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LUCIA S. DIAS
NITEROI
2015.2
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Resumo
A proposta desse laboratório é fornecer dados para o cálculo do volume de reservatório através do Método
de Pulls. Esta prática foi realizada no laboratório de drenagem, irrigação e saneamento ambiental sob
coordenação do professor Dario.
Introdução
Em geral, os rios perenes – isto é, aqueles que nunca secam durante o ano – costumam ter dois tipos de
leito: um menor e principal, por onde a água corre durante a maior parte do tempo, e um maior e
complementar, que é inundado apenas em períodos de cheias.
Quando este leito maior é ocupado por cidades e construções enfrenta-se problemas de inundação. Esse
mesmo problema também pode ser provocado por interferência humana com a impermeabilização do solo
e falhas no sistema de drenagem.
Para resolver esta situação pode ser adotado o uso de reservatórios de detenção que vão causar o
amortecimento das cheias e o seu estudo pode ser obtido pelo método de pulls.
Objetivo
Determinar volume de reservatório de detenção pelo Método de Pulls Modificado, que analisa a
propagação de cheias num reservatório.
Material utilizado
Pelo Flowmeter Demonstration Rio passará um fluxo contínuo de água, que será regulado por uma válvula.
O fechamento e abertura da válvula foi operado pelo professor Dario. O tempo de experimento foi de 30
min.
Até o instante de 8 min a válvula foi aberta para a correspondência de uma vazão de 20 l/min e após isso a
válvula foi sendo fechada até atingir valor próximo a 2 l/min.
Durante a passagem da água o recipiente de plástico fazia a função do reservatório, onde em alguns
instantes acumulava-se água e em outras perdia-se. A cota da água era observada de acordo com sua
marcação numa régua presa ao recipiente.
Para começar o experimento foi passado os seguintes dados de entrada: Tempo e Vazão de entrada.
T (min) Qe (L/min)
0 2
2 6
4 12
6 18
8 19
9 20
10 16
12 12
16 6
20 4
24 3
28 2
30 2
A vazão de saída seria obtida da seguinte forma: quando a válvula fosse aberta a primeira saída de água
seria coletada numa proveta durante um tempo pré-estabelecido pelo técnico de laboratório. Este tempo
foi cronometrado e estipulado de modo que fosse o mesmo durante todas as medições e que a quantidade
de água na proveta não vazasse com o aumento da vazão.
No início de cada tempo tabelado uma quantidade de água era coletada num tempo próximo de 2,5
segundos. Este processo era realizado 3 vezes. Dessa forma, é obtido indiretamente três valores de vazão
de saída, já que a vazão pode ser dada pela relação do volume com o tempo. A vazão final é a média das
três vazões obtidas no experimento.
Posteriormente o professor Dario forneceu dados do reservatório real para comparação com os dados
obtidos em laboratório. Os dados repassados foi de Cota, Volume e Vazão. Do mesmo também podemos
obter o gráfico de Cota x Vazão e Cota x Volume.
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Dados obtidos
Na tabela 2 realiza-se o cálculo do volume de detenção. No tempo em que a válvula teve a abertura
máxima o reservatório conseguiu armazenar 12,98 = 13 litros.
Para o cálculo do volume utiliza-se a variação do tempo em minutos, no entanto, como a variação não é
contínua, as respectivas variações em cada trecho foi adotada. De 0 a 12 min há variação de 2 min. De 12 a
28 há variação de 4 minutos e entre 28 e 30 há o intervalo de 2 minutos.
Para calcular o volume detido analisamos a relação de vazão de entrada menos a vazão de saída, se a vazão
de saída é maior a subtração entre as vazões resultará num valor negativo. O que significa que tudo que
entrou no reservatório saiu e nada foi detido. Este tipo de valor não é importante para a obtenção do
volume detido, já que não há detenção. Assim na planilha, para o cálculo do volume de detenção
estabelecemos que se o resultado da subtração for negativo a planilha coloca zero, se não é realizado o
cálculo do volume operando a vazão vezes o tempo.
Com os valores fornecidos de tempo e Qe e o obtido de Qs pode se obter o gráfico 1 expressando a área
que representa o volume detido.
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Representação gráfica do volume de detenção.
25
20
Vazão (L/min)
15
Qe (L/min)
10
Qs (L/min)
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (min)
5
23,3 19,0 19,0
24,4 20,0 20,0
Cota x Volume
25.0
Volume (Litros)
20.0
15.0
10.0
5.0 Cota x Volume
0.0
10.4
12.8
15.1
17.4
19.8
22.1
24.4
2.9
3.9
5.1
6.3
7.6
8.7
Cota (cm)
Cota X Vazão
25.0
Vazão (L/min)
20.0
15.0
10.0
5.0 Cota X Vazão
0.0
24.4
10.4
12.8
15.1
17.4
19.8
22.1
7.6
2.9
3.9
5.1
6.3
8.7
Cota (cm)
Com os dados fornecidos também foi possível calcular 2S + Q, onde S é o volume em litros, criando-se uma
matriz como referência para futuras interpolações.
Os dados de vazão de saída foram obtidos interpolando-os com os dados da Tabela 4. Por sua vez, o item
2S + Qs foi obtido somando-se os itens Qen + Qen+1 e 2S – Qs do intervalo anterior. O item 2S – Qs foi
calculado a partir de [(2S + Qs) – 2*Qs].
Calculando Qe-Qs, realizou-se a somatória dos valores positivos, originando o volume do reservatório de
detenção de 16,69 = 17 L.
Qe Qen +
T (min) (L/min) Qen+1 2S - Qs 2S + Qs Qs Qe - Qs Reservatório
0 2 8 2 2 0 2 2
2 6 18 2,18 10 3,91 2,09 4,09
4 12 31 2,28 20,18 8,95 3,05 7,14
6 19 39 6,42 33,28 13,43 5,57 12,71
8 20 36 13,38 45,42 16,02 3,98 16,69
10 16 28 15,68 49,38 16,85 -0,85
12 12 18 12,46 43,68 15,61 -3,61
16 6 10 5,36 30,46 12,55 -6,55
20 4 7 1,98 15,36 6,69 -2,69
24 3 5 2,32 8,98 3,33 -0,33
28 2 4 2,56 7,32 2,38 -0,38
30 2 2 2,66 6,56 1,95 0,05
Tabela 3: Volume de detenção do reservatório no caso real (dado fornecido pelo professor)
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Representação gráfica do volume de detenção.
25
20
Vazão (L/min)
15
Qe (L/min)
10
Qs
0
0 5 10 15 20 25 30 35
Tempo (min)
Resultados e Discussão
Analisando o volume de 13 litros percebemos que o cálculo do volume é prejudicado, pois ele já começa
perdendo a vazão que chegou (figura 3). Originando um volume zero no primeiro valor positivo da relação
Qe-Qs.
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Como essa perda na realidade não acontece, porque o reservatório estava vazio e não tinha nada para ser
descontado. O instante posterior que entra 1,3 l/s entra para efeitos de cálculos. Somando todos os valores
positivos (1,3+4,6+1,9=7,8) e multiplicado pela variação do tempo de 2 min. Obtemos o real valor do
volume de detenção do reservatório que é de (7,8 x 2) = 15,6 = 16 litros.
Agora este resultado está mais condizente com a realidade. A diferença de 1 litro equivale a 5,9% do
volume real e é um erro mais aceitável. Assim, podemos concluir que o experimento foi satisfatório.
Bibliografia