You are on page 1of 9

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ENGENHARIA DE RECURSOS HÍDRICOS E MEIO AMBIENTE


SANEAMENTO AMBIENTAL II
PROFESSOR DARIO

PRÁTICA DE LABORATÓRIO – VOLUME DE RESERVATÓRIO – MÉTODO DE PULLS

LUCIA S. DIAS

NITEROI
2015.2
1
Resumo

A proposta desse laboratório é fornecer dados para o cálculo do volume de reservatório através do Método
de Pulls. Esta prática foi realizada no laboratório de drenagem, irrigação e saneamento ambiental sob
coordenação do professor Dario.

Introdução

Em geral, os rios perenes – isto é, aqueles que nunca secam durante o ano – costumam ter dois tipos de
leito: um menor e principal, por onde a água corre durante a maior parte do tempo, e um maior e
complementar, que é inundado apenas em períodos de cheias.

Figura 1: Esquema de um rio, com o seu leito maior e menor representados

Quando este leito maior é ocupado por cidades e construções enfrenta-se problemas de inundação. Esse
mesmo problema também pode ser provocado por interferência humana com a impermeabilização do solo
e falhas no sistema de drenagem.

Para resolver esta situação pode ser adotado o uso de reservatórios de detenção que vão causar o
amortecimento das cheias e o seu estudo pode ser obtido pelo método de pulls.

Objetivo

Determinar volume de reservatório de detenção pelo Método de Pulls Modificado, que analisa a
propagação de cheias num reservatório.

Material utilizado

 Equipamento Flowmeter Demonstration Rio (Figura 2).


 Cronômetro
 Proveta
 Recipiente de plástico (imitando um reservatório).
 Régua

Figura 2: Flowmeter Demonstration Rio


2
Procedimento Experimental

Pelo Flowmeter Demonstration Rio passará um fluxo contínuo de água, que será regulado por uma válvula.
O fechamento e abertura da válvula foi operado pelo professor Dario. O tempo de experimento foi de 30
min.

Até o instante de 8 min a válvula foi aberta para a correspondência de uma vazão de 20 l/min e após isso a
válvula foi sendo fechada até atingir valor próximo a 2 l/min.

Durante a passagem da água o recipiente de plástico fazia a função do reservatório, onde em alguns
instantes acumulava-se água e em outras perdia-se. A cota da água era observada de acordo com sua
marcação numa régua presa ao recipiente.

Para começar o experimento foi passado os seguintes dados de entrada: Tempo e Vazão de entrada.

T (min) Qe (L/min)
0 2
2 6
4 12
6 18
8 19
9 20
10 16
12 12
16 6
20 4
24 3
28 2
30 2

A vazão de saída seria obtida da seguinte forma: quando a válvula fosse aberta a primeira saída de água
seria coletada numa proveta durante um tempo pré-estabelecido pelo técnico de laboratório. Este tempo
foi cronometrado e estipulado de modo que fosse o mesmo durante todas as medições e que a quantidade
de água na proveta não vazasse com o aumento da vazão.

No início de cada tempo tabelado uma quantidade de água era coletada num tempo próximo de 2,5
segundos. Este processo era realizado 3 vezes. Dessa forma, é obtido indiretamente três valores de vazão
de saída, já que a vazão pode ser dada pela relação do volume com o tempo. A vazão final é a média das
três vazões obtidas no experimento.

O valor da cota também era observado em cada tempo tabelado.

Posteriormente o professor Dario forneceu dados do reservatório real para comparação com os dados
obtidos em laboratório. Os dados repassados foi de Cota, Volume e Vazão. Do mesmo também podemos
obter o gráfico de Cota x Vazão e Cota x Volume.

3
Dados obtidos

Na tabela 1 mostra-se os valores e os cálculos de vazão média obtido no experimento.

Tabela 1: Cálculo da vazão de saída e obtenção da cota

Na tabela 2 realiza-se o cálculo do volume de detenção. No tempo em que a válvula teve a abertura
máxima o reservatório conseguiu armazenar 12,98 = 13 litros.

Tabela 2: Cálculo do volume de detenção do reservatório do experimento

Para o cálculo do volume utiliza-se a variação do tempo em minutos, no entanto, como a variação não é
contínua, as respectivas variações em cada trecho foi adotada. De 0 a 12 min há variação de 2 min. De 12 a
28 há variação de 4 minutos e entre 28 e 30 há o intervalo de 2 minutos.

Para calcular o volume detido analisamos a relação de vazão de entrada menos a vazão de saída, se a vazão
de saída é maior a subtração entre as vazões resultará num valor negativo. O que significa que tudo que
entrou no reservatório saiu e nada foi detido. Este tipo de valor não é importante para a obtenção do
volume detido, já que não há detenção. Assim na planilha, para o cálculo do volume de detenção
estabelecemos que se o resultado da subtração for negativo a planilha coloca zero, se não é realizado o
cálculo do volume operando a vazão vezes o tempo.

Com os valores fornecidos de tempo e Qe e o obtido de Qs pode se obter o gráfico 1 expressando a área
que representa o volume detido.

