ponte salina e do Zn2+ migram para a outra semi-
pilha. Durante a reação de redução, há deposição de cobre metálico sobre a lâmina de cobre
ocasionando seu aumento de peso; diminui a concentração de Cu2+ na solução favorecendo um
desequilíbrio de cargas. O equilíbrio só é possível pela migração dos ânions da ponte salina e dos
ânions sulfato (SO42+) para a outra semi-pilha.

ÂNIONS caminham para o ÂNODO - CÁTIONS caminham para o CÁTODO

Devemos ressaltar que a corrente elétrica fora da pilha é constituída pelo fluxo de elétrons
através do fio condutor e, dentro do gerador (pilha) é constituída pelo fluxo de íons da ponte
salina e os íons Zn2+ e SO42- em sentidos opostos, de um eletrodo para o outro, através da parede
porosa ou ponte salina (Figura 10.10).

Figura 10.10: Exemplo de pilha de Daniel (2).

Ponte salina: Gelatina saturada com um sal (KCl ou KNO3 por exemplo), ou parede porosa (de
porcelana, por exemplo) tem por função manter constante a concentração de íons positivos e
negativos, durante o funcionamento da pilha. Ela permite a passagem de cátions em excesso em
direção ao cátodo e também a passagem dos ânions em excesso em direção ao ânodo.
Atravessando a parede porosa, os íons em constante migração estabelecem o circuito interno da
pilha.

Eletrodo: Conjunto que compreende a barra metálica e a solução de seus íons (eletrólito).
Eletrodo positivo (polo +) é o cátodo (recebe elétrons; sofre redução).
Eletrodo negativo (polo -) é o ânodo (emite elétrons; sofre oxidação).

131
Figura 10.11: Exemplo de pilha de Daniel (3).

A pilha descarrega quando a voltagem fica igual a ZERO devido ao potencial do zinco se
igualar ao do cobre.

Figura 10.12: Exemplo de equação global e representação esquemática pilha de Daniel.

São chamados de Eletrodos-padrão, ou normal, onde estão indicados os eletrodos, as


concentrações das soluções e a temperatura de funcionamento da pilha. Por definição, eletrodo-
padrão é o eletrodo de uma semi-pilha padrão. Semi-pilha padrão é aquela na qual a concentração
iônica é 1,0 mol L-1 a 25 ºC.

2.2. Eletrodo Padrão de Hidrogênio


Eletrodo-padrão de hidrogênio (Figura 10.13) é o eletrodo de uma semi-pilha padrão de
hidrogênio que, por convenção, o valor do potencial é zero (Eº = 0). A semi-pilha padrão de
hidrogênio consiste em uma lâmina de platina mergulhada numa solução 1,0 mol/L de H+, a 25 ºC
e 1 atm de pressão. Esta semi-pilha não pode ser construída com uma lâmina de hidrogênio, pois
ele é um gás. Borbulha-se, então, o gás hidrogênio sobre uma lâmina de platina esponjosa (cheia
de poros); as moléculas do faz ficam adsorvidas na superfície da platina e essa lâmina funciona
como uma “lâmina de hidrogênio”. A partir daí todos os metais são confrontados com esse
eletrodo-padrão de hidrogênio.

132
Figura 10.13: Exemplo de eletrodo padrão de hidrogênio.

O valor medido no voltímetro (0,76v), indicado por Eº, é denominado:


Potencial-normal
Potencial-padrão
Potencial de eletrodo
Potencial de oxi-redução do zinco

Figura 10.14: Exemplo de eletrodo padrão de hidrogênio.

Os elétrons fluem do eletrodo de zinco para o eletrodo de hidrogênio.

As reações são: Zn0→ Zn2+ + 2e- Oxidação anódica


2H+ + 2e- → H20(g) Redução catódica

Zn0 + 2H+(aq) → Zn2+(aq) + H20(g)

Por convenção, o Potencial Padrão de Redução do zinco é o mesmo valor do Potencial


Padrão de Oxidação, porém com o sinal trocado.
Capacidade do eletrodo => Potencial
0 2+ -
Zn → Zn + 2e Eº(oxidação) = + 0,76 v * de receber elétrons => de redução
Zn2+ + 2e- → Zn0 Eº(redução) = - 0,76 v * de perder elétrons => de oxidação

Se substituirmos o eletrodo de zinco por um eletrodo de cobre (ligado ao eletrodo de


hidrogênio), a voltagem (ddp) inicial será de 0,337 volt e os elétrons fluirão do eletrodo de

133
hidrogênio para o eletrodo de cobre. Este é o Potencial Padrão de Redução do cobre (Eº(red) Cu =
+0,337 V).
O valor do Eº de oxidação terá o sinal trocado.

