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1. Título do projeto :
Neste tópico, tem-se o título do pré-projeto que deve ser sucinto e especificar de que se trata
o recorte realizado sobre o tema escolhido. Os nomes de todos os autores do pré-projeto e
possíveis orientadores em ordem de prioridade. Ao escolher o(s) orientador (es), os estudantes
devem observar o currículo e a vida profissional do mesmo, esquecendo-se de afinidades ou
antipatias pessoais. A adequação entre a experiência acadêmica e profissional do orientador e o
tema do pré-projeto facilita o desenvolvimento do trabalho e promove resultados positivos nas
pesquisas e práticas comunicacionais. Afinal, a pesquisa e a prática da Comunicação são
abrangentes, com várias especializações que devem ser levadas em consideração na escolha dos
possíveis orientadores.
Para iniciar esta etapa, deve-se realizar, anteriormente, uma coleta de informações
preliminares por intermédio da leitura de livros e textos e/ou visitas técnicas. Assim, torna-se
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possível delinear um recorte específico que viabilize a concretização do projeto. A execução
desta etapa deve ser realizada com a consulta aos especialistas, possíveis orientadores do
trabalho. Nesta etapa, deve-se ouvir mais de um professor ou especialista para absorver todos os
pontos de vista, amadurecendo o texto que definirá qual o tema e problema que o Projeto
Experimental pretende desmembrar. Todas as leituras sobre o tema, desenvolvidas no decorrer
do curso, são importantes para a elaboração desta parte do pré-projeto. Este acúmulo representa
um quadro de referência pessoal que pode ser adquirido tanto pelas experiências práticas na área
do tema escolhido quanto pelas leituras essenciais sobre o tema. Assim, pode-se construir a
delimitação da questão proposta pela pesquisa.
O que seria um problema ou questão da pesquisa? Seria um enunciado, uma pergunta que
ainda apresenta sem solução ou respostas e o Projeto Experimental deverá encontrar estas
soluções e procurar responder todas as perguntas inerentes ao problema na conclusão do Projeto
Experimental. Esta dificuldade sem solução deverá ser enfrentada no desenvolvimento do
trabalho. A definição do problema da pesquisa é importante tanto em trabalhos monográficos
quanto em produtos da comunicação, pois os temas de uma campanha publicitária, de um vídeo
ou programa de rádio devem também definir qual o problema central que deve ser resolvido de
forma prática ou teórica.
2.1- Introdução:
Ao construir o texto que tente pontuar a relevância do tema, o(s) autor (es) do pré-projeto
devem indicar quais livros ou textos já trataram deste assunto, mas não resolveram o problema
que o Projeto Experimental proposto quer solucionar. Indicar também outros produtos criados
em torno do mesmo tema.
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Assim, as justificativas para a realização de determinado Projeto Experimental devem
acompanhar uma análise crítica de textos, livros e/ou produtos da comunicação que já
abordaram de alguma forma o tema, mostrando em que sentido o seu pré-projeto deverá ser
aceito pelo orientador e pelo programa de Comunicação Social. O texto deve ser elaborado
segundo um roteiro que Santaella afirma incluir:
“... importância do tema de um ponto de vista geral; sua importância para casos
particulares em questão; possibilidades de sugerir modificações no âmbito da
realidade abarcada pelo tema proposto; descoberta de soluções para casos gerais
e/ou particulares etc..” (SANTAELLA, 2001, p.174)
3- Objetivos:
“... uma função intermediária e instrumental de modo a permitir que o objetivo geral
seja atingido ou que ele seja aplicado a situações particulares (LAKATOS e
MARCONI, 1992, p. 103)
Neste tópico, os verbos devem estar no infinitivo, sintetizando de forma clara os horizontes do
projeto, em sintonia com o cronograma de desenvolvimento apresentado no pré-projeto. Deve-se
pensar tanto a curto prazo, nos primeiros meses de elaboração do Projeto Experimental, quanto a
longo prazo, na etapa de conclusão do Projeto Experimental. Os objetivos do pré-projeto devem
ser pensados em função da realidade do tema e do próprio pesquisador, pois não adianta elaborar
objetivos excepcionais que não serão concretizados em tempo hábil para finalização do trabalho
exposto no cronograma.
“... toda e qualquer pesquisa deve contar com a formulação de hipóteses, caso
contrário, estará lhe faltando um norte, pois função da hipótese é servir como
bússola. Ela está no cerne das pesquisas experimentais, pois nestas, a observação de
um fenômeno leva o pesquisador a supor tal ou tal causa ou conseqüência, suposição
esta que se constitui na hipótese que só pode ser demonstrada por meio do teste dos
fatos, ou seja, da experimentação...” (SANTAELLA, 2001, p.179).
