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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA de SÃO PAULO
FORO REGIONAL III - JABAQUARA
3ª VARA CÍVEL
RUA AFONSO CELSO, Nº 1065, SÃO PAULO - SP - CEP 04119-061

SENTENÇA

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1021853-20.2015.8.26.0003 e código 340B6FF.
CONCLUSÃO
Em 13 de dezembro de 2016, promovo a conclusão dos presentes autos à Dra. LÍDIA
REGINA RODRIGUES MONTEIRO CABRINI, MMª Juíza de Direito da 3ª Vara
Cível do Foro Regional III - Jabaquara. Eu, Vanéri P. Andrade, Assistente Judiciário,

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por LIDIA REGINA RODRIGUES MONTEIRO CABRINI, liberado nos autos em 13/12/2016 às 16:50 .
subscrevi.

Processo nº: 1021853-20.2015.8.26.0003


Classe - Assunto Procedimento Comum
Requerente: Welerson dos Santos Pereira
Requerido: Atua Projeto Imobiliario V Ltda e outro

Juíza de Direito: Dra. Lidia Regina Rodrigues Monteiro Cabrini

VISTOS.

WELERSON DOS SANTOS PEREIRA ajuizou a ação de


reparação de danos materiais em face de ATUA PROJETO IMOBILIÁRIO LTDA e
ECON VENDAS NEGOCIOS IMOBILIÁRIOS, na qual aduz de forma concisa a
celebração de Instrumento Particular de Promessa de Venda e Compra de Unidade
Autônoma e Outras Avenças, em 05 de junho de 2015, a fim de adquirir a unidade
autônoma nº 32, torre A, do empreendimento Condomínio Residencial Botânica. Tendo
em vista, que além da parcela inicial, foi paga a taxa referente a Comissão de Corretagem.

Requer a procedência da ação, a determinação da inversão do onus


da prova, a condenação das requeridas a restituir os valores indevidamente pagos pelo
autor a titulo de Comissão de Corretagem, e ao pagamento das custas processuais e
honorários advocatícios. Deu-se a causa o valor de R$ 16.033,05. Juntou com a inicial
documentos.

Regularmente processado o feito a requerida ECON VENDAS


NEGOCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA foi citada e apresentou contestação às folhas 97/109.
Preliminarmente, impugna a exordial. No mérito, alega a legalidade da corretagem.

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Em relação à requerida, ATUA PROJETOS IMOBILIÁRIOS

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LTDA foi citada e apresentou contestação às folhas 120/130. Preliminarmente, alega a
ilegitimidade passiva da requerida para figurar no polo passivo da lide. No mérito, destaca
a legalidade do serviço de corretagem prestado pela corretora corré.

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Consta réplica, folhas 153/161.

É O RELATÓRIO.

DECIDO.

Julgo no estado da lide, pois a matéria é de Direito e quanto a


fática, basta a análise dos documentos encartados nos autos.

A preliminar de ilegitimidade passiva arguida pela defesa não


prospera, considerando as regras consumeristas que estabelecem a solidariedade em caso
de defeito no produto ou prestação de serviços, assim, deve ser mantida a legitimidade
passiva na presente demanda.
Nesse sentido:
Ementa: Ação de indenização por
atraso na entrega da obra, cumulada com pedido de
devolução das parcelas pagas em dobro e com pedido de
indenização por danos materiais - Legitimidade passiva da
construtora requerida reconhecida Atuação conjunta com a
corretora - Responsabilidade solidária da ré perante o
consumidor pelos serviços prestados pelas empresas
encarregadas de comercializar suas unidades autônomas
(artigo 7º do Código de Defesa do Consumidor) Preliminar
de ilegitimidade passiva afastada. Apelação
1047698-25.2013.8.26.0100 TJSP- Relator(a): Marcia
Dalla Déa Barone - Comarca: São Paulo - Órgão julgador: 3ª
Câmara de Direito Privado - Data do julgamento: 30/09/2015
- Data de registro: 01/10/2015.

O autor narra satisfatoriamente os fatos e fundamentos jurídicos do


pedido sobre os quais recairá o pronunciamento jurisdicional, viabilizando o oferecimento
de ampla de defesa.

Em relação às verbas relativas a comissão de corretagem, embora


sejam obrigações iniciais do vendedor, não se configura o desconhecimento na
intermediação do negócio jurídico entabulado pelas partes, uma vez que os documentos de
folhas 78/80, demonstram detalhadamente a efetiva contratação, dos pagamentos
realizados pelo autor, inclusive identifica a imobiliária, o nome de cada beneficiário e
detalhes dos valores das comissões pagas.

