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Escola Secundária Daniel Faria - Baltar

Ficha de Trabalho – 10º ano

Grupo I
1. Leia os textos e responda às questões que se seguem.

Texto I
Chamo-me Ana Subjectivista. Adoptei o subjectivismo ao compreender que a moral é profundamente emocional e pessoal.
O ano passado frequentei com alguns amigos um curso de antropologia. Acabámos por aceitar o relativismo cultural — a
perspectiva de que o bem e o mal são relativos a cada cultura, que "bem" significa "socialmente aprovado". Mais tarde, descobri
que o relativismo cultural enfrenta um problema, nomeadamente o de nos negar a liberdade para formarmos os nossos próprios
juízos morais. Sucede que a liberdade moral é algo a que atribuo muita importância.
O relativismo cultural obriga-me a aceitar todos os valores da sociedade. Admitamos que descobri que a maior parte das
pessoas aprova acções racistas; terei então de concluir que o racismo é um bem. Estaria a contradizer-me se dissesse "O racismo
é socialmente aprovado embora não seja um bem". Como o relativismo cultural impõe as respostas do exterior, negando a
liberdade de pensamento em questões morais, passei a considerá-lo repulsivo.
O subjectivismo sustenta que as verdades morais são relativas ao indivíduo. Se eu gosto de X e você não, então "X é um bem" é
verdade para mim mas falso para si. Usamos a palavra "bem" para falar dos nossos sentimentos positivos. Nada é um bem ou
um mal em si mesmo, independentemente dos nossos sentimentos. Os valores apenas existem como preferências de pessoas
individuais. Você tem as suas preferências e eu as minhas; nenhuma preferência é objectivamente correcta ou incorrecta. Esta
ideia tornou-me mais tolerante a respeito das pessoas com sentimentos diferentes e, portanto, com diferentes crenças morais.

Harry Gensler, Ethics: a comtemporany introduction, routledge, 1998.

Texto II
O meu nome é Ana Relativista. Aderi ao relativismo cultural ao compreender a profunda base cultural que suporta a
moralidade. Fui educada para acreditar que a moral se refere a factos objectivos. Tal como a neve é branca, também o
infanticídio é um mal. Mas as atitudes variam em função do espaço e do tempo. As normas que aprendi são as normas da minha
própria sociedade; outras sociedades possuem diferentes normas. A moral é uma construção social. Tal como as sociedades
criam diversos estilos culinários e de vestuário, também criam códigos morais distintos. Aprendi-o ao estudar antropologia e
vivi-o no México quando estive lá a estudar.
Considere a minha crença de que o infanticídio é um mal. Ensinaram-me isto como se se tratasse de um padrão objectivo.
Mas não é; é apenas aquilo que defende a sociedade a que pertenço. Quando afirmo "O infanticídio é um mal" quero dizer que a
minha sociedade desaprova essa prática e nada mais. Para os antigos romanos, por exemplo, o infanticídio era um bem. Não tem
sentido perguntar qual das perspectivas é "correcta". Cada um dos pontos de vista é relativo à sua cultura, e o nosso é relativo à
nossa. Não existem verdades objectivas acerca do bem ou do mal. Quando dizemos o contrário, limitamo-nos a impor a nossas
atitudes culturalmente adquiridas como se se tratassem deHarry
"verdades objectivas".
Gensler, Ethics: a comtemporany introduction, routledge, 1998.
"Mal" é um termo relativo. Deixem-me explicar o que isto significa. Quero dizer que nada está absolutamente "à
esquerda", mas apenas "à esquerda deste ou daquele" objecto. Do mesmo modo, nada é um mal em absoluto, mas apenas um
mal nesta ou naquela sociedade particular. O infanticídio pode ser um mal numa sociedade e um bem noutra(…)

Harry Gensler, Ethics: a comtemporany introduction, routledge, 1998.


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1.1. Após a leitura do texto I, responde às seguintes questões:

1.1.1. “O relativismo cultural obriga-me a aceitar todos os valores da sociedade. Admitamos que
descobri que a maior parte das pessoas aprova acções racistas; terei então de concluir que o
racismo é um bem”. Explica o sentido desta frase tendo em conta os argumentos a favor do
relativismo e as suas objeções.

1.1.2. Qual a tese defendida pelo subjectivismo?

1.1.3. “Se eu gosto de X e você não, então "X é um bem" é verdade para mim mas falso
para si. Usamos a palavra "bem" para falar dos nossos sentimentos positivos”.
Explica os sentido desta frase e formula os argumentos a favor do subjectivismo e as suas
objeções.

1.2. Após a leitura do texto II, responde às seguintes questões:

1.2.1. Qual a tese defendida pelo relativismo e pelo objectivismo.

1.2.2. Relaciona o último parágrafo do texto com a objecção ao argumento da tolerância (do
objectivismo).

1.2.3. Formula o argumento da imparcialidade e a sua objecção.

Grupo II

Escolha a opção correta:


1– Os juízos de facto são...
a. Descritivos.
b. Valorativos.
c. Normativos.
d. Sempre verdadeiros.

2– Os juízos descritivos...
a. Descrevem as coisas tal como são.
b. Visam descrever as coisas tal como são.
c. São sempre verdadeiros.
d. São normativos.

3– Dos juízos seguintes, só um é um juízo de valor. Qual é?


a. «O Sol gira à volta da Terra.»
b. «A Terra gira à volta do Sol.»
c. «Devia ser proibido fumar tabaco.»
d. «Fumar tabaco é prejudicial à saúde.»
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4– Os juízos normativos...
a. Visam adequar a realidade ao nosso pensamento.
b. Visam adequar o pensamento à realidade.
c. Adequam a realidade ao nosso pensamento.
d. Adequam o pensamento à realidade.

5– Segundo a teoria subjetivista...


a. Todos os valores são relativos aos sujeitos.
b. Alguns valores são relativos aos sujeitos.
c. Os valores são discutíveis.
d. Os valores são convenções sociais.

6– Segundo a teoria relativista...


a. Todos os valores são relativos às sociedades.
b. Alguns valores são relativos às sociedades.
c. Os valores são discutíveis.
d. Os valores são subjetivos.

7- Segundo a teoria objetivista...


a. Todos os valores são objetivos.
b. Alguns valores são objetivos.
c. Os valores não são discutíveis.
d. Os valores têm origem divina.

8– Um juízo de valor objetivo é sempre...


a. Imparcial.
b. Consensual.
c. Evidente.
d. Absoluto.
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