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PLANO DIRETOR

CONCEITO

Plano diretor de uma cidade nada mais é que um instrumento da política urbana
legislado por nosso ordenamento jurídico de 1988, no qual define como sendo um
“instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana”, que se
encontra regulamento por Lei Federal n° 10.257/01, na qual é intitulada como Estatuto
da Cidade.
Através do Estatuto da Cidade, prefeitos, prefeituras e cidadãos podem construir
de forma democrática um planejamento urbano para o seu município. Para que o Plano
Diretor ocorra, este deve ser debatido e aprovado pela Câmara de Vereadores e
sancionado pelo prefeito do munícipio. Tendo o Plano Diretor aprovado pelo prefeito,
esta passa a ser Lei Municipal, que nada mais é que um acordo firmado entre os cidadãos
e os poderes Executivo e Legislativo.
A Constituição Federal delega aos municípios por meio da Lei Federal, que por
intermédio do plano diretor o prefeito tem a obrigação de objetivar a função social da
propriedade, limitar e fiscalizar as áreas subutilizadas. Tendo a necessidade de
desapropriação, este deve ocorrer com o pagamento de títulos e cobrança de IPTU
progressivo no tempo.
Nosso Código Florestal define que um plano diretor é uma condição essencial para
uma possível autorização da supressão de vegetação em área de preservação permanente
(art. 4°, §2°), ou seja, deve estar estabelecido em um plano diretor (art. 2°, Parágrafo
único). Paralelamente, a Lei de Parcelamento do Solo Urbano define o plano diretor como
índices relativos a dimensões de lotes, definição de zonas urbanas de expansão e de
urbanização específica e a previsão da densidade de ocupação.

Ou seja, como define o professor Flávio Villaça, da USP, sobre o que é um plano
diretor:

Um plano que, a partir de um diagnóstico científico da realidade


física, social, econômica, política e administrativa da cidade, do
município e de sua região, apresentaria um conjunto de propostas
para o futuro desenvolvimento socioeconômico e futura
organização espacial dos usos do solo urbano, das redes de
infraestrutura e de elementos fundamentais da estrutura urbana,
para a cidade e para o município, propostas estas definidas para
curto, médio e longo prazos, e aprovadas por lei municipal.
(Villaça, 1999, p.238)

Pode-se concluir, que um plano diretor além de obrigatório é de extrema


importância para qualquer município. E é relevante que no Estatuto da Cidade o plano
diretor será revisto a cada dez anos, assim como a lei federal referente a ele, para um
melhor desenvolvimento municipal.

PLANO DIRETOR DE CHAPECÓ – SC

Como visto anteriormente, o plano diretor é uma “ferramenta” na qual guia os


prefeitos, prefeituras e os cidadãos para expansão territorial de seu município. O Plano
Diretor de Chapecó é um instrumento básico de nossa política de desenvolvimento
territorial. E sua finalidade é planejar e promover melhorias e organização de nosso
território.

Na história de Chapecó, o nosso município teve três alterações no seu plano


diretor: 1° Plano de Desenvolvimento Urbano em 1974, 2° Plano Físico-Territorial de
1990, 3° Plano Diretor Desenvolvimento Territorial em 2004, sendo este revisado no ano
de 2007. Atualmente o município conta o quarto plano e este em vigor, no qual é
conhecido como Plano Diretor de Chapecó (PDC), Lei Complementar n° 541 de 26 de
novembro de 2014.

Vale salientar que somente do ano de 2004 o nosso plano diretor passou a ser
elaborado conforme as diretrizes da Lei 10.257/2001 o Estatuto das Cidades. No ano de
2012 foi solicitado ao município por intermédio da câmara municipal uma nova revisão
para atualizar nosso plano diretor em relação a nova legislação de saneamento,
planejamento urbano, edificações, uso e parcelamento do solo.

Mais especificamente, nos artigos 10° e 11° do plano diretor de Chapecó,


estabelece um modelo de desenvolvimento territorial do município com a finalidade de
atender a função social da cidade e da propriedade, com a subordinação e a organização
do seu uso e ocupação do solo no que tange o interesse coletivo e assim, satisfazendo
todos os polos econômicos, sociais, culturais, turísticos e ambientais que o município de
Chapecó possa alcançar.