Cu2+ + 2e- → Cu0 Eº(red) = +0,337 V


Cu0 → Cu2+ + 2e- Eº(oxi) = -0,337 V

A voltagem de uma pilha-padrão pode ser calculada pela diferença entre os potenciais-
padrão de redução de suas semi-pilhas.

O valor de ∆Eº > 0 sempre, pois a reação da pilha é espontânea.

Assim, a ddp da pilha de Daniel será: ∆Eº = 0,337 – (-0,763) = + 1,100 volt

Exemplo: Em uma pilha Ni0/Ni2+//Ag+/Ag0, dar as semi-reações, a reação global, dizer qual o
redutor e qual é oxidante e calcular a d.d.p. da pilha.
Dadas as semi-reações de redução:

Resolução: Observando a pilha concluímos que o eletrodo de Ni0/Ni2+ é o ânodo, pois há uma
oxidação do Ni0 passando para Ni2+ (perda de elétrons = aumento de Nox) e o outro eletrodo é o
cátodo, pois há uma redução da Ag+ passando para Ag0 (ganho de elétrons = redução de Nox).
Portanto, para resolvermos este problema:

1- escreve-se a semi-reação de oxidação do ânodo;


2- escreve-se a semi-reação de redução do cátodo;
3- iguala-se o número de elétrons nas semi-reações;
4- soma-se membro a membro para se obter a equação global da pilha;
5- aplica-se a fórmula ∆Eº = Eº (red) maior – Eº (red) menor

134
A multiplicação ou divisão de uma equação parcial por um número não altera o valor do
potencial que depende da natureza dos participantes e não da quantidade estequiométrica.

Figura 10.15: Equação global de Ni e Ag.

2.3. Eletrólise
No caso da eletrólise ocorre o contrário da pilha, pois é um processo não espontâneo que
converte energia elétrica em energia química. Sendo que ocorre a passagem de uma corrente
elétrica através de um sistema líquido que possuem íons produzindo reações químicas.

As eletrólises são realizadas e cubas eletrolíticas, em que a corrente elétrica é produzida por
um gerador. Este não pode criar nem destruir elétrons; ele injeta elétrons no circuito por seu pólo
negativo e “aspira” igual número de elétrons por seu pólo positivo.

(a) (b)
Figura 10.16: Exemplo de eletrólise (a), e diferença entre pilha e eletrólise (b).

A eletrólise pose ser dividida em:

135
Ígnea: A substância pura está liquefeita (fundida) e não existe água no sistema. Aquecendo-se a
808ºC, ele se funde e, no estado líquido, os íons tem liberdade de movimento. Passando-se uma
C.E. contínua através da célula, é fácil perceber o que acontece.

Aquosa: A substância está em solução. A disponibilização dos íons deve-se à introdução de água
ao sistema.

2.3.1. Eletrólise Ígnea


Chama-se eletrólise ígnea aquela que é realizada com o eletrólito fundido.

Figura 10.17: Exemplo de eletrólise ígnea.

No exemplo do NaCl, aquecendo-se a 808 ºC, ele se funde, e no estado líquido, os íons Na+ e
Cl- passam a ter liberdade de movimento.

Os cátions Na+ são atraídos para o pólo negativo(catodo), e chegando a esse pólo eles
ganham elétrons e são descarregados seguindo a semi-reação:

No caso do Cl- , ocorre o contrário pois os ânions são atraídos pelo pólo positivo(anodo), no
qual perdem elétrons e se descarregam:

Os átomos de cloro formados na última reação se juntam, formando as moléculas de Cl2.