4
Representação gráfica do volume de detenção.

25

20
Vazão (L/min)

15

Qe (L/min)
10
Qs (L/min)

0
0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (min)

Gráfico 1: Hidrograma de entrada e saída num reservatório

Dados fornecidos pelo professor

cota volume vazão


cm L L/min
2,9 1,5 0,3
3,3 2,0 1,2
3,9 2,5 2,5
4,5 3,0 3,8
5,1 3,5 4,9
5,7 4,0 6,0
6,3 4,5 7,0
6,9 5,0 7,9
7,6 5,5 8,8
8,1 6,0 9,5
8,7 6,5 10,1
9,3 7,0 10,8
10,4 8,0 11,8
11,5 9,0 12,6
12,8 10,0 13,5
13,9 11,0 14,1
15,1 12,0 14,7
16,3 13,0 15,2
17,4 14,0 15,6
18,6 15,0 16,2
19,8 16,0 16,7
20,9 17,0 17,3
22,1 18,0 18,1

5
23,3 19,0 19,0
24,4 20,0 20,0

Com os dados fornecidos obtem-se no excel os gráficos 2 e 3.

Cota x Volume
25.0
Volume (Litros)

20.0
15.0
10.0
5.0 Cota x Volume
0.0
10.4
12.8
15.1
17.4
19.8
22.1
24.4
2.9
3.9
5.1
6.3
7.6
8.7

Cota (cm)

Gráfico 2: Cota x Volume

Cota X Vazão
25.0
Vazão (L/min)

20.0
15.0
10.0
5.0 Cota X Vazão
0.0
24.4
10.4
12.8
15.1
17.4
19.8
22.1
7.6
2.9
3.9
5.1
6.3

8.7

Cota (cm)

Gráfico 3: Cota x Vazão

Com os dados fornecidos também foi possível calcular 2S + Q, onde S é o volume em litros, criando-se uma
matriz como referência para futuras interpolações.

cota volume vazão


2S + Q
(cm) (L) (L/min)
2,9 1,5 0,3 3,2580765
3,3 2,0 1,2 5,20391074
3,9 2,5 2,5 7,53945363
4,5 3,0 3,8 9,77908912
5,1 3,5 4,9 11,9272528
5,7 4,0 6,0 13,9883803
6,3 4,5 7,0 15,9669072
6,9 5,0 7,9 17,867269
7,6 5,5 8,8 19,8248169
8,1 6,0 9,5 21,4512401
8,7 6,5 10,1 23,1437205
6
9,3 7,0 10,8 24,7757783
10,4 8,0 11,8 27,7923403
11,5 9,0 12,6 30,6480559
12,8 10,0 13,5 33,4893582
13,9 11,0 14,1 36,0890091
15,1 12,0 14,7 38,6598586
16,3 13,0 15,2 41,1782698
17,4 14,0 15,6 43,637721
18,6 15,0 16,2 46,1548103
19,8 16,0 16,7 48,7229587
20,9 17,0 17,3 51,3189217
22,1 18,0 18,1 54,0841179
23,3 19,0 19,0 57,0038704
24,4 20,0 20,0 60,0130567

Os dados de vazão de saída foram obtidos interpolando-os com os dados da Tabela 4. Por sua vez, o item
2S + Qs foi obtido somando-se os itens Qen + Qen+1 e 2S – Qs do intervalo anterior. O item 2S – Qs foi
calculado a partir de [(2S + Qs) – 2*Qs].

Calculando Qe-Qs, realizou-se a somatória dos valores positivos, originando o volume do reservatório de
detenção de 16,69 = 17 L.

Qe Qen +
T (min) (L/min) Qen+1 2S - Qs 2S + Qs Qs Qe - Qs Reservatório
0 2 8 2 2 0 2 2
2 6 18 2,18 10 3,91 2,09 4,09
4 12 31 2,28 20,18 8,95 3,05 7,14
6 19 39 6,42 33,28 13,43 5,57 12,71
8 20 36 13,38 45,42 16,02 3,98 16,69
10 16 28 15,68 49,38 16,85 -0,85
12 12 18 12,46 43,68 15,61 -3,61
16 6 10 5,36 30,46 12,55 -6,55
20 4 7 1,98 15,36 6,69 -2,69
24 3 5 2,32 8,98 3,33 -0,33
28 2 4 2,56 7,32 2,38 -0,38
30 2 2 2,66 6,56 1,95 0,05
Tabela 3: Volume de detenção do reservatório no caso real (dado fornecido pelo professor)

Tendo-se os dados de tempo, Qe e Qs pode ser obter o gráfico 4.

7
Representação gráfica do volume de detenção.

25

20
Vazão (L/min)

15

Qe (L/min)
10
Qs

0
0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (min)

Gráfico 4: Hidrograma de entrada e saída do reservatório (caso real)

Resultados e Discussão

Comparando-se os resultados de volume de detenção nos reservatórios do experimento (13 litros) e do


caso real (17 litros) temos uma diferença de 17-13 = 4 litros. Do total de 17 litros o valor de quatro
representa uma porcentagem de 23,5% o que pode ser considerado uma porcentagem grande.

Analisando o volume de 13 litros percebemos que o cálculo do volume é prejudicado, pois ele já começa
perdendo a vazão que chegou (figura 3). Originando um volume zero no primeiro valor positivo da relação
Qe-Qs.

Figura 3: Etapa do cálculo de vazão

8
Como essa perda na realidade não acontece, porque o reservatório estava vazio e não tinha nada para ser
descontado. O instante posterior que entra 1,3 l/s entra para efeitos de cálculos. Somando todos os valores
positivos (1,3+4,6+1,9=7,8) e multiplicado pela variação do tempo de 2 min. Obtemos o real valor do
volume de detenção do reservatório que é de (7,8 x 2) = 15,6 = 16 litros.

Agora este resultado está mais condizente com a realidade. A diferença de 1 litro equivale a 5,9% do
volume real e é um erro mais aceitável. Assim, podemos concluir que o experimento foi satisfatório.

Bibliografia

 Anotações durante o laboratório


 Explicações do professor
 http://brasilescola.uol.com.br/geografia/enchentes.htm

You might also like