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ORÇAMENTO OPERACIONAL

Prof. Giordan Silva


O Orçamento Empresarial é o ato de planejar e
estimar
os ganhos, despesas e investimentos que a
empresa terá em um período futuro, geralmente
de 1 a 3 anos, dependendo do setor de atuação,
mas que pode chegar até algumas décadas,
como frequentemente acontece em empresas
de concessão e exploração.
O principal objetivo é estabelecer metas e
objetivos, podendo assim acompanhar e
comparar os resultados, tomando ações
corretivas ou preventivas caso necessário.
Composição do Orçamento Empresarial
O orçamento de uma empresa geralmente é composto por:
• Orçamento ou projeção de vendas - é uma das estimativas
mais importantes para empresa, pois em posse deste
número é que será possível mensurar se os custos (CPV,
CMV ou CMS) vão permitir uma margem de
contribuição positiva, se a empresa terá como pagar
os gastos fixos da operação e claro, se vai sobrar algum
dinheiro para remunerar os sócios e também para realizar
novos investimentos.
• Orçamento de deduções de vendas e despesas
variáveis (fretes, comissões, impostos, etc.) - As Deduções
de Vendas são os valores calculados sobre o Faturamento
Bruto (que já vimos no post Projeção de Vendas), e são
geralmente caracterizadas pelas despesas que ocorrem
sempre que há uma venda (não confundir com Custo de
Produto).
• Orçamento de custos da produção - De acordo
com o ramo de atuação da empresa, podemos ter
basicamente três classificações de custos:
a) CPV (Custo dos Produtos Vendidos): comum a
empresas que produzem seus próprios
produtos;
b) CMV (Custos das Mercadorias vendidas):
geralmente empresas de comercio que
revendem produtos de terceiros ou empresas
que terceirizam parte ou toda sua produção;
c) CSP (Custos dos Serviços Prestados): aplicado a
empresas que atuam com venda de serviços,
como por exemplo consultorias ou auditorias.
• Orçamento de RH ou mão de obra - O Orçamento de
RH, também conhecido como Orçamento de
Recursos Humanos, Orçamento de Mão-de-Obra ou
ainda como Orçamento de Gastos com Pessoal,
consiste na projeção dos desembolsos que a
empresa terá relacionados a seus funcionários.
• Orçamento de despesas operacionais (gastos fixos) -
O Orçamento de Despesas Operacionais é
constituído por todos os gastos necessários para
manter a organização em funcionamento e que irão
incorrer no período que está sendo projetado, exceto
os custos de produção. Ou seja, o orçamento de
despesas administrativas trata todos os gastos
necessários para administrar e vender os produtos
ou serviços aos clientes da empresa.
• Orçamento de investimentos – Os Investimentos são os
desembolsos realizados pela empresa para a compra de
bens como máquinas, equipamentos, veículos, móveis,
ferramentas, recursos de informática (hardware ou
software), ou até mesmo em treinamentos e
capacitações. Este tipo de investimento é conhecido
como investimentos operacionais, pois como o próprio
nome sugere, contribuem diretamente para melhorar e
ampliar a capacidade produtiva da organização. Estes
investimentos podem ser pagos de uma única vez, ou
parcelados. Geralmente a empresa utiliza o próprio lucro
gerado em sua operação para a realização de novos
investimentos, mas também é muito comum o uso de
financiamentos e linhas de crédito para aquisição de bens.
Algumas empresas também utilizam os lucros gerados e
as sobras de caixa para realizar investimentos financeiros,
ou seja, ao invés de investir na ampliação do patrimônio
da empresa, é optado por colocar os recursos em fundos
de investimentos ou até mesmo comprar ações de outras
empresas.
Saídas do Orçamento Empresarial
Após a elaboração do orçamento pelas áreas, com as
informações disponíveis é possível a geração dos três
relatórios considerados essenciais para a gestão de
qualquer empresa:

• Projeção de DRE – Demonstrativo de Resultados do


Exercício
• Projeção de FC – Demonstrativo de Fluxo de Caixa
• Projeção de BP – Balanço Patrimonial
Projeção de DRE – Demonstrativo de Resultados do
Exercício.
O principal objetivo de confeccionar uma
Demonstração de Resultados para sua empresa é
detalhar cada passo que compõe o resultado líquido da
companhia em um exercício através do confronto das
Receitas, Custos e Despesas apuradas, gerando
informações significativas para tomada de decisão.
A Demonstração de Resultados do Exercício auxilia
tanto na avaliação desempenho geral da empresa,
quanto na análise de eficiência dos gestores em obter
resultado positivo em suas respectivas áreas.
O mais importante é que o DRE é elaborado de uma
maneira sequencial e lógica (que vamos ver na
sequência), o que permite até mesmo gestores não
financeiros interpretarem facilmente as informações e
entenderem como está sendo composto o lucro líquido
da organização, e claro, o que fazer para maximizá-lo.
Projeção de FC – Demonstrativo de Fluxo de Caixa.
A DFC permite saber quais foram as entradas e saídas de
dinheiro que ocorreram em um período específico, seja no
caixa, nas contas bancárias ou nas aplicações financeiras que a
empresa possui com liquidez imediata. Com o DFC é possível
ainda averiguar qual o resultado causado na empresa por cada
uma destas movimentações financeiras. Entre diversas outras
informações, a Demonstração de Fluxo de Caixa aponta onde
os recursos financeiros da empresa foram aplicados e qual a
origem desses recursos, possibilitando uma melhor gestão das
entradas e saídas de dinheiro e evitando desvios e erros. A DFC
é de extrema importância para se avaliar a capacidade
financeira da empresa, para elaborar um planejamento
financeiro adequado à realidade do momento, para que a
empresa possa honrar seus compromissos ou então decidir
quais as aplicações mais vantajosas para investir os recursos
financeiros disponíveis.
Projeção de BP – Balanço Patrimonial.
O Balanço Patrimonial é uma das mais importantes, tem
a finalidade representar a evolução do patrimônio total
da organização em um determinado período de tempo.
Geralmente é feito para o período de um ano, mas este
intervalo pode variar de acordo com as necessidades do
negócio ou mesmo pela legislação. demonstrações
contábeis para a gestão de uma empresa. É por meio dele
que o gestor pode avaliar a posição e a evolução
financeira e patrimonial da empresa. O ideal é sempre
manter atualizado o relatório Balanço Patrimonial mês a
mês para no final do ano para tornar a emissão anual
menos trabalhosa. Lembrando que o BP não é apenas
uma obrigação contábil, e sim com uma importantíssima
ferramenta de gestão para a empresa medir sua evolução
e basear a tomada de decisões.
Modelos e Metodologias Orçamentárias
Existem vários modelos de orçamento, como:
• Orçamento matricial - O orçamento ou análise matricial é
uma metodologia gerencial para o planejamento e controle
orçamentário que vem ganhando cada vez mais adeptos,
principalmente pela facilidade na elaboração e pela visão
cruzada e objetiva proporcionada na análise.
O método tem este nome exatamente por ser derivado de
uma matriz, onde temos os eixos:
a) Pacotes: neste eixo teremos os grupos de receitas, despesas,
custos ou investimentos da empresa;
b) Entidades: já as entidades representam as subdivisões da
empresa (físicas ou virtuais) como unidades de negócios,
centros de custos ou departamentos.
O mais comum é utilizar a análise matricial para o
orçamento e controle de despesas.
• Orçamento histórico
Nesta técnica, o orçamento é gerado levando-se em
consideração os números do ano anterior. Basicamente
calcula-se o quanto se deseja elevar a receita e quanto os
custos e gastos deverão subir para dar suporte aos objetivos
de aumento de receita. Este orçamento envolve muito menos
pessoas, pois não é necessário revisitar e justificar todas as
atividades da empresa para gerar o novo orçamento, sendo
assim muito mais rápido de ser gerado. Além disto, com
o Orçamento Histórico, pode-se evitar distorções na hora de
definir os custos de uma determinada atividade, pois já se
tem como base o custo do ano anterior e não vai ser
necessário estimar o custo da atividade do zero. Não é
possível alterar o que já passou, porém não podemos
esquecer do aprendizado e experiência adquiridos ao longo