Então, a melhor forma de escrever seria:

136
E somando as duas semi-reações, é obtido a equação global da eletrólise.

2.3.2. Eletrólise Aquosa

Figura 10.18: Aparelho para realizar eletrólise aquosa.

Nesse tipo de eletrólise é necessário considerar não só os íons provenientes do soluto, mas
também os da água, provenientes de sua ionização.

Em uma eletrólise aquosa, os íons H+, irá competir com os cátions da substância dissolvida
(eletrólito).

A palavra descarga refere-se nesse caso a perda de carga elétrica, ou seja, a transformação
em uma espécie eletricamente neutra, sendo que os íons OH- da água irão competir com os ânions
do eletrólito.

137
Figura 10.19: Facilidade de descarga de elementos.

Abaixo, alguns exemplos de eletrólise aquosa sendo possível perceber como a fila de
facilidade de descarga (Figura 19) ajuda a prever os produtos.

Exemplo 1: Eletrólise de uma solução aquosa de NiCl2.

Figura 10.20: Eletrólise de uma solução aquosa de NiCl2.

Exemplo 2: Eletrólise de uma solução aquosa de AgNO3.

138
Figura 10.21: Eletrólise de uma solução aquosa de AgNO3.

Exemplo 3: Eletrólise de uma solução aquosa de KI.

Figura 10.22: Eletrólise de uma solução aquosa de KI.

Exemplo 4: Eletrólise de uma solução aquosa de Na2SO4.

Figura 10.23: Eletrólise de uma solução aquosa de Na2SO4.

UNIDADE 10: EXERCÍCIOS DE REVISÃO

139
ELETROQUÍMICA

Pilhas
1. Considere a representação da pilha e responda:

Zn(s) / Zn2+(aq) // Ag+(aq) / Ag(s)

a) Qual é a semirreação de oxidação?

b) Qual é a semirreação de redução?

c) Qual é a reação global?

d) Qual é o ânodo? E o cátodo?

e) Qual é o polo negativo? E o positivo?

f) Em qual eletrodo ocorre corrosão? E deposição?

g) Qual solução se concentra? E qual solução se dilui?

h) Qual é o sentido de fluxo dos elétrons?

2. A figura a seguir representa uma pilha com eletrodos no estado-padrão.

Com relação a esse modelo, determine:

a) ΔEº da pilha.

b) qual eletrodo é o polo negativo e o qual é polo positivo.

c) o sentido dos elétrons no circuito externo.

d) a reação global da pilha.

3. São fornecidos os seguintes potenciais de redução determinados a 25ºC.

Zn2+(aq) + 2 e- → Zn (s) Eº = - 0,76 V

Cu2+(aq) + 2 e- → Cu (s) Eº = + 0,34 V

140
a) Em solução aquosa, é possível obter zinco metálico por reação de redução de sal do seu cátion
com cobre metálico? Justifique a resposta.
b) Escreva a equação da reação química que ocorre em uma pilha que funcione em condição-
padrão a 25 ºC, baseada nas duas semi reações apresentadas.

4. Considere a pilha de cobre-alumínio representada a seguir. Dados os potenciais de redução:

Cu2+ + 2 e- → Cu Eº = + 0,34 V

Al3+ + 3 e- → Al Eº = - 1,66 V

Complete o quadro abaixo:

Eletrodo de cobre Eletrodo de alumínio

Polaridade
Cátodo ou ânodo?
Semi reação
Cálculo de ΔEº
Reação Global

5. O valor do ΔE0 para a célula representada pela equação:

2 Ag+(aq) + Mg(s) → 2 Ag(s) + Mg2+(aq)

Conhecendo-se os potenciais-padrão de redução é igual a:

Ag+ + e- → Ag Eº = + 0,80 V

Mg2+ + 2 e- → Mg Eº = - 2,37 V

a) +3,17 V b) +1,57 V c) +0,77 V d) -3,17 V e) -0,77 V

6. Uma célula galvânica é constituída de 2 eletrodos:

1º eletrodo: 1 lâmina de ferro metálico submersa numa solução de FeSO4 1 mol/L.

2º eletrodo: 1 lâmina de prata metálica submersa numa solução de AgNO3 1 mol/L.