Em novembro de 2014, o prefeito de Chapecó – SC, reúne a comunidade de


Chapecó para a atualização do novo plano diretor do município, no qual se norteava pela
Lei Complementar número 202 de 06 de janeiro de 2004, lei esta que teve várias
alterações, principalmente no que se refere ao uso do solo e edificações, legitimando as
práticas a serem instauradas pelo setor imobiliário e da construção civil.

Porém, tal processo de atualização do plano diretor, se inicia mais precisamente


em 29 de abril de 2013, com total objetivo de revisão do PDC, culminando com a sanção
da Lei Complementar n° 541 de 26 de novembro de 2014, no qual está vigente e é
intitulado como Plano Diretor de Chapecó (PDC). O processo de atualização do PDC, o
município obteve por consulta pública mais de mil ideias na quais foram encaminhadas
via online ou protocoladas na Prefeitura. Posteriormente, foram 60 encontros entre 2013
e 2014, sendo eles divididos em 7 oficinas temáticas, 24 oficinas setoriais, 18
conferências de sistematização, 8 audiências públicas promovidas nos bairros da cidade,
1 audiência pública geral e 2 audiências públicas para análise do plano promovido pela
Câmara de Vereadores, e ao todo foram 152 delegados representando a sociedade.

Com o termino de atualização do Plano Diretor de 2014, nosso então prefeito


vigente na data declara para a sociedade: “O Plano Diretor 2014 é um mapeamento do
que queremos para a cidade nos próximos anos, com o foco no desenvolvimento
sustentável e no planejamento territorial de forma ordenada para melhorar a qualidade de
vida das pessoas”.

Em resumo, o que foi estabelecido e sancionado pelo prefeito no novo PDC, é a


criação de diretrizes que abrange área urbana, macro zonas rural e urbana. Criação de
zoneamento em torno do aeroporto, do Hospital Regional do Oeste, tudo com mais
segurança, valorização dos imóveis e organização dos espaços em questões. Além de o
novo PDC estabelecer novas ações para o solo na região do Goio-ên, permitindo
loteamentos e condomínios residenciais; a reestruturação da malha viária com o processo
de elaboração do Plano de Mobilidade Urbana; a ampliação do potencial construtivo na
região central com edifícios mais altos conforme o tamanho do terreno e infraestrutura
que a região da cidade oferece, sendo que mais pessoas podem habitar os imóveis, e a
criação de 15 novos bairros.

O novo plano diretor de Chapecó de 2014 passa a ser administrado e fiscalizado


pelo Conselho da Cidade de Chapecó (CONCIDADE), criado democraticamente com
representação de entidades e da sociedade civil. O CONCIDADE tem como objetivo
fiscalizar as políticas de planejamento, o ordenamento territorial e a gestão do solo
urbano, de habitação e regularização fundiária, saneamento e meio ambiente, mobilidade,
trânsito e transporte urbano. O Plano Diretor de 2014 tem como um dos seus objetivos a
titulação da posse ou propriedade aos seus ocupantes, de modo a garantir o direito social
à moradia, ao pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade, direito ao meio
ambiente equilibrado e exercício pleno da cidadania.

Podemos concluir sobre uma ótica da cidade que atualmente as políticas públicas
de Chapecó não estão de fato promovendo nosso plano diretor. Desde 2014, a cidade teve
grande expansão territorial decorrente da implantação de empresas e a migração de
pessoas para o município. Porém, ainda muito falta a se fazer para atingirmos uma
organização democrática e de qualidade para todas as classes sociais em nosso município.

Fontes:
Prefeitura Municipal de Chapecó. Informações estatísticas do município de Chapecó. Fonte:
http://www.chapeco.sc.gov.br/prefeitura0/arquivos/BancoDadosCompleto0104 2011.pdf Acesso
em 28 março 2018.

Lei Municipal - https://leismunicipais.com.br/plano-diretor-chapeco-sc

AGROINDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO DE CHAPECÓ-SC (1950 – 2010): UMA


VISÃO SOBRE OS IMPACTOS E CONFLITOS URBANOS E AMBIENTAIS -
Janete Facco - Camila Fujita - James Luiz Berto
A EXPANSÃO URBANA DE CHAPECÓ - SC E OS PAPEIS DOS AGENTES SOCIAIS
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