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Tratam-se de dois conceitos distintos, mas dependentes um do

outro e de importância fundamental no direito previdenciário e que causa certa


confusão terminológica.

Antes de iniciar os conceitos doutrinários vamos ver umas


questões do CESPE (certo ou errado) de concurso sobre esse tema:

1) Considera-se INSCRIÇÃO de segurado para os efeitos da previdência social


o ato pelo qual o segurado é cadastrado no Regime Geral de Previdência
Social, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos
necessários e úteis a sua caracterização?

2) A inscrição do segurado empregado e trabalhador avulso será efetuada


diretamente na empresa, sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra e a dos
demais no Instituto Nacional do Seguro Social?

3) Presentes os pressupostos da filiação, admite-se a inscrição post mortem do


segurado especial?

4) ) Para efeitos previdenciários, inscrição de segurado é o ato pelo qual o


segurado é cadastrado no regime geral de previdência social. No caso de
segurado empregado, sua inscrição é efetuada diretamente na empresa?

5) Considerando que, ao promover a inscrição dos seus dependentes junto à


previdência social, o segurado pretendesse inscrever sua esposa e seus filhos
menores, então não poderia haver recusa por parte do INSS em efetivar as
inscrições requeridas?

6) Considerado que um indivíduo se vinculasse ao regime geral de previdência


social no momento de sua contratação como empregado de uma empresa,
então não haveria nova filiação desse indivíduo ao mesmo regime, caso viesse
a exercer, concomitantemente, outra atividade econômica, na condição de
trabalhador autônomo?

7) Caso um servidor público civil da União passasse a exercer,


concomitantemente, atividade laboral abrangida pelo regime geral de
previdência social, então tornar-se-ia segurado obrigatório desse
regime?

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8) A idade mínima para filiação ao RGPS é de 16 anos, ressalvados os
contratos especiais com idade limite inicial de 14 anos, ajustados nos
termos da legislação trabalhista, de forma escrita e por prazo
determinado, assegurando ao menor e ao aprendiz um programa de
aprendizagem e formação técnico-profissional metódica compatível com
o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico?

9) Quanto à filiação do segurado obrigatório à previdência social, vigora o


princípio da automaticidade, segundo o qual a filiação desse segurado decorre,
automaticamente, do exercício de atividade remunerada, independentemente
de algum ato seu perante a previdência social. A inscrição, ato material de
registro nos cadastros da previdência social, pode ser concomitante ou
posterior à filiação, mas nunca, anterior?

10) Célia, professora de uma universidade, eventualmente, presta serviços de


consultoria na área de educação. Por isso, Célia é segurada empregada pela
atividade de docência e contribuinte individual quando presta consultoria.
Nessa situação, Célia tem uma filiação para cada atividade?

Depois de examinar com atenção essas questões partiremos


para os conceitos:

- Trata-se de um que
estabelece ENTRE uma PESSOA NATURAL (ser humano) e a PREVIDÊNCIA
SOCIAL por intermédio do INSS.

Para o art. 20 do Decreto 3.048/99

“Filiação é o vínculo que se estabelece entre pessoas que contribuem


para a previdência social e esta, do qual decorrem direitos e
obrigações”.

A tem a finalidade de incluir a PESSOA NATURAL


ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS) na condição de SEGURADO.
Com a eficácia de gerar OBRIGAÇÕES ao SEGURADO (pagar contribuições)
e DIREITOS (receber benefícios e serviços do INSS).

Em REGRA!!!! para os , a
será e , não importando a vontade
do mesmo de se filiar ou não e decorrerá do

Atente-se que a mera para a


prestação de serviço já gerará , não sendo necessário o efetivo
começo do trabalho. E, portanto, o segurado obrigatório é regido pelo

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, uma vez que essa

O termo inicial para :

- REGRA 16 anos de idade (salvo atividades insalubres, perigosas ou noturnas,


que exige 18 anos);

- .

É importante salientar que para o


, a não é automática e nem obrigatória.
Sendo, necessário que
, inscrição esta que, quando acompanhada do
primeiro pagamento, gera a

Portanto, para
representa um , ou seja,
em ingressar no RGPS. A depende de prévia
do junto ao INSS.

Enquanto ao termo inicial há uma divergência entre a lei e o


regulamento, no entanto a doutrina majoritária e o próprio INSS entendem que
a idade mínima de filiação para a é de apenas .

pelo controle das


informações

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Por isso, os segurados obrigatórios, em regra primeiro irá ocorrer a
e depois a :

- , pela empresa;

- , será feita tanto pelo empregador quanto pelo


empregado doméstico;

- a inscrição é feita no sindicato/OGMO (Órgão


Gestor de Mão-de-Obra);

- , a inscrição somente poderá ser realizada pelo


próprio segurado;

- , a regra geral que será o próprio segurado que


realizará a sua inscrição. Contudo, a lei 10.666/03 dispõe que a empresa que a
o contrate deverá realizar a inscrição do segurado, caso este ainda não seja
inscrito.