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Nota-se, ainda, que a proposta de compra tem o valor aprovado de

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acordo com às folhas 80, bem como, o valor da corretagem.
Destarte, não configurada a venda casada, a qual só é caracterizada
quando um consumidor, ao adquirir um produto, leva conjuntamente outro, seja da mesma
espécie ou não. No entanto, o instituto de venda casada pode ser configurado quando o

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fornecedor de produtos ou serviços condiciona que o consumidor só pode adquirir o
primeiro se adquirir o segundo.
A propósito, confira-se o entendimento em nossos Tribunais:
Ementa: RECURSO ESPECIAL
REPETITIVO. DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR.
PROCESSUAL CIVIL. INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA. VENDA
DE UNIDADES AUTÔNOMAS EM ESTANDE DE VENDAS.
CORRETAGEM. CLÁUSULA DETRANSFERÊNCIA DA
OBRIGAÇÃO AO CONSUMIDOR. ALEGAÇÃO DE
ABUSIVIDADE. TEORIA DA ASSERÇÃO. LEGITIMIDADE
PASSIVA DA INCORPORADORA. VALIDADE DA CLÁUSULA.
SERVIÇO DE ASSESSORIATÉCNICO-IMOBILIÁRIA(SATI).
COBRANÇA. DESCABIMENTO. ABUSIVIDADE COBRANÇA.

TESE PARA OS FINS DO ART.


1040 DO CPC/2015:
1.1. Validade da cláusula contratual
que transfere ao promitente comprador a obrigação de
pagar a comissão de corretagem nos contratis de promessa de
compra e venda de unidade autônoma em regime de
incorporação imobiliária, desde que previamente informado
o preço total da aquisição da unidade autônoma, com
destaque do valor da comissão de corretagem.
1.2. Abusividade da cobrança pelo
promitente vendedor do serviço de asseria técnico
imobiliária (SATI), ou atividade congênere, vinculado à
celebração de promessa de compra e venda de imóvel”.
Recurso Especial nº 1.599.511/SP TJSP referente ao
TEMA 938 do STJ - Relator: Ministro Paulo de Tarso
Sanseverino Data da Publicação: 06/09/2016.
Ementa: Comissão- Corretagem-
Pagamento aos corretores que efetivamente tiveram êxito
na intermediação - Inexistência de resultado útil
decorrente do trabalho desenvolvido pelo recorrido -
Recurso provido. O corretor vende o resultado útil de seu
trabalho e, consequentemente, só tem direito a receber
comissão se sua mediação conduzir à concretização do
negócio intermediado. TJSP - Ap. Cível nº 239.765-2 - São
Paulo - Rel. Aldo Magalhães - J. 22.12.94 - v.u).

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Ementa: Compra e venda de imóvel
Comissão de corretagem e assessoria técnico-imobiliária
pagas pelo comprador Ação de repetição de indébito
Extinção do processo, com base no art. 269, IV, do CPC
Inconformismo Acolhimento em parte Inocorrência da

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prescrição Extinção afastada Julgamento com base no art.
515, § 3º, do CPC Contratações feitas de forma clara e
específica Ciência e concordância da compradora Direito
à informação respeitado Inteligência do art. 724, do CC
Ausência de ilegalidade Longo período de pagamento, sem
insurgência, que reforça a conclusão Sentença reformada,
para julgar improcedente o feito Recurso provido em parte.
TJSP - Apelação 1003505-22.2014.8.26.0606 - Relator(a):
Grava Brazil - Comarca: Suzano - Órgão julgador: 8ª
Câmara de Direito Privado -Data do julgamento: 14/09/2015
- Data de registro: 17/09/2015.

Verifica-se que o autor assinou livremente o contrato e, ainda,


efetuou o pagamento do preço do bem, caracterizada a efetiva prestação do serviço de
corretagem, pois não houve qualquer coação ao autor em adquirir a unidade através da
intermediação de corretores.

