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No terceiro debate argumenta-se contra o cientificismo.

Várias formas de contar detalhes. Debate contra o positivismo/cientificismo.


Várias formas de fazer ciência. No terceiro debate tem crítica ao cientificismo,
chamadas teorias críticas. Teoria crítica de teoria 2 é mais marxista. A do Linklater é a
da escola de Frankfurt. Contribuem para emancipação individual. A teoria cientifica
instruíram a realidade de muitas pessoas. A teoria crítica que vimos até agora é muito
especifica.

No terceiro debate se tem uma serie de teorias criticando as teorias


cientificistas. Não chamaremos de teoria critica. Quando falamos de teoria critica nos
referimos ou a Cox e seus amigos inspirada por Marx ou a Linklater e seus amigos da
escola de Frankfurt. Quando estivermos falando de pós-estruturalismo não colocaremos
no “mesmo saco”. Apesar de estarem do lado dos teóricos críticos, essa ideia de
emancipação não está no pós-estruturalismo, pois não foca no individuo nem na
emancipação individual. O que marca a teoria crítica de Walker é valorização do
indivíduo e a vontade contribuir para iluminar uma realidade de exclusão que não tinha
sido iluminada antes. São críticos do cientificismo, mas são críticos dessa opressão
especificamente (mulheres, mais pobres, habitantes dos países do sul global). No caso
do pós-estruturalismo, acham que o mundo foi construído por pensamentos focados
demasiadamente em ciências, criticam a exclusão de explicados e interpretações
alternativas além das mainstream.

O estruturalismo é anti-fundacionista, quer dizer que qualquer fala sobre o


mundo não necessariamente representa o mundo ou tem fundação no mundo, é apenas
uma interpretação sobre o mundo. Não tem fundação na verdade, são só a opinião de
uma determinada pessoa. Não existe uma interpretação mais verdadeira do que outra,
mas sim distintas, existe uma Pluralidade de interpretações. A teoria política ilumina a
verdade sobre a opressão. Quer contribuir para o fim dessa opressão de determinados
indivíduos por isso a ilumina, para torna-la visível.

Portanto, temos duas diferenças entre essas teorias: 1) não está preocupada
com os indivíduos como a de Linklater e 2) a teoria critica quer apresentar uma teoria
mais verdadeira pois vai apresentar realidades que foram excluídas.
Outra característica do pós-estruturalismo é o uso do método genealógico.
Genealogia: Tem como grande influência Foucault. É uma história do presente, onde
muitas vezes para se explicar algo, se procura as origens. Ver que tal fato determinou o
presente. Olhar para a escolha e procurar fatos passados que determinaram minha
escolha. Olhar para o presente e explicar como tornou-se tão natural tal realidade. Fala
de como se naturaliza as decisões, falando como o presente parece ser tão natural dadas
as escolhas passadas. A genealogia mostra como se chegou a pensar nesse presente,
procurando desnaturalizá-lo, entendendo como ele parece tão natural para depois ver
como ele foi construído para parecer tão natural (Nada é natural. O que parece natural
foi construído historicamente sem pensar que há uma origem exata para isso. Mostra
que as coisas vão se transformando e se tornando naturais, mas não são sempre as
mesmas. (Ex.: ideia de soberania) (Ex.: liberalismo - não se questiona a propriedade
privada, tomamos como certo. Fazer uma genealogia do liberalismo seria pensar como
as coisas evoluíram para eu pensa-lo como natural).

Regime de verdade e regime de poder: mostrar que o tempo inteiro se tem


interpretações diferentes e que mudam conforme o tempo ou contexto. Não existe
verdade absoluta. Ideia de que a cada momento história tem-se forças políticas e sociais
lutando para uma determinada interpretação para torna-la majoritária. “Qual a melhor
forma de organização¿” É Como se em vários momentos da história se tem respostas
que ganham. Aquele que diz o que é a verdade e “ganha”, tem o poder.

Diferente do marxismo não tem um final da história, mas sim uma luta
constante para dizer qual é a interpretação que vai ganhar em determinado momento, e
esse ganha o poder. Gerar conhecimento, e com isso empodera determinados grupos.

Intertextualidade: Um texto fazendo referência a outro texto. Consegue ver a


referência. É a ideia de que eu não consigo fazer algo sem a referência, pois nada se
define por si mesmo, mas sim em relação a alguma coisa. (Ex.: Só consigo falar de
anarquia se falar também de autoridade central, hierarquia). Identificar essas
intertextualidades que constroem o mundo e assim também o desconstroem ao
mostrar que o mundo nada mais é que esses textos conectados,. Desconstroem no
sentido de mostrar que esses textos poderiam ter sido conectados de uma forma
diferente.
Dentro dessa ideia de intertextualidade tem-se uma forma de fazer a
desconstrução chamada dupla leitura: na primeira leitura aceita-se a definição de certa
palavra. Na segunda leitura tenta-se entender os binarismos que constituem essa
palavra. (Ex.: eu defino anarquia e na segunda identifico os binarismos que constituem
essa anarquia. Só consigo entender que o sistema internacional e anárquico a partir de
uma falácia de que o mundo doméstico é homogêneo, organizado, pacifico. Tento
entender os binarismos que constituem essa palavra).