No caso do , apenas ocorrerá a sua inscrição


quando houver do beneficio previdenciário, ou
seja, no caso de morte do segurado quando o dependente for pedir pensão por
morte ou no caso de prisão quando o dependente solicitar auxílio reclusão.

É importante observar que desde 2002 o


.

ALGUNS CASOS EMBLEMÁTICOS SOBRE FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO.

Para os empregados celetistas, a anotação do contrato de


trabalho na CTPS os torna automaticamente filiados ao RGPS, ou seja, a
filiação não depende de um ato formal praticado entre a autarquia e o
segurado. Caso uma empresa deixe de inscrever um segurado que lhe presta
serviço, estará sujeita a multa por segurado não inscrito.

Exemplo 1. Uma Pessoa começa trabalhar hoje e morre logo


no primeiro dia de trabalho e a empresa não teve tempo de fazer sua inscrição
perante o INSS. Nesse caso a filiação é automática e não precisa da inscrição
para reconhecer essa pessoa como segurado da Previdência Social.

Exemplo 2. Dona de casa ou estudante ou desempregado que


são enquadrados como se morrer ou mesmo

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ficar doente ou sofrer acidente ou velhice é necessário que tenham
primeiramente feita a INSCRIÇÃO perante o INSS e
para ter sua FILIAÇÃO reconhecida e com isso gerar direitos a obter benefícios
previdenciários.

Exemplo 3. (agricultor familiar,


pescador artesanal ou agroextrativista) vier a falecer e não estiver feita sua
inscrição perante o INSS como fica a situação dos dependentes? Nesse caso
será permitida a do segurado especial, desde que
presentes os pressupostos da filiação, ou seja, a prova que em vida era
segurado especial.

Portanto, para o segurado especial a filiação é automática e


são responsáveis pela sua inscrição. Porém de acordo com a Lei 11718/08, o
Ministério da Previdência Social também desenvolverá programa de
cadastramento dos segurados especiais, podendo para tanto firmar convênio
com órgãos federais, estaduais ou do Distrito Federal e dos Municípios, bem
como com entidades de classe, em especial as respectivas confederações ou
federações.

Exemplo 4. Um (dentista, advogado, médico, contador, camelô,


pequeno comerciante) que e trabalhava por conta própria e morre sem nunca
ter feita sua inscrição perante o INSS e como fica a situação dos dependentes
nesse caso?
Essas pessoas são os contribuintes individuais que trabalham
por conta própria, e é obrigatória fazer sua inscrição e o efetivo pagamento
da contribuição perante a Previdência Social, mesmo que seja um segurado
obrigatório, uma vez que, são eles responsáveis pela sua inscrição e
recolhimento das contribuições. E se não fizer em vida o INSS não aceita
inscrição do contribuinte individual depois da morte, conforme art. 30, inc. II, da
lei 8.212/91.

No entanto o contribuinte individual que presta serviço a


empresas tem sua filiação automática e nesse caso a empresa é
responsável pela sua inscrição e também é aceitável sua inscrição depois da
morte.

De acordo com o art. 18, § 3, do RPS (3.048/99) Todo aquele


que exercer,
sujeita ao Regime Geral de Previdência Social será
.

Exemplo. Suponha que uma pessoa exerça simultaneamente


duas atividades remuneradas. Ele é empregado de uma grande empresa e
trabalha por conta própria nos finais de semana, fazendo show musicais em
bares. Neste caso ele terá duas inscrições na previdência Social, uma como
segurado empregado e outra como segurado contribuinte individual.

O servidor público do Regime Próprio de Previdência Social e


exercer concomitante outra atividade remunerada terá sua inscrição perante o

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Regime Geral da Previdência Social. Ex. Delegado de Polícia e professor em
uma Universidade particular neste caso além de ser segurado no regime
próprio e também segurado obrigatório no regime geral.

No entanto, a CF no § 5º do art. 201 diz que servidor público


participante de RPPS não poderá filiar como segurado facultativo.

O art. 13 da Lei 8.213/91 proíbe a inscrição simultânea de uma


pessoa como segurado facultativo e segurado obrigatório.

O contribuinte individual enquadrado como microempreendedor


individual não poderá ser contratado como empregado doméstico de acordo
com o parágrafo único do art. 24 da lei 8.212/91.

O segurado especial não poderá se filiar e se inscrever


simultaneamente em outra categoria de segurado, salvo os casos autorizados
pelo §9º do art. 9 da Lei 8.213/91 em que admite excepcionalmente algumas
fontes de renda que não seja proveniente da agricultura ou da pesca.

Portanto, a filiação para os segurados obrigatórios em regra é


automática e compulsória, faz prova como o registro em carteira de trabalho ou
contrato de trabalho e não precisa fazer inscrição para gerar direitos a
benefícios.
Por outro lado, para os segurados facultativos e também para
contribuinte individual que trabalha por conta própria a inscrição tem que ser
feita primeiro para depois ser reconhecida a filiação para gerar direitos a
benefícios previdenciários.

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