Por fim, a inicial não nega a existência dos serviços, apenas


impugna a responsabilidade pelo pagamento. Assim, deve ser registrada a seguinte
orientação:

Ementa: INDENIZAÇÃO POR


DANO MORAL E REPETIÇÃO DE INDÉBITO Venda e
compra intermediada por corretor Pedido de restituição em
dobro do valor da comissão de corretagem Inadmissibilidade
Embora se verifique irregularidade na formalização do
instrumento de contrato, pelo qual o comprador contratava
serviços de intermediação que à evidência foram contratados
pela vendedora, esta que escolheu a corretora de imóveis
oficiante no negócio, não se exigiu do apelante qualquer
pagamento que não estivesse obrigado a fazer, em razão da
proposta de compra do imóvel que assinaram as partes
Responsabilidade do recorrente pelo pagamento da aludida
comissão Regra disposta no art. 490, do Código Civil, que
aponta ser encargo do vendedor o pagamento da comissão de
corretagem, contudo, tal regra não é cogente, podendo ser
derrogada pelas partes, tal como no caso se fez, em cláusula
contratual expressa Fixação feita de forma clara e que não

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provocou prejuízo ao autor vez que houve efetivo trabalho de

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intermediação da corretora Inexistência de vício de qualidade
em relação à prestação dos serviços de intermediação
imobiliária Legalidade da cobrança Verba de corretagem
devida Improcedência da ação mantida Recurso desprovido.

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Apelação 0025820-67.2012.8.26.0562; Relator João Batista
Vilhena, Santos, 10ª Câmara de Direito Privado, data do
julgamento 30.04.2013; data do registro 02.05.2013.

Pelo exposto, não se defere o pedido de restituição dos valores


pagos a titulo de Comissão de Corretagem e não se configura danos materiais na presente
demanda.

Ante o exposto, julgo IMPROCEDENTE a ação. Condeno o


autor em custas e honorários advocatícios da parte adversa, fixados 15% sobre o valor da
causa.
PRI.

São Paulo, 13 de dezembro de 2016.

Lidia Regina Rodrigues Monteiro Cabrini


Juíza de Direito
(Assinatura Eletrônica)

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME


IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Registro: 2017.0000946168

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ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº


1021853-20.2015.8.26.0003, da Comarca de São Paulo, em que é apelante
WELERSON DOS SANTOS PEREIRA, são apelados ATUA PROJETO

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por WALTER PIVA RODRIGUES, liberado nos autos em 06/12/2017 às 18:21 .
IMOBILIARIO V LTDA e ECON VENDAS NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA.

ACORDAM, em 9ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de


São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmo. Desembargadores COSTA


NETTO (Presidente sem voto), GALDINO TOLEDO JÚNIOR E ALEXANDRE
LAZZARINI.

São Paulo, 5 de dezembro de 2017.

Piva Rodrigues
RELATOR
Assinatura Eletrônica
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
9ª Câmara de Direito Privado

APELAÇÃO Nº 1021853-20.2015.8.26.0003

APELANTE: Welerson dos Santos Pereira

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APELADAS: Atua Projeto Imobiliário V Ltda.

COMARCA: São Paulo 03ª Vara Cível do Foro Regional do Jabaquara

VOTO: 29580
Apelação. Ação com pedido condenatório. Compromisso de
compra e venda. Sentença de improcedência.
Inconformismo do autor. Manutenção da sentença por seus

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próprios fundamentos (art. 252 RITJSP). Corretagem.
Serviço foi efetivamente prestado, seu fim alcançado e havia
previsão clara, com destaque aos valores especificamente
devidos a título de corretagem (tese firmada no julgamento
do REsp n. 1.599.511/SP e do REsp n. 1.599.511/SP,
processados sob a forma de recursos repetitivos).
Honorários advocatícios sucumbenciais majorados, de 15%
para 17% sobre o valor da causa. Recurso não provido.

Trata-se de ação com pedido condenatório promovida por


Welerson dos Santos Pereira em face de Atua Projeto Imobiliário V Ltda..

Sentença proferida às fls. 175/179, em 13 de dezembro de


2016, pela E. Juíza de Direito Lidia Regina Rodrigues Monteiro Cabrini, cujo relatório
adoto, na qual julgou improcedente a ação. Restou o autor condenado ao pagamento das
custas e honorários advocatícios, arbitrados em 15% sobre o valor da causa.

O autor apela (fls. 182/192). Argumenta, em síntese, que


não foi devidamente informado a respeito da comercialização do imóvel por empresa
autônima e cobrança de corretagem. Afirma que foi realizada venda casada. Afirma que
compareceu espontaneamente a stand da construtora. Afirma que o valor pago deve ser
restituído em dobro. Requer, por fim, seja reformada a sentença.

Recurso respondido em contrarrazões (fls. 197/202).