Inside/Outside-1993 (Walker)

33 min

Tenta entender a teoria de Relações Internacionais como algo que ajuda a


construir o mundo. Olhar para dentro das Relações Internacionais não como aquela que
reflete o mundo, mas aquela que ajuda na construção dele. Walker vai entender as
teorias como construtoras do internacional moderno, pois elas naturalizam as relações
entre Estados, o poder.

Quais são os mecanismos utilizados pela teoria de Relações Internacionais para


construir o mundo¿ Mitos fundadores: entende Maquiavel como um mito fundador. Um
dos mecanismos é recorrer ao mito fundador. Desde Maquiavel já temos isso, desde que
ele ensinava como o príncipe deveria ser, agir e exercer sua soberania. Muitos realistas
recorreram a Maquiavel para dizer que ele é a expressão do realismo nas Relações
Internacionais, ao mostrar que os fins justificam os meios, ensinando que para conseguir
algo, o soberano deve utilizar de todos os meios possíveis. Entende que Maquiavel é o
início, a fundação do pensamento realista nas Relações Internacionais.

Walker procura desconstruir o mito fundador e mostrar como ele é como um


argumento de autoridade, pois afirmam esse mito como o melhor pois vem desde
Maquiavel. Tenta provar que é um mito e desconstrói que Maquiavel é o “pai” do
realismo. Quando se busca um mito, se estou construindo essa realidade, ao buscar um
apoio de autoridade. O realismo utiliza um artificio que consiste em criar o mito para
construir o mundo.

Maquiavel fala de fortuna, da sorte do acaso. E diante disso o tomador de


decisão devia estar preparado para o que puder acontecer. Portanto ele não é o pai do
realismo, só foi construída essa ideia. A origem do realismo não e o Maquiavel. Poe em
questão a questão da genealogia. É natural achar que Maquiavel e Hobbes são os pais do
realismo, pois é uma coisa que hoje em dia foi naturalizada, fomos levados a acreditar e
aceitar isso.

O pós-estruturalismo foca a atenção nas práticas discursivas que ajudam a


construir o mundo. Olha para as metáforas, pois ao atribui ao seu rival uma ideia ou
ligação com algo ruim/demoníaco para desmoraliza-lo. Associando o outro a alguma
doença, praga, para construir uma relação belicosa e de rivalidade. Essas figuras de
linguagem não são inocentes pois constroem verdades que consequentemente constroem
o mundo.

Walker quer saber quais são as outras figuras de linguagem ou metáforas que
ajudam nesse processo de construção de uma verdade. A principal metáfora é a da
soberania, como esse conhecimento sobre a soberania será construído, o que Walker
chama de internacional moderno. Faz uma comparação a soberania individual e a
soberania estatal. O indivíduo moderno é aquele que tem ou pensa ter autonomia sobre
sua vida, futuro, escolha, livre arbítrio (bases do liberalismo). A modernidade é um
momento em que o ser humano tenta se desvencilhar de Deus, do religioso, de poderes
divinos, principalmente na vida política que para de ser vinculado a um poder divino.

Walker tenta mostrar que essas ideias sobre o que é ser moderno são
transplantadas para o estado moderno. Se eu penso no sujeito como soberano, penso no
estado como soberano também. Mostra que o internacional moderno é composto por
estados soberanos.

O conceito de inside-outside fala da relação do indivíduo com o estado


soberano e do estado soberano com o internacional. O ser humano autônomo tem todas
as mesmas características atribuídas ao estado, que só se constitui na relação com o
outro. O self do inside é constituído na relação com o outro. Não há como se ter a ideia
de estado soberano sem outros, pois ele é soberano em relação à outros.

A ideia de soberania foi constituída na resolução espaço-temporal: organizar a


vida político-social numa ideia, que no caso é a soberania. É uma fronteira entre o eu e
o outro. Fronteira para Walker é essa demarcação entre o doméstico e o internacional.
São ideias de como organizo o espaço e no tempo para construir o mundo. Quando digo
que o mundo é conformado por um conjunto de estados soberanos eu estou dizendo que
o espaço necessário de organização é o espaço territorial. O estado soberano é a forma
de organização por excelência. Pensar na soberania como resolução temporal é o pensar
que esses indivíduos dentro do Estado só vão se realizar como
humanos/cidadãos apenas dentro do Estado

A soberania e como se fosse a ideia e metáfora constitutiva desse internacional


moderno. A soberania ao mesmo tempo que organiza, também limita, pois limita a
nossa imaginação uma vez que se tem um conceito tido como verdade.. (Ex.: por isso
essa dificuldade em lidar com refugiados, pois só vemos humanos como cidadãos
realizados dentro de seu próprio estado).A soberania é pensada em relação com outros
que estão dentro desse internacional.

Será que a soberania do internacional moderno continua sendo a resolução


espaço-temporal¿ (Responde no texto lines of insecurity)

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