do tempo, portanto é sempre bom dar uma olhada para trás,
evitando assim cometer os mesmo erros novamente.
• Orçamento base zero
Esta técnica parte do princípio de que nem todos os eventos
ocorridos no ano atual irão se repetir no próximo ano. Ou
seja, na sua empresa você não terá necessariamente gastos
com as mesmas funções e operações nos exercícios
seguintes. No Orçamento Base Zero, deve-se orçar as
despesas baseado em cada processo, projeto e atividade
necessários para atingir as metas e objetivos definidos pela
empresa, e cada despesa deve ser discutida e justificada
pelos gestores. Desta maneira, garantem-se somente as
despesas essenciais para o ano seguinte. Por este modelo de
orçamento não levar em consideração os dados históricos
para realizar o orçamento, ele acaba tomando muito mais
tempo, pois todos os gastos da empresa deverão ser
discutidos e justificados, porém tem como vantagem a
eliminação de processos e projetos que não estejam
alinhados com os objetivos da empresa. Pelas características
do Orçamento Base Zero, é indicado sua utilização
principalmente quando se deseja realizar uma
reestruturação na empresa.
• Orçamento colaborativo ou participativo.
O Orçamento Colaborativo, também conhecido por Orçamento
Descentralizado ou ainda Orçamento Participativo, é um
conceito que tem ganhado cada vez mais força no ambiente
empresarial. Já é muito comum ouvirmos falar do orçamento
colaborativo na administração pública, onde, por exemplo, cada
comunidade ajuda a decidir como o município utilizará os
recursos arrecadados ou repassados pelo estado. Já na iniciativa
privada, o uso é um pouco mais recente, porém tem ganho cada
vez mais força devido os ganhos proporcionados. O orçamento
colaborativo tem o poder de disseminar uma noção mais
acurada de responsabilidade, pois as partes conseguem se sentir
integrantes do todo. Conseguem mensurar a sua contribuição
com o resultado final e isso serve como motivação, ajudando os
gestores a conduzirem suas equipes. E se atrelado a realização
das metas orçamentárias houverem bonificações e incentivos
para aqueles que conseguem, então a motivação pode ser ainda
melhor.
• Orçamento impactado (forecast).
Enquanto o orçamento é uma previsão referente à um período,
o Forecast é um exercício de análise e revisão, baseado na
situação atual da empresa. Afinal, o mercado é muito volátil e
nem sempre corresponde as mais afiadas previsões, portanto
adequar-se, aprender a identificar, bem como lidar com essas
mudanças, é a proposta do Forecast. O orçamento define aonde
ser quer ir, enquanto o Forecast nos mostra para onde realmente
estamos indo.
Além de ajustar o orçamento, o Forecast deve ser visto com uma
ferramenta que traz diversos benefícios:
a) Alinhamento: a empresa é constantemente alinhada com cenário
planejado, e com que realmente está sendo realizado;
b) Oportunidade: possibilita modelar sua empresa à novas
oportunidades de mercado que não foram previamente
mapeadas;
c) Aprendizado: com o uso do Forecast é possível identificar padrões
de períodos que costumam sair do previsto, e aprender a prevenir
tais cenários.
E com base nisto, podemos verificar a necessidade de ajustar a
rota, ou até mesmo o objetivo, enriquecendo o todo processo
orçamentário e de acompanhamento.
Simulações de Cenários Orçamentários.
Uma prática muito comum nas empresas é a criação de Cenários
Orçamentários. Os cenários são ensaios que as empresas
realizam simulando diversas possibilidades de
mudanças (internas ou externas) para entender os impactos que
a empresa poderia sofrer com estas mudanças. Alguns exemplos
de situações que podem ser simuladas através de cenários:
O que aconteceria ao nosso resultado se as vendas subirem
15%? Teremos capacidade produtiva para atender aos pedidos
dos clientes?
Qual o impacto de um aumento coletivo de salários? Será que
podemos pagar?
E se o dólar subir, como fica nosso custo já que temos matérias-
primas importadas?
O orçamento geralmente ocorre nos últimos meses do ano, onde
são feitas as projeções para o ano seguinte. A ideia é que a
empresa possa acompanhar mês a mês os resultados reais e
compará-los com o que foi projetado, realizando assim ajustes
de curso quando necessário para que as metas e objetivos sejam
alcançados.

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