Apelação nº 1021853-20.2015.8.26.0003() - Voto nº 29580


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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
9ª Câmara de Direito Privado

Autos distribuídos a esta relatoria e conclusos para


julgamento em 26 de abril de 2017.

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É o relatório.

O recurso não comporta provimento.

Observa-se no presente caso o artigo 252 do Regimento


Interno deste Egrégio Tribunal que conta na seção de Direito Privado com larga e
inatacável utilização de suas Câmaras.

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A par disso, o C. STJ tem prestigiado esse entendimento,
firmando sua rejeição à eventual insurgência, invariavelmente sustentada na alegação de
omissão ou ausência de fundamentação [REsp 662.272/RS, 2ª Turma, Rel. Min. João
Otávio de Noronha; REsp 641.963/ES, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira; REsp
592.092/AL, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon; e REsp 265.534-DF, 4ª Turma, Rel.
Min. Fernando Gonçalves].

O artigo 724 do Código Civil determina que a comissão de


corretagem pode ser carreada a qualquer das partes, havendo acordo entre a promitente
vendedora e o promitente comprador (cláusula contratual em tal sentido), não há razão
que impeça a responsabilização deste último.

No julgamento do Recurso Especial 1.599.511/SP, o


Ministro Relator Paulo de Tarso Sanseverino destacou a necessidade de clareza e
transparência na previsão contratual quando se transfere o pagamento da comissão de
corretagem para o promitente comprador nos contratos de compra e venda de
unidades autônomas, sendo que o custo deve ser previamente informado,
especificando o valor do imóvel e o valor da comissão de corretagem. Restou
decidido:

“RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. DIREITO CIVIL E DO


CONSUMIDOR. INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA. VENDA DE
UNIDADES AUTÔNOMAS EM ESTANDE DE VENDAS.

Apelação nº 1021853-20.2015.8.26.0003() - Voto nº 29580


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CORRETAGEM. CLÁUSULA DE TRANSFERÊNCIA DA OBRIGAÇÃO


AO CONSUMIDOR. VALIDADE. PREÇO TOTAL. DEVER DE

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INFORMAÇÃO. SERVIÇO DE ASSESSORIA TÉCNICO-IMOBILIÁRIA
(SATI). ABUSIVIDADE DA COBRANÇA.

I - TESE PARA OS FINS DO ART. 1.040 DO CPC/2015:

1.1. Validade da cláusula contratual que transfere ao promitente-


comprador a obrigação de pagar a comissão de corretagem nos
contratos de promessa de compra e venda de unidade autônoma em

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regime de incorporação imobiliária, desde que previamente informado
o preço total da aquisição da unidade autônoma, com o destaque do
valor da comissão de corretagem.

1.2. Abusividade da cobrança pelo promitente vendedor do serviço de


assessoria técnico-imobiliária (SATI), ou atividade congênere, vinculado à
celebração de promessa de compra e venda de imóvel.” grifamos.

(Recurso Especial Repetitivo nº 1.599.511 SP, Ministro Relator Paulo de


Tarso Sanseverino, data de julgamento: 24/08/2016).

Da leitura da planilha de cálculo trazida à fl. 80,


assinada pelo autor na mesma data do compromisso de compra e venda, verifica-se
que há plena clareza quanto à transferência da obrigação do pagamento da
corretagem ao consumidor, com previsão clara e específica do valor a ser pago a
título de corretagem.

Assim, comprovou a parte ré ter informado previamente o


preço total da aquisição da unidade com destaque do valor da comissão da corretagem.
Indevida, portanto, restituição.

Fica, dessarte, mantida a sentença por seus próprios e


jurídicos fundamentos, nos termos do artigo 252 do Regimento Interno do Tribunal de

Apelação nº 1021853-20.2015.8.26.0003() - Voto nº 29580


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Justiça de São Paulo.

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Honorários advocatícios sucumbenciais majorados, por
força do artigo 85, §11º do Código de Processo Civil, de 15% para 17% sobre o valor da
causa.

Por tais fundamentos, nega-se provimento ao recurso.

Na hipótese de apresentação de embargos de declaração


contra o presente acórdão, ficam as partes intimadas a se manifestar, no próprio recurso,

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a respeito de eventual oposição ao julgamento virtual, nos termos do artigo 1º da
Resolução nº 549/2011 do Órgão Especial deste Egrégio Tribunal, entendendo-se o
silêncio como concordância.

PIVA RODRIGUES

Relator

Apelação nº 1021853-20.2015.8.26.0003() - Voto nº 29580

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