Sabendo que os potenciais normais de redução desses dois elementos são:

Fe2+ + 2 e- → Fe Eº = - 0,44 V

Ag+ + e- → Ag Eº = + 0,80 V

141
O potencial dessa célula, quando os dois eletrodos são ligados entre si internamente por uma
ponte salina e externamente por um fio de platina, será:
a) +0,36 V b) -0,36 V c) -1,24 V d) -1,36 V e) +1,24 V

7. Dadas as semi reações:

Cu2+ + e- → Cu+ Eº = + 0,153 V

I2 + 2 e- → 2 I- Eº = + 0,536 V

pede-se:

a) escrever a equação que representa a reação global da célula;

b) calcular a diferença de potencial.

8. A diferença de potencial de uma pilha formada por Cu/Cu(NO3)2 e Fe/FeSO4 é 0,78 V.

Dada a semi reação e o potencial-padrão de redução:

Cu2+ + 2 e– → Cu0 E0 = + 0,34 V

e sabendo-se que o eletrodo de Fe0 se corrói, pode-se afirmar que o potencial-padrão de redução
de Fe2+ + 2 e– → Fe0 é:

a) -0,44 V b) -1,12 V c) +0,44 V d) +1,12 V e) +1,56 V

9. Na pilha eletroquímica Zn0/Zn2+//Cu2+/Cu0, ocorrem reações de oxirredução. Nesse sistema


pode-se afirmar que:
a) no polo negativo há oxidação de Cu0 a Cu2+.

b) no polo negativo há oxidação de Zn0 a Zn2+.

c) no polo positivo há oxidação de Cu0 a Cu2+.

d) no polo positivo há oxidação de Zn0 a Zn2+.

e) no polo positivo há redução de Zn2+ a Zn0.

10. Determine os coeficientes de cada substância que tornam as reações de óxido-redução abaixo
corretamente balanceadas.

a) CaC2O4 + KMnO4 + H2SO4 CaSO4 + K2SO4 + MnSO4 + H2O + CO2

b) Ag + HNO3 AgNO3 + H2O + NO

142
c) KMnO4 + HBr MnBr2 + KBr + Br2 + H2O

d) FeCl2 + H2O2 + HCl FeCl3 + H2O

ELETRÓLISE

11. Na eletrólise ígnea de NaCl, verifica-se que:

a) no cátodo, deposita-se sódio metálico.

b) no ânodo, ocorre redução.

c) no cátodo, ocorre oxidação.

d) no ânodo, há deposição de NaCl.

e) no cátodo, os íons sódio perdem elétrons.

12. Analise as seguintes afirmações a respeito da eletrólise ígnea do CaF2 e indique a única que
está incorreta:
a) A redução ocorre no polo negativo com formação de cálcio.

b) A oxidação ocorre no polo positivo com formação de gás flúor.

c) O cálcio deposita-se no cátodo.

d) O gás flúor deposita-se no cátodo.

e) O gás flúor deposita-se no ânodo.

13. Na eletrólise ígnea do MgCl2, obtiveram-se gás cloro no ânodo e magnésio metálico no cátodo.
Para tal processo, indique:
a) As equações que representam as semi reações que ocorrem no cátodo e no ânodo.

b) A equação da reação global

14. Julgue como verdadeiras ou falsas as afirmativas abaixo em relação à eletrólise:

a) A redução acontece no cátodo e a oxidação no ânodo.

b) Trata-se de um processo de oxirredução.

c) A eletrólise de sais só é possível quando eles são dissolvidos em meio aquoso.

d) A eletrólise é uma reação de oxirredução espontânea.

143
15. No cátodo de uma célula de eletrólise sempre ocorre:

a) Deposição de metais.

b) Uma semi reação de redução.

c) Produção de corrente elétrica.

d) Desprendimento de gás hidrogênio.

e) Corrosão química.

16. Considere a eletrólise do brometo de cálcio (CaBr2(aq)), feita com eletrodos inertes, em solução
aquosa. Determine os cátions e os ânions, respectivamente, que se descarregam primeiro:
a) Ca2+(aq) e Br-(aq)

b) Ca2+(aq) e OH-(aq)

c) H3O+(aq) e Br-(aq)

d) H3O+(aq) e OH-(aq)

e) Ca2+(aq) e H3O+(aq)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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