A metodologia oferece suporte para o projeto de pesquisa. Não há projeto sem problema,
hipóteses e metodologia. O método depende do tipo de pesquisa que se decidiu realizar. Deve-se
explicitar se a pesquisa é empírica, com trabalho de campo ou laboratório, uma pesquisa teórica,
histórica. Neste item, cabe explicitar qual a abordagem da pesquisa, se evidencia o econômico,
político, cultural, social, histórico ou técnico. Têm-se, por exemplo, abordagens filosóficas,
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estético-alegóricas e interpretativas. Dentro das abordagens filosóficas, pode-se observar os
seguintes domínios: hermenêutica, fenomenologia, semiótica, estruturalismo, marxismo, teoria
social. Dentro das abordagens estético-alegóricas, tem-se o foco nas linguagens e características
estéticas que podem envolver diversas concepções desde psicológicas que priorizam a percepção
visual até as concepções de intencionalidade ou finalidade das produções que envolvem a
Estética de Peirce, por exemplo. Nas abordagens interpretativas e críticas, deve-se observar os
domínios do conhecimento em comunicação que contam com a semiologia, a pragmática, a
midiologia, a cibernética e a psicanálise. Deve-se considerar também os estudos antropológicos
dentro do universo das abordagens interpretativas e críticas.
Lógico que, em estudos de comunicação, as interfaces são necessárias, podendo-se utilizar,
por exemplo, tanto da semiótica quanto da psicanálise. Torna-se necessário esclarecer, nos
aspectos metodológicos que tipo de coleta de dados será realizada, quais documentos serão
consultados, se haverá entrevistas e a relação da metodologia com o quadro de referência
bibliográfica. Além disto, mostra-se necessário que se especifique quais recursos técnicos e
humanos serão usados no desenvolvimento do Projeto Experimental, pontuando, então se haverá
uso do laboratório de fotografia, informática, TV e Vídeo, dos monitores, do técnico de TV e
VÍDEO, quantidade de fitas, etc. Trata-se de uma previsão que auxilia no planejamento das
atividades.
7. A Equipe de Pesquisa:
Neste tópico, cabe nomear os integrantes da equipe e incluir uma pequena biografia de cada
um, além de descrever a função de cada membro no desenvolvimento do trabalho.
8. Cronograma de desenvolvimento:
Neste momento, deve-se construir uma tabela com datas que contemplem a realização de
pesquisa em campo, coleta de dados e referências bibliográficas, construção da Introdução, dos
capítulos e conclusão do trabalho. Além disto, deve contar com os períodos previstos para a
utilização dos laboratórios e recursos técnicos da instituição. Trata-se de uma previsão necessária
para o planejamento do Projeto Experimental. O estudante deve, assim, acompanhar o calendário
acadêmico da instituição.
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9.Bibliografia Específica:
REFERÊNCIA BÁSICA:
REFERÊNCIA COMPLEMENTAR:
ARISTÓTELES. A Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Ars Poética, 1993.(Série Clássica,
Volume 1).
BAHKTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BARTHES, Roland. O Prazer do Texto. 3.ª edição. São Paulo: Ed Perspectiva, 1993.
CHALLUB, Samira. A Metalinguagem. 2ª edição. São Paulo: Ed Ática, 1988.(Série Princípios, n.44).
Livro, 1959.
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis:
Vozes, 1994.
MORIN, Edgar. A Cabeça Bem Feita: Repensar a Reforma- Reformar o Pensamento. Tradução: Eloá
Jacobina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
MORIN, Edgar. O Método 4. As idéias. Habitat, vida, costumes, organização. Tradução de Juremir
Machado da Silva. 2.ª edição. 1.ª reimpressão. Porto Alegre: Ed Sulina, 2001.
NOTH, Winfried. Panorama da Semiótica. De Platão a Peirce. São Paulo, Annablume, 1995(Coleção
E,3).
PAZ, Otavio. Os Filhos do Barro. Do Romantismo à Vanguarda. Tradução de Olga Savary. Rio de
Janeiro: Ed Nova Fronteira, 1984.
PEIRCE, Charles. Divisão dos Signos. In: Semiótica. São Paulo: Ed Perspectiva, 1999.(pg 45-pg61)
PEIRCE, Charles. Semiótica e Filosofia. Introdução, seleção e tradução de Octanny Silveira da Mota e
Leonidas Hegenberg. São Paulo: Cultrix, EDUSP, 1975.
TODOROV, Tzvetan. Dicionário Enciclopédico das Ciências da Linguagem. São Paulo: Ed.
Perspectiva, 1972.(pg319-320).
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 22. ed. rev. São Paulo. Cortez,
2002.
LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica.
São Paulo, Atlas, 1991.